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GEOVANE MORAES DPC SP LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL

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estatuto do desarmamento

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GEOVANE MORAES

DPC SP

LEGISLAÇÃO PENAL

ESPECIAL

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AULA 01

ESTATUTO DO DESARMAMENTO

(LEI 10.826/03)

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CONSIDERAÇÕES INICIAIS

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CONCEITO DE ARMA DE FOGO

- Dispositivo que impele um ou vários projéteis através de

um cano pela pressão de gases em expansão produzidos

por uma carga propelente em combustão.

(Fonte: ACADEMIA NACIONAL DE POLÍCIA)

- Arma que arremessa projéteis empregando a força

expansiva dos gases gerados pela combustão de um

propelente confinado em uma câmara que, normalmente,

está solidária a um cano que tem a função de propiciar

continuidade à combustão do propelente, além de

direção e estabilidade ao projétil;

(Fonte: Regulamento 105 – Art.3º, XIII)

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ARMA APTA, TOTALMENTE INAPTA E

PARCIALMENTE INAPTA

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RHC 116280 / ES - ESPÍRITO SANTO

RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS

Relator(a): Min. LUIZ FUX

Julgamento: 25/06/2013

Órgão Julgador: Primeira Turma

Ementa: PENAL. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS

CORPUS. CRIME DE PORTE ILEGAL DE ARMA DE

FOGO (ART. 10, CAPUT, DA LEI Nº 9.437/1997).

ARMA DESMUNICIADA. TIPICIDADE.

CRIME DE MERA CONDUTA OU PERIGO ABSTRATO.

PRECEDENTES. TUTELA DA SEGURANÇA PÚBLICA

E DA PAZ SOCIAL. RECURSO ORDINÁRIO EM

HABEAS CORPUS DESPROVIDO.

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1. A arma de fogo mercê de desmuniciada mas portada

sem autorização e em desacordo com determinação

legal ou regulamentar configura o delito de porte

ilegal previsto no art. 10, caput, da Lei nº 9.437/1997,

crime de mera conduta e de perigo abstrato. 2.

Deveras, o delito de porte ilegal de arma de

fogo tutela a segurança pública e a paz social, e não

a incolumidade física, sendo irrelevante o fato de o

armamento estar municiado ou não. Tanto é assim

que a lei tipifica até mesmo o porte da munição,

isoladamente. Precedentes: HC 104206/RS, rel. Min.

Cármen Lúcia, 1ª Turma, DJ de 26/8/2010; HC

96072/RJ, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 1ª Turma,

Dje de 8/4/2010; RHC 91553/DF, rel. Min. Carlos

Britto, 1ª Turma, DJe de 20/8/2009.

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3. In casu, o paciente foi preso em flagrante,

em via pública, portando uma pistola 6.35,

marca “Brownings Patent Depose”, sendo

a arma apreendida, periciada e atestada sua

potencialidade lesiva. 4. Recurso ordinário

em habeas corpus desprovido.

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SIMULACRO

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MUNIÇÃO

- Artefato explosivo utilizado pela arma de

fogo;

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ACESSÓRIO

- Complemento de arma de fogo;

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POSSE

- A arma encontra-se no interior de

residência, nas dependências desta ou no

local de trabalho, desde que o agente seja o

titular ou responsável legal do

estabelecimento ou empresa;

PORTE

- Todas as situações residuais;

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PERGUNTAS CABULOSAS...

1 – O agente reside na cidade e mantém a arma

na casa de campo ou praia – posse ou

porte?

2 – Arma no interior do veículo?

3 – Arma na boleia de caminhão?

4 – Arma no quarto de hotel ou equivalente?

5 – Arma em terreno contíguo à residência,

mas demarcado por muro ou cerca?

6 – Arma mantida em embarcação ou

aeronave?

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QUEM PODE PORTAR ARMA DE FOGO EM

TERRITÓRIO NACIONAL?

(Estando ou não no exercício da atividade

funcional)

Art. 6o É proibido o porte de arma de fogo em

todo o território nacional, salvo para os casos

previstos em legislação própria e para:

I – os integrantes das Forças Armadas;

II – os integrantes de órgãos referidos nos

incisos do caput do art. 144 da Constituição

Federal;

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Órgãos da Segurança Pública

(Autoridades Policiais)

- polícia federal;

- polícia rodoviária federal;

- polícia ferroviária federal;

- polícias civis;

- polícias militares e corpos de bombeiros

militares.

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III – os integrantes das guardas municipais das

capitais dos Estados e dos Municípios com mais

de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, nas

condições estabelecidas no regulamento desta

Lei;

V – os agentes operacionais da Agência Brasileira

de Inteligência e os agentes do Departamento

de Segurança do Gabinete de Segurança

Institucional da Presidência da República;

VI – os integrantes dos órgãos policiais referidos

no art. 51, IV, e no art. 52, XIII, da Constituição

Federal; (Polícia Legislativa)

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QUEM PODE PORTAR ARMA DE FOGO EM

TERRITÓRIO NACIONAL?

(Estando ou não no exercício da atividade

funcional)

IV - os integrantes das guardas municipais dos

Municípios com mais de 50.000 (cinqüenta mil) e

menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes,

quando em serviço;

OBS: § 7o Aos integrantes das guardas municipais

dos Municípios que integram regiões metropolitanas

será autorizado porte de arma de fogo, quando em

serviço.

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VII – os integrantes do quadro efetivo dos agentes e

guardas prisionais, os integrantes das escoltas de

presos e as guardas portuárias;

VIII – as empresas de segurança privada e de transporte

de valores constituídas, nos termos desta Lei;

IX – para os integrantes das entidades de desporto

legalmente constituídas, cujas atividades esportivas

demandem o uso de armas de fogo, na forma do

regulamento desta Lei, observando-se, no que couber, a

legislação ambiental.

X - integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita

Federal do Brasil e de Auditoria-Fiscal do Trabalho,

cargos de Auditor-Fiscal e Analista Tributário.

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XI - os tribunais do Poder Judiciário descritos no

art. 92 da Constituição Federal e os Ministérios

Públicos da União e dos Estados, para uso

exclusivo de servidores de seus quadros

pessoais que efetivamente estejam no exercício

de funções de segurança, na forma de

regulamento a ser emitido pelo Conselho

Nacional de Justiça - CNJ e pelo Conselho

Nacional do Ministério Público - CNMP.

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OBS: Art. 7o-A. As armas de fogo utilizadas pelos

servidores das instituições descritas no inciso XI do art.

6o serão de propriedade, responsabilidade e guarda das

respectivas instituições, somente podendo ser utilizadas

quando em serviço, devendo estas observar as

condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo

órgão competente, sendo o certificado de registro e a

autorização de porte expedidos pela Polícia Federal em

nome da instituição.

§ 2o O presidente do tribunal ou o chefe do Ministério

Público designará os servidores de seus quadros

pessoais no exercício de funções de segurança que

poderão portar arma de fogo, respeitado o limite máximo

de 50% (cinquenta por cento) do número de servidores

que exerçam funções de segurança.

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§ 5o Aos residentes em áreas rurais, maiores de

25 (vinte e cinco) anos que comprovem

depender do emprego de arma de fogo para

prover sua subsistência alimentar familiar será

concedido pela Polícia Federal o porte de arma

de fogo, na categoria caçador para subsistência,

de uma arma de uso permitido, de tiro simples,

com 1 (um) ou 2 (dois) canos, de alma lisa e de

calibre igual ou inferior a 16 (dezesseis), desde

que o interessado comprove a efetiva

necessidade em requerimento ao qual deverão

ser anexados os seguintes documentos:

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I - documento de identificação pessoal;

II - comprovante de residência em área rural;

III - atestado de bons antecedentes.

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DOS CRIMES

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Posse irregular de arma de fogo de uso

permitido

Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma

de fogo, acessório ou munição, de uso

permitido, em desacordo com determinação

legal ou regulamentar, no interior de sua

residência ou dependência desta, ou, ainda no

seu local de trabalho, desde que seja o titular ou

o responsável legal do estabelecimento ou

empresa:

Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e

multa.

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DICA

- Trata-se de norma penal em branco,

complementada pelo Regulamento para a

Fiscalização de Produtos Controlados (R-

105) aprovado pelo DECRETO Nº 3.665, DE

20 DE NOVEMBRO DE 2000.

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Omissão de cautela

Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para

impedir que menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa portadora

de deficiência mental se apodere de arma de fogo que esteja

sob sua posse ou que seja de sua propriedade:

Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário

ou diretor responsável de empresa de segurança e transporte

de valores que deixarem de registrar ocorrência policial e de

comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras

formas de extravio de arma de fogo, acessório ou munição

que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro)

horas depois de ocorrido o fato.

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TEMA CABULOSO

(LEI 8069/90)

Art. 242. Vender, fornecer ainda que

gratuitamente ou entregar, de qualquer forma, a

criança ou adolescente arma, munição ou

explosivo:

Pena - detenção de seis meses a dois anos, e

multa.

Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos.

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Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido

Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber,

ter em depósito, transportar, ceder, ainda que

gratuitamente, emprestar, remeter, empregar,

manter sob guarda ou ocultar arma de fogo,

acessório ou munição, de uso permitido, sem

autorização e em desacordo com determinação

legal ou regulamentar:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e

multa.

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TEMA CABULOSO

Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é

inafiançável, salvo quando a arma de fogo

estiver registrada em nome do agente.

- ADIN 3.112 - 1

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Disparo de arma de fogo

Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar

munição em lugar habitado ou em suas

adjacências, em via pública ou em direção a ela,

desde que essa conduta não tenha como

finalidade a prática de outro crime:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e

multa.

Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é

inafiançável.

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TEMA CONTROVERSO

- O crime de disparo de arma de fogo

englobará o porte ou a posse ilegal da arma?

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Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso

restrito

Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer,

receber, ter em depósito, transportar, ceder,

ainda que gratuitamente, emprestar, remeter,

empregar, manter sob sua guarda ou ocultar

arma de fogo, acessório ou munição de uso

proibido ou restrito, sem autorização e em

desacordo com determinação legal ou

regulamentar:

Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e

multa.

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Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:

I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer

sinal de identificação de arma de fogo ou artefato;

II – modificar as características de arma de fogo, de

forma a torná-la equivalente a arma de fogo de uso

proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou de

qualquer modo induzir a erro autoridade policial,

perito ou juiz;

III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato

explosivo ou incendiário, sem autorização ou em

desacordo com determinação legal ou

regulamentar;

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IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou

fornecer arma de fogo com numeração, marca

ou qualquer outro sinal de identificação raspado,

suprimido ou adulterado;

V – vender, entregar ou fornecer, ainda que

gratuitamente, arma de fogo, acessório,

munição ou explosivo a criança ou adolescente;

e

VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem

autorização legal, ou adulterar, de qualquer

forma, munição ou explosivo.

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CUIDADO

(LEI 8069/90)

Art. 242. Vender, fornecer ainda que

gratuitamente ou entregar, de qualquer forma, a

criança ou adolescente arma, munição ou

explosivo:

Pena - detenção de seis meses a dois anos, e

multa.

Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos.

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Comércio ilegal de arma de fogo

Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir,

ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar,

adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma

utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de

atividade comercial ou industrial, arma de fogo,

acessório ou munição, sem autorização ou em

desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.

Parágrafo único. Equipara-se à atividade comercial ou

industrial, para efeito deste artigo, qualquer forma de

prestação de serviços, fabricação ou comércio irregular

ou clandestino, inclusive o exercido em residência.

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DICAS

1 – O crime presume habitualidade da

atividade;

2 – Não confundir com o crime de

favorecimento real;

Favorecimento real

Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de

co-autoria ou de receptação, auxílio destinado a

tornar seguro o proveito do crime:

Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.

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Tráfico internacional de arma de fogo

Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada

ou saída do território nacional, a qualquer título,

de arma de fogo, acessório ou munição, sem

autorização da autoridade competente:

Pena – reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e

multa.

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CAUSAS DE AUMENTO DE PENA

Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18,

a pena é aumentada da metade se a arma de

fogo, acessório ou munição forem de uso

proibido ou restrito.

Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15,

16, 17 e 18, a pena é aumentada da metade se

forem praticados por integrante dos órgãos e

empresas referidas nos arts. 6o, 7o e 8o desta

Lei.

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QUESTÃO DA INSUSCETIBILIDADE DE

LIBERDADE PROVISÓRIA

Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18

são insuscetíveis de liberdade provisória.

- ADIN 3.112 - 1