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ENG-003316 - MECANISMOS CAMES Um mecanismo do tipo came, ou came-seguidor, consiste de dois compo- nentes: Came: é uma peça com perfil curvo, cuja movimentação transmite movimento a um seguidor, através de contato direto ou de um rolete; Seguidor: peça de movimento reciprocante ou oscilante, que recebe o movimento da came. Existem vários tipos de came e seguidor, estando os principais representa- dos abaixo: Este trabalho está licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 3.0 Unported. Para ver uma cópia desta licença, visite http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/3.0/deed.pt Autor: Helton Scheer de Moraes; Fontes: ISBN 0-19-515598-X, ISBN 0-07-247046-1 e ISBN 0-07-026910-6 09 - Cames – Pág. 1

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    CAMES

    Um mecanismo do tipo came, ou came-seguidor, consiste de dois compo-

    nentes:

    Came: uma pea com perfil curvo, cuja movimentao transmite

    movimento a um seguidor, atravs de contato direto ou de um rolete;

    Seguidor: pea de movimento reciprocante ou oscilante, que recebe

    o movimento da came.

    Existem vrios tipos de came e seguidor, estando os principais representa-

    dos abaixo:

    Este trabalho est licenciado sob uma Licena Creative Commons Atribuio-Uso No-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licena 3.0 Unported. Para ver uma cpia desta licena, visite http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/3.0/deed.ptAutor: Helton Scheer de Moraes; Fontes: ISBN 0-19-515598-X, ISBN 0-07-247046-1 e ISBN 0-07-026910-6

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    O principal uso da came a transformao de movimento rotativo cont-

    nuo em movimento alternativo controlado, segundo algum programa, que

    consiste no padro de movimento desejado. Exemplos de programas so:

    Parada nica o seguidor deve ficar completamente parado durante

    parte do ciclo. Exemplo: em uma mquina que faz uma estampa tr-

    mica sobre uma pea, o estampo (que guiado pelo seguidor) deve

    permanecer parado em contato com a pea durante um intervalo de

    tempo.

    Parada dupla o seguidor deve ficar completamente parado durante

    dois intervalos distintos de tempo. Exemplo: em uma mquina que

    enche caixas de leite, a caixa vazia posta no mecanismo durante

    uma das paradas, em seguida posicionada at a outra posio

    (outra parada) onde recebe o volume correto de leite, e em seguida

    a caixa lacrada e volta linha de montagem.

    Avano constante o seguidor deve movimentar-se com uma veloci-

    dade constante, para realizar algum trabalho, por exemplo, em um

    mecanismo de retorno rpido.

    Os programas de cames em geral so projetados com o auxlio de um gr-

    fico, onde o perfil radial da came desenvolvido em um diagrama de des-

    locamento, conforme figura abaixo:

    Este trabalho est licenciado sob uma Licena Creative Commons Atribuio-Uso No-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licena 3.0 Unported. Para ver uma cpia desta licena, visite http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/3.0/deed.ptAutor: Helton Scheer de Moraes; Fontes: ISBN 0-19-515598-X, ISBN 0-07-247046-1 e ISBN 0-07-026910-6

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    Caso a came venha a ser utilizada para aplicaes de baixa potncia e

    baixa velocidade, recomendvel apenas que a tangncia dos diversos

    segmentos do diagrama de deslocamentos seja compatibilizada, de modo

    a no haver picos de acelerao durante as mudanas de velocidade do

    seguidor. Entretanto, caso a came opere em velocidades mais altas, ou-

    tros cuidados devem ser tomados. Observe a figura abaixo:

    Nesta figura, chamada de diagrama S-V-A-J (deslocamento-velocidade-

    acelerao-solavanco), podemos ver algumas diferenas sutis entre dife-

    rentes perfis de deslocamento: cicloidal, senoidal modificado, trapezoidal

    modificado, e harmnico simples. Repare que, nos grficos de desloca-

    mento (primeira linha, s), os segmentos 1, 3, 5 e 7 correspondem s tran-

    sies entre as posies de parada inferior (4 e 8), e as posies de para-

    da superior (2 e 6). Esses segmentos de transio so aparentemente

    iguais: consistem em uma curva com formato de S, e os pontos iniciais e

    finais se ajustam aos segmentos horizontais com os quais se comuni-

    cam.

    Este trabalho est licenciado sob uma Licena Creative Commons Atribuio-Uso No-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licena 3.0 Unported. Para ver uma cpia desta licena, visite http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/3.0/deed.ptAutor: Helton Scheer de Moraes; Fontes: ISBN 0-19-515598-X, ISBN 0-07-247046-1 e ISBN 0-07-026910-6

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    A consequncia disso que, nos grficos de velocidade, uma importante

    propriedade obtida: nas transies entre as paradas superior e inferior, a

    velocidade do seguidor varia suavemente. Se no fosse assim, e o grfico

    de deslocamentos apresentasse ngulos, a velocidade do seguidor partiria

    subitamente de zero at determinado valor, provocando um pico de acele-

    rao. Como o seguidor possui massa, uma acelerao muito grande sig-

    nifica tambm uma fora muito grande, o que poderia provocar desgaste

    ou falha dos materiais e componentes. Isso pode ser observado no seg-

    mento 7 da figura anterior: no movimento harmnico simples (senoidal), a

    acelerao varia subitamente de zero at um determinado valor finito, pro-

    vocando um solavanco ou jerk.

    O conceito de jerkA palavra jerk, do ingls, significa solavanco, choque, pulso ou impacto, e

    se refere taxa de variao da acelerao, ou igualmente taxa de varia-

    o de fora. Por exemplo, se for necessrio frear um carro e frearmos su-

    bitamente (estilo p no fundo), sofreremos um solavanco para a frente de-

    vido rpida variao da fora de inrcia. J se frearmos aos poucos

    (mesmo que seja atingida uma desacelerao intensa) o desconforto e o

    solavanco ser bem menor. Alguns materiais e em especial a maioria

    das estruturas so sensveis velocidade de carregamento e s vibraes

    provocadas pelos pulsos de fora, de modo que muito aconselhvel, nos

    casos de cames de alta velocidade evitar valores elevados de jerk.

    Este trabalho est licenciado sob uma Licena Creative Commons Atribuio-Uso No-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licena 3.0 Unported. Para ver uma cpia desta licena, visite http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/3.0/deed.ptAutor: Helton Scheer de Moraes; Fontes: ISBN 0-19-515598-X, ISBN 0-07-247046-1 e ISBN 0-07-026910-6

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    Vejamos alguns outros exemplos de grficos SVAJ para transies entre

    segmentos de parada dupla:

    Num primeiro momento (ao contrrio do que indica o desenho), o movi-

    mento harmnico (senoidal) a maneira mais simples de obter derivadas

    contnuas para a funo deslocamento, j que s ir derivando que a fun-

    o continua sempre a mesma. Isso perfeitamente vlido para cames

    que no tenham momentos de parada, ou seja, trabalhem em oscilao

    pura. Conforme a figura mostra, a acelerao do deslocamento harmnico

    simples diferente de zero nos extremos do intervalo, gerando picos de

    jerk nesses pontos.

    A soluo seguinte, seguindo a lgica de minimizar picos de acelerao,

    partir de uma curva de acelerao cujos extremos sejam zero, como o

    caso do movimento cicloidal. Nesse caso, a acelerao que apresenta

    um perfil senide, e o jerk j no apresenta mais picos infinitos nos extre-

    mos do movimento.

    Caso seja necessrio ter um jerk contnuo, pode-se usar, para essa fun-

    o, uma curva polinomial com quatro razes, conforme mostra o diagrama

    mais direita na figura. A sucessiva integrao para obter acelerao, ve-

    locidade e deslocamento gera uma curva polinomial do stimo grau.

    Este trabalho est licenciado sob uma Licena Creative Commons Atribuio-Uso No-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licena 3.0 Unported. Para ver uma cpia desta licena, visite http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/3.0/deed.ptAutor: Helton Scheer de Moraes; Fontes: ISBN 0-19-515598-X, ISBN 0-07-247046-1 e ISBN 0-07-026910-6

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