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A cor púrpura 04 02 05 03 01 06 Intro Cadastrada por Raquel Faria Material - onde encontrar em supermercados ou lojas especializadas Material - quanto custa até 10 reais Tempo de apresentação até 10 minutos Dificuldade fácil Segurança seguro Materiais Necessários As lebres do mar se parecem bastante com lesmas e, geralmente, são consideradas nojentas, por apresentar um corpo mole e úmido. Mas as lebres são bastante interessantes e não nos fazem mal. No Brasil, habitam apenas duas espécies de lebres do mar. Vamos conferir, neste experimento, uma estratégia por elas utilizada para fugir de predadores. * Lebre do mar; *Água do mar. Introdução

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A cor púrpura

0402 050301 06Intro

Cadastrada por Raquel Faria

Material - onde encontrarem supermercados ou lojas

especializadas

Material - quanto custaaté 10 reais

Tempo de apresentaçãoaté 10 minutos

Dificuldadefácil

Segurançaseguro

Materiais Necessários

As lebres do mar se parecem bastante com lesmas e, geralmente, são consideradas nojentas, por apresentar um corpo mole e úmido. Mas as lebres são bastante interessantes e não nos fazem mal. No Brasil, habitam apenas duas espécies de lebres do mar. Vamos conferir, neste experimento, uma estratégia por elas utilizada para fugir de predadores.

* Lebre do mar;*Água do mar.

Introdução

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Passo 1

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Como encontrar a lebre do mar

Lebres do mar se alimentam de algas que vivem em águas rasas. Por isso, procure-as em buracos de recifes de corais e pedras, nos lugares mais escondidos perto das praias e próximo das algas. As lebres brasileiras são a Aplysia brasiliana e a Aplysia juliana e nenhuma delas faz mal ao homem. Então, você pode pegá-las com a mão sem medo.

Lebre do mar apresentando coloração críptica ou camuflada. A função dessa colora-ção semelhante ao fundo do mar é fazer com que o animal não seja percebido pelo predador.

Lebre do mar debaixo da água e próximo às algas.

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Passo 2

02

Observando a defesa natural

Quando encontrar uma lebre do mar, aproxime-se devagar para não assustá-la. Quando quiser observar como é a sua estratégia de defesa contra predadores, é só encostar sua mão nela. Ela solta uma tinta púrpura, que se espalha na água do mar. Depois que a tinta se dispersar, pegue-a e sinta o muco produzido por ela que recobre sua parte inferior, a região sobre a qual ela se arrasta deixando um rastro viscoso. Na região da cabeça, observe também os pequenos olhos e os tentáculos.

Confira o vídeo:

Lebre do mar soltando sua tinta púrpura. Retirado de: http://pt.wikipedia.org/wiki/Opisthobranchia

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Passo 3

03

O que acontece

Classificação:Filo: MoluscosClasse GastrópodaSub-classe OpisthobranchiaOrdem: Anaspidea ou AplysideaFamília: AplysiidaeGênero: AplysiaEspécie: Aplysia brasilianaNome popular: Lebre do mar

A espécie que participa da filmagem possui um pé grande, muscular e com sola rastejadora achatada. A sola tem cílios e é repleta de células glandulares, que produzem uma trilha de muco sobre a qual o animal desliza. Por isso, pode-se observar pela filmagem areia grudada na região do pé da lesma.

A cabeça é bem individualizada, possui dois olhos pequenos, um par de tentáculos sensoriais e um par de rinóforos. Rinóforos são quimiorreceptores ramificados ou pregueados, que servem para perceber as concentrações das diferentes substâncias químicas presentes no meio, como uma espécie de olfato.

As lebres do mar possuem o manto: uma espessa camada de pele que envolve o corpo e desempenha um papel importante na sua organização. A parte dorsal do manto forma pregas ou dobras em quilha, chamadas de parapódios laterais. Eles podem ser movimentados em ondulações rítmicas, o que faz as lesmas nadarem. Imersa no manto, entre os parapódios, existe uma concha interna fina que armazena uma tinta arroxeada, a qual é produzida pela glândula da púrpura. Quando perturbadas, muitas liberam essa tinta defensiva, derivada de pigmentos das algas vermelhas das quais se alimentam. A é composta por um conjunto de substâncias químicas que são liberadas com a finalidade de confundir o predador, deixá-lo sem visão clara de sua presa. Assim, a presa tem mais tempo para se esconder em algum buraco inacessível ao predador. A tinta é composta de amônia e cromoproteínas instáveis, que dão a coloração púrpura, mas, como elas são instáveis, depois de um tempo a cor desaparece.

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Passo 3

Essa estratégia adaptativa é resultado de muitos anos de pressão seletiva do meio. As lebres ou seus ancestrais que, por acaso, apresentaram uma mutação genética que lhes permitiu soltar substâncias químicas tóxicas, quando os predadores se aproximavam, sobreviveram por mais tempo. Conseqüentemente, puderam deixar mais descendentes que herdaram essa mutação genética. Assim, os ancestrais das lebres e as lebres que sabiam se defender melhor dos predadores, ou seja, as melhores adaptadas ao meio conseguiram sobreviver até hoje.

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Passo 4

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Para saber mais

Os polvos também são moluscos, mas pertencem à ordem Cefalópode. São famosos por liberarem uma tinta, assim como as lebres do mar. Eles possuem um grande saco de tinta localizado próximo ao intestino e uma glândula responsável por produzi-la, situada na parede deste saco. A glândula secreta um fluido marrom ou preto com alta concentração de melanina e muco, o qual é armazenado no saco de tinta. Quando se sente ameaçado, o polvo libera o fluido através do ânus e este chega até a água circundante. A tinta forma, na água, uma nuvem que não se desfaz facilmente, e isso confunde os possíveis predadores. Ela é alcalina e, além de dificultar a visão do predador, pode interferir na sua quimiorrecepção. Pode-se notar que, tanto o polvo quanto a lebre do mar apresentam um mecanismo semelhante de defesa contra predadores e muito importante para a sobrevivência dos indivíduos. Essa semelhança nos indica duas possibilidades: ou isso é a retenção de um caractere comum ao ancestral das duas ordens de moluscos ou esse é um exemplo de convergência adaptativa. Traduzindo: a primeira opção é a de que pode ter existido um ser, não mais vivo hoje, que durante a evolução deu origem a outras duas espécies diferentes: aos Gastrópodes e aos Cefalópodes que hoje existem. Assim, os dois grupos citados apresentariam mecanismos de defesa semelhantes, devido a uma herança genética em comum. A outra possibilidade é a de que isso não teria acontecido e nesse caso, os dois grupos, Gastrópodes e Cefalópodes, teriam adquirido mecanismos de defesa semelhantes, devido a pressões seletivas também semelhantes. Talvez eles tenham se deparado com o mesmo tipo de predador e, por isso, também passaram a utilizar as mesmas estratégias para fugir e se esconder deles.

Baixe o JPEG aqui

Retirado de: http://www.iconocast.com/B000000000000048_Portu/L2/News5.htm

Polvo chocando ovos em um pedaço de garrafa e liberando uma nuvem de tinta como defesa contra pos-síveis predadores. Retirado de: http://ciencia.hsw.uol.com.br/polvos2.htm

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Passo 5

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- Lebre-do-mar se defende com disfarce olfativo aqui

- Para observar a Aplysia nadando, se alimentando ou liberando tinta aqui

- Mais fotos aqui

- Zoologia dos invertebrados : uma abordagem funcional-evolutiva / Edward E. Ruppert, Richard S. Fox, Robert D. Barnes. 7ª edição. São Paulo : Roca, 2005.

- Para saber mais sobre os polvos: - Como funcionam os polvos, por Jennifer Hord - traduzido por HowStuffWorks Brasil aqui - O polvo impar, impar, pela senhorita Cellania - 18 de setembro de 2008 - 9:10 AM aqui