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1. A origem das cruzadas:
O nome Cruzadas se originou da vestimenta dos soldados, pois ao se denominarem
soldados de Cristo andavam com cruzes vermelhas desenhas em suas roupas, no entanto
durante a época da guerra, os termos utilizados na idade média eram “os peregrinos” e
“guerra Santa.”
1.1 Contexto Histórico:
Durante o século XI a Europa viveu um período de estabilidade, se recuperou de sua
deterioração e perdas após a invasão Barbara. Começou a viver uma época de
fortalecimento feudal, com a incrementação das produções agrícolas e comércio de
produtos. No entanto toda essa estabilidade trouxe também um aumento substancial na
população, o que foi negativo pois rapidamente superou o a capacidade de produção das
propriedades feudais e assim os Senhores começaram a expulsar trabalhadores pois não
tinha recursos suficientes para alimentar toda aquela população, em paralelo a segregação
de alguns operários, a crise também afetou a administração das famílias feudais, como
costume da época o filho mais velho herdava as terras para evita a segregação das
mesmas, e com isso os demais filhos também eram apartados gerando assim uma grande
população marginalizada e sem terras, alguns conseguiam ocupações em outras áreas nos
centros urbanos no entanto havia um grande número que era obrigado a ser isolado da
sociedade e assim davam início a uma vida de mendicância e criminalidade.
1.2 Contexto Religioso:
Durante este período a Europa era em sua grande maioria cristãos, a pesar deste grupo
estar em segregação, pois haviam os que não concordavam com algumas práticas da igreja
(como adoração a Santos e a venda de indulgências), por esse moitvo os católicos do
oriente fundaram a igreja ortodoxa. Para ambos grupos cristãos as cidades que Jesus
viveu, pregou e morreu eram de grande importância e por isso sempre as visitavam em
peregrinação, eles as chamavam de terra Santa. Durante este tempo veio um grande rumor
que a segunda volta de Jesus seria no ano 1000, e as pessoas com medo do inferno
aumentaram suas peregrinações para Jerusalém, em busca de perdão dos pecados e
redenção, a pesar do ano ter passado e nada ter ocorrido as peregrinações em massas
continuavam ocorrendo.
Simultaneamente ao que estava ocorrendo na Europa a Religião Islâmica estava em seu
crescimento, muitos povos estavam se convertendo a ela, essa crença já estava grande o
suficiente para clamar por seus lugares sagrados que coincidiu sendo Jerusalém, a terra
santa dos Cristãos, até o século XI Jerusalém que pertencia ao terreno árabe podia ser
acessada pelos cristão no entanto após ser conquistada pelos Turcos Seldjúcidas, que eram
islâmicos e intolerantes, a terra foi isolada e não era permitida a entrada de outras crenças,
durante este tempo alguns cristão foram perseguidos e mortos ao tentarem ter acesso a
Jerusalém.
1.3 Surgimento das Cruzadas:
Para acabar com essa situação de perseguição e recuperar a terra santa, O Papa Urbano II
interferiu e realizou o concílio de Clermont. Nesta reunião foi definida a formação de
uma grande força militar que teria como missão reconquistar Jerusalém. Então se deu
início a uma verdadeira união dos cristãos Europeus contra os considerados “infiéis”, a
igreja católica daria início as chamadas Cruzadas.
Como a Europa estava vivendo uma crise com muitas pessoas marginalizadas, as cruzadas
também serviram para dar uma “ocupação” a esta população, que iam para a guerra em
busca de redenção e também recompensas da igreja. Nobres, camponeses, mulheres,
crianças, enfim grandes partes da sociedade europeia se envolveram nesses combates que
duraram mais de 200 anos, em busca de uma resolução na sua vida, principalmente nos
aspectos econômico e social.
A igreja não era a única interessada nas expedições das cruzadas, a conquista de novas
terras além do mediterrâneo atraia a nobreza feudal, e também as cidades com polos
mercantilistas (como Veneza e Gênova) que se deslumbravam com a ideia pois poderiam
ampliar seus negócios até o oriente e assim ter fácil acesso também as especiarias locais
que tinham um alto valor. Movidas pela fé e pela ambição, partiram para o oriente as
conhecidas oito cruzadas.
2. Concílio de Clermont:
O Concílio de Clermont foi organizado pelo próprio Pontificado do papa Urbano II, para
resolver alguns assuntos que "abalavam" um pouco a estrutura de poder na Europa. Este
Concílio foi, uma reunião religiosa cristã, que tinha por finalidade principal estabelecer
ainda mais o poder papal sobre as monarquias europeias e aumentar a influência do
cristianismo na Europa e demais regiões e, principalmente, na Terra Santa, após
reconquistar-la. Foi onde ele difundiu sua principal mensagem:
"Contra o impressionante plano de fundo do Puy-de-Dôme, um vulcão adormecido, o
papa transmitiu sua mensagem à multidão, que, em silêncio e atenta, se esforçava para
ouvir cada palavra. 'Chegou a hora de ajudar os irmãos cristãos no Oriente, cujo
sofrimento nas mãos dos sarracenos cresce com o passar dos dias', disse o papa. Havia
chegado a hora, portanto, de os cristãos cessarem o estado de beligerância uns contra
os outros. Em vez disso, deviam investir na bravura militar contra os Inimigos de Deus.
(...) Para aqueles que fossem pecadores, não havia melhor maneira de obter remissão
da sua penitência do que se juntar ao exército cristão em sua marcha para o Oriente.
'Essa é a vontade de Deus, Essa é a vontade de Deus', urrou a multidão em resposta
(...)."
3. As cruzadas:
Após o Concílio de Clermont o Papa começou a reunir os cavaleiros para o que seria a
primeira cruzada, em meio a uma época de grande influência da igreja não houve
dificuldade em reunir gente e utensílios para a guerra, no entanto, as notícias logo se
espalharam e pregadores reuniram várias pessoas para uma cruzada extraoficial e sem o
consentimento do papa, conhecida como cruzada dos mendigos ou popular.
3.1 Cruzada dos mendigos:
Essa cruzada se iniciou entre 1095 e 1096, quando integrantes do baixo clero e outro
pregadores saíram entre a população europeia divulgando a organização do movimento
cruzadista, está cruzada popular, teve sua concentração na colônia Alemã e teve como
destaque o cavaleiro Gautier Sans Avoir (“Galtério Sem Bens”) sendo organizada
principalmente por Pedro, o Eremita, a estimativa foram de 40 mil pessoas reunidas (
entre camponeses, miseráveis, velhos, crianças e mulheres, parte da sociedade que
testava marginalizada nessa época).
O Eremita Pedro conseguiu com facilidade agrupar essas pessoas pois pregava que o
exército de Deus seria assegurado pelo próprio Deus, e também acreditavam que
poderiam ter melhorias nos aspectos sociais e econômicos de suas vidas.
Durante a travessia rumo a Constantinopla, a cruzada dos mendigos passou pela
Alemanha, Hungria e Bulgária, furtando e degradando, eles assaltavam quem
consideravam “infiéis”, como os judeus, foram interceptados e sofreram perdas pelo
exército da Bulgária. Já sem provisões e suprimentos adequados esse exército
improvisado chegou em Constantinopla.
O Imperador bizantino Aleixo I, orientou que aquele exército desorganizado esperasse
pacientemente as tropas oficiais da primeira cruzada, no entanto aquela população
desordenada e sem uma liderança firme começou a fazer tumultos e saquear
Constantinopla, foi então quando o imperador interviu e os mandou para a parte externa
da cidade nas fronteiras com os mulçumanos, instigando a luta.
Nesta situação o exército improvisado, desorganizado, sem uma liderança bem
estruturada, cansados, sem suprimentos e sem utensílios acabaram se dirigindo para a
Ásia menor, realizando uma série de ataques desordenados contra aos combatentes turcos
presentes no estreito de Bósforo.
A cruzada conseguiu chegar na Niceia e tomar a fortaleza, enquanto comemoravam a
vitória e se assentavam na região, os soldados turcos baixo a liderança do sultão Kilij
Arslan aproveitaram a trégua e planejaram um ataque, no qual eles rodearam toda a
cidade, e impossibilitaram a chegada dos recursos e suprimentos, e assim o exército do
Eremita, morreu de fome, sede ou tentando combater o exército inimigo, os poucos que
conseguiram fugir e voltar para a Europa foram acolhidos pelo exército da primeira
cruzada oficial.
3.2 Primeira Cruzada:
A primeira cruzada teve uma duração de 3 anos (1096 a 1099), foi uma marcha através
de solo e mar para o oriente, com o suposto intuito de recuperar a terra santa e fortalecer
a fé católica ortodoxa no oriente.
O Papa Urbano II fez um discurso para fazer com que os reis e príncipes católicos se
aderissem as forças contra a presença dos infiéis na cidade de Jerusalém. E com isso os
nobres começaram a se aderir a primeira cruzada, a pesar de não ter reis a cruzada foi
conhecida como a cruzada dos nobres.
O corpo militar principal da Cruzada, conhecido como "A Cruzada dos Nobres", ou "A
Cruzada dos Barões", inicialmente era formado por 5 grandes líderes militares:
- Raimundo IV de Toulouse, talvez o mais carismático líder no início da expedição, já
tinha participado da Reconquista e era acompanhado pelos cavaleiros da Provença e pelo
legado papal Ademar;
- Boemundo de Taranto, líder dos normandos do sul da península Itálica, velhos inimigos
do Império Bizantino, acompanhado pelo seu sobrinho Tancredo de Altavila;
- Godofredo de Bulhão trazia um exército da Lorena, juntamente com os seus
irmãos Eustácio III de Bolonha e Balduíno de Bolonha, e foi acompanhado por Roberto
II da Flandres e os seus flamengos;
- Hugo I de Vermandois, irmão de Filipe I da França, portador do estandarte papal ;
- Roberto II da Normandia (irmão do rei Guilherme II da Inglaterra) e Estêvão de
Blois (neto de Guilherme I de Inglaterra), traziam o contingente do norte da França.
Utilizando cruzes vermelhas que sinalizavam sua motivação religiosa, os participantes da
primeira cruzada iniciaram sua marcha atravessando a Europa até Constantinopla, e foram
recebidos por bizantinos receosos, pois após a chegada da tropa de cruzados popular, a
cidade sofreu alguns danos. A principal rota do exército foi pelo litoral, onde passavam
iam conquistando as fortalezas árabes e sitiando várias cidades, tendo destaque a
conquista das cidades da Antioquia e Edessa até alcançar seu destino final.
A pesar das vitórias em união, a cruzada nobre passou por grandes dificuldades como,
conflitos para saber com qual território cada nobre poderia ficar após as conquistas, e
dificuldades com relação aos suprimentos, pois houve o momento em que eles foram
obrigados de beber a própria urina e sangue e animais pois não havia agua potável.
Algumas cidades árabes não batalhavam contra a cruzada, pois preferiam trocar a paz em
forma de suprimento. O Exército chegou a Jerusalém em 11 de junho de 1099, o primeiro
assalto as muralhas foi penas 2 dias após sua chegada e terminou num fracasso, outra
tropa de Genova chegou para o auxílio mesmo assim após um mês de cerco só houveram
fracassos, foi quando tiveram a notícia que o Egito estava mandando uma tropa para
acabar com o cerco, segundo historiadores o Padre Pedro Desiderio, disse após ter um
visão da vitória que era hora de colocar a fé em ação, e desde aquele momento eles
deveriam jejuar por 3 dias e depois dar 9 voltas ao redor da muralha, e logo após disso
eles conseguiram saltas as torres e dominar a cidade.
O fato é que em 15 de julho de 1099 os cruzados foram vitoriosos e dominaram Jerusalém
após um massacre dos civis mouros que lá viviam. Depois da conquista Jerusalém se
tornou um reino liderado por Godofredo de bulhão, que não queria ser chamado de rei.
Em 1100 após sua morte, seu irmão Balduíno de Bolonha se tornou Rei em Jerusalém.
Pedro Bartolomeu (Antioquia, 20 de Abril de 1099) foi um monge, soldado e místico pobre da França que acompanhou os cavaleiros da Primeira Cruzada.
Em Dezembro de 1097, durante o cerco de Antioquia, Pedro começou a ter visões, principalmente de Santo André. Afirmava então que o este o levara à igreja de São Pedro em Antioquia, e lá lhe mostrara a relíquia da lança do destino, que feriu o flanco de Cristo na cruz. O santo teria instruído o monge a falar disto aos líderes cruzados, e a oferecer a lança a Raimundo de Saint-Gilles quando a encontrassem.
Pedro não informou imediatamente Raimundo ou os outros líderes e foi visitado mais quatro vezes antes de Junho de 1098. Começou a perder o sentido da visão em Fevereiro de 1098, provavelmente devido à fome que afligia os cruzados, mas acreditava que isto se tratava de uma punição de Santo André.
Depois de os cruzados tomarem a cidade, Pedro e Raimundo começaram a escavação do soalho da igreja. A 14 de Junho de 1098, o próprio Pedro descobriu a suposta lança do destino, e afirmava ter sido visitado mais uma vez por Santo André naquela noite, que lhe dissera para estabelecer um dia santo em honra da descoberta.
Muitos, incluindo o legado papal Ademar de Monteil, bispo de Le Puy acreditavam que Pedro era um charlatão, e que trouxera um pedaço de ferro, fingindo encontrá-lo na igreja. Depois da morte de Ademar no mesmo ano, Pedro afirmou que o legado o visitara para confirmar a autenticidade da lança.
A descoberta da Santa Lança foi considerada inicialmente como um bom presságio, e aumentou o moral dos cruzados quando foram cercados por um exército muçulmano. Acreditou-se que a lança garantiu a vitória dos cruzados quando estes saíram da cidade para enfrentar o general Kerbogha de Mossul, tal como Santo André prometera.
No entanto, a reputação de Pedro Bartolomeu fora manchada por muitos cépticos. As suas visões eram demasiado convenientes. Depois da morte de Ademar, Pedro afirmou que o legado o visitara para confirmar a autenticidade da lança. Afirmou ainda ter sido visitado por Jesus Cristo, que instruíra os cruzados a marcharem descalços para Jerusalém, sendo nesta ocasião ignorado pela maioria. Outras visões, de Cristo, Santo André, Ademar e ainda outros, revelavam-lhe a ira divina frente aos vários pecados e vícios dos cruzados.
A 8 de Abril de 1099, Pedro aceitou passar por uma sentença divina por fogo na tentativa de provar a sua legitimidade. Os peregrinos construíram um percurso entre paredes de fogo, esperando que o monge fosse protegido por um anjo de Deus. É muito provável que tenha sofrido graves queimaduras, apesar de ter afirmado que não tinha sofrido porque Cristo lhe surgira no fogo, e que se ferira depois no entusiasmo da populaça. De qualquer forma morreu doze dias depois, a 20 de Abril. Apesar disto, uma facção continuou a acreditar na legitimidade de Pedro e da sua lança.
3.3 Segunda cruzada:
As conquistas da primeira cruzada resultaram na formação de 4 reinos do estado franco
na região da palestina: O condado de Edessa, o principado da Antióquia, o condado de
Trípoli e o reino de Jerusalém.
Com a morte do rei de Jerusalém Foulques I em novembro de 1143, a coroa passou para
seu filho Balduíno III, como ele ainda era de menoridade sua mãe tomou a liderança, e se
tornou a rainha regente Melisandra de Bolonha. O governador mulçumano de Alepo e
Mosul, Zangi descontento com a população cristã na terra santa, se aproveitou disso e
invadiu em 1144 o condado de Edessa dando início a uma conquista, no entanto este foi
assassinado e o antigo conde de Edessa, Jocelino II conseguiu com a ajuda da população
da Armênia reconquistar o condado. Porém o sucessor de Zangi, Nur ad-Din, retornou e
arrebatou Edessa definitivamente em 3 de novembro de 1146. Em paralelo o papa
Eugénio III lançou em 1145 um apelo por uma nova cruzada, para reconquistar o condado
e evitar qualquer invasão a Jerusalém.
O Imperador Conrado III da Germânia e o rei Luís VII da França atenderam ao pedido
do papa e tomaram a liderança da empreitada cristã na 2ª cruzada e por isso foi chama
cruzada soberana. Conrado III partiu primeiro, foi para Constantinopla em busca de apoio
do Império Bizantino, que ajudaram de forma receosa, pois tinham medo dos demais
reinos não dividirem as conquistas, então o imperador e sua tropa começaram a marchar
para Ásia menor, ao chegar na região da Dorileia, foi atacado pelos turcos Seljúcidas em
outubro de 1147. Tendo sofrido muitas perdas recuou para Nicéia. Em paralelo o rei Luís
VII seguiu pelo litoral da Anatólia e acabou cercado nos desfiladeiros de Pisidia e perdeu
muitos homens, em sua fuga conseguiu chegar ao porto de Adalia, e embarcou para
Antioquia com a cavalaria, e enquanto isso a infantaria que tentou continuar por terra foi
massacrada pelos turcos.
O Príncipe da Antioquia Raimundo de Poitiers tentou fazer com que o rei Franco Luís
VII Lutasse contra Nur Ad-Din, no entanto o rei se recusou e partiu para Jerusalém. Em
Jerusalém o imperador Conrado III, o rei Luís VII e a regente Melisandra discutiram a
necessidade de um ataque a damasco (cidade árabe até então aliada aos cristãos) o ataque
foi mal sucedido e só serviu para acelerar a unificação da Siría nas mãos de Nur ad-Din.
No ano seguinte Nur ad-Din capturou o castelo de Artésia do príncipe da antioquia e
assimilou terras até o Egito, seu sucessor o conhecido Saladino continuo a reconquistar
territórios e expulsar cristão da região, deixando-os limitados a algumas regiões costeiras.
A segunda expedição das cruzadas foi um fracasso, não conseguiram reconquistar Edessa,
deixaram o reino de Jerusalém politicamente mais fraco e facilitaram as alianças das
cidades árabes. A única vitória cristã foi na retomada de Lisboa em 1147 sobre a
solicitação de Dom Afonso Henriques primeiro rei de Portugal e evitar a tomada de
Jerusalém por uma geração.
3.4 Terceira Cruzada:
Em 1187 Saladino, Sultão do Egito, venceu os cristãos na guerra de Hattin, e com sua
vitória conquistou Jerusalém.
Assim como as expedições anteriores a terceira cruzada conhecia como cruzada dos reis,
foi organizada a pedido do papa Gregório VIII, ela foi marcada pela maior tolerância
entre os lideres cristãos e mulçumanos, e também pelo surgimento dos cavaleiros
teutônicos.
Em reposta ao apelo do papa, Frederico Barba Ruiva do sacro império germânico, Ricardo
Coração de Leão da Inglaterra e Felipe Augusto da França reuniram seus exércitos e
partiram rumo a terra santa. Frederico Barba Ruiva tomou o caminho por terra a margem
do rio Danúbio, durante o percurso conquistou Konya, mas no decorrer da expedição
morreu afogado durante seu banho num rio ao redor da Cilicia (a quem diga que foi de
epilepsia ou porque a armadura estava muito pesada e ele não pôde suportar o peso). Com
a perda do líder boa parte do exército germânico desistiu da empreitada e como seu
sucessor Frederico da Suábia, ainda não tinha um poder de liderança forte o suficiente
ficou com apenas alguns remanescentes, (o sucessor do Barba Ruiva também morreu
durante a terceira cruzada).
Ricardo coração de Leão e Felipe Augusto iniciaram a expedição pela Sicília em 1190,
onde saquearam algumas cidades e seguiram até a terra Santa pelo mar. O líder Britânico
teve alguns “problemas” com as embarcações e levou dois meses a mais que o rei francês
para chegar à Palestina. Durante este tempo conquistou algumas ilhas nas regiões (como
a de Chipre) inclusive ilhas Bizantinas.
Com a chegada dos britânicos ao Acre, os cruzados conseguiram sitiar a cidade e em julho
de 1191, obtiveram a primeira vitória ao reconquistar a região. A pesar do sucesso, Felipe
Augusto da França teve que voltar ao seu reino por supostos problemas de saúde, jurando
não atacar as terras de Ricardo (mas ele não cumpriu com o tratado).
O rei Inglês continuo na palestina, a pesar de sua coragem suas tropas agora sem o apoio
de Felipe e de grande parte do exército alemão não possuíam homens suficientes para
sitiar a terra santa. Com o exército enfraquecido o Rei Ricardo Coração de Leão e o Sudão
Saladino firmam um acordo diplomático, no qual relata que Jerusalém pode permanecer
nas mãos dos mulçumanos, no entanto deve permitir a entrada dos peregrinos cristão
desde que desarmados. Os cruzados mantiveram a área conquistada consolidando os
estados cristão no oriente.
A pesar de não conseguir o principal objetivo da terceira cruzada que era a reconquista
de Jerusalém, Ricardo ganhou prestígio e respeito do povo cristão, o mesmo ocorreu com
Saladino que foi transformado em herói no oriente, ambos os líderes foram engradecidos
por sua tolerância.
3.5 Quarta Cruzada:
A quarta cruzada também chamada de cruzada comercial ocorreu ente 1202 e 1204, foi
incentivada pelo papa Inocêncio III, com o intuito de reconquistar Jerusalém que havia
sido tomada por Saladino, no entanto a quarta cruzada nem se aproximou ao seu objetivo.
Vários grandes senhores juntaram suas tropas para o ataque se reuniram na cidade de
Veneza onde fizeram acordos para que os comerciantes da região patrocinassem a
expedição. Ao chegarem para atravessar Veneza foram cobrados grandes impostos das
tropas e com pouco ou sem condição de pagar o que estava sendo pedido os cruzados
instigados pelo Duque Enrico Dandolo, se uniram aos comerciantes e decidiram atacar o
porto de Zara, para poder saquear e arrecadar recursos suficientes para as expedições.
Zara havia sido em expedições anteriores uma das cidades a se unir com as cruzadas e
batalhar em prol dos cristãos e por isso deveria ter uma imunidade aos ataques das
cruzadas, no entanto não foram escutados, após saquear a região as tropas viram que não
era suficiente, então instigados novamente pelos comerciantes de Veneza que queria ter
os maiores negócios entre o ocidente e oriente decidiram atacar seus irmãos cristãos: o
império bizantino, em Constantinopla.
Há relatos que dizem que as cruzadas atacaram Constantinopla porque Aleixo IV pediu
ajuda, já que Aleixo III havia tomado o trono de seu pai Isaque II, então as cruzadas
atacaram Constantinopla para ajudar o rei.
Em 1203 houve o primeiro ataque a Constantinopla, onde eles tentaram incendiar a
cidade, e no segundo grande ataque em 1204, os cruzados finalmente invadiram a cidade
e fizeram o famoso saque de navios com ouro, pratas, joias e relíquias sagradas. Foi um
show de horrores com muito sangue derramado e os supostos cristão das cruzadas
mantiveram grande hostilidade para com seus irmãos bizantinos.
Com o processo de invasão a Constantinopla, o império Bizantino perdeu sua unidade
territorial que séculos depois seria controlada pelo império turco – otomano (1453). Por
fim a quarta cruzada não teve nenhum cunho religioso, após todos os saques as tropas
retornaram as suas cidades para vender as riquezas roubadas.
3.6 Cruzada das crianças:
As cruzadas das crianças também conhecida como cruzada dos inocentes é uma história
que está entre a fantasia e a realidade, pois não foi comprovado que os integrantes eram
realmente crianças.
Segundo cronistas da época a versão oficial conta que Estevão de 12 anos, foi até a França
para entregar uma carta ao rei Felipe Augusto, na qual relatava que teve a visita do próprio
Jesus Cristo e fora incumbido a organizar uma expedição para Jerusalém para expulsar
os mulçumanos da terra santa, no entanto a tropa deveria ser formada apenas de crianças,
por serem puras de coração. O rei Felipe se assustou e após conselhos foi orientado a
mandar Estevão de volta a casa.
A cruzada se deu início em 1212, após se ter difundido a lenda de que as crianças são as
únicas que podem salvar o sepulcro sagrado, pois são isentas de pecados e protegidas por
Deus, não se sabe de onde essa lenda surgiu, no entanto, o fato é que foi relatado que um
rapaz conduziu um vasto grupo de crianças menores de idade ao sul da Europa,
marchando com o objetivo de retomar a terra santa.
Alguns historiadores sugerem que os cruzados de 1212 não eram apenas crianças, mas
milhares de camponeses, mulheres e mendigos e doentes (pessoas a margem da
sociedade) que buscavam redenção e estavam suscetíveis a pregadores messiânicos.
Outros apontam que na verdade essas crianças seriam jovens homens, pois o conceito
crianças naquele tempo era muito diferente de hoje, e a palavra latina pueri que aparece
nos relatos pode ser o termo que se refere a jovens.
O conto relata que milhares de crianças se aderiram à causa. Depois de peregrinar em
direção a sul do continente, ao chegarem no mar mediterrâneo, o líder e sua tropa
esperaram o milagre das aguas se abrirem, no entanto, não ocorreu e ele acabou aceitando
a oferta de mercadores que se ofereceram levar os cruzados em navios para a terra santa,
poucos jovens sobreviveram a viajem e os que chegaram a terra vivos se tornaram
prisioneiros e escravos dos árabes.
3.7 Quinta Cruzada:
Após o fracasso da 4ª cruzada o papa Inocêncio III mais uma vez pediu em 1215 uma
investida de uma 5ª cruzada para retomar a terra santa. No IV concilio de Latrão, onde
estavam reunidas grades religiosos e laicos de diferentes regiões para discutir sobre a
igreja católica, o papa pediu mais uma vez formação dessa expedição para o oriente.
Morrendo em 1216, o papa não presenciou o desenvolvimento da quinta cruzada, a pesar
do apelo para boa parte dos nobres europeus houveram poucas adesões, o responsável
pelo desenvolvimento da 5ª cruzada acabou sendo o sucessor do papa , Honório III. Em
1217 o exército foi formado sobre a liderança de: André II, rei da Hungria; Leopoldo VI,
duque da Áustria; Jean de Brienne, considerado por eles rei de Jerusalém; e Frederico II,
do Sacro Império Romano-Germânico, após formado o exército os novos cruzados se
reuniram na Itália.
Em abril de 1218 os cruzados já estavam na região de São João D’Acre, de onde partiriam
para o conflito direto com os mulçumanos. Após uma reunião a liderança militar decidiu
atacar o Egito, pois era um ponto estratégico fundamental para a reconquistar Jerusalém,
um mês após sua chegada as tropas partiram para o Egito, atacando primeiramente
Damietta, uma cidade que poderia oferecer acesso a Caito, o grande objetivo militar. Após
o primeiro confronto chegaram as tropas do Cardeal Pelágio, um representante espiritual
direto do papa no campo de batalha, isso animou o exército. Durante estas primeiras
batalhas os cruzados se deslocaram com força contra as tropas do sultão que não tiveram
escolha além de reforça sua defesa para retardar o avanço cristão. A pesar do esforço, um
dos emires que apoiavam o Sudão Al-Kamil, o traiu e assim os cruzados conquistaram o
primeiro território do Egito.
Observando a situação desfavorável, os egípcios ofereceram uma boa parte do território
de Jerusalém para os cruzados, os deixarem em paz. Entretanto o cardeal Pelágio recusou
a oferta esperando a chegada dos novos reforços, confiando assim que poderia conquistar
um território muito maior para os cristãos. No entanto algo não planejado ocorreu, o rio
Nilo secou, a cidade estratégica de Damietta que daria a vitória a eles se tronou um lugar
de fome e miséria, juntamente com isso como a cidade não foi entregue a nenhum dos
barões, o Cardeal não tinha uma autoridade militar para resolver questões práticas,
deixando assim todo o lugar em desordem.
Mediante toda aquela situação, de indecisão do exército cristão os árabes conseguiram se
reorganizar, no momento em que os conflitos começaram os árabes abriram vários canais
que inundaram os caminhos de rota do exército durante a cheia do rio Nilo, ironicamente
a agua, o que era a riqueza da região foi responsável da miséria militar dos cristãos.
Desorganizados e desnorteados, os exércitos europeus resolveram bater em retirada,
assim houve uma negociação que permitiu a saída pacifica dos cristãos se houvesse uma
trégua com o Egito pelos próximos 8 anos.
Por fim a quinta cruzada também foi um fracasso e acabou sendo decepcionante, pois, os
árabes ofereceram o objetivo da cruzada e eles recusaram, ao chegar na Europa o papa
atribuiu a derrota Frederico II e o excomungou.
3.8 Sexta Cruzada:
O Frederico II que perdeu a guerra da quinta cruzada e foi excomungando, queria tomar
posse de seus direitos como herdeiro de Jerusalém e então convocou mais uma vez a
cruzada em 1227. Entretendo Frederico II que tinha uma atração pela religião Islâmica
queria resolver as questões por meio de diálogos, a excomunhão teve graves
consequências na autoridade de Federico, principalmente para organização das cruzadas
que partiriam no verão de 1228, porém sem nenhum apoio dos reis cristãos. Ele tinha
esperança de ser bem-sucedido e se livrar da excomunhão.
Enquanto ele avançava rumo ao oriente suas tropas diminuíam gradativamente por conta
da excomunhão ele perdeu o apoio de muitos integrantes das cruzadas. O pequeno
exército que sobrou para combater no oriente teve a ajuda dos cavaleiros teutônicos.
Quando finalmente chegou ao oriente o imperador agiu de acordo sua convicção e trocou
a guerra pelo dialogo, mais uma vez o papa reprovou sua ação e o excomungou por
segunda vez. Os mulçumanos ficaram admirados ao ver o conhecimento que Frederico
tinha sobre sua religião e cultura dando início a uma grande admiração por ele. Tal fato
foi fundamental para que realmente houvesse o dialogo desejado. Utilizando de
diplomacia e aproveitando -se das desavenças entre os sultões de Damasco e Egito ele
firmou um tratado conhecido como “tratado de jafan”(1229) com Malik el Kamil sultão
do Egito estabelecendo soberania cristã nos territórios de Acre, Jafa, Sidon, Nazaré,
Belém e Jerusalém por um período de dez anos.
O tratado permitiu aos cristãos um vasto território que lhes concedia acesso ao mar, e
enquanto isso os mulçumanos tinham seu direito ao culto respeitado na cidade sagrada.
Como Frederico sabia que nenhum sacerdote da igreja iria lhe consagrar rei, ele mesmo
se coroou rei de Jerusalém, porém como seu relacionamento com a igreja estava afetado
ele teve que retornar ao trono da Germânia pois tinha medo de perder o trono para as
cruzadas convocadas pelo papa. Enquanto isso, no Oriente os cristãos mantinham a
soberania no território mesmo com o rei não presente, todavia em 1244 foram atacados
em Gaza e terminaram por perder os Santos Lugares.
3.9 Sétima Cruzada:
Após cumprir os 10 anos do tratado de Jafa os conflitos retornam a região da terra santa
em 1244 os mulçumanos dominam Jerusalém novamente, o objetivo da sétima cruzada
era mais uma vez recuperar a terra santa de Jerusalém.
Ricardo de Cornulha e Teodoro IV de Champanhe liderava expedição militar cristã, com
poucos homens e recursos, foram para a santa Terra para reforçar a presença cristã nos
lugares santos. Em 1244 o papa Inocêncio IV abriu o concilio de Lyon, pedindo ajuda
com a questão de Jerusalém o rei da França Luís IX, se ofereceu para ajudar os cristãos
no levante, seu planejamento era ir rumo ao Egito caminho mais estratégico para chegar
a Jerusalém.
Em 1248 o Rei da França conseguiu reunir uma tropa com 35 mil homens, neste momento
está ocorrendo em paralelo permutações no oriente causadas pelos mongóis, O Rei Luís
se aproveita disso e avança desde Aigue – Morte para o Egito. No ano seguinte 1249 o
exército de cruzados retomou a região de Damietta, a qual seria utilizada mais tarde como
base militar para dominação da palestina.
Em 1250, os cristãos quase conquistaram o Cairo, mas foram surpreendidos pela
inundação do rio Nilo, se aproveitando disso os mulçumanos se apoderam das previsões
alimentares dos cruzados, o que provocou fome e doenças no exército.
A consequência dessa derrota foi a perda de boa parte do território já conquistado, muitos
cristãos foram presos, inclusive o Rei Luís IX, foi levado cativo pelos mulçumanos
quando chegou em Masurá, mas foi liberado após um pagamento de resgate no qual
devolveu Domietta e pagou 800 mil peças de ouro aos mulçumanos. Enquanto esteve
preso, o irmão de Luís IX, Roberto de Artois, tentou reconquistar Domietta por meio de
combate, mas foi derrotado por sua imprudência.
Após ser liberado o Rei Luís IX ficou na terra santa durante 4 anos. Só deixou a palestina
em 1254, depois de conseguir recuperar todos os demais prisioneiros cristãos e de ter
incluindo um esforço na fortificação das cidades francas.
3.10 Oitava cruzada:
No oriente médio, genoveses e venezianos entravam em conflito de interesses comercias,
além dessas disputas haviam também as contendas politicas fazendo com que os cristão
entrassem em guerra entre eles. Em paralelo a isso os cristãos se viram ameaçados quando
os turcos e seus exércitos mamelucos se viram obrigadas a avançar pelo oriente médio
pois estavam sendo pressionados em seus territórios pelos ataques dos mongóis baixo a
liderança de Gêngis Khan.
Em 1270 com toda a ameaça que os cristãos estavam sofrendo o rei Luís IX da França
decidiu retomar as cruzadas, para reforçar a presença dos cristãos no oriente médio, e no
dia 2 julho daquele mesmo ano, a tropas francesas partem desde Aigues-Mortes
marchando em direção ao oriente médio, dando início a 8ª cruzada, desembarcou no Egito
para combater as tropas do sultão Bibars. Enquanto os cristãos confiavam em converter a
região com armas os mulçumanos apostavam na resistência.
Após o ataque ao Egito, as tropas francesas chegaram até a Tunísia, onde foram
violentamente recebidas pelas tropas do sultão Maomé. Não bastando o desgaste natural
os soldados foram acometidos de uma peste que ceifou um número ainda maior de vidas,
incluindo o rei e um de seus herdeiros. Ele foi canonizado e se tornou São Luís. Deste
modo a permanência do exército se tornou insustentável, então ainda naquele ano o
príncipe Felipe, o audaz, filho de Luís conseguiu negociar a saída pacífica dos cristãos da
região e retornou a França para ser corado rei.
Mais uma vez a cruzada foi um fracasso, e essa foi a última cruzada oficial, após isso toda
e qualquer guerra em favor da igreja era considerada uma cruzada.
3.11 Nona cruzada:
No ano de 1271, uma nova Cruzada foi preparada pelo Príncipe Eduardo da Inglaterra.
De fato, em virtude de sua curta duração e própria ineficácia, a Nona Cruzada é vista por
muitos estudiosos como uma espécie de continuação da Oitava Cruzada. Na verdade, as
tropas do monarca inglês que se dirigiram até à região de Túnis estavam atrasadas e, por
tal razão, não chegaram a tempo de auxiliarem os soldados do rei francês Luís IX,
principal líder da oitava cruzada.
Chegando ao Oriente Médio, os soldados de Eduardo se situaram na região de São João
d’Acre, um dos territórios próximos a Jerusalém que tinham sido dominados pelos sultões
mamelucos. Desde 1268, o sultão Bybars havia conquistado aquele espaço e ameaçava
seriamente a hegemonia dos cristãos. Com isso, a Nona Cruzada pretendia impor a
conversão religiosa dos muçulmanos ali situados para que a Terra Santa se preservasse
enquanto domínio cristão.
Consolidando algumas alianças militares junto aos inimigos do sultão, o príncipe Eduardo
I conseguiu derrotar as forças inimigas e ter um resultado satisfatório nas batalhas
inicialmente travadas. A vitória foi logo seguida por uma investida de soldados italianos
que atacaram outras regiões do Oriente Médio com o objetivo de dizimarem populações
muçulmanas. Deste modo, a Nona Cruzada ficava em aberto, mediante o desejo dos
sultões em se vingarem da ação violenta dos exércitos cristãos.
No ano de 1282, novos confrontos estabeleceram a expulsão de italianos e ingleses da
Terra Santa, graças à ação de um poderoso exército composto por mais de 200 mil
muçulmanos. A vitória dos sultões determinou a expulsão definitiva dos cristãos do
Oriente Médio e, ao mesmo tempo, empreendeu o fim das inúmeras batalhas que
marcaram o movimento cruzadista.
Curiosidades sobre as cruzadas: Cada vez que se erguia uma grande cruzada, era
necessário reunir riquezas para seu sustento então há relatos que dizem que era comum
eles saquearem e as vezes até matarem judeus, que possuíam grandes riquezas, alegando
que eles mataram o seu Deus.