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Boletim Semanal por
Fábio Carvalho
25/07/2016
Acompanhe também os treinamentos de Agosto Vem aí, III Congresso de
Contabilidade do Sul de Minas
Retenções na Fonte Pagadora: ISSQN, IR, CSLL, PIS/COFINS e INSS e a nova EFD - REINF
Varginha - 06/08/2016 / Horário: 08h ás 17h;
Gestão Financeira de Cálculos (Tesouraria e Cálculos)
Varginha - 10/08/2016 / Datas: 10,17,24 e 31/08 das 19h ás 22h45min;
Assistente Fiscal & Tributário
Varginha - 10/08/2016 / Datas: 10,17,24 e 31/08 das 19h ás 22h45min;
PER/DCOMP e DCTF
Varginha - 13/08/2016 / 8h ás 17h;
Coaching Executivo
Varginha - 13/08/2016 / 8h ás 17h;
Formação do Preço de Venda & Tributação
Santa Rita do Sapucaí - 18/08/2016 / 8h30min às 17h;
Prático de ICMS – Substituição Tributária
Varginha - 18/08/2016 / 8h ás 17h;
PIS e COFINS - Regimes não Cumulativo, Cumulativo e Gerais de Incidência
Varginha - 18/08/2016 / 8h ás 17h;
Planejamento e Controle da Produção - PCP
Varginha - 20/08/2016 / 8h ás 17h;
Formação do Preço de Venda & Tributação
Varginha - 26/08/2016 / 8h ás 17h
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Pressclipping em 25.julho.2016.
"Um negócio que não produz nada
além de dinheiro é um negócio pobre."
(Henry Ford)
III CONGRESSO DE CONTABILIDADE DO SUL
DE MINAS:
https://ipecont.com.br/cursos/corporativo/133-iii-congresso-de-contabilidade-do-sul-de-minas/
Esquema da pirâmide
Herbalife pagará US$ 200 milhões para compensar
consumidores nos EUA
16 de julho de 2016, 10h47
Por João Ozorio de Melo
Em um acordo firmado com a Comissão Federal de Comércio (FTC – Federal Trade Commission) dos
EUA, a Herbalife (Herbalife International of America, Inc., Herbalife International, Inc., e Herbalife, Ltd.)
se comprometeu a pagar US$ 200 milhões para compensar consumidores que enganou com seu esquema
de marketing multinível (que poderia ser classificado como esquema de pirâmide).
A FTC declarou, ao final de suas investigações, que a Herbalife induziu os consumidores a acreditar que
iriam ganhar muito dinheiro atraindo mais pessoas para integrar a rede de distribuidores (ou vendedores)
de produtos dietéticos, suplementos nutricionais e produtos de cuidados pessoais, de acordo com um press
release publicado nessa sexta-feira (15/7) no site da FTC.
Como resultado do acordo, a Herbalife escapou de ser classificada como empresa que opera esquema de
pirâmide, mas se comprometeu a reestruturar suas operações empresariais, o que significa desmontar seu
esquema de marketing multinível (para parar de enganar os consumidores) e montar um sistema normal de
distribuição e venda de seus produtos, em que os distribuidores/vendedores ganham com a venda real de
produtos, não com o recrutamento de outros participantes para comprar produtos.
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O esquema da Herbalife de recrutar distribuidores/compradores para promover seu programa de
marketing, em vez de comercializar seus produtos com base na demanda do mercado, causou danos
econômicos substanciais a muitas pessoas que acreditaram na empresa, diz o press release.
“Daqui para a frente, a Herbalife terá de operar legitimamente, fazendo declarações verdadeiras sobre a
quantia em dinheiro que seus membros poderão ganhar e terá de compensar os consumidores por perdas
que sofreram, como resultado do que acusamos como práticas injustas e enganadoras”, disse a FTC.
Segundo o press release, a Herbalife conclama que as pessoas que participam de sua rede podem deixar
seus empregos, ganhar milhares de dólares por mês, fazer uma carreira de alto nível e até mesmo
enriquecerem. “Mas a verdade é que a grande maioria dos distribuidores que se dedicam ao que acreditam
ser uma grande oportunidade empresarial acabam ganhando pouco ou nenhum dinheiro.”
A acusação da FTC explica que a quantia média que mais da metade dos distribuidores conhecidos como
“líderes de venda” receberam da Herbalife, em 2014, foi de menos de US$ 400. Uma pesquisa revelou que
cada dono de um “Clube de Nutrição” da Herbalife investiu cerca de US$ 8.500 na abertura de um clube,
sendo que 57% desses investidores não tiveram qualquer lucro ou perderam dinheiro.
Há uma minoria de distribuidores que ganham dinheiro, porque eles são bons em recrutar novos
distribuidores que compram os produtos, de forma que não importa se eles vendem alguma coisa ou não.
A reestruturação da empresa deverá prever que os distribuidores só serão compensados por vender
produtos, não por recrutar compradores com promessas de que irão ganhar muito dinheiro.
Segundo a FTC, a maioria dos distribuidores da Herbalife param de fazer pedidos de seus produtos no
primeiro ano de envolvimento com a empresa. E quase a metade deles desiste do sonho de ficar rico e
abandona e empresa a cada ano.
Modelo sólido de negócios Em comunicação à imprensa, a Herbalife afirma que "o acordo é o reconhecimento de que o nosso modelo
de negócio é sólido e reforça a confiança na nossa capacidade de avançar com sucesso". "Caso contrário,
não teríamos concordado com as condições", diz o CEO Michael O. Johnson.
A empresa também ressalta que as condições do acordo aplicam-se apenas às operações da companhia nos
EUA, que representam cerca de 20% das vendas líquidas globais. Como parte do acordo, a
Herbalife concordou em implementar ao longo dos próximos dez meses novos procedimentos e ajustar
algumas normas já existentes.
*Notícia modificada às 11h35 de 17/7/2016 para acréscimo de informações.
João Ozorio de Melo é correspondente da revista Consultor Jurídico nos Estados Unidos.
Revista Consultor Jurídico, 16 de julho de 2016, 10h47
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Saques a descoberto
Santander vai pagar multa de US$ 10 milhões por telemarketing
enganoso
15 de julho de 2016, 14h31
Por João Ozorio de Melo
Para evitar uma ação judicial, o Banco Santander concordou, nessa quinta-feira (14/7), em pagar uma
multa de US$ 10 milhões, como parte do acordo com o Consumer Financial Protection Bureau (CFPB –
Departamento de Proteção Financeira ao Consumidor) dos EUA. O CFPB acusou o banco de cobrar
ilegalmente de seus clientes taxas sobre saques a descoberto (overdraft), um esquema que foi viabilizado
por um serviço de telemarketing enganoso.
O serviço de telemarketing para captar a adesão de clientes ao programa de cobertura de saques a
descoberto foi prestado por uma empresa terceirizada, que fez o que quis, de 2010 a 2014, sob as vistas
grossas do banco. Em alguns casos, a empresa de telemarketing sequer pediu consentimento a clientes
para incluí-los em seu programa Protetor de Contas, informou o CFPB, segundo o The Boston Globe, The
National Law Journal, o site Consumerist e outras publicações.
Ao cobrar US$ 35 por saque a descoberto, o Santander violou as regras federais que, entre outras coisas,
proíbem os bancos e cooperativas de crédito de cobrar qualquer taxa sobre saque a descoberto sem
“consentimento afirmativo” do cliente. Sem esse tipo de consentimento, os bancos e cooperativas de
crédito não podem autorizar saques a descoberto em caixas eletrônicos (ATMs) ou transações com cartão
de débito, para depois cobrar a taxa.
Em outros casos, os representantes do serviço de telemarketing garantiram aos clientes que o serviço de
saque a descoberto era gratuito e muitos deles demoraram a descobrir que estavam pagando centenas de
dólares em taxas.
Outros representantes teriam garantido aos clientes que não pagariam qualquer taxa, se eles cobrissem o
saque a descoberto dentro de cinco dias. Em outros casos, disseram aos clientes que só pagariam taxas
sobre transações de emergência apenas e que compras que não fossem de emergência não seriam taxadas.
Segundo o CFPB, alguns representantes da empresa de telemarketing garantiram a clientes que só seriam
cobradas taxas sobre saques a descoberto se eles não optassem (opt-in) pelo serviço Protetor de Contas.
Em alguns casos, os representantes pediam ao cliente autorização para lhes enviar por correio o material
promocional do programa. E, obtida a autorização, lhes pediam os últimos quatro números do Social
Security (que corresponde ao CPF, no Brasil), o que era suficiente para inscrever um cliente no programa,
mesmo sem seu “consentimento afirmativo”.
A acusação do CFPB declara que, para estimular a captação de clientes para o programa, o Santander
premiava a empresa de telemarketing com um pagamento maior por hora, se ela conseguisse captar um
certo número de clientes em determinado período.
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Ao fazer o anúncio, o CFPB pediu aos bancos que supervisem o trabalho das empresas terceirizadas que
contratam para prestar serviços de telemarketing na venda de proteção de contas em que os clientes fazem
saques a descoberto. Com isso, deu a entender que o Banco Santander serviu de boi de piranha, ao receber
uma punição exemplar que serviria de mensagem para todos.
Em um relatório recente, o CFPB destacou que, em 2015, os bancos obtiveram receitas de US$ 11,16
bilhões em taxas sobre saques a descoberto ou sobre cheques sem fundos. Isso representa 8% da renda
líquida total dos bancos incluídos no relatório ou 5,5% dos lucros antes da tributação dos mesmos bancos
(tecnicamente, receita líquida total antes da tributação e de itens extraordinários). Representa, ainda,
65,3% (ou quase dois terços) de toda a receita com taxas de contas de depósito dos clientes.
No relatório, o CFPB declara que, no momento, está examinando com mais cuidado as práticas dos bancos
no que se refere a saques a descoberto e promete analisar mais profundamente os dados colhidos, para
melhor monitorar e entender os programas de saque a descoberto no mercado, a fim de proteger o
consumidor.
O Santander, por sua vez, lamentou que a firma de telemarketing não seguiu suas orientações, embora
admita que não supervisionou suas operações como deveria. Anunciou que cancelou o contrato com a
firma de telemarketing e que está implementando controles adicionais para assegurar um supervisão mais
eficaz das firmas terceirizadas no futuro.
João Ozorio de Melo é correspondente da revista Consultor Jurídico nos Estados Unidos.
Justiça põe no banco dos réus irmãos Schincariol,
por sonegação de R$ 2 bi
Fernando e Caetano Schincariol, da Cervejaria Malta, presos desde maio, são acusados por fraude
processual, falsidade ideológica e organização criminosa
A Justiça Federal em Assis (SP) recebeu denúncia da Procuradoria da República e abriu ação criminal contra
os irmãos Fernando Machado Schincariol e Caetano Schincariol Filho – proprietários da Cervejaria Malta
– por organização criminosa, falsidade ideológica, fraude processual e sonegação de tributos que totalizam
cerca de R$ 2 bilhões.
As informações foram divulgadas no site do Ministério Público Federal. (Autos nº 0000796-
92.2016.4.03.6116. Consulte o andamento processual em: http://www.jfsp.jus.br/foruns-federais/)
Por ordem da Justiça Federal, os irmãos Fernando Machado Schincariol e Caetano Schincariol Filho –
proprietários da Cervejaria Malta – estão presos preventivamente desde maio deste ano. Marcos Oldack
Silva está preso desde 7 de junho.
A denúncia contra os irmãos Schincariol foi recebida pelo juiz federal Luciano Tertuliano da Silva.
Outros quatro acusados – o advogado Mauro Henrique Alves Pereira, o contador Marcos Oldack Silva, o
ex-policial militar Edson de Lima Fiúza e a empresária Roberta Silva Chacon Pereira – também responderão
pelos mesmos crimes atribuídos aos Schincariol.
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Segundo a denúncia, os réus ‘montaram uma organização criminosa estável por mais de 10 anos’.
O grupo, segundo o Ministério Público Federal, agia por meio de diferentes artifícios. “Recentes sentenças
em processos de reclamações trabalhistas reconheceram a ‘associação’ da Cervejaria Malta a outras quatro
empresas de ‘fachada’, as distribuidoras de bebidas Oeste Beer, Corner Beer, VMX e a transportadora COC,
que se sucediam frequentemente, trocando empregados entre si, para deixar de assumir obrigações
trabalhistas.”
Segundo a acusação da Procuradoria da República, as empresas de ‘fachada’ e os demais envolvidos
circulavam valores pela venda das bebidas produzidas pela Malta, como forma de driblar o necessário
pagamento do passivo tributário bilionário da cervejaria.
A frota de veículos também era passada de uma empresa a outra, uma vez que a companhia tinha ordem
para se desfazer de bens móveis e as contas bloqueadas para pagar dívidas por causa das autuações
constantes do Fisco e das correspondentes condenações penais e fiscais, o que já rendeu uma outra
condenação à empresa. A cervejaria Malta tem, por exemplo, 26 execuções fiscais em andamento.
“Os réus montaram harmoniosa e estruturada organização voltada a propiciar à Cervejaria Malta
mecanismos patrimoniais e financeiros à continuidade de suas atividades, com finalidade específica de
cometimento de crimes”, sustentam os procuradores da República Célio Vieira da Silva e Diego Fajardo
Maranha Leão de Souza, autores da denúncia.
A reportagem encaminhou e-mail para a assessoria da Cervejaria Malta, mas ainda não obteve retorno.
Fonte: jornal o Estado de São Paulo
Simpatia ao terror
PF prende 10 acusados de planejar atentado terrorista
nas Olimpíadas
21 de julho de 2016, 12h43
A Polícia Federal cumpriu na manhã desta quinta-feira (21/7) 10 mandados de prisão temporária de
brasileiros suspeitos de planejar um atentado terrorista nas Olimpíadas. As ordens (12, no total) foram
emitidas pela 14ª Vara Federal de Curitiba e executadas em 10 estados.
Eles foram detidos temporariamente por 30 dias (prorrogáveis por mais 30) com base na recente Lei
Antiterrorismo (Lei 13.260/2016). Os crimes de que são acusados estão previstos nos artigos 3º
(“promover, constituir, integrar ou prestar auxílio, pessoalmente ou por interposta pessoa, a organização
terrorista”) e 5º (“realizar atos preparatórios de terrorismo com o propósito inequívoco de consumar tal
delito”).
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Os investigadores acreditam que os detidos fazem parte de uma célula do grupo terrorista Estado Islâmico
no país. Informações obtidas pela PF a partir da quebra de sigilo telefônico e de dados revelaram indícios
de que os suspeitos manifestam intolerância racial, de gênero e religiosa.
Além disso, os arquivos apontam que eles planejam ações com armas e emprego de táticas de guerrilha.
Em entrevista coletiva, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, afirmou que os suspeitos estavam em
contato com um vendedor do Paraguai para comprar fuzis AK-47.
Moraes também destacou que nunca houve um encontro de todos os suspeitos, mas que eles se
comunicavam frequentemente pelos aplicativos de troca de mensagens WhatsApp e Telegram. De acordo
com o ministro, houve ordem de líderes do Estado Islâmico para que os acusados iniciassem treinamentos
de tiro e artes marciais. O processo tramita em segredo de Justiça. Com informações da Assessoria de
Imprensa da JF-PR.
Revista Consultor Jurídico, 21 de julho de 2016, 12
Violação de direitos
Banco é condenado por negar empréstimo a cliente por ele ser
"velho"
16 de julho de 2016, 15h31
A idade avançada de uma pessoa não pode ser usada pelo banco como argumento para negar um
empréstimo, pois isso é um ato de discriminação e exclusão social. O entendimento do desembargador
Roberto Mac Cracken, seguido por unanimidade pela 22ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de
Justiça de São Paulo, foi aplicado para condenar uma instituição financeira a indenizar um idoso em R$ 30
mil.
O autor da ação teve seu pedido de empréstimo negado pelo banco porque foi considerado velho pela
instituição financeira. “Em virtude da idade do sr. (...) não poderemos atender a solicitação abaixo”, disse
a instituição financeira à época. O pedido foi deferido em primeira instância, que estipulou indenização de
R$ 3 mil. As partes apelaram.
No recurso, o banco alegou que não poderia ser parte no processo, pois não fez parte da relação jurídica.
Na 22ª Câmara, o desembargador Roberto Mac Cracken afirmou que ficou caracterizada ofensa aos
artigos 4º e 5º do Estatuto do Idoso, o que gera o dever de indenizar.
O artigo 4º determina que "nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação,
violência, crueldade ou opressão" e que é dever de todos prevenir a ameaça ou a violação dos direitos das
pessoas nessa faixa etária. Já o dispositivo seguinte complementa detalhando que, se as delimitações
citadas anteriormente forem descumpridas, tanto as pessoas físicas quanto as jurídicas poderão ser
responsabilizadas.
Mac Cracken também destacou que o recurso do banco, em momento algum, refutou a tese de abuso na
conduta junto ao idoso. “O banco apelante apenas alega de forma genérica sua ilegitimidade de parte,
tentando sustentar, sem provas, que o crédito consignado solicitado pelo autor apelante não teria sido
objeto de suposta cessão de operações de crédito consignado.”
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“A senilidade não pode, jamais, ser usada, como fez o banco apelante, como subterfúgio para atos
discriminatórios, pois a situação fática retratada configura, ainda que de forma indireta, exclusão do
sujeito de direitos, em tal fase de sua vida, do convívio social, o que não pode ser tolerado”, destacou o
relator ao condenar o banco. Com informações da Assessoria de Imprensa do TJ-SP.
Clique aqui para ler o acórdão. Apelação 1000147-22.2016.8.26.0269 =mRevista Consultor Jurídico,
16 de julho de 2016, 15h31
Interesse público
Justiça Federal cassa passaporte diplomático de filho de Eduardo
Cunha
19 de julho de 2016, 14h31 - Por Pedro Canário
A Justiça Federal em São Paulo suspendeu a concessão de passaporte diplomático para Felipe Dytz
Cunha, filho do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Em liminar desta terça-feira (19/7), o juiz Tiago
Bologna Dias, substituto na 21ª Vara Federal Cível de São Paulo, afirma que houve “evidente desvio de
finalidade” na emissão do documento pelo Ministério das Relações Exteriores ao filho do ex-presidente da
Câmara dos Deputados.
Segundo o Itamaraty, o passaporte foi emitido porque, “não havendo normas específicas” sobre sua
emissão a “dependentes de autoridades”, deve ser seguida a regra da Orientação Normativa 3/2015 do
Ministério do Planejamento. Ela diz que podem ter passaporte diplomático os dependentes menores de
idade de autoridades. Caso sejam maiores, podem continuar usando caso tenham menos de 24 anos, não
exerçam atividade remunerada e estejam matriculados em instituição de ensino.
No entanto, o juiz Tiago Dias afirma que “é evidente que a finalidade dessa cláusula não é conferir
privilégio a familiares de agente político para fins privados, mas sim prestigiar a reunião familiar em
viagens deste, vale dizer, contemplar seus familiares sob guarda, dependência e coabitação quando se
encontre em viagem internacional, para que mantenham o mesmo vínculo existente no Brasil a despeito da
atuação no exterior”. Para o magistrado, “o que se tem é norma de exceção”.
A cassação do passaporte foi pedida pelo advogado Ricardo Amin Abrahão Nacle em ação popular.
Também foi ele quem pediu a devolução dos passaportes diplomáticos dos pastores evangélicos RR
Soares e Samuel Cássio Ferreira. O passaporte de RR Soares foi cassado no início de julho deste ano, pelo
juiz federal Tiago Bologna Dias.
Dias também concordou com Nacle no caso do filho de Eduardo Cunha. Segundo ele, a regra do
Ministério do Planejamento “não impede seu uso em descompasso com viagens de agente público ou a
familiares que não estejam sob guarda de fato”.
“Não se concebe qual o interesse público em conferir facilidade de entrada em país estrangeiro de familiar
de agente público desacompanhado deste agente, ou em propiciar reunião familiar no exterior quando esta
não se verifica de fato sequer no Brasil”, escreveu o magistrado.
E mesmo que a regra do Planejamento fosse aplicável à questão, continua o juiz, Felipe Cunha não se
enquadraria nos critérios. Segundo dados da Receita Federal citados na decisão, Felipe é sócio e gerente
de duas empresas — portanto, exerce atividade remunerada.
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Ação Popular 0015333-44.2016.4.03.6100 - Pedro Canário é editor da revista Consultor Jurídico em
Brasília.
Revista Consultor Jurídico, 19 de julho de 2016, 14h31
Disputa por guarda de animais ganha força no
Judiciário
Nos últimos meses precedentes alimentam a ideia de consciência
animal, superando a ideia de que animais são meros 'objetos do
direito'.
Publicado por Lucas Domingues - 2 dias atrás
É claro que este é um ponto controverso no nosso Direito, não cabendo a mim aqui (e a vocês nos
comentários) pacificar algo que está longe de ser unanimidade. Porém, para muita gente (me incluo nesse
grupo), os animais nunca foram objetos do direito, os tradicionais semoventes¹ do Art. 82 do Código Civil.
Segundo a corrente do bem-estar animal, eles são seres sencientes dotados de sentimentos, o que já é
reconhecido no meio científico e da medicina veterinária, tendo respaldo legal em alguns países
vanguardistas como França e Nova Zelândia, ou precedentes de valor como na Argentina.
O nosso Direito conservador, baseado em grande parte num legislativo cético quanto a grandes mudanças,
não trata os animais como seres sui generis, capazes de se desgarrar de um tratamento distinto de um
objeto qualquer².
Felizmente nosso Judiciário vem tratando com olhares mais cuidadosos nossos bichinhos, dividindo
guardas, definindo visitas e abraçando de sobremaneira a relação "homem-animal" num aspecto mais
humanista, com afeto e respeito.
Santa Carina
Recentemente um magistrado da 7ª Vara Cível de Joinville entendeu que cão não é objeto, remetendo a
disputa pelo animal para a Vara da Família.
Nas palavras do juiz Leandro Katscharowski: "Quem sabe se valendo da concepção, ainda restrita ao
campo acadêmico, mas que timidamente começa a aparecer na jurisprudência, que considera os animais,
em especial mamíferos e aves, seres sencientes, dotados de certa consciência", o juiz da Vara de Família
poderia julgar a demanda de maneira mais adequada.
São Paulo
10
Por sua vez, o juiz Fernando Henrique Pinto, da 2ª vara de Família e Sucessões de Jacareí/SP concedeu
liminar para regulamentar a guarda alternada de um cachorro entre seus donos. A decisão reconhece os
animais como sujeitos de direito nas ações referentes às desagregações familiares. Não se compara um
animal ao filho, de modo a aplicar totalmente o instituto previsto no art. 1.583 do Código Civil, mas sim
de entender o animal como ente incapaz (e de fato, um cão doméstico o é.
É totalmente dependente de seu dono). Afirma o magistrado, que "por se tratar de um ser vivo, a sentença
deve levar em conta critérios éticos e cabe analogia com a guarda de humano incapaz."
No caso, um casal estava em processo de dissolução conjugal e, provisoriamente, a guarda do cão fora
fixada em alternada: uma semana de permanência na casa de cada um.
Rio de Janeiro
Outro caso, mais antigo, da Justiça do Rio de Janeiro também abraçou a corrente protetiva do bem-estar
animal. Um yorkshire foi levado à juízo, na própria audiência de disputa de sua guarda, na qual resultou
num acordo entre as partes para dividir a convivência com o animalzinho. Esses entre outros casos que
começam a surgir no nosso direito, vem como consequência natural da proteção ao meio-ambiente, do
respeito ao animal e ao espaço que outro ser vivo ocupa na família.
Na humilde opinião deste acadêmico, não é mera coincidência o art. 225 da Constituição Federal trazer os
paradigmas da proteção ambiental, sendo seguido pelo art. 226 da Carta Magna que cuida da família.
São institutos indissociáveis, que vivem e convivem na prática, que merecem serem vistos como uma só
coisa, ou de nada valeriam os adesivos com pai, mãe, crianças e seu cãozinho no porta-malas de um carro.
A sociedade abraça o animal, abraça o amor. Então Direito, abraçais também nossos animais...
Referências Bibliográficas
[1] LEVAI, Laerte Fernando. Direito dos animais. Campos do Jordão: Editora Mantiqueira, 2004.
[2] SILVA, José Afonso da. Direito Ambiental Constitucional. São Paulo: Malheiros, 2009.
Carestia
Em 2000, pão custava R$ 0,05
Panfleto de supermercado mostra preços de vários produtos há 16 anos; quanta diferença...
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Curiosidade. Panfleto de supermercado de 2000 causou alvoroço no Facebook por mostrar realidade de
preços bem diferentes com a que vivemos hoje no país
PUBLICADO EM 21/07/16 - 03h00, Juliana Gontijo
Se você pegar um panfleto com ofertas do ano de 2000, possivelmente você vai se assustar ao comparar os
preços daquele ano com os praticados hoje. É o caso do pão francês que teve alta de 980%. O anúncio em
questão foi publicado no Facebook no último dia 12 e teve repercussão com 12 mil curtidas até essa
quarta-feira (20), mais de 3.000 compartilhamentos e muitos comentários. Mesmo com efeitos monetários,
e com a melhora do poder aquisitivo do brasileiro, a comparação com os preços de hoje é assustadora. A
maioria dos produtos anunciados no panfleto, curiosamente, subiu mais que a inflação acumulada de
janeiro de 2000 a junho deste ano, que foi de 195,34%. O creme de leite, por exemplo, ficou 263,5% mais
caro. Já o achocolatado teve alta de 505%. (Veja gráfico ao lado).
Apesar dos números assustadores, o coordenador do curso de relações internacionais do Ibmec/BH e
doutor em economia Reginaldo Nogueira, faz algumas ressalvas. “É preciso tomar cuidado com a ilusão
monetária. Não basta olhar o valor nominal”, alerta. Ele ressalta que na análise é necessário considerar o
salário ganho hoje e na época, além da inflação. “Os salários e a inflação estão em descompasso, que se
tornou mais expressivo e, logo, mais evidente, a partir de 2015”, observa. No caso do salário mínimo, o
valor pago em 2000 era R$ 151. Hoje, está em R$ 880, valorização de 482%.
Nesse período, descontada a inflação, o ganho real do salário mínimo foi de 291,32%. Embora a conta
feche favorável para o mínimo, Nogueira ressalta que o problema é que os salários não estão
acompanhando as altas recentes de preços. “O problema não é o mínimo. A renda de várias categorias
vem reduzindo diante do cenário que temos hoje”, disse.
12
Salário
Ganho real tem perdido intensidade
O aumento real do salário mínimo vem perdendo intensidade nos últimos anos, segundo levantamento do
Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Considerando o Índice
Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 11,28%, o aumento real do mínimo em janeiro deste ano foi
de 0,36%. O resultado foi bem inferior ao de 2015, com ganho real de 2,46%. O ganho real recente mais
expressivo foi em janeiro de 2012, com 7,59%.
Diante desse cenário, o coordenador do curso de administração da Newton, Leandro César da Silva,
afirma que é necessário mudar os hábitos de consumo e pesquisar. (JG)
13
“Nossa política fiscal chegou ao limite”
15/07/2016 20:00
// Por: Cláudio Gradilone
Raul Velloso, economista e especialista em contas públicas ( foto: Pedro Carrilho/Folhapress)
Um dos maiores especialistas em contas públicas, Raul Velloso, Ph.D em economia pela Universidade
Yale, acredita que o dia do Juízo está próximo. Não o Final, mas o orçamentário. Em seu livro mais
recente, “O Dia do Juízo Fiscal”, publicado em maio, ele traça um panorama tenebroso das contas
brasileiras após os anos de irresponsabilidade fiscal dos governos do PT. “Batemos no muro”, escreveu
ele. Segundo Velloso, a desaceleração da economia, que diminui as receitas do governo, e a dificuldade
em cortar despesas, tornam improvável uma melhora do cenário antes de quatro anos. E será preciso
enfrentar questões difíceis, como o déficit da Previdência, indo além de soluções cosméticas, mas
alterando os parâmetros da aposentadoria. Mesmo assim, ele avalia que a escolha de uma equipe
econômica comprometida com a solidez fiscal e a volta de palavras como privatização e concessões aos
discursos do governo permitem supor que é possível esperar uma solução, ainda que demorada. Ele falou
com a DINHEIRO:
DINHEIRO – Durante anos, o governo do PT gastou muito dinheiro, o que comprometeu a
qualidade das contas públicas. Em seu livro mais recente, o sr. diz que chegou o dia do “juízo
fiscal”. Chegou a hora de o Brasil deixar de gastar mais do que arrecada?
RAUL VELLOSO – Sim. Nós batemos no muro. Nossa política fiscal chegou ao limite, não há maneira
de os gastos públicos permanecerem na trajetória em que estão. Ou reformamos o Estado, ou nossa
realidade será de alta inflação e crescimento econômico baixo.
DINHEIRO – Por que a crise é tão grave?
VELLOSO – Estamos em um momento em que duas crises nas finanças públicas confluíram. Uma é
conjuntural, de queda de arrecadação devido ao desaquecimento da economia. Outra é estrutural: gastos
que pressionam o Tesouro e são muito difíceis de reverter. Um dos grandes problemas do debate sobre as
contas públicas no Brasil é que não é claro que esses dois problemas são distintos e necessitam de
soluções distintas.
DINHEIRO – Há alguns anos, o Brasil tinha superávit fiscal e isso garantiu o grau de investimento,
que perdemos no ano passado. Como isso ocorreu?
VELLOSO – Se analisarmos a história recente, vemos cinco momentos bem definidos das nossas contas
públicas. Entre 2005 e 2009, a receita do governo federal cresceu muito, cerca de 8,9% ao ano, embalada
pelo alto preço das commodities no mercado internacional. Havia dinheiro para todos. Isso permitiu ao
governo atender às demandas sociais, conceder subsídios e desonerações para empresas que deveriam ser
campeões nacionais, e também pagar as despesas do Bolsa Família. As despesas cresceram 8,7% ao ano
nesse período, praticamente igualando o crescimento das receitas. Isso acabou com a crise de 2009, que
derrubou os preços das commodities. E aí começamos a sofrer o efeito da diferença entre a dinâmica das
receitas e a das despesas.
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DINHEIRO – Por que as dinâmicas são diferentes?
VELLOSO – As receitas são oriundas da arrecadação e dependem da atividade econômica. Quando a
atividade desacelera, as receitas caem imediatamente. Mas as despesas são muito menos flexíveis. A
maioria dos gastos públicos já está pré-contratada por lei, como o reajuste do salário mínimo, a concessão
das aposentadorias, subsídios dedicados a obras. Tudo isso é muito difícil de mudar. Mas essa crise durou
pouco, a economia chinesa se recuperou, os preços das commodities voltaram a subir e conseguimos
elevar as receitas até 2012, o que foi a terceira fase da nossa análise. Nesse momento, o mercado de
commodities iniciou um longo ciclo de baixa e isso desequilibrou o orçamento do governo.
DINHEIRO – Isso dura até hoje?
VELLOSO – Sim, porque a partir desse momento o governo resolveu apostar em políticas contracíclicas,
mas a economia não cresceu. Como resultado, em 2012 e em 2013, as receitas cresceram 2,8% ao ano,
mas as despesas cresceram 6,2%. Em 2014, a turbulência política com a eleição zerou o crescimento e
provocou uma recessão no ano seguinte. Nesse momento, abriu-se um enorme hiato. Entre novembro de
2014 e fevereiro deste ano, as receitas caíram 4,3% ao ano em termos reais, e as despesas subiram 4,2%.
DINHEIRO – Como sair dessa situação? A crise é insolúvel?
VELLOSO – Não, a crise não é insolúvel, mas precisamos acertar no diagnóstico. É preciso separar os
problemas estruturais e os problemas conjunturais. O que é conjuntural não pode ser resolvido com
soluções estruturais, e vice-versa.
DINHEIRO – Como assim?
VELLOSO – Vamos começar pelo principal problema estrutural, que é o déficit da Previdência. A
Previdência precisa de reformas. Qualquer medida estrutural de reforma da Previdência precisa mexer em
pontos fundamentais, como a idade mínima para a aposentadoria. No entanto, o efeito disso não é
imediato. Ao contrário, se começarmos a discutir idade mínima, o impacto no curtíssimo prazo poderá até
ser adverso, estimulando as pessoas a se aposentar para garantir o benefício.
DINHEIRO – Quais os outros problemas estruturais além do déficit da Previdência?
VELLOSO – Há duas questões que precisam ser enfrentadas. Uma delas são os gastos com pessoal, que
são elevados. A manutenção da máquina é muito cara tendo em vista o orçamento do Estado. Outro
problema é a gestão da assistência social, em que os programas são ineficientes e ineficazes, e não
atendem os objetivos a que se propõem. É comum haver duplicidade e superposição de programas. Tudo
isso representa um gasto de dinheiro público, que poderia ser melhor empregado.
DINHEIRO – Os subsídios e desonerações fiscais não ajudaram a construir esse cenário ruim?
VELLOSO – Subsídio é algo que, em muitos casos, faz sentido. Tomemos, por exemplo, o caso do
financiamento da infraestrutura. Investir em infraestrutura é caro, demorado e exige muito capital. Se o
governo não tiver condições de fazer os investimentos e for necessário convocar a iniciativa privada, faz
sentido conceder um financiamento subsidiado, por exemplo. Não é a algo descabido diante de condições
complexas.
DINHEIRO – Por exemplo?
VELLOSO – O mercado não é perfeito todo o tempo. Há falhas de mercado, por exemplo, se o prazo de
maturação de um investimento for longo demais para contar com financiamento privado. Há falhas de
mercado por causa de questões regulatórias. Os exemplos são inúmeros. O governo pode resolver isso
concedendo financiamento em condições vantajosas, inclusive por meio do BNDES. Não há nenhum
problema nisso, desde que o investimento seja necessário e a economia ou a sociedade de fato ganhem
com ele.
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DINHEIRO – Essa é a questão estrutural. E os problemas conjunturais?
VELLOSO – Eles decorrem da desaceleração da economia. Vamos simplificar. Para se financiar, o
governo cobra impostos. Os mais importantes, tanto federais quanto estaduais, incidem sobre a renda das
pessoas e das empresas, sobre a produção e sobre a circulação de mercadorias. Tudo isso depende
basicamente de que a economia se movimente. Quando a atividade econômica desacelera ou encolhe, que
é o que vimos em 2015 e deverá se repetir em 2016, a arrecadação vai diminuir. Já as despesas são menos
flexíveis. Então, temos despesas fixas e uma arrecadação em queda. E não há solução possível no curto
prazo.
DINHEIRO – Por quê?
VELLOSO – Porque, como é difícil reduzir as despesas, a saída para enfrentar o déficit é elevar a receita,
algo pouco praticável em períodos de queda da atividade econômica. E não adianta querer aumentar as
alíquotas de imposto para compensar a queda na arrecadação. O resultado é simples, o governo não vai
encontrar quem pague esse imposto adicional. Esse tipo de solução só se justifica em situações
emergenciais, muito especiais. Na atual conjuntura, elevar imposto é predatório. É algo que se justifica
apenas se o País estiver caminhando para abismo.
DINHEIRO – E estamos?
VELLOSO – Temos uma vantagem. A escolha do Henrique Meirelles para o Ministério da Fazenda é um
bom sinal. Mostra um comprometimento do novo governo com o equilíbrio das contas públicas. Ele
montou uma equipe de pessoas comprometidas com a solidez fiscal.
DINHEIRO – Mesmo com o Congresso discutindo um déficit público de quase R$ 140 bilhões em
2017, após ter aprovado R$ 170 bilhões de déficit em 2016? Como escapar disso?
VELLOSO – No curto prazo, o governo terá de fazer todo o possível para permitir à economia retomar
sua trajetória de crescimento. Só com crescimento econômico é possível esperar um efeito relevante no
curto prazo. O problema é que será pouco provável que isso ocorra logo. Vamos ter de esperar quatro anos
antes de vermos resultados polpudos.
DINHEIRO – O governo Temer parece estar bastante empenhado na privatização e na volta dos
leilões de concessões. Isso não pode representar uma solução?
VELLOSO – É uma solução temporária, mas que sempre ajuda. A venda de ativos estatais pode gerar
receitas extraordinárias, que podem substituir os impostos. Mas isso vale apenas para um determinado
momento. Temos de ter duas coisas em mente. A primeira é que isso tem de ser visto como uma ponte,
como algo não recorrente, que só pode ser feito uma vez. A outra é que uma privatização não é um
processo trivial. É preciso estabelecer um preço justo e competitivo para os ativos e também encontrar
alguém que esteja disposto a comprar esses ativos à venda.
Bloqueio judicial para reaver R$ 100 milhões em
ICMS inclui bens de contador de empresas
acusadas
19 jul 2016 Aurélio M. Souza Auditoria e Fiscalização , Geral Deixe seu Comentário
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Grupo atuava na Região Noroeste com golpes desde a abertura de empresas em nome de parentes e
laranjas, até a formação de grupos econômicos para blindagem do patrimônio – Foto: Divulgação Sefaz
Resultado da maior ação da Receita Estadual no combate à sonegação desenvolvida ao longo do ano
passado, o Tribunal de Justiça do Estado (TJE) acaba de manter o bloqueio de bens e ativos financeiros de
um grupo de distribuidoras do setor de medicamentos acusado de crime fiscal. A novidade na ação que
busca reaver cerca de R$ 100 milhões em sonegação do ICMS está na indisponibilidade do patrimônio
não apenas dos sócios, mas também do próprio contador dessas empresas. “Trata-se de um precedente que
serve de alerta a estes profissionais e nos ajudará a coibir novos casos de fraude”, destacou o chefe da
Divisão de Fiscalização da Receita Estadual, Edison Moro Franchi.
Reunindo cinco empresas de distribuição de medicamentos, o grupo atuava na Região Noroeste do Estado
com a prática de golpes que consistiam desde a abertura de empresas em nome de parentes e laranjas, até a
formação de grupos econômicos para blindagem do patrimônio. A operação da Receita Estadual ocorreu
em outubro do ano passado, incluindo empresas de outros setores igualmente acusadas por fraudes em
importações, superfaturamento nas compras de outros estados para gerar créditos tributários, vendas sem
notas fiscais ou com preço muito abaixo de mercado. Ao todo, a operação identificou fraudes em mais de
R$ 300 milhões de impostos.
O processo contra as distribuidoras de medicamentos tramita na Comarca de Frederico Wetsphalen, com o
objetivo de caracterizar o grupo como fraudador do Fisco. O contador das empresas recorreu da decisão
em 1º grau, porém a Procuradoria Geral do Estado (PGE) conseguiu manter perante o TJ a a
responsabilização do contador, incluindo o bloqueio dos bens dele e dos sócios do grupo.
Para desmantelar a fraude, as investigações mobilizaram equipes das áreas de Inteligência e do Grupo
Setorial de Medicamentos e Cosméticos da Receita Estadual, com o apoio na operação das delegacias de
Porto Alegre, Passo Fundo e Santo Ângelo. Pela PGE atuaram a Procuradoria do Interior, a 19ª
Procuradoria Regional, com sede em Frederico Westphalen, e a Procuradoria Fiscal.
Texto: Pepo Kerschner
Edição: Léa Aragón/Secom
Fonte: http://www.rs.gov.br/conteudo/243011/bloqueio-judicial-para-reaver-r-100-milhoes-em-icms-
inclui-bens-de-contador-de-empresas-acusadas—
Novo Código Comercial é alvo de críticas
20 de julho de 2016
O Novo Código Comercial, que tramita na Câmara dos Deputados, vem sendo alvo de protesto de
pesquisadores e de resistência de empresários. Na iminência da aprovação do texto, entidades como a
Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) pedem que a tramitação seja suspensa. A votação em
comissão especial estava prevista para este mês, mas foi adiada.
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Até mesmo o relator do texto, deputado Paes Landim (PTB-PI), defende que seja dado mais tempo para o
amadurecimento da proposta. A proposta reúne regras sobre as relações jurídicas entre empresas e
empresários. O Brasil já contou, no passado, com um Código Comercial, instituído em 1850. A legislação
tratava da atividade comercial em geral, do comércio marítimo e das falências. Com o tempo, partes do
texto foram revogadas e substituídas por outros instrumentos legais, como o Código Civil de 2002.
A ideia de reunir esse regramento difuso no Novo Código Comercial, de autoria do deputado Vicente
Cândido (PT-SP), tramita na Câmara há mais de cinco anos. Mas o que parece uma proposta positiva para
facilitar as relações comerciais vem gerando preocupação.
Um estudo comandado pela professora Luciana Yeung, do Insper de São Paulo, estima que o custo do
Código, incluindo processo de adaptação, falhas no texto e problemas com burocracia, pode chegar a R$
182 bilhões. O ponto considerado mais crítico estabelece que a empresa precisa obedecer ao conceito de
função social, considerado genérico. “É muito amplo e subjetivo”, disse.
Com o código aprovado, o Ministério Público poderá pedir a anulação do negócio se ficar provado que a
função social não foi exercida. Só nesse artigo, a pesquisadora estima perdas de até R$ 90 bilhões, com
queda no valor de mercado de empresas de capital aberto que serão atingidas pela norma.
O tratamento dado aos investidores estrangeiros também é questionado. Em caso de falência da empresa,
por exemplo, os credores de outros países serão os últimos a receber. Outro trecho do texto aumenta a
burocracia para empresas de fora atuarem no Brasil. Para tanto, terão de informar nome, nacionalidade e
domicílio de todos os sócios, além da participação de cada um na empresa. “Vai na contramão do que tem
acontecido no mundo”, diz Luciana.
Argumentando que o projeto trará insegurança jurídica, professores da USP redigiram uma carta para
apresentar posição contrária à proposta. Para os titulares da Faculdade de Direito Newton de Lucca, Calixto
Salomão Filho e Paula Forgioni, o texto fragiliza uma jurisprudência já consolidada, o que seria
especialmente complicado no atual contexto de crise. “Poderá trazer mais turbulência que segurança nas
relações jurídicas entre os empresários”, afirmam.
Em carta ao relator do projeto, Paulo Skaf, presidente da Fiesp, pede que a tramitação seja suspensa até que
aprimoramentos levem a um “diploma legal realmente moderno e útil”. Paes Landim concorda com a
avaliação da entidade. “Confesso que preferia que demorasse um pouco mais. Agora não é o momento”,
disse o relator. Para ganhar tempo, ele ainda terá de convencer o presidente da comissão, Laércio Oliveira
(SD-SE), que pretende colocar o projeto em pauta no início de agosto. Ele acredita que a maior parte do
texto está pacificada e, por isso, pode ser levado a voto.
Fonte: Estadão
Esqueceu da lei
Pai é condenado por deixar filho de 15 anos dirigir e ainda mentir
à polícia
17 de julho de 2016, 18h18
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Um homem foi condenado a 9 meses e 10 dias de prisão por entregar a direção de uma caminhonete a seu
filho de 15 anos e mentir sobre sua atitude. Os dois foram flagrados pela polícia no quilômetro 435 da BR-
414 em dezembro de 2014. A condenação, imposta pelo juiz Mateus Milhomem de Sousa, do 1º Juizado
Especial Criminal da comarca de Anápolis, foi convertida em pagamento de cinco salários mínimos.
A pena original era menor, mas foi aumentada porque o homem mentiu quando questionado sobre os
motivos para ter entregue a direção a um menor de idade. O réu afirmou que ficou inconsciente por causa
de uma forte enxaqueca e que não viu o momento em que seu filho o empurrou para o banco do
passageiro e assumido a direção. Disse ainda que só recobrou a consciência no momento da abordagem
policial.
O réu também negou ter bebido, explicando que não ingeria bebida alcoólica havia 19 anos e que dirigiu
até o posto porque havia tomado remédio que teria surtido efeito no momento em questão. O veículo foi
abordado após um policial rodoviário ter percebido o uso de faróis xénon. Ao solicitar a documentação, o
agente percebeu que o condutor possuía 15 anos e que o pai estava no banco do passageiro.
O acusado, então, dirigiu do lugar da abordagem até o posto da polícia rodoviária, onde houve a apreensão
da caminhonete. A mentira foi constada porque, apesar de ter acabado de sair do estado inconsciente
quando foi abordado, o acusado respondeu prontamente ao policial, lembrando, inclusive, datas precisas e
dirigido sem mais problemas até o posto policial.
“Bem sabemos, o réu, em seu interrogatório, não está obrigado a dizer a verdade. Também lhe é facultado
o direito ao silêncio, conforme consta no inciso 64 do artigo 5º da CRFB. Porém, de tal garantia não se
pode concluir que o réu tem o direito de mentir, até porque, hodiernamente, a jurisprudência vem
entendendo que se o réu mentir quanto a sua identidade, responderá por crime de falsa identidade. (…)
constato que o condenado demonstrou ser insincero com este juízo, noticiando distorção de caráter e
ausência de senso moral, eis que dá péssimo exemplo ao filho.”
O magistrado argumentou que em outros países a direção do maior de 14 ou 16 anos é permitida apenas
quando atendidas algumas exigências, como período diurno, companhia de um maior de idade e veículo
segurado. É possível, ainda, conseguir uma habilitação provisória sem a necessidade de aulas práticas,
mediante declaração dos pais de que estejam dando aulas aos filhos.
Nos Estados Unidos, detalhou o juiz, há 43 estados que permitem que adolescentes de 16 anos dirijam sem
a presença de adulto, mas com habilitação provisória, para que possam se locomover para estudar e fazer
atividades diárias.
Entendimento econômico Ao comparar o quadro no exterior e no Brasil, o juiz fez ponderações sobre os efeitos que as normas
estrangeiras teriam se internalizadas pelo Brasil. Ele explicou que a concessão de autorizações para dirigir
a menores de 18 anos aumento o número de veículos vendidos, o que fortaleceria a economia, mas
aumentaria a demanda nas vias públicas, já insuficientes.
Segundo ele, seria interessante que, nesse cenário, o DPVAT abrangesse também para seguro viário e de
iniciativa privada, em que danos pessoais e materiais sejam ressarcidos. Mateus Milhomem também
sugeriu a criação de "um recorde para fins de diminuição do valor só seguro pela boa conduta no trânsito e
ser criada a figura penal de trafegar sem seguro, por expor risco o patrimônio físico e moral de terceiros. E
também, no campo da responsabilidade criminal, deverá ser criada a figura da responsabilização penal
progressiva para os fatos infracionais equiparados a crimes comuns e da emancipação penal para os
hediondos". Com informações da Assessoria de Imprensa do TJ-GO.
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Revista Consultor Jurídico, 17 de julho de 2016, 18h18
MP que reduz para 6% IR em remessas ao
exterior é convertida em lei
21 jul 2016 Priscila Daniel Imposto de Renda Deixe seu Comentário
BRASÍLIA: O Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira traz a publicação da Lei 13.315, que
reduz de 25% para 6% o imposto de renda sobre remessas ao exterior para gastos pessoais com turismo,
negócios ou missões oficiais. A lei é resultado da conversão da Medida Provisória (MP) 713, publicada
em março pela então presidente Dilma Rousseff para atender a um pleito do setor de turismo.
“Até 31 de dezembro de 2019, fica reduzida a 6% a alíquota do Imposto de Renda retido na fonte incidente
sobre os valores pagos, creditados, entregues, empregados ou remetidos para pessoa física ou jurídica
residente ou domiciliada no exterior, destinados à cobertura de gastos pessoais, no exterior, de pessoas
físicas residentes no país, em viagens de turismo, negócios, serviço, treinamento ou missões oficiais, até o
limite global de R$ 20 mil ao mês, nos termos, limites e condições estabelecidos pelo Poder Executivo”, diz
o texto da lei.
Ao sancionála, o presidente interino Michel Temer vetou dois trechos da MP aprovada pelo Congresso. Um
deles aplicava a redução do IR também para os rendimentos de aposentadorias e pensões obtidas por pessoas
físicas residentes ou domiciliadas no exterior. O governo justificou que o dispositivo acarretaria renúncia
de receita tributária e poderia gerar litígios no Judiciário, devido ao tratamento distinto aplicado a essas
rendas quando recebidas no Brasil.
Fonte: Valor Economico
Multa cancelada
Venda de tintas no varejo não é considerada atividade poluidora
21 de julho de 2016, 7h21
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Quem vende tintas e vernizes não exerce uma atividade potencialmente poluidora, como é o caso de quem
fabrica tais materiais. Com base nisso, o Tribunal Regional da 4ª Região cancelou a multa aplicada pelo
Instituto Nacional do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) contra uma empresa de
materiais de construção de Cascavel (PR), pois a obrigação do cadastro está restrita aos fabricantes.
O cadastro técnico federal de atividades poluidoras de recursos ambientais foi instituído em 1989 para que
seja realizado o registro obrigatório de pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam a atividades
potencialmente poluidoras ou à extração, produção, transporte e comercialização de produtos
potencialmente perigosos ao meio ambiente, assim como de produtos e subprodutos da fauna e flora.
Em 2013, a empresa Bigolin Materiais de Construção foi multada pelo Ibama em R$ 1,5 mil por
comercializar tintas e vernizes sem efetuar cadastro técnico junto ao órgão de proteção ambiental.
Instituído em 1989, o cadastro é obrigatório às pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam a atividades
potencialmente poluidoras ou à extração, produção, transporte e comercialização de produtos
potencialmente perigosos ao meio ambiente, assim como de produtos e subprodutos da fauna e flora.
A companhia então ajuizou ação solicitando o embargo da cobrança e argumentando que não é obrigada a
fazer o registro por se tratar de estabelecimento varejista. Ela também enfatizou que o comércio de tintas
não se submete às descrições previstas na lei que regulamenta o cadastro técnico federal de atividades
potencialmente poluidoras.
A ação foi julgada procedente pela Justiça Federal de Curitiba, que cancelou a multa. O Ibama apelou
afirmando que todas as pessoas físicas ou jurídicas que desenvolvam atividades relacionadas a produtos
perigosos ao meio ambiente, incluindo a sua comercialização, estão sujeitas ao cadastro.
A 4ª Turma do TRF-4 decidiu, por unanimidade, manter a decisão de primeiro grau. O desembargador
federal Luís Alberto d'Azevedo Aurvalle, relator do processo, apontou que, “de acordo com a legislação,
as atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos ambientais relativas a tintas e vernizes
que estão obrigadas ao cadastro junto ao Ibama referem-se apenas à fabricação de tais produtos e não ao
comércio varejista”. Com informações da Assessoria de Imprensa do TRF-4.
Processo 5056981-10.2013.4.04.7000/TRF
Revista Consultor Jurídico, 21 de julho de 2016, 7h21
Titãs empresariais saem em defesa da governança
Por
Joann S. Lublin
Sexta-Feira, 22 de Julho de 2016 00:04 EDT
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Uma coalizão poderosa de diretores-presidentes e de grandes gestoras de ativos lançou uma campanha
para defender uma série de práticas de governança corporativa, como evitar duas classes de ações e a
substituição de diretores ineficientes, em busca de melhorar a administração das empresas americanas de
capital aberto.
Os princípios de governança, divulgados ontem, têm o apoio dos líderes da Berkshire Hathaway Inc., J.P.
Morgan Chase & Co., General Electric Co. , General Motors Co. e Verizon Communications Inc. Gestoras
de recursos, incluindo algumas das maiores do mundo — BlackRock Inc., Vanguard Group Inc. e State
Street Global Advisors —, assim como a ativista ValueAct Capital Management Ltd., também integram a
coalizão.
“Esses princípios não têm a intenção de ser a favor ou contra ativistas, consultores que orientam acionistas
em votações ou grupos com interesses especiais”, afirmou a coalizão em carta assinada pelas 12 empresas
participantes. “A boa governança deve ser mais que apenas uma frase de efeito ou modismo.”
A ascensão dos acionistas ativistas nos últimos anos intensificou o debate nos mercados e nos conselhos
das companhias sobre o papel que os investidores deveriam ter nas empresas de capital aberto e como os
conselhos deveriam atuar. Investidores ativistas têm colocado a mira em algumas das maiores empresas
dos Estados Unidos — incluindo algumas das que apoiam os princípios de governança, como a GE e a
GM.
Um acionista ativista veterano que não faz parte da coalizão elogiou a iniciativa. “Esses princípios são
música para nossos ouvidos”, disse Nelson Peltz, sócio fundador do Trian Fund Management LP, que tem
investimentos na GE. “Uma governança corporativa sólida pode levar a um maior crescimento de longo
prazo e melhor desempenho das empresas de capital aberto.”
A iniciativa nasceu de uma série de reuniões iniciada há cerca de um ano pelo diretor-presidente do J.P.
Morgan, James Dimon, com a ajuda de Warren Buffett, da Berkshire Hathaway. Jeffrey Immelt, da GE,
Mary Barra, da GM, e Lowell McAdam, da Verizon, se envolveram depois, disse um porta-voz do J.P.
Morgan.
O objetivo “é orientar as melhores práticas de governança em empresas de todos os tamanhos, não apenas
nas maiores — onde elas são mais comuns hoje”, diz Glenn H. Booraem, tesoureiro do fundo da
Vanguard, que lida com questões de governança para ações americanas. Conseguir o apoio de líderes de
grandes empresas “traz um peso adicional por trás dessas ideias”, disse ele.
A coalizão de empresas e investidores passou longe, contudo, de certas questões controversas, como a
divisão dos cargos de presidente do conselho e diretor-presidente. (Os princípios sugeriram que diretores
independentes decidam pela combinação ou não dos dois cargos principais.) Eles também não se
posicionaram sobre o período de gestão dos diretores do conselho. Mas abordaram algumas práticas que
podem gerar polêmica, como a de ter duas classes de ações.
As duas classes de ações são mais comuns nas empresas controladas pelos fundadores, como a Berkshire
Hathaway, de Buffett. Mas investidores há muito se queixam que a existência das duas classes — o que
geralmente garante a uma delas um poder de voto maior — limita a capacidade da maioria dos acionistas
de realizar mudanças. A oferta pública inicial do Google, em 2004, impulsionou a tendência de empresas
de tecnologia adotarem duas classes de ações.
Buffett não foi localizado imediatamente para comentar. (A News Corp., dona do The Wall Street Journal,
e sua empresa irmã, a 21st Century Fox, possuem duas classes de ações.)
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A lista de “Princípios de Senso Comum na Governança Corporativa” da coalizão também pede aos
conselhos para “terem coragem de substituir diretores ineficientes”. A rotatividade é baixa entre os
membros dos conselhos de empresas que fazem parte do S&P 500, onde a idade mediana de um diretor
era de 63 anos até 31 de outubro, segundo análise feita pelo WSJ. A pesquisa descobriu que em 24% das
empresas, a maioria dos conselheiros está no cargo há pelo menos 10 anos.
Deveria haver um processo contínuo de renovação do conselho que incluísse avaliações regulares e
severas dos seus membros para assegurar que suas habilidades “continuam suficientemente atualizadas e
amplas para lidar com as dinâmicas de empresas que mudam rapidamente”, informa o grupo.
A coalizão também recomendou que os conselhos considerem rotações periódicas de presidentes dos
comitês e do principal diretor independente. A noção de substituir líderes de comitês após alguns anos “é
uma prática que cresce”, diz Booraem.
Um apoio amplo para essas mudanças na governança podem ter um efeito dominó, diz Charles Elson, que
dirige o Centro de Governança Corporativa da Faculdade de Administração da Universidade de Delaware
e faz parte de conselhos de empresas. Em firmas menores, disse ele, “será mais difícil para os diretores-
presidentes se oporem a esses princípios quando diretores-presidentes de empresas importantes e
investidores gostam deles.”
Diário de Classe
Batman virou tema de TCC e retrata o mote: os fins justificam os
meios
16 de julho de 2016, 8h00
Por André Karam Trindade e Alexandre Morais da Rosa
O engajamento subjetivo dos estudantes de final de curso de Direito com a monografia apresenta
surpresas. Algumas ideias devem ser rejeitadas de plano, enquanto outras merecem nosso elogio.
Trabalhamos, de há muito, com as intersecções entre Direito & Literatura & Psicanálise & Arte &
Cinema. Tanto assim que nos reunimos, anualmente, no Colóquio Internacional de Direito e Literatura
(Cidil), promovido pela Rede Brasileira Direito e Literatura — cuja quinta edição ocorrerá no final do mês
de outubro, em Uberaba (MG), com o tema “Justiça, Poder, Corrupção”, em homenagem aos 400 anos da
morte de Shakespeare e de Cervantes (veja aqui); e, também, nas Jornadas de Direito e Psicanálise,
promovidas pelo Núcleo de Direito e Psicanálise da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em cuja
última edição, de maio, discutimos o romance Ensaio Sobre a Cegueira, de José Saramago.
A pretensão é recorrer à literatura e ao cinema, nos dois casos, como metáfora para refletirmos acerca de
problemas que atravessam o Direito. E os resultados são bem proveitosos, com publicações anuais sobre a
temática. No plano internacional, aliás, existem diversos e reconhecidos movimentos de Direito e
Literatura (Law and Literature, nos Estados Unidos; Diritto e Letteratura, na Itália; Derecho y Literatura,
na Espanha etc.), com os quais trabalhamos em parceria. Vale ressaltar, nesse sentido, o constante diálogo
e atividades que mantemos com o professor Calvo González, da Universidad de Málaga, que na próxima
semana receberá o título de Doctor Honoris Causa, na Universidad Ricardo Palma, no Peru (veja aqui).
Não fosse isso, o programa de televisão Direito & Literatura — exibido semanalmente pela TV Justiça,
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cujo âncora é o professor Lenio Streck — está no ar desde 2008 e, em breve, atingirá o número de 300
gravações. Você pode assistir a todos os programas no canal no YouTube (clique aqui),
Nesse contexto, embora tenha sido alvo de diversas brincadeiras maldosas e que criticam o trabalho sem
mesmo lê-lo, vale indicar a coragem e a perspicácia da estudante Maíra Morena Mariani Dias Dórea, da
Faculdade Baiana de Direito, que se arriscou a escrever um TCC denominado: Batman: O Cavaleiro das
Trevas – uma análise sobre a legitimação da autotutela diante da ineficácia do poder de punir do Estado.
A monografia somente foi possível porque os professores da instituição apostaram para além dos
horizontes da dogmática tecnicista, incentivando seus alunos a buscar metáforas para compreender o que
se passa no país. E a preocupação da estudante resultou numa reportagem singular (confira aqui a
entrevista) que — apesar de discordarmos da fundamentação teórica na linha da defesa social — consegue
apontar para a importância do Estado e a vedação de autotutela.
Ao mesmo tempo em que demonstra o acolhimento social das vinganças, dos caudilhos, dos perseguidores
implacáveis ao crime, Maíra é capaz — a partir do filme do Batman — de reconhecer que a conduta do
super-herói é equivalente à do Coringa, ou seja, ambos atuam na ilegalidade, desprovidos de controles
sociais e democráticos. Daí a importância do resgate da função do Estado como terceiro capaz de evitar a
vingança. Não podemos discutir, aqui, a existência de um fundamento de punir, até porque estamos com
Zaffaroni quando aponta que a pena não tem fundamento, por ser ato de poder: fundamento agnóstico. De
qualquer sorte, não podemos abdicar dos fins, aceitando passivamente que o meio empregado seja
eficiente. Abrir mão do Estado e de seu fundamento — quer por teorias contratualistas ou não — significa
legitimar qualquer forma de justiciamento.
A dimensão da monografia está em demonstrar que as regras do jogo democrático devem ser respeitadas
pelo Estado e que, em nome dos fins, não se pode tolerar os meios. Há um limite ético que resta rompido
atualmente em nome da “guerra ao tráfico ou à corrupção”, nas quais se aceita que os dispositivos
democráticos possam ser violados sob o álibi dos bons resultados. Isso, porém, é reiterar uma postura pré-
moderna de poderes irrestritos, sem controles, enfim, impróprios ao regime democrático.
A acusação que nos é arremessada quando falamos disso pode ser resumida do seguinte modo: então, são
favoráveis ao tráfico e à corrupção. Absolutamente não. Apenas sustentamos que devemos punir dentro
da legalidade. O que não podemos é nos equiparar a quem viola as regras para o fim de punir quem viola.
Isso nos tornaria iguais em ilegalidades. No entanto, há quem aplauda, afinal, os super-heróis podem fazer
tudo que desejam impunemente. Talvez o desejo de não possuir limites fervilhe no sangue de muitos. O
Estado Democrático de Direito surge justamente para não dependermos da noção de bondade de ninguém.
A normatividade nos salvaria dos bons, belos e recatados. Ou, como diria, Agostinho Ramalho Marques
Neto: “Quem nos salva da bondade dos bons?”.
Assim é que parabenizamos Maíra e quem apostou na sua coragem de enfrentar problemas do
cotidiano por meio da sétima arte. Alguns podem achar que o Direito deveria ser mais sério. Já temos
TCCs chatos demais, que repetem sempre o mesmo. Esperamos que a iniciativa frutifique, embora os
defensores da mesmice se arvorem em ceifar qualquer tentativa criativa. Luis Alberto Warat bem sabia,
tanto que escreveu sobre a morte do Superman, e não foi entendido. Aliás, recomendamos o texto! Bom
final de semana, esperando que os heróis brilhem apenas nos cinemas e nos quadrinhos ou sejam limitados
por super-heróis.
André Karam Trindade é doutor em Direito, professor do Programa de Pós-Graduação em Direito da
Faculdade Meridional (IMED/RS) e da Faculdade Guanambi (FG/BA), e advogado.
Alexandre Morais da Rosa é juiz em Santa Catarina, doutor em Direito pela UFPR e professor de Processo
Penal na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e na Univali (Universidade do Vale do Itajaí).
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Revista Consultor Jurídico, 16 de julho de 2016, 8h00
Pokémon Go: 3 lições que as empresas podem
tirar do fenômeno
Por Brasil Econômico | 20/07/2016 17:30
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Se você está atento às notícias dos últimos dias, com certeza já se
deparou com alguma sobre este aplicativo. Afinal, o que devemos
aprender com ele?
Divulgação
O Pokemón Go é a perfeita ilustração do poder que a plataforma mobile pode trazer aos seus
negócios/suas ideias
Era uma vez, um jogo de tamanho sucesso que foi capaz de virar um fenômeno mundial em poucos dias
após o lançamento... Já conseguiu pensar em que estamos falando? Isso mesmo, esta é mais uma matéria
sobre o Pokémon Go, porém, tem um viés diferente: é voltada para empreendedores e empresários que
querem tirar boas lições e inspirações até mesmo de um jogo de celular.
Publicidade
Segundo os conceitos de marketing, um produto (bem sucedido) passa por quatro fases: experiência do
usuário, adoção, monetização e potencial de crescimento. Conforme percebemos, o aplicativo Pokémon
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Go já ultrapassou todas essas metas, uma vez que já foi baixado por 15 milhões de pessoas somente na
última semana. E aí, como podemos entender tamanha aderência?
Sob uma perspectiva de publicidade, o especialista em plataformas midiáticas “MediaMath”, Madhusdhan
Gurumurthy, falou ao site Entrepreneur sobre o fenômeno. Para ele, é preciso olhar com muita atenção a
este jogo, já que ele soube usar, de maneira muito eficaz, todos os aspectos da plataforma – que é o
dispositivo móvel -, alcançando uma taxa de adoção sem precedentes.
Além disso, conseguiu tornar-se viral também na grande mídia, superando a base de usuários do Twitter
nos Estados Unidos, por exemplo. Se você ainda não está convencido, então se liga nessa informação: este
foi o jogo de maior monetização da história - chegando ao topo do número de receita por downloads em
celulares. Tudo isso em sete dias.
Por todas essas características, o especialista aponta 3 lições que todo empreendedor deveria tirar deste
case de sucesso.
O uso correto do mobile pode ser maravilhoso
O Pokemón Go é a perfeita ilustração do poder que a plataforma mobile pode trazer aos seus
negócios/suas ideias se seus recursos são usados corretamente. A Nintendo já foi apontada como “muito
atrasada” para migrar para o mobile – mesmo com tudo de bom que há nisso. Eles construíram um
produto que entrega uma experiência única, usando as capacidades de localização, câmera, gráficos e
mapas em alta definição.
O aplicativo teve de superar muitas dificuldades (como problemas de segurança do Gmail no iOS), mas é
forte o suficiente para atrair a atenção de milhões de usuários. Ele possui uma engenharia tal como a
Ingress (houve um aplicativo previamente construído pela Niantic, Ingress) – o que é um exemplo muito
legal sobre desenvolvimento de produtos, com testes eficientes e rápidos da ideia até a construção de um
produto verdadeiramente poderoso.
Os mundos reais e virtuais podem ser misturados com perfeição
O aplicativo Pokémon Go é o primeiro exemplo sólido de uma quebra de paradigma no universo
tecnológico ao longo de uma década – mostrando-nos a tal “realidade aumentada”. Este conceito é muito
badalado, mas nunca houve, anteriormente, um modelo que superasse as problemáticas técnicas
encontradas nos dispositivos móveis (tais como capacidade de processamento e fragmentação de
desenvolvimento). E a promessa de futuro deste mercado é imensa: junto da “realidade virtual”, a
realidade aumentada deverá chegar a US$120 bilhões em 2020, de acordo com a empresa Digi-Capital.
LEIA MAIS: Empreendedorismo digital: 5 erros e 5 acertos dos negócios online
Assim, com o sucesso do novo aplicativo, percebemos a maravilha que pode ser a mistura do real e o
virtual – como podem caminhar juntos. A Nitendo trouxe a interação por meio de imagens que aparecem
na câmera do seu celular, personagens que agem “dentro” da realidade, do mundo físico. Veja só como o
comportamento dos usuários já se tornou notícia! Pessoas estranhas que começam a se encontrar, a
conversar e a interagir por causa de uma “jogo de caça”. É ou não é um exemplo impressionante de como
o ser humano pode ser influenciado por um mundo virtual.
E isso só está começando! Afinal, o Pokémon Go já tomou o primeiro passo lógico em relação à
publicidade integrada na experiência de app com varejistas e restaurantes se tornando locais
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patrocinadores-patrocinados, em vez de anúncios chato ou de pop-up. As oportunidades para aproveitar a
ideia e construir novas experiências na plataforma estão logo aí.
Publicidade deveria se misturar ao conteúdo, melhorando a experiência do usuário
O objetivo final para qualquer marca é ser capaz de direcionar o usuário à compra do produto. A pergunta
eterna de publicitários é conseguir entregar uma experiência comercial que seja relevante, valiosa e
possível para o consumidor. Todo empreendedor sabe que o fluxo para a publicidade online começa com
anúncios, passando por cliques de potenciais clientes, chegando às compras dos produtos online e, por
fim, a ação atribuída à publicidade veiculada. Dessa maneira, é essencial que o anúncio esteja na hora
certa, no lugar correto.
LEIA MAIS: Pokémon Go é proibido no Egito por não seguir regras do Islã
O novo aplicativo traz uma forma elegante que simplifica esse fluxo por, literalmente, fazer com que os
consumidores andem para a porta de locais físicos, enquanto os mantêm engajados nessa caça aos
monstrinhos. É algo inacreditavelmente esperto que a Nintendo pode fazer com esse produto – de uma
experiência pura para a monetização e a publicidade.
Pense no deslocamento de potenciais consumidores, chegando próximo de locais patrocinados (tudo
baseado em dados em tempo real – com informações sobre o clima, ofertas de lojas próximas e muito
mais). Portanto, vale a pena ficar de olho no Pokémon Go para se inspirar e ser um empreendedor melhor.
Link deste artigo: http://economia.ig.com.br/financas/seunegocio/2016-07-20/pokemon-go-aplicativo-
empreendedorismo.html
Fonte: Economia - iG @ http://economia.ig.com.br/financas/seunegocio/2016-07-20/pokemon-go-
aplicativo-
empreendedorismo.html?utm_source=akna&utm_medium=email&utm_campaign=Press+Clipping
+Fenacon+-+21+de+julho+de+2016
STJ rejeita recurso em processo contra Imbel
União objetivava ingressar como assistente (condição processual de quem demonstra interesse na
solução da causa) em uma ação de execução de dívida da fabricante de armas do Exército
São Paulo - O Superior Tribunal de Justiça (STJ) rejeitou um recurso da União que objetivava ingressar
como assistente (condição processual de quem demonstra interesse na solução da causa) em uma ação de
execução contra a Indústria de Material Bélico do Brasil (Imbel).
Após julgamento da revisão de contrato com fornecedores, a Imbel reconheceu dever R$ 1,36 milhão. Em
acordo com a parte credora, obrigou-se a pagar R$ 560 mil em dez parcelas, com juros de 1% ao mês mais
Taxa Referencial (TR), prosseguindo a execução quanto ao saldo de R$ 800 mil mediante a penhora de um
imóvel.
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No entanto, não satisfeita com a situação, a União entrou com recurso no STJ por discordar dos cálculos
feitos. Nos autos, pediu a sustação do acordo e da penhora, bem como o ingresso na ação na condição de
assistente. O governo brasileiro é controlador da empresa, que tem cinco unidades de produção: Rio de
Janeiro (RJ), Magé (RJ), Juiz de Fora (MG), Itajubá (MG) e Piquete (SP). A empresa fabrica armas,
munições, explosivos e outros itens e equipamentos importantes destinados ao Exército Brasileiro.
Apesar disso, o relator do recurso da União, ministro Luiz Gurgel de Faria, afirmou que o pedido não
encontra suporte jurídico para ser aceito. Ele lembrou que o ingresso na condição de assistente, conforme
pleiteado pela União, não pode ser aceito quando a ação está em fase de execução.
Ele afirmou em voto que tal intervenção poderia ser feita através de uma ação incidental de embargos, mas
jamais sob forma jurídica que implique a rediscussão de mérito já julgado. O relator resumiu seu
entendimento: "A execução não objetiva a obtenção de sentença, mas apenas a realização de atos concretos
para realização coativa do título, sendo, pois, inadmissível a assistência no processo executivo".
Legislação
Os ministros da Primeira Turma lembraram ainda a Lei 9.469/97, que disciplina as intervenções da União
em causas em que figurarem, como autores ou réus, entes da administração indireta. Porém, observaram
que este caso não permite tal intervenção, que só seria devida em momento anterior ao acordo e à execução.
A disputa se iniciou ainda na vigência do antigo Código de Processo Civil, já que a revisional foi proposta
em agosto de 1983. Com a decisão do STJ, o acordo entre a Imbel e a empresa credora é válido, bem como
a penhora realizada.
Novo ICMS em 11 Estados custa R$ 1,2 bi para
teles
19 de julho de 2016
Em um cenário de crise nas finanças públicas, as operadoras de telefonia e banda larga tornaram-se alvo dos
fiscos estaduais. As alíquotas de ICMS que incidem sobre os serviços de telecomunicações subiram em 11
Estados e no Distrito Federal desde janeiro. O aumento deverá tirar R$ 1,2 bilhão do já combalido caixa das
empresas em 2016, conforme estimativas do Sinditelebrasil, principal associação do setor.
Paradoxalmente, a arrecadação média de ICMS sobre telefonia e banda larga caiu 4,2% no primeiro
quadrimestre nos Estados que promoveram o “impostaço”, na comparação com igual período do ano
passado. O número foi compilado pela associação com base nos bancos de dados das secretarias estaduais
de finanças.
Para o presidente do Sinditelebrasil, Eduardo Levy, a conclusão é simples: elevar impostos em um momento
de crise, em vez de reforçar os cofres públicos, faz a arrecadação tributária retroceder ainda mais. “É um
verdadeiro tiro no pé”, afirma o executivo.
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“Se há um contexto geral de queda da renda, o consumidor que pagava R$ 10 em um cartão de celular pré-
pago talvez até continue se permitindo gastar esse mesmo valor, mas falará menos tempo ao telefone porque
o imposto agora abocanha uma fatia maior do que ele gasta”, observa Levy. Nos primeiros três meses do
ano, as teles faturaram R$ 56,7 bilhões e sofreram uma redução de 3,1% sobre o mesmo período de 2015.
Ele atribui parte do tombo à elevação da carga tributária no setor. “É evidente que afeta nosso negócio.”
Hoje o gasto médio do brasileiro com serviços de telefonia móvel, por exemplo, é de R$ 17,50 – mas o
consumidor gasta R$ 7,53 a mais com tributos. Os serviços de telecomunicações, incluindo TV por
assinatura, representam 9,4% da arrecadação total de ICMS e só perdem para a revenda de combustíveis
como fonte de receita para as contas estaduais.
Na avaliação do secretário-adjunto de Fazenda do Distrito Federal, Wilson de Paula, o aumento de impostos
está longe de ser um caminho desejável, mas foi uma das saídas encontradas para garantir a prestação de
serviços essenciais em uma conjuntura de grave crise. O governo local herdou da administração anterior
uma situação de colapso na saúde e na educação. Acabou vendo na alta do ICMS sobre telecomunicações,
que subiu de 25% para 28% no início deste ano, uma alternativa para lidar com a absoluta falta de recursos.
“Sempre é desagradável cobrar mais imposto, ninguém faz isso porque gosta, mas tornou-se um reforço
imprescindível para fechar o orçamento de 2016”, afirma o secretário-adjunto. Ele vê uma atenuante no
Distrito Federal. Trata-se da unidade da federação com maior número de celulares por habitante, além de
ter uma renda per capita relativamente alta, o que faz o aumento de ICMS ser um pouco mais bem digerido
pelos consumidores.
Por isso, de fevereiro (mês em que surtiram os primeiros resultados do aumento) a maio, as estatísticas
contrariam a regra e houve aumento de aproximadamente 10% na arrecadação sobre o ano passado. A
expectativa é que a mudança tributária reforce o caixa distrital em R$ 100 milhões. Não há previsão de
baixar a alíquota no curto prazo.
A maior alta de ICMS sobre os serviços de comunicação se deu no Rio Grande do Sul, onde a alíquota subiu
de 25% para 30%. Novamente, o agravamento da situação financeira do Estado foi usado para justificar o
aumento do imposto. O secretário da Fazenda, Giovani Feltes, disse que o governo estadual chegou a
projetar um rombo financeiro de R$ 6,2 bilhões em 2016, mesmo depois de adotadas as medidas de corte
de despesas, tais como gastos com viagens e diárias.
“É inquestionável que a crise econômica que o país atravessa, a maior da história, representa enorme
impacto na nossa arrecadação. No ano passado, perdemos mais de R$ 2 bilhões apenas por causa da
recessão. Esta retração na atividade econômica, por óbvio, retira parte dos resultados que esperávamos não
somente com as novas alíquotas de ICMS”, afirmou o secretário.
Além de lidar com custo político de ter aumentado a carga de tributos para a população, o governo gaúcho
notou que a decisão de elevar a alíquota do ICMS produziu um efeito limitado. A arrecadação em
comunicação variou no mesmo patamar de outros serviços. Com a nova alíquota, a receita no segmento de
telecomunicações cresceu 12% entre 2015 e 2016, considerando os meses de janeiro a abril. Foi a mesma
variação observada na receita tributária total do governo estadual.
O aumento de arrecadação com o ICMS recolhido nos serviços de comunicação foi praticamente uma
exceção entre os Estados que elevaram a alíquota em 2016. Pernambuco, que ajustou a cobrança de 28%
para 30%, amargou uma queda de receita em comunicação da ordem de 32% no primeiro quadrimestre do
ano frente ao mesmo período do ano passado.
Fonte: Valor Econômico
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Governo só conta com a oposição para elevar
tributos dos mais ricos
19 de julho de 2016
Com os principais partidos da base aliada contrários a propostas de aumento da carga tributária, o presidente
interino, Michel Temer (PMDB), só tem a contar com a oposição para criar novas fontes fiscais de receita.
Mas só se for incluída a taxação dos mais ricos.
Apesar de desmentir notícias sobre aumento de tributos, o governo colocou na Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO) uma receita adicional de R$ 8 bilhões em 2017, proveniente justamente da alta ou
criação de tributos.
Se for para atingir assalariados e empresas com maiores rendimentos, o governo poderá contar com a
oposição encabeçada pelo PT, que redirecionou a proposta de elevação de tributos deixada pela presidente
afastada Dilma Rousseff, em abril, antes de sair do posto.
“Nós queremos o imposto justo para tributar quem tem alta renda e patrimônio”, disse o deputado Vicente
Cândido (PT-SP), um dos autores do projeto de lei que é mais severo do que a proposta apresentada por
Dilma.
O texto altera então a alíquota máxima do Imposto de Renda da Pessoa Física, de 27% para 37%, a ser
aplicada em rendimentos mensais superiores a R$ 20.600,03.
Atualmente, a tabela do IR tem 4,8 milhões de contribuintes que se enquadram na última faixa de tributação
– fixada em 27,5% para rendimentos a partir de R$ 5.191,44.
Na proposta, é prevista ainda a tributação de lucros e dividendos distribuídos por pessoas jurídicas a seus
sócios e revoga isenções de IR sobre ganhos de capital na alienação de imóveis e ações. Com a aprovação,
a previsão de aumento para os cofres públicos é de R$ 38 bilhões.
“Nós não temos como princípio ser contra o aumento de imposto, desde que seja muito claro quem vai pagar
esse aumento. É uma questão de coerência”, acrescentou o deputado Enio Verri (PT-SP), outro autor da
proposta.
Reduzir despesas
Para acalmar os aliados, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou que “dificilmente haverá”
aumento de tributos, argumentando que, antes de estudar essa possibilidade, o governo do presidente
interino fará um “pente-fino” em suas despesas, inclusive nos programas sociais.
O novo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também está alinhado com a mesma posição
defendida tanto pela antiga oposição, que apoiou a candidatura dele, quanto pelo “centrão”, grupo de
partidos pequenos e nanicos que perdeu a disputa com Rogério Rosso (PSD-DF).
“Nós temos que olhar as reformas para superar a crise sob o ponto de vista das despesas e não das receitas.
Não dá mais para aumentar impostos”, salientou Maia, coincidindo com a postura das demais legendas que
o lançaram ao comando da Câmara, como PSDB, PPS e PSB.
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Governistas contrários
Na semana passada, um dos principais representantes do “centrão”, que comanda o Ministério da Saúde na
administração Temer, afirmou que não incentiva o governo a aumentar os impostos para o financiamento
do setor.
“Eu não vou patrocinar, dentro do governo, uma tentativa de que a área da saúde seja o ‘oásis’ e o resto seja
o deserto, porque não vai funcionar”, declarou o ministro Ricardo Barros, que é deputado federal licenciado
pelo PP do Paraná.
“Nós somos contra a qualquer criação de impostos ou novos impostos”, sintetizou deputado Luiz Carlos
Hauly (PSDB-PR), ex-secretário da Fazenda do governo Paraná, considerado um dos melhores
parlamentares tributaristas do Congresso. “Tem que usar o aumento das faixas de Imposto de Renda dentro
de um contexto de diminuição da carga tributária da base de consumo”, disse.
Fonte: Diário do Comércio Indústria & Serviços
Propaganda enganosa
Site é condenado por não vender caranguejos com 99% de
desconto
17 de julho de 2016, 16h57
Um capixaba não conseguiu comemorar seu aniversário, pois o prato principal que ele serviria aos
convidados não foi entregue. A sua compra de 100 caranguejos a R$ 0,06 cada um foi cancelada, sem
justificativa, pelo site de descontos que fez a oferta.
Caranguejo era vendido com 99% de desconto, a R$ 0,06 centavos
a unidade. Ministério da Educação
Ao condenar o site de descontos a entregar a compra e pagar indenização de R$ 1 mil por danos morais, o
4º Juizado Especial Cível do Tribunal de Justiça do Espírito Santo destacou que a empresa, ao vender um
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produto ou serviço, deve prestar informação adequada e clara, com especificação correta, incluindo
quantidade, características e qualidade.
A obrigação é imposta pelo inciso III do artigo 6ºdo Código de Defesa do Consumidor. O autor da ação
conta nos autos que viu no anúncio uma oportunidade para comemorar seu aniversário. O site dizia que
cada caranguejo seria vendido com 99% do desconto (R$ 0,06).
Ele então comprou 100 unidades, mas a compra foi cancelada pelo site sem qualquer satisfação. Com o
cancelamento, o comprador desmarcou sua festa e foi à Justiça pedir a entrega dos produtos e indenização
por danos morais.
Na defesa, a empresa pediu que a ação do cliente não fosse conhecida. O Juiz do 4º Juizado Especial Cível
concedeu o pedido do autor ao analisar a cópia da oferta apresentada pelo comprador. O documento
comprovou que o anúncio não tinha nenhuma limitação em relação ao número máximo de caranguejos
que poderiam ser comprados, o que também não foi negado pela empresa. Também foi provado o
cancelamento do pedido.
Na decisão, o 4º Juízo Cível destacou que toda empresa deve prestar as informações completas sobre os
produtos e serviços que vende e são obrigadas a entregá-los seguindo exatamente as características
anunciadas.
Sobre os danos morais, o magistrado afirmou que “o teor das mensagens eletrônicas contidas no presente
feito (evento 6) dão conta de que, de fato, o autor aderiu à promoção veiculada pela ré com a finalidade de
comemorar seu aniversário na companhia de seus amigos, o que restou inviabilizado ante ao cancelamento
das compras pela demandada. Por certo, tais circunstâncias afetam a tranquilidade do indivíduo, além de
lhe trazer constrangimento e frustração”. Com informações da Assessoria de Imprensa do TJ-ES.
Clique aqui para ler a decisão.
Revista Consultor Jurídico, 17 de julho de 2016, 16h57