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DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM DISTÚRBIOS, TRANSTORNOS E DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM "Não aprender não é o contrário de aprender" Esta frase, aparentemente contraditória, traz em si uma verdade a respeito da condição humana. Enquanto espécie que se destacou na vida animal porque desenvolveu processos de aprendizagem entre seus próprios membros, a humanidade está condicionada a aprender. Todo ser humano possui esta capacidade gravada em seu código genético, como uma marca. Entretanto, esta condição de sujeito aprendente que cria conhecimento, que desenvolve uma cultura, traz em si mesma uma dualidade: saber e desconhecer. Impossível tudo saber! Impossível tudo desconhecer! Por isso, sempre conhecemos algo e sempre desconhecemos alguma coisa, mas estamos sempre enredados na trama do conhecimento. "Aprender" e "não aprender" estão em pé de igualdade na condição humana e fazem parte da realidade de cada sujeito que "sabe" algumas coisas e "desconhece" outras. Tal perspectiva traz à cena do debate a questão da relação com o conhecimento, objeto de estudo da filosofia em sua vertente epistemológica. Traz também uma visão psicopedagógica desta relação, sob o ponto de vista do sujeito que aprende e que pode, em sua existência, ter este processo facilitado ou dificultado de acordo com sua singularidade. A partir destas idéias preliminares é que se pode começar a expor as diferenças entre distúrbios, transtornos e dificuldades de aprendizagem, esclarecendo a priori que tais termos são comumente empregados como se fossem sinônimos, e que não existe ainda muita literatura a respeito de suas diferenças sendo, portanto, usados indistintamente, desde que se verifique algum problema ou falha relacionada ao ato de aprender. Sara Pain foi quem melhor expressou esta idéia. Ela chamou a atenção para o fato de que não existe o aluno que "não aprende". A noção de "não aprendizagem" deve ser entendida, diz ela, como um processo diferente de aprender e não o seu oposto.Somente desta maneira pode-se compreender a frase que serviu para abrir esta lição: "não aprender não é o contrário de aprender", porque uma condição não é oposta à outra, mas complementar. Em cada ser humano há sempre espaços de aprendizagem ocupados por conhecimentos e por vazios de ignorância.

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DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

DISTÚRBIOS, TRANSTORNOS E DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

"Não aprender não é o contrário de aprender"

Esta frase, aparentemente contraditória, traz em si uma verdade a respeito da condição humana. Enquanto espécie que se destacou na vida animal porque desenvolveu processos de aprendizagem entre seus próprios membros, a humanidade está condicionada a aprender. Todo ser humano possui esta capacidade gravada em seu código genético, como uma marca.

Entretanto, esta condição de sujeito aprendente que cria conhecimento, que desenvolve uma cultura, traz em si mesma uma dualidade: saber e desconhecer. Impossível tudo saber! Impossível tudo desconhecer! Por isso, sempre conhecemos algo e sempre desconhecemos alguma coisa, mas estamos sempre enredados na trama do conhecimento.

"Aprender" e "não aprender" estão em pé de igualdade na condição humana e fazem parte da realidade de cada sujeito que "sabe" algumas coisas e "desconhece" outras. Tal perspectiva traz à cena do debate a questão da relação com o conhecimento, objeto de estudo da filosofia em sua vertente epistemológica. Traz também uma visão psicopedagógica desta relação, sob o ponto de vista do sujeito que aprende e que pode, em sua existência, ter este processo facilitado ou dificultado de acordo com sua singularidade.

A partir destas idéias preliminares é que se pode começar a expor as diferenças entre distúrbios, transtornos e dificuldades de aprendizagem, esclarecendo a priori que tais termos são comumente empregados como se fossem sinônimos, e que não existe ainda muita literatura a respeito de suas diferenças sendo, portanto, usados indistintamente, desde que se verifique algum problema ou falha relacionada ao ato de aprender.

Sara Pain foi quem melhor expressou esta idéia. Ela chamou a atenção para o fato de que não existe o aluno que "não aprende". A noção de "não aprendizagem" deve ser entendida, diz ela, como um processo diferente de aprender e não o seu oposto.Somente desta maneira pode-se compreender a frase que serviu para abrir esta lição: "não aprender não é o contrário de aprender", porque uma condição não é oposta à outra, mas complementar. Em cada ser humano há sempre espaços de aprendizagem ocupados por conhecimentos e por vazios de ignorância.

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DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM

A palavra "distúrbio", do latim disturbium, disturbare, é composta pelo prefixo "dis", que significa negação, alteração, separação, mau funcionamento é muito utilizado na terminologia médica (por exemplo: distensão, distrofia e o radical . "tubare", que significa perturbar, alterar a ordem das coisas, interromper. Traz em si, duplamente, o significado que alcança até hoje: um distúrbio é uma perturbação, algum tipo de alteração, de interrupção ou algo que funciona mal em uma ordem qualquer, é uma anormalidade patológica por alteração violenta na ordem natural da aprendizagem”, obviamente localizada em quem aprende. Portanto, um distúrbio de aprendizagem obrigatoriamente remete a um problema ou a uma doença que acomete o aluno em nível individual e orgânico

Usamos este termo para várias realidades. Por exemplo, quando a segurança pública foi alterada, dizemos que houve um distúrbio popular; quando a alimentação sofre algum tipo de alteração, falamos em distúrbios alimentares, etc. No caso do processo de aprendizagem humana também usamos o termo distúrbio para designar quando algo não vai bem no ato de aprender. Sempre que ocorre uma alteração na aprendizagem, é exigida uma modificação dos padrões de aquisição, assimilação e transformação do indivíduo, seja por suas vias internas ou por recursos externos a ele, presentes em seu entorno. Vallet (1997) define distúrbio de aprendizagem como uma perturbação na aquisição e utilização de informações ou na habilidade de solucionar problemas, manifestando alterações por dificuldades significativas na aquisição e uso da audição, fala, leitura, escrita, raciocínio ou habilidades matemáticas ou combinações entre elas. Estas alterações são intrínsecas ao indivíduo e presumivelmente devidas à disfunção do sistema nervoso central. Apesar de um distúrbio de aprendizagem poder ocorrer concomitantemente com outras condições desfavoráveis (por exemplo, alteração sensorial, retardo mental, distúrbio social ou emocional) ou influências ambientais (por exemplo, diferenças culturais, instrução insuficiente/inadequada, fatores psicogênicos), não é resultado direto dessas condições ou influências

O uso da expressão distúrbio de aprendizagem tem se expandido de maneira assustadora entre os professores, apesar da maioria desses profissionais nem sempre conseguir explicar claramente o significado dessa expressão ou os critérios em que se baseiam para utilizá-la no contexto escolar

OS PRINCIPAIS DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM SÃO:

DISLEXIA: distúrbio da palavra. Falha no processamento da habilidade da leitura e da escrita durante o desenvolvimento. 5 a15% da população; incidência masculina; fatores hereditários; etiologia - anomalia fisiológica. Três tipos: visual; fonológica e mista.

DISLALIA: distúrbio da linguagem oral. Falha no processamento da habilidade de enunciação dos fonemas, decorrente de falhas no processamento auditivo ou em hipo-acusia.

DISGRAFIA: falha na aquisição da escrita; implica uma inabilidade ou diminuição no desenvolvimento da escrita. 5 a 10% da população escolar. Dois tipos: disgrafia do pré-escolar; caligrafia e espacialidade.

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DISORTOGRAFIA: falha na aquisição da escrita; implica em uma inabilidade ortográfica e gramatical, presente na construção de palavras e frases. Atinge 5 a 10 % da população escolar.

DISCALCULIA: falha na aquisição da capacidade e na habilidade de lidar com conceitos e símbolos matemáticos. A dificuldade está no reconhecimento do número e do raciocínio matemático. Atinge 5 a 6% da população com DA e envolve dificuldades na percepção, memória, abstração, leitura, funcionamento motor.

Muitos autores consideram que os distúrbios têm um componente orgânico, relacionado ao Sistema Nervoso Central. Portanto, há sempre algum tipo de associação entre o distúrbio de aprendizagem e um problema neurológico, associado a uma falha na aquisição ou no processamento, ou ainda no armazenamento de informações envolvendo áreas e circuitos neuronais específicos em determinado momento do desenvolvimento.

Em função da complexidade dos fatores causadores dos distúrbios de aprendizagem, o diagnóstico deve ser realizado por equipe multidisciplinar, mesclando profissionais das áreas da saúde, educação e assistência social. Em função dos componentes orgânicos envolvidos nos distúrbios de aprendizagem, é sempre importante que haja o acompanhamento médico e a realização de exames.

Com o avanço da tecnologia e sua aplicação na área da saúde, existem atualmente exames que detectam distúrbios diversos com alguma precisão. Os mais avançados são o PET (tomografia por emissão de pósitrons) e o SPECT (tomografia por emissão de fóton único). Ambos são exames de altíssima tecnologia, e ainda não estão disponíveis para a maioria da população brasileira, infelizmente. Utilizam tecnologias de neuroimagem, com marcadores radioativos, que produzem variação de cor de acordo com a ativação funcional de determinadas regiões do cérebro. (é comum este tipo de imagem em revistas científicas ou informativas) Por intermédio de tais exames é que o dr. Albert Galaburda defende a tese de anomalia estrutural do cérebro de disléxicos.

OBS: VEREMOS MAIORES DETALHES A RESPEITO DESTES DISTURBIOS POSTERIORMENTE.

PARA MAIOR APROFUNDAMENTO A RESPEITO DA DISLEXIA, VALE A PENA PARTICIPAR DA OFICINA: DISLEXIA – APRIMORANDO OS CONHECIMENTOS.

Maiores informações: www.psicopedagogavaleria.com.br/cursos.htm

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TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM

"Seguindo o percurso etimológico que permite uma compreensão mais acurada dos termos, verifica-se que a palavra "transtorno" significa "que se torna". Isso indica que os transtornos acontecem no decorrer do processo de desenvolvimento humano, a partir da gestação. Suas causas podem ser genéticas, neurológicas, neuropsicológicas ou psíquicas e ocasionam uma transformação no organismo, mudando seu curso.

Por serem fruto de processos de desenvolvimento, os transtornos são geralmente mais difíceis de serem tratados, apesar de mais fáceis de serem diagnosticados. Os mais conhecidos e que afetam mais diretamente o processo de aprendizagem são acompanhados por oligofrenia (retardo mental), como a síndrome de Down, por exemplo, ou a síndrome autista. Vários fatores são pré-determinantes para o surgimento de transtornos de desenvolvimento em indivíduos, podendo ser de causa ambiental, genética ou sócio/econômicas.

Muitos são causados por falta de acompanhamento pré-natal, doenças infecciosas, acidentes durante o parto, casamentos consangüíneos, ingestão de drogas ou por acidentes (envenenamentos, afogamentos, quedas, choques elétricos, engasgamentos, ingestão de pequenos objetos, acidentes no trânsito). Dentre as causas sociais encontram-se a desnutrição, ou a falta de alimentação balanceada, estimulação global, boas condições de higiene e saúde ambientais (saneamento básico, prevenção de parasitoses,assim como de vacinação preventiva.

Há ainda os transtornos oriundos de causas emocionais, ou psiquiátricas - a privação maternal - levando a uma falta de estimulação global ou resultantes de privação do convívio social; - e os transtornos invasivos de desenvolvimento, como as psicoses.

Alguns transtornos trazem como conseqüência problemas perceptivos relacionados aos atos motores, visão, fala e audição. Os portadores destas características são classificados como portadores de deficiências múltiplas. "Todos os indivíduos com deficiência mental moderada ou profunda que têm pelo menos mais uma deficiência (auditiva, visual, paralisia, etc.)." Sneel (1978); "... as crianças com deficiências múltiplas e graves são aquelas cujas principais necessidades educacionais são o estabelecimento e o desenvolvimento de habilidades básicas nas áreas social, de auto-ajuda e comunicação," Lontag, Smith e Sailor (1977)

Os transtornos, depois de instalados, geralmente não têm cura. A pessoa deverá ser educada para viver de acordo com aquela circunstância e a sociedade educada para vê-la como alguém que tem potencial de aprendizagem, de acordo com as propostas de uma sociedade inclusiva. Geralmente os portadores de transtornos de desenvolvimento necessitam de um atendimento multidisciplinar e de tratamento individualizado em instituições que possam atender às suas necessidades de estimulação.

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A maioria dos casos não é para ser tratada por psicopedagogos isoladamente. Mais do que atendê-los diretamente a Psicopedagogia tem um grande papel a desempenhar na construção deste novo mundo, mais cooperativo e inclusivo. A respeito das diferenças e das possibilidades de cada um, em uma ótica inclusiva

OBS: É RECOMENDAVEL PARA MAIOR APROFUNDAMENTO A PARTICIPAÇÃO NA OFICINA DE AEE( atendimento educacional especializado).

Informações: www.psicopedagogavaleria.com.br/cursos.htm

DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

Sob esta denominação genérica encontram-se várias situações relacionadas com o ato de aprender. É preciso compreender que, muitas vezes, o que se chama de dificuldade de aprendizagem, como diz Maria Lúcia Weiss, pode ser "dificuldade de ensinagem".

O que é uma dificuldade? A palavra deriva de "faculdade", que significa "possibilidade", "potencial", "capacidade". Portanto, dificuldade é a negação ou a falta de alguma habilidade.

É preciso distinguir entre "capacidade" e "habilidade", para entender o que podem ser as dificuldades de aprendizagem.

As capacidades são inatas à natureza humana e fruto do desenvolvimento filogenético da humanidade. Se em passado longínquo o homem adquiriu a postura ereta, desenvolvendo a habilidade de andar se sustentando apenas sobre os membros inferiores, em algumas gerações mais adiante esta nova postura transformou-se em capacidade. Desta maneira, hoje em dia, quando uma criança completa cerca de doze meses de idade espera-se que ela deixe de engatinhar (postura de quadrúpedes) e assuma a marcha apoiada apenas nos membros inferiores, liberando as mãos para desenvolver outras habilidades. Então, capacidades se transformam em habilidades no decorrer do desenvolvimento da espécie. Esta é nossa história e fazemos isso aprendendo. Para viver o ser humano precisa aprender sempre, desadaptando-se diante de cada situação nova que a vida em sociedade lhe apresenta. Aprender é natural, mas não é fácil.

Fácil é tudo aquilo que realizamos sem muito esforço, porque já desenvolvemos as habilidades necessárias para fazê-lo. Difícil é tudo que temos que realizar sem possuir as habilidades necessárias ou suficientes para tal.

Se, para viver a vida é preciso aprender; se, para executar as ações mais rotineiras necessita-se desenvolver habilidades, se não é possível aprender tudo, se sempre haverá alguma habilidade a ser aprendida e

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incorporada ao repertório, então é natural que em algumas ações se obtenha mais sucesso do que em outras. Isto é o que vai caracterizar as dificuldades de aprendizagem; algumas coisas serão mais difíceis do que outras para todas as pessoas. Todo ser humano terá facilidade para executar determinadas ações e dificuldade para realizar outras, seja por causas orgânicas, emocionais ou ambientais.

De acordo com este ponto de vista, que defendo sem hesitação, as dificuldades de aprendizagem devem ser o foco da intervenção psicopedagógica, já que a Psicopedagogia é a área de conhecimento que se dedica ao estudo do processo de aprendizagem humana e que este processo engloba tanto o aprender, como o não aprender, como já se viu.

Portadores de distúrbios e de transtornos de aprendizagem podem e devem receber atendimento psicopedagógico. Porém, são as dificuldades mais corriqueiras relacionadas ao processo de aprendizagem que devem ser atendidas pelos psicopedagogos, pois estas estão presentes em todos os seres humanos, indistintamente e este é o compromisso social da Psicopedagogia.

As dificuldades de aprendizagem devem ser o foco de atenção do psicopedagogo em seu trabalho clínico. Se o atendido tiver um distúrbio ou um transtorno, decerto que sua aprendizagem será problemática. Para este aspecto de sua realidade é que o terapeuta deve estar atento, pois, para os aspectos orgânicos e ou psíquicos outros profissionais deverão atentar.

As dificuldades de aprendizagem não são decorrentes de problemas orgânicos ou psíquicos. Apesar de sua capacidade, a pessoa não desenvolve as habilidades requeridas para realizar a tarefa e, por isso, falta-lhe competência, o que é visto como dificuldade.

Imagine uma criança que não possui atraso cognitivo, sua linguagem é bem estruturada, coerente com a faixa etária e não há nenhum componente orgânico que interfira em seu desenvolvimento. Porém, sua família, de nível sócio-cultural baixo, não valoriza a leitura e não tem hábito de estimular seus estudos. Durante o ano letivo em que estava matriculada na classe de alfabetização, trocou de professora três vezes. Resultado: não conseguiu assimilar os conhecimentos necessários e não aprendeu a ler. Esta criança, provavelmente vai se “arrastar” durante alguns anos, vai piorar em termos de auto-estima porque vai pensar que é incapaz de aprender e talvez engrosse a fileira dos evadidos que compõem as estatísticas oficiais;

Imagine agora outra criança, de mesma faixa etária, sem problemas de desenvolvimento, boa situação sócio-econômica, pais com nível universitário. Ela foi precocemente inserida em uma classe de alfabetização. Não conseguiu assimilar os conhecimentos necessários e não aprendeu a ler. Os pais entram em ansiedade, tornam-se muito exigentes, a escola, por sua vez, faz o mesmo. Esta criança provavelmente vai piorar em termos de auto-estima, considerando-se incapaz e poderá vir a engrossar as fileiras de adolescentes vítimas do tráfico de drogas, tornando-se dependente.

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Ambas são clientes em potencial para um psicopedagogo. Em cada um dos casos o terapeuta terá muito pouco a fazer em relação à situação sócio-econômica das famílias e pouquíssima chance de alterar o funcionamento da escola. Poderá auxiliar cada criança a se encontrar novamente consigo mesma, a compreender que seu insucesso não foi ocasionado por uma incapacidade, mas por circunstâncias de sua vida e que, com ajuda terapêutica, poderá reverter esta situação adquirindo as habilidades necessárias para a compreensão leitora e a competência na escrita. Este é o “fazer” psicopedagógico: articular as instâncias objetivas e subjetivas envolvidas no ato de aprender, potencializando ambas para que possa surgir o sujeito autor.

Para atuar desta maneira, o psicopedagogo deve ele próprio desenvolver habilidades que o tornem competente neste trabalho. Uma destas habilidades é conseguir discernir se a dificuldade de aprendizagem de seu cliente é sintomática ou reativa. Para tanto, necessitará de bagagem teórica que sustente suas hipóteses e permita-lhe estruturar sua prática.

As dificuldades de aprendizagem mais relatadas e que são alvo de muitas queixas de pais e professores, estão relacionadas aos seguintes aspectos:

Comportamento social inadequado, geralmente associado à falta de limites e imaturidade: dificuldade em internalizar responsabilidades e lidar com a frustração;

Memória e atenção: dificuldade em manter o estado de vigília, de focar a atenção e se concentrar nas tarefas formais;

Coordenação global e fina: dificuldade de domínio do gesto e do instrumento; dificuldade perceptiva; dificuldade na lateralização, na orientação espacial e temporal;

Linguagem e escrita: dificuldade em organizar os sons em uma determinada seqüência que englobe-começo, meio e fim,dificuldades de simbolização;

Dificuldades numéricas e de cálculo : dificuldade em lidar com valores, em operar matematicamente.

Como não têm um componente orgânico determinante, as dificuldades de aprendizagem podem ser de dois tipos: reativas ou sintomáticas.

DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM REATIVA

A dificuldade de aprendizagem reativa, como o nome indica, é resultado de uma reação do sujeito a alguma situação externa a ele. Em função do que lhe acontece a pessoa reage desenvolvendo um comportamento relacionado àquela situação. Então, no primeiro exemplo acima, aquela criança que não conseguiu aprender a ler reage às trocas de professoras, ao ambiente familiar pouco estimulador, com uma resposta de não aprendizagem ou com um nível mesquinho de aprendizagem.

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Abolindo-se a situação adversa no meio externo, a criança volta a se sentir potente e tem grandes chances, com ajuda terapêutica, de continuar seu desenvolvimento sem maiores problemas.

A criança que faz uma dificuldade de aprendizagem reativa está sendo bastante inteligente, pois consegue uma maneira de chamar a atenção para si e receber ajuda para mudar seu contexto.

O aprender implica em uma série de fatores que, co-relacionados, auxiliam no desenvolvimento intelectual da criança. Descobrimos que a aprendizagem está ligada à ação e que, para tanto, é necessário que o organismo, o corpo e o desejo estejam em sintonia.

Uma observação sobre as Dificuldades de Aprendizagem é necessária a partir do momento que estas tomam proporções alarmantes.

O trabalho deve ser conjunto: profissional - família - escola. Esta parceria, tem que estar em sintonia, pois uma completa a outra. Não basta somente o profissional tentar levantar a auto-estima da criança; é preciso que a família e a escola tenham igual contribuição neste processo. A criança que é submetida à sentimentos derrotistas, de fracasso ou de inferioridade, não consegue aproveitar as possibilidades do aprendizado.

Segundo Alicia Fernandez, numa relação inteligência-desejo, "aprendemos quando temos prazer". O problema muitas vezes, não está na criança propriamente dita, mas na relação que se constrói com esta criança. Alguns educadores esquecem que o processo de construção do saber é uma caminhada e que o desânimo de determinados alunos é provocado pelo imediatismo de resultados esperados. É necessário o cultivo diário, mostrando ao aluno que ele é capaz, independente de suas limitações, para que o mesmo possa demonstrar sua capacidade, sem afobações, sem exageros e sem ilusões. Colhemos “bons frutos” quando sabemos valorizar mais o lado positivo da criança e não enfatizar o lado negativo.

É preciso conhecer a origem do problema, para que não sejam feitos falsos diagnósticos e, uma vez detectado o problema, este deve ser tratado para facilitar a vida escolar conseguindo assim que a aprendizagem seja uma realização para esta criança.

Segundo Elizabeth Polity, no livro "Psicopedagogia : um enfoque sistêmico", a definição para a Dificuldade de Aprendizagem, do Instituto Nacional de Saúde Mental dos EUA, é a seguinte :

"dificuldade de aprendizagem é uma desordem que afeta as habilidades pessoais do sujeito em interpretar o que é visto, ouvido ou em relacionar informações vindas de diversas partes do cérebro..."

Esta, sem dúvida, é uma das melhores definições de Dificuldade de Aprendizagem. E, sabemos que o nível de ansiedade causada por estas dificuldades pode ocasionar transtornos maiores, pois o rótulo é algo que gera

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medo e angústia para a criança que, muitas vezes, são chamadas de "ignorantes", "incapazes", "malandras", etc.

Os adultos que convivem com a criança portadora de dificuldade de aprendizagem, precisam se humanizar mais para que haja êxito no tratamento.

Como afirma Sara Pain, "devemos devolver à criança o anseio por saber, pois em algum lugar ela o perdeu".

A relação com a família interfere diretamente no comportamento desta criança, fazendo com que esta se sinta insegura em relação à capacidade de aprender. Muitas vezes, se faz necessário que o tratamento se estenda aos pais, numa tentativa de resgatar o prazer na relação familiar, interferindo diretamente no desenvolvimento escolar da criança. O amor move a aprendizagem!

Quando existe um problema de origem orgânica, é necessário que exista a intervenção de um especialista que poderá avaliar a necessidade ou não do uso de medicamentos, dando seqüência ao que esteja sendo trabalhado no consultório psicopedagógico.

Em suma, as dificuldades de aprendizagem estão relacionadas a fatores orgânicos, emocionais ou metodológicos, isolados ou não.

Texto de Cláudia Maria Hisse Vilela

Para resolver problemas de aprendizagem reativos o psicopedagogo pode atuar, mas sua ação será sempre voltada para dois âmbitos: o cliente, afetado pelo que está acontecendo em seu ambiente e o sistema familiar e escolar no qual está inserido.

Este tipo de dificuldade pode ser resolvido sem a atuação direta do psicopedagogo, quando elementos do próprio sistema são capazes de identificar situações geradoras de stress e as removem. O psicopedagogo pode também agir somente em relação ao sistema, de maneira preventiva, colaborando para que sejam evitadas tais situações. Esta ação institucional é importantíssima para contextos de fracasso escolar.

Segundo Sara Paín, psicopedagoga argentina, uma criança apresenta dificuldade de aprendizagem reativa quando ela não se adapta ao método pedagógico oferecido pela escola. Quando ensinada com outro método, a criança aprende. É comum encontrarmos crianças que saíram de escolas tradicionais para estudar em escolas com proposta construtivista e vice-versa, e passaram a apresentar dificuldade de aprendizagem. Nessa caso, é melhor deixar a criança estudar em escolas que ofereçam a metodologia que ela melhor se adapta. Algum as relações com as dificuldades de aprendizagem reativas:

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• não perceber a importância daquilo que está aprendendo porque o professor não consegue transmitir como e por que aquele conhecimento será utilizado no cotidiano da criança; • ter um professor que não sabe ensinar porque não gosta da profissão que exerce; • ter um professor que, por não ter compreendido sua própria infância e adolescência, não percebe as necessidades dos alunos. Por todos esses motivos, não basta apenas conversar com a criança. O psicopedagogo deve auxiliar o professor a encontrar uma forma de ajudá-la para que a vida escolar da mesma seja prazerosa. Afinal, é na escola que ela passará a maior parte do tempo.

DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM SINTOMÁTICA

conceito de "sintoma".

O sintoma se expressa como uma linguagem que o terapeuta precisa decifrar, porque se apresenta como uma modificação de uma função ou como um signo que expressa uma desordem de uma função ou de um órgão, provocado por uma doença.

Exemplo: a febre pode ser sintoma de infecção, de inflamação ou de um estado de tensão emocional. O sintoma objetivo deve ser estudado pelo médico enquanto que o sintoma subjetivo deve ser descrito pelo cliente. Sem esta descrição, o profissional perde algo importante do sintoma: seu relato. Como o cliente relata o sintoma, já explicita algo importante para a análise diagnóstica.

Diz-se que um signo observável é um sintoma, quando ele se repete, quando mantém relação com alguma situação a que ele remete. Caso se trate o sintoma sem atacar suas causas, a tendência é que ele surja renovado, em outra situação, repetindo-se, não exatamente da mesma maneira, mas como denúncia de que a situação causadora persiste.

A dificuldade de aprendizagem pode ser um sintoma de que algo não vai bem com a criança ou sua família, ou na relação dela com a família ou com a escola.

Muitas vezes, antes de surgir como um signo relacionado à aprendizagem, o sintoma já percorreu e apareceu de outras maneiras sem que tivesse provocado algum movimento da família ou do próprio sujeito no sentido de eliminá-lo. Esta é outra questão relevante: o que fazer com o sintoma?

O sintoma na aprendizagem é um signo porque não mantém relação direta com a causa que o gerou. Por exemplo: uma pessoa que foi adotada e permaneceu com esta condição de sua vida mantida pela família em "segredo" pode apresentar dificuldades em aprender história geral ou história do Brasil,

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na escola. Como aprender a história da humanidade ou de um país se parte de sua própria história lhe é negada? A pessoa não possui nenhuma dificuldade cognitiva, nenhuma dificuldade de estruturação temporal, vai bem nas demais disciplinas e se dá mal em História. Casos assim demonstram que o aprender não está ligado apenas a processos mentais. Mantém relação direta com processos emocionais. Por isso podemos considerar que a dificuldade de aprender é sintoma do mal estar causado na pessoa pelo desconhecimento de sua condição de filho adotivo ou de sua origem biológica.

Quando a dificuldade de aprendizagem é sintomática, necessita da intervenção psicopedagógica. O psicopedagogo é o profissional indicado para atuar, de forma isolada ou em equipe multidisciplinar. Sem sua presença a situação geralmente não é bem conduzida porque a Psicopedagogia é a área do conhecimento humano que estuda os aspectos objetivos (estrutura cognitiva, organismo) e os aspectos subjetivos (estrutura dramática e corpo) integrados no processo de aprendizagem humano.

Alícia Fernández é muito feliz quando reitera um fato simples e óbvio: o ser humano é aprendente. Está em sua natureza aprender. Sendo assim, não existe ser humano que não aprenda. Para aprender, o sujeito põe em jogo seu pensamento, fruto da evolução filogenética da humanidade.

O psicopedagogo é o profissional que articula inteligência e desejo, estrutura cognitiva e estrutura dramática, aspectos filogenéticos e ontogenéticos do processo pelo qual o ser humano, como diz Paulo Freire, transformou "vida" em "existência".

Muitos terapeutas são capacitados para atuarem em diversas áreas, são competentes em seus respectivos âmbitos de formação profissional. Só o psicopedagogo é competente o suficiente para atuar em uma situação de dificuldade de aprendizagem sintomática porque ele possui o olhar capaz de mirar inteligência e desejo ao mesmo tempo, em decorrência da transdisciplinaridade que caracteriza seu campo de formação, pesquisa e atuação profissional.

Algumas relações com as dificuldades de aprendizagem sintomática:

• não se concentrar nas aulas e na fala da professora; •demorar para fazer as tarefas porque ainda não desenvolveu a coordenação motora fina responsável pela escrita; • faltar subsídios necessários para a aprendizagem de novos conteúdos; • não ver importância na escola porque os pais não explicam o porquê de ter de estudar. • pensar que se dará bem na vida sem estudo porque isso ocorreu com os pais ou com algum membro da família; • sofrer com a falta de limites que seus pais nunca impuseram; • acreditar que sua ida à escola é para que sua mãe possa cuidar do bebê que acabou de nascer ou do irmão menor; • ter qualquer problema de saúde que impede a aprendizagem;

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• ser desorganizada; • ser muito inteligente em algumas áreas, mas o cérebro falha em aprendizagens específicas, como leitura, escrita ou cálculo; • estar numa escola aonde a metodologia não condiz com sua forma de aprender; CAUSAS DAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM De acordo com pesquisas, a origem das dificuldades de aprendizagem encontram-se no sistema nervoso central do indivíduo, sendo que um conjunto de fatores pode contribuir para esse fato. A não aprendizagem na escola é uma das causas do fracasso escolar. Segundo Weiss (idem, p.16) considera-se fracasso escolar uma resposta insuficiente do aluno a uma demanda da escola. A questão do fracasso escolar na perspectiva psicopedagógica clínica deverá ser analisada considerando-se as relações existentes entre as seguintes dimensões: Emocional , Social, Cognitiva, Pedagógica e Orgânica.

Emocional : está ligada ao desenvolvimento afetivo e sua relação com a construção do conhecimento e a expressão deste através de uma produção gráfica ou escrita ..

A psicanálise é a área que embasa esta dimensão, trata dos aspectos inconscientes envolvidos no ato de aprender, permitindo-nos levar em conta a face desejante do sujeito. Neste caso, o não aprender pode expressar uma dificuldade na relação da criança com seu grupo de amigos ou com a sua família, sendo o sintoma de algo que não vai bem nesta dinâmica.

Estes aspectos se destacam por uma rejeição ao conhecimento escolar, em trocas, omissões e distorções na leitura ou na escrita, dificuldades em calcular no geral

Social : está relacionada à perspectiva da sociedade, onde estão

inseridas a família, o grupo social e a instituição de ensino. Seu agravante é a falta oportunidades de crescimento cultural, de rápida construção cognitiva e desenvolvimento da linguagem que lhes permita maior imersão num meio letrado, o que, por sua vez, facilitará o desenvolvimento da leitura e escrita. Influencia também nos aspectos físicos dos alunos de camadas de população de baixa renda pelas conseqüências no período pré-natal, Peri natal e pós natal, assim como a exposição mais fácil a doenças letais, acidentes, subnutrição e suas conseqüências.

Cognitiva : está relacionada ao desenvolvimento das estruturas

cognoscitivas do sujeito aplicadas em diferentes situações. No domínio desta dimensão, devemos incluir a memória, a atenção, a percepção e outros fatores que usualmente são classificados como fatores intelectuais. A Epistemologia e a Psicologia Genética são as áreas de pano de fundo para este aspecto. Encarrega-se de analisar e descrever o processo construtivo do conhecimento pelo sujeito em interação com os outros objetos.

Pedagógica :está relacionada ao conteúdo, metodologia, dinâmica de sala de aula, técnicas educacionais e avaliações aos quais o sujeito é

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submetido no seu processo de aprendizagem sistemática. A Pedagogia contribui com as diversas abordagens do processo ensino aprendizagem, analisando-o do ponto de vista de quem ensina.

Orgânica : está relacionada à constituição biofisiológica do sujeito que

aprende como:

Alterações orgânicas: podendo levar a formação de problemas emocionais por serem tratados de forma diferenciada pela familia e sociedade; Alterações sensoriais: impedindo ou dificultando o acesso aos sinais do conhecimento; Alterações do sistema nervoso central: comprometendo a linguagem acarretando em problemas de leitura e escrita . Fatores hereditários – distúrbios como a dislexia, TDAH, entre outros. Fatores pré-natais – excesso de radiação, uso de álcool ou drogas durante a gravidez, insuficiências placentárias, incompatibilidade de RH quando não tratada, parto complicado, hemorragias intracranianas durante o nascimento, anoxia (falta de oxigênio na hora do parto); Fatores pós-natais – traumatismos cranianos, tumores e derrames cerebrais, negligência ou abuso físico, substâncias tóxicas. Outros fatores que podem contribuir para a “ NÃO Aprendizagem” : •Falta de estimulação adequada nos pré-requisitos necessários à alfabetização • imagem corporal • lateralidade - conhecimento de direita e esquerda • orientação espacial • orientação temporal • ritmo • análise/ síntese visual e auditiva – ex: palavra visualizada – estojo: - análise – es-to-jo - síntese – estojo • habilidades visuais específicas - percepção e discriminação de semelhanças e diferenças - constância de percepção de forma e tamanho - percepção figura-fundo - memória visual - acompanhamento visual - coordenação viso-motora - memória cinestésica • habilidades auditivas específicas - discriminação de sons - discriminação auditiva figura-fundo - memória auditiva • linguagem oral MODALIDADES DE APRENDIZAGEM O conceito de modalidades de aprendizagem é uma das pedra angulares da teoria psicopedagógica clínica por permitir descrever e compreender a forma pessoal com que cada sujeito acerca-se e relaciona-se ao objeto de conhecimento. OBS> ESTE TEMA SERÁ MELHOR ABORDADO EM :TESTES DE PROJEÇÃO.

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ENFOQUE PSICOPEDAGÓGICO ÀS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

Para atuar na clínica, o psicopedagogo precisa desenvolver determinadas competências que são inerentes ao trabalho terapêutico.

É necessário que tenha sólida formação teórica tanto na esfera dos conhecimentos relativos ao desenvolvimento do pensamento: neuropsicologia e epistemologia genética, assim como ao desenvolvimento dos procedimentos educativos usuais: didática e mediação da aprendizagem, além de conhecer a formação do sistema psíquico e os conceitos psicanalíticos que embasam os conhecimentos a respeito dos aspectos emocionais.

Além da competência teórica, a clínica exige competência relacional, o que só pode ser obtido por meio do auto-conhecimento. Por isso, para aprender a função do terapeuta, o melhor caminho é se submeter à terapia.

A prática psicopedagógica clínica determina que o profissional se torne um terapeuta da aprendizagem.

Na relação abaixo, algumas características essenciais ao bom terapeuta:

Ser receptivo, caloroso e ter um bom senso de humor para desenvolver uma relação amigável, positiva, e confiável com o cliente;

Ser emocionalmente saudável, sem afetação, para que o cliente se sinta confortável;

Ser franco e direto, para responder a todas as perguntas do cliente, mesmo que as respostas não sejam as que ele queira ouvir;

Ter os mesmos valores fundamentais do cliente para ser respeitado por ele;

Ser capaz de ouvir as queixas do cliente; Fornecer nome de clientes que possam dar referências sobre seu

trabalho; Falar uma linguagem clara e não usar o "terapês", para que o cliente

entenda sua mensagem; Mostrar interesse pelo cliente; Indicar claramente quais são os direitos e obrigações do cliente e qual a

taxa das consultas; Ficar à disposição do cliente para consultas telefônicas entre as seções

nos momentos que ele achar necessário ou tiver uma crise; Ter habilidade para se comunicar igualmente com os pais e seus filhos

adolescentes.

A abordagem psicopedagógica aos problemas de aprendizagem tem um enfoque muito específico, voltado para as dificuldades de aprendizagem sintomáticas, articulando as esferas objetivas e subjetivas da relação humana com a produção e construção de conhecimentos.