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1 NOTÍCIAS FISCAIS Nº 3.656 BELO HORIZONTE, 26 DE SETEMBRO DE 2017. www.bhauditores.com.br www.bornsolutions.com.br “Estou convencido de que metade do que separa os empreendedores bem sucedidos dos mal sucedidos é a pura perseverança. ” Steve Jobs MUDANÇAS NA TRIBUTAÇÃO SOBRE GANHO DE CAPITAL GERAM RISCO DE AUTUAÇÃO ............................................. 2 MINAS TERÁ FÁBRICA DE ÍMÃ DE ALTA POTÊNCIA ........................................................................................................ 4 PROJEÇÕES DO MERCADO INDICAM IPCA ABAIXO DE 3% ESTE ANO ............................................................................. 5 STF JULGARÁ IR SOBRE JUROS EM DEVOLUÇÃO DE TRIBUTOS ...................................................................................... 5 É CRIME DECLARAR E NÃO RECOLHER ICMS-ST? ............................................................................................................ 6 RECEITA FEDERAL ALERTA PARA GOLPE DA REGULARIZAÇÃO DE DADOS CADASTRAIS ................................................. 8 RECEITA ALERTA CONTRIBUINTES PARA O FIM DO PRAZO DE CONSOLIDAÇÃO DOS DÉBITOS DA REABERTURA DO REFIS DA CRISE ............................................................................................................................................................ 10 PIS/COFINS – ALÍQUOTA ZERO – VARIAÇÃO MONETÁRIA – TAXA DE CÂMBIO ............................................................ 10 PIS/COFINS – CRÉDITO – MÁQUINAS – LOCAÇÃO A TERCEIROS – PRAZO .................................................................... 11 Sumário

1 NOTÍCIAS FISCAIS Nº 3.656 BELO HORIZONTE, 26 DE … 3656.pdf · Desde o dia 1º de janeiro deste ano os 15% são aplicados somente para ganhos de até R$ 5 milhões. A partir

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NOTÍCIAS FISCAIS Nº 3.656

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“Estou convencido de que metade do que separa os empreendedores bem

sucedidos dos mal sucedidos é a pura perseverança. ”

Steve Jobs

MUDANÇAS NA TRIBUTAÇÃO SOBRE GANHO DE CAPITAL GERAM RISCO DE AUTUAÇÃO ............................................. 2

MINAS TERÁ FÁBRICA DE ÍMÃ DE ALTA POTÊNCIA ........................................................................................................ 4

PROJEÇÕES DO MERCADO INDICAM IPCA ABAIXO DE 3% ESTE ANO ............................................................................. 5

STF JULGARÁ IR SOBRE JUROS EM DEVOLUÇÃO DE TRIBUTOS ...................................................................................... 5

É CRIME DECLARAR E NÃO RECOLHER ICMS-ST? ............................................................................................................ 6

RECEITA FEDERAL ALERTA PARA GOLPE DA REGULARIZAÇÃO DE DADOS CADASTRAIS ................................................. 8

RECEITA ALERTA CONTRIBUINTES PARA O FIM DO PRAZO DE CONSOLIDAÇÃO DOS DÉBITOS DA REABERTURA DO

REFIS DA CRISE ............................................................................................................................................................ 10

PIS/COFINS – ALÍQUOTA ZERO – VARIAÇÃO MONETÁRIA – TAXA DE CÂMBIO ............................................................ 10

PIS/COFINS – CRÉDITO – MÁQUINAS – LOCAÇÃO A TERCEIROS – PRAZO .................................................................... 11

Sumário

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MUDANÇAS NA TRIBUTAÇÃO SOBRE GANHO DE CAPITAL GERAM RISCO DE AUTUAÇÃO

Fonte: Valor Econômico. Contribuintes vêm enfrentando dificuldades com a nova forma de

tributação sobre o ganho de capital - que desde o começo do ano é feita por meio de alíquotas

progressivas. Estão sendo afetados, segundo advogados, tanto os que venderam ativos ainda

em 2016 e estão sendo cobrados pelas novas regras como aqueles que fecharam negócio este

ano mas não tem resposta da Receita Federal sobre os valores que devem ser recolhidos.

Em ambos os casos, afirmam especialistas, os contribuintes correm riscos de autuação - já que

eles mesmos acabam calculando o imposto que será recolhido.

Os mais afetados são as pessoas físicas beneficiadas por operações de fusão e aquisição de

empresas. Isso devido aos altos valores geralmente envolvidos nesse tipo de transação.

Até o ano passado a alíquota do Imposto de Renda sobre o ganho de capital (que é a diferença

entre o valor da venda e o custo) estava fixada em 15%. Houve uma mudança, por meio da Lei

nº 13.259, e o cálculo passou a ser feito de forma progressiva.

Desde o dia 1º de janeiro deste ano os 15% são aplicados somente para ganhos de até R$ 5

milhões. A partir dessa quantia cobra-se mais: 17,5% para valores entre R$ 5 milhões e R$ 10

milhões, 20% de R$ 10 milhões a R$ 30 milhões e 22,5% acima desse montante.

A mudança na lei provocou um corre-corre nos escritórios de advocacia no fim do ano passado.

O que se viu, segundo advogados, foram muitas transações sendo fechadas às pressas para

garantir a alíquota fixa e, dessa forma, evitar mais gastos com impostos.

A interpretação do mercado - e também da Receita Federal, ao se manifestar, na época, em

reportagem ao Valor - era a de que para o contribuinte garantir os 15% fixos bastava a operação

ter sido concluída até o último dia de 2016. Ou seja, ainda que o pagamento dos valores

referentes à transação fosse repassado nos anos seguintes, quando já valeriam as novas regras,

seria mantido o cálculo antigo.

"Se o negócio jurídico for realizado até 31 de dezembro deste ano [2016] e os pagamentos

forem diferidos para 2017, vale a alíquota antiga", afirmou, por meio de nota, a assessoria de

imprensa da Receita em dezembro.

A avaliação que se tem hoje, porém, é a de que esse entendimento está sendo mantido somente

para as situações em que as partes definiram valores fixos aos pagamentos dos próximos anos.

Aos casos que envolvem parcelas variáveis, a tendência é pela aplicação das alíquotas

progressivas.

Isso foi o que aconteceu, por exemplo, com um contribuinte beneficiado pela venda de uma

empresa em dezembro de 2016. No momento em que o negócio foi fechado as partes

estabeleceram que uma das condições de pagamento ficaria atrelada ao saldo de uma conta

garantia.

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A prática é bastante comum no mercado. As partes optam por reservar parte do preço da

operação em uma conta vinculada, para o caso de haver despesas futuras e não previstas no

momento em que o contrato foi fechado. O que sobrar nessa conta (se o dinheiro não for usado

ou se somente uma parte for usada) é entregue ao vendedor.

Segundo os advogados Luca Salvoni e Rafael Vega, do escritório Cascione, Pulino, Boulos &

Santos, que representam o contribuinte no caso, o sistema da Receita, para essa opção, já está

parametrizado com as novas alíquotas.

"O que não é o correto", entende Salvoni. "A tributação se define quando ocorre o fato gerador,

ou seja, no momento em que a operação é celebrada e as condições definidas em contrato",

acrescenta. A discussão sobre esse caso foi levada pelo contribuinte à Justiça.

No parecer anexado ao processo, o fiscal que assina o documento considerou tais repasses

como ajuste de preço, que dependia de "diversos eventos jurídicos futuros e incertos" para que

se realizassem. E, nesse caso - por não ser possível quantificá-los no momento em que a

operação foi fechada - defendeu que o ganho de capital deveria ser tributado quando houvesse

tal definição e as parcelas fossem pagas.

O caso tramita na 14ª Vara Cível da Justiça Federal de São Paulo e não teve ainda o julgamento

do mérito.

Para Luiz Felipe Ferraz, sócio do escritório Mattos Filho, existem diferentes cenários e é preciso

diferenciá-los. Ele discorda da interpretação do Fisco sobre a tributação referente aos valores

depositados em conta vinculante, mas reconhece que há uma outra situação, mais complexa,

também envolvendo variação de preço.

Ocorre nos casos em que a operação foi fechada em 2016 mas os repasses previstos para os

anos seguintes estão condicionados à performance da empresa: se constatar lucro maior, o

comprador entregará um percentual ao vendedor.

"Nesse caso, como o lucro só vai se verificar lá na frente, o Fisco pode entender que o ganho

de capital não nasceu no fechamento da operação", pondera. "Mas é importante que se diga

que não existe jurisprudência sobre o assunto. Estamos tratando de um tema novo", acrescenta

Ferraz.

Não há notícias ainda de autuações da Receita Federal sobre essas duas situações em específico.

Advogados atribuem ao pouco tempo de vigência das novas regras - e destacam que o Fisco

tem até cinco anos para contestar os contribuintes.

O Valor procurou a Receita Federal para tratar do assunto, mas não obteve retorno até o

fechamento da edição. Também não foram dadas respostas sobre uma outra situação: a de

contribuintes que não estão tendo respostas sobre o imposto que deve ser recolhido - no caso

de ter sido beneficiado por uma operação fechada já em 2017 e, dessa forma, sujeito às

alíquotas progressivas.

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Esse é um dos casos com o qual se deparou o advogado Carlos Eduardo Orsolon, do escritório

Demarest. Ao informar sobre a operação no sistema, afirma, o seu cliente recebeu uma

mensagem de que foi verificado ganho de capital acima de R$ 5 milhões e que ele procurasse

uma unidade da Receita Federal para que o cálculo fosse concluído.

"Nós fomos até uma unidade e, para a nossa surpresa, ninguém soube dizer. Fomos orientados,

então, a escrever para o Fale Conosco da Receita Federal informando sobre essa problemática.

E, depois disso, que aguardássemos uma resposta", diz Orsolon, acrescentando que a resposta

até agora não chegou.

O advogado lembra que a mudança de alíquota foi instituída por meio de Medida Provisória em

2015 e convertida em lei em março de 2016. "A Receita teve mais de um ano para se organizar,

atualizar o programa e preparar os técnicos para atender os contribuintes", critica.

A orientação de Orsolon para casos como esse é para que o próprio contribuinte calcule o

imposto - mesmo descumprindo orientação do Fisco para a utilização do programa -, emita o

Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf) com o valor que entende como devido

e faça o recolhimento dentro do prazo previsto em lei (último dia útil do mês seguinte à

realização da venda). Isso vai evitar, segundo ele, cobranças de juros e multas futuras.

MINAS TERÁ FÁBRICA DE ÍMÃ DE ALTA POTÊNCIA

Fonte: Valor Econômico. A Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais

(Codemig) anunciou o início do projeto de instalação do primeiro laboratório-fábrica de ímãs de

terras raras no Brasil. A fábrica terá capacidade inicial para produzir cem toneladas por ano de

ímãs de alta potência, com aplicações principalmente no segmento de refrigeração. Os

investimentos na construção da fábrica estão calculados em R$ 35 milhões e, no total, o projeto

custará R$ 145 milhões.

"Será um projeto público com parceiros privados, não estamos criando uma estatal do ímã", diz

Marco Antônio Soares Castelo Branco, presidente da Codemig. O governo mineiro ainda busca

incorporar parceiros na empreitada. O projeto foi concebido em parceria com a Fundação

Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras (Certi), organização de pesquisa e

desenvolvimento ligada à Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Castelo Branco diz que o objetivo do laboratório-fábrica é desenvolver tecnologias e aplicações

em óxidos de terras raras e a expectativa é agregar parceiros empresariais. O primeiro acordo

foi firmado com a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), produtora de

nióbio em Araxá (MG). O processo produtivo do nióbio acumula rejeitos de monazita, uma fonte

da qual pode ser extraída os elementos de terras raras.

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Segundo o diretor da CBMM, Clovis Souza, a companhia já detém a tecnologia da produção do

óxido de terras raras, mas ainda não faz uso comercial do material. O laboratório-fábrica será

erguido em Lagoa Santa, na Grande Belo Horizonte, em uma área de 9,6 mil m2 e tem previsão

de inauguração no segundo semestre de 2018. Segundo Castelo Branco, a demanda brasileira

é de 1.200 toneladas anuais de ímãs de alta potência e o objetivo em longo prazo da fábrica é

chegar a uma produção de 500 toneladas por ano.

PROJEÇÕES DO MERCADO INDICAM IPCA ABAIXO DE 3% ESTE ANO

Fonte: Valor Econômico. O mercado financeiro cortou novamente as projeções para a inflação

e passou a estimar alta menor que 3% para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo

(IPCA) este ano. Até a semana passada, apenas o grupo de instituições que mais acertam as

projeções (Top 5) havia furado o piso de 3% estabelecido como limite da meta perseguida pelo

Banco Central. A mediana das cerca de cem instituições que alimentam o boletim Focus mostra

redução da expectativa de 3,08% para 2,97%.

Para os 12 meses seguintes, a projeção caiu de 4,07% para 3,94% e para o fim de 2018 recuou

de 4,12% para 4,08%.

A onda de revisões ocorre em função das reiteradas surpresas positivas que os índices de

inflação vêm apresentando nos últimos meses. Na semana passada, a prévia do IPCA de

setembro desacelerou de 0,35% para 0,11%.

Entre a coleção de bons números que o indicador trouxe está a deflação de 2,21% em alimentos

e bebidas em 12 meses - a mais intensa desde 1994. Para o indicador fechado em setembro, a

projeção mediana agregada do Focus caiu de 0,23% para 0,12%.

Também na semana passada, o Banco Central divulgou o Relatório Trimestral de Inflação que

estima IPCA de 3,2% este ano e amenizou, por exemplo, a preocupação com a pressão

inflacionária que pode ocorrer devido às incertezas na realização das reformas.

Embora algumas analistas vejam possibilidade de a Selic ficar abaixo de 7%, a média do Focus

manteve para este ano e o próximo a projeção para a taxa nesse patamar.

STF JULGARÁ IR SOBRE JUROS EM DEVOLUÇÃO DE TRIBUTOS

Fonte: Valor Econômico. O Supremo Tribunal Federal (STF) vai decidir se incide Imposto de

Renda (IR) e CSLL sobre juros de mora (Taxa Selic) recebidos por contribuinte na devolução de

tributos pagos a maior (repetição de indébito). O tema será analisado em repercussão geral. Não

há previsão de quando o julgamento será realizado.

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Os ministros irão analisar recurso (RE 1063187) da União contra decisão do Tribunal Regional

Federal (TRF) da 4ª Região que afastou a cobrança em caso envolvendo a Electro Aço Altona,

fundição sediada em Blumenau (SC).

O TRF entendeu que não poderia incidir Imposto de Renda e CSLL sobre os juros de mora, dada

sua natureza indenizatória, nem sobre a correção monetária, que não consiste em acréscimo

patrimonial. Aplica-se a Taxa Selic para as duas situações.

No processo, a União argumenta que a Constituição não traz um conceito definido de lucro e

seu conteúdo deve ser extraído da legislação infraconstitucional, que prevê a tributação. A

parcela dos juros de mora é considerada lucros cessantes. Por isso, poderia ser tributada. No

caso da correção monetária, o argumento é o de que seguiria o principal.

Em seu voto pela repercussão geral, o relator, ministro Dias Toffoli, destacou que a questão não

seria constitucional. Porém, como a decisão do TRF da 4ª Região declarou a

inconstitucionalidade de uma lei federal, pode ser julgada pelo Plenário do STF.

No Superior Tribunal de Justiça (STJ), o tema foi analisado em 2013, por meio de repetitivo. A

1ª Seção manteve o recolhimento de IR e CSLL sobre juros recebidos em levantamento de

depósito judicial ou na devolução de tributos pela Receita Federal. O tema foi julgado em

processo da Companhia Hering. Após recurso, o processo aguarda julgamento pela Corte

Especial.

A repetição de indébito é solicitada quando as empresas pagam o tributo a maior por algum erro

ou pedem restituição depois que os contribuintes vencem alguma tese tributária, por exemplo.

Por isso, a decisão sobre a tributação da Selic é relevante para as companhias, segundo o

advogado Tiago Conde, sócio do escritório Sacha Calmon Advogados. Para ele, não se trata de

lucro cessante.

"Tem natureza indenizatória, para recompor o patrimônio do contribuinte", afirma o advogado.

Em muitos casos, acrescenta, o valor já é descontado quando a empresa vai receber o valor. "As

empresas entram com ação judicial para afastar a cobrança".

Em nota ao Valor, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) afirma que,

independentemente da natureza dos juros de mora (remuneração ou indenização), eles se

incorporam a verbas que não figuravam no patrimônio do credor. Por isso, entende que resultam

em um acréscimo patrimonial. A argumentação, acrescenta, foi acolhida pelo STJ no julgamento

do repetitivo.

É CRIME DECLARAR E NÃO RECOLHER ICMS-ST?

Por Leonardo Massud, Leandro Sarcedo e Ricardo L. Hachul para o Valor Econômico. Questão

que tem surgido com cada vez mais frequência nos escritórios de advocacia criminal, consistente

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na instauração de investigações policiais e mesmo de ações penais contra empresários em razão

do não recolhimento do ICMS-ST regularmente declarado, revela uma face bastante cruel dos

efeitos da crise econômica que vem sendo enfrentada pelo país.

Muitas empresas, frente às seguidas dificuldades de caixa numa economia insistentemente

recessiva, viram-se forçadas a deixar de recolher aos cofres públicos o ICMS-ST devidamente

apurado, motivando o Estado a adotar, por meio do Ministério Público (MP), os mecanismos

processuais penais, com toda a sua carga coercitiva, para acusar seus responsáveis de terem

praticado o delito tipificado no artigo 2º, inciso II, da Lei nº 8.137/90, que incrimina a conduta

de "deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuição social, descontado ou

cobrado, na qualidade de sujeito passivo de obrigação e que deveria recolher aos cofres

públicos", cominando-lhe pena de seis meses a dois anos de detenção e multa.

Embora se trate de crime de menor potencial ofensivo, que poderia ser solucionado com uma

transação penal (acordo para que não haja processo), é certo que fatos assim, em tempos de

crise, nunca ocorrem uma única vez. Ao apurar a ocorrência de vários inadimplementos, o

Ministério Público usualmente imputa o crime de forma continuada, o que faz exceder os limites

legais da possibilidade de transação penal, jogando os empresários na arena da ação penal e de

seus rituais constrangedores.

Contudo, parece tratar-se, tais acusações, de equívoco interpretativo em relação à tipologia do

crime em questão, derivada, inclusive, da pouca familiaridade do MP com as estruturas próprias

da apuração e do pagamento do ICMS-ST, que não diz respeito a nenhuma cobrança ou

desconto de tributos de terceiros.

O débito decorrente da apuração do ICMS-ST configura dívida que é própria da empresa,

enquanto parte do polo passivo de uma obrigação tributária, de forma a não estarem presentes

as circunstâncias elementares do referido delito, que só se configuram quando há desconto ou

cobrança do tributo de terceiro.

É certo que a Lei Complementar nº 87/96, que regulamenta o ICMS dos Estados e do Distrito

Federal, em nenhum momento obriga a empresa a cobrar tal tributo do restante dos integrantes

da cadeia produtiva, mas tão somente lhe impõe a responsabilidade pelo seu pagamento.

O que se repassa ao comprador da mercadoria é um mero ônus econômico, decorrente da

composição do seu preço final. O tributo, nesta hipótese, compõe o preço final do produto tanto

quanto o frete, a mão de obra, a energia elétrica, entre outros gastos com matérias-primas e

insumos. O consumidor final, portanto, não tem o dever de recolher o valor do ICMS, somente

paga o preço que é formado inclusive com o custo tributário nele embutido. A empresa é,

portanto, a única contribuinte responsável pelo recolhimento do tributo.

Com efeito, a única diferença entre o ICMS e outros elementos incluídos no preço final consiste

no fato de que é a própria legislação tributária quem obriga o expedidor da nota fiscal a destacar

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o valor do tributo embutido no preço final do produto (no caso do ICMS no Estado de São Paulo,

por exemplo, o artigo 67, parágrafo 3º, da Lei Estadual nº 6.374/89).

Assim, é patente que, ao agir de tal modo, o empresário não deixou de recolher o ICMS devido

por terceiro, suposto contribuinte, que teria sido por ele recebido, e do qual seria suposto

depositário, mas apenas deixou de recolher o ICMS devido por si próprio, seja pelo

entendimento de que a substituição tributária atribuiu-lhe o encargo de contribuinte, seja pelo

entendimento de que, independente da classificação que lhe queira dar, é o empresário o único

que foi alçado, pela lei, ao polo passivo da obrigação tributária. Tal entendimento, inclusive,

possui precedentes favoráveis em nossas Cortes, como se denota da jurisprudência do Superior

Tribunal de Justiça (AgRg no REsp nº 1.632.556/SC, Sexta Turma) e do Tribunal de Justiça de

São Paulo (Ap. Crim. nº 990.10.246077-0, 4ª CCrim, dentre outros).

Ademais, tratando-se de ICMS-ST declarado, resta demonstrada a inexistência da utilização de

qualquer ardil ou elemento fraudulento por parte do empresário. Tudo a demonstrar tratar-se

do mero inadimplemento de uma dívida fiscal própria, inclusive já declarada ao Fisco desde o

início, o que não justifica, sob qualquer prisma, uma persecução penal.

RECEITA FEDERAL ALERTA PARA GOLPE DA REGULARIZAÇÃO DE DADOS CADASTRAIS

Fonte: Receita Federal. A Receita Federal alerta para golpe que está sendo realizado por via

postal, e não por e-mail, como tem sido mais comum. O contribuinte recebe, por

correspondência, em sua residência, uma intimação para regularização de dados cadastrais.

Nesta correspondência, há um endereço eletrônico para acesso e atualização de dados

bancários. O endereço informado não tem nenhuma relação com o site da Receita (veja modelo).

Apesar de conter o logotipo e o nome da Receita Federal, a carta é uma tentativa de golpe e

não é enviada pelo Órgão nem tem sua aprovação. A orientação ao contribuinte é que, caso

receba esse tipo de correspondência, destrua a carta e jamais acesse o endereço eletrônico

indicado.

A Receita Federal adverte que, para fins de consulta, download de programas ou alterações de

informações junto ao Fisco federal, não devem ser acessados endereços eletrônicos que não o

oficial do Órgão: idg.receita.fazenda.gov.br. Caso o faça, o contribuinte estará sujeito a vírus e

malwares, que podem roubar seus dados pessoais, bancários e fiscais.

No que se refere a dados bancários de pessoas físicas, o contribuinte só os informa à Receita

Federal, a seu critério, para fins de débito automático ou depósito de restituição do Imposto de

Renda. Em ambos os casos, a informação é fornecida na Declaração do Imposto de Renda e

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pode ser alterada por meio do Extrato da Dirpf no Centro Virtual de Atendimento da Receita

Federal (e-CAC).

Caso o contribuinte não consiga utilizar os serviços virtuais, ele deve procurar um Centro de

Atendimento ao Contribuinte nas Unidades da Receita Federal

(http://idg.receita.fazenda.gov.br/contato). Nenhum outro site ou endereço na Internet está

habilitado a fazer procedimentos em nome da Receita Federal.

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RECEITA ALERTA CONTRIBUINTES PARA O FIM DO PRAZO DE CONSOLIDAÇÃO DOS DÉBITOS DA REABERTURA DO REFIS DA CRISE

Fonte: Receita Federal. Os contribuintes que aderiram à reabertura do chamado “Refis da Crise”

têm até o dia 29 de setembro para fazer a consolidação dos débitos. No Brasil são cerca de

22.000 estão nessa situação e apenas 10% deles já prestaram as informações a RFB. Os débitos

somam quase 70 bilhões e todos os contribuintes optantes já foram avisados sobre o prazo pela

Receita Federal via mensagem na caixa postal do Centro de Atendimento Virtual (e-CAC).

A consolidação, tanto no caso de parcelamento quanto no de pagamento à vista, deve ser feita

por meio do Portal e-CAC, na página da Receita Federal na internet. Também na página da

Receita está disponível o “Manual da Negociação – Reabertura da Lei 11.941/2009 no

link http://idg.receita.fazenda.gov.br/orientacao/tributaria/pagamentos-e-

parcelamentos/parcelamentos-especiais/reabertura-lei-no-11-941-2009-debitos-vencidos-

ate-30-11-2008-acesso-via-portal-e-cac-1/manual-de-negociacao-reabertura-lei-

11941.pdf/view“, onde o contribuinte pode consultar o passo a passo para realizar a

consolidação dos débitos.

A Receita Federal recomenda que os contribuintes não deixem para fazer a consolidação na

última hora, pois, caso haja saldo devedor, o prazo para pagamento também encerra no dia 29

de setembro.

Quem perder o prazo terá o pedido de parcelamento ou de opção de pagamento à vista

cancelado e perderá todos os descontos previstos na legislação.

Entenda

O programa de parcelamento de dívidas com a União conhecido como “Refis da Crise” foi

instituído em 2009 pela Lei nº 11.941. O programa permitiu que pessoas físicas e jurídicas com

dívidas vencidas até 30 de novembro de 2008 parcelassem seus débitos com redução de multas,

juros e encargos e que usassem prejuízo fiscal e base de cálculo negativa para abater a dívida.

O prazo para adesão foi reaberto pelas Leis nº 12.865 de 2013 e 12.973 de 2014. O aviso para

a consolidação dos débitos é para os contribuintes que aderiram ao refinanciamento reaberto

em 2013 e 2014 nas modalidades da RFB.

PIS/COFINS – ALÍQUOTA ZERO – VARIAÇÃO MONETÁRIA – TAXA DE CÂMBIO

Fonte: Receita Federal. Solução de Consulta 471 Cosit

DOU de 26/09/2017

ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP

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EMENTA: ALÍQUOTA ZERO. VARIAÇÃO MONETÁRIA. RECEITA FINANCEIRA. OPERAÇÕES

DE IMPORTAÇÃO.

A alíquota zero da Contribuição para o PIS/Pasep, prevista no art. 1º, § 3º, inciso II, do Decreto

nº 8.426, de 2015, alcança as receitas financeiras decorrentes de variações monetárias em

função da taxa de câmbio de obrigações contraídas pela pessoa jurídica em operações de

importação. DISPOSITIVOS LEGAIS: Decreto nº 3.000, de 1999, art. 375; Decreto nº 8.426,

de 2015, art. 1º, § 3º, inciso II.

ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL – COFINS

ASSUNTO: ALÍQUOTA ZERO. VARIAÇÃO MONETÁRIA. RECEITA FINANCEIRA. OPERAÇÕES

DE IMPORTAÇÃO.

A alíquota zero da Cofins, prevista no art. 1º, § 3º, inciso II, do Decreto nº 8.426, de 2015,

alcança as receitas financeiras decorrentes de variações monetárias em função da taxa de

câmbio de obrigações contraídas pela pessoa jurídica em operações de importação.

DISPOSITIVOS LEGAIS: Decreto nº 3.000, de 1999, art. 375; Decreto nº 8.426, de 2015, art.

1º, § 3º, inciso II.

PIS/COFINS – CRÉDITO – MÁQUINAS – LOCAÇÃO A TERCEIROS – PRAZO

Fonte: Receita Federal. Solução de Consulta 99115 Cosit

26/09/2017

ASSUNTO: Contribuição para o PIS/Pasep

EMENTA: NÃO CUMULATIVIDADE. DIREITO DE CREDITAMENTO. MÁQUINAS. ATIVO

IMOBILIZADO. LOCAÇÃO A TERCEIROS. PRESTAÇÃO DE SERVIÇO. APURAÇÃO. PRAZO.

Quanto à apuração do crédito da Contribuição para o PIS/Pasep previsto no inciso VI do caput

do art. 3º da Lei nº 10.637, de 2002, e da Lei nº 10.833, de 2003, entre outras regras, destaca-

se que: a) a regra geral é o cálculo do montante a ser descontado em cada período de apuração

com base nos encargos de depreciação do bem incorridos no mês da apuração, observadas as

taxas de depreciação fixadas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB); b) contudo, a

legislação permite à pessoa jurídica optar por diversas formas alternativas e privilegiadas de

apuração do montante do referido crédito, desde que cumpridos os requisitos legais, conforme

consta do § 14 do art. 3º c/c inciso II do art. 15 da Lei nº 10.833, de 2003, do art. 2º da Lei nº

11.051, de 2004, e do art. 1º da Lei nº 11.774, de 2008; c) somente é permitida a apuração do

mencionado crédito em relação a bens adquiridos a partir de 1º de maio de 2004, nos termos

do art. 31 da Lei nº 10.865, de 2004; d) é vedada a apuração do crédito de que trata o inciso

VI do caput do art. 3º da Lei nº 10.637, de 2002, e o § 14 do art. 3º c/c inciso II do art. 15 da

Lei nº 10.833, de 2003, após a alienação do bem, dado não haver o aproveitamento econômico

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NOTÍCIAS FISCAIS Nº 3.656

BELO HORIZONTE, 26 DE SETEMBRO DE 2017.

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do bem na locação a terceiros, na produção de bens destinados à venda ou na prestação de

serviços, bem como não haver possibilidade de depreciação de um bem após sua efetiva

alienação; e) é possível o aproveitamento de créditos da não cumulatividade da Contribuição

para o PIS/Pasep não utilizados em períodos anteriores, desde que não tenha decorrido seu

prazo prescricional; f) os direitos creditórios referidos no art. 3º da Lei nº 10.637, de 2002, estão

sujeitos ao prazo prescricional previsto no art. 1º do Decreto nº 20.910, de 06 de janeiro de

1932, cujo termo inicial é o primeiro dia do mês subsequente àquele em que poderia ter havido

a apuração do crédito de acordo com o § 1º do art. 3º da Lei nº 10.637, de 2002, e da Lei nº

10.833, de 2003. Vinculada à Solução de Consulta Cosit nº 319, de 20 de junho de 2017,

publicada no DOU de 28 de junho de 2017. DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei nº 10.637, de 2002,

art. 3º, VI, §§ 1º e 4º; Decreto nº 20.910, de 1932, art. 1º.

Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS

EMENTA: NÃO CUMULATIVIDADE. DIREITO DE CREDITAMENTO. MÁQUINAS. ATIVO

IMOBILIZADO. LOCAÇÃO A TERCEIROS. PRESTAÇÃO DE SERVIÇO. APURAÇÃO. PRAZO.

Quanto à apuração do crédito da Cofins previsto no inciso VI do caput do art. 3º da Lei nº

10.833, de 2003, entre outras regras, destaca-se que: a) a regra geral é o cálculo do montante

a ser descontado em cada período de apuração com base nos encargos de depreciação do bem

incorridos no mês da apuração, observadas as taxas de depreciação fixadas pela Secretaria da

Receita Federal do Brasil (RFB); b) contudo, a legislação permite à pessoa jurídica optar por

diversas formas alternativas e privilegiadas de apuração do montante do referido crédito, desde

que cumpridos os requisitos legais, conforme consta do § 14 do art. 3º c/c inciso II do art. 15

da Lei nº 10.833, de 2003, do art. 2º da Lei nº 11.051, de 2004, e do art. 1º da Lei nº 11.774,

de 2008; c) somente é permitida a apuração do mencionado crédito em relação a bens

adquiridos a partir de 1º de maio de 2004, nos termos do art. 31 da Lei nº 10.865, de 2004; d)

é vedada a apuração do crédito de que trata o inciso VI do caput e o § 14 do art. 3º da Lei nº

10.833, de 2003, após a alienação do bem, dado não haver o aproveitamento econômico do

bem na locação a terceiros, na produção de bens destinados à venda ou na prestação de

serviços, bem como não haver possibilidade de depreciação de um bem após sua efetiva

alienação; e) é possível o aproveitamento de créditos da não cumulatividade da Cofins não

utilizados em períodos anteriores, desde que não tenha decorrido seu prazo prescricional; f) os

direitos creditórios referidos no art. 3º da Lei nº 10.833, de 2003, estão sujeitos ao prazo

prescricional previsto no art. 1º do Decreto nº 20.910, de 06 de janeiro de 1932, cujo termo

inicial é o primeiro dia do mês subsequente àquele em que poderia ter havido a apuração do

crédito de acordo com o § 1º do art. 3º da Lei nº 10.637, de 2002, e da Lei nº 10.833, de 2003.

Vinculada à Solução de Consulta Cosit nº 319, de 20 de junho de 2017, publicada no DOU de

28 de junho de 2017. DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei nº 10.833, de 2003, art. 3º, VI, §§ 1º, 4º e

14, art. 15; Decreto nº 20.910, de 1932, art. 1º.

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