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1 NOTÍCIAS FISCAIS Nº 3.832 BELO HORIZONTE, 21 DE JUNHO DE 2018. www.bhauditores.com.br www.bornsolutions.com.br "Se sonhar grande dá o mesmo trabalho de sonhar pequeno, por que vou sonhar pequeno? Jorge Paulo Lemann CARF JULGA ILEGAL PRÁTICA ADOTADA PELA UNILEVER ............................................................................................... 2 RIO REABRE PROGRAMA DE PARCELAMENTO ............................................................................................................... 3 INDICADORES SUGEREM RITMO MAIOR NA ATIVIDADE EM JUNHO .............................................................................. 4 A TRIBUTAÇÃO SOBRE OS DIVIDENDOS E A ÂNSIA DE ARRECADAR ............................................................................... 6 INSTITUIÇÕES REDUZEM CAPTAÇÃO DE LONGO PRAZO ................................................................................................ 7 STJ – LIVRO DISCUTE GARANTIA NAS AÇÕES TRIBUTÁRIAS ........................................................................................... 8 SENADO APROVA ACORDO TRIBUTÁRIO COM ARGENTINA ........................................................................................... 9 CCJ APROVA SUSTAÇÃO DE DECRETO QUE ALTEROU IPI SOBRE INSUMOS DE REFRIGERANTES .................................... 9 CONTRIBUINTE NA MALHA FINA PODERÁ AGILIZAR LIBERAÇÃO DA RESTITUIÇÃO DO IR ............................................ 11 RECEITA FEDERAL PUBLICA NORMA COM NOVA DATA PARA ADESÃO AO PRR ........................................................... 12 IRPJ/CSLL – CONTRATO DE LEASING – DEDUTIBILIDADE .............................................................................................. 12 PIS/COFINS – IMPORTAÇÃO QUANDO APLICADA A PENA DE PERDIMENTO À MERCADORIA ESTRANGEIRA ............... 12 Sumário

1 NOTÍCIAS FISCAIS Nº 3.832 BELO HORIZONTE, 21 DE … 3832.pdf · IRPJ/CSLL – CONTRATO DE LEASING ... O Decreto nº 44.639 também regulamenta o programa de incentivo à quitação

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"Se sonhar grande dá o mesmo trabalho de sonhar pequeno, por que vou sonhar

pequeno?

Jorge Paulo Lemann

CARF JULGA ILEGAL PRÁTICA ADOTADA PELA UNILEVER ............................................................................................... 2

RIO REABRE PROGRAMA DE PARCELAMENTO ............................................................................................................... 3

INDICADORES SUGEREM RITMO MAIOR NA ATIVIDADE EM JUNHO .............................................................................. 4

A TRIBUTAÇÃO SOBRE OS DIVIDENDOS E A ÂNSIA DE ARRECADAR ............................................................................... 6

INSTITUIÇÕES REDUZEM CAPTAÇÃO DE LONGO PRAZO ................................................................................................ 7

STJ – LIVRO DISCUTE GARANTIA NAS AÇÕES TRIBUTÁRIAS ........................................................................................... 8

SENADO APROVA ACORDO TRIBUTÁRIO COM ARGENTINA ........................................................................................... 9

CCJ APROVA SUSTAÇÃO DE DECRETO QUE ALTEROU IPI SOBRE INSUMOS DE REFRIGERANTES .................................... 9

CONTRIBUINTE NA MALHA FINA PODERÁ AGILIZAR LIBERAÇÃO DA RESTITUIÇÃO DO IR ............................................ 11

RECEITA FEDERAL PUBLICA NORMA COM NOVA DATA PARA ADESÃO AO PRR ........................................................... 12

IRPJ/CSLL – CONTRATO DE LEASING – DEDUTIBILIDADE .............................................................................................. 12

PIS/COFINS – IMPORTAÇÃO QUANDO APLICADA A PENA DE PERDIMENTO À MERCADORIA ESTRANGEIRA ............... 12

Sumário

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CARF JULGA ILEGAL PRÁTICA ADOTADA PELA UNILEVER

Fonte: Valor Econômico. O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) entendeu que

uma prática adotada pela Unilever Brasil - e, segundo advogados, muito usada no mercado -

configura planejamento tributário abusivo. A discussão tem como pano de fundo operação que

dividiu as atividades da multinacional em duas empresas diferentes, uma industrial e outra

comercial.

Ainda que a empresa tenha sido condenada, conseguiu reduzir consideravelmente o montante

da autuação fiscal, que tem valor original de R$ 1,5 bilhão. A Fazenda Nacional, porém, deve

recorrer no próprio Carf para restabelecer a cobrança total.

A Unilever Industrial, nessa divisão de atividades, vende os produtos com exclusividade para a

Unilever Comercial, que faz o repasse ao mercado. Para a Receita Federal, no entanto, essa

estrutura foi criada com a intenção de economizar tributos. Prova disso, segundo a fiscalização,

é que os valores dos produtos na saída da operação industrial eram três vezes menores do que

na saída da operação comercial.

Essa base menor, de acordo com o Fisco, estava sendo usada pela empresa para o cálculo do

PIS e da Cofins. Na autuação, a Receita considera como base para a cobrança os valores da

venda dos produtos pela unidade comercial.

Buscava R$ 273 milhões de PIS e quase R$ 1,3 bilhão de Cofins, incluídos multa e juros. A

Unilever, no julgamento do Carf, no entanto, conseguiu se livrar de parte da dívida. Os

conselheiros da 1ª Turma da 2ª Câmara da 3ª Seção, que analisaram o caso, excluíram a multa

qualificada, que é de 150% sobre o valor deduzido, e reconheceram a decadência de metade

do período de autuação. O Fisco autuou pelo período de janeiro de 2009 a dezembro de 2010

e o Carf manteve somente os valores referentes aos meses posteriores a novembro de 2009.

Os conselheiros acataram a argumentação da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN),

porém, em relação à operação em si. Levaram em conta o preço da mercadoria quando vendida

aos clientes, considerado "demasiadamente superior" ao verificado no repasse entre o braço

industrial e o comercial da companhia.

Os julgadores entenderam que, nesse caso, não houve real compra e venda. Segundo eles, o

que existiu foi um mero repasse de produtos com troca de notas fiscais. O resultado foi

proferido por maioria de votos (processo nº 10830.726910/2014-19).

A Unilever nega, no processo, que o objetivo exclusivo da operação tenha sido o de reduzir a

carga fiscal. Afirma que a segregação das atividades industriais e comerciais é uma estratégia

mundial adotada pelo grupo desde 2001 e defende que a interpretação dada pelo Fisco tira o

foco tanto da questão técnica quanto da liberdade de organização dos negócios da empresa.

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A companhia ainda pode recorrer à Câmara Superior do Carf ou apresentar embargos de

declaração contra a decisão da turma. Procurada pelo Valor, informou que não se manifesta

sobre casos que estejam em andamento.

Especialista na área, Tiago Conde, do Sacha Calmon, diz que a conduta da Unilever é adotada

pelo mercado de maneira geral. "E é absolutamente lícita, tanto que os conselheiros não

qualificaram a multa", pondera.

Ele diz que os valores das mercadorias costumam ser diferentes - entre o industrial e o comercial

e entre o comercial e os clientes - porque quando se trata de um mesmo estabelecimento

empresarial há incidência, por exemplo, do regime monofásico de PIS e Cofins (que incide sobre

a cadeia de produção) e existem determinados incentivos setoriais que a indústria aproveita e

acaba repassando ao braço comercial. "Essa decisão do Carf deve impactar fortemente o

mercado."

A Unilever já havia perdido outra disputa no Carf, também sobre a operação que dividiu as suas

atividades. O caso, no entanto, trata de cobrança de IPI. O tema foi julgado pela 1ª Turma da 3ª

Câmara da 3ª Seção em 2017 e envolve uma autuação de R$ 1,48 bilhão.

RIO REABRE PROGRAMA DE PARCELAMENTO

Fonte: Valor Econômico. O município do Rio de Janeiro reabriu o programa de renegociação

de débitos fiscais conhecido como Concilia Rio, que oferece descontos de até 80% sobre os

acréscimos moratórios e multas de ofício. De acordo com a Lei nº 6.365/2018, poderão ser

parcelados ou pagos à vista débitos inscritos ou não em dívida ativa relacionados ao ISS, IPTU

e Taxa de Coleta de Lixo. O programa de parcelamento foi regulamentado com a publicação dos

Decretos 44.639 e 44.640.

Segundo o procurador-geral do município do Rio de Janeiro, Antonio Carlos de Sá, a expectativa

é de uma arrecadação extra de R$ 300 milhões. No ano passado, entre junho a dezembro, o Rio

recuperou R$ 450 milhões com o programa. Na versão atual, o prazo de adesão será de 90 dias,

contados desde ontem, com a publicação dos decretos.

Os descontos variam de acordo com a modalidade escolhida. Para pagamento à vista, o

desconto nas multas será de 80%. No parcelamento de 24 vezes, haverá uma redução de 50%.

O programa também oferece um desconto de 30% para os parcelamentos entre 25 e 48 meses.

De acordo com a secretaria da Fazenda, são mais de 28 mil devedores com débitos não inscritos

com potencial para aderir ao parcelamento.

O Rio também está investindo em outras frentes para a recuperação de sua dívida ativa, como

o envio de débitos aos cartórios de protestos. "Vamos utilizar a ferramenta do protesto em larga

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escala a partir de agora, depois de um projeto piloto iniciado no ano passado, com bons

resultados", diz o procurador.

Consta do primeiro lote a ser encaminhado aos cartórios um universo de sete mil contribuintes,

com dívidas inscritas no valor de R$ 200 milhões. Os devedores estão sendo alertados antes do

envio a protesto, caso pretendam ingressar no programa de parcelamento.

No caso de parcelamento do ISS, o valor mínimo das parcelas será de R$ 329,43 para pessoas

jurídicas. Para as microempresas e profissionais autônomos, o valor da parcela mínima é de R$

164,71.

O procurador também destacou os esforços empreendidos pelo município para garantir o

pagamento em dia dos débitos incluídos em programas de renegociação. Desde o início do ano,

a procuradoria acompanha mais de perto o andamento dos parcelamentos de débitos inscritos

em dívida ativa por meio de um call center terceirizado.

"O objetivo é entrar em contato direto com o contribuinte caso deixe de pagar alguma parcela",

explica. Atualmente, o valor parcelado da dívida ativa do Rio de Janeiro é de R$ 1,6 bilhão.

Em paralelo ao uso do protesto para recuperar a dívida, a Prefeitura do Rio elevou o valor

mínimo para o ajuizamento de ação de execução fiscal. Para o IPTU, o valor passou a ser de R$

1,5 mil e para os demais tributos, R$ 3 mil. Antes da alteração, o teto era de R$ 200 para todos

os tributos municipais.

O Decreto nº 44.639 também regulamenta o programa de incentivo à quitação de créditos

tributários de devedores em falência, recuperação judicial, insolvência civil ou risco de

insolvência, que vem sendo chamado de Recupera nos bastidores da procuradoria.

Neste caso, porém, diferentemente do Concilia Rio, os descontos vão alcançar o valor principal

da dívida. O programa, considerado inovador por alcançar empresas em dificuldades financeiras,

ainda depende de mais regulamentação. "No momento atual de crise, será uma oportunidade

para as empresas em recuperação retomarem sua saúde financeira", diz o procurador.

INDICADORES SUGEREM RITMO MAIOR NA ATIVIDADE EM JUNHO

Fonte: Valor Econômico. Os primeiros indicadores antecedentes disponíveis e a base reprimida

de maio sugerem que o mês de junho será marcado por uma recuperação da atividade, após

queda aguda no mês passado, como resultado da greve dos caminhoneiros. Apesar da

expectativa de volta gradual à normalidade, os economistas estão divididos quanto às projeções

para o segundo trimestre: alguns já esperam queda no Produto Interno Bruto (PIB), enquanto

outros ainda veem variação positiva, ajudada pelos bons números de abril.

A maioria dos indicadores antecedentes de maio já estão disponíveis e pintam um quadro

trágico. Segundo dados dessazonalizados pela Tendências Consultoria, a produção de veículos

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caiu 24%, o fluxo de veículos pesados nas estradas recuou 27,7%, a expedição de papelão

ondulado despencou 22,7%, a produção de petróleo da Petrobras encolheu 2,2% e o consumo

de energia foi 0,5% menor. Só a confiança do industrial subiu 0,1%, mas o período de coleta do

indicador da FGV foi anterior a greve e, portanto, não captou seus efeitos.

Entre os antecedentes do varejo, a venda de veículos caiu 11,1%, o fluxo pedagiado de veículos

leves encolheu 11,4%, o indicador Serasa de atividade do comércio recuou 2,3%, enquanto as

consultas ao Usecheque e ao SPC tiveram baixas de 0,4% e 0,7%, respectivamente, e a

confiança do consumidor teve perda de 2,8%, nas séries ajustadas pela consultoria.

"Para maio já há bastante informação e provavelmente veremos uma queda forte da indústria",

observa Felipe Salles, economista do Itaú Unibanco. "A grande dúvida é o que vai acontecer

depois, se será um efeito permanente ou temporário na economia. Aparentemente, com os

poucos dados de junho disponíveis, será um efeito passageiro."

Entre dados preliminares de junho já disponíveis, Salles cita a importação de produtos

correlacionados com a produção industrial e o consumo de energia, que já registram altas de

12% e 1,2% neste mês, conforme números divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento,

Indústria e Comércio (MDIC) e pela Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), ajustados

pelo banco.

Segundo Lucas Souza, economista da Tendências, os dados de junho também deverão ser

beneficiados pela base deprimida de maio. "É possível que as [variações nas] margens venham

positivas, porque as margens de maio vão ser muito negativas", avalia.

Para maio, o Itaú projeta quedas de 9,8% para a produção industrial, de 3,5% para as vendas do

varejo ampliado e de 6,2% para a atividade de serviços. Em abril, os três indicadores

surpreenderam positivamente (com altas de 0,8%, 1,3% e 1%, respectivamente), sugerindo que

o segundo trimestre começava bem, antes de ser atropelado pelos efeitos do protesto dos

condutores.

O PIB Mensal Itaú cresceu 0,6% em abril e o banco projeta uma queda de 2,1% para maio. Ainda

assim, a instituição estima um crescimento de 0,6% para o PIB do segundo trimestre, na

comparação trimestral dessazonalizada.

Segundo Salles, isso se explica em parte porque o maior impacto da greve foi sobre a indústria,

que tem menor peso no PIB (18,5% em 2017), em relação, por exemplo, ao setor de serviços.

As Tendências também espera um número positivo para o PIB de abril a junho, embora sua

estimativa tenha sido reduzida para 0,2%, contra 0,8% no momento mais otimista. Segundo

Souza, os números positivos de abril, a esperada recuperação em junho e algum efeito do saque

do PIS/Pasep nos últimos dias deste mês devem contrabalançar em parte a queda de maio.

Mas já há quem veja um PIB do segundo trimestre negativo, caso do Bradesco e da GO

Associados, ambos com projeção de queda de 0,3% para as contas nacionais no período. "Abril

foi relativamente bom, mas junho provavelmente não devolve tudo o que foi perdido em maio,

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então uma parte [do que foi perdido] não vai ser compensada", diz Luiz Castelli, economista da

GO.

O analista projeta um recuo de 16,6% para a produção industrial em maio e tem viés de baixa

para sua estimativa de um crescimento de 2% para o PIB em 2018. No boletim Focus, as

estimativas do mercado já estão em 1,76%, em queda há sete semanas.

A TRIBUTAÇÃO SOBRE OS DIVIDENDOS E A ÂNSIA DE ARRECADAR

Fonte: Por .André Rocha para Valor Econômico. Os candidatos às eleições presidenciais de

outubro têm colocado em debates e entrevistas suas opiniões sobre a crise fiscal brasileira. Ciro

Gomes e Rodrigo Maia, por exemplo, defendem a tributação sobre os dividendos com o intuito

de aumentar a arrecadação. Mas será que essa política não terá efeitos secundários como a

redução dos investimentos?

Será que uma economia com níveis de investimentos tão baixos pode se dar ao luxo de abrir

mão do investimento das companhias privadas?

Em parceria com Philip Casey, fizemos uma análise sobre o impacto dos dividendos sobre os

investimentos com base em um modelo teórico simplificado. O dividendo é a parcela do lucro

das companhias distribuída aos acionistas.

Os dividendos eram tributados no país até 1995, quando o artigo 10 da lei 9.249/95 inseriu a

isenção dos dividendos sobre os lucros gerados a partir de 1996. A alíquota cobrada era de 15%

antes da lei. Considere uma economia fechada na qual não haja investimento público. Isso não

está longe da realidade. O investimento público representou apenas 1,17% do PIB em 2017,

enquanto o investimento total atingiu 15,6%, um dos mais baixos da história recente.

Assim, em nosso modelo, o investimento da economia é realizado somente pelas companhias

privadas. O financiamento do investimento das empresas pode ser feito de três formas: por

intermédio da emissão de novas ações, levantamento de dívida ou geração de caixa própria.

Financiamento via ações

Quanto maior o valor do equity (capital próprio) da companhia, maior a aceitação de suas ações

pelos investidores e, consequentemente, maior a probabilidade de a companhia conseguir lançar

novas ações em bolsa de forma a levantar recursos para suportar seus investimentos. O valor

do equity da companhia, pelo modelo de Gordon, é dado pela fórmula:

V = Dt+1 / (ke - g) onde:

V - valor do capital próprio (equity) da companhia no momento inicial;

Dt+1 - dividendos um período a frente; ke - custo de oportunidade para se investir na

companhia; g - crescimento do lucro por ação.

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Pela equação, pode se ver que o valor do equity aumenta conforme o dividendo distribuído

aumenta e/ou o crescimento do lucro se eleva. Em outras palavras, quanto maior o fluxo de

caixa gerado ao acionista, maior será o valor de equity da empresa.

Com a tributação dos dividendos, o numerador passa a ser Dt+1 *(1 - t), onde t é a alíquota do

tributo cobrado sobre o dividendo.

Assim, com a introdução da tributação, o valor do equity da companhia (V) cai, pois Dt+1 *(1 -

t) é menor do que Dt+1.

A geração de caixa para o acionista se reduz. Com isso, a emissão de ações perde

competitividade como fonte de financiamento.

Financiamento via dívida

Mas não é somente a captação via equity que pode ser prejudicada. Levantar dívida pode se

tornar mais custoso. Considere que as ações da companhia são dadas em garantia pelo

empréstimo. Se o valor das ações se reduz com o novo tributo, também se reduz o valor da

garantia.

Com isso, os juros a serem cobrados da companhia se elevam, pois o risco do empréstimo

cresce. Com o custo financeiro mais alto, reduzem-se a gama de investimentos rentáveis.

Assim, pela ótica do financiamento via dívida, o investimento da companhia também deve se

reduzir.

Os governantes têm que entender que a resolução do problema fiscal do país não pode recair

apenas sobre o setor privado. Já bastam os 14 milhões de desempregados, todos oriundos do

segmento privado e nenhum do setor público. A arrecadação tributária não pode ser um fim em

si mesmo.

A tributação dos dividendos pode prejudicar ainda mais o investimento das empresas e, por

consequência, o crescimento da economia. A interferência do governo busca resolver um

problema, mas pode criar outro ainda maior.

INSTITUIÇÕES REDUZEM CAPTAÇÃO DE LONGO PRAZO

Fonte: Valor Econômico. Diante do ritmo ainda fraco do crédito, os bancos decidiram reduzir a

captação de recursos com clientes usando instrumentos de prazo mais longo para cortar custos.

O saldo de letras financeiras, título que possui vencimento mínimo de dois anos, recuou 20%

desde o início do ano.

A redução reflete também o objetivo de reduzir os custos de captação, um dos componentes

da margem financeira dos bancos. "Como a letra financeira é o passivo mais caro e a demanda

por crédito nos últimos anos tem sido fraca, esse movimento é natural", diz o responsável pela

área de captação da tesouraria de um grande banco. Em maio, o saldo de letras financeiras era

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de R$ 306,7 bilhões, de acordo com dados da Anbima, associação que representa as instituições

financeiras. No total, as instituições financeiras possuem R$ 1,4 trilhão captados de clientes com

a emissão de títulos bancários.

Pouco mais da metade desse funding vem da emissão de certificados de depósito bancário

(CDB), um instrumento mais barato para os bancos que as letras financeiras por ter liquidez

diária. As emissões de CDB também aumentaram depois da decisão do Banco Central de proibir

as instituições de captarem recursos com o uso de debêntures de suas empresas de leasing.

STJ – LIVRO DISCUTE GARANTIA NAS AÇÕES TRIBUTÁRIAS

Fonte: Superior Tribunal de Justiça – STJ. O Espaço Cultural STJ sediou nesta quarta-feira (20)

o lançamento do livro Garantias Judiciais no Processo Tributário: cenário, perspectivas e

desafios. A obra aponta soluções para as dificuldades encontradas por advogados litigantes em

matéria tributária quando se trata da questão dos depósitos exigidos em juízo.

Os autores são Andréa Mascitto, Carlos Eduardo Marino, Catarina Rodrigues, Christiane Alves

Alvarenga, Daniel Monteiro Peixoto, Daniella Zagari, Gabriela Silva de Lemos, Glaucia Lauletta

Frascino, Guilherme Manier Carneiro Monteiro, Letícia Pelisson, Lígia Regini, Luiz Roberto

Peroba, Luiza Lacerda, Marcelo Salles Annunziata, Maria Eugênia Doin Vieira, Mariana Neves de

Vito, Paulo Camargo, Priscila Faricelli, Reinaldo Ravelli, Sérgio Farina e Vinicius Jucá.

Objetivo é facilitar

O trabalho é resultado de um ano de debates dos autores – e também de seu inconformismo –

diante das dificuldades representadas por problemas procedimentais, financeiros e operacionais

que os clientes enfrentam para lidar com os tributos.

O cerne das discussões é o requisito para questionamento em âmbito tributário: a garantia

judicial. Esse depósito equivale a um certo percentual do valor discutido em juízo, um tema

bastante sensível. Debater formas de simplificar a utilização desses depósitos é o objetivo do

livro, que tem como público-alvo tanto partes quanto julgadores de demandas judiciais

tributárias.

Negociação prévia

As garantias ao crédito fiscal acabam gerando muito incômodo aos contribuintes. “Isso se dá

tanto pela escassez no mercado de produtos que atendam aos rígidos e inflexíveis critérios

formais impostos pelas autoridades fiscais, como pelos inúmeros contratempos procedimentais

dessa provisão”, explica Priscila Faricelli, uma das autoras.

No artigo “Celebração de negócio jurídico processual para fins de garantia tributária”, Faricelli

levanta a possibilidade de a Fazenda Pública e o contribuinte realizarem acordos prévios ao

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ingresso de ações judiciais. “A ideia é incentivar o diálogo entre as partes para resolver os

conflitos”, diz ela.

Menos burocracia

A contribuição do advogado Carlos Eduardo Marino para a obra é o artigo “Medidas

preparatórias: o que está ao alcance do fisco antes do início da discussão judicial”. O autor

defende menos burocracia para a definição de garantias judiciais.

Ele afirma que o cruzamento de informações já existentes permitiria a flexibilização das

modalidades de garantias exigidas atualmente, como, por exemplo, “a utilização de dados já

levantados pela Receita Federal como forma de assegurar a capacidade financeira de uma

empresa”.

SENADO APROVA ACORDO TRIBUTÁRIO COM ARGENTINA

Fonte: Agência Senado. O Plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira (20) o texto do

Protocolo de Emenda à Convenção entre o Brasil e a Argentina destinado a evitar a dupla

tributação e prevenir a evasão fiscal em matéria de impostos sobre a renda (PDS 70/2018). O

projeto segue agora para promulgação.

O protocolo, composto de 28 artigos, dá nova redação à convenção de 1980. O novo texto

aborda diferentes questões, desde o capital constituído por bens imóveis, bens móveis, navios,

aeronaves ou veículos de transporte terrestre; ações e participações no capital de uma

sociedade; até a troca de informações entre as autoridades competentes de ambos os países.

Para o relator, senador Fernando Collor (PTC-AL), o protocolo “aproxima esses países das

práticas internacionais mais modernas nesse domínio, formando um canal de incentivo para

investimentos entre os países signatários e levando ao estreitamento bilateral de suas relações

comerciais e econômicas”.

CCJ APROVA SUSTAÇÃO DE DECRETO QUE ALTEROU IPI SOBRE INSUMOS DE REFRIGERANTES

Fonte: Agência Senado. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovou, nesta quarta-feira

(20), propostas que sustam o decreto presidencial que alterou a alíquota do Imposto sobre

Produtos Industrializados (IPI) incidente no concentrado (xarope) usado na produção de

refrigerantes. Na pauta, estavam dois projetos de decreto legislativo (PDS 57/2018 e PDS

59/2018) apresentados pela bancada do Amazonas, que receberam parecer pela aprovação do

relator, senador Roberto Rocha (PSDB-MA). As proposições seguem para o Plenário, com

pedido de votação em regime de urgência.

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Os parlamentares amazonenses alegaram que a decisão do Poder Executivo atinge as empresas

instaladas na Zona Franca de Manaus (ZFM), que goza de tratamento diferenciado e incentivos

tributários garantidos pela Constituição. Além disso, segundo eles, o ato feriu a segurança

jurídica imprescindível para a manutenção do modelo de negócio instalado no Pólo Industrial da

capital do estado.

– Houve sem dúvida uma quebra de contrato com empresas lá instaladas, prejudicando toda a

Zona Franca e não apenas um setor específico. Foi um decreto feito à véspera de feriado, sem

diálogo, em desacordo com a Constituição – alegou Eduardo Braga (MDB-AM).

Nova alíquota

O Decreto 9.394/2018, editado em maio, reduziu de 20% para 4% a alíquota de IPI incidente

sobre o extrato concentrado para elaboração de refrigerantes. O problema é que o produto

final, que é o refrigerante, é tributado em 4%. Essa diferença existente antes do decreto gerava

créditos na apuração do IPI pelas indústrias de refrigerantes.

O governo alega que o incentivo foi apenas reduzido para maior equilíbrio fiscal e que o decreto

corrigiu uma distorção: a carga sobre o insumo (20%) era maior do que sobre o produto final

(4%).

O assunto dividiu até mesmo entidades representantes do setor, como ficou evidenciado

na audiência pública realizada pela CCJ na terça-feira (19). Os representantes dos fabricantes

regionais acusam os grandes produtores, como Coca-Cola e Ambev, de usarem as fábricas de

concentrados no Amazonas para distribuir descontos na forma de compensação fiscal nas suas

diversas filiais pelo Brasil. Além disso, segundo eles, há concorrência desleal, com empresas

instaladas longe de Manaus, que não têm acesso a esse crédito tributário.

Parecer

O relatório do senador Roberto Rocha é favorável à derrubada do decreto do governo. Segundo

ele, a despeito de reduzir as alíquotas do IPI – algo que é permitido ao Poder Executivo -, na

realidade houve a extinção de um incentivo fiscal concedido às empresas localizadas na ZFM, o

que afeta todo o setor, causando insegurança jurídica e risco de perda de milhares de empregos.

“Importante salientar que os artigos 40 e 92-A do Ato das Disposições Constitucionais

Transitórias garantem à ZFM suas características de área de livre comércio, de exportação e

importação, e de incentivos fiscais. No caso, os referidos dispositivos asseguram à ZFM suas

características de incentivos fiscais, e somente por lei federal podem ser modificados os critérios

que disciplinaram ou venham a disciplinar a aprovação dos projetos”, afirmA em seu parecer.

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CONTRIBUINTE NA MALHA FINA PODERÁ AGILIZAR LIBERAÇÃO DA RESTITUIÇÃO DO IR

Fonte: Agência Senado. O contribuinte retido na manha final do Imposto de Renda (IR) poderá

ter o direito de agilizar a liberação de sua restituição. A possibilidade está prevista

no PLS 354/2017, do senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), aprovado pela Comissão de

Constituição e Justiça (CCJ) nesta quarta-feira (20). Foram 14 votos a favor e nenhum contrário

à proposta que, se não houver recurso para votação pelo Plenário do Senado, será enviada à

Câmara dos Deputados.

O projeto faculta ao contribuinte apresentar espontaneamente a documentação que comprova

a regularidade das informações da declaração retida. Ele poderá fazer isso mesmo sem ter sido

intimado pela Receita Federal. O texto garante prioridade na revisão da declaração em malha

fina para quem se antecipar.

Segundo ressaltou Caiado, sua intenção é evitar uma situação hoje muito comum – por

insuficiência de servidores, há atraso no processamento das declarações, o que faz com que a

restituição de milhões de contribuintes fique retida pela simples falta de um documento, sem

que haja má-fé.

“Somente após decorrido um longo período, a fiscalização tributária intima os contribuintes para

apresentação da documentação. Esse comportamento é extremamente cômodo para o Fisco,

que não tem qualquer pressa na análise. É, todavia, prejudicial para o contribuinte, que deve

suportar a constrição indireta em seu patrimônio”, argumentou Caiado na justificação do projeto.

Emenda

No parecer pela aprovação, o relator, senador Lasier Martins (PSD-RS), reconhece o mérito e a

oportunidade da iniciativa:

“A busca pela agilização e desburocratização dos procedimentos fiscais deve ser constante nos

trabalhos parlamentares. Nessa linha, qualquer medida que esteja em harmonia com os anseios

dos contribuintes merece acolhida”, avaliou o relator.

O texto recebeu uma emenda do senador Hélio José (Pros-DF) acolhida pelo relator. A intenção

é permitir que o fisco dê prioridade a cobranças que estão perto da decadência.

“É necessária essa ponderação entre a prioridade a quem voluntariamente entrega documentos

comprobatórios da regularidade e a segurança de apreciação das declarações que estão

próximas à decadência, de forma a não ocasionar prejuízos ao Fisco, que correria o risco de

perder o direito de efetivamente lançar a cobrança dos tributos”, justificou Lasier Martins.

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NOTÍCIAS FISCAIS Nº 3.832

BELO HORIZONTE, 21 DE JUNHO DE 2018.

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RECEITA FEDERAL PUBLICA NORMA COM NOVA DATA PARA ADESÃO AO PRR

Fonte: Receita Federal do Brasil – RFB. O novo prazo se encerra em 30 de outubro

Foi publicada, no Diário Oficial da União de hoje, a Instrução Normativa RFB nº 1.811, de 2018,

tendo em vista a edição da Medida Provisória nº 834, de 29 de maio de 2018, modificando o

prazo de adesão ao Programa de Regularização Tributária Rural (PRR).

Dessa forma, a Instrução Normativa RFB nº 1.784, de 19 de janeiro de 2018, foi alterada para

contemplar o novo prazo cuja data estabelecida é 30 de outubro de 2018.

IRPJ/CSLL – CONTRATO DE LEASING – DEDUTIBILIDADE

Fonte: Receita Federal do Brasil – RFB. Ato Declaratório 8 PGFN

DOU de 21/06/2018

“nas ações judiciais fundadas no entendimento de que o contrato de leasing, cuja operação

esteja regulada pelo Banco Central, não sofre desvirtuamento, para contrato de compra e venda,

por causa de disposição contratual que antecipa, parcela ou regula outra forma de pagamento

da opção de compra, desde que esteja em consonância com as disposições contidas na Lei nº

6.099/74, sendo, portanto, dedutíveis na apuração do lucro real (IRPJ) e da base de cálculo da

Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) as contraprestações pagas ou creditadas por

força de contrato de arrendamento mercantil, referentes a bens móveis ou imóveis

intrinsecamente relacionados com a produção ou comercialização dos bens e serviços, salvo se

estiver devidamente demonstrada a existência de vício que macule a validade do contrato”

PIS/COFINS – IMPORTAÇÃO QUANDO APLICADA A PENA DE PERDIMENTO À MERCADORIA ESTRANGEIRA

Fonte: Receita Federal do Brasil – RFB. Ato Declaratório 8 PGFN

DOU de 21/06/2018

“nas ações judiciais fundadas no entendimento de que não incidem o imposto de importação

nem as contribuições ao PIS/COFINS – Importação quando aplicada a pena de perdimento à

mercadoria estrangeira, sendo irrelevante a ocorrência do fato gerador de tais exceções, ante a

proibição expressa vedando a incidência desses tributos no art. 1º, § 4º, III, do Decreto-Lei nº

37, de 1966, e no art. 2º, III, da Lei nº 10.864, de 2004, ressalvadas as hipóteses de não

localização do bem, sua revenda ou seu consumo”.

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