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NOTÍCIAS FISCAIS Nº 3.832
BELO HORIZONTE, 21 DE JUNHO DE 2018.
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"Se sonhar grande dá o mesmo trabalho de sonhar pequeno, por que vou sonhar
pequeno?
Jorge Paulo Lemann
CARF JULGA ILEGAL PRÁTICA ADOTADA PELA UNILEVER ............................................................................................... 2
RIO REABRE PROGRAMA DE PARCELAMENTO ............................................................................................................... 3
INDICADORES SUGEREM RITMO MAIOR NA ATIVIDADE EM JUNHO .............................................................................. 4
A TRIBUTAÇÃO SOBRE OS DIVIDENDOS E A ÂNSIA DE ARRECADAR ............................................................................... 6
INSTITUIÇÕES REDUZEM CAPTAÇÃO DE LONGO PRAZO ................................................................................................ 7
STJ – LIVRO DISCUTE GARANTIA NAS AÇÕES TRIBUTÁRIAS ........................................................................................... 8
SENADO APROVA ACORDO TRIBUTÁRIO COM ARGENTINA ........................................................................................... 9
CCJ APROVA SUSTAÇÃO DE DECRETO QUE ALTEROU IPI SOBRE INSUMOS DE REFRIGERANTES .................................... 9
CONTRIBUINTE NA MALHA FINA PODERÁ AGILIZAR LIBERAÇÃO DA RESTITUIÇÃO DO IR ............................................ 11
RECEITA FEDERAL PUBLICA NORMA COM NOVA DATA PARA ADESÃO AO PRR ........................................................... 12
IRPJ/CSLL – CONTRATO DE LEASING – DEDUTIBILIDADE .............................................................................................. 12
PIS/COFINS – IMPORTAÇÃO QUANDO APLICADA A PENA DE PERDIMENTO À MERCADORIA ESTRANGEIRA ............... 12
Sumário
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NOTÍCIAS FISCAIS Nº 3.832
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CARF JULGA ILEGAL PRÁTICA ADOTADA PELA UNILEVER
Fonte: Valor Econômico. O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) entendeu que
uma prática adotada pela Unilever Brasil - e, segundo advogados, muito usada no mercado -
configura planejamento tributário abusivo. A discussão tem como pano de fundo operação que
dividiu as atividades da multinacional em duas empresas diferentes, uma industrial e outra
comercial.
Ainda que a empresa tenha sido condenada, conseguiu reduzir consideravelmente o montante
da autuação fiscal, que tem valor original de R$ 1,5 bilhão. A Fazenda Nacional, porém, deve
recorrer no próprio Carf para restabelecer a cobrança total.
A Unilever Industrial, nessa divisão de atividades, vende os produtos com exclusividade para a
Unilever Comercial, que faz o repasse ao mercado. Para a Receita Federal, no entanto, essa
estrutura foi criada com a intenção de economizar tributos. Prova disso, segundo a fiscalização,
é que os valores dos produtos na saída da operação industrial eram três vezes menores do que
na saída da operação comercial.
Essa base menor, de acordo com o Fisco, estava sendo usada pela empresa para o cálculo do
PIS e da Cofins. Na autuação, a Receita considera como base para a cobrança os valores da
venda dos produtos pela unidade comercial.
Buscava R$ 273 milhões de PIS e quase R$ 1,3 bilhão de Cofins, incluídos multa e juros. A
Unilever, no julgamento do Carf, no entanto, conseguiu se livrar de parte da dívida. Os
conselheiros da 1ª Turma da 2ª Câmara da 3ª Seção, que analisaram o caso, excluíram a multa
qualificada, que é de 150% sobre o valor deduzido, e reconheceram a decadência de metade
do período de autuação. O Fisco autuou pelo período de janeiro de 2009 a dezembro de 2010
e o Carf manteve somente os valores referentes aos meses posteriores a novembro de 2009.
Os conselheiros acataram a argumentação da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN),
porém, em relação à operação em si. Levaram em conta o preço da mercadoria quando vendida
aos clientes, considerado "demasiadamente superior" ao verificado no repasse entre o braço
industrial e o comercial da companhia.
Os julgadores entenderam que, nesse caso, não houve real compra e venda. Segundo eles, o
que existiu foi um mero repasse de produtos com troca de notas fiscais. O resultado foi
proferido por maioria de votos (processo nº 10830.726910/2014-19).
A Unilever nega, no processo, que o objetivo exclusivo da operação tenha sido o de reduzir a
carga fiscal. Afirma que a segregação das atividades industriais e comerciais é uma estratégia
mundial adotada pelo grupo desde 2001 e defende que a interpretação dada pelo Fisco tira o
foco tanto da questão técnica quanto da liberdade de organização dos negócios da empresa.
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A companhia ainda pode recorrer à Câmara Superior do Carf ou apresentar embargos de
declaração contra a decisão da turma. Procurada pelo Valor, informou que não se manifesta
sobre casos que estejam em andamento.
Especialista na área, Tiago Conde, do Sacha Calmon, diz que a conduta da Unilever é adotada
pelo mercado de maneira geral. "E é absolutamente lícita, tanto que os conselheiros não
qualificaram a multa", pondera.
Ele diz que os valores das mercadorias costumam ser diferentes - entre o industrial e o comercial
e entre o comercial e os clientes - porque quando se trata de um mesmo estabelecimento
empresarial há incidência, por exemplo, do regime monofásico de PIS e Cofins (que incide sobre
a cadeia de produção) e existem determinados incentivos setoriais que a indústria aproveita e
acaba repassando ao braço comercial. "Essa decisão do Carf deve impactar fortemente o
mercado."
A Unilever já havia perdido outra disputa no Carf, também sobre a operação que dividiu as suas
atividades. O caso, no entanto, trata de cobrança de IPI. O tema foi julgado pela 1ª Turma da 3ª
Câmara da 3ª Seção em 2017 e envolve uma autuação de R$ 1,48 bilhão.
RIO REABRE PROGRAMA DE PARCELAMENTO
Fonte: Valor Econômico. O município do Rio de Janeiro reabriu o programa de renegociação
de débitos fiscais conhecido como Concilia Rio, que oferece descontos de até 80% sobre os
acréscimos moratórios e multas de ofício. De acordo com a Lei nº 6.365/2018, poderão ser
parcelados ou pagos à vista débitos inscritos ou não em dívida ativa relacionados ao ISS, IPTU
e Taxa de Coleta de Lixo. O programa de parcelamento foi regulamentado com a publicação dos
Decretos 44.639 e 44.640.
Segundo o procurador-geral do município do Rio de Janeiro, Antonio Carlos de Sá, a expectativa
é de uma arrecadação extra de R$ 300 milhões. No ano passado, entre junho a dezembro, o Rio
recuperou R$ 450 milhões com o programa. Na versão atual, o prazo de adesão será de 90 dias,
contados desde ontem, com a publicação dos decretos.
Os descontos variam de acordo com a modalidade escolhida. Para pagamento à vista, o
desconto nas multas será de 80%. No parcelamento de 24 vezes, haverá uma redução de 50%.
O programa também oferece um desconto de 30% para os parcelamentos entre 25 e 48 meses.
De acordo com a secretaria da Fazenda, são mais de 28 mil devedores com débitos não inscritos
com potencial para aderir ao parcelamento.
O Rio também está investindo em outras frentes para a recuperação de sua dívida ativa, como
o envio de débitos aos cartórios de protestos. "Vamos utilizar a ferramenta do protesto em larga
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escala a partir de agora, depois de um projeto piloto iniciado no ano passado, com bons
resultados", diz o procurador.
Consta do primeiro lote a ser encaminhado aos cartórios um universo de sete mil contribuintes,
com dívidas inscritas no valor de R$ 200 milhões. Os devedores estão sendo alertados antes do
envio a protesto, caso pretendam ingressar no programa de parcelamento.
No caso de parcelamento do ISS, o valor mínimo das parcelas será de R$ 329,43 para pessoas
jurídicas. Para as microempresas e profissionais autônomos, o valor da parcela mínima é de R$
164,71.
O procurador também destacou os esforços empreendidos pelo município para garantir o
pagamento em dia dos débitos incluídos em programas de renegociação. Desde o início do ano,
a procuradoria acompanha mais de perto o andamento dos parcelamentos de débitos inscritos
em dívida ativa por meio de um call center terceirizado.
"O objetivo é entrar em contato direto com o contribuinte caso deixe de pagar alguma parcela",
explica. Atualmente, o valor parcelado da dívida ativa do Rio de Janeiro é de R$ 1,6 bilhão.
Em paralelo ao uso do protesto para recuperar a dívida, a Prefeitura do Rio elevou o valor
mínimo para o ajuizamento de ação de execução fiscal. Para o IPTU, o valor passou a ser de R$
1,5 mil e para os demais tributos, R$ 3 mil. Antes da alteração, o teto era de R$ 200 para todos
os tributos municipais.
O Decreto nº 44.639 também regulamenta o programa de incentivo à quitação de créditos
tributários de devedores em falência, recuperação judicial, insolvência civil ou risco de
insolvência, que vem sendo chamado de Recupera nos bastidores da procuradoria.
Neste caso, porém, diferentemente do Concilia Rio, os descontos vão alcançar o valor principal
da dívida. O programa, considerado inovador por alcançar empresas em dificuldades financeiras,
ainda depende de mais regulamentação. "No momento atual de crise, será uma oportunidade
para as empresas em recuperação retomarem sua saúde financeira", diz o procurador.
INDICADORES SUGEREM RITMO MAIOR NA ATIVIDADE EM JUNHO
Fonte: Valor Econômico. Os primeiros indicadores antecedentes disponíveis e a base reprimida
de maio sugerem que o mês de junho será marcado por uma recuperação da atividade, após
queda aguda no mês passado, como resultado da greve dos caminhoneiros. Apesar da
expectativa de volta gradual à normalidade, os economistas estão divididos quanto às projeções
para o segundo trimestre: alguns já esperam queda no Produto Interno Bruto (PIB), enquanto
outros ainda veem variação positiva, ajudada pelos bons números de abril.
A maioria dos indicadores antecedentes de maio já estão disponíveis e pintam um quadro
trágico. Segundo dados dessazonalizados pela Tendências Consultoria, a produção de veículos
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caiu 24%, o fluxo de veículos pesados nas estradas recuou 27,7%, a expedição de papelão
ondulado despencou 22,7%, a produção de petróleo da Petrobras encolheu 2,2% e o consumo
de energia foi 0,5% menor. Só a confiança do industrial subiu 0,1%, mas o período de coleta do
indicador da FGV foi anterior a greve e, portanto, não captou seus efeitos.
Entre os antecedentes do varejo, a venda de veículos caiu 11,1%, o fluxo pedagiado de veículos
leves encolheu 11,4%, o indicador Serasa de atividade do comércio recuou 2,3%, enquanto as
consultas ao Usecheque e ao SPC tiveram baixas de 0,4% e 0,7%, respectivamente, e a
confiança do consumidor teve perda de 2,8%, nas séries ajustadas pela consultoria.
"Para maio já há bastante informação e provavelmente veremos uma queda forte da indústria",
observa Felipe Salles, economista do Itaú Unibanco. "A grande dúvida é o que vai acontecer
depois, se será um efeito permanente ou temporário na economia. Aparentemente, com os
poucos dados de junho disponíveis, será um efeito passageiro."
Entre dados preliminares de junho já disponíveis, Salles cita a importação de produtos
correlacionados com a produção industrial e o consumo de energia, que já registram altas de
12% e 1,2% neste mês, conforme números divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio (MDIC) e pela Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), ajustados
pelo banco.
Segundo Lucas Souza, economista da Tendências, os dados de junho também deverão ser
beneficiados pela base deprimida de maio. "É possível que as [variações nas] margens venham
positivas, porque as margens de maio vão ser muito negativas", avalia.
Para maio, o Itaú projeta quedas de 9,8% para a produção industrial, de 3,5% para as vendas do
varejo ampliado e de 6,2% para a atividade de serviços. Em abril, os três indicadores
surpreenderam positivamente (com altas de 0,8%, 1,3% e 1%, respectivamente), sugerindo que
o segundo trimestre começava bem, antes de ser atropelado pelos efeitos do protesto dos
condutores.
O PIB Mensal Itaú cresceu 0,6% em abril e o banco projeta uma queda de 2,1% para maio. Ainda
assim, a instituição estima um crescimento de 0,6% para o PIB do segundo trimestre, na
comparação trimestral dessazonalizada.
Segundo Salles, isso se explica em parte porque o maior impacto da greve foi sobre a indústria,
que tem menor peso no PIB (18,5% em 2017), em relação, por exemplo, ao setor de serviços.
As Tendências também espera um número positivo para o PIB de abril a junho, embora sua
estimativa tenha sido reduzida para 0,2%, contra 0,8% no momento mais otimista. Segundo
Souza, os números positivos de abril, a esperada recuperação em junho e algum efeito do saque
do PIS/Pasep nos últimos dias deste mês devem contrabalançar em parte a queda de maio.
Mas já há quem veja um PIB do segundo trimestre negativo, caso do Bradesco e da GO
Associados, ambos com projeção de queda de 0,3% para as contas nacionais no período. "Abril
foi relativamente bom, mas junho provavelmente não devolve tudo o que foi perdido em maio,
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então uma parte [do que foi perdido] não vai ser compensada", diz Luiz Castelli, economista da
GO.
O analista projeta um recuo de 16,6% para a produção industrial em maio e tem viés de baixa
para sua estimativa de um crescimento de 2% para o PIB em 2018. No boletim Focus, as
estimativas do mercado já estão em 1,76%, em queda há sete semanas.
A TRIBUTAÇÃO SOBRE OS DIVIDENDOS E A ÂNSIA DE ARRECADAR
Fonte: Por .André Rocha para Valor Econômico. Os candidatos às eleições presidenciais de
outubro têm colocado em debates e entrevistas suas opiniões sobre a crise fiscal brasileira. Ciro
Gomes e Rodrigo Maia, por exemplo, defendem a tributação sobre os dividendos com o intuito
de aumentar a arrecadação. Mas será que essa política não terá efeitos secundários como a
redução dos investimentos?
Será que uma economia com níveis de investimentos tão baixos pode se dar ao luxo de abrir
mão do investimento das companhias privadas?
Em parceria com Philip Casey, fizemos uma análise sobre o impacto dos dividendos sobre os
investimentos com base em um modelo teórico simplificado. O dividendo é a parcela do lucro
das companhias distribuída aos acionistas.
Os dividendos eram tributados no país até 1995, quando o artigo 10 da lei 9.249/95 inseriu a
isenção dos dividendos sobre os lucros gerados a partir de 1996. A alíquota cobrada era de 15%
antes da lei. Considere uma economia fechada na qual não haja investimento público. Isso não
está longe da realidade. O investimento público representou apenas 1,17% do PIB em 2017,
enquanto o investimento total atingiu 15,6%, um dos mais baixos da história recente.
Assim, em nosso modelo, o investimento da economia é realizado somente pelas companhias
privadas. O financiamento do investimento das empresas pode ser feito de três formas: por
intermédio da emissão de novas ações, levantamento de dívida ou geração de caixa própria.
Financiamento via ações
Quanto maior o valor do equity (capital próprio) da companhia, maior a aceitação de suas ações
pelos investidores e, consequentemente, maior a probabilidade de a companhia conseguir lançar
novas ações em bolsa de forma a levantar recursos para suportar seus investimentos. O valor
do equity da companhia, pelo modelo de Gordon, é dado pela fórmula:
V = Dt+1 / (ke - g) onde:
V - valor do capital próprio (equity) da companhia no momento inicial;
Dt+1 - dividendos um período a frente; ke - custo de oportunidade para se investir na
companhia; g - crescimento do lucro por ação.
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Pela equação, pode se ver que o valor do equity aumenta conforme o dividendo distribuído
aumenta e/ou o crescimento do lucro se eleva. Em outras palavras, quanto maior o fluxo de
caixa gerado ao acionista, maior será o valor de equity da empresa.
Com a tributação dos dividendos, o numerador passa a ser Dt+1 *(1 - t), onde t é a alíquota do
tributo cobrado sobre o dividendo.
Assim, com a introdução da tributação, o valor do equity da companhia (V) cai, pois Dt+1 *(1 -
t) é menor do que Dt+1.
A geração de caixa para o acionista se reduz. Com isso, a emissão de ações perde
competitividade como fonte de financiamento.
Financiamento via dívida
Mas não é somente a captação via equity que pode ser prejudicada. Levantar dívida pode se
tornar mais custoso. Considere que as ações da companhia são dadas em garantia pelo
empréstimo. Se o valor das ações se reduz com o novo tributo, também se reduz o valor da
garantia.
Com isso, os juros a serem cobrados da companhia se elevam, pois o risco do empréstimo
cresce. Com o custo financeiro mais alto, reduzem-se a gama de investimentos rentáveis.
Assim, pela ótica do financiamento via dívida, o investimento da companhia também deve se
reduzir.
Os governantes têm que entender que a resolução do problema fiscal do país não pode recair
apenas sobre o setor privado. Já bastam os 14 milhões de desempregados, todos oriundos do
segmento privado e nenhum do setor público. A arrecadação tributária não pode ser um fim em
si mesmo.
A tributação dos dividendos pode prejudicar ainda mais o investimento das empresas e, por
consequência, o crescimento da economia. A interferência do governo busca resolver um
problema, mas pode criar outro ainda maior.
INSTITUIÇÕES REDUZEM CAPTAÇÃO DE LONGO PRAZO
Fonte: Valor Econômico. Diante do ritmo ainda fraco do crédito, os bancos decidiram reduzir a
captação de recursos com clientes usando instrumentos de prazo mais longo para cortar custos.
O saldo de letras financeiras, título que possui vencimento mínimo de dois anos, recuou 20%
desde o início do ano.
A redução reflete também o objetivo de reduzir os custos de captação, um dos componentes
da margem financeira dos bancos. "Como a letra financeira é o passivo mais caro e a demanda
por crédito nos últimos anos tem sido fraca, esse movimento é natural", diz o responsável pela
área de captação da tesouraria de um grande banco. Em maio, o saldo de letras financeiras era
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de R$ 306,7 bilhões, de acordo com dados da Anbima, associação que representa as instituições
financeiras. No total, as instituições financeiras possuem R$ 1,4 trilhão captados de clientes com
a emissão de títulos bancários.
Pouco mais da metade desse funding vem da emissão de certificados de depósito bancário
(CDB), um instrumento mais barato para os bancos que as letras financeiras por ter liquidez
diária. As emissões de CDB também aumentaram depois da decisão do Banco Central de proibir
as instituições de captarem recursos com o uso de debêntures de suas empresas de leasing.
STJ – LIVRO DISCUTE GARANTIA NAS AÇÕES TRIBUTÁRIAS
Fonte: Superior Tribunal de Justiça – STJ. O Espaço Cultural STJ sediou nesta quarta-feira (20)
o lançamento do livro Garantias Judiciais no Processo Tributário: cenário, perspectivas e
desafios. A obra aponta soluções para as dificuldades encontradas por advogados litigantes em
matéria tributária quando se trata da questão dos depósitos exigidos em juízo.
Os autores são Andréa Mascitto, Carlos Eduardo Marino, Catarina Rodrigues, Christiane Alves
Alvarenga, Daniel Monteiro Peixoto, Daniella Zagari, Gabriela Silva de Lemos, Glaucia Lauletta
Frascino, Guilherme Manier Carneiro Monteiro, Letícia Pelisson, Lígia Regini, Luiz Roberto
Peroba, Luiza Lacerda, Marcelo Salles Annunziata, Maria Eugênia Doin Vieira, Mariana Neves de
Vito, Paulo Camargo, Priscila Faricelli, Reinaldo Ravelli, Sérgio Farina e Vinicius Jucá.
Objetivo é facilitar
O trabalho é resultado de um ano de debates dos autores – e também de seu inconformismo –
diante das dificuldades representadas por problemas procedimentais, financeiros e operacionais
que os clientes enfrentam para lidar com os tributos.
O cerne das discussões é o requisito para questionamento em âmbito tributário: a garantia
judicial. Esse depósito equivale a um certo percentual do valor discutido em juízo, um tema
bastante sensível. Debater formas de simplificar a utilização desses depósitos é o objetivo do
livro, que tem como público-alvo tanto partes quanto julgadores de demandas judiciais
tributárias.
Negociação prévia
As garantias ao crédito fiscal acabam gerando muito incômodo aos contribuintes. “Isso se dá
tanto pela escassez no mercado de produtos que atendam aos rígidos e inflexíveis critérios
formais impostos pelas autoridades fiscais, como pelos inúmeros contratempos procedimentais
dessa provisão”, explica Priscila Faricelli, uma das autoras.
No artigo “Celebração de negócio jurídico processual para fins de garantia tributária”, Faricelli
levanta a possibilidade de a Fazenda Pública e o contribuinte realizarem acordos prévios ao
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ingresso de ações judiciais. “A ideia é incentivar o diálogo entre as partes para resolver os
conflitos”, diz ela.
Menos burocracia
A contribuição do advogado Carlos Eduardo Marino para a obra é o artigo “Medidas
preparatórias: o que está ao alcance do fisco antes do início da discussão judicial”. O autor
defende menos burocracia para a definição de garantias judiciais.
Ele afirma que o cruzamento de informações já existentes permitiria a flexibilização das
modalidades de garantias exigidas atualmente, como, por exemplo, “a utilização de dados já
levantados pela Receita Federal como forma de assegurar a capacidade financeira de uma
empresa”.
SENADO APROVA ACORDO TRIBUTÁRIO COM ARGENTINA
Fonte: Agência Senado. O Plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira (20) o texto do
Protocolo de Emenda à Convenção entre o Brasil e a Argentina destinado a evitar a dupla
tributação e prevenir a evasão fiscal em matéria de impostos sobre a renda (PDS 70/2018). O
projeto segue agora para promulgação.
O protocolo, composto de 28 artigos, dá nova redação à convenção de 1980. O novo texto
aborda diferentes questões, desde o capital constituído por bens imóveis, bens móveis, navios,
aeronaves ou veículos de transporte terrestre; ações e participações no capital de uma
sociedade; até a troca de informações entre as autoridades competentes de ambos os países.
Para o relator, senador Fernando Collor (PTC-AL), o protocolo “aproxima esses países das
práticas internacionais mais modernas nesse domínio, formando um canal de incentivo para
investimentos entre os países signatários e levando ao estreitamento bilateral de suas relações
comerciais e econômicas”.
CCJ APROVA SUSTAÇÃO DE DECRETO QUE ALTEROU IPI SOBRE INSUMOS DE REFRIGERANTES
Fonte: Agência Senado. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovou, nesta quarta-feira
(20), propostas que sustam o decreto presidencial que alterou a alíquota do Imposto sobre
Produtos Industrializados (IPI) incidente no concentrado (xarope) usado na produção de
refrigerantes. Na pauta, estavam dois projetos de decreto legislativo (PDS 57/2018 e PDS
59/2018) apresentados pela bancada do Amazonas, que receberam parecer pela aprovação do
relator, senador Roberto Rocha (PSDB-MA). As proposições seguem para o Plenário, com
pedido de votação em regime de urgência.
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Os parlamentares amazonenses alegaram que a decisão do Poder Executivo atinge as empresas
instaladas na Zona Franca de Manaus (ZFM), que goza de tratamento diferenciado e incentivos
tributários garantidos pela Constituição. Além disso, segundo eles, o ato feriu a segurança
jurídica imprescindível para a manutenção do modelo de negócio instalado no Pólo Industrial da
capital do estado.
– Houve sem dúvida uma quebra de contrato com empresas lá instaladas, prejudicando toda a
Zona Franca e não apenas um setor específico. Foi um decreto feito à véspera de feriado, sem
diálogo, em desacordo com a Constituição – alegou Eduardo Braga (MDB-AM).
Nova alíquota
O Decreto 9.394/2018, editado em maio, reduziu de 20% para 4% a alíquota de IPI incidente
sobre o extrato concentrado para elaboração de refrigerantes. O problema é que o produto
final, que é o refrigerante, é tributado em 4%. Essa diferença existente antes do decreto gerava
créditos na apuração do IPI pelas indústrias de refrigerantes.
O governo alega que o incentivo foi apenas reduzido para maior equilíbrio fiscal e que o decreto
corrigiu uma distorção: a carga sobre o insumo (20%) era maior do que sobre o produto final
(4%).
O assunto dividiu até mesmo entidades representantes do setor, como ficou evidenciado
na audiência pública realizada pela CCJ na terça-feira (19). Os representantes dos fabricantes
regionais acusam os grandes produtores, como Coca-Cola e Ambev, de usarem as fábricas de
concentrados no Amazonas para distribuir descontos na forma de compensação fiscal nas suas
diversas filiais pelo Brasil. Além disso, segundo eles, há concorrência desleal, com empresas
instaladas longe de Manaus, que não têm acesso a esse crédito tributário.
Parecer
O relatório do senador Roberto Rocha é favorável à derrubada do decreto do governo. Segundo
ele, a despeito de reduzir as alíquotas do IPI – algo que é permitido ao Poder Executivo -, na
realidade houve a extinção de um incentivo fiscal concedido às empresas localizadas na ZFM, o
que afeta todo o setor, causando insegurança jurídica e risco de perda de milhares de empregos.
“Importante salientar que os artigos 40 e 92-A do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias garantem à ZFM suas características de área de livre comércio, de exportação e
importação, e de incentivos fiscais. No caso, os referidos dispositivos asseguram à ZFM suas
características de incentivos fiscais, e somente por lei federal podem ser modificados os critérios
que disciplinaram ou venham a disciplinar a aprovação dos projetos”, afirmA em seu parecer.
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CONTRIBUINTE NA MALHA FINA PODERÁ AGILIZAR LIBERAÇÃO DA RESTITUIÇÃO DO IR
Fonte: Agência Senado. O contribuinte retido na manha final do Imposto de Renda (IR) poderá
ter o direito de agilizar a liberação de sua restituição. A possibilidade está prevista
no PLS 354/2017, do senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), aprovado pela Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ) nesta quarta-feira (20). Foram 14 votos a favor e nenhum contrário
à proposta que, se não houver recurso para votação pelo Plenário do Senado, será enviada à
Câmara dos Deputados.
O projeto faculta ao contribuinte apresentar espontaneamente a documentação que comprova
a regularidade das informações da declaração retida. Ele poderá fazer isso mesmo sem ter sido
intimado pela Receita Federal. O texto garante prioridade na revisão da declaração em malha
fina para quem se antecipar.
Segundo ressaltou Caiado, sua intenção é evitar uma situação hoje muito comum – por
insuficiência de servidores, há atraso no processamento das declarações, o que faz com que a
restituição de milhões de contribuintes fique retida pela simples falta de um documento, sem
que haja má-fé.
“Somente após decorrido um longo período, a fiscalização tributária intima os contribuintes para
apresentação da documentação. Esse comportamento é extremamente cômodo para o Fisco,
que não tem qualquer pressa na análise. É, todavia, prejudicial para o contribuinte, que deve
suportar a constrição indireta em seu patrimônio”, argumentou Caiado na justificação do projeto.
Emenda
No parecer pela aprovação, o relator, senador Lasier Martins (PSD-RS), reconhece o mérito e a
oportunidade da iniciativa:
“A busca pela agilização e desburocratização dos procedimentos fiscais deve ser constante nos
trabalhos parlamentares. Nessa linha, qualquer medida que esteja em harmonia com os anseios
dos contribuintes merece acolhida”, avaliou o relator.
O texto recebeu uma emenda do senador Hélio José (Pros-DF) acolhida pelo relator. A intenção
é permitir que o fisco dê prioridade a cobranças que estão perto da decadência.
“É necessária essa ponderação entre a prioridade a quem voluntariamente entrega documentos
comprobatórios da regularidade e a segurança de apreciação das declarações que estão
próximas à decadência, de forma a não ocasionar prejuízos ao Fisco, que correria o risco de
perder o direito de efetivamente lançar a cobrança dos tributos”, justificou Lasier Martins.
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RECEITA FEDERAL PUBLICA NORMA COM NOVA DATA PARA ADESÃO AO PRR
Fonte: Receita Federal do Brasil – RFB. O novo prazo se encerra em 30 de outubro
Foi publicada, no Diário Oficial da União de hoje, a Instrução Normativa RFB nº 1.811, de 2018,
tendo em vista a edição da Medida Provisória nº 834, de 29 de maio de 2018, modificando o
prazo de adesão ao Programa de Regularização Tributária Rural (PRR).
Dessa forma, a Instrução Normativa RFB nº 1.784, de 19 de janeiro de 2018, foi alterada para
contemplar o novo prazo cuja data estabelecida é 30 de outubro de 2018.
IRPJ/CSLL – CONTRATO DE LEASING – DEDUTIBILIDADE
Fonte: Receita Federal do Brasil – RFB. Ato Declaratório 8 PGFN
DOU de 21/06/2018
“nas ações judiciais fundadas no entendimento de que o contrato de leasing, cuja operação
esteja regulada pelo Banco Central, não sofre desvirtuamento, para contrato de compra e venda,
por causa de disposição contratual que antecipa, parcela ou regula outra forma de pagamento
da opção de compra, desde que esteja em consonância com as disposições contidas na Lei nº
6.099/74, sendo, portanto, dedutíveis na apuração do lucro real (IRPJ) e da base de cálculo da
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) as contraprestações pagas ou creditadas por
força de contrato de arrendamento mercantil, referentes a bens móveis ou imóveis
intrinsecamente relacionados com a produção ou comercialização dos bens e serviços, salvo se
estiver devidamente demonstrada a existência de vício que macule a validade do contrato”
PIS/COFINS – IMPORTAÇÃO QUANDO APLICADA A PENA DE PERDIMENTO À MERCADORIA ESTRANGEIRA
Fonte: Receita Federal do Brasil – RFB. Ato Declaratório 8 PGFN
DOU de 21/06/2018
“nas ações judiciais fundadas no entendimento de que não incidem o imposto de importação
nem as contribuições ao PIS/COFINS – Importação quando aplicada a pena de perdimento à
mercadoria estrangeira, sendo irrelevante a ocorrência do fato gerador de tais exceções, ante a
proibição expressa vedando a incidência desses tributos no art. 1º, § 4º, III, do Decreto-Lei nº
37, de 1966, e no art. 2º, III, da Lei nº 10.864, de 2004, ressalvadas as hipóteses de não
localização do bem, sua revenda ou seu consumo”.
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NOTÍCIAS FISCAIS Nº 3.832
BELO HORIZONTE, 21 DE JUNHO DE 2018.
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