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Psicopatologia PSICO PATHO LOGIA Sofrimento Psíquico Humano Pathos Paixão (Excesso, Passaem, Passi!i"a"e, Assu#eitamento$ %estino Posi&ão

1 O Que é Psicopatologia Psiquiatria Histórico

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História da psiquiatria

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  • PsicopatologiaPSICO PATHO LOGIA

    Sofrimento Psquico Humano

    PathosPaixo (Excesso, Passagem, Passividade, Sofrimento, Assujeitamento)DestinoPosio

  • PathosManeira de estar no mundoCaminhos do Psiquismo

    Disposio geral organizadora e propulsora do destino humano

  • PathosEntendimento do que estruturante

    Dor de existir

    Como vai voc?

  • Doena excesso de paixesEros em desequilbrio

    As paixes atestam nossa permanente dependncia do outro

  • PsicopatologiaTentativa de decompor o sofrimento psquico

    Homem dividido em busca de um acabamento impossvel

    As idias de Pulso e de Conflito j apareciam na Filosofia, Literatura, Senso-comumA Psicanlise des-cobre

  • Semiologia PsicopatolgicaEstudo dos sinais e sintomas dos transtornos mentais

    SndromesEntidades nosolgicas, doenas, transtornos

  • PsicopatologiaApesar de beneficiar das tradies neurolgicas, psicolgicas e filosficas, a psicopatologia no se confunde com a neurologia das chamadas funes corticais superiores.

    A Psicopatologia uma cincia autnoma e no um prolongamento da neurologia e da psicologia.

    Observar, identificar e compreender

  • Psicopatologia

    Ausncia de julgamentos

    Conhecimento sujeito a revises, crticas e reformulaes

    uma cincia bsica que serve de auxlio Psiquiatria que uma cincia aplicada (Jasper)

  • Os limites da PsicopatologiaNo se pode reduzir o homem conceitos psicopatolgicos

    Em todo indivduo oculta-se algo que no se pode conhecer...

    Forma e Contedo dos Sintomas

  • Trs tipos de Fenmenos Humanos

    Fenmenos Semelhantes

    Fenmenos em parte semelhantes e em parte diferentes

    Fenmenos qualitativamente novos, diferentes

  • PsicopatologiaA psicopatologia tem boa parte de suas razes na tradio mdica (na obra de grandes clnicos e alienistas do passado) observaoE nutre-se da tradio humanstica (filosofia, literatura, artes e psicanlise) sofrimento humano extremo, pathos.Sistematizao Dimenso humana.

  • PSICOPATOLOGIA E PSIQUIATRIAA PSICOPATOLOGIA SE DETM NO ESTUDO DA EVOLUO E DOS AVATARES DO PSIQUISMO HUMANO, SEM SE INTERESSAR PELOS ASPECTOS TCNICOS DAS PSICOTERAPUTICAS.

    O objeto da psicopatologia no pode ser confundido com o da psiquiatria.

    A psiquiatria clnica constitui uma cincia aplicada s alteraes psquicas e seus problemas correlatos, como o diagnstico, o tratamento e a profilaxia das doenas mentais.

  • Enquanto a Psicopatologia tem um mbito mais restrito, visando conhecer os fenmenos psquicos patolgicos e, assim, oferecer psiquiatria as bases para a compreenso de sua origem, mecanismo ntimo e futuro desenvolvimento.

    Compete Psicopatologia reunir os materiais para a elaborao da teoria do conhecimento dos fenmenos com os quais a psiquiatria possa coordenar sua ao curativa e preventiva.

  • A psiquiatria por si s no compreende o sofrimento psquico

    A fenomenologia e a psicanlise formam as principais bases conceituais da psicopatologia

  • BREVE HISTRICO DA PSICOPATOLOGIA Na Grcia pr-socrtica, o sofrimento psquico era um castigo dos deuses, o homem no responsvel por sua loucura, e nenhum estigma -lhe acarretado.

  • Nos textos trgicos, a loucura resulta da impossibilidade de escolha individual nos conflitos entre paixes, lealdades e deveres impostos pelo destino.

  • Nas obras de Eurpedes a loucura se psicologiza, e atribuda as conseqncias das emoes na vida dos homens. Viso racionalista das contradies, limitaes e fraquezas humanas.

  • Com Hipcrates, a loucura entendida como um efeito do desarranjo na natureza orgnica do homem. Disfunes humorais. Tal concepo afasta definitivamente a influncia divina na loucura. Essas idias, que revelam uma viso organicista do distrbio, tero profunda influncia na medicina nos sculos XVIII e XIX.

  • Plato d uma viso completamente nova da psych, ao consider-la como composta de trs almas: uma racional, o logos, uma afetivo-espiritual e uma terceira que seria apetitiva. Para Plato, a loucura atestaria o desarranjo no equilbrio das trs componentes da psych, fazendo com que a parte racional, o logos, perdesse o controle.

  • A viso medieval da loucura est intimamente associada, ou mesmo identificada, possesso demonaca.

  • Nos sculos XV e XVI o estudo da medicina, passa a considerar componentes psicolgicas na loucura, o que propicia o aparecimento da noo de alienado.

  • O sculo XVIII marcado por uma psicopatologia desordenada. As classificaes so ora extremamente abrangentes, o que as torna pouco teis, ora drasticamente limitadas, tornando-se de difcil confirmao. No incio do sculo XVIII o pensamento mdico em relao s "doenas do esprito" e a prtica do internamento permaneceram estranhos um ao outro.

  • No incio do sculo XIX, precisamente em 1801, Pinel modifica radical e definitivamente a viso da loucura e inaugura uma nova especialidade mdica, que mais tarde chamar-se-ia psiquiatria. clebre o episdio, que se tornou histrico, de Pinel retirando os grilhes e correntes que prendiam os pacientes em Bictre. Na primeira edio do Tratado Pinel (Pinel, 2005, p. 72) escreve: Esboa-se aqui o princpio que marcar a psiquiatria emergente: o apego observao como procedimento para evitar as possveis distores no conhecimento da alienao provocada pela nebulosidade da psicopatologia vigente.

  • At o final do sculo XIX no existia, em rigor, um saber sobre o sofrimento psquico que acometia o homem. A preocupao vigente era a doena, a sintomatologia: conhecer para classificar.

  • Os grandes psicopatlogos daquela poca, dentre os quais Havellock-Ellis e Krafft-Ebing, tinham por preocupao classificar e etiquetar as organizaes psquicas que escapavam s referncias de normalidade.

  • O aparecimento da Psicopatologia como disciplina organizada se d com a publicao da Psicopatologia geral de Karl Jaspers, psiquiatra e filsofo, no incio do sculo XX. Jaspers visava descrever e classificar, de forma minuciosa e sistemtica, as doenas mentais.

  • Psicopatologia CompreensivaNa psicopatologia, de inspirao fenomenolgica, se pretende actualizar e co-experienciar as experincias do paciente de forma a compreend-lo, ainda que parcialmente

    O objectivo de Jaspers, principal autor e sistematizador da psicopatologia compreensiva, seria mesmo o de fundar uma antropologia na medida em que considerava que o Homem se conhece melhor a partir dos seus desvios.

    Leitura recomendada: Introduo Psicopatologia Compreensiva ( Jos Luis Pio Abreu)

  • Garantir a conexo entre os fenmenos psicolgicos ereferentes externos que pudessem validar-lhes a presena em diferentes situaesseria, para Jaspers, o modo de possibilitar o exame cientfico das relaescompreensivas entre aqueles fenmenos que no se deixam observar pela terceira pessoa. Assim, a fenomenologia surge, para ele, como um mtodo envisado pararesponder s necessidades de cientificidade para a psico(pato)logia e, ao mesmotempo, atender ao imperativo de no excluso ao verdadeiro objeto de estudodestas disciplinas, a experincia subjetiva

  • Psicopatologia CompreensivaO prprio Jaspers considera que a poesia a nica forma de compreender o ser humano na sua totalidade .FREUDAssim, na psicopatologia, a relao est subordinada compreenso do outro e delimitao do que nele se afigura como incompreensvel ou, segundo Jaspers, como patolgico.

  • Psicopatologia CompreensivaPara Pio Abreu, baseando-se em Jaspers, a interaco entre os dois sujeitos, paciente e psicopatologista, pode ser avaliada por este ltimo segundo as seguintes perspectivas (7):1. O sujeito (paciente) como objecto significativo (para o sujeito-psicopatologista que o observa);2. O sujeito (paciente) como objecto de si prprio (compreendido ou explicado pelo sujeito-psicopatologista);

  • Psicopatologia Compreensiva3. As inclinaes do sujeito (paciente) para os objectos (compreendidas ou explicadas pelo sujeito-psicopatologista);4. A apercepo dos objectos (realidade) pelo sujeito-paciente (compreendida ou explicada pelo sujeito-psicopatologista). excepo da primeira, estas perspectivas relevam o carcter fenomenolgico da relao entre os sujeitos, em que para o psicopatologista o outro tido como um algum cuja realidade se pretende representar.

  • Psicopatologia CompreensivaO objecto primeiro da psicopatologia so os fenmenos psquicos elementares que, ainda que susceptveis de hierarquizao em nveis de complexidade distintos, constituem os pr-requisitos da conscincia, e cujo funcionamento o psicopatologista deveria poder compreender antes de tentar aprofundar o entendimento das vivncias do sujeito humor, emoes, afectos, motivao e a sua realidade percepo, pensamento, memria

  • Psicopatologia Compreensivano h teoria da psque que valha, mas, apenas, uma filosofia do existir humano Jasper

    Na psicopatologia compreensiva h um maior pendor filosfico e o processo clnico assemelha-se mais a uma investigao livre de pr-determinaes.

    Jaspers, K. (1974) [1913].General Psychopathology.Trad. inglesa de J. Hoenig e Marian W. Hamilton, The John Hopkins University Press: Londres.McWilliams, N. (2005) [2007].Diagnstico Psicanaltico Compreender a estrutura da personalidade no processo clnico.Climepsi Editores: Lisboa.Pio Abreu, J.L. (1994).Introduo psicopatologia compreensiva.Fundao Calouste Gulbenkian: Lisboa.

  • A contribuio da Psicanlise

    A grande ruptura epistemolgica feita pela psicologia profunda de Freud. A partir da dimenso do desejo, que submetido s leis da linguagem escapa a qualquer apreenso direta de sua finalidade, Freud postula que o sujeito - louco ou no - sempre que fala, fala do, e a partir de, seu pathos, que aqui confunde-se com a trama discursiva que o constitui.

  • Psicopatologia Fundamental esta trama, inicialmente encarnada pelo outro, que possibilita que o pathos, como passividade, alienao, transforme-se, na situao teraputica, em percepo, em experincia.

  • Psicopatologia na ContemporaneidadeHoje, o termo "psicopatologia" encontra-se associado a um grande nmero de disciplinas que se interessam pelo sofrimento psquico. Isso trouxe um problema, por vezes uma impossibilidade, tanto de dilogo intercientfico entre as diferentes abordagens tericas, quanto de confrontao crtica dos modelos por elas utilizados, o que evidencia que o fenmeno psquico no redutvel a uma nica forma discursiva.

  • Dentre as inmeras tentativas de superar os impasses criados pela pluralidade de leituras do pathos, o expoente mximo , sem dvida, o DSM-IV (Manual de Diagnstico e Estatstica da Associao Psiquitrica Americana) e o igualmente reputado CID-1O (Classificao Internacional de Doenas).

  • DSMA primeira verso do DSM foi elaborada pela APA (American Psychiatric Association) em 1952. Nessa ocasio, o Manual levava em conta as conquistas da psicanlise e da psiquiatria dinmica. Defendia a idia de que os distrbios psquicos e mentais decorriam essencialmente da histria inconsciente do sujeito, de seu lugar na famlia e de sua relao com o meio social. (Roudinesco, 1999)

  • DSMMesclava uma abordagem trplice: o cultural (social), o existencial e o patolgico.A noo de causalidade orgnica no era desprezadaE a psicofarmacologia era associada a tratamentos pela fala e terapias dinmicas.

  • Com o desenvolvimento de uma abordagem liberal que submete a clnica a critrios de rentabilidade,As psicologia dinmicas e a psicanlise foram julgadas inapropriadas diante da necessidade de mensurao, idia de cura e eficcia imediata.

  • Depois de quatro revises ocorreu uma limpeza aterica.

    Fundamentalmente, ela visou a demonstrar que o distrbio da alma e do psiquismo devia ser reduzido ao equivalente a pane de um motor.

  • Os conceitos psicose, neurose e perverso foram substitudos pela noo de distrbio.

    Abolir idia de doena para evitar problemasUtilizao de categorias mais vagas e mais genricasSepara a Psicanlise da Psiquiatria

  • Tentou-se criar uma nomenclatura nica que fornea uma linguagem comum a pesquisadores e clnicos de diferentes orientaes tericas. Isso significa deixar de lado os problemas etiolgicos e centrar-se na nosografia. A grande crtica que se faz a esta abordagem o fato de no levar em conta a subjetividade tanto daquele que est sendo "classificado" quanto daquele que classifica.

  • O desenvolvimento das neurocincias e o espantoso crescimento dos psicofrmacos, que reforam a idia da origem biolgica dos transtornos psquicos. Aspectos subjetivos, os conflitos internos e as experincias psquicas de cada um perdem relevncia diante das molculas qumicas.