108
UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E DAS MISSÕES - URI - CAMPUS DE SANTO ÂNGELO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS AUDITORIA INTERNA NO DEPARTAMENTO DE PESSOAL DA EMPRESA GRÁFICA JORNAL DAS MISSÕES LTDA. ANA PATRÍCIA GRASEL SIMONE DE SOUZA MEDEIROS

1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E

DAS MISSÕES - URI - CAMPUS DE SANTO ÂNGELO

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

AUDITORIA INTERNA NO DEPARTAMENTO DE PESSOAL

DA EMPRESA GRÁFICA JORNAL DAS MISSÕES LTDA.

ANA PATRÍCIA GRASEL

SIMONE DE SOUZA MEDEIROS

Santo Ângelo, novembro de 2000.

Page 2: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

AUDITORIA INTERNA NO DEPARTAMENTO DE PESSOAL

DA EMPRESA GRÁFICA JORNAL DAS MISSÕES LTDA.

Por

Ana Patrícia GraselSimone de Souza Medeiros

Relatório de pesquisa apresentado à URI – Universidade Regional

Integrada do Alto Uruguai e das Missões – Campus de Santo Ângelo

Orientadoras: Neusa Salla e Rosane Maria Seibert

Santo Ângelo, novembro de 2000.

Page 3: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

AGRADECIMENTOS

Ao concluirmos o curso de ciências contábeis, desejamos externar nossos sinceros

agradecimentos à Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – Campus

de Santo Ângelo, a todo o corpo docente e, em especial a nossas orientadoras, professora

Neusa Salla e professora Rosane Maria Seibert, pelo desprendimento, dedicação e apoio

demonstrados no decorrer do curso, especialmente durante a prática profissional.

Agradecemos igualmente a empresa Gráfica Jornal das Missões Ltda., por ter-nos

possibilitado a realização desse trabalho.

Agradecemos também a nossos familiares, que de uma forma ou de outra contribuíram

no decorrer deste trabalho, com especial dedicação e carinho.

Page 4: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

RESUMO

Com objetivo de verificar se a empresa Gráfica Jornal das Missões Ltda. vem cumprindo com a legislação trabalhista e convenções coletivas de trabalho das categorias existentes na empresa, utilizou-se as técnicas de auditoria interna.Foram aplicados métodos procurando avaliar os procedimentos adotados pela empresa em relação ao seu departamento de pessoal. Os métodos adotados compreendem a pesquisa de campo, pesquisa telematizada, investigação documental, pesquisa bibliográfica, investigação ex post facto e estudo de caso. Os dados foram tratados de forma quantitativa, através da revisão dos cálculos das rotinas trabalhistas, como por exemplo folha de pagamento, encargos sociais, etc. O tratamento dos dados também foi feito de forma qualitativa, utilizando procedimentos de auditoria para a verificação dos controles internos do departamento de pessoal da empresa, sugerindo melhoramentos nas rotinas do departamento. Ficou constatado que a empresa não está cumprindo plenamente as exigências estabelecidas pela legislação trabalhista vigente no país e as convenções coletivas de trabalho das categorias existentes na empresa. Com o objetivo de evitar futuras reclamatórias trabalhistas foram feitas sugestões à empresa na medida em que se constataram as irregularidades.

Page 5: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

CAGED – Cadastro Geral de Empregados e Desempregados

CLT – Consolidação das Leis do Trabalho

COAD – Centro de Orientação, Atualização e Desenvolvimento Profissional

CPF – Cadastro de Pessoas Físicas

CTPS – Carteira de Trabalho e Previdência Social

FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço

INSS – Instituto Nacional do Seguro Social

IRRF – Imposto de Renda Retido na Fonte

PASEP – Programa de Amparo Social para Empregado Público

PIS – Programa de Integração Social

RAIS – Relação Anual de Informações Sociais

ROCSS - Regulamento da Organização e Custeio da Seguridade Social

RS – Rio Grande do Sul

Page 6: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Relação dos Funcionários Analisados ...............................................................35

Tabela 2 – Salário Família .....................................................................................................39

Tabela 3 – Salários Normativos ............................................................................................42

Tabela 4 – Piso Salarial .........................................................................................................42

Tabela 5 - Diferenças Apuradas no Salário-base ................................................................43

Tabela 6 – Reajuste Salarial do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Gráficas de Ijuí ................................................44

Tabela 7 - Reajuste Salarial do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do RS .........................................................44

Tabela 8 - Diferenças Apuradas no Reajuste Salarial ........................................................44

Tabela 9 – Diferenças Apuradas no Adicional de Insalubridade ......................................46

Tabela 10 - Diferenças Apuradas no Adicional por Tempo de Serviço ............................47

Tabela 11 - Salário de Contribuição para o INSS ...............................................................48

Tabela 12 - Diferenças Apuradas na Contribuição para o INSS .......................................49

Tabela 13 - Tabela Progressiva do IRRF .............................................................................50

Tabela 14 - Diferenças Apuradas na Contribuição Sindical ..............................................51

Tabela 15 - Diferenças Apuradas na Contribuição Assistencial ........................................52

Tabela 16 - Direito dos Funcionários na Rescisão ..............................................................58

Tabela 17 - Diferenças Apuradas no FGTS ........................................................................59

Page 7: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS ............................................................................................................iiRESUMO .................................................................................................................................iiiLISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ............................................................................ivLISTA DE TABELAS .............................................................................................................v1. INTRODUÇÃO......................................................................................................................12. REFERENCIAL TEÓRICO................................................................................................3

2.1. AUDITORIA........................................................................................................................32.1.1. Conceito.....................................................................................................................32.1.2. Definição....................................................................................................................42.1.3. Objeto e Fins da Auditoria.........................................................................................42.1.4. Auditoria como Técnica Contábil..............................................................................52.1.5. Reflexos da Auditoria sobre a Riqueza Patrimonial..................................................62.1.6. Limitações da Auditoria.............................................................................................62.1.7. Revisão Contábil........................................................................................................72.1.8. Tipos de Auditoria......................................................................................................7

2.1.8.1. Auditoria Independente ou Externa.....................................................................72.1.8.2. Auditoria da Fazenda (Federal, Estadual e Municipal).......................................82.1.8.3. Auditoria Interna ou Operacional........................................................................8

2.2. AUDITORIA INTERNA.........................................................................................................82.2.1. Objetivo e Alcance.....................................................................................................92.2.2. Normas Usuais de Auditoria....................................................................................10

2.2.2.1. Normas Relativas à Pessoa do Auditor..............................................................102.2.2.2. Normas Relativas à Execução do Trabalho.......................................................112.2.2.3. Normas Relativas ao Parecer.............................................................................11

2.2.3. Papéis de Trabalho..................................................................................................122.2.3.1. Tipos de Papéis de Trabalho..............................................................................12

2.2.4. Controle Interno.......................................................................................................132.2.4.1. Conceito.............................................................................................................132.2.4.2. Objetivos............................................................................................................142.2.4.3. Classificação dos Controles Internos.................................................................14

2.2.4.3.1. Controles Internos Contábeis.......................................................................142.2.4.3.2. Controles Internos Administrativos.............................................................14

2.2.5. Procedimentos de Auditoria.....................................................................................152.2.5.1. Exame Físico......................................................................................................152.2.5.2. Confirmação.......................................................................................................162.2.5.3. Exame de Documentos Originais.......................................................................162.2.5.4. Conferência de Cálculos....................................................................................17

Page 8: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

2.2.5.5. Exame da Escrituração.......................................................................................172.2.5.6. Investigação Minunciosa...................................................................................182.2.5.7. Inquérito.............................................................................................................182.2.5.8. Exame dos Registros Auxiliares........................................................................182.2.5.9. Correlação das Informações Obtidas.................................................................192.2.5.10. Observação.......................................................................................................19

2.3. RELATÓRIO DE AUDITORIA INTERNA..............................................................................192.3.1. O Processo de Elaboração do Relatório de Auditoria Interna................................202.3.2. Critérios para Relatórios de Auditoria Interna.......................................................202.3.3. Formas de Relatórios de Auditoria Interna.............................................................21

2.3.3.1. Relatório de Auditoria Interna de Forma Breve................................................222.3.3.2. Relatório de Auditoria Interna de Forma Longa................................................222.3.3.3. Síntese de Relatório de Auditoria Interna..........................................................222.3.3.4. Relatório de Auditoria Interna Progressivo.......................................................23

2.4. AUDITORIA INTERNA DO DEPARTAMENTO DE PESSOAL.................................................232.4.1. Procedimentos de Rotina no Departamento de Pessoal..........................................24

2.4.1.1. Rotina de Admissão de Funcionários................................................................242.4.1.1.1. Exame Médico.............................................................................................242.4.1.1.2. Carteira de Trabalho e Previdência Social..................................................242.4.1.1.3. Livro ou Ficha de Registro de Empregado..................................................242.4.1.1.4. Contrato Individual de Trabalho..................................................................25

2.4.1.2. Folha de Pagamento...........................................................................................252.4.1.2.1. Proventos.....................................................................................................252.4.1.2.2. Descontos.....................................................................................................26

2.4.1.3. Salário Família...................................................................................................272.4.1.4. Férias..................................................................................................................272.4.1.5. Décimo Terceiro Salário....................................................................................272.4.1.6. Fundo de Garantia por Tempo de Serviço.........................................................272.4.1.7. Cadastro Geral de Empregados e Desempregados............................................282.4.1.8. Relação Anual de Informações Socais...............................................................282.4.1.9. Rescisão Contratual...........................................................................................28

3. METODOLOGIA...............................................................................................................293.1. TIPO DE PESQUISA...........................................................................................................29

3.1.1. Quanto aos Fins.......................................................................................................293.1.2. Quanto aos Meios.....................................................................................................29

3.2. UNIVERSO E AMOSTRA...................................................................................................303.3. SELEÇÃO DOS SUJEITOS..................................................................................................303.4. COLETA DE DADOS.........................................................................................................303.5. TRATAMENTO DOS DADOS..............................................................................................313.6. LIMITAÇÕES DO MÉTODO...............................................................................................32

4. HISTÓRICO DA EMPRESA............................................................................................335. RELATÓRIO DE AUDITORIA INTERNA....................................................................35

5.1. RELAÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS SELECIONADOS PARA A AUDITORIA..............................355.2. PROCEDIMENTOS DE ROTINA DE ADMISSÃO DE FUNCIONÁRIOS....................................355.3. EXAME MÉDICO..............................................................................................................365.4. LIVRO OU FICHA DE REGISTRO DE EMPREGADO............................................................375.5. SALÁRIO FAMÍLIA...........................................................................................................385.6. ROTINAS DA FOLHA DE PAGAMENTO.............................................................................39

5.6.1. Salário......................................................................................................................40

Page 9: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

5.6.1.1. Pagamento do Salário........................................................................................405.6.1.2. Salário-base........................................................................................................415.6.1.3. Reajuste Salarial.................................................................................................44

5.6.2. Horas Extras............................................................................................................455.6.3. Adicional de Insalubridade/Periculosidade.............................................................455.6.4. Adicional por Tempo de Serviço..............................................................................475.6.5. Contribuição para a Previdência.............................................................................485.6.6. Imposto de Renda Retido na Fonte..........................................................................495.6.7. Contribuição Sindical..............................................................................................505.6.8. Contribuição Assistencial........................................................................................515.6.9. Contribuição Confederativa.....................................................................................525.6.10. Vale Transporte......................................................................................................52

5.7. CARTÃO PONTO..............................................................................................................535.8. FÉRIAS.............................................................................................................................535.9. DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO...........................................................................................565.10. RESCISÃO......................................................................................................................575.11. FUNDO DE GARANTIA POR TEMPO DE SERVIÇO...........................................................595.12. CADASTRO GERAL DE EMPREGADOS E DESEMPREGADOS...........................................605.13. RELAÇÃO ANUAL DE INFORMAÇÕES SOCIAIS..............................................................60

6. CONCLUSÃO.....................................................................................................................617. BIBLIOGRAFIA.................................................................................................................63

Page 10: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

1. INTRODUÇÃO

As empresas procuram ter continuidade através do crescimento e da diversificação de

suas atividades econômicas, que asseguram aos empresários, a construção de um patrimônio

sólido e o retorno do investimento que correspondam as suas expectativas.

O crescimento constante das empresas torna difícil a missão de um grupo limitado de

pessoas examinar a totalidade dos eventos a elas inerentes, por isso, surge a necessidade de as

empresas se utilizarem da auditoria interna, composta por pessoas com capacidade técnica e

ética profissional para examinar a empresa.

A programação de serviços feita pela auditoria interna prevê, inclusive, o exame

prévio de determinados fatos contábeis, para julgar quanto à sua legitimidade, legalidade e

efeitos fiscais, evitando assim estornos ou correções futuras, evitando também erros e fraudes,

possíveis de acontecer.

Por mais eficientes e eficazes que sejam os controles operacionais das várias funções

que ocorrem num departamento de pessoal, é sempre oportuno que se faça um trabalho de

auditoria interna para prevenir causas trabalhistas que podem ser fruto das constantes

mudanças que ocorrem na legislação trabalhista, ou por fadiga, negligência e até má fé, é

comum ocorrerem irregularidades que podem trazer no futuro problemas, em especial para a

empresa.

O problema que serve de base para este trabalho é a preocupação em saber se a

empresa Gráfica Jornal das Missões Ltda. está atuando em conformidade com a legislação

trabalhista em vigor e as convenções coletivas de trabalho. Em conseqüência dessa situação

objetiva-se verificar a veracidade e exatidão dos procedimentos do departamento de pessoal

da empresa.

Page 11: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

A hipótese levantada é se a empresa Gráfica Jornal das Missões Ltda. não está atuando

em total conformidade com a legislação trabalhista em vigor e as convenções coletivas de

trabalho e por isto pode sofrer ações judiciais trabalhistas.

O presente relatório divide-se em capítulos. O primeiro capítulo trata da introdução do

trabalho. No capítulo dois consta o referencial teórico o qual tratou-se de auditoria interna,

normas usais de auditoria, papéis de trabalho, controle interno, relatório de auditoria, auditoria

no departamento de pessoal. O capítulo três apresenta a metodologia usada para realizar a

auditoria, definindo os tipos de pesquisa, o universo e a amostra, a forma de coleta de dados, o

tratamento dos dados e a limitação encontrada na aplicação dos métodos. No capítulo quatro

descreveu-se um breve histórico da empresa onde foi realizado este trabalho. Em seguida, o

capítulo cinco desenvolve o relatório de auditoria, onde apresentou-se as verificações

procedidas, os problemas encontrados, com sugestões a empresa. O capítulo seis apresenta a

conclusão que se chegou ao encerrar este trabalho.

2

Page 12: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. Auditoria

2.1.1. Conceito

Os trabalhos de auditoria restringiam-se, à revisão de trabalho já executado, exame e

confirmação da veracidade dos atos praticados. Com a evolução da ciência contábil,

desenvolveu-se também, a técnica de auditoria, pois hoje não é ela um instrumento de mera

observação apenas, estático, mas também de orientação, de interpretação e de previsão de

fatos, tornando-se dinâmica e ainda em constante evolução.

Vários autores definem auditoria e pode-se concluir que auditoria é a função

organizacional de revisão, avaliação e emissão de opinião quanto ao ciclo administrativo que

é planejamento, execução e controle.

Para exemplificar, transcreve-se FRANCO e MARRA (1989:18):

“A auditoria consiste no exame de documentos, livros e registros, inspeções, obtenção de informações e confirmações internas e externas, obedecendo a normas apropriadas de procedimento, objetivando verificar se as demonstrações contábeis representam adequadamente a situação nelas demostrada, de acordo com os princípios de contabilidade geralmente aceitos, aplicados de maneira uniforme.”

Page 13: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

2.1.2. Definição

A auditoria pode ser definida como sendo a técnica contábil que tem por objetivo obter

elementos de convicção que permitam julgar se os registros contábeis foram efetuados de

acordo com os princípios de contabilidade geralmente aceitos e se as demonstrações contábeis

deles decorrentes refletem adequadamente a situação econômico-financeira do patrimônio, os

resultados do período administrativo examinado e as demais situações nelas demonstradas.

Para isso a auditoria utiliza procedimentos específicos que lhe são peculiares, aplicados no

exame de registros e documentos, inspeções, e na obtenção de informações e confirmações,

relacionados com o controle do patrimônio de uma empresa.

Para PEREZ JUNIOR (1995:11):

“A auditoria pode ser definida como o levantamento, o estudo e a avaliação sistemática de transações, procedimentos, rotinas e demonstrações contábeis de uma entidade, com o objetivo de fornecer a seus usuários uma opinião imparcial e fundamentada em normas e princípios sobre sua adequação.”

2.1.3. Objeto e Fins da Auditoria

O objeto da auditoria é perfeitamente identificado e definido pelos diversos autores

pesquisados, não sendo apenas único, mas também múltiplo. Existe certo consenso, também,

acerca de alguns itens básicos, como, por exemplo:

- Comprovação, pelo registro, de que são exatos os fatos patrimoniais;

- Demonstração dos erros e fraudes encontrados;

- Sugestão das providências cabíveis, visando à prevenção de erros e fraudes;

- Verificação de que a confiabilidade é satisfatória sob o aspecto sistemático e de

organização;

- Verificação do funcionamento do controle interno;

- Proposição de medidas de previsão de fatos patrimoniais, com o propósito de

manter a empresa dentro do limite de organização e legalidade.

4

Page 14: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

Para FRANCO e MARRA (1989:23):

“O objeto da auditoria é o conjunto de todos os elementos do patrimônio administrativo, os quais compreendem registos contábeis, papéis, documentos, fichas, arquivos e anotações que comprovem a veracidade dos registros e a legitimidade dos atos da administração, bem como sua sinceridade na defesa dos interesses patrimoniais. A auditoria pode ter por objeto, inclusive, fatos não registrados documentalmente, mas relatados por aqueles que exercem atividades relacionadas com o patrimônio administrativo, cuja informação mereça confiança, desde que tais informações possam ser admitidas como seguras pela evidência ou por indícios convincentes.”

Então, o fim principal da auditoria é a confirmação dos registros contábeis e

conseqüentes demonstrações contábeis. contribuindo para confirmar os próprios fins da

contabilidade, pois avalia a adequação dos registros, dando à administração, ao fisco e aos

proprietários e financiadores do patrimônio em determinada data suas variações em certo

período. Então é a auditoria que dá credibilidade às demonstrações contábeis, às informações

nelas contidas.

ATTIE (1992:35) diz que “o principal objetivo da auditoria pode ser descrito, em

linhas gerais, como sendo o processo pelo qual o auditor se certifica da veracidade das

demonstrações financeiras preparadas pela companhia auditada.”

2.1.4. Auditoria como Técnica Contábil

BASSO (1989:110) diz:

“A auditoria como uma técnica contábil, é um dos meios de que se utiliza a contabilidade para atingir seus fins, uma vez que o objeto de ambas é o patrimônio. À contabilidade cabe a vigilância sobre o patrimônio e suas variações e , à auditoria, a fiscalização dos registros e a confiabilidade das demonstrações contábeis.”

5

Page 15: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

2.1.5. Reflexos da Auditoria sobre a Riqueza Patrimonial

Segundo conclusões de FRANCO e MARRA (1989:25) e BASSO (1989:110), a

proteção que a auditoria oferece à riqueza patrimonial, dando maior segurança e garantia aos

administradores, proprietários, fisco e financiadores do patrimônio, apresenta os seguintes

aspectos:

- Sob o aspecto administrativo: contribui para redução de ineficiência, negligência,

incapacidade e improbidade de empregados e administradores;

- Sob o aspecto patrimonial: possibilita melhor controle dos bens, direitos e

obrigações que constituem o patrimônio;

- Sob o aspecto fiscal: é fator de mais rigoroso cumprimento das obrigações fiscais,

resguardando o patrimônio contra multas, o proprietário contra penalidades

decorrentes da lei de sonegação fiscal e o fisco contra a sonegação de impostos;

- Sob aspecto técnico: contribui para mais adequada utilização das contas, maior

eficiência dos serviços contábeis, maior precisão das informações e a garantia de

que a escrituração e as demonstrações contábeis foram elaboradas de acordo com

os princípios de contabilidade;

- Sob aspecto financeiro: resguarda créditos de terceiros, fornecedores e

financiadores, contra possíveis fraudes e dilapidações do patrimônio, permitindo

maior controle dos recursos para fazer face a esses compromissos;

- Sob aspecto econômico: assegura maior exatidão dos custos e veracidade dos

resultados, na defesa do interesse dos investidores e titulares do patrimônio.

2.1.6. Limitações da Auditoria

BASSO (1989:111) fala com clareza das limitações dos trabalhos de auditoria:

“São duas as principais limitações, as quais aparecem de certa forma casadas: tempo e custos. O espaço de tempo necessário para um exame profundo e cuidadoso é incompatível com o espaço de tempo que dispõe para a realização do seu trabalho, pois a urgência do parecer da auditoria sobre as demonstrações contábeis examinadas é exigida tanto pela administração da empresa quanto pelos organismos oficiais de

6

Page 16: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

fiscalização, num espaço que varia entre dois a três meses da data do encerramento do exercício social. Aliado ao fator tempo, aparece o fator custos. É óbvio que quanto mais tempo for destinado à execução dos trabalhos, mais caro ele será e se tornará incompatível com os interesses da empresa, num processo de racionalização de gastos.”

2.1.7. Revisão Contábil

Sobre revisão contábil FRANCO e MARRA (1989:28) afirmam:

“Revisão contábil compreende o exame dos documentos, dos registros e das demonstrações contábeis, sob os aspectos técnico e aritmético, com o fim de descobrir irregularidades, erros ou fraudes. Constitui um dos procedimentos de auditoria, podendo ser realizada de forma geral ou parcial, de acordo com o objetivo visado e com a extensão e a profundidade do trabalho programado. Quanto à profundidade, é um exame integral, pois abrange todos os registros e demonstrações, de forma analítica, cuidadosa e profunda, inclusive datas, valores, somas e contas utilizadas, para descobrir irregularidades ou para confirmar os registros feitos.”

2.1.8. Tipos de Auditoria

Dentre os diversos autores, PEREZ JUNIOR (1995:13) classifica os tipos de auditoria

em:

- Auditoria independente ou externa;

- Auditoria da fazenda (federal, estadual e municipal);

- Auditoria interna ou operacional.

2.1.8.1. Auditoria Independente ou Externa

É realizada por profissional independente, e o mesmo possui vinculo com a empresa

auditada através do contrato de prestação de serviço. Tem por objetivo o exame das

demonstrações contábeis ou de alguma área específica ou procedimento predefinido como

7

Page 17: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

objeto de trabalho especial. A finalidade do seu trabalho é emitir parecer sobre a adequação

das demonstrações contábeis.

2.1.8.2. Auditoria da Fazenda (Federal, Estadual e Municipal)

É realizada por funcionário público, e o seu vinculo com a empresa auditada é por

força de lei. Tem por objetivo a verificação da observância e cumprimento dos preceitos

legais vigentes para apuração e recolhimento dos diversos tributos. Com finalidade de evitar a

sonegação de tributos.

2.1.8.3. Auditoria Interna ou Operacional

É realizada por funcionário da empresa, cujos os registros examinam. Tem por

objetivo examinar os controles internos e avaliar a eficiência e eficácia da gestão. Com a

finalidade de promover melhoria nos controles internos operacionais e na gestão de recursos.

O presente projeto está sendo elaborado para realização de um trabalho de auditoria

interna, por isto, aprofundar-se-á este assunto.

2.2. Auditoria Interna

Auditoria interna é uma atividade em desenvolvimento pois é desenvolvida quase que

somente nas grandes empresas, é de grande importância para a administração de uma

empresa, pois a existência de uma auditoria interna eficiente e atuante é considerada como um

ponto forte para efeito de controle interno.

Para frizar a importância dela, cita-se o que diz ATTIE (1992:52):

“A importância que a auditoria interna tem em suas atividades de trabalho serve para a administração como meio de identificação de que todos os procedimentos internos e políticas definidas pela companhia, os sistemas contábeis e de controle interno estão sendo efetivamente seguidos, e todas as transações realizadas estão refletidas contabilmente em concordância com os critérios previamente definidos.”

8

Page 18: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

A auditoria interna é a tarefa designada a avaliar de forma independe, dentro de uma

organização, as operações contábeis, financeiras e de outros tipos, no sentido de prestar um

serviço à administração. É um controle administrativo, cuja função é medir e avaliar a

eficiência de outros controles.

2.2.1. Objetivo e Alcance

Com base nos diversos autores pesquisados, pode-se dizer que auditoria interna tem

por objetivo:

- Examinar a integridade e fidedignidade das informações financeiras e operacionais

e os meios utilizados para aferir, localizar, classificar e comunicar essas

informações;

- Examinar os sistemas estabelecidos, para certificar a observância as políticas,

planos, leis e regulamentos que tenham, ou possam ter, impacto sobre operações e

relatórios, e determinar se a organização está em conformidade com as diretrizes;

- Examinar os meios usados para a proteção dos ativos e, se necessário, comprovar

sua existência real;

- Verificar se os recursos são empregados de maneira eficiente e econômica;

- Examinar operações e programas e verificar se os resultados são compatíveis com

os planos e se essas operações e esses programas são executados de acordo com o

que foi planejado;

- Comunicar o resultado do trabalho de auditoria e certificar que foram tomadas as

providências necessárias a respeito de suas descobertas.

Para UHL e FERNANDES (1982:17):

“O objetivo geral da auditora interna é prestar ajuda à administração, com o fito de possibilitar-lhe o desempenho de suas obrigações, proporcionando análise, apreciações, recomendações e comentários objetivos e ou convenientes acerca das atividades investigativas.”

9

Page 19: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

2.2.2. Normas Usuais de Auditoria

As normas de auditora são regras estabelecidas pelos órgãos reguladores da profissão

contábil, para orientar o exercício da profissão.

ATTIE (1992:40) diz que “as normas usuais de auditoria são os requisitos básicos a

serem observados no desempenho do trabalho de auditoria.”

Segundo o mesmo autor ATTIE (1992:40-42) as normas são as seguintes:

- Normas relativas à pessoa do auditor;

- Normas relativas à execução do trabalho;

- Normas relativas ao parecer.

2.2.2.1. Normas Relativas à Pessoa do Auditor

O auditor interno surgiu como uma ramificação da profissão de auditor externo e,

conseqüentemente do contador. O auditor interno é um empregado da empresa, e dentro de

uma organização ele não deve estar subordinado àqueles cujo trabalho examina. Além disso, o

auditor interno não deve desenvolver atividades que ele possa vir um dia a examinar, para que

não interfira em sua independência.

Competência técnico-profissional: a auditoria deve ser executada por pessoa

legalmente habilitada, perante o Conselho Regional de Contabilidade, na categoria de

contador e que tenha reconhecida experiência adquirida e mantida pelo treinamento técnico na

função de auditor.

Independência: o auditor deve ser independente em todos os assuntos relativos a seu

trabalho. Dessa forma, o auditor somente deve expressar sua opinião com base nos elementos

objetivos do exame realizado, não se deixando influenciar por fatores estranhos à sua

interpretação dos elementos examinados, por preconceitos ou quaisquer outros fatores

materiais ou afetivos que pressuponham perda de sua independência.

Cuidado e zelo: o auditor deve aplicar o máximo de cuidado e zelo na realização do

exame e na exposição de suas conclusões.

10

Page 20: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

2.2.2.2. Normas Relativas à Execução do Trabalho

Planejamento e supervisão: o trabalho de auditoria deve ser adequadamente planejado

e quando executado por contabilistas assistentes, esses precisam ser convenientemente

supervisionados pelo auditor responsável.

Estudo e avaliação do sistema contábil e de controle interno: o auditor deve estudar e

avaliar o sistema contábil e de controle interno da empresa, como base de determinação da

confiança que nele se possa depositar, para a fixação da natureza, da extensão e da

profundidade dos procedimentos de auditoria a serem aplicados.

Extensão dos procedimentos de auditoria: os procedimentos de auditoria devem ser

estendidos e aprofundados até a obtenção dos elementos comprobatórios necessários para

fundamentar o parecer do auditor.

2.2.2.3. Normas Relativas ao Parecer

As normas relativas ao parecer indicam que:

- O parecer deve declarar se o exame foi realizado de acordo com as normas usuais

de auditoria;

- Se as demonstrações financeiras foram preparadas de acordo com os princípios de

contabilidade geralmente aceitos e com uniformidade em relação ao exercício

anterior, ou em relação aos períodos examinados;

- Salvo declaração em contrário, entende-se que o auditor considera satisfatórios os

elementos contidos nas demonstrações financeiras examinadas e nas notas

explicativas que as acompanham;

- O parecer deve expressar a opinião do auditor sobre as demonstrações financeiras

tomadas em conjunto. Quando não se puder expressar opinião sem ressalvas sobre

todos os elementos contidos nas demonstrações financeiras e suas notas

explicativas, o auditor deve declarar as razões que motivaram esse fato. Em todos

os casos, o parecer deve conter indicação clara e precisa da natureza do exame e do

grau de responsabilidade assumido pelo auditor.

11

Page 21: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

2.2.3. Papéis de Trabalho

Com a finalidade de colher elementos comprobatórios suficientes a fim de apoiar seu

parecer sobre as demonstrações financeiras examinadas, o auditor elabora papéis de trabalho,

que representam o registro de todas as evidências obtidas ao longo da execução da auditoria.

Eles são de propriedade do auditor e devem ser arquivados por um período de no mínimo

cinco anos.

Segundo ATTIE (1992:69):

“Entende-se por papéis de trabalho o conjunto de formulários e documentos que contém as informações e apontamentos obtidos pelo auditor durante seu exame, bem como as provas e descrições dessas realizações, os quais constituem a evidência do trabalho executado e o fundamento da sua opinião.”

2.2.3.1. Tipos de Papéis de Trabalho

Embora haja uma diversidade de papéis de trabalho, tendo em vista as características

próprias de cada empresa e de cada exame auditorial, segundo BASSO (1989:150-151) os

tipos de papéis de trabalho mais comuns são:

- Análise de contas: instrumento preparado para anotar as informações retiradas do

exame das contas do razão. Nele é explicada a composição do saldo da conta

examinada, com o objetivo de um exame de profundidade dos seus lançamentos e

valores;

- Lançamentos de ajustes e ou de reclassificação: folha de trabalho destinada a

reunir os lançamentos de ajustes e de reclassificação, considerados imprescindíveis

para a obtenção de demonstrações contábeis reais e fiéis à boa técnica contábil.

Tais ajustes, depois de discutidos e aceitos pelo cliente, devem ser transcritos para

o diário e razão da empresa, merecendo uma posterior confrontação a fim de

confirmar as modificações nos livros e nas demonstrações contábeis;

12

Page 22: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

- Conciliação: trata-se de um instrumento que possibilite conciliar informações de

várias procedências, cuja confrontação permite aquilatar o grau de fidelidade dos

registros contábeis;

- Balancete de trabalho: também conhecido como balancete do razão geral,

constitui-se na base fundamental dos papéis de trabalho. As demais análises, de

uma ou de outra forma, estão com ele relacionadas e todos os ajustes são nele

transcritos; dele são preparadas as demonstrações contábeis, as quais comporão a

parte mais importante do relatório final;

- Pontos de recomendação: papel de trabalho comum, destinado a anotar

observações quanto à falhas encontradas no sistema de controle interno, na

escrituração; enfim, irregularidades que mereçam uma comunicação formal à

empresa;

- Memorando: instrumento simples, que tem por finalidade relatar acontecimentos

acompanhados pelo auditor no seu trabalho e também procedimentos descritivos

de exames de documentos como contratos de financiamentos, de compras e outros;

- Programa de auditoria: é o plano de ação voltado para orientar e controlar a

execução dos exames de auditoria.

2.2.4. Controle Interno

2.2.4.1. Conceito

Representa em uma organização o conjunto de procedimentos, métodos ou rotinas

com os objetivos de proteger os ativos, produzir dados contábeis confiáveis e ajudar a

administração na condução ordenada dos negócios da empresa.

Para FRANCO e MARRA(1989:134):

“Por controles internos entendemos, todos os instrumentos da organização destinados à vigilância, fiscalização e verificação administrativa, que permitam prever, observar, dirigir ou governar os acontecimentos que se verificam dentro da empresa e que produzam reflexos em seu patrimônio.”

13

Page 23: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

2.2.4.2. Objetivos

Seguindo o posicionamento de ATTIE (1992:62) pode-se dizer que, em síntese os

objetivos de controle interno são:

- Comprovação da veracidade dos informes e relatórios contábeis, financeiros e

operacionais;

- Prevenção de fraudes e, em caso de ocorrência das mesmas, possibilidade de

descobri-las o mais rapidamente possível e determinar sua extensão;

- Localização de erros e desperdícios, promovendo ao mesmo tempo a uniformidade

e a correção ao registrarem-se as operações;

- Estimular a eficiência do pessoal, mediante a vigilância que se exerce através dos

relatórios;

- Salvaguardar os ativos e, de maneira geral, obter um controle eficiente sobre os

aspectos vitais do negócio.

2.2.4.3. Classificação dos Controles Internos

Esta classificação é sugerida por ATTIE (1992:61-62):

- Controles internos contábeis;

- Controles internos administrativos.

2.2.4.3.1. Controles Internos Contábeis

São aqueles relacionados com a proteção dos ativos e a validade dos registros

contábeis.

2.2.4.3.2. Controles Internos Administrativos

Compreendem o plano de organização e todos os métodos e procedimentos

relacionados com a eficiência operacional, bem como o respeito e a obediência às políticas

administrativas.

14

Page 24: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

2.2.5. Procedimentos de Auditoria

O objetivo da auditoria é fundamentar seu ponto de vista com fatos, evidências e

informações possíveis, necessárias e materiais. A aplicação dos procedimentos de auditoria

precisa estar atrelada ao objetivo que se quer atingir. O objetivo é a meta a ser alcançada. Os

procedimentos são os caminhos que levam à consecução do objetivo. A atitude no

recolhimento e avaliação das provas necessita ser independente e impessoal, e o auditor deve

agir com critério de forma inquestionável.

ALMEIDA (1996:45) afirma que “os procedimentos de auditoria representam um

conjunto de técnicas que o auditor utiliza para colher as evidências sobre as informações das

demonstrações financeiras.”

Segundo ATTIE (1987:172-182) os principais procedimentos de auditoria são:

- Exame físico;

- Confirmação;

- Exame de documentos originais;

- Conferência de cálculos;

- Exame da escrituração;

- Investigação minunciosa;

- Inquérito;

- Exame dos registros auxiliares;

- Correlação das informações obtidas;

- Observação.

2.2.5.1. Exame Físico

Esse procedimento consiste em identificar fisicamente o bem declarado nas

demonstrações financeiras.

O exame físico realizado pelo auditor deve conter as seguintes características:

- Quantidade: a apuração das quantidades reais existentes fisicamente;

15

Page 25: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

- Existência física: comprovação, através da constatação visual, de que o objeto ou

item examinado existe realmente;

- Identificação: comprovação através de exame visual do item específico a ser

examinado;

- Autenticidade: poder de discernimento de que o item ou objeto examinado é

fidedigno;

- Qualidade: exame visual de que o objeto examinado permanece em uso, não está

deteriorado e merece fé.

2.2.5.2. Confirmação

Esse procedimento é utilizado para confirmar, bens de propriedade da empresa em

poder de terceiros, direitos a receber e obrigações.

A confirmação implica a obtenção de declaração formal e imparcial de pessoas

independentes à empresa e que estejam habilitadas a confirmar.

Determinada a utilização do procedimento de confirmação deve-se levar em

consideração: data-base de confirmação, amplitude do teste de confirmação, tipo de

confirmação a ser empregado. As considerações referentes a data-base e a amplitude do teste

de confirmação são dependentes da avaliação e efetividade dos controles internos. O tipo de

confirmação a ser empregado é algo pertinente aos desejos de evidências do auditor para

substanciar sua conclusão acerca do assunto.

2.2.5.3. Exame de Documentos Originais

É o procedimento de auditoria voltado para o exame de documentos que comprovem

transações comerciais ou de controle.

Existem dois tipos de documentos: os internos e os externos. Os documentos internos

são produzidos pela própria empresa, já os externos são fornecidos por terceiros à empresa,

normalmente comprovando algum tipo de transação. Esses documentos representam os

comprovantes hábeis que suportam os lançamentos contábeis. O auditor examina esses

documentos com o objetivo de constatar a veracidade dos valores registrados.

16

Page 26: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

Quando o auditor realizar o exame dos documentos originais, deve ter sempre em

mente:

- Autenticidade: poder de discernimento para verificar se a documentação

examinada é fidedigna e merece fé;

- Normalidade: determinação de que a transação realizada é adequada em função da

atividade da empresa;

- Aprovação: verificação de que a transação e a documentação suporte foram

efetivamente aprovadas por pessoas em níveis adequados e responsáveis;

- Registro: comprovação de que o registro das operações é adequado em função da

documentação examinada e de que está refletida contabilmente em contas

apropriadas.

2.2.5.4. Conferência de Cálculos

O contador efetua diversos cálculos em todo o processo de elaboração das

demonstrações financeiras. E é evidente, um erro de cálculo pode acontecer e ocasiona uma

informação errada nessas demonstrações. O auditor deve portanto conferir, na base de teste,

esses cálculos.

Embora os valores dispostos possam ter sido conferidos pela empresa, é de grande

importância que sejam conferidos pelo auditor.

A conferência de cálculos é amplamente utilizada em virtude de a quase totalidade das

operações dentro das empresas estar voltada para este processo contábil. É o procedimento de

auditoria voltado para a constatação da adequação das operações aritméticas.

2.2.5.5. Exame da Escrituração

Esta técnica de auditoria é utilizada para a constatação da veracidade das informações

contábeis. É o procedimento de auditoria usado para o levantamento de análises, composições

de saldo, conciliações.

17

Page 27: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

2.2.5.6. Investigação Minunciosa

É o exame em profundidade da matéria auditada, que pode ser um documento, uma

análise, uma informação obtida, entre outras. Esta técnica tem por objetivo certificar que o

objeto auditado realmente é fidedigno, devendo o auditor, para tanto ter os conhecimentos

necessários para detectar a existência de anomalias.

A investigação deve ser colocada em prática em tudo o que o auditor examinar.

2.2.5.7. Inquérito

É o método de coleta de informações que o auditor mais utiliza, tanto para a obtenção

de conhecimento do sistema de controle interno, quanto para a obtenção de dados e

identificação de várias tarefas executadas ou explicações necessárias às matérias em exame

pelo auditor.

Consiste na formulação de perguntas e na obtenção de respostas satisfatórias. Pode ser

utilizado através de declarações formais , conversações normais ou sem compromisso.

O principal objetivo do inquérito é obter as informações necessárias ao andamento do

trabalho do auditor. À medida que se quer aprofundar no assunto, deve-se ouvir o pessoal

entrevistado, sobretudo evidentemente, se suas informações contribuem para o trabalho

proposto.

2.2.5.8. Exame dos Registros Auxiliares

O uso desta técnica deve ser sempre conjugado com o uso de outras que possam

comprovar a fidedignidade do registro principal.

Os registros auxiliares constituem, o suporte de autenticidade dos registros principais

examinados.

Ao examinar os registros auxiliares, o auditor deve estar atento à autenticidade e às

possibilidades de serem adulteradas.

18

Page 28: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

2.2.5.9. Correlação das Informações Obtidas

Este procedimento é o relacionamento harmônico do sistema contábil de partidas

dobradas.

Os trabalhos realizados pelo auditor, executará serviços que terão relações com outras

áreas do balanço ou do resultado do exercício. À medida que for observando o relacionamento

entre estas, o auditor estará efetuando a correlação das informações obtidas.

2.2.5.10. Observação

É uma técnica indispensável à auditoria, exige senso crítico do auditor, e tal postura

crítica o diferenciará das demais profissões ligadas a contabilidade. Este procedimento pode

revelar erros, problemas ou deficiências através de exame, e é uma técnica dependente dos

conhecimentos e da experiência do auditor, que, colocada em prática, possibilitará que sejam

identificados problemas no item em exame.

2.3. Relatório de Auditoria Interna

O auditor interno utiliza-se do relatório de auditoria interna para informar às pessoas a

quem se dirige do trabalho que realizou, o alcance abrangido pelo trabalho, a forma como o

realizou, as conclusões que chegou e sua opinião sobre o que foi auditado.

Sobre relatório de auditoria interna ATTIE (1987:270) diz:

“O relatório de auditoria constitui a forma pela qual se leva á administração o produto do trabalho do auditor. É através dele que a auditoria evidencia o serviço realizado mostrando à organização suas idéias, pontos de vista e sugestões que, uma vez implementados, constituem-se numa solidez de controles.”

As observações e a opinião do auditor interno são importantes para a administração.

Suas conclusões objetivas e imparciais podem facilmente levar tranqüilidade ao administrador

19

Page 29: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

sobre o bom funcionamento das atividades, e suas recomendações podem alertar sobre

matérias que necessitem de melhorias.

A administração poderá, começar a apreciar a significância do produto da auditoria

interna e verificar os resultados que dele poderá obter. A administração pode, aprender a

aceitar a precisão, a objetividade e o bom-senso do auditor e, transformar os relatórios de

auditoria interna em necessidade.

2.3.1. O Processo de Elaboração do Relatório de Auditoria Interna

O auditor interno que elabora um relatório tem uma mensagem a transmitir aqueles

que desejarem lê-lo; assim sendo, necessita dirigi-lo da maneira que melhor transmita essa

mensagem, levando-se sempre em consideração as dificuldades das informações a serem

colocadas, assim como o conhecimento e a capacidade dos seus possíveis leitores.

Para ATTIE (1987:271) o relatório de auditoria interna está relacionado com uma das

três espécies de informações, a saber:

- Tratar da natureza do exame sobre o qual se baseia;

- Oferecer sugestões para aperfeiçoamento do controle interno ou de procedimentos

operacionais;

- Explicar a importância de fatos ou valores observados durante o curso do trabalho.

2.3.2. Critérios para Relatórios de Auditoria Interna

Tem sido geralmente aceito entre os autores pesquisados, que os relatórios de auditoria

interna precisam obedecer os seguintes critérios:

- Precisão: o relatório deve ser completo e escrupulosamente factual. Toda

afirmação categórica deve estar baseada em sólidas evidências. A auditoria interna,

através de permanente esforço, deve desenvolver reputação de confiabilidade, de

tal sorte que qualquer assunto comentado pelo auditor interno não seja objeto de

crítica ou desconfiança;

20

Page 30: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

- Concisão: concisão significa o que é supérfluo. Não quer dizer necessariamente ser

curto, porque a matéria em discussão pode demandar relatório extenso; deve-se,

porém, eliminar o que é irrelevante e imaterial;

- Clareza: clareza em relatórios implica, basicamente, colocar na mente do leitor

aquilo que estava na mente do auditor interno quando escreveu e desenvolveu o

relatório;

- Oportunidade: o relatório final não deve ser considerado como um documento

histórico, mas como uma chamada de atenção para a ação, pois é ele que responde

às necessidades do administrador. Por isso, seu efeito será nulo se não for

oportuno, o que não significa que não deva ser cuidadosamente pensado;

- Tom: finalmente, o relatório de auditoria interna deve ter um tom próprio,

adequado e cortês; precisa considerar seu efeito sobre o pessoal subordinado aos

administradores e não identificar indivíduos ou fiscalizar erros das pessoas. É

recomendável evitar insignificância e trivialidades, ser coeso, harmônico e dizer

tudo sem ferir sucetibilidades.

2.3.3. Formas de Relatórios de Auditoria Interna

Não há um padrão universal que determine a forma e o formato que o relatório de

auditoria interna deve possuir. Cada auditoria interna emprega uma forma de relatório que

mais se coaduna às suas necessidades e às dos administradores, formatando-o de maneira

consciente e apropriada às circunstâncias.

A forma do relatório de auditoria interna pode também depender do trabalho proposto,

dos aspectos observados durante sua execução, além da necessidade de informar a terceiros

aquilo que dele é esperado.

Os relatórios de auditoria interna devem ser formalizados e indicar a posição da

auditoria interna acerca da matéria examinada. À medida do possível deve mencionar pontos

de vista dos dirigentes responsáveis, as questões que exigem estudo posterior e a existência de

condições deficientes que precisam de definições e estudos subseqüentes.

21

Page 31: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

Segundo ATTIE (1987:289-290) os relatórios mais comuns utilizados são os

seguintes:

- Relatório de auditoria interna de forma breve;

- Relatório de auditoria interna de forma longa;

- Síntese de relatório de auditoria interna;

- Relatório de auditoria interna progressivo.

2.3.3.1. Relatório de Auditoria Interna de Forma Breve

Esse relatório pode ser utilizado quando o exame não revelar aspectos fundamentais

que devam ser divulgados a terceiros. Neste sentido, o exame de demonstrações financeiras

integral ou parcial, o estudo e avaliação de controle interno ou teste de procedimentos, e o

exame específico que nada tenha revelado de anormalidade podem ser considerados para

efeito da emissão do relatório de auditoria interna de forma breve.

2.3.3.2. Relatório de Auditoria Interna de Forma Longa

Em virtude da enorme variedade de possibilidade na elaboração de relatórios de

auditoria interna de forma longa, é impossível estabelecer um modelo padrão aplicável a

qualquer circunstância. Cada relatório deve ser tratado como um item específico, tendo-se em

mente os fatos de determinada situação. Isso significa que, em alguns casos, determinado tipo

de informação será desenvolvido, enquanto em outra situação pode ser exigida diferente

técnica.

2.3.3.3. Síntese de Relatório de Auditoria Interna

Em geral, quando os trabalhos de auditoria interna indicam gama muito grande de

aspectos que precisam ser comentados, a forma do relatório assume característica extensa.

Entretanto, nem todas as pessoas que recebem o relatório precisam ser notificadas a respeito

de minúcias. Por vez, o relatório detalhado, de acordo com a definição dada pelos

administradores, somente deve ser enviado aos responsáveis pela atividade ou área

examinada, e os supervisores hierárquicos dos destinatários querem ser avisados acerca da

22

Page 32: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

essência dos mesmos. Neste sentido, uma síntese dos relatórios de auditoria, esclarecendo, de

forma resumida, os principais aspectos neles contidos, assume importância e significado e é

uma forma eficaz de esclarecer os resultados da auditoria interna.

2.3.3.4. Relatório de Auditoria Interna Progressivo

Esse relatório torna-se de extrema valia quando os trabalhos de auditoria interna

demandam muito tempo. Além disso, a constatação de pontos que necessitam de solução

tempestiva não pode aguardar o encerramento da tarefa para serem levados ao conhecimento

geral. A oportunidade deve ser literalmente aproveitada, levando o problema ao conhecimento

do administrador no momento exato da descoberta, concedendo-lhe possibilidade de obter

ação ou de iniciar o estudo que o caso requeira rapidamente.

2.4. Auditoria Interna do Departamento de Pessoal

A auditoria do departamento de pessoal pretende não só zelar pelo patrimônio da

empresa como também precaver eventuais falhas, além de verificar se os sistemas de controle

interno são ou não adequados à segurança da empresa. Ainda compete à auditoria verificar se

a legislação trabalhista e previdênciária esta sendo seguida e alertar sobre sua eventual

infração.

As despesas com pessoal constituem uma área bastante vulnerável que se presta à

existência de inúmeros erros de cálculos e contabilizações, como também constituem terreno

propício para a consecução de fraudes. Muitas vezes o excessivo número de empregados em

uma grande empresa e a contratação de pessoal mal remunerado ou ineficiente para a gerência

do setor de pessoal, contribuem para a fragilidade desse setor.

Em certas situações a culpa pelo descontrole decorre de um sistema de processamento

de dados eletrônico mal programado, que inclusive não leva em consideração as necessidades

de controle contábil.

Pode-se salientar que a auditoria do departamento de pessoal é um dos trabalhos mais

importantes do auditor interno, tendo em vista a sua ação em vários campos como contábil,

pessoal e legislativo.

23

Page 33: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

2.4.1. Procedimentos de Rotina no Departamento de Pessoal

2.4.1.1. Rotina de Admissão de Funcionários

Uma vez selecionado o candidato ao emprego, procede-se à admissão, cuja rotina

observa os seguintes critérios:

- Exame médico;

- CTPS;

- Livro ou ficha de registro de empregado;

- Contrato individual de trabalho.

2.4.1.1.1. Exame Médico

Conforme art. 168 da CLT “será obrigatório exame médico, por conta do empregador,

nas condições estabelecidas neste artigo e nas instruções complementares a serem expedidas

pelo Ministério do Trabalho: I – na admissão; II – na demissão; III – periodicamente.”

2.4.1.1.2. Carteira de Trabalho e Previdência Social

Conforme o art. 13 da CLT “a CPTS é obrigatória para o exercício de qualquer

emprego, inclusive de natureza rural, ainda que em caráter temporário, e para o exercício por

conta própria de atividade profissional remunerada.”

2.4.1.1.3. Livro ou Ficha de Registro de Empregado

O empregador está obrigado a efetuar o registro de seus empregados tão logo os

mesmos iniciem a prestação de seus serviços.

De acordo com o art. 41 da CLT “em todas as atividades será obrigatório para o

empregador o registro dos respectivos trabalhadores, podendo ser adotados livros, fichas ou

sistema eletrônico, conforme instruções a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho.”

24

Page 34: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

2.4.1.1.4. Contrato Individual de Trabalho

Conforme art. 442 da CLT “contrato de trabalho é o acordo tácito ou expresso,

correspondente à relação de emprego.”

Quanto à natureza, os contratos dividem-se em dois grandes grupos que são:

- Prazo determinado;

- Prazo indeterminado.

2.4.1.2. Folha de Pagamento

A confecção da folha de pagamento, além de um procedimento de caráter trabalhista,

decorre de obrigatoriedade prevista no art. 47 do ROCSS.

A folha de pagamento divide-se em:

- Proventos;

- Descontos.

2.4.1.2.1. Proventos

Salário Mínimo: de acordo com o art. 76 da CLT “salário mínimo é a contraprestação

mínima devida e paga diretamente pelo empregador a todo trabalhador, inclusive ao

trabalhador rural, sem distinção de sexo, por dia normal de serviço, e capaz de satisfazer, em

determinada época e região do país, as suas necessidades normais de alimentação habitação,

vestuário, higiene e transporte.”

Remuneração: conforme o art. 457 da CLT “compreendem-se na remuneração do

empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo

empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber.”

Horas suplementares – extra: o art. 59 da CLT diz "a duração normal do trabalho

poderá ser acrescida de horas suplementares, em número não excedente de duas, mediante

acordo escrito entre empregador e empregado, ou mediante contrato coletivo de trabalho."

25

Page 35: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

Adicional noturno: conforme art. 73 da CLT “salvo nos casos de revezamento semanal

ou quinzenal, o trabalho noturno terá remuneração superior à do diurno e, para esse efeito, sua

remuneração terá um acréscimo de 20%, pelo menos, sobre a hora diurna.”

Adicional de periculosidade: o art. 193 § 1º da CLT diz que “o trabalho em condições

de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% sobre o salário sem os

acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa.”

Adicional de insalubridade: de acordo com o art. 192 da CLT “o exercício de trabalho

em condições insalubres, acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do

Trabalho, assegura a percepção de adicional respectivamente de 40%, 20% e 10% do salário

mínimo da região, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo.”

2.4.1.2.2. Descontos

Contribuição sindical: conforme art. 579 da CLT "a contribuição sindical é devida por

todos aqueles que participarem de uma determinada categoria econômica ou profissional, ou

de uma profissão liberal, em favor do sindicato representativo da mesma categoria ou

profissão, ou, inexistindo este, na conformidade do disposto no art. 591.”

Vale-transporte: de acordo com o decreto nº 95.247/87 art. 2º “o vale-trasnporte

constitui benefício que o empregador antecipa ao trabalhador para utilização efetiva em

despesas de deslocamento residência-trabalho e vice-versa.”

Contribuição assistencial: esta contribuição decorre de convenção coletiva ou pode ser

determinada a sentença normativa em dissídio coletivo.

Contribuição confederativa: a Constituição Federal de 1988 prevê que os sindicatos

poderão, através de assembléia-geral, fixar a chamada contribuição confederativa que será

descontada em folha dos empregados.

Contribuição para a previdência social: a empresa deverá descontar de seus

empregados a contribuição previdenciária que incidirá sobre a remuneração efetivamente

paga ou creditada o mês, até o limite estipulado pela legislação.

26

Page 36: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

Imposto de renda: a empresa tributa os rendimentos provenientes do trabalho

assalariado, com base na tabela progressiva instituída pelo governo federal.

2.4.1.3. Salário Família

Conforme lei nº 4.266/63 art. 1º “o salário-família, instituído por esta lei, será devido,

pelas empresas vinculadas à previdência social, a todo empregado, como tal definido na CLT,

qualquer que seja o valor e a forma de sua remuneração, e na proporção do respectivo número

de filhos.”

2.4.1.4. Férias

De acordo com o art. 129 da CLT “todo o empregado terá direito anualmente ao gozo

de um período de férias, sem prejuízo da remuneração.”

2.4.1.5. Décimo Terceiro Salário

Conforme lei nº 4.090/62 art. 1º “no mês de dezembro de cada ano, a todo empregado

será paga, pelo empregador, uma gratificação salarial, independente da remuneração a que

fizer jus.”

Essa gratificação corresponde a 1/12 de remuneração devida em dezembro ao

empregado, proporcional aos meses trabalhados.

2.4.1.6. Fundo de Garantia por Tempo de Serviço

São depósitos mensalmente efetuados pelos empregadores, para benefício dos

empregados.

A lei nº 8.036/90 art. 2º diz “o FGTS é constituído pelos saldos das contas vinculadas

a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com

atualização monetária e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obrigações.”

27

Page 37: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

2.4.1.7. Cadastro Geral de Empregados e Desempregados

Com a finalidade de proporcionar ao governo elementos para apuração do fluxo do

movimento de mão-de-obra do país, todas as empresas que admitirem, transferirem ou

demitirem empregados ficam obrigadas a fazer a respectiva comunicação ao Ministério de

Trabalho. Essa comunicação deve ser feita através da entrega do formulário do cadastro geral

de empregados e desempregados, que deve ser entregue até o décimo quinto dia do mês

subseqüente ao da ocorrência do fato.

2.4.1.8. Relação Anual de Informações Socais

Conforme decreto nº 76.900/75 art. 1º da CLT “fica instituída a RAIS, a ser

preenchida pelas empresas, contendo elementos destinados a suprir as necessidades de

controle, estatística e informações das entidades governamentais da área social.”

2.4.1.9. Rescisão Contratual

Ocorre rescisão de contrato de trabalho, por manifestação de vontade de ambas as

partes, configurando-se um distrato. Poderá partir de iniciativa de uma das partes,

caracterizando-se despedimento quando partir do empregador e pedido de demissão quando

partir do empregado.

O art. 477 da CLT diz “é assegurado a todo o empregado, não existindo prazo

estipulado para a terminação do respectivo contrato, e quando não haja ele dado motivo para

cessação das relações de trabalho, o direito de haver do empregador uma indenização, paga na

base da maior remuneração que tenha percebido na mesma empresa.”

28

Page 38: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

3. METODOLOGIA

3.1. Tipo de Pesquisa

Aqui, adotamos, a tipologia de VERGARA (1998:44-45) que classifica as pesquisas

quanto aos fins e quanto aos meios.

3.1.1. Quanto aos Fins

Pesquisa descritiva: foram expostos os controles internos adotados no departamento de

pessoal da empresa identificando possíveis erros.

Investigação explicativa: foram explicados os procedimentos a serem adotados em

cada rotina obedecendo a legislação trabalhista vigente no país e as convenções coletivas de

trabalho, confrontando com a prática da empresa.

Pesquisa aplicada: analisaram-se os documentos trabalhistas e convenções coletivas de

trabalho da empresa Gráfica Jornal das Missões Ltda. para verificar possíveis erros ou

omissões e sugerir as devidas correções.

3.1.2. Quanto aos Meios

Pesquisa de campo: foram feitas investigações na documentação do departamento de

pessoal a fim de constatar se a empresa vem cumprindo plenamente a legislação trabalhista

vigente no país e as convenções coletivas de trabalho.

Page 39: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

Pesquisa telematizada: buscaram-se informações junto a internet, sobre legislação

trabalhista e associações sindicais referentes à empresa.

Investigação documental: o trabalho foi realizado utilizando documentos trabalhistas e

convenções coletivas de trabalho.

Pesquisa bibliográfica: realizou-se um estudo com base na CLT e convenções

coletivas de trabalho de cada categoria existente na empresa, além de fundamentação teórica

em livros, revistas especializadas, jornais e todo material disponível ao público em geral.

Investigação ex post facto: o trabalho foi realizado com base em documentos

trabalhistas e dissídios já elaborados, portanto, não poderão ser ajustados, pois foram

elaborados com base em dados passados.

Estudo de caso: pretendeu-se verificar se a empresa Gráfica Jornal das Missões Ltda.

está atuando em conformidade com a legislação trabalhista vigente no país e as convenções

coletivas de trabalho.

3.2. Universo e Amostra

O universo e a amostra foram a empresa Gráfica Jornal das Missões Ltda., localizada

na rua Daltro Filho, 1800, centro, Santo Ângelo – RS.

3.3. Seleção dos Sujeitos

Os sujeitos da pesquisa foram o responsável pelo departamento de pessoal e os

funcionários da empresa Gráfica Jornal das Missões Ltda.

3.4. Coleta de Dados

A pesquisa de campo foi desenvolvida na empresa Gráfica Jornal das Missões Ltda. no

período de 1/08/2000 a 30/09/2000.

30

Page 40: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

A pesquisa telematizada foi feita na internet, visando buscar maiores informações

sobre a legislação trabalhista vigente no país.

A pesquisa documental foi realizada na empresa Gráfica Jornal das Missões Ltda., a

fim de identificar possíveis fraudes e erros que possam levar a empresa a enfrentar problemas

maiores referentes a causas trabalhistas.

A pesquisa bibliográfica foi feita em livros, manuais de orientação, CLT, convenções

coletivas de trabalho, teses e dissertações que contenham informações sobre o assunto.

A pesquisa ex post facto foi realizada nos documentos originais do departamento de

pessoal da empresa pelo fato de que a análise destes será a base para a realização do trabalho

de auditoria.

O estudo de caso foi desenvolvido através da análise da documentação da empresa

afim de verificar se a mesma está cumprindo as convenções coletivas de trabalho e a

legislação trabalhista vigente no país no período de 1995 a 1999.

Com base nas pesquisas de campo, telematizada, documental, bibliográfica, ex pos

facto e estudo de caso, pretendeu-se atingir o objetivo final de realizar uma auditoria interna

no departamento de pessoal da empresa Gráfica Jornal das Missões Ltda., verificando se a

mesma estaria atuando em conformidade com a legislação trabalhista vigente no país e as

convenções coletivas de trabalho.

3.5. Tratamento dos Dados

Os dados foram tratados de forma quantitativa quando se proceder a revisão dos

cálculos das rotinas trabalhistas, como por exemplo folha de pagamento, encargos sociais, etc.

Os dados forma tratados de forma qualitativa, quando utilizados em procedimentos de

auditoria para verificação dos controles internos do departamento de pessoal da empresa,

como por exemplo, observações e sugestões para melhoramentos no departamento de pessoal

da empresa, se for o caso.

31

Page 41: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

3.6. Limitações do Método

O método escolhido apresentou algumas dificuldades e limitações tais como:

- Referente a coleta de dados a amostra de dez funcionários não foi suficiente para

garantir que se observe todas as irregularidades possíveis de ocorrer na empresa.

Mesmo assim, julgou-se que o trabalho foi desenvolvido satisfatoriamente, atingindo

todos os objetivos propostos.

32

Page 42: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

4. HISTÓRICO DA EMPRESA

A Gráfica Jornal das Missões Ltda. foi fundada em 1983, com o objetivo de

democratizar a informação na região missioneira. Seus fundadores foram Adroaldo Mousquer

Loureiro e o já falecido Marcelino Debacco.

A empresa permaneceu por quase dez anos instalada num prédio da avenida Brasil,

onde no início o jornal circulava semanalmente. Ainda nesse período, o jornal passou a

circular duas vezes por semana.

No final de 1992 transferiu-se para sua sede própria, localizada na rua Daltro Filho,

1800. Na sede própria, uma série de novos projetos foram desenvolvidos, com fortes

investimentos no parque gráfico e na área de recursos humanos. A informatização foi

implantada primeiramente no setor de composição e gradativamente passou a ser uma

realidade também na redação, departamento de circulação, administração e finanças.

Em setembro de 1993 o periódico passou a circular três vezes por semana, sistema que

é adotado até hoje. A partir de então os investimentos na área de recursos humanos passaram

a ser cada vez mais intensos, buscando o máximo de profissionalismo para corresponder às

exigências dos leitores, cada vez mais críticos, bem informados e participativos.

Em 1999 a empresa aderiu ao Programa de Qualidade Total, buscando mais uma vez

acompanhar os modernos conceitos de administração e prestação de serviços.

No mês de maio de 2000, em Porto Alegre, o diretor da Gráfica Jornal das Missões

Ltda. Eduardo Debacco Loureiro recebeu das mãos do empresário Jorge Gerdau Johannpeter,

presidente do Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade, o Diploma de Registro de

Page 43: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

Distinção, fornecido ás organizações que alcançaram mais de cem pontos no Sistema de

Avaliação do Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade.

A Gráfica Jornal das Missões Ltda. busca constantemente a evolução, apresentando

novidades e seguindo as mais modernas tendências do jornalismo mundial, com isso o seu

jornal consolidou-se como líder incontestável em número de assinantes e venda em bancas,

consolidando o projeto iniciado corajosamente por Adroaldo Mousquer Loureiro e o já

falecido Marcelino Debacco.

34

Page 44: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

5. RELATÓRIO DE AUDITORIA INTERNA

5.1. Relação dos Funcionários Selecionados para a Auditoria

A empresa possuía 35 funcionários em 30/04/00 e para realizar a auditoria interna no

departamento de pessoal definiu-se uma amostragem de dez funcionários, os quais foram

escolhidos aleatoriamente para a análise:

Tabela 1 – Relação dos Funcionários Analisados

Funcionário Função AdmissãoÂngela Maria Lima de Mattos Serviços Gerais 18/09/1996Carlos Rogério Blum Digitador Fotocomposição 02/08/1993Eliezer Siqueira Franco Contínuo 04/12/1992Evandro Sidnei Thaupa Talonador 01/01/1999Gilda Terezinha G. Kalrlinski Jornalista 01/07/1993João Vanderlei dos Santos Tipógrafo 02/09/1991Luis Fernando de Souza Colunista Social 01/06/1991Maria Janete Locateli Chefe Escritório 01/08/1992Olivedi Padilha Leite Encadernador 01/09/1995Paulo Rogério dos Santos Impressor 01/02/1992Fonte: Departamento de pessoal da empresa Gráfica Jornal das Missões Ltda.

5.2. Procedimentos de Rotina de Admissão de Funcionários

Na admissão do funcionário deve-se observar os seguintes critérios:

- Exame médico admisssional: é obrigatório e tem por finalidade constatar a

capacidade física e mental do funcionário para o exercício da função para a qual

está sendo admitido;

- CTPS: deve ser exigida pela empresa para que a mesma proceda às anotações

referentes ao contrato de trabalho;

Page 45: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

- Livro ou ficha de registro de empregado: a empresa é obrigada a efetuar o registro

do funcionário tão logo ele inicie a prestação de seus serviços.

Na admissão também podem ser solicitados os seguintes documentos:

- Título de eleitor;

- Certificado de reservista;

- CPF;

- Cédula de identidade;

- Fotografia;

- Certidão de casamento, se for o caso;

- Certidões de nascimento de filhos menores de 14 anos;

- Atestado de invalidez dos filhos de qualquer idade;

- Declaração de dependentes do imposto de renda na fonte;

- Declaração para fins de vale-transporte.

Analisou-se as admissões do 1º semestre de 1999 e constatou-se a falta de informações

no livro de registro de empregados, tais como anotações referente contribuição sindical, dados

cadastrais (estado civil, grau de instrução, residência), filiação no sindicato.

Sugere-se que a empresa ao admitir empregados exija que estes tragam sempre todos

os documentos necessários para o devido cadastramento e que a empresa preencha no livro de

registro de empregados as informações necessárias e que as mantenha sempre atualizadas.

5.3. Exame Médico

É obrigatório exame médico, por conta do empregador:

- Na admissão: por ocasião da admissão do empregado, é obrigatório o exame médico,

que tem por finalidade constatar sua capacidade física e mental para o exercício da

função para a qual está sendo admitido;

- Periodicamente: nas atividades insalubres, o exame médico será renovado de seis em

seis meses e, nas demais atividades, anualmente;

- Na demissão: é obrigatório o exame médico por ocasião da cessação do contrato de

trabalho, nas atividades ou operações insalubres, desde que o último exame tenha sido

36

Page 46: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

realizado há mais de 90 dias. As empresas ficam obrigadas a fornecer ao empregado,

por ocasião da demissão, o atestado de saúde ocupacional.

Verificou-se a documentação dos dez funcionários selecionados para amostra e

constatou-se que a empresa não realiza o exame médico periódico dos funcionários que

recebem insalubridade.

Sugere-se que a empresa adote a realização do exame médico periódico de acordo com

a exigência legal.

5.4. Livro ou Ficha de Registro de Empregado

O empregador está obrigado a efetuar o registro de seus empregados tão logo os

mesmos iniciem a prestação de seus serviços. Esse registro poderá ser feito em livro, ficha ou

por sistema eletrônico, devendo as empresas que adotarem este último critério seguir

instruções fornecidas pelo Ministério do Trabalho.

O livro ou ficha de registro de empregados deverá conter as seguintes informações:

- Identificação do empregado, com número e série da CTPS, ou número de identificação

do trabalhador;

- Data de admissão e demissão;

- Cargo ou função;

- Remuneração e forma de pagamento;

- Local e horário de trabalho;

- Concessão de férias;

- Identificação da conta vinculada do FGTS e da conta do PIS/PASEP;

- Acidente do trabalho e doença profissional, quando tiverem ocorrido;

O registro de empregados, feito em livro ou fichas, deverá estar sempre atualizado e

numerado seqüencialmente por estabelecimento, cabendo ao empregador ou seu representante

legal a responsabilidade pela autenticidade das informações nele contidas.

Analisou-se os livros de registro de empregados dos dez funcionários selecionados para

amostra e constatou-se as seguintes irregularidades:

37

Page 47: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

- Nenhum funcionários apresentava anotações referentes a contribuição sindical;

- Cinco funcionários não possuíam anotações referente a filiação no sindicato;

- Oito funcionários não apresentavam anotações referente aos dados cadastrais, tais

como estado civil, grau de instrução, residência, situação militar;

- Quatro funcionários não possuíam anotações referente ao horário de trabalho;

- Dois funcionários não possuíam fotografia.

Também constatou-se que um funcionário foi registrado conforme notificação do

Ministério do Trabalho a data de admissão é retroativa a 1/01/1999 ficando sem efeito a data

de 1/10/1999.

Sugere-se que a empresa verifique os livros de registro de empregados com a finalidade

de constatar a falta de informações, e que mantenha essas informações sempre atualizadas,

obedecendo assim as normas legais. Recomendamos ainda que a empresa registre os

funcionários no livro de registros de empregados no momento em que for admitido,

cumprindo assim a legislação trabalhista.

5.5. Salário Família

O salário família é devido a todo empregado na proporção do número de filhos

menores, de qualquer condição (legítimos, ilegítimos, adotivos, enteados, tutelado e que

vivam sob guarda), até 14 anos ou filhos inválidos de qualquer idade.

Para a concessão de salário família o pai ou a mãe, devem comprovar a filiação pela

apresentação da certidão de nascimento ou da documentação relativa ao equiparado para os

demais casos. O trabalhador deve assinar um termo de responsabilidade, comprometendo-se a

comunicar de imediato a ocorrência dos seguintes fatos que determinam a perda do direito ao

salário família:

- Óbito do filho;

- Cessação da invalidez de filho invalido;

- Sentença judicial que determine o pagamento a outrem nos casos de separação,

abandono de filho ou perda do pátrio poder.

38

Page 48: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

Tabela 2 – Salário Família

Vigência Remuneração Valor

01/05/95 a 30/04/96 até 249,80acima de 249,80

6,660,83

01/05/96 a 31/12/96 até 287,27acima de 287,27

7,660,95

01/01/97 a 31/05/97 até 287,27acima de 287,27

7,670,95

01/06/97 a 31/05/98 até 309,56acima de 309,56

8,251,02

01/06/98 a 30/11/98 até 324,45acima de 324,45

8,651,07

01/12/98 a 31/12/98 até 324,45de 324,45 até 360,00

8,651,07

01/01/99 a 30/06/99 até 360,00 8,65

Fonte: Informativo COAD

Verificou-se a documentação dos dez funcionários selecionados para a amostra e

constatou-se as seguintes irregularidades:

- Um funcionário não apresentava o termo de responsabilidade para a concessão do

salário família;

- Um funcionário não apresentava a ficha de salário família.

Também verificou-se as folhas de pagamento dos dez funcionários selecionados para

amostra no período de julho/95 até junho/99 e não foi constatada nenhuma irregularidade.

Recomenda-se que a empresa revise a documentação dos funcionários e que solicite

aos mesmos a documentação que estiver faltando, e que também procure manter atualizada as

informações das fichas de salário família e termos de responsabilidade para concessão de

salário família.

5.6. Rotinas da Folha de Pagamento

Em todas as empresas é obrigatória a confecção da folha de pagamento, pois nela constam

informações individuais dos proventos e descontos que comprovam o que realmente foi pago

e retido do funcionário.

Analisou-se os seguintes itens referente a rotina da folha de pagamento:

39

Page 49: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

- Salários;

- Horas extras;

- Adicional de insalubridade/periculosidade;

- Adicional por tempo de serviço;

- Contribuição para a previdência social;

- IRRF;

- Contribuição sindical;

- Contribuição Assistencial;

- Vale-transporte.

Serão abordados a seguir os itens acima citados, conforme suas peculiaridades.

5.6.1. Salário

É a remuneração devida ao empregado pela prestação de serviços, em decorrência do

contrato de trabalho. Integram o salário não só a importância fixa e estipulada, como também

as comissões, gorjetas, percentagens, gratificações ajustadas, diárias para viagens que

excedam 50% do salário percebido pelo empregado e abonos pagos pelo empregador.

O salário pode ser pago mensal, quinzenal, semanal ou diariamente, por peça ou

tarefa; sempre se obedecerá ao salário mínimo com exceção do menor aprendiz, pois lhe será

paga uma quantia nunca inferior a 50% do salário mínimo durante a primeira metade da

duração máxima prevista para o aprendizado do respectivo ofício. Na segunda metade passará

a perceber, pelo menos, dois terços do salário mínimo.

5.6.1.1. Pagamento do Salário

O pagamento do salário qualquer que seja a modalidade de trabalho, não deve ser

estipulado por período superior a um mês, salvo no que concerne a comissões percentagens e

gratificações. O salário deve ser pago até o 5º dia útil do mês seguinte.

O pagamento pode ser feito em dinheiro ou cheque. Em caso de fazê-lo em cheque, o

empregador deve proporcionar ao empregado:

40

Page 50: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

- Horário que permita o desconto do cheque, imediatamente após sua emissão;

- Possibilidade para evitar qualquer prejuízo, inclusive gastos com transportes;

- Condição que impeça qualquer atraso no recebimento do salário.

De acordo com a Convenção Coletiva de Trabalho do Sindicato dos Trabalhadores nas

Indústrias Gráficas de Ijuí e a Convenção Coletiva de Trabalho do Sindicato dos Jornalistas

Profissionais no Estado do RS sempre que o prazo legal para o pagamento dos salários expirar

em dias não úteis, deverá ser antecipado para o primeiro dia útil anterior.

Analisou-se os recibos de pagamento das folhas de pagamento do 1º semestre de 1999

dos dez funcionários selecionados para amostra e constatou-se as seguintes irregularidades:

- Os recibos de pagamento do funcionário Luis Fernando de Souza de janeiro a

junho não apresentam a data de pagamento;

- A funcionária Ângela M. Lima de Mattos recebeu o salário janeiro fora do prazo

estipulado legalmente;

- O recibo de pagamento do funcionário Carlos Rogério Blum de fevereiro não

apresenta assinatura;

- Os recibos de pagamento da funcionário Maria Janete Locateli de abril e maio não

apresentam a data de pagamento;

- O recibo de pagamento do funcionário Eliezer Siqueira Franco de maio não

apresenta a data de pagamento e não está assinado;

- O recibo de pagamento do funcionário Paulo Rogério dos Santos de maio não

apresenta a data de pagamento.

Sugere-se que a empresa solicite ao funcionário o preenchimento do campo referente à

data e que o departamento de pessoal verifique sempre se o funcionário assinou o recibo. A

empresa deve observar o prazo estabelecido legalmente para o pagamento dos salários dos

funcionários, evitando assim o pagamento fora do prazo.

5.6.1.2. Salário-base

Conforme a Convenção Coletiva de Trabalho do Sindicato dos Trabalhadores nas

Indústrias Gráficas de Ijuí ficam estabelecidos salários normativos para os integrantes da

categoria profissional:

41

Page 51: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

Tabela 3 – Salários Normativos

Convenção Coletiva de Trabalho Grupo Salários Normativos

Ano 1995

1º2º3º4º5º

Não catalogados

343,20299,20257,40213,40187,00162,80

Ano 1996

1º2º3º4º5º

Não catalogados

435,60378,40325,60270,60237,60200,20

Ano 1997

1º2º3º4º5º

Não catalogados

466,40404,80347,60290,40255,20211,20

Ano 1998

1º2º3º4º5º

Não catalogados

499,40433,40374,00310,20272,80226,60

Ano 1999

1º2º3º4º5º

Não catalogados

519,20451,00389,40323,40283,80235,40

Fonte: Convenção Coletiva de Trabalho do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Gráficas de Ijuí

Ficam estabelecidos pisos salariais conforme a Convenção Coletiva de Trabalho do

Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do RS:

Tabela 4 – Piso Salarial

Convenção Coletiva de Trabalho Piso SalarialAno 1995 375,00Ano 1996 460,00Ano 1997 489,90Ano 1998 489,90Ano 1999 593,22

Fonte: Convenção Coletiva de Trabalho do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do RS

42

Page 52: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

Verificou-se as folhas de pagamento dos dez funcionários selecionados para amostra

no período de julho/95 até junho/99 e constatou-se as seguintes irregularidades:

Tabela 5 – Diferenças Apuradas no Salário-base

Funcionário Período Vlr Empresa Vlr Correto Diferença Apurada

Eliezer S. Franco

Ago/95 100,00 162,80 62,80Dez/95 100,00 162,80 62,80Mai/96 112,00 200,20 88,20Ago/96 112,00 200,20 88,20Dez/96 112,00 200,20 88,20Mai/97 120,00 211,20 91,20Ago/97 120,00 211,20 91,20Dez/97 120,00 211,20 91,20Mai/98 130,00 226,60 96,60Ago/98 130,00 226,60 96,60Dez/98 130,00 226,60 96,60Fev/99 130,00 226,60 96,60Mai/99 136,00 235,40 99,40Total 1.552,00 2.701,60 1.149,60

Gilda T. G. KalrlinskiAgo/95 215,34 375,00 159,66Ago/97 460,00 489,90 29,90Total 675,34 864,90 189,56

Luis Fernando de Souza

Ago/95 150,00 162,80 12,80Dez/95 150,00 162,80 12,80Mai/96 168,00 200,20 32,20Ago/96 168,00 200,20 32,20Dez/96 168,00 200,20 32,20Mai/97 180,00 211,20 31,20Ago/97 180,00 211,20 31,20Dez/97 180,00 211,20 31,20Mai/98 195,00 226,60 31,60Ago/98 195,00 226,60 31,60Dez/98 195,00 226,60 31,60Fev/99 195,00 226,60 31,60Mai/99 204,00 235,40 31,40Total 2.328,00 2.701,60 373,60

Fonte: Departamento de pessoal da empresa Gráfica Jornal das Missões Ltda.

Sugere-se que a empresa salde as diferenças apuradas e que passe a obedecer a

convenção coletiva de trabalho das categorias, evitando futuras reclamatórias trabalhistas.

43

Page 53: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

5.6.1.3. Reajuste Salarial

A Convenção Coletiva de Trabalho do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias

Gráficas de Ijuí estabelece os seguintes reajustes salariais:

Tabela 6 – Reajuste Salarial do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Gráficas de Ijuí

Convenção Coletiva de Trabalho Reajuste Salarial (%)Ano 1995 34,74Ano 1996 21,89Ano 1997 8,56Ano 1998 4,28Ano 1999 4,00

Fonte: Convenção Coletiva de Trabalho do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Gráficas de Ijuí

Já a Convenção Coletiva de Trabalho do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no

Estado do RS estabelece os seguintes reajustes salariais:

Tabela 7 – Reajuste Salarial do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do RS

Convenção Coletiva de Trabalho Reajuste Salarial (%)Ano 1995 42,18Ano 1996 16,50Ano 1997 6,50Ano 1998 4,00Ano 1999 3,00

Fonte: Convenção Coletiva de Trabalho do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do RS

Analisou-se as folhas de pagamento dos dez funcionários selecionados para amostra

no período de junho/95 até julho/99 e constatou-se as seguintes irregularidades:

Tabela 8– Diferenças Apuradas no Reajuste Salarial

Funcionário Período Vlr Empresa Vlr Correto Diferença Apurada

Eliezer S. Franco Mai/96 12,00 15,32 3,32Total 12,00 15,32 3,32

Luis Fernando de Souza

Mai/96 18,00 22,98 4,98Total 18,00 22,98 4,98

Fonte: Departamento de pessoal da empresa Gráfica Jornal das Missões Ltda.

Recomenda-se que a empresa salde as diferenças apuradas e que passe a obedecer a

convenção coletiva de trabalho das categorias, evitando futuras reclamatórias trabalhistas.

44

Page 54: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

5.6.2. Horas Extras

A duração normal de trabalho poderá ser acrescida de horas suplementares, não

excedendo a duas horas, mediante acordo entre empregador e empregado, ou mediante acordo

coletivo ou convenção coletiva de trabalho, devendo obrigatoriamente o empregador pagar,

pelo menos, mais 50% sobre a hora normal. No caso, se houver horas extras ordinárias em

domingos e feriados, o acréscimo será de 100% sobre a hora normal.

As horas trabalhadas nos dias destinados ao repouso semanal, serão remuneradas em

dobro, sem prejuízo da remuneração devida à título de repouso semanal remunerado, nestes

dias.

Se houver compensação de horário, para fazer a prorrogação de horas de trabalho é

necessário saber qual é o excesso de tempo de trabalho por dia. Esse tempo excedente não

deverá ultrapassar a duas horas.

Analisou-se as folhas de pagamento do 1º semestre de 1999 e não constatou-se

nenhuma irregularidade quanto ao item horas extras.

5.6.3. Adicional de Insalubridade/Periculosidade

Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza,

condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde,

acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do

tempo de exposição aos seus efeitos. O exercício de trabalho em condições insalubres

assegura ao empregado um adicional de insalubridade equivalente:

- 40% sobre o salário mínimo, para a insalubridade em grau máximo;

- 20% sobre o salário mínimo, para a insalubridade em grau médio;

- 10% sobre o salário mínimo, para a insalubridade em grau mínimo.

No caso de incidência de mais de um fator de insalubridade será considerado apenas o

de grau mais elevado, para efeito de acréscimo salarial, sendo vedado o pagamento

cumulativo.

45

Page 55: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

A eliminação ou neutralização da insalubridade determinará a cessação do pagamento

do adicional , podendo a eliminação ou neutralização ocorrer:

- Com a adoção de medidas de ordem geral, que conservem o ambiente de trabalho

dentro dos limites de tolerância;

- Com a utilização de equipamento de proteção individual.

A eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de

avaliação pericial, por órgão competente, que comprove a inexistência de risco a saúde do

trabalhador.

O adicional de insalubridade, que é pago em caráter permanente, integra a

remuneração do empregado para todos os efeitos, como no pagamento de férias, 13ºsalário,

bem como em rescisão de contrato de trabalho.

Segundo a Convenção Coletiva de Trabalho do Sindicato dos Trabalhadores nas

Indústrias Gráficas de Ijuí no período de 1995 até 1999, as empresas devem pagar aos

funcionários que tem direito a insalubridade em grau médio um percentual de 20% sobre o

salário mínimo.

A Convenção Coletiva de Trabalho do Sindicato dos Jornalistas no Estado do RS de

1995 até 1999 diz que as empresas devem pagar um percentual de 30% sobre o salário

mínimo aos funcionários que tem direito a insalubridade.

Conferiu-se as folhas de pagamento dos dez funcionários selecionados para amostra

no período de 1995 até 1999 e constatou-se a seguinte irregularidade na folha de pagamento

de maio/98:

Tabela 9 - Diferenças Apuradas no Adicional de Insalubridade

Funcionário Valor Empresa Valor Correto Diferença ApuradaCarlos Rogério Blum 24,00 26,00 2,00Paulo Rogério dos Santos 24,00 26,00 2,00Fonte: Departamento de pessoal da empresa Gráfica Jornal das Missões Ltda.

Sugere-se que a empresa salde essas diferenças e observe as alterações no salário

mínimo evitando futuras cobranças judiciais.

46

Page 56: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

5.6.4. Adicional por Tempo de Serviço

Conforme a Convenção Coletiva de Trabalho do Sindicato dos Trabalhadores nas

Indústrias Gráficas de Ijuí de 1995 até 1999 fica assegurado a todos os membros da categoria

profissional o direito de um adicional mensal por tempo de serviço num percentual de dois

por cento de seu salário básico a cada cinco anos de trabalho na mesma empresa.

Segundo a Convenção Coletiva de Trabalho do Sindicato dos Jornalistas no Estado do

RS e 1995 até 1999 as empresas concederão um adicional de seis por cento sobre o salário

básico, a título de qüinqüênio.

Verificou-se as folhas de pagamento dos dez funcionários selecionados para amostra

no período de Julho/95 a Junho/99 e constatou-se as seguintes irregularidades:

Tabela 10 – Diferenças Apuradas no Adicional por Tempo de Serviço

Funcionário Período Vlr Empresa Vlr Correto Diferença Apurada

Eliezer S. Franco

Dez/97 2,40 4,22 1,82Mai/98 2,60 4,53 1,93Ago/98 2,60 4,53 1,93Dez/98 1,99 3,47 1,48Fev/99 2,60 4,53 1,93Mai/99 2,72 4,71 1,99Total 14,91 25,99 11,08

Luis Fernando de Souza

Ago/96 3,36 4,00 0,64Dez/96 3,36 4,00 0,64Mai/97 3,60 4,22 0,62Ago/97 3,60 4,22 0,62Dez/97 3,60 4,22 0,62Mai/98 3,90 4,53 0,63Ago/98 3,90 4,53 0,63Dez/98 3,90 4,53 0,63Fev/99 2,73 3,17 0,44Mai/99 4,08 4,71 0,63Total 36,03 42,13 6,10

Paulo Rogério dos Santos

Mai/97 - 8,10 8,10Total - 8,10 8,10

Fonte: Departamento de pessoal da empresa Gráfica Jornal das Missões Ltda.

Para evitar possíveis reclamatórias trabalhistas recomenda-se que a empresa obedeça a

convenção coletiva de trabalho das categorias e salde as diferenças apuradas.

47

Page 57: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

5.6.5. Contribuição para a Previdência

A base para o cálculo da contribuição para o INSS é o salário, horas extras, adicional

de insalubridade/periculosidade, 13ºsalário e outros valores admitidos em lei pela previdência

social. Para efetuar a auditoria nos descontos de INSS foi utilizada a tabelas a abaixo:

Tabela 11 – Salário de Contribuição para o INSS

Vigência Salário de Contribuição Desconto do Segurado (%)

Maio/1995 a Julho/1995 Até 249,80de 249,81 a 416,33de 416,34 a 832,66

8,009,0010,00

Agosto/1995 a Abril/1996 Até 249,80de 249,81 a 416,33de 416,34 a 832,66

8,009,0011,00

Maio/1996 a Maio/1997Até 287,27

de 287,28 a 360,00de 360,01 a 478,78de 478,79 a 957,56

7,828,829,0011,00

Junho/1997 a Abril/1998Até 309,56

de 309,57 a 360,00de 360,01 a 515,93

de 515,94 a 1.031,87

7,828,829,0011,00

Maio/1998

Até 309,56de 309,57 a 390,00de 390,01 a 515,93

de 515,94 a 1.031,87

7,828,829,0011,00

Junho/1998 a 15/12/1998

Até 324,45de 324,46 a 390,00de 390,01 a 540,75

de 540,76 a 1.081,50

7,828,829,0011,00

16/12/1998 a 31/12/98

Até 360,00de 360,01 a 390,00de 390,01 a 600,00

de 600,01 a 1.200,00

7,828,829,0011,00

Janeiro/1999 a Maio/1999Até 360,00

de 360,01 a 600,00de 600,01 a 1.200,00

8,009,0011,00

01/06/1999 a 16/06/1999Até 376,60

de 376,61 a 627,66de 627,66 a 1.255,32

8,009,0011,00

Fonte: Informativo COAD

Analisou-se as folhas de pagamento dos dez funcionários selecionados para amostra

no período de julho/95 até junho/99 e apurou-se as seguintes diferenças:

Tabela 12 – Diferenças Apuradas na Contribuição para o INSS

48

Page 58: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

Funcionário Período Vlr Empresa Vlr Correto Diferença Apurada

Carlos Rogério Blum Fev/99 58,46 48,63 9,83Total 58,46 48,63 9,83

Eliezer S. Franco

Mai/96 9,91 9,68 0,23Ago/96 15,57 15,21 0,36Dez/96 9,27 9,06 0,2113º/96 10,37 10,13 0,24Fev/99 10,37 10,61 (0,24)Mai/99 11,10 14,53 (3,43)Total 66,59 69,22 (2,63)

Gilda T. G. Kalrlinski

Ago/95 91,59 96,50 (4,91)13º/95 91,59 108,88 (17,29)Mai/96 33,75 33,07 0,68Fev/99 80,69 82,06 (1,37)Total 297,62 320,51 (22,89)

Luis Fernando de Souza

Mai/96 13,44 13,13 0,31Ago/96 13,71 13,40 0,31Dez/96 13,71 13,40 0,3113º/96 13,71 13,40 0,31Dez/98 15,55 20,90 (5,35)Fev/99 10,89 11,14 (0,25)Total 81,01 85,37 (4,36)

Paulo Rogério dos Santos

Fev/99 51,96 43,22 8,74Total 51,96 43,22 8,74

Fonte: Departamento de pessoal da empresa Gráfica Jornal das Missões Ltda.

Conferiu-se também o recolhimento do INSS referente ao 1º semestre de 1999 e

constatou-se que a empresa não efetuou o recolhimento no período devido, mas já regularizou

esta situação através de adesão ao REFIS – Programa de Recuperação Fiscal.

Sugere-se que a empresa obedeça as tabelas vigentes em cada período, evitando que os

funcionários sejam prejudicados. Sugere-se também que a empresa ao descontar o INSS do

funcionário repasse-o dentro do prazo estabelecido, evitando cobranças judiciais e processo

por apropriação indébita.

5.6.6. Imposto de Renda Retido na Fonte

A retenção do imposto de renda na fonte, sobre os rendimentos do trabalho assalariado

abrange todas as pessoas físicas, independentemente de sexo, estado civil, idade ou

nacionalidade, domiciliados ou residentes no Brasil, observados os limites mínimos de

isenção estabelecidos na legislação do imposto de renda. A tributação do imposto de renda

sobre os rendimentos do trabalho assalariado pago incide sobre:

49

Page 59: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

- Salários, ordenados, honorários, percentagens, comissões, vencimentos, etc.;

- Ajuda de custo, diárias e outras vantagens, exceto quando pagas por cofres

públicos;

- Férias, salário maternidade, gratificações, adicionais, abonos, gorjetas, etc.;

- Quaisquer outros proventos ou vantagens pagas sob qualquer título e forma

contratual.

Tabela 13 - Tabela Progressiva do IRRF

Vigência Base de Cálculo Alíquota (%)

Parcela a Deduzir

Dedução por Dependente

Abril a Junho de 1995

Até 706,10Acima de 706,10 até 1.376,84

Acima de 1.376,84 até 12.709,24Acima de 12.709,24

Isento15,0026,6035,00

-105,91265,76

1.333,23

70,61

Julho a Setembro de 1995

Até 756,44Acima de 756,44 até 1.475,01

Acima de 1.475,01 até 13.615,41Acima de 13.615,41

Isento15,0026,6035,00

-113,47284,71

1.428,29

75,64

Outubro a Dezembro de 1995

Até 795,24Acima de 795,24 até 1.550,68

Acima de 1.550,68 até 14.313,88Acima de 14.313,88

Isento15,0026,6035,00

-119,29299,32

1.501,57

79,52

Janeiro de 1996 a Dezembro de 1997

Até 900,00Acima de 900,00 até 1.800,00

Acima de 1.800,00

Isento15,0025,00

-135,00315,00

90,00

Janeiro de 1998 a Dezembro de 1999

Até 900,00Acima de 900,00 até 1.800,00

Acima de 1.800,00

Isento15,0027,50

-135,00360,00

90,00

Fonte: Informativo COAD

Analisou-se as folhas de pagamento dos dez funcionários selecionados para amostra

no período de julho/95 até junho/99 e constatou-se que os rendimentos dos funcionários não

atingiram o limite mínimo estabelecido na legislação do imposto de renda.

5.6.7. Contribuição Sindical

A empresa deve verificar através da CTPS se no ano da admissão o empregado já

contribuiu para o sindicato de sua categoria profissional no emprego anterior. Caso já tenha

contribuído, anotar na ficha ou folha do livro de registro de empregados. Se não contribuiu,

efetuar o desconto no mês subseqüente ao da admissão para o recolhimento no mês seguinte.

50

Page 60: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

Aos empregados admitidos nos meses de janeiro, fevereiro e março efetua-se o

desconto no mês de março, recolhendo-se em abril. Após a efetivação do desconto, anotar na

CTPS e na ficha ou livro de registro de empregados.

Verificou-se a folha de pagamento de março/99 dos dez funcionários selecionados

para amostra e constatou-se as seguintes irregularidades:

Tabela 14 – Diferenças Apuradas na Contribuição Sindical

Funcionário Vlr Empresa Vlr Correto Diferença ApuradaCarlos Rogério Blum 13,74 19,00 (5,26)Eliezer Siqueira Franco 4,33 4,42 (0,09)Gilda T. G. Kalrlinski 16,33 16,16 0,17Luis Fernando de Souza 6,50 6,63 (0,13)Paulo Rogério dos Santos 14,45 17,34 (2,89)Fonte: Departamento de pessoal da empresa Gráfica Jornal das Missões Ltda.

Constatou-se também que a empresa não repassou aos sindicatos das categorias

profissionais o valor da contribuição sindical de março/99.

Recomenda-se que a empresa ajuste as diferenças apuradas e repasse aos sindicatos

das categorias profissionais a contribuição sindical de março/99 juntamente com a relação dos

funcionários contribuintes.

5.6.8. Contribuição Assistencial

A Convenção Coletiva de Trabalho do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias

Gráficas de Ijuí de 1999 determina que as empresas descontarão dos salários de seus

empregados e recolherão às entidades sindicais profissionais, a título de contribuição

assistencial, os seguintes valores: dois dias de trabalho, sendo um dia do salário de maio de

1999 e um dia do salário de outubro de 1999.

Analisou-se a folha de pagamento de maio/99 dos funcionários selecionados para

amostra e constatou-se as seguintes irregularidades:

Tabela 15 – Diferenças Apuradas na Contribuição Assistencial

Funcionário Vlr Empresa Vlr Correto Diferença ApuradaCarlos Rogério Blum 14,29 20,49 (6,20)

51

Page 61: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

Luis Fernando de Souza 6,80 6,94 (0,14)Paulo Rogério dos Santos 15,03 18,40 (3,37)Fonte: Departamento de pessoal da empresa Gráfica Jornal das Missões Ltda.

Constatou-se ainda que a empresa não repassou ao sindicato da categoria profissional

o valor da contribuição assistencial de maio/99.

Sugere-se que a empresa ajuste as diferenças apuradas e repasse ao sindicato da

categoria profissional a contribuição assistencial de maio/99, evitando cobranças futuras.

5.6.9. Contribuição Confederativa

Segundo a Convenção Coletiva de Trabalho do Sindicato dos Jornalistas no Estado do

RS de 1999 as empresas deverão descontar três dias de salário dos seus empregados, sendo

meio dia do salário a cada dois meses, totalizando seis parcelas de desconto, nos meses pares.

Verificou-se as folhas de pagamento do 1º semestre de 1999 e não encontrou-se

nenhuma irregularidade quanto ao item contribuição confederativa.

5.6.10. Vale Transporte

Vale transporte é o benefício pelo qual o empregador antecipa e custeia parte das

despesas de seus empregados realizadas com o deslocamento da sua residência para o trabalho

e vice-versa. Para usufruir do benefício do vale transporte, o empregado deve declarar, por

escrito, ao empregador:

- Seu endereço residencial;

- Os serviços e meios de transporte mais adequado ao seu deslocamento da sua

residência para o trabalho e vice-versa;

- Que se compromete a utilizar o vale transporte exclusivamente para o seu efetivo

deslocamento da sua residência para o trabalho e vice-versa.

O empregado tem o ônus de responder com a parcela de 6% do seu salário básico ou

vencimento, independente dos dias trabalhados. O empregado cuja despesa com o seu

deslocamento da sua residência para o trabalho e vice-versa seja inferior a 6% do seu salário

52

Page 62: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

pode optar pelo recebimento antecipado do vale transporte. O valor a ser descontado do

salário do empregado nesta situação será o equivalente ao total dos vales concedidos.

Verificou-se as folhas de pagamento dos dez funcionários selecionados para amostra

no 1º semestre 1999 e constatou-se que os funcionários Olivedi Padilha Leite e João

Vanderlei dos Santos não apresentam a declaração de habilitação ao vale transporte.

Recomenda-se que a empresa regularize esta situação solicitando aos funcionários o

preenchimento da declaração de habilitação ao vale transporte. Sugere-se também que na

admissão a empresa sempre exija que o funcionário preencha a declaração de habilitação ao

vale transporte, evitando assim futuros transtornos para a empresa.

5.7. Cartão Ponto

As empresas que possuem mais de dez funcionários estão obrigadas a anotação da

hora de entrada e de saída, em registro manual, mecânico ou eletrônico, devendo haver pré-

assinalação do período de repouso.

Os funcionários que ocupam cargos de confiança, os que trabalham em serviços

externos e que não estão sujeitos a horário, estão desobrigados a marcação de ponto.

É obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, que será de no

mínimo uma hora.

Foram analisados os cartões pontos do 1º semestre de 1999 do dez funcionários

selecionados para amostra e não constatou-se nenhuma irregularidade.

5.8. Férias

Após cada período de 12 meses vigência do contrato de trabalho, todo o empregado

fará jus a férias anuais, sem prejuízo da remuneração.

O período de férias do empregado é fixado pelo empregador, na seguinte proporção:

- 30 dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de cinco vezes;

53

Page 63: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

- 24 dias corridos, quando houver tido de seis a 14 faltas;

- 18 dias corridos, quando houver tido de 15 a 23 faltas;

- 12 dias corridos, quando houver tido de 24 a 32 faltas.

Para apuração do período de gozo, não será considerada como falta ao serviço:

- Até dois dias consecutivos, em caso de falecimento de: cônjuge, ascendente,

descendente, irmão ou irmã, ou pessoa que declarada na CTPS, viva sob sua

dependência econômica;

- Até três dias consecutivos em virtude de casamento;

- Por cinco dias, em caso de nascimento de filho, no decorrer da primeira semana;

- Por um dia em cada 12 meses de trabalho, em caso de doação voluntária de

sangue;

- No período de tempo em que tiver de cumprir as exigências do serviço militar;

- Durante o licenciamento compulsório da empregada da empregada por motivo de

maternidade ou aborto, observados os requisitos para recepção do salário-

maternidade custeado pela previdência social;

- Por motivo de acidente de trabalho ou enfermidade atestada pelo INSS;

- Justificada pela empresa, entendendo-se como tal a que não tiver determinado o

desconto do correspondente salário;

- Durante suspensão preventiva para responder a inquérito administrativo ou de

prisão preventiva, quando for impronunciado ou absolvido;

- Nos dias em que não tenha havido serviço.

O período em que o empregado está prestando serviço militar obrigatório não será

computado para efeito de férias. Entretanto, o período anterior a sua apresentação será

considerado, desde que, após a baixa, o empregado se apresente no prazo de 90 dias.

Não terá o direito a férias o empregado que, no curso do período aquisitivo:

- Deixar o emprego e não ser readmitido no prazo de 60 dias;

- Permanecer em gozo de licença com percepção de salário por mais de 30 dias;

- Deixar de trabalhar, com percepção de salários, por mais de 30 dias, em virtude de

paralisação parcial ou total dos serviços da empresa;

54

Page 64: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

- Tiver percebido, da Previdência Social, prestações de acidente do trabalho ou

auxílio-doença por mais de seis meses, embora descontínuos.

Deverá ser anotada na CTPS e no livro ou ficha de registro de empregados a

interrupção da prestação de serviços pelos motivos acima mencionados. Quando o empregado

retornar aos serviços, iniciar-se-á um novo período aquisitivo.

O empregador deverá conceder as férias ao empregado, contando-se o referido período

a partir do 1º dia após o empregado ter adquirido o direito, até completar 12 meses.

O empregado não poderá entrar em gozo de férias sem que apresente ao empregador

sua CTPS, para as anotações regulares, devendo as referidas anotações serem feitas na ficha

ou livro de registro de empregados. Expcionalmente, o período de férias poderá ser fracionado

em dois períodos, um dos quais não poderá ser inferior a dez dias. Em caso de empregados

menores de 18 e maiores de 50, deverão gozar suas férias em um único período.

O empregado menor estudante tem direito de fazer coincidir suas férias com as férias

escolares. Os membros de uma mesma família que prestam serviços ao mesmo empregador

poderão solicitar suas férias em um mesmo período, dependendo da vontade do empregador,

que poderá negá-la.

A concessão de férias será participada por escrito ao empregado, com antecedência

mínima de 30 dias, devendo o interessado tomar ciência do recebimento da participação. O

empregado perceberá, durante as férias, a remuneração que lhe for devida na data da sua

concessão. Quando o salário for pago por hora com jornadas variáveis, apurar-se-á a média do

período aquisitivo, aplicando-se o valor do salário na data da concessão das férias. Quando o

salário for pago por tarefa tomar-se-á base a média da produção no período aquisitivo do

direito a férias, aplicando-se o valor da remuneração da tarefa na data da concessão das férias.

Quando for pago por percentagem, comissão ou viagem, apurar-se-á média percebida pelo

empregado nos 12 meses que precedem à concessão das férias.

Se o empregador não conceder férias dentro do período concessivo, estará obrigado a

pagar a remuneração em dobro, além de assegurar o descanso ao empregado. Vencido o

mencionado prazo sem que o empregador tenha concedido as férias, o empregado poderá

ajuizar reclamação pedindo a fixação, por sentença, da época de gozo das mesmas. A sentença

cominará pena diária de cinco por cento do salário mínimo da região, devida ao empregado

55

Page 65: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

até que seja cumprida. Cópia da decisão judicial transitada em julgado será remetida ao órgão

local do Ministério do Trabalho, para fins de aplicação da multa de caráter administrativo.

Empregado em gozo de férias não pode prestar serviços a outro empregador, salvo se

obrigado a fazê-lo em virtude de contrato de trabalho regularmente mantido com ele.

É facultado ao empregado converter 1/3 do período de férias a que tiver direito em

abono pecuniário, no valor da remuneração que lhe seria devida nos dias correspondentes. O

abono deverá ser requerido até 15 dias antes do término do período aquisitivo

Analisou-se as férias do 1º semestre de 1999 dos dez funcionários selecionados para a

amostra e não constatou-se nenhuma irregularidade.

5.9. Décimo Terceiro Salário

A gratificação de natal ou décimo terceiro salário é devido a todos os empregados

regidos pela CLT, aos trabalhadores rurais, trabalhadores avulsos e aos empregados

domésticos. O décimo terceiro salário corresponde a 1/12 da remuneração integral devida ao

empregado em dezembro, por mês de serviço do ano correspondente, sendo a fração igual ou

superior a 15 dias de trabalho considerada como mês integral.

Entre os meses de fevereiro e novembro de cada ano, o empregador deve pagar, de

uma só vez, como adiantamento do décimo terceiro salário, metade do salário recebido pelo

respectivo empregado do mês anterior. Entretanto, o empregador não está obrigado a pagar a

1ª parcela no mesmo mês a todos os seus empregados, podendo pagá-lo em meses diversos,

desde que até 30 de novembro do respectivo ano. A 1ª parcela do décimo terceiro salário não

está sujeita a qualquer desconto, devendo ser paga integralmente. Contudo é devido o

depósito do FGTS, a ser recolhido no mês seguinte ao do pagamento.

O pagamento da 2ª parcela deve ser realizado até o dia 20 de dezembro de cada ano. O

valor da 2ª parcela do décimo terceiro salário é determinado pela apuração da diferença entre

a importância correspondente à 1ª parcela e a remuneração devida ao empregado no mês de

dezembro, observando o tempo de serviço do empregado no respectivo ano. Há incidência do

IRRF e INSS sobre a soma da 1ª e da 2ª parcelas. Deve ser depositado o FGTS até o mês

seguinte ao do pagamento sobre a 2ª parcela.

56

Page 66: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

Verificou-se as folhas de pagamento dos dez funcionários selecionados no período de

junho/95 até julho/99 e não constatou-se nenhuma irregularidade.

5.10. Rescisão

As parcelas mais comuns devidas na rescisão do contrato de trabalho por prazo

indeterminado, dependendo da forma de cessação do vínculo empregatício são:

- Aviso Prévio: não havendo prazo estipulado, a parte que, sem justo motivo, quiser

rescindir o contrato de trabalho deve avisar a outra da sua resolução com a

antecedência mínima de 30 dias;

- Férias: na cessação do contrato de trabalho é devida ao empregado a remuneração,

simples ou em dobro, conforme o caso, correspondente ao período de férias cujo

direito tenha adquirido. A Constituição Federal vigente assegura a todos os

empregados o direito à remuneração de férias com, pelo menor, 1/3 a mais do seu

valor normal. Portanto, os valores pagos na rescisão do contrato de trabalho, a

título de férias vencidas, simples ou em dobro, bem como os que se referem as

férias proporcionais, devem ser acrescidos de mais 1/3;

- Décimo Terceiro Salário: ocorrendo a extinção do contrato de trabalho, exceto na

hipótese de justa causa, o empregado receberá o décimo terceiro salário, com base

na remuneração do respectivo mês, correspondente a 1/12 por mês de serviço ou

fração igual ou superior a quinze dias;

- Salário Família: na cessação do contrato de trabalho, o salário-família é pago

proporcionalmente ao número de dias trabalhados no mês, qualquer que seja a

causa do término da relação empregatícia;

- FGTS: ocorrendo demissão sem justa causa, ainda que indireta, com culpa

recíproca, por força maior ou extinção normal do contrato a termo, inclusive do

trabalhador temporário, o empregador depositará na conta vinculada do empregado

os valores relativos aos depósitos referentes ao mês da rescisão e ao imediatamente

anterior à rescisão.

57

Page 67: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

Os direitos dos empregados com menos de um ano de serviço, e dos empregados com

mais um de um ano de serviço serão determinados de acordo com a causa do rompimento do

contrato de trabalho.

Tabela 16 – Direito dos Funcionários na Rescisão

Parcela Iniciativa Forma de Rescisão Direito com menos de um ano

de serviço

Direito com mais de um ano de

serviço

Saldo de saláriosEmpresa Sem justa causa Sim Sim

Por justa causa Sim Sim

Empregado Sem justa causa Sim SimPor justa causa Sim Sim

Indenização do tempo de serviço à opção pelo FGTS

Empresa Sem justa causa Não SimPor justa causa Não Não

Empregado Sem justa causa Não NãoPor justa causa Não Sim

Indenização do 13º Salário

Empresa Sem justa causa Não SimPor justa causa Não Não

Empregado Sem justa causa Não NãoPor justa causa Não Sim

13º SalárioEmpresa Sem justa causa Sim Sim

Por justa causa Não Não

Empregado Sem justa causa Sim SimPor justa causa Sim Sim

Férias vencidas acrescidas de mais

1/3

Empresa Sem justa causa SimPor justa causa Sim

Empregado Sem justa causa SimPor justa causa Sim

Férias proporcionais

acrescidas de mais 1/3

Empresa Sem justa causa Sim SimPor justa causa Não Não

Empregado Sem justa causa Não SimPor justa causa Sim Sim

Aviso prévioEmpresa Sem justa causa Sim Sim

Por justa causa Não Não

Empregado Sem justa causa Não NãoPor justa causa Sim Sim

Salário FamíliaEmpresa Sem justa causa Sim Sim

Por justa causa Sim Sim

Empregado Sem justa causa Sim SimPor justa causa Sim Sim

Fonte: Informativo COAD

Verificou-se as rescisões do 1º semestre de 1999 e constatou-se que o funcionário

Jardel Silva Vargas não apresentava a baixa no livro de registro de empregados. Conferiu-se

ainda os cálculos das rescisões do 1º semestre de 1999 e não constatou-se nenhuma

irregularidade.

58

Page 68: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

Sugere-se à empresa que quando demitir algum funcionário sempre efetue a baixa no

livro de registro de empregados.

5.11. Fundo de Garantia por Tempo de Serviço

As empresas estão obrigadas a depositar até o dia sete de cada mês o percentual de

oito por cento da remuneração paga ou devida no mês anterior, inclusive o 13º salário.

Após análise nas folhas de pagamento dos dez funcionários selecionados para amostra

no período de julho/95 até junho/99 constatou-se as seguintes irregularidades:

Tabela 17– Diferenças Apuradas no FGTS

Funcionário Período Vlr Empresa Vlr Correto Diferença Apurada

Carlos Rogério Blum

Ago/97 56,14 56,30 0,16Dez/97 33,54 43,03 9,49Mai/98 36,25 46,14 9,89Ago/98 35,71 45,60 9,89Dez/98 35,71 45,60 9,89Fev/99 33,33 43,22 9,89Mai/99 38,90 49,18 10,28Total 269,58 329,07 59,49

Eliezer S. Franco

Ago/97 13,58 13,74 0,16Dez/97 9,79 14,92 5,13Mai/99 11,10 14,53 3,43Total 34,47 43,19 8,72

Gilda T. G. KalrlinskiAgo/97 36,80 37,31 0,51Fev/99 58,68 59,68 1,00Total 95,48 96,99 1,51

Luis Fernando de Souza

Dez/98 15,91 21,38 5,47Total 15,91 21,38 5,47

Paulo Rogério dos Santos

Ago/97 34,95 38,23 3,28Dez/97 35,85 39,17 3,32Mai/98 38,69 42,16 3,47Ago/98 37,45 40,91 3,46Dez/98 37,45 40,91 3,46Fev/99 34,95 38,42 3,47Mai/99 40,55 44,16 3,61Total 259,89 283,96 24,07

Fonte: Departamento de pessoal da empresa Gráfica Jornal das Missões Ltda.

Conferiu-se também o recolhimento do FGTS referente ao 1º semestre de 1999 e

constatou-se que a empresa não efetuou o recolhimento dos meses de janeiro e fevereiro, mas

já regularizou esta situação através de parcelamento.

59

Page 69: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

Sugere-se que a empresa efetue o depósito das diferenças apuradas e que obedeça o

percentual estabelecido. Recomenda-se também que a empresa efetue os depósitos sempre

dentro do prazo.

5.12. Cadastro Geral de Empregados e Desempregados

Todas as empresas que admitirem, transferirem ou desligar empregados ficam

obrigadas a fazer a respectiva comunicação ao Ministério do Trabalho, com a finalidade de

proporcionar ao Governo elementos para a apuração do fluxo do movimento de mão-de-obra

do País.

A comunicação de admissão, transferência ou desligamento de empregados deve ser

realizado até o dia 15 do mês subseqüente ao da ocorrência do fato.

Verificou-se as admissões e demissões do 1º semestre de 1999 e constatou-se que a

empresa não entregou o CADEG referente ao mês de abril, sendo que havia ocorrido uma

admissão e uma demissão.

Sugere-se que a empresa entregue o CAGED referente ao mês de abril, porém

salienta-se que a empresa incorrerá em uma penalidade pelo descumprimento desta obrigação.

5.13. Relação Anual de Informações Sociais

Todo o empregador deve fornecer às entidades governamentais da área social as

informações solicitadas referentes a cada um de seus empregados com os quais manteve

relação de emprego durante qualquer período do ano-base. A finalidade é a de suprir as

necessidades de controle, estatística e informação das entidades governamentais da área

social.

Analisou-se a RAIS entregue no 1º semestre de 1999 e não se constatou nenhuma

irregularidade.

60

Page 70: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

6. CONCLUSÃO

O departamento de pessoal é uma área vulnerável a inúmeros erros de cálculos e

contabilizações. É também uma área propícia a atos fraudulentos, porém através de uma

auditoria interna pode-se apurar esses atos e propor alterações para regularizar essas falhas.

Com este trabalho objetivou-se verificar se a empresa Gráfica Jornal das Missões Ltda

está atuando em conformidade com a legislação trabalhista em vigor e as convenções

coletivas de trabalho, bem como a veracidade e exatidão dos procedimentos do departamento

de pessoal.

A hipótese que se levantou inicialmente foi que a empresa não estaria atuando em total

conformidade com a legislação trabalhista em vigor e as convenções coletivas de trabalho,

após a realização do trabalho pode ser constatado que a mesma possui irregularidades nas

rotinas do departamento de pessoal.

Na medida em que se constatou irregularidades nas rotinas do departamento de pessoal

da empresa apresentou-se sugestões com o objetivo de propiciar um melhor controle do

departamento, evitando despesas desnecessárias e poupando a empresa de problemas futuros.

Destacam-se entre as irregularidades encontradas as decorrentes da análise das rotinas

da folha de pagamento, como por exemplo, as diferenças apuradas no salário-base, no reajuste

salarial, no adicional por tempo de serviço, contribuição para previdência, pois refletem

diretamente no salário do empregado. Constatou-se ainda irregularidades nos procedimentos

de rotina de admissão, no exame médico, no livro ou ficha de registro de empregados, no

salário família, no adicional de insalubridade/periculosidade, no pagamento do salário, na

contribuição sindical, na contribuição assistencial, no vale transporte, nos procedimentos de

rotina de admissão, no FGTS e no GAGED.

Page 71: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

Foram apresentadas sugestões a empresa, tais como: adotar a realização do exame

médico periódico, verificar os livros de registros de empregados para constatar a falta de

informações e manter as informações sempre atualizadas, registrar os funcionários no livro de

registro de empregados no momento da admissão, saldar as diferenças apuradas no salário-

base, no reajuste salarial, no adicional de insalubridade/periculosidade e no adicional por

tempo de serviço, obedecer as tabelas do salário de contribuição do INSS vigentes em cada

período e repassar o INSS descontado do funcionário dentro do prazo estabelecido, ajustar e

repassar aos sindicatos das categorias profissionais a contribuição sindical de março/99

juntamente com a relação dos funcionários contribuintes e entregar o CAGED referente ao

mês de abril/99.

Sugere-se ainda, que a empresa dê especial atenção ao salário-base, ao reajuste

salarial, ao adicional de insalubridade/periculosidade e ao adicional por tempo de serviço, em

função do seu reflexo em todas as obrigações trabalhistas da empresa.

As diferenças apuradas deverão ser atualizadas de acordo com as exigências de cada

instituição.

Pode-se observar que a realização da prática profissional na área de auditoria interna

do departamento de pessoal é muito válida, pois além da experiência e do enriquecimento

profissional, a mesma serve para a empresa como uma ferramenta de precaução a futuras

falhas e um instrumento de controle administrativo.

62

Page 72: 1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc  · Web viewA eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente,

7. BIBLIOGRAFIA

ALMEIDA, Marcelo Calvalcanti. Auditoria um Curso Moderno e Completo. São Paulo: Atlas, 1996. 5ª edição.

ATTIE, William. Auditoria Conceitos e Aplicações. São Paulo: Atlas, 1992. 2ª edição.

ATTIE, William. Auditoria Interna. São Paulo: Atlas, 1987.

BASSO, Irani Paulo. Iniciação à Auditoria. Ijuí: Livraria Unijuí Editora, 1989. 2ª edição.

FLORENTINO, Americo Matheus. Auditoria Contábil. Rio de Janeiro: Fundação Getulio Vargas, 1988. 5ª edição.

FRANCO, Hilário e MARRA, Ernesto. Auditoria Contábil. São Paulo: Atlas, 1989.

GIL, Antonio de Loureiro. Auditoria Operacional e de Gestão. São Paulo: Atlas, 1996. 2ª edição.

INFORMAÇÕES OBJETIVAS PUBLICAÇÕES JURÍDICAS,. Departamento Pessoal Modelo - Manual Prático. São Paulo: IOB.

OLIVEIRA, Juarez de. Consolidação das Leis do Trabalho. São Paulo: Saraiva, 1996. 21ª edição.

PEREZ JUNIOR, José Hernandez. Auditoria de Demonstrações Contábeis. São Paulo: Atlas, 1995.

UHL, Franz e FERNANDES, João Teodorico. Auditoria Interna. São Paulo: Atlas, 1982. 2ª edição.

VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. São Paulo: Atlas, 1998.