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1 UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUIZ GUSTAVO FERNANDES ANÁLISE DA LUCRATIVIDADE DOS PRODUTOS DA EMPRESA X. Balneário Camboriú 2009

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

LUIZ GUSTAVO FERNANDES

ANÁLISE DA LUCRATIVIDADE DOS PRODUTOS DA EMPRESA X.

Balneário Camboriú

2009

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LUIZ GUSTAVO FERNANDES

ANÁLISE DA LUCRATIVIDADE DOS PRODUTOS DA EMPRESA X.

Balneário Camboriú

2009

Monografia apresentada como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração – Gestão Empreendedora, na Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação Balneário Camboriú. Orientador : Prof. Msc. Luciana da Silva Imeton

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LUIZ GUSTAVO FERNANDES

ANÁLISE DA LUCRATIVIDADE DOS PRODUTOS DA EMPRESA X.

Esta Monografia foi julgada adequada para a obtenção do título de Bacharel em

Administração e aprovada pelo Curso de Administração – Gestão Empreendedora

da Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação de Balneário Camboriú.

Área de Concentração: Custos

Balneário Camboriú, 01 de dezembro de 2009.

_________________________________

Prof. Msc. Luciana da Silva Imeton

Orientador (a)

___________________________________

Prof. Msc. Aloísio Vicente Salomon

Avaliador (a)

___________________________________

Prof. Msc. Alexandre de Sá Oliveira

Avaliador (a)

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RESUMO

As mudanças de processos e comportamentos são o foco de um plano estratégico elaborado e posto em prática nas empresas. O perfil dos mercados de bens e serviços mostra que as empresas bem preparadas são sempre vitoriosas: os bens dos incompetentes são transferidos para o patrimônio dos competentes. A boa gestão de custos tem seu grande objetivo na maximização dos lucros, cuja eficácia mais contundente é a conquista natural da liderança em custos. É esta a estratégia competitiva principal para levar uma empresa a conquistar mais fatias e permanência assegurada no mercado. Em função disso, o presente trabalho procurou analisar a lucratividade dos produtos. Para tal objetivo, foram traçados objetivos específicos, sendo eles: conhecer o custo de aquisição dos produtos; identificar os impostos incidentes sobre as compras; conhecer a margem de contribuição de cada produto; identificar as despesas da empresa. Utilizou-se como metodologia a pesquisa exploratória, qualitativa, estudo de caso e pesquisa documental. Como resultado, os produtos analisados na pesquisa não apresentaram a lucratividade esperada, ficando muito aquém do que se imagina.

Palavras-chave: gestão de custos, lucratividade, maximização dos lucros.

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ABSTRACT

The changes in processes and behaviors are the focus of a strategic plan developed and implemented in companies. The profile of goods and services markets shows that well prepared companies are always victorious: the assets of the incompetent are transferred to the assets of the competent ones. Good cost management has its main objective the maximization of profits, which the most striking effectiveness is the natural conquest of leadership in costs. This is the main competitive strategy to lead a company to win more slices of the market and get its permanence assured. As a result, this study sought to analyze the profitability of products. For this purpose, specific objectives were outlined, namely: know the cost of acquisition of products, identify the taxes on purchases; know the contribution margin of each product, identify the business expenses. Used as methodology the exploratory research, qualitative approach, case study and data research. As a result, the products analyzed in the study did not show the expected profitability, far below than was imagined. Keywords: cost management, profitability, profit maximization.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Sistema de recursos da organização ........................................................15 Figura 2: Recursos pessoais de administrados........................................................20

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Divisão dos custos em fixos e variáveis ..................................................26

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Habilidades do administrador.............................................................. 17 Quadro 2: Os dez papéis do administrador .........................................................21 Quadro 3: Tributos sobre o lucro .........................................................................38

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................10

1.1 Tema...............................................................................................................10 1.2 Problema ....................................... .................................................................11 1.3 Ojetivo geral .................................. .................................................................11

1.3.1 Objetivos Específicos ...............................................................................11 1.4 Justificativa .................................. ..................................................................11 1.5 Contexto do ambiente de estágio................ .................................................12 1.6 Organização do trabalho........................ .......................................................13

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................... .................................................14

2.1 Administração.................................. ..............................................................14 2.1.1 Função do administrador..........................................................................16

2.2 Gestão de custos............................... ............................................................22 2.2.1 Classificação dos custos ..........................................................................24

2.3 Despesas ....................................... .................................................................26 2.3.1 Perdas......................................................................................................27 2.3.2 Investimentos ...........................................................................................28 2.3.3 Gastos......................................................................................................28

2.4 Formação do preço de venda ..................... ..................................................29 2.4.1 Aplicação de mark-ups.............................................................................32

2.5 Margem de contribuição ......................... ......................................................34 2.6 Análise: Custos x Volume x Lucro............... ................................................35 2.7 Impostos....................................... ..................................................................37

2.7.1 Tributos federais.......................................................................................39 2.7.2 Tributos estaduais ....................................................................................41 2.7.3 Tributos municipais ..................................................................................42

3 METODOLOGIA ..................................... ..............................................................44

3.1 Tipologia de pesquisa .......................... .........................................................44 3.2 Sujeito de estudo.............................. .............................................................46 3.3 Instrumento de pesquisa ........................ ......................................................47 3.4 Análise e apresentação ......................... ........................................................47 3.5 Limitações da pesquisa ......................... .......................................................47

REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 48

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Tema

No ambiente competitivo em que as empresas estão inseridas atualmente,

verifica-se um crescimento significativo da divulgação sobre a importância de uma

adequada gestão de seus custos, objetivando a manutenção de sua sustentação

competitiva no mercado.

Para ser bem-sucedida nesse aspecto, a empresa deve implantar em seu

ambiente operacional uma tecnologia de gestão compatível com as suas

necessidades gerenciais de controle dos elementos que compõem seus produtos,

de avaliação dos resultados, de análise de margens de contribuição, de tomada de

decisões de mudanças em processos de produção, de análise dos benefícios da

utilização de tecnologias avançadas de produção e de apoio ao planejamento

estratégico da organização. A busca de um sistema de gestão de custos que atenda

a essas necessidades deverá ser empreendida mediante um prévio conhecimento

por parte da empresa sobre as dificuldades com as quais poderá se defrontar neste

percurso.

De acordo com MARTINS (1996) os sistemas de custos precisam sempre

levar em consideração a qualidade do pessoal envolvido em sua alimentação e seu

processamento, a necessidade de informação do usuário final, a adaptação às

condições especificas da empresa, a utilização de quantidades físicas associadas

aos valores monetários e a relação entre sua utilidade ou a de cada informação e o

sacrifício envolvido na sua obtenção. O sistema de custos gera um controle

financeiro efetivo e contribui para a gestão da empresa, desde a avaliação de

estoques até o apoio às decisões.

A gestão de custos, independentemente das técnicas a serem utilizadas,

pode se transformar em fator diferenciador em relação a concorrentes, pares ou

mesmo entre unidades de uma mesma organização. Tornou-se essencial para as

organizações, de um modo amplo, o conhecimento dos seus processos e

comportamento dos custos a eles associados.

O sucesso de uma empresa não depende apenas da implantação de um

sistema de alta tecnologia, para que a empresa torne-se competitiva é necessário

que haja um aprimoramento nos seus processos principalmente o de gestão de

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custos, um bom planejamento, boas estratégias, facilitando a tomada de decisão, ou

seja, o sucesso da competitividade das empresas hoje depende fundamentalmente

da gestão estratégica a qual inclui a contabilidade de custos.

1.2 Problema

Os produtos comercializados pela Empresa X apresentam Lucratividade?

1.3 Objetivo geral

Analisar a lucratividade dos produtos da Empresa X.

1.3.1 Objetivos Específicos

• Conhecer o custo de aquisição dos produtos

• Identificar os impostos incidentes sobre as compras

• Conhecer a margem de contribuição de cada produto

• Identificar as despesas da empresa

1.4 Justificativa

A contabilidade de custos conforme VanDerbeck; Nagy (2003) fornece dados

detalhados sobre custos que a gestão precisa para controlar as operações atuais e

planejar para o futuro, fornece também informações que permitem à gerência alocar

recursos para as áreas mais eficientes e rentáveis da operação.

Com a competição acirrada nos dias de hoje, para obtenção de fatias cada

vez maiores de mercado, procurando conquistar e fidelizar o cliente por meio de

vários processos como campanhas de marketing, busca da excelência no

atendimento, tratando-o praticamente como se ele fosse único, a Gestão de Custos

não passaria despercebida.

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A empresa tem que atender as demandas do mercado, tendo qualidade na

execução dos seus processos produtivos, obedecendo aos prazos de entrega

acertados com os clientes e trabalhar, cada vez mais, voltada para a redução dos

custos, pois é nesse ponto que está um dos diferenciais de uma empresa: produzir

com qualidade, atendendo as demandas do mercado, com um custo menor.

Em um mercado cada vez mais instável, as empresas precisam conhecer

profundamente seu produto ou serviço a fim de obterem vantagens competitivas. E o

custo é parte inerente e essencial deste processo. O cálculo coerente do preço de

venda de um produto reflete a liquidez das organizações nos dias atuais. Para isto,

deve-se prestar atenção à análise de mercado (percepção de valor) e no quanto a

empresa gasta para produzir determinado produto. Investir em análises de custos

superficiais é investir em incertezas e em riscos desnecessários. Do ponto de vista

de cálculo de custos, o primeiro passo é identificar e classificar todos os custos que

a organização possui como mão-de-obra direta e matéria-prima. Uma vez vencida

esta etapa, cabe à empresa comparar a receita vinda de vendas com os cursos

previstos, obtendo, assim, lucratividade.

Assim, entendendo que o estudo sobre os custos é relevante, pois se

pretende analisar a lucratividade dos produtos comercializados pela Empresa X,

visando conhecer o atual lucro ou prejuízo que os produtos demonstram, para

melhorar cada vez mais a lucratividade da empresa. Desta forma, o presente estudo

permitirá que a empresa avalie os produtos e preços praticados e possa identificar

possíveis melhorias e diferenciais buscando vantagem competitiva perante os

concorrentes.

1.5 Contexto do ambiente de estágio

A Empresa X foi fundada em junho de 1999 pelo atual proprietário, o Sr.

Valdir Gustmann, com o objetivo de comercializar produtos de porcelanas, cristais,

vidros, inoxidáveis da linha profissional para gastronomia.

Inicialmente estabelecida na Rua 1101, n° 222 em Ba lneário Camboriu – SC

tornou-se conhecida e durante seis anos permaneceu em um espaço que se tornou

pequeno demais pelo aumento da demanda. Como a empresa não tinha espaço

físico suficiente, o mix de produtos ficou limitado.

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Então, no ano de 2006, a empresa transferiu-se para a Rua 3300, n° 700, em

uma área 15 vezes maior, com maior movimentação, mais visual e de fácil acesso,

aumentando seu mix de produtos, que antes era em torno de 1800 para 6000 itens.

A nova estrutura foi montada numa área total de 2400 m², em um terreno próprio,

permitindo quase que dobrar a exposição e o mix de produtos.

O proprietário tinha por objetivo quando fundou a empresa, envolver toda a

sua família, já que todos tinham na época alguma tendência comercial, ou seja,

gostavam de vender, gerando a idéia de ampliar a loja.

A empresa conta hoje com um total de 22 funcionários internos e mais 4

externos que atendem diversos regiões do estado. Disponibiliza um sistema de

entregas a seus clientes, visando levar a comodidade, prestando um atendimento de

qualidade, agregado a produtos de marcas conceituadas e de qualidade, sempre

com os melhores preços.

1.6 Organização do trabalho

O presente trabalho é constituído por diversos capítulos, além da referência

consultada. O capítulo 1 apresenta o tema em estudo, problema e objetivos,

justificativa, contexto do ambiente de estágio e a organização proposta. O capítulo 2,

aborda a fundamentação teórica da pesquisa, dividida em quatro sub-capítulos que

abordam a administração, a gestão de custos, as despesas, a formação de preços,

margem de contribuição, analises e os impostos. No capítulo 3, é apresentada a

metodologia de pesquisa, onde consta a tipologia da pesquisa, sujeito de estudo,

instrumento de pesquisa, análise e apresentação e as limitações da pesquisa. No

capítulo 4, são apresentados os resultados obtidos através da pesquisa. O capítulo 5

apresenta as considerações finais.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Administração

A administração pode constituir a mais importante inovação do século,

exerce uma forte influência sobre os jovens que estudam em universidades e

faculdades. De acordo com Drucker (2002, p.2) “a administração e os

administradores constituem necessidades especificas de todas as entidades, da

menor a maior. [...] São eles que mantêm sua coesão e a fazem trabalhar”

Na compreensão de Drucker (2002, p.5) sem a organização, não haveria

administração. E sem a administração não seria possível uma organização, apenas

um amontoado de pessoas. A organização em si mesma constitui um órgão da

sociedade e existe para cooperar com as pessoas, com a economia e com a

sociedade, contribuindo com o resultado necessário.

Lacombe e Heilborn (2003, p.13) conceituam organização como “um grupo de

pessoas que se constitui de forma organizada para atingir objetivos comuns”. Os

autores incluem nessa definição: empresas, universidades, hospitais, escolas,

creches, associações culturais, partidos políticos, sindicatos, clubes, condomínios,

cooperativas, famílias, organizações não governamentais, associações de classes

profissionais, corporações militares, associações de moradores de bairro, entre

outros.

A sociedade humana conforme visão de Maximiano (2005) é feita de

organizações que fornecem os meios para atendimento das necessidades dos

indivíduos, como por exemplo: serviços de saúde, água e energia, segurança

pública, controle de poluição, diversão, educação dentre outras.

Objetivos e recursos são as palavras-chaves na definição de administração e também de organização. Uma organização é um sistema de recursos que procura realizar algum tipo de objetivo (ou conjunto de objetivos). Além dos objetivos e recursos, as organizações têm dois outros componentes importantes: processos de transformação e divisão do trabalho (MAXIMIANO, 2005, p.4).

A figura 1 demonstra que a organização é um sistema de recursos que busca

realizar objetivos.

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Figura 1: Sistema de recursos da organização Fonte: Adaptado de Maximiano (2005)

Lacombe e Heilborn (2003) corroboram com Maximiano (2005) ao dizerem

que a organização pode ser entendida como o processo de organizar, ou seja, a

atividade organizadora, ou ainda, como o produto resultante desse processo de

organizar, como a forma que assume toda associação humana para atingir um

objetivo comum.

Chiavenato (2004, p.5) observa que a “ administração se refere à combinação

e aplicação dos recursos organizacionais (humanos, materiais, financeiros,

informação e tecnologia) para alcançar os objetivos e atingir o desempenho”.

Ressalta ainda que a administração movimenta toda a organização em direção ao

seu propósito ou objetivos através da definição das atividades a ser

desempenhadas. Conceitua administração como “o processo de planejar, organizar,

dirigir e controlar a aplicação dos recursos organizacionais para alcançar

determinados objetivos de maneira eficiente e eficaz”.

Organizações bem administradas na concepção de Maximiano (2005) são

importantes por causa do impacto sobre a qualidade de vida na sociedade.

Administradores competentes são recursos sociais fundamentais.

Para Fayol (apud MAXIMIANO, 2005, p.74) a administração é: “uma atividade

comum a todos os empreendimentos humanos (família, negócio, governo), que

sempre exigem algum grau de planejamento, organização, comando, coordenação e

controle”.

Drucker (2002) sugere que a sociedade é composta por organizações. E as

organizações dependem dos administradores, pois são construídas, dirigidas e

mantidas por eles. Toda organização precisa de administradores, que se

encarreguem do trabalho específico de sua administração: planejar, organizar,

ajustar, mensurar e formar o pessoal.

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Resumindo, de acordo com as palavras de Lacombe; Heilborn (2003) a

administração, da mesma forma que todas as áreas do conhecimento humano,

requer permanente aprendizado. O campo é muito vasto, requer conhecimentos

diversificados, o ambiente muda, a ciência e a tecnologia evoluem e os processos

produtivos se alteram e tudo isso requer permanente atualização dos

conhecimentos. A aprendizagem é um processo continuo e permanente para todos

os que desejam posições de alto nível, especialmente num momento de grandes

mudanças.

2.1.1 Função do administrador

Cada realização da administração é realização de um administrador e cada

deficiência é deficiência de um administrador. São pessoas que administram e não

“forças”, nem “fatos”. É o descortínio, a dedicação e integridade dos administradores

que determinam se existe administração ou desadministração (DRUCKER, 2002)

O administrador conforme Chiavenato (2004) fornece direção e rumo às

organizações, proporciona lideranças e define como os recursos devem ser

aplicados para a execução dos objetivos da organização. Atividades essas, se

aplicam ao administrador situado em qualquer nível da organização.

Para alcançar os níveis mais altos da sua organização o administrador

precisa ter uma sólida base, pois nesses níveis é necessário o conhecimento

genérico de todas as funções. Os especialistas estão cada vez mais limitados no

âmbito das organizações e correm riscos maiores de dificuldades de adaptações a

situações novas. Nesse sentido, Lacombe e Heilborn (2003,p.5) descrevem no

quadro a seguir, as habilidades necessárias para o perfil de um bom administrador.

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HABILIDADES NECESSÁRIAS PARA O PERFIL DO ADMINISTRA DOR

HABILIDADE FUNÇÃO

Comunicação e expressão

Estabelecer comunicação interpessoal, expressar-se corretamente nos documentos técnicos específicos e interpretar a realidade das organizações.

Raciocínio lógico, crítico e analítico

Utilizar raciocínio lógico, crítico e analítico, operando com valores e formulações matemáticas e estabelecendo relações formais e causais entre fenômenos. Ser capaz também de interagir criativamente diante dos diferentes contextos organizacionais e sociais.

Visão sistêmica e estratégica

Compreender o todo administrativo, de modo integrado, sistêmico e estratégico, bem como suas relações com o ambiente externo.

Criatividade e iniciativa

Propor e implementar modelos de gestão, inovar e demonstrar um espírito empreendedor.

Negociação

Resolver situações com flexibilidade e adaptabilidade diante de problemas e desafios organizacionais.

Tomada de decisão

Ordenar atividades e programas, decidir entre alternativas e identificar e dimensionar riscos.

Liderança

Selecionar estratégias adequadas de ação, visando a atender interesses interpessoais e institucionais.

Trabalho em equipe

Selecionar procedimentos que privilegiem formas de atuação em prol de objetivos comuns.

Quadro 1: Habilidades do Administrador Fonte : Adaptado de Lacombe e Heilborn (2003)

Ainda se referindo as características do administrador, Araujo (2004, 169),

comenta que:

As funções do gestor foram, num primeiro momento, delimitadas como: planejar, organizar, comandar, coordenar e controlar. No entanto, por ser essa classificação bastante difundida, é comum encontrá-la em diversos

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livros e até mesmo em jornais de forma condensada em quatro categorias: planejar, organizar, liderar e controlar.

Para um melhor entendimento das características citadas, as mesmas serão

brevemente conceituadas:

• Planejar : é a definição do futuro da empresa, relacionado as metas, como

serão alcançadas e quais são seus propósitos e seus objetivos"

(ARAÚJO, 2004). Complementando este conceito, Maximiano (2005) diz

que planejar é uma ferramenta utilizada pelas pessoas e as organizações

para administrar suas relações com o futuro. Sintetizando, planejamento

envolve a determinação no presente do que se espera para o futuro da

organização.

• Organizar : Depois de fixadas as metas, são necessárias que as

atividades sejam delegadas as pessoas e verificado a disponibilização de

recursos pela instituição. De acordo com Araújo (2004) organizar é definir

o que deve se feito, quem fará, como deve ser feito e a quem a pessoa

deve reportar-se, resumindo, envolve tudo o que é preciso para a

realização da tarefa. Para Maximiano (2005) organizar é a

disponibilização de recursos para facilitar a realização de objetivos. O

processo de organizar tem como resultado a divisão de um todo em

partes ordenadas.

• Liderar : envolve influenciar as pessoas para que trabalhem num objetivo

comum. "Meta(s) traçada(s), responsabilidades definidas, será preciso

neste momento uma competência essencial, qual seja, a de influenciar

pessoas de forma que os objetivos planejados sejam alcançados."

(ARAÚJO, 2004, p.170).

Maximiano (2005) em vez de utilizar o termo liderar, define como

executar , e diz que tal processo consiste em realizar as atividades

planejadas, as quais necessitam de energia física e intelectual.

• Controlar : a organização estando planejada, organizada e liderada, é

preciso que haja o acompanhamento das atividades, visando a garantia

de execução do planejado e a correção das possíveis falhas (ARAÚJO,

2004).

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Cada uma das características citadas pode ser conceituada de forma

separada, entretanto, dentro da organização, devem ser executadas em conjunto.

Para Katz (1955 apud CHIAVENATO, 2004, p.19) existem três tipos de

habilidades importantes para o desempenho administrativo bem sucedido, são elas:

a) Habilidades técnicas – estão relacionadas com o fazer, ou seja, com o

trabalho, como processos materiais ou objetos físicos e concretos,

envolve o uso de conhecimento especializado.

b) Habilidades humanas – Relacionam-se com o trabalho com pessoas, e

referem-se ao relacionamento interpessoal e grupal. Envolvendo a

capacidade de comunicar. Motivar, coordenar, liderar e resolver conflitos

pessoais ou grupais.

c) Habilidades conceituais – Envolvem a visão da organização ou da

unidade organizacional com um todo, a facilidade em trabalhar com idéias

e conceitos, teorias e abstrações.Estão relacionadas com o pensar, o

raciocinar, com o diagnóstico das situações e com a reformulação de

alternativas de solução dos problemas (CHIAVENATO, 2004).

Entretanto, de acordo com Chiavenato (2004) essas três habilidades

requerem certas competências pessoais para serem colocadas em ação com êxito.

Competências essas, que são qualidades de quem é capaz de analisar uma

situação, apresentar soluções e resolver assuntos ou problemas. Elas constituem o

maior patrimônio pessoal do administrador, seu capital intelectual e sua maior

riqueza. O administrador para ser bem sucedido precisa desenvolver essas três

competências duráveis: o conhecimento, a perspectiva e a atitude.

• O conhecimento – Comporta o acervo de informações, conceitos, idéias,

experiências e aprendizagem que o administrador possui a respeito de sua

especialidade. Em função das mudanças e inovações, o administrador

precisa constantemente se atualizar e passar por uma reciclagem. O

conhecimento é fundamental, mas não é o suficiente para o sucesso

profissional, precisa ser adicionado a perspectiva e a atitude.

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• A perspectiva – É a capacidade de colocar o conhecimento em ação, em

transformar a teoria em prática, em aplicar o conhecimento na análise das

situações, na solução dos problemas e na condução do negócio. A

perspectiva é a condição social que torna o administrador capaz de

diagnosticar situações e propor soluções criativas e inovadoras.

• A atitude – Significa o comportamento pessoal do administrador diante das

situações no seu dia a dia. Representa o estilo pessoal de fazer as coisas

acontecerem, maneira de liderar, de motivar, de comunicar e de levar as

coisas a diante. Envolve impulso e a determinação de inovar e a convicção

de melhorar, continuamente, o espírito empreendedor. É essa competência

responsável pela transformação do administrador em uma agente de

mudança nas empresas e organizações.

As três competências constituem a santíssima trindade que conduz o

administrador ao sucesso de suas atividades (CHIAVENATO, 2004). Tais

competências somadas às habilidades farão do administrador um profissional bem

sucedido, conforme apresentado na figura 2.

Figura 2: Recursos pessoais de administrados Fonte : Adaptado de Chiavenato (2004)

Mintzberg (apud CHIAVENATO, 2004) identificou em suas pesquisas que as

atividades do administrador podem ser organizadas em dez papéis, podendo ser

divididas em três categorias: interpessoal, informacional e decisorial. Conforme

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Chiavenato (2004), papel é um conjunto de expectativas da organização a respeito

do comportamento de uma pessoa. Sendo que cada papel representa atividades

desenvolvidas pelo administrador.

• Papéis interpessoais – relações com outras pessoas e estão relacionados

com as habilidades humanas;

• Papéis informacionais – descrevem as atividades usadas para manter e

desenvolver uma rede de informações;

• Papéis decisoriais – envolvem todos os eventos e situações nos quais o

administrador deve fazer uma escolha ou opção.

Conforme citado anteriormente, o quadro 2 destaca os 10 papéis do

administrador.

Categoria

Papel Atividade

Representação Assume deveres cerimoniais e simbólicos, representa a organização, acompanha visitante, assina documentos legais.

Liderança Dirige e motiva pessoas, aconselha, orienta e se comunica com os subordinados.

Interpessoal

Ligação Mantém redes de comunicação dentro e fora da organização, usa malotes, telefonemas e reuniões.

Monitoração Manda e recebe informações, lê revistas e relatórios, mantém contatos pessoais.

Disseminação Envia informações para os membros de outras organizações, envia memorando e relatórios, telefonemas e contatos.

Informacional

Porta-voz Transmite informações para pessoas de fora, através de conversas, relatórios e memorandos.

Empreendimento Inicia projetos, identifica novas idéias, assume riscos, delega responsabilidades de idéias para outros.

Decisorial

Resolução de

conflitos

Toma ação corretiva em disputa ou crises, resolve conflitos entre subordinados, adapta o grupo a crises e a mudanças.

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Alocação de

recursos

Decide a quem atribuir recursos. Programa, orça e estabelece prioridades.

Negociação Representa os interesses da organização em negociações com sindicatos, em vendas, compras ou financiamentos.

Quadro 2 : Os dez papéis do administrador Fonte : Adaptado de Chiavenato (2004)

Concluindo, Chiavenato (2004) apregoa que o administrador é o elemento

fundamental para sobrevivência e sucesso das organizações. Ele utiliza o processo

administrativo de planejar, organizar, dirigir e controlar a ação organizacional para

alcançar resultados e fazer o melhor uso possível dos recursos disponíveis. Nesse

sentido, as habilidades do administrador devem ser aprimoradas para que possa

desempenhar todos os papéis dentro da sua organização e obter sucesso

profissional.

2.2 Gestão de custos

No entender de Bórnia (2002) a contabilidade de custos surgiu com o

aparecimento das empresas industriais, com a revolução industrial, visando o

cálculo dos produtos fabricados. Antes disso, os artigos eram produzidos por

artesões, não considerados pessoas jurídicas. Praticamente só as empresas

comerciais utilizavam a contabilidade financeira, basicamente para avaliação do

patrimônio e apuração do resultado do período. Com o crescimento das empresas e

o conseqüente aumento da complexidade do sistema produtivo, constatou-se que as

informações fornecidas pela contabilidade de custos eram potencialmente úteis

como auxilio gerencial. E a partir de então, a contabilidade custos ganhou destaque

dentro das empresas, pois passou a desempenhar um importante papel como

sistema de informações gerenciais.

A atribuição de custos é uma das atividades básicas do sistema de

contabilidade de custos. Melhorar o processo de atribuição de custos tem sido um

dos principais desafios da área de custos nos últimos anos (LINS; SILVA, 2005).

A adequada apuração, a análise, o controle e o gerenciamento dos custos de

produção dos bens e serviços são velhas preocupações dos empresários e gestores

das organizações. Essa constante preocupação dentro do raciocínio de Perez Jr.,

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Oliveira e Costa (1999, p.13) “justifica-se plenamente devido à busca contínua, pelas

empresas, de melhor posicionamento competitivo nas diversas fases da evolução do

ambiente empresarial e da sociedade”.

A conquista de novos mercados motiva o surgimento de novas técnicas

mercadológicas, e a preocupação com os custos faz com que haja sempre a procura

por novas metodologias para apuração, análise e gestão dessa área.

Na compreensão de Lins e Silva (2005) os sistemas de custeio são

desenvolvidos para medir e atribuir custos para objetos de custos. Objeto de custo

pode ser qualquer item, como por exemplo: produtos, clientes, departamentos,

atividades e outros, para os quais os custos são medidas atribuídas.

A contabilidade de custos conforme VanDerbeck; Nagy (2003) fornece dados

detalhados sobre custos que a gestão precisa para controlar as operações atuais e

planejar para o futuro, fornece também informações que permitem à gerência alocar

recursos para as áreas mais eficientes e rentáveis da operação.

De modo geral, os custos podem ser definidos como medidas monetárias dos

compromissos financeiros assumidos por uma organização atingir seus objetivos.

A contabilidade consiste no processo sistemático e ordenado de registrar as

alterações ocorridas no patrimônio de uma entidade, entretanto, dependendo do

usuário e do tipo de informação requerida, a contabilidade nas palavras de Bruni e

Famá (2008) pode assumir diferentes formas, conforme descritas a seguir:

• Contabilidade financeira – condicionada às imposições legais e requisitos

fiscais;

• Contabilidade gerencial – voltada à administração de empresas, não se

condiciona às imposições legais, gera informações úteis para a tomada

de decisões;

• Contabilidade de custos – voltada à análise dos gastos realizados pela

entidade no decorrer de suas operações.

Perez Júnior; Oliveira; Costa (1999, p.16) conceituam custos como “gastos

relativos aos bens e serviços (recursos) consumidos na produção de outros bens e

serviços”.

Os contadores definem custos, conforme assinalam Horngren; Foster; Datar

(2004) com um recurso sacrificado ou renunciado para conseguir um objetivo

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específico. Um custo (como materiais diretos ou publicidade) geralmente é medido

como a quantia monetária que precisa ser paga para adquirir um bem ou serviço.

Um custo real é o custo incorrido (um custo histórico) em comparação a um curso

orçado (previsto).

Os sistemas de custos precisam sempre levar em consideração a qualidade

do pessoal envolvido em sua alimentação e seu processamento, a necessidade de

informação do usuário final, a adaptação às condições especificas da empresa, a

utilização de quantidades físicas associadas aos valores monetários e a relação

entre sua utilidade ou a de cada informação e o sacrifício envolvido na sua obtenção

(MARTINS, 1996).

O sistema de custos gera um controle financeiro efetivo e contribui para a

gestão da empresa, desde a avaliação de estoques até o apoio às decisões.

Dependendo do interesse e da metodologia empregada, diferentes são as

classificações empregadas na contabilidade de custos.

2.2.1 Classificação dos custos

Bruni e Famá (2008) observam que os sistemas, formas e metodologias

aplicados no controle e gestão de custos podem ser classificados em função da

forma de associação dos custos aos produtos elaborados, de acordo com a variação

dos custos em relação ao volume de produtos fabricados, em relação aos controles

exercidos sobre os custos, em relação a alguma situação específica e em função da

análise do comportamento passado.

O custo na visão de Martins (1996, p.25) “é um gasto relativo a bem ou

serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços”.

Em relação à forma de associação dos custos com produtos fabricados, Bruni

e Famá (2008) classificam os custos quanto à aplicabilidade da seguinte forma:

• Diretos ou primários – São custos relativos ao objeto de custo em

particular, e podem ser rastreados para aquele objeto de custo de forma

economicamente viável, ou seja, custo eficaz (HORNGREN; FOSTER;

DATAR, 2004). Lins e Silva (2005, p.7) conceituam os custos diretos

como os “custos que podem ser apropriados diretamente (sem rateio) aos

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produtos, bastando existir uma medida de consumo. Dessa forma, os

custos variam proporcionalmente à quantidade produzida”.

• Indiretos – relativos ao objeto de custo em particular, mas de acordo com

Horngren; Foster; Datar(2004) não podem ser rastreados para aquele

objeto de forma economicamente viável. Por não serem perfeitamente

identificados nos produtos ou serviços, os custos indiretos na visão de

Perez Júnior; Oliveira; Costa (1999), não podem ser apropriados de forma

direta para as unidades específicas, ordens de serviço ou produto. Eles

precisam de critérios de rateio para sua locação. Exemplos: a) mão-de-

obra indireta; materiais indiretos e outros custos indiretos.

• De transformação – É a soma de todos os custos de produção, exceto os

relativos a matérias-primas e outros eventuais adquiridos e empregados

sem nenhuma modificação pela empresa (componentes adquiridos

prontos, embalagens compradas, etc.). Representam estes custos de

transformação o valor do esforço da própria empresa na elaboração de

um determinado item (mão-de-obra, direta e indireta, energia, materiais

de consumo industrial etc.) (MARTINS, 1996).

O comportamento dos custos em relação ao volume permite analisar as

variações nos custos totais e unitários em relação a diferentes volumes de produção.

(BRUNI; FAMÁ, 2008).

Sistemas de custeio registram os custos dos recursos adquiridos e rasteiam

como serão utilizados. Esse registro permite aos administradores observarem como

os cursos se comportam (HORNGREN; FOSTER; DATAR, 2004).

De acordo com Bruni; Famá (2008) e Horngren; Foster; Datar (2004) os

custos podem ser classificados de acordo com o padrão de comportamento em fixos

e variáveis, conforme visualizado no gráfico 1.

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Gráfico 1: Divisão dos custos em fixos e variáveis Fonte : Bórnia (2002)

• Fixos – São custos que permanecem constantes dentro de determinada

capacidade instalada, independem do volume de produção, ou seja, se o

volume de produção alterar para mais ou para menos, não afetará o valor

total do custo. Exemplos: salários da chefia, aluguel, seguros, etc.

(PEREZ JÚNIOR; OLIVEIRA; COSTA, 1999). Lins e Silva (2005)

observam que os custos fixos não variam proporcionalmente ao volume

produzido. São fixos em um intervalo de tempo, dentro de determinada

capacidade de produção.

• Variáveis – Quanto maior a quantidade fabricada, maior seu consumo,

dentro de uma unidade de tempo. O valor do custo com tais materiais

varia de acordo com o volume de produção, logo, materiais diretos são

custos variados (MARTINS, 1996). Conforme Horngren; Foster; Datar

(2004, p.28) “custo variável muda no total em proporção às mudanças no

nível relativo de atividade ou volume total”, ao contrário do custo fixo.

É importante salientar que um item de custo em particular pode ser variável

no que diz respeito a um nível de atividade e fixo no que se refere a outro.

2.3 Despesas

São gastos relacionados aos bens e serviços consumidos no processo de

geração de receitas e manutenção dos negócios da empresa. Todas as despesas

estão diretamente ou indiretamente associadas à realização de receitas. As

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empresas tem despesas para gerar receitas e não para produzir bens e serviços

(PEREZ JÚNIOR; OLIVEIRA; COSTA, 1999).

Martins (1996) corrobora com tal pensamento quando entende como despesa

os bens ou serviços consumidos direta ou indiretamente para a obtenção de

receitas. Ele cita como exemplo (p.26) a comissão de um vendedor, que é um gasto

e torna-se imediatamente uma despesa.

Bornia (2002, p.40) conceitua despesa como “valor dos insumos consumidos

com o funcionamento da empresa e não identificados com a fabricação”. De acordo

com o autor, as despesas estão relacionadas com a administração geral da

empresa, podendo ser administrativa, comercial e financeira.

Lins e Silva (2005) ressaltam que todo produto vendido e todo serviço

prestado gera despesa, as quais costuma-se chamar de custo de produto vendido,

fazendo dessa forma aparecer na demonstração de resultados.

2.3.1 Perdas

São gastos anormais ou involuntários que não geram um novo bem ou

serviço, nem receitas, e são apropriados diretamente no resultado do período em

que ocorrem (MARTINS, 1996).

Para Perez Júnior; Oliveira; Costa (1999) as perdas não mantêm relação com

a operação da empresa e geralmente ocorrem de fatos não previstos, como por

exemplo:

• vazamento de materiais liquido ou gasosos;

• material com prazo de validade vencido;

• gastos incorridos em períodos de paralisação de produção devido à falta

de insumos;

• problemas com equipamentos, greves, inundações, sinistros, etc.

Martins (1996) ressalta que as perdas não podem ser confundidas com a

despesa, nem com o custo, devido a sua característica de anormalidade e

involuntariedade, pois não é um sacrifício feito com a intenção de receita.

Pensamento este, confirmado por Lins e Silva (2005, p.6) quando afirmam que

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perda “é definida pela literatura como um bem ou serviço consumido de maneira

anormal e involuntária”.

2.3.2 Investimentos

Martins (1996, p.25) conceitua investimento como um “gasto ativado em

função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a futuro(s) período(s)”. O autor

comenta também que todos os sacrifícios ocorridos devido a aquisição de bens ou

serviços (gastos) que são ‘estocados’ nos ativos da empresa para baixa ou

amortização quando da sua venda, do seu consumo, de seu desaparecimento ou de

sua desvalorização são especificamente chamados de investimentos.

Para Lins e Silva (2005, p.4) investimentos são “recursos obtidos pela

empresa que podem tanto servir à estrutura empresarial, como ser usados no

processo de transformação de bens manufaturados”. Bórnia (2002) complementa

que o investimento é o valor dos insumos adquiridos pela empresa não utilizados no

período, mas que poderão ser empregados em períodos futuros.

Resumindo, todos os recursos consumidos na aquisição de bens ou serviços

são investimentos incorporados ao patrimônio da empresa.

2.3.3 Gastos

Os gastos ocorrem a todo o momento e em qualquer setor de uma empresa.

Gasto é o valor dos insumos adquiridos pela empresa, independentemente de terem sido utilizados ou não. Não é sinônimo de desembolso, que é o ato do pagamento e que pode ocorrer em momento diferente do gasto. Por exemplo, se for efetuada uma compra de material com 60 dias de prazo para o pagamento, o gasto ocorre imediatamente, mas o desembolso ocorrerá dois meses depois (BÓRNIA, 2002, p.30)

O gasto, dentro do raciocínio de Perez Júnior; Oliveira; Costa (1999) não

pode ser confundido com desembolso, pois o gasto é a consumação, ou seja, são os

bens e serviços obtidos por meio do desembolso imediato ou futuro, como por

exemplo:

• matéria-prima consumida no processo produtivo;

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• material de expediente consumido no processo administrativo;

• serviços de frete consumidos no processo de venda;

• energia elétrica consumida na área industrial.

Dependendo da aplicação, o gasto poderá ser classificado em custos,

despesas, perdas ou desperdícios.

Martins (1996, p.25) acrescenta que o gasto é visto como “o sacrifício

financeiro que a entidade arca para obtenção de um produto ou serviço qualquer,

que pode ser representado por entrega ou promessa de entrega e ativos

(normalmente dinheiro)”.

Conclui-se então que gasto é todo dispêndio financeiro, todo sacrifício que

uma entidade arca para a aquisição de um bem ou serviço. Dentre os conceitos de

gastos, cita-se alguns exemplos como: aquisição de máquinas, equipamentos,

veículos, móveis, ferramentas, etc. Um gasto pode se transformar num investimento

que, posteriormente, se torna um custo e uma despesa.

2.4 Formação do preço de venda

O preço de venda é o valor que deverá cobrir o custo direto da

mercadoria/produto/serviço, os custos variáveis e os custos fixos, conforme já visto

anteriormente.

Em sua obra, Bruni e Famá (2008) trabalham separadamente os aspectos

quantitativos e qualitativos da formação de preços. Dentro dos aspectos

quantitativos os principais objetivos do processo de formação do preço são:

a) proporcionar, a longo prazo, o maior lucro possível – a empresa em busca

de sua perpetuação;

b) permitir a maximização lucrativa da participação de mercado – Além do

faturamento, aumentar também os lucros das vendas;

c) maximizar a capacidade produtiva, evitando ociosidade e desperdícios

operacionais – os preços devem considerar a capacidade de atendimento

aos clientes, pois preços baixos podem elevar as vendas, mas pode não

atender a qualidade na manutenção dos clientes ou o prazo de entrega, e

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os preços elevados podem reduzir as vendas, ocasionando ociosidade na

estrutura de produção e pessoal;

d) maximizar o capital empregado para perpetuar os negócios de modo

auto-sustentado – o retorno do capital ocorre por meio dos lucros

auferidos ao longo do tempo.

Para a definição dos preços, os processos podem basear-se nos custos, no

consumidor ou na concorrência, pois o preço de qualquer produto será limitado pelo

mercado, ou seja, pelo valor atribuído pelos clientes.

Hoji (2006) entende que qualquer que seja a abordagem de fixação do preço

de venda, dentro das estratégias e políticas estabelecidas, as empresas analisam

diversos aspectos para maximizar o lucro, tais como análise da elasticidade do

preço, aspectos mercadológicos, função social do produto, dentre outros. Pois,

muitos produtos lançados no mercado após sucessivos testes mercadológicos e

análises econômico-financeiras favoráveis não atendem a expectativa inicial, em

função de muitas variáveis não consideradas adequadamente ou impossível de ser

prevista na época do estudo de viabilidade.

Em relação aos aspectos qualitativos, Bruni e Famá (2008) sublinham que os

mesmos compreendem as atividades relacionadas ao processo de criação de valor,

normalmente apresentados nos textos de marketing, observam ainda, que falar em

preço, é ao mesmo tempo, analisar custos e estimar fatores intrínsecos do mercado,

onde o produto será ofertado.

A tarefa de determinar os preços de vendas é influenciada por diversos

fatores, relativos aos custos ou aos valores percebidos. Alguns dos principais fatores

são citados por Bruni e Famá (2008) a seguir:

a) capacidade e disponibilidade de pagar do consumidor – análise do poder

de compra e a forma como o cliente deseja ou pode pagar;

b) qualidade/tecnologia do produto em relação às necessidades do mercado

consumidor – definição do mercado de atuação e desenvolvimento de

produtos ideais para os clientes certos;

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c) existência de produtos substitutos a preços mais vantajosos – preços

elevados podem incentivar o surgimento ou ampliação de concorrência

com preços melhores e produtos similares;

d) demanda esperada do produto – planejamento das vendas futuras do

produto;

e) níveis de produção e/ou vendas em que se pretende ou que se pode pode

operar – o volume de produção e vendas é fundamental para a

determinação de custos e preços previstos;

f) mercado de atuação do produto – quanto mais pulverizado o mercado,

menor a capacidade das empresas de fixar os preços;

g) controle de preços impostos por órgãos governamentais – com controle

mais rígidos, menor a flexibilização de fixação de preços pelas empresas;

h) custos e despesas de fabricar, administrar e comercializar o produto – è

preciso conhecer os custos e as despesas e distinguir entre gastos

indiretos e fixos;

i) ganhos e perdas de gerir o produto - gastos associados a investimentos

de natureza permanente ou em capital de giro, incluindo o custo de

oportunidade dos recursos empregados nas operações.

Em relação aos fatores listados acima, Perez Júnior; Oliveira; Costa (1999)

esclarecem que o grau de influência de cada um oscila ao longo do tempo, como:

• Concorrência – nos mercados onde há várias empresas oferecendo

produtos semelhantes, a tendência do preço é ser menor;

• Clientes – ao estabelecer ou alterar o preço, as empresas se preocupam

com as reações dos clientes, pois eles podem diminuir ou parar de

consumir, ou ainda buscar um produto similar por preço melhor;

• Gastos – para produzir um produto, as empresas incorrem em uma série

de gastos, mas esperam recuperar todos os gastos e obter lucro;

• Governo – pode ter um influencia muito forte na formação dos preços dos

produtos e serviços, ou mesmo determinar o preço do produto (subsídio,

incentivos fiscais, criação ou ampliação de tributos, dentre outros).

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São inúmeras as variáveis que podem afetar os preços, dificultando a

identificação e a quantificação de cada uma.

Lins e Silva (2005) corroboram com os autores citados acima, e

complementam que dentre os fatores que afetam o preço estão a natureza do ramo

de atividades da empresa, o grau de concorrência entre os ramos de atividades, as

características do produto, as condições econômicas locais, nacionais e mundiais e

as políticas governamentais.

A determinação do preço dos produtos e serviços é um processo que requer

variáveis diferentes. O custo é apenas uma delas, porém muito significativo. (LINS;

SILVA, 2005).

Os preços de vendas são formados pelo mercado, nesse sentido, Assef

(1999) diz que a probabilidade da empresa fixar os preços de acordo com a margem

pretendida é irrisória. Pois, se isso fosse feito, a empresa perderia vendas e

participação no mercado, exceto em mercados monopolistas.

A determinação do preço de venda é uma questão fundamental para a empresa. Se ela praticar um preço muito alto inibirá a venda, e se o preço for muito baixo poderá não cobrir os custos e despesas. Os resultados econômicos e financeiros favoráveis dependem de um preço de venda adequado. No mercado globalizado, em muitos ramos de negócios, os preços são impostos pelo mercado, e as empresas precisam se ajustar para acompanhar os preços internacionais (HOJI, 2006, p.320).

Por mais impositivo que seja o preço do mercado, a empresa não deve

vender um produto que gera retorno negativo ao longo do tempo, a não ser que

tenha objetivos estratégicos ou outras vantagens e interesses.

2.4.1 Aplicação de mark-ups

Para se chegar ao preço a ser praticado, geralmente pode ser aplicado o

mark-up (marca acima), índice que, ao ser aplicado sobre os gastos de um

determinado bem ou serviço, permite obter o preço de venda.

Cogan (c1999) apregoa que esse índice é tal que cobre os impostos e taxas

aplicadas sobre as vendas, as despesas administrativas, as despesas fixas, custos

indiretos fixos de fabricação e o lucro.

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O mark-up indica o quanto do preço do produto está acima do seu custo de

produção e distribuição. Pode ser expresso como uma quantia fixada ou como

percentual. O valor representa a quantia efetiva cobrada sobre o produto a fim de

obter o preço de venda. É o percentual do Preço de Venda que paga todas as

contas, que só existem quando ocorre a Venda de um Produto ou Serviço. Tem-se

como exemplo destas contas: Impostos, Comissão, Encargos Financeiros sobre

desconto de Títulos ou Duplicatas, etc., incluindo-se também nestas contas o Lucro

(BRUNI; FAMÁ, 2008; COGAN, c1999).

Para calcular a taxa de marcação deve-se incluir tudo o que se pretende

cobrar no preço de venda, exceto o próprio custo de fabricação do produto,

lembrando que os itens a serem incluídos devem ser apresentados em percentuais

em relação ao próprio preço de venda (RIBEIRO, 2009)

De acordo com BRUNI; FAMÁ (2008, p.282) a formula do Mark-up é:

Multiplicador: Mark-up = Preço de Venda ou Mark-up = 1 ________________ ______________________ Custo Variável 1 – Soma taxas Percentuais

Divisor: Mark-up = Custo Variável ou Mark-up = 1 – Soma taxas Percentuais ________________ Preço de Venda

O administrador ao calcular o preço de venda da mercadoria através da

fórmula do mark up, saberá que dentro do seu preço de venda estarão incluídos

todos os gastos de sua empresa como também a margem de lucro desejada.

Conforme o tipo de custos e despesas, se variáveis ou fixos, o markup terá

percentuais diferentes.

De modo geral, o preço de venda deverá ter o valor suficiente para a quitação

dos compromissos da empresa, incluindo o custo de reposição do estoque, o custo

financeiro de estocagem, os impostos, as comissões e ainda contribuir para geração

de recursos para o pagamento despesas que não estão ligadas ao preço de venda e

aquilo que o empresário julga o mais importante, que é o tão desejado e sonhado o

lucro.

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Sintetizando, o preço ideal de venda é aquele que cobre os custos do produto

ou serviço e ainda proporciona o retorno desejado pela empresa, pois num mercado

competitivo, os preços são formados pela lei da oferta e procura.

2.5 Margem de contribuição

A margem de contribuição de um produto, mercadoria ou serviço é a

diferença entre o valor das vendas e os custos variáveis. Através dela, pode-se

avaliar o quanto cada venda contribui para pagar os custos fixos da empresa.

No entender de Martins (1996, p.195) a margem de contribuição por unidade

é “a diferença entre a receita e o custo variável de cada produto; é o valor que cada

unidade traz efetivamente à empresa de sobra entre sua receita e o custo que de

fato provocou e lhe pode ser imputado sem erro”.

Lins e Silva (2005) concordam com Martins ao afirmar que a margem de

contribuição é a diferença entre a receita e a soma dos custos e despesas variáveis,

objetiva tornar mais visível a potencialidade de cada produto, mostrando como cada

uma contribui de modo efetivo para, primeiro, amortizar os gastos fixos e, depois

gerar o lucro propriamente dito.

Diante dos dois conceitos, pode-se dizer que a fórmula para se chegar a

margem de contribuição é a seguinte:

Vendas – Custos Variáveis = Margem de Contribuição

Assef (1999) sugere que a empresa deve conhecer a margem de contribuição

de seus produtos isoladamente, ponderando-as pelos pesos respectivos no

faturamento total, identificando assim a margem média geral.

As margens de contribuição não devem ser o único fator decisório sobre [as] políticas comerciais, mas sim consideradas num conjunto de fatores, que incluem os volumes comercializados, o capital de giro demandado ou originado por cada um e os reflexos nos demais produtos da empresa (ASSEF, 1999, p.36).

Baseada num preço de mercado, sem ajustes, a empresa como um todo

calcula sua margem de contribuição final, dividindo a margem de contribuição por

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unidade (centros de custo ou de lucro), em proporção aos custos variáveis

individuais (BERNARDI, 2004).

A margem de contribuição (MC) na compreensão de Hoji (2006) é o valor

resultante das vendas (líquidas de impostos) deduzidas dos custos e despesas

variáveis. O autor diz que uma vez apurada a margem de contribuição unitária

(MCU), que é a margem de contribuição relativas a uma unidade do produto, basta

multiplicá-la pela quantidade total de produção e vendas.

Perez Júnior; Oliveira; Costa (1999) advogam que a margem de contribuição

é um conceito de extrema importância para o custeio variável e para a tomada de

decisões gerenciais. Em termos de produto, a margem de contribuição é a diferença

entre o preço de venda e a soma dos custos e despesas variáveis. Entendem a

margem de contribuição como a parcela do preço de venda que ultrapassa os custos

e despesas variáveis e que contribuirá para a absorção dos custos fixos e, ainda,

para a formação do lucro.

2.6 Análise: Custos x Volume x Lucro

A análise da relação custo – volume - lucro tem a finalidade de calcular o

ponto de equilíbrio, isto é, o ponto em que as receitas de vendas se igualam com a

soma dos custos e despesas e o lucro é nulo.

Para Lins e Silva (2005, p.110) o ponto de equilíbrio também pode ser

chamado de “ponto de ruptura, e significa o nível de volume no qual as receitas se

igualam as despesas totais, sendo que a empresa não tem lucro, nem prejuízo

quando as vendas são iguais ao volume de ponto de equilíbrio”. A margem de

contribuição pode ser utilizada para determinação do ponto de equilíbrio.

O ponto de equilíbrio operacional (PEO) no entender de Assef (1999)

identifica o nível mínimo de receitas necessário para o cumprimento dos custos fixos

e variáveis. Neste nível a empresa não estará lucrando um centavo, pois as receitas

se igualam ao custo total, ou seja:

CT = CF = CV

Onde: CT = Custo Total CF = Custo Fixo CV = Custo variável

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Bernardi (2004) concebe o ponto de equilíbrio como o volume calculado em

que as receitas totais de uma empresa se igualam aos custos e despesas totais,

com lucro igual a zero.

No ponto de equilíbrio (PE) conforme alerta Hoji (2006), a empresa está

produzindo (e vendendo) a quantidade de produtos suficiente para cobrir, além dos

custos e despesas variáveis, os custos e despesas fixos, ou seja, os custos totais.

A empresa para atingir seus objetivos, incorre em custos e despesas. Ela

precisa preocupar-se continuamente com a manutenção da eficiência e da

produtividade em padrões bons, ou seja, operar com custos e despesas em níveis

aceitáveis e compatíveis, sem perda da qualidade.

De acordo com a linha de pensamento de Bernardi (2004) todos os custos e

despesas são passiveis de redução de valores absolutos ou valores relativos, porém

não de forma indefinida. Os funcionários da empresa devem estar ou ser motivados

e capacitados para constantemente buscar as melhores soluções, econômicas e

mais eficientes.

Para que essas reduções ocorram, Bernardi (2004) relata alguns itens

necessários para a empresa:

• Criação de um clima de eficiência e produtividade;

• Incentivos e motivação de toda a equipe na busca constante de soluções

melhores;

• Que estimule uma política continua de: melhorias; redução de custo e

reduções de despesa;

• Criação de condições de implantação e controle de processos.

A metodologia de formulação de preços somente forma o preço. No entanto, preços competitivos têm relação estreita com custos e despesas competitivos, que, por sua vez, são propiciados pela integração harmônica de atividades, sendo o lucro a resultante da melhor combinação de todos os fatores (BERNARDI, 2004, p.87-88).

De acordo com Bruni e Famá (2008) uma das principais funções da

contabilidade de custos consiste em gerar subsídios para a tomada de decisões.

Nesse sentido, a identificação e a distinção de gastos conforme sua variabilidade em

variáveis e fixos torna-se muito mais importante do que a mera separação entre

custos e despesas, por exemplo. Pois, a relação entre custos fixos e variáveis

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consiste em importante etapa na análise de formação de preços e projeção de lucros

obtidos a diversos níveis possíveis de produção e vendas.

O Planejamento do lucro exige uma compreensão das características dos

custos e de seu comportamento nos diferentes níveis operacionais. Diante desse

cenário, a empresa que não observar com cuidado o dimensionamento dos seus

recursos, gerando ociosidade e despesas em nível elevado, sem controle dos

aspectos vitais, pensando apenas no preço, estará com seus dias contados.

2.7 Impostos

Os impostos incidem sobre o faturamento ou resultados da empresa e, não

tem vinculação qualquer com a folha de pagamento. Com exceção do PIS

(Programa de Ação Social), que incide tanto sobre o faturamento, na maioria das

atividades produtivas e sobre a folha de salários naquelas consideradas sem fins

lucrativos. De outro modo, os encargos trabalhistas incidem sobre o valor das

remunerações ou sobre outras diferentes bases do faturamento (ASSEF, 1999).

Por serem relevantes e se constituírem num pesado encargo para a empresa,

os impostos devem ser cuidadosamente avaliados e considerados corretamente nos

preços (BERNARDI, 2004).

No Brasil, um dos principais aspectos a serem analisados na formação de custos e no processo de fixação de preços consiste na análise dos impostos incidentes nas operações de elaboração e venda. Os tributos não são incorporados nos custos contábeis dos produtos, por isso devem ser analisados e contemplados com cuidado na formação dos preços (BRUNI; FAMÁ, 2002, p.290).

Bernardi (2004) ressalta que é apropriado tratar o assunto “impostos” nas

condições mais usuais, tendo em vista a variedade de situações específicas,

alíquotas e particularidades regionais, as mudanças constantes na legislação, entre

outros. O autor comenta que embora possa haver mudanças de alíquotas, criação e

extinção de impostos (CPMF), estudos (IVA – imposto sobre Valor Agregado),

consolidação na legislação de impostos regionais, os cálculos basicamente são

mantidos, ajustados a possíveis situações, de forma que a essência e o conceito de

inclusão dos mesmos nos cálculos permanecem válidos.

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Para estudar os custos e os preços, conforme Bruni e Famá (2008) a análise

de tributos deve começar com a distinção entre os cumulativos (não permitem a

dedução posterior do desembolso com o tributo) e não cumulativos (que permitem o

aproveitamento posterior do imposto pago, não devendo ser incorporado ao preço

dos produtos.

No Brasil os dois principais impostos não cumulativos correspondem ao

imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e ao imposto dos

Produtos Industrializados (IPI). Entre os principais tipos cumulativos, cita-se o

Imposto sobre Serviços (ISS); a contribuição para o Financiamento da Seguridade

Social (COFINS); o Programa de Integração Social (PIS); e o Imposto de Renda

Pessoa Jurídica (IRPJ) (BRUNI; FAMÁ, 2008).

Além dos tributos previstos na legislação tributária que incidem sobre o seu

faturamento, como PIS, COFINS e ISS, que são comuns a todas as empresas

prestadoras de serviços, essas empresas ainda pagam impostos e contribuições

sobre o Lucro. Para esse fim, as empresas podem optar por uma das duas

modalidades previstas na Lei, ou seja, Lucro Presumido ou Lucro Real, conforme

quadro 3.

Lucro Definição Alíquota

Presumido

Forma de tributação; Usa como base de cálculo do imposto, o valor apurado mediante a aplicação de um determinado percentual sobre a receita bruta.

Representa uma modalidade de apuração de 2 tributos: IRPJ e CSLL, pagos trimestralmente.

A opção pelo Lucro Presumido é vantajosa para as empresas cujo Lucro (Receitas (-) Despesas) é igual ou superior a 32%. Quando a margem de lucro é inferior a 32% é mais vantajoso optar pelo pagamento dos tributos acima com base no Lucro Real.

As alíquotas dos tributos são aplicadas sobre um lucro que se presume, que constitui a base de cálculo do IRPJ e da CSLL. Para as empresas de prestação de serviços, de modo geral, a base de cálculo do Lucro Presumido é de 32% do faturamento mensal.

• IRPJ: 15% para faturamento trimestral até R$ 187.500,00;

• IRPJ: 25% sobre a parcela do faturamento trimestral superior a R$ 187.500,00;

• CSLL: 9% sobre

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qualquer valor de faturamento.

Real

Significa o próprio lucro tributável, para fins legislativos do imposto de renda, distinto do lucro líquido apurado contabilmente. Implica a confrontação das receitas e gastos comprovados por documentação hábil, idônea e aceita pelo fisco. A conta de subtração de receitas menos gastos aceitos pelo fisco resulta no lucro real. Sobre o lucro real incidem Imposto de renda e contribuição Social. Essa opção deve ser adotada quando o Lucro efetivo (Receitas menos Despesas comprovadas) é inferior a 32% do Faturamento do período e pode ser apurado trimestral ou anualmente. Os tributos variam de 24% (9% + 15%) a 34% (9% + 25%), aplicados sobre o Lucro e não sobre o faturamento.

As alíquotas dos tributos para cálculo do IRPJ e da CSLL nessa modalidade são:

• IRPJ: 15% para Lucro até R$ 20.000,00/mês;

• IRPJ: 25% para Lucro acima R$ 20.000,00/mês;

• CSLL: 9% sobre qualquer Lucro apurado.

Quadro 3 : Tributos sobre o lucro Fonte : Adaptado de Bruni; Famá (2008)

De forma resumida, observa-se que o lucro Real se refere os impostos

calculados com base no lucro real da empresa, apurado, considerando-se todas as

receitas, menos todos os custos e despesas da empresa, de acordo com o

regulamento do imposto de renda e, o no lucro Presumido, os impostos são

calculados com base num percentual estabelecido sobre o valor das vendas

realizadas, independentemente da apuração do lucro.

No próximo item serão apresentados os principais tributos existentes no

Brasil, baseados nos conceitos de Bruni; Famá (2002; 2008) e Bernardi (2004)

2.7.1 Tributos federais

• Imposto sobre produtos industrializados - É um imposto cobrado com base

na industrialização dos produtos, considerando esta, como a operação que

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modifica a natureza, o funcionamento, a apresentação ou a finalidade do

produto, além de aperfeiçoá-lo para o consumo.

Alíquotas – Variáveis em função da classificação dos produtos

Incidência – Indústria, sobre o preço de venta total (imposto externo)

Norma – Decreto n.2.637, de 25 de junho de 1998.

• Programa de integração social (PIS) – Instituído com base na Medida

Provisória n. 1.249, de 14 de dezembro de 1995. É um contribuição cobrada

sobre o faturamento, sobre a mercadoria sem o IPI. O valor do tributo é obtido

mediante a aplicação de alíquota de 0,65% sobre a receita bruta mensal,

excluída do IPI. As entidades sem fins lucrativos devem recolher PIS com

base na folha de salários mensal, empregando uma alíquota igual a 1%. O

PIS não gera créditos, existindo, porém, isenção no caso de exportações.

Alíquotas - 0,65% a 1%

Incidência: Industria, comércio e serviços

Normas – Lei Complementar n.07/70 e Lei n. 9.718, de 27 de novembro de

1998.

• Contribuição para financiamento da seguridade social (COFINS) – É uma

contribuição cobrada sobre o faturamento. Todas as empresas,

independentemente do porte, estão sujeitas ao COFINS. Não gera crédito e

existe a isenção nas vendas referentes a exportação.

Alíquota - 3%

Incidência – Indústria, comércio e serviços.

Normas – Lei Complementar n.70, de dezembro de 1991, e Lei n. 9.718, de

27 de novembro de 1998.

• Imposto de Renda (IR) - Calculado sobre o lucro real, ou seja, sobre o lucro

contábil, ajustado por parâmetros fiscais, adições e exclusões.

Normas – Decreto n. 3.000, de 26 de março de 1999.

Alíquotas – variáveis, sendo a básica de 15% com adicionais, dependendo da

faixa de lucro real atingida, estipulada pelo Fisco. As diferentes possibilidades

do lucro podem ser representadas por: a) lucro presumido; b)Lucro arbitrado

e; c) lucro real.

• Contribuição Social sobre o Lucro (CSLL) – Tem como fato gerador a receita

bruta ou lucro liquido auferido pela empresa. É calculada sobre o lucro do

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Imposto de Renda e considerada despesa dedutível do IRPJ para efeito de

tributação.

Alíquota – 9% do lucro após a própria contribuição, ou 8,257% do lucro

ajustado especificamente (base de cálculo)

Normas – Lei n. 9.430, de 27 de dezembro de 1996, e Lei n. 9.718, de 27 de

dezembro de 1998.

Algumas atividades prestadoras de serviços, definidas pela Legislação,

devem a cada fatura descontar um percentual de Imposto de Renda para ser

retido na fonte. Os percentuais variam conforme determinação da Receita

Federal em listagem de serviços específicos e são compensáveis com o IR

devido sobre os resultados.

• Sistema Simples – Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e

Contribuição das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (EPP) na

Esfera Federal, pode ser ou não integrado aos Estados e Municípios, desde

que haja convênio. Unifica a cobrança do Imposto de Renda Pessoa Jurídica,

o PIS, o COFINS, o IPI, a Contribuição Social sobre o Lucro, bem como as

contribuições previdenciárias (parte do empregador). O tributo incide sobre a

renda bruta mensal das empresas (resultado de bens ou serviços)

descontada das vendas canceladas e descontos incondicionais concedidos.

Para empresas industriais, sujeitas ao IPI, deve ser acrescentado para todas

as faixas o percentual de 0,5% para cobertura dos impostos.

Alíquota – 3 a 8,6% do faturamento

Aplicabilidade gradativa – de R$ 60,000 a R$ 1.2000.000/período de

faturamento.

Normas – Lei n. 9.317/96

2.7.2 Tributos estaduais

• Imposto sobre circulação de mercadorias e serviços (ICMS) – Cobrado sobre

a circulação de mercadorias e alguns serviços classificados (fretes). Cada

Estado possui sua legislação própria, embora na concepção do produto não

se devam encontrar muitas variações.

Possui como fatos geradores:

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a) A venda de mercadorias de estabelecimento comercial, industrial ou

produtor;

b) A entrada em estabelecimento comercial, industrial ou produtor de

mercadoria importada do exterior;

c) O fornecimento de alimentação, bebidas e outras mercadorias em

restaurantes, bares e outros estabelecimentos similares;

d) A prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de

comunicações;

e) A entrada de bens do ativo imobilizado, oriundos de outros Estados ou

Distrito Federal e que sejam utilizados na atividade produtiva;

f) A entrada de bens de consumo, a partir de janeiro de 2000 (para alguns

Estados, a partir de 1999)

Incidência – Indústria, comércio e alguns serviços específicos. Ocorre sobre o

preço de venda, cobrado “por dentro”, ou seja, no preço de venda do produto

(base de cálculo), já se encontra embutido o valor do ICMS incidente.

Norma – Decreto n. 45,490, de 30 de janeiro de 2000.

O ICMS é um imposto proporcional, com alíquotas diferenciadas de

acordo com o tipo de mercadoria ou serviço e com os destinos das

operações.

2.7.3 Tributos municipais

• Imposto sobre serviços (ISS) - cobrado sobre os serviços prestados, conforme

determinam as Prefeituras Municipais.

Aliquotas:variáveis conforme classificação de atividades, podendo variar de

município para município, geralmente iguais a 5%.

Incidência – Prestadores de serviços

Normas – Decreto n. 22.470, de julho de 1996 e Leis posteriores.

Para evitar problemas decorrentes de guerra fiscal entre os municípios,

defende-se a idéia de o ISS deve ser pago no local onde o serviço foi

prestado, independentemente da origem da empresa. O ISS não gera direito

a crédito fiscal e é calculado por fora.

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Concluindo a apresentação dos tributos, é importante ressaltar que foram

descritos de forma genérica e nas formas mais usuais, lembrando que existe

particularidades regionais, do ramo de atividades, isenções e até algumas

características das atividades.

É importante que cada empresa ao formar o preço de seus produtos ou

serviços, avalie sua situação específica e a cadeia de incidências, no que diz

respeito aos tributos sobre as vendas e os lucros, para então estruturá-los

corretamente nos cálculos.

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3 METODOLOGIA

A palavra “Método” tem sua origem na união dos termos gregos: meta

(através, por meio de) e hodos (caminho), originando a expressão methodos, ou

seja, trata-se do caminho pelo qual se chegará a um determinado fim.

Segundo Goldenberg (1999), método é o caminho e organização e logia

significa o estudo sistemático, envolvendo a atividade investigativa. Neste sentido,

metodologia, pode ser entendida como o caminho a ser utilizado na obtenção dos

dados com os quais se desenvolverão os raciocínios posteriores.

O método consiste na escolha do procedimento para descrever e explicar

determinados fenômenos. Estes procedimentos se assemelham aos utilizados nos

métodos científicos que, com base em teorias já existentes, procuram delimitar um

problema, realizar observações e interpretá-las, fundamentadas nas relações

encontradas. (Richardson, 1999).

3.1 Tipologia de pesquisa

O enfoque deste estudo é o desenvolvimento de uma pesquisa exploratória

realizada com os produtos da Empresa X. O caminho escolhido para atingir-se o

objetivo é a elaboração de uma pesquisa exploratória, descritiva, de modo

qualitativo.

Gil (2002, p. 17) considera a pesquisa como "procedimento racional e

sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são

propostos". Compartilham desta mesma idéia Lakatos e Marconi (2001), que a

definem como a procura de respostas e solução de problemas para questões

propostas, através da utilização de métodos científicos.

Ainda de acordo com Gil (2002), a pesquisa exploratória visa proporcionar

maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo explícito ou a construir

hipóteses, tendo como objetivo principal o aprimoramento de idéias ou a descoberta

de intuições.

Neste sentido, Martins (2002, p.23-24) cita que a pesquisa exploratória é

recomendada quando:

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Se tem pouco conhecimento do assunto. É uma abordagem adotada para a busca de maiores informações sobre determinado assunto de estudo. Possui um planejamento flexível para possibilitar a consideração dos mais diversos aspectos de um problema.

Portanto, a pesquisa exploratória é usada para definir um problema com

maior precisão, identificando dados relevantes antes que se desenvolva uma

abordagem. Como o próprio nome alude, procura explorar um problema para

fornecer critérios e compreensão.

Partindo para a abordagem, a presente pesquisa se caracterizada como

descritiva em função da finalidade de conhecer e interpretar os fatos, sem neles

interferir, interessando-se em observar os fenômenos, descrevendo, classificando e

interpretando-os.

Segundo Vergara (2000, p. 47) a pesquisa descritiva exibe as características

de determinada população ou fenômeno, estabelece correlações entre variáveis e

define sua natureza. "Não têm o compromisso de explicar os fenômenos que

descreve, embora sirva de base para tal explicação".

Por outro lado, a pesquisa descritiva pode assemelhar-se à pesquisa

exploratória, indo além de simples identificação da existência de relações entre

variáveis, buscando determinar a origem dessa relação, que para Gil (1991, p. 46)

pode-se definir como: "embora definidas como descritivas a partir de seus objetivos

acabam servindo mais para proporcionar uma nova visão do problema, o que as

aproxima das pesquisas exploratórias".

A pesquisa em questão pode ser considerada uma pesquisa descritiva, na

medida em que descreverá a lucratividade dos produtos da Empresa X. Quanto a

sua forma, a presente pesquisa se caracteriza como qualitativa, que de acordo com

Malhotra (2001), é um método de pesquisa exploratório, baseado em pequenas

amostras e que proporciona compreensão do contexto do problema.

De acordo com Roesch (2007), “a pesquisa qualitativa e seus métodos de

coleta e análise de dados são apropriados para uma fase exploratória de pesquisa”,

justamente o enfoque da pesquisa em questão.

Com relação à pesquisa qualitativa, Godoy (1995) compreende que essas

pesquisas visam a uma maior compreensão do assunto através da descrição mais

apurada dos dados coletados e que todas as informações coletadas são importantes

e necessitam ser analisadas.

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Ainda para a realização da pesquisa, foi utilizado o estudo de caso, que tem

por objetivo obter informações semelhantes á do problema do pesquisador. É um

estudo aprofundado, para obter informações sobre o problema, sendo em uma

comunidade, dentro de uma empresa, procurando achar a solução, sendo

considerado um estudo amplo e detalhado.

Segundo Gil (2002, p. 54):

É uma modalidade de pesquisa amplamente utilizada nas ciências biomédicas e sociais. Consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante outros delineamentos já considerados.

Já para Malhotra (2006, p. 223) o Estudo de Caso único é um “estudo pré-

experimental em que um único grupo de unidades de teste é exposto a um

tratamento X, tomando-se, em seguida, uma única medida sobre a variável

dependente”.

A pesquisa foi considerada documental pelo fato dos dados serem levantados

através de documentos da empresa pesquisada e através de notas fiscais de

fornecedores de mercadorias.

Para Gil (2002) a pesquisa documental tem muita semelhança com a

pesquisa bibliográfica. Porem, a diferença entre ambas esta na natureza das fontes.

A pesquisa documental vale-se de materiais que não receberam ainda um

tratamento analítico, ou que ainda podem ser alterados, ou reelaborados de acordo

com os objetos da pesquisa.

3.2 Sujeito de estudo

A pesquisa foi realizada na Empresa X, com uma amostra total de 40

produtos, divididos em dois grupos e 4 subgrupos, sendo os grupos compostos

pelos produtos que se pensavam possuir um maior giro e os que se pensavam

possuir uma maior lucratividade, e os subgrupos sendo: porcelanas, inox, cristais e

vidros.

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3.3 Instrumento de pesquisa

Foram coletados os dados a partir de planilhas de controle financeiro da

empresa, onde continham as despesas e as receitas, e os custos dos produtos

analisados foram levantados através de pesquisa nas notas fiscais de fornecedores,

sendo gerados a partir daí tabelas para melhor compreensão e analise.

3.4 Análise e apresentação

Para fazer a analise foi utilizado o programa Excel, onde foram elaboradas

planilhas que continham os custos dos produtos e os impostos incidentes sobre eles.

As analises foram apresentadas de forma descritiva, sendo analisados um a um,

levando em consideração o custo de aquisição, a margem de contribuição e o lucro

real apresentado.

3.5 Limitações da pesquisa

O principal fator limitante da pesquisa foi o tempo e a grande quantidade de

produtos que a empresa possui. A empresa possui hoje cerca de 6000 itens, não

havendo tempo hábil para serem analisados todos ate o final da conclusão da

pesquisa.

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