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1 Universidade Federal Do Pampa DAIONE SIMON VENTILAÇÃO MECÂNICA NA PRODUÇÃO CIENTÍFICA DE ENFERMAGEM Trabalho de conclusão de curso URUGUAIANA 2010

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Universidade Federal

Do Pampa

DAIONE SIMON

VENTILAÇÃO MECÂNICA NA PRODUÇÃO CIENTÍFICA DE

ENFERMAGEM

Trabalho de conclusão de curso

URUGUAIANA

2010

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DAIONE SIMON

VENTILAÇÃO MECÂNICA NA PRODUÇÃO CIENTÍFICA DE ENFERMAGEM Trabalho de conclusão de curso apresentado ao

programa de graduação da Universidade Federal do Pampa para obtenção do titulo de enfermeiro. Orientador: Ddo Valdecir Zavarese da Costa

Uruguaiana

2010

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AGRADECIMENTO

Primeiramente agradeço a Deus por todas as oportunidades, pela força nas horas complicadas e

pelas Graças alcançadas no decorrer desses anos.

Agradeço à minha família que me apoiou sempre em todos os momentos da minha vida.

Ao Prof. Ddo. Valdecir Zavarese da Costa pela orientação e pelo apoio para que eu pudesse

concluir a graduação.

As minhas amigas de todas as horas e para sempre Luana e Josi pelo convívio e os momentos de

amizade.

Agradeço aos colegas de trabalho por todo o apoio e pela compreensão.

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RESUMO

O ambiente de assistência a pacientes críticos exige a demanda de alto volume, intensidade e

complexidade de cuidados, uma vez que tem como orientação a detecção precoce do agravo

clínico e da conduta terapêutica imediata. A assistência de enfermagem em unidade intensiva

segue a evolução clínica e tecnológica, o que justifica a importância da temática devido aos

cuidados específicos de enfermagem dispensados aos pacientes em situação crítica de vida. O

objetivo do estudo compreende conhecer a produção cientifica dos enfermeiros acerca do

processo de ventilação mecânica. A metodologia do estudo trata de uma pesquisa bibliográfica do

tipo revisão integrativa com as seguintes etapas: Formulação e identificação do problema de

pesquisa; Coleta de dados; Avaliação dos dados; Analise e interpretação dos dados, esta fase

subdividiu-se em quatro fases que são: Redução dos dados, Visualização dos dados, Comparação

dos dados, Verificação e esboço da conclusão; Apresentação dos resultados. Os resultados

permitiram identificar que a atuação dos enfermeiros está centrada pontualmente no seu objeto de

trabalho, o cuidado, circunscrito a alguns aspectos que tangem a VM. Identificou-se na temática

ventilação mecânica identificou-se quatro grupos temáticos: Cuidados e ventilação mecânica;

Medicação e ventilação mecânica; Patologias e ventilação mecânica e Conhecimento e práticas

de enfermagem e a ventilação mecânica. Foi possível observar que a produção cientifica da

enfermagem na temática VM está em desenvolvimento. Acredita-se que a produção científica

identificada, embora reduzida, influencie na atuação do enfermeiro.A partir dos resultados

obtidos vale reafirmar a necessidade de pesquisa em enfermagem e assim disseminar o

conhecimento já que este influencia diretamente em um atendimento de qualidade.

Palavras-chaves: Enfermagem; Ventilação mecânica e Sistema respiratório

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Quadro 1: Artigos que compõem o corpus da análise 24

Quadro 2: Artigos distribuídos conforme periódicos e ano de publicação 25

Figura 1: Apresentação das temáticas 26

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LISTA DE ABREVIAÇÕES E SIGLAS

UTI- Unidade de terapia intensiva

VM- Ventilação mecânica

Po2- Pressão de oxigênio

Pco2- Pressão de gás carbônico

VMNI- Ventilação mecânica não invasiva

VMI - Ventilação mecânica invasiva

PAM - Pressão arterial média

PPC - Pressão da perfusão cerebral

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SUMÁRIO

1 – Introdução....................................................................................................................... 10

2 – Objetivos.......................................................................................................................... 12

2.1 – Objetivo Geral.............................................................................................................. 12

2.2 – Objetivos Específicos................................................................................................... 12

3 – Revisão de Literatura..................................................................................................... 13

3.1 – Sistema Respiratório................................................................................................... 13

3.2 - Histórico da Ventilação Mecânica.............................................................................. 14

3.3 – Enfermagem e a Ventilação Mecânica....................................................................... 15

4- Metodologia....................................................................................................................... 19

4.1-Formulação e identificação do problema de pesquisa;............................................... 19

4.2-Coleta de dados; ............................................................................................................ 19

4.3- Avaliação dos dados...................................................................................................... 20

4.4- Analise e interpretação dos dados............................................................................... 20

4.4.1-Redução dos dados...................................................................................................... 20

4.4.2-Visualização dos dados................................................................................................ 20

4.4.3-Comparação dos dados............................................................................................... 20

4.4.4-Verificação e esboço da conclusão............................................................................. 20

4.5- Apresentação dos resultados........................................................................................ 21

4.6 - Aspectos éticos.............................................................................................................. 21

5- Resultados......................................................................................................................... 22

5.1-Caracterização da composição do corpus de análise................................................... 22

5.2-Descrição dos Periódicos................................................................................................ 24

5.3-Apresentação das temáticas........................................................................................... 24

5.4-Produção de conhecimento dos enfermeiros sobre Ventilação Mecânica................. 26

6- Análise e Discussão........................................................................................................... 28

7-Considerações finais.......................................................................................................... 32

Referências............................................................................................................................ 34

Apendice I: Artigos expostos conforme critérios de inclusão 38

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Apêndice II: Roteiro textual................................................................................................ 39

Apêndice III– Termo de Compromisso para Utilização de Dados.................................. 58

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1-Introdução

Os ambientes de assistência a pacientes críticos ou potencialmente críticos exigem a

demanda de alto volume, intensidade e complexidade de cuidados, tendo como objetivo a

detecção precoce de deterioração clínica e conduta terapêutica imediata (LINO; CALIL, 2008). O

setor evolui com o desenvolvimento tecnológico; entre essas tecnologias, na terapia intensiva, o

ventilador mecânico tornou-se um instrumento essencial de suporte à vida (DAMASCENO et al,

2006).

O processo de produção dos serviços de enfermagem na unidade de terapia intensiva

(UTI) tem como peculiaridade o fato de suas atividades exigirem recursos humanos

especializados e recursos materiais tecnologicamente evoluídos (LINO; CALIL, 2008; GARCIA

et. al., 2005; SANTANA; FERNANDES, 2008). Assim, tais atividades são aprendidas de forma

sucessiva e, em virtude disso, praticadas, alteradas e substituídas, pois o que hoje temos como

conhecimento a ser usado, logo pode ser posto em segundo plano, assim que um novo

conhecimento seja validado, exigindo dos enfermeiros atualizações constantes, com vistas a um

adequado suporte assistencial (VARGAS; RAMOS, 2008; SANTANA; FERNANDES, 2008).

A utilização da ventilação mecânica é descrita historicamente, porém seu uso foi mais

acentuado em 1952, durante uma epidemia de poliomielite na Escandinávia. A partir de então, o

desenvolvimento tecnológico dos ventiladores vem proporcionando variedades de recursos e

estratégias ventilatórias que auxiliam na assistência ao paciente com insuficiência respiratória

grave (FARIAS; GUANES, 2006).

Várias são as causas que podem levar o paciente à insuficiência respiratória, sendo

necessária a intervenção artificial. Sendo assim, a ventilação mecânica torna-se um método de

suporte de vida, com a finalidade de realizar a troca gasosa: já que o paciente é incapaz de

realizá-la sozinho, a máquina faz o movimento necessário para a entrada e saída de gases dos

pulmões (FARIAS; GUANES, 2006).

A ventilação mecânica pode causar algumas complicações; no entanto, a utilização da

mesma no tempo adequado pode diminuir os efeitos adversos e as complicações (FARIAS;

GUANES, 2006).

Nesse contexto, o enfermeiro desenvolve importante papel. A equipe de enfermagem

assiste ao paciente de forma contínua, isto é, a partir do momento em que é instalada a ventilação

mecânica até a reabilitação do mesmo (BATISTA; ALCANTARA; PAULA, 2007). São

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necessários, além dos cuidados de rotina dispensados aos pacientes internados na unidade de

terapia intensiva, outros, específicos ao paciente em ventilação mecânica.

Estudos mostram que a produção do conhecimento vem crescendo em diversas áreas da

enfermagem. Ducci et al. (2007) constatam que, na produção científica nacional de enfermagem,

somente 3% produzem publicações na enfermagem em unidade de terapia intensiva (UTI). Os

enfermeiros assistenciais possuem pequenas proporções na publicação sobre cuidados intensivos,

tendo o maior número de pesquisas sido realizadas por alunos de pós-graduação e pelos docentes

envolvidos nesses programas. A produção de enfermagem em UTI foi considerada principiante.

Desse modo, justifica-se a importância da temática assistência de enfermagem ao paciente

em ventilação mecânica (VM), pelos cuidados de enfermagem dispensados ao paciente em

situação crítica de vida, visto que exigem do enfermeiro, ainda, o conhecimento teórico, que

embasa a sua prática. Diante disso, torna-se fundamental para eles conhecer os mecanismos

fisiológicos dos órgãos e sistemas humanos, visando à assistência adequada, nesse caso

específico, ao paciente com necessidade de suporte ventilatório artificial.

Assim, apresenta-se a seguinte questão norteadora do estudo: Qual a literatura cientifica

produzida por enfermeiros sobre ventilação mecânica?

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2 – Objetivos

2.1 – Objetivo Geral

Conhecer a produção cientifica desenvolvida por enfermeiros sobre ventilação mecânica;

2.2 – Objetivos Específicos

Identificar a atuação dos enfermeiros frente à ventilação mecânica;

Compreender como esta produção contribui para a atuação do enfermeiro;

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3 - Revisão de Literatura:

3.1 - O Sistema Respiratório

No processo de respiração, o ar passa pelo nariz, onde é umidificado, aquecido e filtrado;

depois, é conduzido através da faringe, laringe e traquéia, chegando aos pulmões. O ar sofre

influência de várias pressões, como a pressão alveolar, pressão intrapleural, surfactante nos

alvéolos, entre outras (GUYTON, 1988). Este processo é controlado por uma serie de

mecanismos centrais e periféricos, os quais podem ajustar a ventilação apropriada para as

demandas metabólicas que aumentam durante a atividade física (INGRAM; BRAUNWALD,

1998).

O principal músculo envolvido na respiração é o diafragma, cuja contração alonga os

pulmões, resultando na inspiração. A compressão do abdômen faz com que o diafragma se eleve,

provocando a expiração (GUYTON, 1988).

Ao final da expiração, aproximadamente 2.300ml de ar permanecem nos pulmões.

Durante cada respiração, 350ml de ar novo são adicionados a esse ar e, a cada nova expiração,

igual volume de ar é removido. Sendo assim, o ar alveolar velho não é trocado em sua totalidade

a cada respiração. Na ventilação alveolar normal, de 4.200ml/min, a cada 23 segundos, cerca de

metade dos gases alveolares é trocada por ar novo (GUYTON, 1988).

O suprimento de oxigênio dos tecidos e a remoção do gás carbônico são funções do

sistema respiratório. Então, durante a inspiração, há expansão alveolar, de modo que, na

expiração, o ar é forçado para fora dos alvéolos, renovando, de forma contínua, o ar nos alvéolos.

E assim ocorre o processo denominado de ventilação pulmonar (GUYTON, 1988;

BRAUNWALD, 1998).

Em situações normais, a intensidade da ventilação alveolar é ajustada às demandas

corporais, de maneira que as pressões sanguíneas de oxigênio (Po2) e de gás carbônico (Pco2) não

sejam alteradas, mesmo durante exercícios ou em outras situações de estresse respiratório

(GUYTON, 1988; INGRAM; BRAUNWALD, 1998). Porém, no presente trabalho, nos

deteremos no paciente em situação crítica de vida, assistido por ventilação mecânica.

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3.2 - Histórico da ventilação mecânica

Há descrição sobre ventiladores mecânicos desde 1915; porém, a mesma disseminou-se

em 1952, devido à epidemia de poliomielite que atingiu a Escandinávia. Desde então, estes vêm

sofrendo modificações, apresentando um rápido desenvolvimento nos últimos anos, chegando à

atualidade com os respiradores inteligentes, permitindo uma variedade de recursos e estratégias

ventilatórias, além de monitorização sofisticada (FARIAS; GUANES, 2006).

Os primeiros ventiladores usavam pressão negativa extratorácica e possuíam grandes

limitações operacionais. A era da ventilação por pressão positiva foi iniciada por um

anestesiologista, ao indicar a realização de traqueostomia e o uso da ventilação mecânica com

pressão positiva em uma paciente com insuficiência respiratória (FARIAS; GUANES, 2006).

Ainda no mesmo contexto, a ventilação mecânica pode ser invasiva ou não invasiva;

quando se utiliza de dispositivos invasivos com tubo orotraqueal o endotraqueal ou, ainda, a

traqueostomia é invasiva. A ventilação mecânica não invasiva (VMNI) é quando se utiliza

máscaras faciais conectadas ao ventilador mecânico, esta visa aumentar a ventilação alveolar e

diminuir o trabalho respiratório (FARIAS; GUANES, 2006; BUENO et al., 2006).

Recentemente, tem-se preferido usar a ventilação não invasiva, por reduzir as

complicações causadas pela ventilação mecânica invasiva (VMI). Ainda quanto às indicações,

mesmo que semelhantes, as da ventilação mecânica invasiva podem ser mais flexíveis na VMNI,

pois essa pode ser de uso intermitente. Porém, vale ressaltar que há casos em que é impossível

utilizar a VMNI, sendo necessário o uso da ventilação invasiva, esta caracteriza-se pela

administração de pressão positiva intermitente ao sistema respiratório. (FARIAS; GUANES,

2006; BARBAS et al, 2006).

Entre as complicações associadas ao uso da ventilação mecânica, podemos pensar em

alguns órgãos e sistemas envolvidos ou, podemos dizer prejudicados pela ventilação mecânica

invasiva. Dentre as citadas, destacam-se as complicações fisiológicas; complicações

cardiovasculares, como diminuição do débito cardíaco; alteração da pressão intracraniana e

perfusão cerebral; alteração da função renal; alterações gastrintestinais; complicações com a via

aérea artificial; volutrauma e barotrauma; toxidade pelo oxigênio; consequências indesejáveis da

falha de comunicação do tratamento ventilatório e polineuromiopatia após ventilação mecânica

do paciente grave (FARIAS; GUANES, 2006). É valido ressaltar que essas complicações

alteram/agravam ainda mais o estado de saúde de quem necessitou de suporte ventilatório

artificial.

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3.3 - Enfermagem e a ventilação mecânica

Um paciente em uma unidade de terapia intensiva se diferencia dos demais pacientes se

levarmos em conta a gravidade e a condição clínica aguda em que o mesmo se encontra, pois

numa UTI, o paciente encontra-se geralmente em risco iminente de morte (PINHEIRO, 2006).

De acordo com Zeitoun et al. (2001), em uma unidade de terapia intensiva necessita de

atenção redobrada, pois nessas unidades a principal preocupação torna-se a luta contra a morte.

Sendo assim, os profissionais de enfermagem, ao prestar a assistência, muitas vezes enfocam a

patologia; no entanto, a assistência deve ser realizada de modo a não fragmentar o paciente

(BAGGIO; CALLEGARO; ERDMANN, 2008).

Paciente internados em UTI submetidos à VM estão suscetíveis a algumas alterações. Um

dos principais mecanismos que interfere no sistema respiratório, levando à necessidade de

ventilação artificial, são as alterações sofridas no centro respiratório, o bulbo raquidiano, as quais

podem acontecer por qualquer lesão que interrompa o suprimento sanguíneo do mesmo ou, ainda,

pelo excesso de medicações indutoras do sono, já que as mesmas anestesiam os neurônios

responsáveis pelo centro respiratório (GUYTON, 1988). O que corrobora com Benedet; Bub

(2001), ao definirem, incapacidade para manter a respiração espontânea, podendo ser

influenciado pelo estado em que há diminuição das reservas energéticas ou lesão nos mecanismos

de controle da respiração.

Assim a ventilação mecânica é um método de suporte ventilatório usado quando o

paciente tem dificuldade ou é incapaz de realizar a troca gasosa por si só; então, a máquina

auxilia ou executa o trabalho respiratório pelo paciente (FARIAS; GUANES, 2006). Um dos

principais motivos da utilização da VM é o de promover o repouso na musculatura respiratória,

reduzindo o trabalho da ventilação (FAUSTINO, 2007).

A ventilação mecânica pode causar várias complicações, como as já citadas

anteriormente; contudo, a utilização da ventilação mecânica no tempo adequado e em um menor

tempo possível pode diminuir os efeitos adversos e as complicações (FARIAS; GUANES, 2006).

E é nesse contexto que a enfermagem desenvolve importante papel, pois detém em suas

mãos o controle da assistência ao paciente e, para tanto, o enfermeiro precisa dominar o

conhecimento técnico-científico.

A equipe de enfermagem assiste o paciente de forma contínua, isto é, a partir do momento

em que é instalada a ventilação mecânica até a reabilitação do mesmo (BATISTA;

ALCANTARA; PAULA, 2007). Essa assistência deve ser realizada de forma eficiente e eficaz,

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devendo também valorizar a subjetividade do ser humano (BAGGIO; CALLEGARO;

ERDMANN, 2008).

Para tanto, são necessário alguns cuidados específicos além dos demais, já dispensados a

um paciente em unidade crítica; assim, esses pacientes têm a necessidade de vigilância constante

(GUYTON, 1988), pois podem se autoextubar ou ainda o tubo pode ser retirado pelo manejo

inadequado do mesmo, o que é responsabilidade da enfermagem. Nesse caso, o paciente tem

maior risco de complicações (CHENG et al., 2010), ficando sem assistência, já que o paciente

que se autoextuba evidencia que tem força necessária para tanto e, consequentemente, maior

reserva ventilatória (CASTELLÕES; SILVA, 2007).

A fim de embasar os cuidados de enfermagem na VM, busca-se referenciar a teoria das

Necessidades Humanas Básicas de Wanda Horta (BENEDET; BUB, 2001). Nesse sentido,

lançaremos mão de determinados diagnósticos de enfermagem, nos quais serão destacados

apenas alguns, relacionados aos cuidados com as complicações causadas pela ventilação

mecânica, ressaltando que, no cuidado integral ao paciente, são incluídos outros cuidados.

A ventilação mecânica oferece efeitos hemodinâmicos opostos aos da ventilação

espontânea, causando um aumento da pressão intratorácica e uma diminuição na pré-carga de

ventrículo direito, ventrículo esquerdo e pós-carga de ventrículo esquerdo (FARIAS; GUANES,

2006). Com isso, podemos dizer que o paciente em VM possui um diagnóstico de débito cardíaco

diminuído, evidenciado pela equipe de enfermagem por meio dos seguintes sintomas: presença de

arritmias, variação na pressão arterial, mudanças de coloração na pele, entre outros (BENEDET;

BUB, 2001).

Nesse contexto também pode ser considerada a alteração na perfusão tissular, e a mesma

pode ser cerebral, cardiopulmonar, renal, gastrintestinal e periférica, que se mostram devido ao

paciente apresentar uma diminuição na nutrição e oxigenação celular, como consequência da

diminuição do suprimento sanguíneo capilar (BENEDET; BUB, 2001).

O enfermeiro pode detectar os sinais e sintomas que confirmarão tal diagnóstico de

enfermagem através do exame físico. Em nível cerebral, as alterações podem ser observadas a

partir de resposta motora e reação pupilar alterada. Nas alterações cardiopulmonares podem ser

notadas alterações como: taquipnéia, níveis gasométricos, dispnéia, tempo de enchimento capilar

maior que três segundos, arritmias e uso da musculatura assessória. Quando renais, podem ser

avaliadas através da presença de oligúria ou anúria, hipertensão arterial, ureia e creatinina

elevadas. As alterações gastrintestinais são ruídos hidroaéreos ausentes ou diminuídos, distensão

abdominal e náuseas. Os sinais periféricos podem ser: pele fria, cianose de extremidades,

diminuição dos pulsos periféricos, entre outros (BENEDET; BUB, 2001).

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É importante que o enfermeiro entenda o ventilador mecânico para que possa revisá-lo

e torná-lo disponível no momento da urgência, quando deverá estar funcionando adequadamente.

Conforme Castelhões; Silva (2007), o hospital deve envolver todos os profissionais que, de

maneira direta ou indireta, contribuem na busca pela qualidade da assistência ao paciente,

organizando o serviço de gerenciamento dos ventiladores mecânicos e estabelecendo critérios que

garantam o manuseio correto dos mesmos, através de procedimentos preventivos e corretivos.

O enfermeiro ainda deve estar atento à interação do paciente com o ventilador, pois o

trabalho respiratório tem relação direta com essa sincronia (FAUSTINO, 2007). Quando o

ventilador cicla, se for estabelecida uma sincronia com o próprio movimento respiratório do

paciente, traz como benefício para ele o repouso e o relaxamento da musculatura inspiratória

(TOBIN; JUBRAN; LACHI, 2001).

Ainda como cuidados de enfermagem, pode-se incluir a prevenção às doenças facilitadas

pela ventilação mecânica como, por exemplo, a pneumonia associada à ventilação mecânica, pois

o manejo e a assistência dos equipamentos podem auxiliar no surgimento das referidas doenças,

diante de uma utilização inadequada. A aspiração traqueal, ao desobedecer à técnica correta,

também pode facilitar que o paciente adquira uma doença associada à VM, por exemplo

(ZEITOUN et al, 2001).

Outro conhecimento importante que o enfermeiro deve ter está relacionado com o risco de

colonização do sistema ventilatório artificial. A observação do circuito é importante porque pode

haver uma colonização rápida de bactérias, podendo constituir-se em um reservatório de

microorganismos que podem entrar em contato com a árvore brônquica facilmente, durante a

mobilização do paciente (YOKOTA; GODOY; CERIBELLI, 2006). Também os sistemas de

umidificação, quando utilizam água aquecida, facilitam a contaminação do circuito (GOLDANI,

2006).

Pode ocorrer ainda, durante o processo de intubação, a lesão da traqueia por pressão

excessiva do balonete; por isso, o conhecimento sobre a pressão adequada no balonete é outro

fator importante. Assim, a manutenção e o controle da pressão adequada, bem como o controle

dos riscos de lesão/infecção se apresentam como atividades importantes na prática assistencial do

enfermeiro, visto que, com esse controle, pode-se evitar a lesão na traqueia; essa pressão deve ser

inferior ao intervalo de 20 a 30 mmHg. Porém, é sabido que devem ser considerados o diâmetro

do tubo e o da traqueia, visto ser difícil precisar o diâmetro traqueal (ARANHA et al. 2003).A

verificação da pressão do balonete também é uma atribuição do enfermeiro (GUYTON, 1988).

Deve ser mantido um controle dos sinais vitais e a monitorização cardiovascular, pois a

ventilação mecânica possui efeitos hemodinâmicos opostos aos da ventilação espontânea. Uma

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das complicações mais comuns ao iniciar a ventilação mecânica é a hipotensão (FARIAS;

GUANES, 2006).

A ventilação mecânica representa o suporte de vida para o paciente em insuficiência

respiratória grave; no entanto, o enfermeiro deve ter conhecimento de que o mecanismo da

pressão positiva, devido à interação entre os sistemas cardiovascular e respiratório, pode

prejudicar o fluxo sanguíneo e, assim, ocasionar uma diminuição da oferta de oxigênio em nível

tecidual para o organismo (FARIAS; GUANES, 2006); por isso é fundamental manter

monitorizadas as trocas gasosas (VIEIRA et al, 2006).

Outro fator importante concernente ao enfermeiro é a observação dos sinais neurológicos

(VIEIRA et al, 2006), pois como a ventilação mecânica diminui o débito cardíaco e a pressão

arterial média (PAM), pode resultar em uma diminuição da pressão da perfusão cerebral (PPC).

Isso pode ser evidenciado clinicamente em alguns casos, devido à distensão das veias jugulares.

A partir desse conhecimento clínico é que o enfermeiro terá condições de avaliar o paciente por

meio da observação direta na anamnese (FARIAS; GUANES, 2006).

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4- Metodologia:

Trata-se de pesquisa bibliográfica do tipo revisão integrativa, método que permite

sintetizar pesquisas já concluídas e assim obter resultados a partir de um tema de interesse. Desta

forma, a revisão integrativa, bem como outras metodologias, exige rigor, clareza e replicação

utilizada nos estudos primários analisados (COOPER, 1984; WHITTEMORE; KNAFL, 2005).

Para esta pesquisa foram utilizados os seguintes passos:

4.1-Formulação e identificação do problema de pesquisa;

Tendo em vista a importância do tema, ventilação mecânica, assim como o desejo de

conhecer a produção científica sobre este tema, formou-se então a questão norteadora:

Qual a literatura cientifica produzida por enfermeiros sobre ventilação mecânica?

4.2-Coleta de dados;

Para coleta de dados foram selecionadas três bases de dados: Scientific Electronic Library

Online (SCIELO); Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e

Literatura Internacional em Ciências da Saúde (MEDLINE). Os critérios de inclusão foram os

seguintes: a – Palavras-chaves: Enfermagem e Ventilação mecânica; enfermagem e sistema

respiratório; b - Artigos publicados nos anos de 2000 à 2009; c – Ser artigo científico; d – tratar-

se de seres humanos adultos; e – Estar disponível na integra on line; f – Possuir ao menos um

enfermeiro como autor; g - Possui a formação do autor ou possuir curriculum lattes, no caso de

não possuir o mesmo, será enviado um email para confirmação da formação dos autores; h –

Após leitura do titulo e resumo tratar-se sobre ventilação mecânica;

Para que a visualização fosse facilitada, foi construído um quadro com os critérios de

inclusão onde foram expostos os motivos de exclusão dos artigos. Apêndice I

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4.3- Avaliação dos dados;

Para avaliação das publicações estas foram submetidas aos critérios de inclusão citados

anteriormente. Após a avaliação o corpus da analise foi composto por 8 artigos.

4.4- Análise e interpretação dos dados;

Esta fase de acordo com Whitemore; Knafl (2005) foi subdividida em quatro etapas:

redução, visualização, comparação dos dados e verificação e esboço da conclusão.

4.4.1-Redução dos dados:

Para cumprir esta etapa foi construído pela autora um quadro com: código para a

publicação; Titulo da publicação; Autor; Formação do autor; Fonte de publicação; Base de dados;

Ano de publicação; Tipo de artigo; Tipo de estudo, (Quadro 1) para que a primeira análise fosse

feita.

4.4.2-Visualização dos dados:

Para cumprir esta etapa foi elaborado um roteiro (Apêndice II), para exposição dos dados.

4.4.3-Comparação dos dados:

Analisou-se os dados contidos no quadro 1 bem como os dados contidos no (Apêndice II).

4.4.4-Verificação e esboço da conclusão:

Os dados foram categorizados e resumidos de maneira integrada.

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4.5- Apresentação dos resultados:

Nesta fase foram expostas as conclusões do estudo realizado, bem como impressões e

reflexões da autora.

4.6 - Aspectos éticos

Em cumprimento aos aspectos éticos, a pesquisa não foi encaminhada ao comitê de ética

em pesquisa, por não se tratar de pesquisa envolvendo diretamente seres humanos, no entanto os

direitos autorais serão respeitados, através das normas nacionais de autoria (BRASIL, 1998).

Foi utilizado Termo de Compromisso de Utilização de Dados (Apêndice III) que foi

assinado pela pesquisadora e seu orientador, constando a responsabilidade com a preservação da

autoria dos estudos analisados. Os dados obtidos somente poderão ser utilizados pelo projeto ao

qual se vinculam (COMISSÃO DE PESQUISA E ÉTICA EM SAÚDE/GPPG/HCPA, 1997).

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5- Resultados

5.1-Caracterização da composição do corpus de análise

O corpus do estudo oito artigos, para alcançar este resultado foi aplicado os critérios de

inclusão ora descritos.

Na base de dados LILACS ao pesquisar pela palavra-chave enfermagem identificou-se

16.964 artigos, no entanto quando se associou a palavra chave ventilação mecânica, a pesquisa

reduziu-se a 44 artigos. Ao ser aplicado o critério de publicação nos dez últimos anos para

inclusão na pesquisa, esse número reduziu-se a 27 artigos.

Nesta mesma base quando pesquisado o termo enfermagem associado ao termo sistema

respiratório o resultado encontrado foi de dez artigos e, ao aplicar o critério de inclusão no estudo

relativo ao período de publicação, identificou-se cinco artigos.

Na base de dados MEDLINE ao pesquisar o termo enfermagem identificou-se 143.968

artigos, porém quando se associou o termo ventilação mecânica o resultado obtido foi zero. Este

resultado foi o mesmo quando associou-se a palavra-chave enfermagem a palavra-chave sistema

respiratório.

Ao realizar a pesquisa na base de dados SCIELO pela palavra-chave enfermagem

identificou-se 4.867 artigos e ao associar a palavra-chave ventilação mecânica identificou-se

quatro artigos. Quando se associou a palavra-chave enfermagem à palavra-chave sistema

respiratório obteve-se como resultado zero artigos.

O total de 36 artigos encontrados foram submetidos aos demais critérios de inclusão do

(Apêndice 1) , sendo que destes, 11 foram excluídos por não se tratarem de artigo científico,

quatro por não se tratarem de seres humanos adultos, dez por não estarem disponível na integra

on line e um por não se tratar de ventilação mecânica.

A partir disso restou na composição do corpus da análise o total de dez artigos, porém dois

destes artigos foram identificados em duas bases de dados, o que totalizou oito artigos para o

corpus da análise. Estes artigos encontram-se no Quadro I para melhor visualização.

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Quadro 1: Artigos que compõem o corpus da análise

Código do artigo

Título da publicação Autor/IESi Fonte de publicação Base de dados

Formação do autor Ano de publicação

Tipo de artigo Tipo de estudo

1 Incidência de pneumonia associada à ventilação mecânica em pacientes submetidos à aspiração endotraqueal pelos sistemas aberto e fechado: estudo prospectivo - dados preliminares.

1Sandra Salloum Zeitoun 2Alba Lúcia Botura Leite de Barros 3Solange Diccini 4Yara Juliano

Revista Latino-Americana de Enfermagem

SCIELO 1Enfermeira

2 Não encontrado 3 Enfermagem

4 Administradora

2001 Ensaio clinico Não relatado

2 Fisioterapia respiratória em pacientes Sob ventilação mecânica

1Carla de Oliveira YOKOTA 2Armando Carlos Franco de GODOY 3Maria Isabel Pedreira de Freitas CERIBELLI3

Revista Ciências Méd., Campinas

LILACS 1Fisioterapeuta

2Fisioterapeuta 3Enfermeira

2006 Revisão bibliográfica

Qualitativa

3 Guia de cuidados de enfermagem na prevenção da extubação acidental

1Théia Maria Forny Wanderley Castellões 2Lolita Dopico da Silva

Revista Brasileira de Enfermagem

LILACS SCIELO

1Enfermeira 2Enfermeira

2007 Relato de experiencia

Não relatado

4 Central de Ventiladores Mecânicos: Organização, Segurança e Qualidade

1 Miranildes de Abreu Batista, 2Erikson Custódio Alcântara, 3Lilian Khellen Gomes de Paula

Revista Brasileira de Terapia Intensiva

LILACS SCIELO

1Enfermeira 2Fisioterapeuta 3Fisioterapeuta

2007

Descritivo exploratório

Quantitativo

5 Necessidade de aspiração de secreção endotraqueal: Critérios utilizados por uma equipe de enfermagem De uma unidade de terapia intensiva

1Josiane de Jesus Martins 2Eleine Maestri 3Daiane Dogenski 4Eliane Regina Pereira do Nascimento 5Rosemeri Maurici da Silva 6Fabiana Oenning da Gama

Ciência, cuidado e saúde

LILACS 1Enfermeira 2Enfermeira 3Acadêmica de enfermagem 4 Enfermeira

5Médica 6Enfermeira

2008 Exploratório

observacional

Qualitativo

6 Sedación guiada por protocolo versus manejo convencional en pacientes críticos en ventilación mecánica

1Eduardo Tobar A 2Alejandra Lanas M, 3Sandra Pino P, 4Paulina Aspée L, 5Sandra Rivas V, 6Daniela Prat R, 7Rosmi Asenjo B, 8José Castro O

Revista médica de Chile

LILACS 1 Não especificado 2 Não especificado

3 Não especificado

4Enfermeira 5Enfermmeira 6Enfermeira 7Enfermeira 8 Não especificado

2008 Artigo de investigação

Não relatado

7 Hacerse entender: la experiencia de pacientes sometidos a ventilación mecánica sin efectos de sedación

Ángela Maria Henao Castaño Investigación y educación en enfermería

LILACS Enfermeira 2008 Artigo clássico

Qualitativa

8 Ações de enfermagem para a prevenção da extubação acidental

1Théia Maria Forny Wanderley Castellões 2Lolita Dopico da Silva

Revista Brasileira de Enfermagem

SCIELO 1Enfermeira 2Enfermeira

2009 Pesquisa Não relatado

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5.2-Descrição dos Periódicos

A partir da composição do corpus de análise foi possível identificar os periódicos onde os

artigos relativos à temática central, ventilação mecânica foram publicados. Deste modo, foram

identificados sete periódicos, os quais estão apresentados de acordo com o número e o ano das

publicações. (Quadro 2).

A Revista Brasileira de Enfermagem apresentou duas publicações relativas à temática

Cuidados e ventilação mecânica, no período estudado, respectivamente nos anos de 2007 e 2009.

No que refere ao ano de publicação encontrou-se uma predominância no número de publicações

nos anos de 2007 e 2008, com duas e com três publicações respectivamente. Observou-se que no

período estudado alguns anos não tiveram nenhuma publicação relativa à temática estudada. O

quadro a seguir apresenta a relação dos periódicos, o número e o ano de publicação. (Quadro 2).

Quadro 2: Artigos distribuídos conforme periódicos e ano de publicação

PERIÓDICO NÚMERO ANO DE

PUBLICAÇÃO

Revista Latino-Americana de Enfermagem 1 2001

Revista Ciências Médicas de Campinas 1 2006

Revista Brasileira de Enfermagem 2 2007 / 2009

Revista Brasileira de Terapia Intensiva 1 2007

Ciência, Cuidado e Saúde 1 2008

Revista Médica de Chile 1 2008

Investigación y educación en enfermería 1 2008

5.3-Apresentação das temáticas

Os conteúdos científicos abordado pelos periódicos contemplaram as seguintes temáticas:

Cuidados e ventilação mecânica; Medicação e ventilação mecânica; Patologias e ventilação

mecânica e Conhecimento e práticas de enfermagem e a ventilação mecânica (Figura 1).

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Figura 1: Apresentação das temáticas

Na temática de cuidados e a ventilação mecânica foram identificados três textos. Ao

explorar o conteúdo dos textos inseridos nesta temática, verificou-se que um texto aborda o

cuidado relacionado à fisioterapia respiratória com o enfoque na diminuição do tempo de

permanência do paciente em ventilação mecânica, a prevenção de pneumonia aspirativa e a

redução de custos hospitalares. Outros dois trataram do cuidado por meio do manejo com o

paciente, onde foram identificados quatro momentos considerados como críticos para que

ocorresse a extubação acidental e, então, elaboraram um protocolo para que houvesse a

prevenção das extubações acidentais, sendo que este assunto foi abordado em duas publicações

no mesmo periódico em anos diferentes. O propósito apresentado pelos autores circunstanciou a

validação de um texto pelo outro, considerando que são escritos pelos mesmos autores.

A temática medicação e ventilação mecânica foi contemplada com dois textos. Identificou-

se como objeto principal destes estudos o uso de medicações durante a ventilação mecânica. As

abordagens apresentadas pelos textos compreenderam a validação de um protocolo para que

facilitasse a sedação destes pacientes durante a ventilação mecânica com intuito de encontrar uma

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maneira para que os pacientes fossem bem sedados baseados em estudos que dizem que o nível

de sedação ideal diminui o tempo de ventilação mecânica e as formas de comunicação que os

pacientes sob ventilação mecânica e sem o efeito de sedativos utilizam para comunicar-se com a

equipe de enfermagem e como esta equipe pode auxiliar este paciente a se comunicar.

Na temática patologia e ventilação mecânica, identificou-se uma publicação que trata sobre

a incidência de pneumonia nosocomial associada à ventilação mecânica comparando os sistemas

de aspiração endotraqueal pelo sistema aberto e pelo sistema fechado.

Na temática definida como conhecimento e práticas de enfermagem e a ventilação

mecânica, identificou-se duas publicações em que o foco principal encontrava-se no profissional

de enfermagem, principalmente no enfermeiro. Uma avaliou o procedimento de enfermagem

relativo à aspiração traqueal onde foi observado em que momentos o profissional realizou estes

procedimentos e se utilizava de precauções que possibilitassem a avaliação do paciente antes e

durante o procedimento. A outra publicação aborda a necessidade da criação de uma central de

ventiladores, sendo que esta necessidade foi observada a partir de uma pesquisa com os

enfermeiros sobre o conhecimento destes sobre o aparelho de ventilação mecânica.

5.4-Produção de conhecimento dos enfermeiros sobre Ventilação Mecânica

Tomando como ponto de partida os núcleos temáticos desencadeados da temática central

produção científica da enfermagem em VM, é possível identificar que os enfermeiros estão

produzindo seus conhecimentos substancialmente com olhar no paciente centrada no cuidado,

pois ao tratar da fisioterapia respiratória e conseqüentemente o fisioterapeuta, por ser quem

executa esta técnica, o enfoque principal é a melhoria para o paciente, não deixando de abordar o

cuidado, embora não seja somente o cuidado de enfermagem, mas o cuidado num todo. Ao se

tratar de extubação acidental, volta-se o enfoque para a enfermagem com elaboração de guias

para facilitar o cuidado de enfermagem, com intuito de beneficiar o paciente.

Quanto aos textos enquadrados na temática medicação e ventilação mecânica, ambos

possuem como enfoque o paciente, pois quando falasse sobre protocolo de sedação o principal

beneficiado é o paciente, porém não se exclui o cuidado de enfermagem, já na outra publicação

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que se refere sobre a comunicação entre paciente sem sedação e profissional de enfermagem o

texto discorre diretamente sobre o cuidado de enfermagem ao paciente, já que a comunicação

beneficia o paciente também, já que a equipe poderá atender algumas de suas necessidades.

O cuidado de enfermagem foi novamente abordado quando o texto referente a temática

patologia associada à ventilação mecânica, comparou dois sistemas de aspiração para que

pudesse mensurar qual era o mais prejudicial ao paciente.

Já na temática conhecimento e práticas de enfermagem e a ventilação mecânica, os textos

avaliaram conhecimentos da enfermagem sobre ventilação mecânica, através da análise da prática

propriamente dita e através do conhecimento do ventilador mecânico, ambos como facilitadores

do cuidado e com benefício final, para o paciente.

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6 - ANÁLISE E DISCUSSÃO

O processo de análise permitiu identificar a centralidade da produção científica da

enfermagem na relação com a VM voltada para o cuidado, muito embora tenham sido

identificados outros núcleos temáticos. Isso é justificado pela necessidade apresentada nos textos

de produzir conhecimentos voltados para o cuidado do paciente diferenciando-se no núcleo

temático. Em outras palavras, a produção cientifica da enfermagem parte do seu objeto de

trabalho para produzir novos conhecimentos visando melhorias ao seu processo de trabalho e ao

paciente.

Deste modo, ao identificar o número reduzido de publicações ao associar as palavras

chaves deste estudo e a submissão aos critérios de inclusão no corpus do estudo, o qual se

compôs de oito artigos, surgem alguns questionamentos: porque a enfermagem na área de

abrangência da America latina, caribe e Espanha (países abrangidos pelas bases de dados scielo e

LILACS) tem produzido em pequena escala na temática VM? Este escopo condiz com um estudo

realizado por Ducci et al. (2007) que constatou que apenas 3% da produção de enfermagem

refere-se a UTI. Este autor ainda afirma que as pesquisas nesta área ainda continuam escassas, o

que se tratando de UTI, tal constatação é preocupante, pois em comparação com a década anterior

não se observou crescimento significativo.

A ausência de ensaios clínicos para que dêem sustentação para a prática assistencial de

enfermagem, foi uma lacuna observada no estudo, o que os autores consideraram como caminhos

a serem buscados pelos enfermeiros intensivistas brasileiros (DUCCI et al., 2007). Estes autores

ainda afirmam que as publicações de enfermagem contribuem para o contínuo aperfeiçoamento,

fato que é de suma importância principalmente em ambiente de terapia intensiva.

Outro ponto que deve ser considerado é se o tema escolhido para este estudo foi restrito

apesar da importância do mesmo ou ainda podemos supor que a enfermagem não atentou para a

importância deste tema.

Ao identificar os textos inseridos na temática cuidado e ventilação mecânica, relativos ao

paciente em VM, observa-se que o mesmo trata do cuidado com a fisioterapia respiratória, com

objetivo principal de prevenir complicações nos pacientes acamados e sedados através de

manobras de fisioterapia e cuidados dispensados a estes pacientes. No entanto o artigo citado

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apresenta o enfoque principal no fisioterapeuta, tratando dos cuidados de enfermagem como

suporte ao objetivo central tratado no texto, ou seja, o enfermeiro foi identificado pelos autores

durante o posicionamento do paciente para drenagem postural, reduzindo as suas atividades

perante os cuidados de VM, no entanto, isso é justificado pelo texto não ter como objetivo

principal os cuidados de enfermagem, tratando-se diretamente da temática voltada para à

fisioterapia respiratória (Texto 2).

Vale salientar que apesar do contexto apresentado pelos autores, a enfermagem detém em

suas mãos o cuidado integral e contínuo do paciente em ventilação mecânica (BATISTA;

ALCANTARA; PAULA., 2007; CONSUEGRA, 2004).

Ainda nesta temática, o cuidado de enfermagem é transposto para a ação direta do

enfermeiro, neste caso, a extubação acidental, foi abordada visando à elaboração de um protocolo

para que a extubação acidental seja prevenida. Neste processo, os autores buscaram a partir da

prática do enfermeiro na UTI intervir com a elaboração deste protocolo e validando-o

posteriormente. Pois através deste protocolo o cuidado de enfermagem ao paciente em ventilação

mecânica é facilitado, prevenindo extubações e beneficiando o paciente. Este texto centrado no

cuidado está eminentemente voltado para o objeto de trabalho do enfermeiro (Textos 3 e 8).

A importância destes estudos segue para além dos cuidados específicos e técnicos do

enfermeiro, voltando-se à tendência de estabelecer cuidados dirigidos para o cuidado para atingir

resultados como qualidade e humanização, ainda relatam a importância da elaboração de

protocolos para que a enfermagem alcance estes cuidado de qualidade (SILVA, 2003).

No que tange a temática medicação e ventilação mecânica, a produção do conhecimento

científico compreende protocolos de sedação e analgesia, considerando a adequação da sedação

dos pacientes no intuito de diminuir o tempo de sedação do paciente (Texto 6). Fato que aliado

com ventilador mecânico facilita a interação paciente ventilador, porém ressaltasse o

conhecimento do enfermeiro sobre esta interação paciente ventilador para que não seja utilizada

sedação excessiva nem insuficiente, pois ambas trazem prejuízos ao paciente (MELLOTT et al.

2009).

Sobre esta temática a outra publicação trata da comunicação de pacientes em ventilação

mecânica sem o uso de sedativos e a equipe de enfermagem. O autor do texto em questão relata

que a comunicação destes pacientes com a equipe de saúde, exige tanto do paciente quanto da

enfermagem habilidades que antes não haviam sido exploradas (Texto 7). O que condiz com o

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exposto por Consuegra (2004), que ainda acrescenta a necessidade de atentar para o estresse que

este paciente está submetido e a ansiedade e o medo que o mesmo pode apresentar e para isso o

paciente pode ser informado de sua situação para que estes sentimentos citados anteriormente

sejam amenizados. Fato que se a enfermagem estiver atenta poderá evitar inclusive acidentes

como a extubação.

Zinn; Silva; Telles, (2003) relatam que para o cuidado ser alcançado é necessário a

interação entre as partes, quem cuida e quem é cuidado. O que reforça a importância do tema

discutido, bem como a importância do cuidado de enfermagem.

O núcleo temático patologias e ventilação mecânica, contemplado com uma publicação ao

apresentar o objetivo de verificar a incidência de pneumonia nosocomial em pacientes entubados

e sob ventilação mecânica prolongada, submetidos então à aspiração endotraqueal pelo sistema

aberto e pelo sistema fechado, concluí que a proporção de pneumonia associada à ventilação

mecânica é maior em pacientes com sistema aberto em relação ao sistema fechado (Texto 1). Este

estudo torna-se importante por que a enfermagem deve conhecer indicadores de sua unidade para

que possa agir conforme estes e atingir um atendimento eficiente e eficaz (SILVA, 2003). Nesta

perspectiva, comprova-se que a enfermagem está produzindo sua ciência na VM diante do

parâmetro cuidado, muito embora se utilize da implicância patológica do uso do VM para compor

seus estudos.

Sendo assim, Ruffell; Adamcova (2008), referem que a responsabilidades pela prevenção

de pneumonias associadas à ventilação mecânica é responsabilidade de todos os membros da

equipe multidisciplinar. O que mais uma vez ressalta a importância do enfermeiro no cuidado ao

paciente em ventilação mecânica, já que o mesmo faz parte desta equipe multidisciplinar.

Ainda na temática é possível afirmar aspectos de extrema importância ao paciente, isso

ocorre devido à abrangência desta produção, que além de identificar os benefícios para o paciente

no que tange a prevenção da infecção nosocomial do paciente em VM, tende a reduzir o seu

tempo de internação na unidade de terapia intensiva. Nesta prática, está considerado o beneficio

financeiro uma vez que a redução no número de dias de internação e no uso de medicações

apresenta redução de gastos. O que corrobora com Ruffell; Adamcova (2008), ao comparar o

paciente com pneumonia associada à ventilação mecânica com o paciente não-infectado, o tempo

de permanência e os custos hospitalares são maiores para o paciente com pneumonia associada à

ventilação mecânica.

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O núcleo temático conhecimento e práticas de enfermagem e a ventilação mecânica, em

que foram identificadas duas publicações. A perspectiva da produção nesta temática compreende

contribuir com a implementação de melhorias que aperfeiçoem a qualidade assistencial. Esse fato

nos permite reforçar que a enfermagem ao produzir conhecimentos sobre VM mantém a sua

centralidade de produção científica no seu objeto de trabalho, ou seja, no cuidado de

enfermagem.

Com a proposição de criação de uma central de ventiladores, um destes estudos

evidenciou dúvidas em relação ao ventilador mecânico, relatadas por enfermeiros participantes da

pesquisa, o autor atribui a este a necessidade da criação de uma central de ventiladores (Texto 4).

Nesta perspectiva, torna-se importante que o enfermeiro tenha domínio sobre as funções do

ventilador mecânico para que possa atender o paciente de forma integral e assim realizar um

cuidado eficiente e eficaz (CONSUEGRA, 2004).

Mellott et al, (2009) relata que o enfermeiro graças a seu contato freqüente com os

pacientes, é normalmente um dos primeiros a observar que o paciente está em discincronia com o

ventilador, pois esta discincronia pode ser observada diretamente ao ver que o paciente apresenta

taquicardia, taquipneia, agitação, porém isso é confirmado pelos parâmetros do ventilador

mecânico como mudanças no volume, pressão e o fluxo gráfico exibido pelas ondas no

ventilador. No entanto se o enfermeiro não possuir conhecimento sobre o ventilador poderá fazer

um diagnóstico equivocado da situação.

Ainda nesta temática foi constatado pelas autoras através dos resultados que obtiveram, que

o conhecimento dos profissionais de enfermagem era insatisfatório sobre critérios de

identificação da necessidade de aspiração de secreção pelo tubo endotraqueal e que havia a

necessidade de realizar, com estes profissionais, atividades educativas sobre o assunto (Texto 5).

O que nos remete a necessidade de o enfermeiro estar procurando indicadores de qualidade para

que alcance a qualidade e atenda o paciente de forma contínua e integral (CONSUEGRA, 2004).

E ainda reforça a necessidade de atualização constante da enfermagem, reafirmando a

importância destes estudos em enfermagem (SILVA, 2003).

Ao mesmo tempo em que busca meios para identificar a qualidade do seu trabalho, esse

núcleo temático inserido na produção científica da enfermagem possibilita o resgate da

enfermagem como profissão, pois é atribuição da enfermagem a avaliação dos cuidados relativos

a aspiração traqueal.

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7-CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo teve como objetivos conhecer a produção cientifica desenvolvida por

enfermeiros sobre ventilação mecânica e especificamente, identificar a atuação dos enfermeiros

frente à VM e compreender como essa produção cientifica contribui para a atuação dos

enfermeiros.

Nessa perspectiva identifica-se que a atuação dos enfermeiros, diante dos resultados

encontrados, está centrada pontualmente no seu objeto de trabalho, o cuidado, circunscrito a

alguns aspectos que tangem a VM.

Foi possível conhecer os núcleos temáticos com os quais a enfermagem está produzindo a

sua cientificidade, a ciência do cuidado em VM. Os núcleos temáticos identificados foram:

Cuidados e ventilação mecânica; Medicação e ventilação mecânica; Patologias e ventilação

mecânica e Conhecimento e práticas de enfermagem e a ventilação mecânica

O núcleo temático cuidado e a ventilação mecânica trata do cuidado propriamente dito,

pois relata o cuidado como prevenção, como aperfeiçoamento da técnica, o que por conseqüência

beneficia o paciente. E torna importante a investigação em enfermagem para que a mesma possa

elaborar artifícios para facilitar o cuidado.

A enfermagem quando apresenta sua produção no núcleo temático medicação e VM

permite que a enfermagem volte seu olhar para a sua própria prática, que embora corriqueira, mas

decisiva e ávida com vistas a uma recuperação mais rápida e uma diminuição ao tempo de

permanência do paciente na UTI. Bem como a comunicação entre estes pacientes e a

enfermagem.

Quando abordamos a temática, patologias e ventilação mecânica, ressaltasse a

importância de atualizações constantes assim como a importância de conhecer a realidade da

unidade, pois com o conhecimento do meio mais eficiente e eficaz para a aspiração evita-se que o

paciente permaneça por um tempo maior em ventilação mecânica, conseqüentemente por um

maior tempo internado e gerando custos para a instituição.

No núcleo temático conhecimento e práticas de enfermagem e a VM, aborda-se a

importância de conhecer como a prática esta sendo realizada para que possa ser realizada a

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intervenção, bem como a necessidade de atualizações constantes para uma prática de enfermagem

eficiente, justificando a importância da produção cientifica em enfermagem.

Através das publicações identificadas nos bancos de dados estudados pode ser observado

que a produção científica da enfermagem ainda está em desenvolvimento, mas acredita-se que a

produção científica identificada, embora reduzida, tenha influencia positiva na atuação do

enfermeiro, pois a partir da identificação do déficit pode-se realizar a intervenção e realinhar o

processo de trabalho para que os objetivos traçados pela enfermagem sejam alcançados através

do objeto de trabalho que é o cuidado.

A partir dos resultados obtidos vale re-afirmar a necessidade de aumentar a produção de

pesquisas de enfermagem na área, bem como a divulgação dos conhecimentos produzidos, já que

este influencia diretamente em um atendimento de qualidade.

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REFERÊNCIAS

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Apêndice I: Artigos expostos conforme critérios de inclusão

Artigo / Ano 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Total de artigos

Artigos publicados no ano 1 4 0 3 5 4 4 10 4 1 36

Identificação dos artigos Artigo excluído por não se tratar de artigo cientifico

1 1 2 1 6 11

Artigo excluído por não se tratar de seres humanos

Artigo excluído por não se tratar de seres humanos adulto

2 1 1 4

Disponibilidade do artigo Artigo excluído por não estar disponível na integra on line

3 1 2 2 1 1 10

Identificação dos autores Artigos excluídos por não possuir enfermeiro como autor

Artigos excluídos por não possuir formação do autor1

Assunto do artigo Excluído por não se tratar de paciente em ventilação mecânica

1 1

Quantidade de artigo que compôs o corpus de análise

1 1 4 3 1 10

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Apêndice II: Roteiro textual

Código de publicação: 1

Titulo: Incidência de pneumonia associada à ventilação mecânica em pacientes submetidos à

aspiração endotraqueal pelos sistemas aberto e fechado: estudo prospectivo – dados preliminares

Ano: 2001

Autores: Sandra Salloum Zeitoun, Alba Lúcia Botura Leite de Barros, Solange Diccini, Yara

Juliano

Idioma do artigo: Português

Pais de origem do artigo: Brasil

Tipo de artigo: Ensaio clínico

Tipo de estudo: Não especificado

Amostra do estudo: A população foi constituída por adultos clínicos e cirúrgicos, maiores de 18

anos, submetidos à entubação endotraqueal e internados na Unidade de Terapia Intensiva no

período de maio à agosto de 1999. A amostra inicial para pré-teste e estabelecimento do

instrumento de coleta de dados foi constituída de 20 pacientes, sendo 12 submetidos à aspiração

endotraqueal pelo sistema aberto e 8 pelo sistema fechado.

Objetivos do estudo: Verificar a incidência de pneumonia nosocomial em pacientes entubados e

sob ventilação mecânica prolongada, submetidos a aspiração endotraqueal pelo sistema aberto e

pelo sistema fechado.

Resultados encontrados:

-Ambos os grupos estudados não mostraram diferenças estatisticamente significantes, sendo que

o grupo nº 01 (sistema aberto) teve uma média de 20.83, e o grupo nº 02 (sistema fechado) uma

média de 20.37.

-A diferença entre os dois sistemas não foi significante de acordo com a análise estatística, porém

a proporção de PAV é maior nos pacientes aspirados com o sistema aberto, em relação aos

pacientes aspirados com o sistema fechado.

Principais Discussões/Conclusões:

-Este estudo mostrou-se efetivo quanto à metodologia utilizada, porém o prosseguimento deste

estudo implicará em aumento da amostra com possíveis alterações dos resultados.

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Código de publicação: 2

Titulo: Fisioterapia respiratória em pacientes sob ventilação mecânica

Ano: 2006

Autores: Carla de Oliveira Yokota, Armando Carlos Franco de Godoy, Maria Isabel Pedreira de

Freitas Ceribelli

Idioma do artigo: Português

Pais de origem do artigo: Brasil

Tipo de artigo: Revisão bibliográfica

Tipo de estudo: Qualitativa

Amostra do estudo: Não Relatado

Objetivos do estudo: As manobras de fisioterapia, agregadas aos cuidados que se prestam aos

doentes sedados e acamados, serão usadas para facilitar a desobstrução das vias respiratórias e a

nova expansão pulmonar, com o objetivo de prevenir complicações nos pacientes sob este risco.

Resultados encontrados:

-A realização das manobras exige posicionamento adequado do paciente no leito, a fim de

melhorar a função da V/P pulmonar, aumentar os volumes pulmonares, reduzir o trabalho da

respiração, minimizar o trabalho cardíaco e aumentar a liberação das secreções das vias aéreas,

com a ajuda da gravidade.

-Através do posicionamento dos segmentos pulmonares ou de todo o pulmão, o terapeuta tem

condições de acelerar o deslocamento de secreções, melhorar o “clearance” pulmonar periférico,

além de aumentar a capacidade residual funcional do paciente. Quando realizada junto com a VM

e com aplicação de pressão expiratória positiva final (PEEP), a drenagem postural pode aumentar

a pressão transpulmonar, melhorar a taxa de V/P, aumentar a complacência pulmonar do

hemitórax não comprometido e reduzir a resistência das vias aéreas colaterais. A equipe de

enfermagem pode realizar esta manobra, sempre que o paciente puder permanecer nesta posição

no leito.

-A técnica hiperinflação manual melhora a oxigenação e a complacência do pulmão,

minimizando o risco de hipoxemia; estimula a tosse no paciente intubado e aumenta a

movimentação das secreções pulmonares para as vias aéreas inferiores.

Principais Discussões/Conclusões:

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-A FR não é apenas indicada para a reabilitação ou a cura do paciente, mas também para a

prevenção de complicações pulmonares, já que, ao melhorar a função pulmonar, favorece a

redução de infecção pulmonar, reduz o tempo de permanência no ventilador mecânico e libera o

doente do risco da realização de traqueostomia; benefícios estes que, além de reduzirem a

permanência do paciente internado, reduzem o custo hospitalar.

-Para ter segurança na indicação da FR, observadas as condições da intubação endotraqueal do

paciente, faz-se mister avaliar se a realização da FR não acarretará complicações, como a

passagem de secreções orofaríngeas para as vias aéreas inferiores, o que favoreceria a aspiração

de resíduos e, conseqüentemente, o desenvolvimento da pneumonia aspirativa.

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Código de publicação: 3

Titulo: Guia de cuidados de enfermagem na prevenção da extubação acidental

Ano: 2007

Autores: Théia Maria Forny Wanderley Castellões, Lolita Dopico da Silva

Idioma do artigo: Português

Pais de origem do artigo: Brasil

Tipo de artigo: Relato de experiência

Tipo de estudo: Não especificado

Amostra do estudo: Não especificado

Objetivos do estudo: Apresentar a experiência de se trabalhar com a ajuda de um guia para

prevenir a extubação acidental nos quatro momentos de maior incidência que são: banho no leito,

transporte do paciente, troca de fixação do dispositivo ventilatório e mudança de decúbito.

Resultados encontrados:

-A extubação acidental como complicação da ventilação mecânica:

-O conhecimento técnico o enfermeiro em relação à ventilação mecânica é discutido em muitos

trabalhos inclusive já na graduação e demonstram a dificuldade encontrada no campo da

assistência prática ao paciente crítico.

- No MedLine encontraram-se vinte e sete artigos, sendo que apenas treze tratavam do assunto

extubação acidental em adultos, dos quais dez artigos são médicos e apenas três de enfermagem.

- Banho de leito:

Para que o banho no leito seja uma ação terapêutica a equipe de enfermagem deve estar

habilitada para executar as etapas da técnica mas principalmente competente para identificar

alterações do respirador. Neste momento de interação com o paciente o respirador é mais um

item a ser observado.

- As condutas de enfermagem preventivas da extubação no momento da higiene do couro

cabeludo e cabelos são: a) Checar a fixação e estabilidade do dispositivo ventilatório, b) Manter o

tubo apoiado por um dos membros da equipe diferente do executor da técnica, c) Aproximar o

paciente para a beira da cama, d) Retirar o posicionador de cabeça e apóia-la em um travesseiro

impermeável, e) Elevar a cabeça para lavar e enxaguar a nuca e parte posterior, f) Elevar a cabeça

apoiando em toalha seca após enxágüe.

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As condutas de enfermagem referentes à higiene oral e rosto são as mesmas acrescidas de

mobilizar o dispositivo ventilatório para a limpeza da língua com cuidado e sempre auxiliado.

Já para a higiene do corpo se preconiza no momento do banho: a) Mudar o paciente para o

decúbito lateral (lado em que se encontra o respirador) para higiene do dorso e glúteos, b)

Colocar o paciente na balança para pesagem e c) Mudar o paciente para o outro lado a fim de

completar a higiene dorsal se necessário.

-Mudança de decúbito:

- Um paciente crítico na unidade de terapia intensiva, realiza mudanças de decúbito em sua

maioria de duas em duas horas. Esse procedimento requer habilidade, pois o paciente crítico não

está sozinho no leito, está acompanhado de equipamentos que o mantém vivo e caso ocorra

desposicionamento de algum acessório pode representar a morte, morbidade ou prejuízo no

tratamento. A mudança de decúbito é um cuidado de enfermagem de grande importância para o

paciente, sua realização minimiza várias complicações associadas à ventilação mecânica. Quando

é correlacionada com a ausculta pulmonar e avaliação radiológica, gera uma drenagem postural e

com isso otimiza a expansão pulmonar - Durante esse procedimento a equipe de enfermagem

deve estar visualizando todos os extensores que saem do paciente crítico e o mantêm vivo. A

tração do circuito do respirador durante elevação da cama e a perda da centralização da cabeça

são os momentos onde mais ocorrem as extubações acidentais.

- Em função dessas questões se apresentam as condutas de enfermagem padronizando a mudança

de decúbito do paciente em ventilação mecânica:

-Deve-se sempre primeiro checar a fixação do dispositivo ventilatório; a seguir soltar o circuito

do respirador do suporte; logo depois baixar a cabeceira e apoiar as traquéias do respirador no

próprio braço do funcionário. Deve-se elevar o paciente no leito e neste momento manter os

olhos no dispositivo ventilatório, lateralizar a 30° o paciente mantendo a cabeça apoiada no

posicionador, logo elevar cabeceira e fixar o circuito no suporte do respirador com folga para que

caso ocorra deslocamento do paciente no leito, o dispositivo ventilatório não sofra tração do

circuito.

-Transporte de paciente:

-Certificar da sedação e analgesia pré-transporte; Lembrar de fixar e pinçar o cateter vesical além

de fixar os drenos e pinçar aqueles que não apresentem fuga aérea; Reduzir ao máximo o número

de bombas infusoras; Checar fixação e posição do dispositivo ventilatório, adaptando ao leito o

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respirador de transporte e a bala de oxigênio; Chegando a setor transferir todos os sistemas de

monitorização do paciente para o monitor do setor e trocar o respirador de transporte pelo do

setor e avaliar adaptação do paciente por cinco minutos; Se for para realizar um exame, simular a

entrada do paciente no aparelho de ressonância e tomografia para se ter à idéia exata da

necessidade do comprimento das traquéias do respirador dentro dos aparelhos.

- Troca de fixação:

-A fixação do dispositivo ventilatório que independente de ser tubo endotraqueal ou

traqueostomia é muito importante para a sua estabilidade, além de estar relacionada com a

diminuição de lesões traqueais também evita desposicionamento, diminuindo a incidência de

extubação acidental

Principais Discussões/Conclusões:

- Apesar de quatro décadas de estudos sobre ventilação mecânica, a equipe de enfermagem ainda

concentra seus conhecimentos na prática de cuidados associados principalmente às questões de

aspiração de secreções pulmonares.

- Registra-se uma pequena produção científica referente aos cuidados com os eventos adversos do

cuidado de enfermagem como é o caso da extubação acidental, da hipóxia, da lesão traqueal por

posicionamento inadequado do tubo, das arritmias durante os procedimentos de enfermagem, da

modificação de parâmetros hemodinâmicos durante os procedimentos de enfermagem, enfim há

um sem número de eventos a serem estudados ainda pela enfermagem e todos relacionados aos

cuidados de enfermagem.

- A implementação de um guia de prevenção da extubação acidental favorece a construção de

indicadores de qualidade na terapia intensiva associados à equipe de enfermagem uma vez que

desde a sua implementação até hoje ocorreram duas extubações acidentais com a nossa equipe de

enfemagem.

-Também é possível oferecer uma ferramenta que possa auxiliar uma assistência qualificada e

embasada em conceitos que objetivem a segurança do paciente pois o prognóstico de qualquer

paciente depende também da qualidade do tratamento recebido.

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Código de publicação: 4

Titulo: Central de Ventiladores Mecânicos: Organização, Segurança e Qualidade

Ano: 2007

Autores: Miranildes de Abreu Batista, Erikson Custódio Alcântara, Lilian Khellen Gomes de

Paula

Idioma do artigo: Português

Pais de origem do artigo: Brasil

Tipo de artigo: Descritivo exploratório

Tipo de estudo: Quantitativo

Amostra do estudo: 13 enfermeiros de unidades de terapia intensiva

Objetivos do estudo: Elaborar uma proposta de implantação de uma central de ventiladores

mecânicos para o Hospital das Clínicas/UFG como meio prático, seguro e organizado de

gerenciamento do uso racional dos ventiladores. Esta pesquisa visa contribuir com a

implementação de melhorias que otimizem a qualidade assistencial.

Resultados encontrados:

-Observou-se que 92,3% dos profissionais participantes do estudo apresentaram dúvidas quanto

aos riscos oriundos da assistência através de ventiladores mecânicos e 84,6% em relação ao ajuste

de parâmetros básicos e 46,1% sobre as modalidades ventilatórias, mencionando a necessidade de

mais esclarecimentos sobre o assunto.

-No que se refere ao significado do ajuste de alarmes e a sua interpretação, quando acionado,

38,5% admitiram dúvidas sobre o tema. Dentre os entrevistados 38,5% referiram incertezas

quanto ao uso e finalidades dos acessórios do ventilador mecânico. Hesitação quanto aos

procedimentos de limpeza, de desinfecção e de esterilização de componentes do ventilador

mecânico foi apontado por 23% dos participantes do estudo.

-Indisponibilidade de um ventilador mecânico no momento “certo” foi referida por 92,3% dos

enfermeiros, sendo que 46,1% dos entrevistados mencionaram terem assistido o paciente sem o

ventilador mecânico e tê-lo ventilado com “ambú” até que se providenciasse um ventilador.

-A inoperância do ventilador mecânico durante a sua instalação no paciente foi relatado por

92,3% dos enfermeiros. Ocasiões de trocas de ventiladores entre pacientes que necessitavam de

recursos que outro ventilador dispunha foram referidos por 84,6% dos entrevistados. Insegurança

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sobre o papel da enfermagem no contexto da ventilação mecânica foi relatada por 46% dos

participantes.

-Observou-se que os profissionais participantes quase em sua totalidade apresentaram dúvidas

quanto aos riscos advindos da assistência através de ventiladores mecânicos, fato este seguido por

dúvidas em relação ao ajuste de parâmetros básicos como modos de ventilação, FiO2, pressão

inspiratória, pressão positiva ao final da expiração, volume corrente e freqüência respiratória.

Principais Discussões/Conclusões:

-O estudo revelou dúvidas referentes às modalidades ventilatórias, mas acredita-se que seja uma

realidade freqüente nas diversas UTI no Brasil. A assistência ventilatória envolve todos os

profissionais que, de forma direta ou indireta, participam deste contexto e contribuem para a boa

performance dos ventiladores artificiais em sua interação com o paciente, evitando as possíveis

lesões causadas por ventilação mecânica.

-A imprecisão no que se refere ao significado dos ajustes e a interpretação dos alarmes pode ser

explicada pelo fato da literatura ser confusa nas descrições dos mesmos e a pouca relevância que

se dá a este assunto tão importante.

-Em relação à montagem do circuito do ventilador mecânico todos os enfermeiros afirmaram

certeza no referido procedimento. Ressalta-se que conexões incorretas impedem o funcionamento

adequado do aparelho, com conseqüências potencialmente desastrosas para o paciente. Cabe ao

enfermeiro montar o circuito ventilador-paciente com técnica asséptica.

-Ficaram caracterizadas as necessidades de enfermeiros no campo da ventilação mecânica em

meio à repressão do cotidiano tumultuado de um hospital de grande porte.

-Dentre as questões levantadas, no grupo de enfermeiros deste estudo, podemos inferir que

grande parte apresenta dúvidas em ajustes iniciais do ventilador mecânico e que a dificuldade em

relação à ventilação mecânica é comum a todos os enfermeiros entrevistados.

-Este estudo permitiu-nos observar pontos conflitantes no dia-a-dia da UTI no que diz respeito à

viabilização da assistência ventilatória que, atualmente, gira em torno das desvantagens da

descentralização dos ventiladores mecânicos.

-A proximidade com esta realidade levam a questionar o modelo atual de gerenciamento

descentralizado dos ventiladores e sugerir mudanças neste contexto com a implantação de um

novo serviço: a Central de Ventiladores Mecânicos – com a filosofia de oferecer assistência

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ventilatória com qualidade ao paciente, reflexo este, do gerenciamento eficaz do uso dos

ventiladores, da atualização multiprofissional e da educação continuada em serviço.

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Código de publicação: 5

Titulo: Necessidade de aspiração de secreção endotraqueal: critérios utilizados por uma equipe

de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva

Ano: 2008

Autores: Josiane de Jesus Martins, Eleine Maestri, Daiane Dogenski, Eliane Regina Pereira do

Nascimento, Rosemeri Maurici da Silva, Fabiana Oenning da Gama.

Idioma do artigo: Português

Pais de origem do artigo: Brasil

Tipo de artigo: Exploratório-observacional

Tipo de estudo: Qualitativo

Amostra do estudo: Participaram vinte e dois (22) trabalhadores da equipe de enfermagem que

atuam nos períodos matutino, vespertino e noturno, sendo 4 enfermeiros, 14 auxiliares e 4

técnicos de enfermagem.

Objetivos do estudo: Conhecer o modo como a equipe de enfermagem de uma UTI identifica a

necessidade de aspiração de secreção endotraqueal e os critérios que utiliza para isto.

Resultados encontrados:

-Os dados coletados constituíram as seguintes categorias:

-Horário predeterminado para aspiração;

- Constatou-se que, dos 22 participantes, seis (27,27%), todos do nível médio, realizam a

aspiração seguindo um horário preestabelecido de duas em duas ou de três em três horas.

- Pode-se inferir que o fato de a maioria (73%) dos participantes não seguir horário de rotina para

a aspiração de secreção está minimizando as repercussões respiratórias e hemodinâmicas

para o paciente que advêm da aspiração, além de evitar que o paciente seja submetido

desnecessariamente ao estresse do procedimento.

-Secreção visível ou audível no tubo endotraqueal;

- A secreção audível no tubo endotraqueal foi utilizada como critério para aspiração de secreção

pela maioria, 21 (95,45%) dos participantes.

-Ausculta pulmonar:

- No que se refere à ausculta pulmonar realizada antes da aspiração, um enfermeiro deixou de

utilizar esse critério, considerado de extrema importância na avaliação da necessidade do

procedimento

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- Considerando-se, que dentro da equipe de enfermagem, cabe ao enfermeiro executar a ausculta

pulmonar e que cada participante foi observado em duas aspirações, totalizando 44 aspirações

realizadas, na maioria delas (38 ou 86%) não foi considerado esse critério para avaliar a

necessidade do procedimento.

-Saturação de oxigênio:

- A saturação de oxigênio foi adotada como critério para a realização da aspiração endotraqueal

por 16 (72,72%),participantes. Dos 6 (27,27%) profissionais que não tiveram esse cuidado, 5

(22,72%) são auxiliares de enfermagem e 1 (um) (4.55%) é técnico de enfermagem.

Principais Discussões/Conclusões:

-O estudo demonstrou que a maioria dos participantes (73%) não seguia um horário

predeterminado para a aspiração, e desta forma evitava que o paciente fosse desnecessariamente

submetido ao estresse do procedimento; a maioria (95%) realizava a aspiração quando observava

roncos e secreções presentes no tubo endotraqueal; 72% dos participantes observavam a

saturação de O2 antes do procedimento; 75% dos enfermeiros realizaram a ausculta pulmonar

antes da aspiração.

-Constatou-se que os participantes utilizavam os quatro critérios adotados neste estudo como

necessários para identificar a necessidade de aspiração endotraqueal, sendo que o mais utilizado

foi a secreção audível e visível no tubo endotraqueal.

-Na maioria das 44 aspirações realizadas (38 ou 86%) não foi realizado a ausculta pulmonar,

critério considerado de fundamental importância para avaliar a necessidade do procedimento.

-Em se tratando de uma unidade crítica, em que o procedimento de aspiração endotraqueal é

realizado com enorme freqüência, pode-se inferir, pelos resultados, que os profissionais que

participaram deste estudo possuem um conhecimento insatisfatório sobre critérios de

identificação da necessidade de aspiração de secreção pelo tubo endotraqueal, o que se reflete

negativamente na qualidade da assistência e na prevenção de ocorrências iatrogênicas.

-A participação direta de profissionais de nível médio nessa atividade considera-se um ponto de

extrema preocupação, por se tratar de um procedimento que implica uma série de riscos e

é realizado em uma unidade de alta complexidade, onde os pacientes sofrem importantes agravos

à saúde.

-Sugere-se, então, que tanto a avaliação da necessidade de aspiração quanto o procedimento

sejam realizados pelo enfermeiro.

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-Os resultados apontam a necessidade de realizar com esses profissionais atividades educativas

sobre aspiração de secreção endotraqueal, ou quando houver semelhança da situação.

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Código de publicação: 6

Titulo: Sedación guiada por protocolo versus manejo convencional en pacientes críticos en

ventilación mecánica

Ano: 2008

Autores: Eduardo Tobar A, Alejandra Lanas M, Sandra Pino P, Paulina Aspée L, Sandra Rivas

V, Daniela Prat R, Rosmi Asenjo B, José Castro O.

Idioma do artigo: Espanhol

Pais de origem do artigo: Chile

Tipo de artigo: Ensaio clinico

Tipo de estudo: Não especificado

Amostra do estudo: Durante nove meses, foram incluídos consecutivamente 40 pacientes, 22 no

grupo de protocolo e 18 em convencional

Objetivos do estudo: O objetivo deste estudo é realizar uma comparação entre a estratégia de

fornecer sedação e analgesia em um protocolo e a prática comum (a critério do médico residente

UTI).

Resultados encontrados:

-Houve uma diferença significativa na proporção das avaliações SAS nível de sedação em 04/03

o grupo protocolo: 43,9% vs 31,1%. Não foram encontradas alterações na proporção de pacientes

com sedação insuficiente com a implementação do protocolo.

-No grupo P há 150 dias e 165 da VM grupo C. Há uma redução na dose midazolam no grupo do

protocolo, sendo 0,04 (0,02-0,07) e 0,06 (0,03-0,08) mg / kg / h no grupo P e C, respectivamente.

Não foram encontradas diferenças nas doses de fentanil utilizada.

-Três pacientes do grupo P não chegaram a níveis adequados de sedação com doses máximo

permitido. Todos tinham SDRA grave insuficiência respiratória catastrófica, exigindo uso de

relaxantes neuromusculares.

-Em relação aos resultados clínicos, não encontramos diferenças na duração da VM, nem na

mortalidade entre ambos os grupos.

-O uso de neurolépticos foi baixa em ambos os grupos (4% vs 6%), não houve diferenças

significativas entre eles.

-No grupo P, o protocolo teve uma aderência adequada, com 88% das intervenções realizadas

ajustadas ao protocolo.

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Principais Discussões/Conclusões:

-Infelizmente, a transferência de provas prática clínica tem sido insuficiente, relatando que o uso

de sedativos em pacientes com VM continua a ser insuficiente e heterogênea.

-Devido a outros estudos, afigura-se necessário desenvolver protocolos de acordo com a realidade

nacional. Os resultados do nosso estudo confirmam que este é possível e que melhoraram a

proporção de tempo e que os pacientes estão em um nível desejado de sedação (normalmente

SAS 3-4). Nossos achados concordam com os publicados, embora dado o tamanho da amostra

não é possível avaliar o impacto do nosso protocolo em resultados como a duração da VM e a

estadia na UTI.

-Nosso esquema reduz o uso de midazolam, o que é consistente com os dados clínicos e

farmacocinética que documentam o comportamento imprevisível, quando usados em infusão

contínua em pacientes criticamente enfermos. Neste contexto, seu uso deve ser acompanhado por

medidas seriadas do nível de sedação para detectar períodos de sedação excessiva para ajustar a

sua dosagem. Isso minimiza os riscos de seu emprego, reduzir os períodos de sedação excessiva e

podem ter impacto nos custos.

-A participação dos enfermeiros é fundamental no protocolo. Nosso estudo confirma a validade e

utilidade da sua participação na implementação da escala de sedação e para executar ajuste da

dose de acordo com resultados encontrado. Isto é ainda mais relevante se considerarmos que este

estudo foi conduzido em um local onde a relação enfermeira:paciente e de 1:3, habitual a média

nacional. Isso é diferente em países desenvolvidos onde os estudos para embasar este trabalho

foram desenvolvidos onde a proporção é 1:1.

-O protocolo proposto claramente melhora a gestão corrente da droga sedativa, reduzindo

sedação excessiva, sem aumento episódios agitação aguda e permite novas hipóteses sobre o uso

de sedativos e analgésicos em pacientes com VM.

-Em primeiro lugar, apesar de reduzir os períodos de sedação profunda, pacientes tratados com o

protocolo de apenas 44% das avaliações SAS da meta pretendida, que no nosso é aparentemente

insuficiente.

-Em conclusão, acreditamos que a aplicação deste protocolo de sedação, proporciona benefícios

para melhorar a qualidade da sedação e secundariamente menor uso de sedativos nos pacientes

estudados. Sua aplicação, juntamente com melhor gestão clínica, acreditamos que poderia

incentivar ou facilitar o desenvolvimento de novos estudos clínicos que visam a obtenção de uma

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melhor qualidade da sedação e analgesia no grupo pacientes.

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Código de publicação: 7

Titulo: Hacerse entender: la experiencia de pacientes sometidos a ventilación mecánica sin

efectos de sedación

Ano: 2008

Autores: Ángela Maria Henao Castaño

Idioma do artigo: Espanhol

Pais de origem do artigo: Peru

Tipo de artigo: Artigo clássico

Tipo de estudo: Qualitativa

Amostra do estudo: Foram um total de nove pessoas adultas, seis homens e três mulheres com

idades entre 23 a 48 anos.

Objetivos do estudo: Descrever as diferentes formas de comunicação utilizadas por pacientes,

cuja experiência em uma unidade de cuidados intensivos sob ventilação mecânica sem o uso de

sedação contínua.

Resultados encontrados:

-Os resultados obtidos permitiram descobrir os apectos significativos para os participantes. Para

isso se tratou em primeiro lugar de uma experiência inesquecível, única e nova. As dificuldades

apresentadas pela situação de doenças graves, tais como a aflição psicológica a dor física e

estresse, foram as condições que tornaram esta experiência "dura".

- O segundo aspecto diz respeito ao fato de que por estar sem sedação, os participantes puderam

dar-se conta por si mesmo de todo o contexto, o que o fez inesquecível. Um terceiro aspecto diz

respeito a recursos não verbais que utilizaram para comunicar-se com a equipe de saúde. Em

quarto se descreve o cuidado dado por o pessoal de enfermagem e o ambiente na UTI; reconhecer

nas enfermeiras a habilidade para buscar as condições favoráveis para fazer da unidade um lugar

tranqüilo no qual se pode descansar e sentir seguros. O quinto define os mecanismos de

enfrentamento utilizados pelos participantes. Finalmente, os participantes descreveram de

aprendizagem.

-Pelo fato de não estarem sedados os participantes possuem funções cognitivas com as quais eles

poderiam manter uma boa comunicação verbal, porem não podem devido a via aérea artificial.

Principais Discussões/Conclusões:

-A comunicação destes pacientes com a equipe de saúde, exige tanto do paciente quanto da

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enfermagem habilidades que antes não haviam sido exploradas.

- É necessário dar um papel preponderante na ligação comunicação-cuidados; proporcionando ao

paciente elementos para desenvolver a comunicação não-verbal, fornecer caneta, caderno e

motivá-lo a escrever os casos que suas condição de saúde que lhes permitem, mostrando interesse

na interpretação comum das palavras que são nesse momento de extrema importância para ele, na

maioria dos casos são questões relacionadas à saúde e família. É este elo importante para a

família no momento da visita onde desenvolve-se o exercício da escrita mesmo criando assim

uma atmosfera de tranquilidade envolvidos na resposta às questões da assistência ao paciente e

que só eles, como membros da família podem resolver.

- A eficácia da comunicação dependia em grande parte do enfermeiro que se encontra no

momento, porque quanto mais experiência melhor sera a sua interpretação de que o paciente

expressa. Neste contexto, devemos mencionar a atribuição de um enfermeiro para cada paciente

na unidade onde os participantes viveram a experiência, o que facilita um atendimento individual

e humanizado para suprir as necessidades específicas de cada um.

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Código de publicação: 8

Titulo: Ações de enfermagem para a prevenção da extubação acidental

Ano: 2009

Autores: Théia Maria Forny Wanderley Castellões, Lolita Dopico da Silva

Idioma do artigo: Português

Pais de origem do artigo: Português

Tipo de artigo: Estudo observacional retrospectivo, de intervenção prospectiva

Tipo de estudo: Não relatado

Amostra do estudo: A população de 142 pacientes,sendo 72 pacientes na fase retrospectiva e 70

na fase prospectiva

Objetivos do estudo: Apresentar os resultados parciais de uma pesquisa relacionada à incidência

da extubação acidental, após a implantação de um guia preventivo da extubação.

Resultados encontrados:

-Os dados encontrados mostram que, o número de pacientes do período retrospectivo e

prospectivo foi praticamente o mesmo; a divisão por sexo foi quase que idêntica e, a idade da

população foi concentrada na mesma faixa etária nos dois grupos.

-Antes da implementação do guia a taxa foi de 8,33% extubações acidentais ocasionadas pela

equipe de enfermagem reduzindo para 2,85% eventos.

-Em termos de incidência houve 3,27 eventos e 1,03 respectivamente no período retrospectivo

Principais Discussões/Conclusões:

-Embora a extubação acidental seja considerada um importante indicador de qualidade do

cuidado de enfermagem em terapias intensivas, tem sido pouco investigada em relação a sua

associação com o cuidado de enfermagem e as medidas de barreira que impeçam ou evitem este

evento.

-A despeito das limitações desta pesquisa, o emprego do protocolo de cuidados de enfermagem

especificamente associado às variáveis transporte do paciente, mudança de decúbito, banho no

leito e a troca de fixação, provocou uma queda na taxa da extubação acidental.

-Sob outro ângulo, estudos como estes, onde protocolos são testados podem auxiliar os

profissionais de enfermagem a compreender o impacto dos mesmos na diminuição de eventos

adversos, como e o caso da extubação acidental.

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-Um dos fatores que podem estar relacionados com o fato de se ter presenciado uma extubação

acidental relacionada à mudança de decúbito e ao banho no leito pode ser em função de a

enfermagem realizar a mudança de decúbito e o banho no leito para todos os pacientes na mesma

hora. Ou seja, horas pares ou horas ímpares, com vistas a facilitar o controle e organização do

cuidado. Desta maneira, o procedimento muitas vezes é realizado rapidamente o que pode

facilitar a extubação acidental. Mudar esta rotina, pode fazer com que os profissionais de

enfermagem tenham um menor número de mudanças de decúbito e banhos por hora,

desprendendo mais atenção e tempo ao procedimento.

-Limitações importantes desse estudo estão relacionadas ao tempo de levantamento de dados,

necessidade de separar dentro do estudo pacientes que utilizam tubo traqueal e traqueostomia e a

pequena amostra que o representa. Uma possibilidade de melhorar a qualidade do estudo consiste

em aumentar o tempo de acompanhamento dos pacientes, o que vem sendo realizado numa

segunda etapa da pesquisa.

-Os atuais resultados não permitem estabelecer uma relação de associação entre o protocolo e a

incidência da extubação, pois há que se considerar outras aspectos como a questão da

organização do trabalho numa UTI e a carga de trabalho da enfermagem. Por outro lado, a

pesquisa permite levantar hipóteses acerca dos investimentos que devem ser feitos em termos de

educação na enfermagem, a importância no desenvolvimento de protocolos de cuidado em

unidades intensivas e mostra a influência do banho no leito e da mudança de decúbito na

extubação acidental. Pretende-sedar continuidade a este estudo com novas medidas, prazos e

amostra maior, para comparação com os resultados aqui apresentados.

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Apêndice III– Termo de Compromisso para Utilização de Dados

Título do Trabalho:

VENTILAÇÃO MECÂNICA NA PRODUÇÃO CIENTÍFICA DE ENFERMAGEM

Os pesquisadores do presente trabalho de pesquisa, Daione Simon e Valdecir Zavarese da

Costa, se comprometem a levar em consideração as normas nacionais sobre direitos autorais dos

estudos analisados.

Os artigos serão utilizados para pesquisa referente ao Trabalho de Conclusão da

Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Pampa - UNIPAMPA.

Os pesquisadores concordam que estas informações serão utilizadas única e

exclusivamente com a finalidade científica.

Uruguaiana, ___ de ___________ de 20__.

_________________________________

Daione Simon

Acadêmico de Enfermagem UNIPAMPA - Campus Uruguaiana

__________________________________

Ddo Valdecir Zavarese da Costa

Professor Assistente do Curso de Enfermagem da UNIPAMPA.