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Ano IV - nº 14 Janeiro / Fevereiro 2012 www.antaq.gov.br 10 anos em franca navegação Em 14 de fevereiro, a ANTAQ completa uma década trabalhando em benefício do transporte aquaviário e da atividade portuária do país. Estatísticas, principais parcerias, estrutura, opiniões: saiba como foram esses 10 anos da Agência. Além disso, o diretor-geral Fernando Fialho fala, em entrevista, do encerramento de seu mandato Páginas 3 a 11 Jornal 14 indesiger.indd 1 08/02/2012 10:55:21

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Ano IV - nº 14 Janeiro / Fevereiro 2012

www.antaq.gov.br

10 anos em franca navegaçãoEm 14 de fevereiro, a ANTAQ completa uma década trabalhando em benefício do transporte aquaviário e da atividade portuária do país. Estatísticas, principais parcerias, estrutura, opiniões: saiba como foram esses 10 anos da Agência. Além disso, o diretor-geral Fernando Fialho fala, em entrevista, do encerramento de seu mandato

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EXPEDIENTE

Agência Nacional de Transportes Aquaviários

Ministério dos Transportes

CARTA AO LEITOR

10 anos de prestaçãode serviço

A atividade portuária brasileira cresce a cada ano. Mais de 90%

das importações e exportações nacionais são movimentadas através

de portos e de terminais. A navegação marítima também apresenta

um enorme potencial de crescimento, haja vista o pré-sal e a corrente

de comércio com a Europa e a China, principalmente.

O transporte fluvial não fica para trás. A ideia de que as hidrovias

são eficientes e ecologicamente corretas entrou na pauta de debates

e vem ganhando espaço nas políticas de governo. Sem falar que os

rios são as estradas da Região Norte. Ou seja, para se locomoverem,

esses cidadãos precisam de um transporte seguro e de qualidade.

Os serviços portuários e de navegação são, portanto, essenciais

para a sociedade e precisam ser regulados. Ao longo de uma década, a

ANTAQ vem cumprindo sua missão: assegurar à sociedade a adequada

pretação de serviços de transporte aquaviário e de exploração

da infraestrutura portuária e hidroviária, garantindo condições de

competitividade e harmonizando os interesses público e privado.

Nesta edição, o Navegando a notícia faz um balanço resumido

do que foram esses 10 anos de ANTAQ: estatísticas portuárias,

dados de navegação, convênios firmados entre a Agência e diversas

instituições; a estruturação da autarquia. Todas essas informações

estarão disponíveis nas próximas páginas.

Além disso, a publicação traz uma entrevista com o diretor-geral

da ANTAQ, Fernando Fialho, que deixa o cargo em 17 de fevereiro

devido ao encerramento do mandato. Fialho conta como foram esses

seis anos na Agência, as conquistas, os desafios superados, entre

outros assuntos.

Por fim, o Navegando a notícia explica como será a mais nova

superintendência da Agência: Fiscalização e Coordenação das

Unidades Administrativas Regionais. A superintendente será Gertrudes

Coelho, ex-chefe da Unidade Administrativa Regional do Recife. A

nova superintendência terá duas gerências: Fiscalização Portuária e

Fiscalização da Navegação. À frente da primeira, ficará Jair Galvão.

Luiz Eduardo Alves será o gerente de Fiscalização da Navegação.

Boa leitura

Jornal Navegando a Notícia(versão impressa)

Ano IV - N° 14 - Janeiro / Fevereiro 2012

Fernando Antonio Brito Fialho

Diretor-Geral

Pedro BritoDiretor

Tiago Pereira Lima

Diretor

ProduçãoAssessoria de Comunicação Social - ANTAQ

Yara Rodrigues da Assunção

Chefe da Assessoria de Comunicação Social

Jorge LúcioJornalista

Rodrigo Duhau

Jornalista

Rodrigo VasconcelosJornalista

Inês AlbuquerqueRelações Públicas

Projeto gráficoFlávio Madera

ImpressãoGráfica Brasil

Tiragem: 2.500 exemplares

Críticas e sugestões:

Ouvidoria: 08006445001 ou (61) 2029-6576Assessoria de Comunicação Social (ASC)

SEPN Qd. 514 - Conj. E - 1° andar - Asa NorteCEP: 70760-545 - Brasília - DF

Telefone: (61) 2029-6520www.antaq.gov.br - [email protected]

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PORTOS

Nos últimos dez anos, a ANTAQ tomou medidas que contribuíram para o desenvolvimento do setor portuário no país. Para o superintendente de Portos

da ANTAQ, Giovanni Paiva, destacam-se, entre elas, a criação da GMA, a edição das resoluções de números 858, 987, 1.660 e 2.240 (que substituíram a 517 e a 55, respectivamente), o EVTE e o Plano Geral de Outorgas.

“A criação da Gerência de Meio Ambiente trouxe a preocupação ambiental para o centro da atividade regulatória”, avaliou Paiva. Hoje, avaliam-se os impactos ambientais das atividades de todos os portos e terminais, por meio de ações previstas no Plano Anual de Fiscalização da Agência.

As ações de fiscalização estão, por sua vez, disciplinadas na resolução nº 858 e nº 987, que, respectivamente, estabelecem os procedimentos para fiscalização das atividades desenvolvidas pelas Administrações Portuárias e o processo administrativo para apuração de infrações e aplicação de penalidades na prestação de serviços de transportes aquaviários.

Entre estes serviços, os principais são prestados pelos arrendatários de áreas dentro do porto público e por operadores de terminais privados. O arrendamento de áreas no porto e a operação de terminais de uso privativo são regulados pelas resoluções nº 2.240 e 1.660, que substituíram as resoluções nº 55 e 517, respectivamente.

A eficácia destas resoluções foi reforçada pela implantação do Estudo de Viabilidade Técnica e Econômica (EVTE) dos projetos de licitação de novos arrendamentos e de construção e exploração dos novos portos. “Associado ao Plano Geral de Outorgas, que identificou os pontos da costa brasileira em que seria mais vantajoso construir novos portos e terminais, o EVTE é um importante instrumento de regulação, que antecipa possíveis problemas”, disse Paiva.

Movimentação de cargasTodas estas medidas, em conjunto com o crescimento

da economia brasileira, confluíram para que a movimentação de cargas nos portos públicos e terminais privativos crescesse mais de 67,5%: de 529 milhões, em 2002, para 886 milhões de toneladas, em 2011. Em relação ao ano passado, quando a movimentação foi de 833 milhões, houve alta de 6,4%.

A movimentação de granéis sólidos subiu de 302 milhões, em 2002, para 543 milhões de toneladas, em 2011, alta de 79,8% no período. A alta em relação a 2010, ano em que foram movimentados 505 milhões de

Ações da ANTAQ e desenvolvimentoeconômico fizeram movimentação crescer 67,5% em 10 anos

A movimentação de carga geral cresceu 105,3% desde 2002

A movimentação de granel líquido subiu 30% em 10 anos

Fotos: Divulgação

toneladas de granel sólido, foi de 7,5%.Em 2011, a movimentação de granéis líquidos

alcançou 212 milhões de toneladas, 30% a mais que em 2002, quando foram movimentados 163 milhões. O valor é quase 2% maior que o da movimentação de granéis líquidos no ano passado, que alcançou 208,4 milhões de toneladas.

Houve, no período, alta de 105,3% da movimentação de carga geral (solta mais conteinerizada): de 63,8 milhões, em 2002, a movimentação subiu para 131 milhões de toneladas, em 2011. Em comparação a 2010, quando foram movimentados 119 milhões, houve alta de 10%.

A movimentação na navegação de longo curso cresceu de 371 milhões, em 2002, para 658 milhões de toneladas, em 2011, alta de 77,3%. Em relação a 2010, quando movimentaram-se 616,3 milhões de toneladas no longo curso, houve, em 2011, aumento de 6,8%.

A movimentação na cabotagem subiu de 137 milhões, em 2002, para 196 milhões de toneladas, em 2011, um crescimento de 43% no período. Na comparação com o ano anterior, quando a cabotagem movimentou 188 milhões de toneladas, o crescimento foi de 4,25%.

Na navegação interior, o aumento previsto é de 52,4% no período, quando a movimentação subiu de 21 milhões para 32 milhões de toneladas. O acréscimo sobre 2010, em que a movimentação foi de 29,4 milhões de toneladas, foi de 8,8%.

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NAVEGAÇÃO MARÍTIMA

Navegação de cabotagem transporta134 milhões de toneladas em 2011

A navegação de cabotagem brasileira transportou 134 milhões de toneladas de mercadorias em 2011, número 2,58% superior à quantidade

transportada em 2010, segundo dados preliminares da Superintendência de Navegação Marítima e de Apoio da ANTAQ (SNM). Entre os principais grupos de mercadoria transportados na cabotagem brasileira, a comparação com o ano anterior destaca o crescimento no transporte de reatores, caldeiras e máquinas (89,57%) e celulose (28,66%). Já entre as mercadorias em que houve diminuição, os destaques foram produtos siderúrgicos (-37,74%) e trigo (-76,55%).

Em relação ao longo curso, a tonelagem das exportações brasileiras cresceu 5,2%, na comparação com o ano anterior, totalizando 515 milhões de toneladas. A carga geral solta foi a principal responsável por esse crescimento, com um aumento de 19,54% em relação a 2010. Os grupos de mercadoria que tiveram maior crescimento na exportação foram produtos siderúrgicos (40,87%) e soja (6,79%), e os que tiveram maior queda foram o milho (-13,56%) e preparações alimentícias diversas (-17,43%).

A importações brasileiras apresentaram um crescimento na tonelagem de 14,42%, totalizando 145 milhões de toneladas. O maior destaque no desembarque do longo curso foram os granéis sólidos, que cresceram 21,73%. Fertilizantes e adubos (26,87%) e coque de petróleo (25,13%) foram as mercadorias que tiveram o crescimento mais relevante, enquanto veículos e materiais para vias férreas (-97,54%) e aeronaves, embarcações e suas partes (-92,64%) os que tiveram maior diminuição.

Autorizações e afretamentosDesde que a Agência foi instalada, em 2002, o número

de empresas autorizadas a operar nas quatro áreas da navegação marítima e de apoio - longo curso, cabotagem, apoio marítimo e apoio portuário – cresceu 22,3 vezes. No primeiro ano, eram apenas 13 empresas; em 2011, chegou a 290 empresas. Em relação à 2010, o número de autorizações no setor cresceu 7,24% no ano passado, com a entrada de 21 novas empresas no mercado.

Por tipo de navegação, as de apoio portuário e apoio marítimo foram as que apresentaram as maiores taxas de crescimento do número de autorizações, impulsionadas, respectivamente, pela maior movimentação portuária e pela perspectiva de exploração de petróleo na camada do pré-sal. Já as navegações de cabotagem e longo curso registraram uma certa estagnação nos últimos quatro anos, tendo inclusive diminuído o número de autorizações no longo curso.

Foto: Divulgação

A frota brasileira na navegação marítima e de apoio cresceu duas vezes e meia no período 2001/2011, saindo de 588 embarcações no início da década para 1.473 no ano passado. Em relação aos últimos cinco anos (2006/2011), a frota ganhou 674 novas embarcações.

Entre todas as navegações, o apoio marítimo foi o que teve maior incremento na sua frota. No período de 2006 a 2011, o número de embarcações mais do que dobrou, passando de 212 embarcações para 454. Entretanto, mesmo com todo esse crescimento da frota de apoio marítimo, os gastos com afretamentos autorizados nessa modalidade de navegação tiveram um grande aumento no período. “A razão foi que aumentou o valor do afretamento, devido ao uso de novas tecnologias com custos superiores, além do grande crescimento da demanda de apoio marítimo, influenciada pelo início das explorações no pré-sal”, salienta o superintendente de Navegação Marítima e de Apoio da ANTAQ, André Arruda.

Fiscalizações/normasDesde a implantação do Plano Anual de Fiscalização

- PAF, em 2007, as fiscalizações na área da navegação marítima e de apoio triplicaram, saindo de 74 naquele ano para 242, em 2011. O número de fiscalizações eventuais (decorrentes de denúncias ou indícios de práticas comerciais irregulares ou violação de dispositivos legais e regulamentares), por sua vez, vem caindo: foram 37 procedimentos em 2007; 18, em 2008; 32, em 2009; 21, em 2010; e 12, no ano passado.

A Agência editou ou revisou 15 normas na área da navegação marítima e de apoio no período 2002/2011, disciplinando as regras para o afretamento de embarcações e operação das empresas brasileiras de navegação.

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NAVEGAÇÃO INTERIOR

Movimentação na navegação interior cresce 7%

A navegação interior nacional movimentou, em 2011, 26.034.031 toneladas. Isso corresponde a um crescimento de 7,42% em relação a 2010,

quando esse número ficou em 24.235.436 toneladas. Sobre a cabotagem em vias interiores, a movimentação foi de 23.128.823 toneladas. Em 2010, foram 21.235.097 toneladas; um crescimento de 8,9%. No longo curso em vias interiores, foram 32.348.190 toneladas no ano passado. Isso significa um crescimento de 10% em comparação ao ano passado. Em 2010, movimentaram-se 29.359.394 toneladas. Os dados, organizados pela Superintendência de Navegação Interior, são uma prévia.

Número de autorizaçõesEm 2011, a ANTAQ emitiu 46 autorizações para as

empresas prestarem serviços na navegação interior. Foram dez para o transporte longitudinal de carga; 16 para o transporte longitudinal de passageiros e misto; e 20 para travessia. Em 2010, foram 55 autorizações.

De 2002 a 2011, a ANTAQ já emitiu 290 autorizações. O ano de 2009 foi o que teve mais autorizações emitidas: 62, sendo 13 para o transporte longitudinal de carga; 13 para o transporte longitudinal de passageiros e misto; e 36 para travessia.

No entanto, até 2011, a Gerência de Outorga e Afretamento da Navegação Interior da ANTAQ contabilizou 222 autorizações em vigor. São 86 para o transporte longitudinal de carga; 49 para o transporte longitudinal de passageiros e misto; e 87 para travessia. Houve 68 extinções de autorizações.

Apesar de 222 autorizações estarem em vigor, o número de empresas regularizadas está em 198. São 86 que prestam serviços para o transporte longitudinal de carga; 49, para o longitudinal de passageiros e misto; e 63, para travessias. “A diferença entre o número total de autorizações emitidas e o número total de empresas autorizadas é em função de que algumas empresas autorizadas possuem mais de uma autorização”, explica o superintendente de Navegação Interior da ANTAQ, Adalberto Tokarski.

Saiba maisPor meio do Plano Anual de Fiscalização (PAF) de

2011, A ANTAQ realizou 99 procedimentos fiscalizatórios na travessia; 85, no longitudinal de passageiros e misto; e 52, no longitudinal de carga, totalizando 236 ações. “O objetivo geral do PAF/2011 para a navegação interior foi a manutenção da prestação do serviço adequado nos meios de transporte aquaviário regulados pela ANTAQ, buscando, primordialmente, ampliar a regularização dos prestadores de serviço, coibindo as práticas irregulares de todas as empresas”, destacou Tokarski.

134Número de autorizações emitidas para

afretamentos de embarcações estrangeiras

34Número de empresas solicitantes

263Total de embarcações afretadas.

Foram 155 barcaças; 46 catamarãs; 31 empurradores; e 31 navios-tanques.

De 2002 a 2011

Foto: Divulgação

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iaENTREVISTA

Navegando: Que avaliação o senhor faz do estado em que encontrou o setor de transportes aquaviários e do estado atual?

Fialho: Evoluímos com o Brasil, nos últimos seis anos. Neste período, o acelerado crescimento do comércio exterior gerou uma forte pressão sobre a infraestrutura brasileira. O setor portuário respondeu à altura, tanto que, há dez anos, nossa corrente de comércio era de US$ 100 bilhões e, em 2011, fechou em quase US$ 490 bilhões. Destacaram-se também as hidrovias. Ao longo desse período, concluiu-se a Represa de Tucuruí. Não podemos dizer que estes resultados devam-se somente à atuação direta da Agência, mas contribuímos para alcançá-los, dando visibilidade ao setor aquaviário como alternativa logística.

Navegando: Quais ações da ANTAQ mais contribuíram para estimular a navegação interior?

Fialho: O conjunto de seminários e de reuniões técnicas que promovemos, em parceria com os agentes de governo, sobretudo do Ministério dos Transportes, os agentes de mercado, as empresas privadas que têm a demanda da carga. Trouxemos especialistas da Holanda, da Bélgica e dos Estados Unidos. Creio que a participação de diferentes atores trouxe uma reflexão diferenciada, tanto para o governo quanto para o empresariado. Empresas como a Vale desenvolveram projetos importantes de transporte hidroviário. Criamos a Superintendência de Navegação Interior, que elaborou um conjunto de normas específicas para o setor, tanto para o transporte de cargas como para o de passageiros. A navegação interior aumenta a eficiência do escoamento da produção agropecuária, deixando mais dinheiro nas mãos dos produtores, que assim criam mais empregos.

Navegando: Apesar do avanço do modal hidroviário, ele ainda é pouco utilizado. Como a Agência pode contribuir para aumentar a participação do modal na matriz de transportes?

Desde junho de 2006, quando teve início o seu primeiro mandato como diretor-geral, Fernando Fialho esteve à frente da ANTAQ durante um período de intenso crescimento do setor de transportes aquaviários. Na entrevista a seguir, Fialho, que conclui seu segundo mandato em fevereiro, fala sobre as principais medidas tomadas pela Agência no período.

Fernando Antonio Brito FialhoDiretor-Geral da ANTAQ

Fialho: Contratamos, recentemente, o PNIH (Plano Nacional de Integração Hidroviária), que identificará os principais locais onde poderiam ser instalados novos terminais, com cálculos de estimativa de fretes para comparação entre os modais hidroviário, rodoviário e ferroviário. O Plano é mais uma ferramenta de planejamento, por meio da qual a Agência procura exercer um papel de incentivadora e orientadora de investimentos na navegação interior. Fizemos também um levantamento do número de passageiros transportados nas hidrovias brasileiras, notadamente na região Norte. Esse plano está integrado a um projeto do Ministério dos Transportes de transporte social na região. Continuaremos a produzir material técnico de qualidade e, com isso, subsidiar com mais e melhores elementos as nossas decisões.

Navegando: De que forma a regulação pode tornar a cabotagem mais atraente, apesar dos entraves burocráticos e de custo que ainda existem?

Fialho: A regulação cria um ambiente de atração de investimentos. Se você observar, o PROMEF só foi viável, porque existe uma lei que protege o mercado. Também por essa demonstração clara e inequívoca de governo, a despeito de todas as pressões internacionais, houve uma manutenção na estabilidade dessas regras, o que provocou, ao longo desses últimos anos, a criação de diversas outras empresas, que, além da própria Transpetro, estão ofertando novos serviços na cabotagem. Elas estão operando regularmente, fazendo encomendas de novos navios, aumentando a quantidade de linhas. O crescimento permite que o mercado supere algumas dessas barreiras. Ainda temos de ultrapassar outros, como a questão de custo, da dificuldade de formar tripulação, que estamos resolvendo em conjunto com a Marinha do Brasil. O excesso de burocracia ainda é um entrave, mas também está sendo combatido junto com a SEP, pelo projeto “Porto sem papel”.

Fotos: ANTAQ

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7Ano IV nº 14 Janeiro / Fevereiro de 2012

ENTREVISTA

Navegando: De que forma a Agência tem se preparado para enfrentar os desafios regulatórios que o crescimento acelerado da navegação de apoio marítimo coloca?

Fialho: Fizemos estudos detalhados a respeito do setor e modificamos normas a partir das observações de novas demandas de mercado. A regulação tem esta característica dinâmica, de procurar identificar as efetivas demandas do mercado, procurando atendê-las e enquadrá-las no processo de regulação. Fizemos adaptações em normas que preveem um atendimento da indústria do pré-sal como um todo, criando facilidades para a implementação de terminais específicos para atuar nesse setor.

Navegando: Que medidas a ANTAQ tomou para aumentar a eficiência da ocupação da utilização dessas áreas portuárias?

Fialho: Temos discutido com as autoridades portuárias e os arrendatários sobre a necessidade de investir-se em tecnologia da informação, em sistemas mais eficientes, em equipamentos de grande porte, como os novos portêineres e “gates” que estão sendo instalados nos terminais. Isso tem melhorado o aproveitamento da mesma área, o que é tão importante quanto investir na ampliação dos terminais existentes. Criamos ainda várias formas de uso de áreas, que atrairão novos investimentos, como a servidão de passagem e a cessão de uso temporário. São alternativas que permitirão aproveitar melhor espaços anteriormente não utilizados, criando, inclusive, alternativas para dar vazão à produção do pré-sal.

Navegando: Como a Agência buscou conciliar o desenvolvimento dos transportes aquaviários e a preservação do meio ambiente?

Fialho: Nossa primeira ação foi mapear os desafios ambientais do setor portuário no Brasil. Em segundo lugar, procuramos promover diálogos específicos sobre questões ambientais, como o seminário que fizemos, recentemente, a respeito de resíduos sólidos nos portos brasileiros. Quando cheguei aqui, dizia-se que a hidrovia é uma coisa nociva ao meio ambiente. Essa visão felizmente mudou, até mesmo no Ministério do Meio Ambiente. Ele reconheceu que a hidrovia não é prejudicial ao meio ambiente, porque ela não existe se não houver um rio com nascentes preservadas. As hidrovias contribuem inclusive para a redução dos danos provocados pelas enchentes. Por quê? O aumento da calha para dar mais velocidade ao escoamento das águas nos nossos rios, a proteção da mata ciliar, que faz parte do programa de revitalização de qualquer rio, para que ele seja utilizado como hidrovia, são componentes importantes para a redução dos riscos e danos provocados por essas enchentes que temos todos os anos.

Navegando: Em dezembro, ingressaram na agência mais servidores aprovados em concurso público que o senhor realizou em sua gestão. Que outras medidas foram tomadas no período para completar o processo de estruturação da agência?

Fialho: Em minha gestão, foi nomeada a maioria dos servidores aprovados nos dois concursos realizados pela Agência. Estivemos desde o início focados na valorização do servidor, no investimento em capacitação, para que pudéssemos, com quadros mais capacitados, fazer uma regulação mais eficiente. Fizemos duas turmas de MBA, vários programas de capacitação no exterior, cursos aqui no Brasil. Isso tudo é sempre muito incentivado, porque é a qualidade do servidor que vai fazer com que a agência seja cada vez mais respeitada e tenha uma presença mais importante para o desenvolvimento do Brasil. Outro aspecto importante é que, durante esse período, instalamos todas as unidades regionais.

Navegando: Que avaliação o senhor faz da experiência frente à ANTAQ? O que o senhor gostaria de dizer aos servidores com que trabalhou nos últimos seis anos?

Fialho: Eu tive a grande oportunidade de servir ao meu país à frente da ANTAQ, de participar, como representante do Brasil, de diversas missões internacionais, nas quais mostramos as oportunidades de negócios existentes no país. Isso tem surtido um grande efeito. Os investidores tem sempre olhado com muita atenção para o Brasil, pelo momento em que ele vive. Isso me dá a certeza de que o Brasil é um país com potencial muito grande a ser explorado no setor de transportes aquaviários, que, se continuarmos no trilho certo, do ponto de vista econômico e social, tudo isso vai fazer com que o Brasil seja um país cada vez mais respeitado no exterior e, principalmente, cada vez melhor para os seus cidadãos. Fico muito feliz por ter participado desse momento, por ter tido a honra de trabalhar diretamente com o presidente Lula e com a presidenta Dilma. Por fim, e o mais importante, deposito a minha mais absoluta confiança nos servidores da ANTAQ, aos quais agradeço por todo o apoio que recebi nesses seis anos. Saio daqui com a confiança de que a agência, com o quadro que tem, vai cada vez mais cumprir o seu importante papel na sociedade brasileira.

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Em 2011, a ANTAQ investiu R$ 493 mil em eventos de capacitação, beneficiando 352 servidores. Entre os cursos ofertados, estão o mestrado profissional

em Regulação e Gestão de Negócios, ministrado pela Universidade de Brasília - UnB, e a 2ª turma do curso de MBA em Regulação de Serviços Públicos, realizado pela Fundação Getúlio Vargas - FGV, com a participação de 45 servidores/especialistas e vagas para técnicos em regulação. Foi realizado ainda o curso de média duração de Análise de Investimentos, ministrado pelo IBMEC, com a participação de 35 servidores.

Considerando-se o período dos últimos três anos (2009/2011), a Agência investiu R$ 1,382 milhão em eventos de capacitação, beneficiando 1.189 servidores. Em 2009, os investimentos somaram R$ 544 mil e, em 2010, R$ 344 mil, sendo o destaque no primeiro ano o MBA em Regulação de Serviços Públicos, ministrado pela FGV, para 46 servidores especialistas e, no segundo ano, o curso de Pós-Graduação em Administração Pública, ministrado pelo IBMEC, com a participação de 14 servidores analistas.

O orçamento previsto para capacitação em 2012 está estimado em R$ 700 mil. Parte do orçamento já está comprometida com a realização do mestrado profissional e do curso de MBA em Regulação de Serviços Públicos, que foram iniciados no ano passado, e com a realização do Programa de Incentivo ao Estudo de Língua Estrangeira e do curso de oratória e redação oficial.

Além do orçamento previsto na Lei Orçamentária Anual - LOA para 2012, a Agência aguarda um novo aporte de recursos para realização de uma especialização a ser ministrada pelo Centro Interdisciplinar de Estudos de Transportes - CEFTRU/UnB e um curso de Capacitação Gerencial para atender à demanda do Planejamento Estratégico da autarquia.

Concurso públicoEm 2011, foi dada continuidade às nomeações dos

candidatos aprovados no concurso público realizado

Cursos de capacitação da Agênciabeneficiam 352 servidores em 2011

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iaADMINISTRAÇÃO

pela ANTAQ em 2009. Através do concurso, que teve o seu prazo de validade vencido em dezembro de 2011, foram preenchidas 129 das 140 vagas autorizadas para os cargos de especialista e técnico em regulação, analista e técnico administrativo.

Segundo o superintendente de Administração e Finanças da ANTAQ, Albeir Taboada Lima, com a entrada desses servidores em exercício, a ANTAQ passa a contar com 277 servidores efetivos, reforçando a sua força de trabalho em todo território nacional. “O número representa aproximadamente 60% da força de trabalho prevista para a Agência, considerando o quadro de 470 cargos criados na Lei nº 10.871/2004”, explicou o superintendente.

Unidades regionaisNos dez anos de existência da ANTAQ, foram efetivadas

importantes mudanças na estrutura organizacional da Agência, objetivando aprimorar as suas atividades de regulação e fiscalização. Entre elas destacam-se a criação da Superintendência de Navegação Interior no segundo semestre de 2006 e, agora, em 2012, da Superintendência de Fiscalização e Coordenação das Unidades Administrativas Regionais (ver matéria da página 12).

Ao longo desse tempo, também foram criadas 14 unidades administrativas regionais, ampliando as ações de fiscalização da Agência nas cinco regiões do país: sete nos primeiros anos da ANTAQ - Belém (PA), Manaus AM), Porto Velho (RO), Recife (PE), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Florianópolis (SC) - e, a partir do início de 2009, mais sete - Corumbá (MS), São Luís (MA), Salvador (BA), Vitória (ES), Paranaguá (PR) e Porto Alegre (RS). Doze delas já se encontram plenamente implantadas, e duas - Vitória e Corumbá - estão em fase final de implementação.

Fotos: ANTAQ

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CONVÊNIOS

Os rios da Região Norte são verdadeiras estradas. A população dessa parte do Brasil depende da navegação interior para exercer o direito

constitucional de ir e vir. Para melhorar a qualidade desse transporte, a ANTAQ realiza diversas ações. Entre elas está a rotineira fiscalização das empresas. A Agência também vem promovendo campanhas educativas sobre direitos e deveres dos passageiros. A última delas aconteceu no final de 2011 e alcançou os estados do Amazonas, Acre, Amapá, Pará, Rondônia e Roraima.

Além da fiscalização e das campanhas, a ANTAQ firma parcerias com instituições para a elaboração de estudos que vão beneficiar a população do norte brasileiro. Um desses termos de cooperação é com a Universidade Federal do Pará. O convênio, publicado no Diário Oficial da União em 20 de setembro de 2010, teve duração de 15 meses e serviu para a elaboração de estudos sobre a oferta e a demanda do transporte fluvial de passageiros na Região Amazônica.

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) também é parceira da ANTAQ. A Agência e a instituição de ensino superior catarinense firmaram convênio para o desenvolvimento do Plano Nacional de Integração Hidroviária (PNIH). O termo de cooperação terá vigência até setembro de 2012.

O superintendente de Navegação Interior da ANTAQ, Adalberto Tokarski, lembra que “o PNIH contempla ainda um estudo sobre as diferentes hidrovias brasileiras, que resultará no Plano Geral de Outorgas, o PGO do setor hidroviário, contendo a definição de áreas para implantação de novos portos e terminais de uso privativo no interior do país.”

Navegação marítimaNa área de navegação marítima, a ANTAQ tem

convênios com outras instituições. A Agência e o Comando da Marinha assinaram termo de cooperação em maio de 2008, objetivando a execução de atividades em prol do transporte aquaviário. A parceria seguirá até 2013 e terá diversas ações, entre elas o controle das embarcações empregadas nas navegações de longo curso, de cabotagem, de apoio marítimo, de apoio portuário; e vistorias e inspeções técnicas em embarcações em construção.

Depois desse acordo, foram firmados outros termos de cooperação. Um deles é a parceria entre a ANTAQ e o Comando de Operações Navais para o intercâmbio de informações e conhecimentos sobre segurança da navegação. Esse acordo se encerrará em julho do ano que vem.

Parcerias entre ANTAQ e instituiçõescontribuem para a regulação

Fotos: Divulgação

PortosA Superintendência de Portos da ANTAQ também

firmou parcerias. A Agência e a Universidade de Brasília (UnB) assinaram termo de cooperação técnica, com vigência até março de 2012, para a elaboração de estudos que possibilitem a comparação das estruturas de custos e avaliação de projetos/investimentos entre terminais portuários de uso público e terminais portuários de uso privativo misto.

Há também um acordo entre a ANTAQ e o Departamento de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), que seguirá até outubro de 2012. O produto dessa parceria será o estabelecimento de modelo para apropriação de custos para definição dos valores de tarifa pela autoridade portuária.

“Os convênios em vigor entre ANTAQ e Marinha do Brasil representam uma parceria relevante e indispensável, considerando-se as competências complementares das duas instituições sobre o transporte aquaviário brasileiro”

Wagner Moreira, gerente de Desenvolvimento e Regulação da Navegação Marítima e de Apoio da ANTAQ

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GENTE

Servidores veem evolução do setoraquaviário nos dez da ANTAQ

Para comemorar o décimo aniversário da ANTAQ, o Navegando a Notícia ouviu um grupo de servidores sobre a contribuição da Agência para

o desenvolvimento do transporte aquaviário.Maria Cecília Pullen Parente Badauy, chefe da

Secretaria de Tecnologia da Informação – STI (ingressou na ANTAQ em 2002, é oriunda da área de tecnologia do GEIPOT, onde participou do projeto de criação do Sistema de Desempenho Portuário)

“Hoje, o Sistema de Desempenho Portuário da ANTAQ tornou-se uma ferramenta indispensável para a elaboração de políticas públicas pelo Governo Federal na área dos

transportes. Com base nas informações recebidas das administrações portuárias, a Agência disponibiliza estatísticas da movimentação nos portos e do transporte nas navegações marítima e interior, agilizando a tomada de decisões pelo mercado. Considero-me privilegiada por fazer parte da história de sucesso da ANTAQ”.

Marco Antônio Dechichi, lotado na Gerência de Terminais Privativos da Superintendência de Portos GTP/SPO (engenheiro civil, trabalha na ANTAQ desde 2002, é oriundo da extinta Portobras/Ministério dos Transportes e CDRJ)

“A ANTAQ destacou-se ao longo desses dez anos por sua inserção proativa no subsetor aquaviário, ajudando a implementar o crescimento da corrente de comércio do país, contribuindo para a melhoria da infraestrutura portuária, com base na prática da modicidade de preços e na

eficiência na prestação dos serviços, e incentivando os investimentos do capital privado, mediante o estabelecimento de marcos regulatórios estáveis”.

Patrícia Povoa Gravina, especialista em Regulação de Transportes Aquaviários, lotada na Gerência de Desenvolvimento e Regulação/Superintendência de Navegação Interior – SNI (concursada, ingressou na ANTAQ em 2010. É mestre em Física Experimental)

“Trabalhar na ANTAQ é um desafio interessante, pois lidamos com uma grande diversidade de culturas e ambientes, como é o caso do transporte fluvial na região Amazônica, onde a conexão entre as cidades se faz pelos rios. Cerca de 12 milhões de pessoas são transportadas por ano nas hidrovias na Amazônia. É prazeroso saber que o trabalho da Agência se reflete na melhoria do transporte de milhares de brasileiros”.

Heloisa Vicente de França Carvalhal, gerente de Afretamento da Superintendência de Navegação Marítima – GAM/SNM (administradora, trabalha na ANTAQ desde 2002, é oriunda do Departamento de Marinha Mercante, do Ministério dos Transportes, de onde vieram algumas das atribuições da SNM)

“Como agência reguladora, a ANTAQ tem prestado importante contribuição ao desenvolvimento do setor, seja através da regulação, atendendo mais de perto às suas necessidades técnicas e operacionais, quer por meio da fiscalização das operações, promovendo maior agilidade, transparência e segurança jurídica à atividade econômica de exploração dos serviços e da infraestrutura de transporte aquaviário. Com seu trabalho, a ANTAQ ajuda a transportar as riquezas do país”.

Ediber to Magalhães Bremgar tner , anal is ta administrativo, lotado na Unidade Administrativa Regional de Belém – UARBL (concursado, engenheiro sanitarista, ingressou na ANTAQ em 2006)

“Com a implantação das unidades regionais na Amazônia, a Agência começou a reverter uma situação de total desorganização e descaso com o transporte aquaviário, que perdurava há décadas, na região. Hoje, tanto os usuários quanto os empresários do setor de passageiros e carga da Amazônia estão mais conscientes dos seus direitos e deveres em relação à qualidade dos serviços prestados, e isso se deve, em boa medida, ao trabalho pedagógico e orientador que vem sendo realizado pela ANTAQ”.

Fotos: ANTAQ

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ARTIGO

Antônio Cruz/ABr

10 anos que marcam o transporteaquaviário no Brasil

A Agência Nacional de Transportes Aquaviários – ANTAQ completa 10 anos de sua instalação, em fevereiro de 2012. Seu sistema de regulação

de mercado consolidou-se nesse período, com a implementação de políticas públicas que norteiam o setor produtivo que mais absorve a crescente expansão econômica do Brasil, considerando os portos a principal porta de saída de nossas exportações.

A autarquia, vinculada ao Ministério dos Transportes, conquistou esse reconhecimento da sociedade, tornando-se referência na regulação dos serviços de transporte aquaviário e de exploração da infraestrutura portuária e hidroviária. E esse resultado sólido foi alcançado ao longo de apenas uma década, harmonizando interesses públicos e privados.

As ações de cunho regulatório resultaram em marcos significativos, nesse período. Essas medidas, necessárias ao atendimento do interesse público e ao desenvolvimento das atividades portuárias e de transporte aquaviário, consolidaram o papel normativo do órgão, caracterizado pelas ações de mediação entre os muitos agentes do setor.

O Plano Geral de Outorgas do Subsetor Portuário – o primeiro a ser editado pela Agência – foi aprovado em setembro de 2009, estabelecendo os níveis de disciplinamento necessários para a harmonização das atividades privadas e públicas do setor aquaviário, ligado à navegação marítima. Sob essa mesma ótica, a autarquia concluirá, neste ano, o Plano Geral de Outorgas Hidroviárias, instrumento que possibilitará o melhor aproveitamento do manancial brasileiro de água doce em rios e lagos – o maior do mundo, ressalte-se.

A autarquia passou, em fevereiro de cada ano, a divulgar estatísticas portuárias, consolidando a movimentação de portos organizados e terminais privativos, demonstrando os estágios de evolução do setor, numa completa integração de dados.

Ao mesmo tempo em que articula os instrumentos regulatórios e estrutura sua base de dados, a ANTAQ agrega e estimula os agentes públicos e privados interessados, propondo novas concessões e promovendo estudos para subsidiar as decisões governamentais quanto à política de apoio à indústria de construção naval e de afretamento de embarcações estrangeiras.

Cabe destacar que essa breve vida de uma década da ANTAQ contou com seis anos da relevante administração de Fernando Antonio Brito Fialho que conclui seu mandato no órgão, também em fevereiro, assumindo significativa parte dessas ações bem-sucedidas.

A estratégia de recuperação e ampliação da infraestrutura de transportes do nosso País, impulsionada

pela conquista de condições socioeconômicas sólidas e sustentáveis, estimula a multimodalidade de sua matriz. O modo aquaviário de transporte torna-se então elemento fundamental para atender à expansão e à circulação de nossa produção, como solução mais eficiente e eficaz, sob a ótica econômica, energética e ambiental.

“A autarquia, vinculada ao Ministério dos Transportes, conquistou o reconhecimento da sociedade, tornando-se referência na regulação dos serviços de transporte aquaviário e de exploração da infraestrutura portuária e hidroviária”Paulo Sérgio PassosMinistro de Estado dos Transportes

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MUDANÇA ORGANIZACIONAL

Navegando a notícia Ano IV nº 14 Janeiro / Fevereiro de 2012

ANTAQ cria Superintendência de Fiscalização

Quem é ela

Gertrudes Coelho Nadler Lins tem 62 anos e é formada em Engenharia Civil pela UFPE. Tem

especializações em Segurança do Trabalho; Engenharia Econômica; Projetos de Transportes; e Regulação

de Serviços Públicos. Além disso, é mestre em Engenharia de Produção e doutora em Engenharia de

Produção. A nova superintendente ainda é professora de Portos e Vias Navegáveis e especialista em

Regulação de Serviços de Transportes Aquaviários da ANTAQ.

A ANTAQ criou a Superintendência de Fiscalização e Coordenação das Unidades Administrativas Regionais. A alteração do regimento interno da

Agência foi publicada, em 27 de janeiro, no Diário Oficial da União. A nova superintendente será Gertrudes Coelho, ex-chefe da Unidade Administrativa Regional do Recife.

A superintendência terá duas gerências: Fiscalização Portuária e Fiscalização da Navegação. À frente da primeira, ficará Jair Galvão. Luiz Eduardo Alves será o gerente de Fiscalização da Navegação.

Entre as competências da Superintendência de Fiscalização estão propor a aplicação de penalidades e aplicá-las; consolidar o Plano Anual de Fiscalização; propor à diretoria da Agência a instauração de processo administrativo contencioso; lavrar auto de infração; e planejar, coordenar e supervisionar as ações da gerências de fiscalização e das unidades administrativas regionais.

Agora, a ANTAQ conta com cinco superintendências: Fiscalização e Coordenação das Unidades Administrativas Regionais; Portos; Navegação Marítima e de Apoio; Navegação Interior; e Administração e Finanças. A Agência possui 14 unidades administrativas regionais: Rio de Janeiro, São Paulo, Manaus, Porto Velho, Belém, São Luís, Fortaleza, Salvador, Recife, Vitória, Paranaguá (PR), Corumbá (MS), Porto Alegre e Florianópolis.

O diretor-geral da ANTAQ, Fernando Fialho, ressalta que “é a Superintendência de Fiscalização que coordenará o trabalho das unidades administrativas regionais, bem como de todas as ações na agência, fazendo com que a ANTAQ tenha uma ação mais efetiva em relação à fiscalização do setor.”

Três perguntas para Gertrudes Coelho Nadler Lins

1 - Qual a importância da criação da Superintendência de Fiscalização para a regulação dos serviços de transportes aquaviários?

O planejamento estratégico da ANTAQ sinalizou para a necessidade de unificar a coordenação das atividades de fiscalização, inerentes à sede e às regionais, apresentando como possível solução a criação da superintendência específica para tal, moldada a partir de diretrizes emanadas da diretoria da Agência.

2 - Quais são as principais metas da superintendência para 2012?

A implantação da própria superintendência aparece como marco maior, nos termos do regimento interno que a formalizou. Demais metas deverão ser delineadas junto aos diretores da agência.

3 - Como a superintendência contribuirá para melhorar a fiscalização dos serviços aquaviários?

A fiscalização da ANTAQ, seja pela sede seja pelas regionais, já apresenta um ritmo de trabalho condizente com a importância da agência para o fomento das atividades de transporte aquaviário. A descentralização através das regionais foi a grande catalizadora deste ritmo, restando agora estabelecer o acompanhamento à altura de tal importância.

ANTAQ

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