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apostila cursinho preparatório para OAB
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GEOVANE MORAES
DPF – 2013
DIREITO PENAL
CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA
PARTE II
Falsificação de documento público
Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte,
documento público, ou alterar documento
público verdadeiro:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
DICAS INICIAIS
1 – Documento público é todo documento que
em tese, deveria ser confeccionado por
servidor público, no exercício de suas
funções, nos termos da legislação vigente;
2 – Por exclusão, todos os documentos que
não forem caracterizados como públicos
serão tido como privados;
§ 1º - Se o agente é funcionário público, e
comete o crime prevalecendo-se do cargo,
aumenta-se a pena de sexta parte.
§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a
documento público o emanado de entidade
paraestatal, o título ao portador ou transmissível
por endosso, as ações de sociedade comercial,
os livros mercantis e o testamento particular.
§ 3o Nas mesmas penas incorre quem insere ou
faz inserir:
I – na folha de pagamento ou em documento de
informações que seja destinado a fazer prova
perante a previdência social, pessoa que não
possua a qualidade de segurado obrigatório;
II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social
do empregado ou em documento que deva
produzir efeito perante a previdência social,
declaração falsa ou diversa da que deveria ter
sido escrita;
III – em documento contábil ou em qualquer
outro documento relacionado com as
obrigações da empresa perante a previdência
social, declaração falsa ou diversa da que
deveria ter constado.
§ 4o Nas mesmas penas incorre quem omite,
nos documentos mencionados no § 3o, nome
do segurado e seus dados pessoais, a
remuneração, a vigência do contrato de trabalho
ou de prestação de serviços.
TEMAS CABULOSOS
1 – Qual o momento consumativo do delito?
2 – Como deverá ser analisada a conduta de
quem falsifica e se utiliza do documento
público falsificado?
3 – Na hipótese anterior, como será a
tipificação quando a utilização destinar-se ao
estelionato?
4 – É possível a caracterização do crime tendo
por objeto fotocópias não autenticadas?
5 – O que é falsificação de documento público
para fins eleitorais?
Uso de documento falso
Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis
falsificados ou alterados, a que se referem os
arts. 297 a 302:
Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.
LEI 4737/65
Art. 348. Falsificar, no todo ou em parte,
documento público, ou alterar documento
público verdadeiro, para fins eleitorais:
Pena - reclusão de dois a seis anos e
pagamento de 15 a 30 dias-multa.
§ 1º Se o agente é funcionário público e
comete o crime prevalecendo-se do cargo, a
pena é agravada.
§ 2º Para os efeitos penais, equipara-se a
documento público o emanado de entidade
paraestatal inclusive Fundação do Estado.
Falsidade ideológica
Art. 299 - Omitir, em documento público ou
particular, declaração que dele devia constar, ou
nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou
diversa da que devia ser escrita, com o fim de
prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a
verdade sobre fato juridicamente relevante:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se
o documento é público, e reclusão de um a três
anos, e multa, se o documento é particular.
Parágrafo único - Se o agente é funcionário
público, e comete o crime prevalecendo-se do
cargo, ou se a falsificação ou alteração é de
assentamento de registro civil, aumenta-se a
pena de sexta parte.
TEMAS CABULOSOS
1 – Qual o momento consumativo do delito?
2 – O crime necessita de finalidade especial de
agir para ser caracterizado?
3 – A falsidade ideológica em relação a
circunstância incompatível com a realidade é
crime?
4 – A declaração de pobreza falsa, em juízo,
com o objetivo de obter os benefícios da
justiça gratuita é crime de falsidade
ideológica?
HC 218570 / SP
Relator(a): Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS
MOURA
T6 - SEXTA TURMA
Data do Julgamento: 16/02/2012
HABEAS CORPUS. ARTIGOS 299 E 304 DO
CÓDIGO PENAL. TRANCAMENTO DA AÇÃO
PENAL. DECLARAÇÃO DE POBREZA
FALSA. OBJETIVO DE OBTENÇÃO DOS
BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA GRATUITA.
CONDUTAS ATÍPICAS. ORDEM CONCEDIDA.
1. Somente se configura o crime de falsidade
ideológica se a declaração prestada não
estiver sujeita a confirmação pela parte
interessada, gozando, portanto, de
presunção absoluta de veracidade. 2. Esta
Corte já decidiu ser atípica a conduta de
firmar ou usar declaração de pobreza falsa
em juízo, com a finalidade de obter os
benefícios da gratuidade de justiça, tendo
em vista a presunção relativa de tal
documento, que comporta prova em
contrário. 3. Ordem concedida para trancar a
ação penal.
PEGADINHAS
1 – Falsidade ideológica e crimes contra o
sistema financeiro.
LEI 7492/86
Art. 9º Fraudar a fiscalização ou o investidor,
inserindo ou fazendo inserir, em documento
comprobatório de investimento em títulos ou
valores mobiliários, declaração falsa ou diversa
da que dele deveria constar:
Pena - Reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e
multa.
2 – Falsidade ideológica e crimes ambientais.
LEI 9605/98
Art. 66. Fazer o funcionário público afirmação
falsa ou enganosa, omitir a verdade, sonegar
informações ou dados técnico-científicos em
procedimentos de autorização ou de
licenciamento ambiental:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
3 – Falsidade ideológica para fins eleitorais.
LEI 4737/65
Art. 350. Omitir, em documento público ou particular,
declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou
fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia
ser escrita, para fins eleitorais:
Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15
dias-multa, se o documento é público, e reclusão até
três anos e pagamento de 3 a 10 dias-multa se o
documento é particular.
Parágrafo único. Se o agente da falsidade documental é
funcionário público e comete o crime prevalecendo-se
do cargo ou se a falsificação ou alteração é de
assentamentos de registro civil, a pena é agravada.