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XX 80 10/05/2012 * TCE mantém licitação suspensa - p.05 * BH à beira do colapso - p.11 * Aumento do Supremo avança entre deputados - p.22

10 Maio 2012

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XX 80 10/05/2012

* TCE mantém licitação suspensa - p.05

* BH à beira do colapso - p.11

* Aumento do Supremo avança entre deputados - p.22

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Maria Clara Prates

Investigado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) por suspeita de desvio de recursos públicos, o pre-feito de Montes Claros, Luiz Tadeu Leite (PMDB) – indicia-do terça-feira em dois inquéritos civis públicos instaurados pela Procuradoria da República por desvios de R$ 4,6 mi-lhões em recursos da saúde –, montou ontem um palanque na Assembleia Legislativa para a oposição ao governo do estado. Tadeu Leite viajou mais de 800 quilômetros até a capital para denunciar o que chama de “complô” e “tratora-ção” por parte de “setores do governo de Minas” contra sua administração. Candidato à reeleição, o prefeito preservou apenas o governador Antonio Anastasia, a quem chamou de parceiro na ampliação do setor industrial do município que administra. Sobraram críticas ácidas para instituições como as procuradorias de Justiça e o Tribunal de Contas da Esta-do (TCE) que, segundo ele, estariam sendo usados com fins eleitoreiros.

Durante a entrevista coletiva, Tadeu Leite estava acom-panhado de seu filho, o deputado estadual Tadeu Martins Leite (PMDB) – mais conhecido como Tadeuzinho –, e de outros correligionários: deputados Antônio Júlio, Sávio Souza Cruz, Adalclever Lopes e Bruno Siqueira. O prefeito disse que há duas semanas o TCE aprovou uma fiscalização extraordinária na prefeitura, que envolveu um procurador e 20 técnicos do tribunal. Segundo ele, o grupo de inspeção solicitou cópia de mais de 30 mil documentos, com prazo de apenas 24 horas. Diante da dificuldade de viabilizar os pedido, foi decretada uma multa pecuniária para cada atraso no fornecimento de informações. “Desde a ditadura, nunca

havia visto um ato de força como esse. Há 40 anos atuo na política, mas sobre a planície, não no jogo debaixo da mesa”, disse. Tadeu Leite, que nega estar sendo investigado tam-bém pela Polícia Federal, informou que se antecipou a uma possível ação policial e, por meio do Decreto 2.914/2012, determinou a todos os seus auxiliares que repassassem as informações solicitadas pelos federais.

Representação Além de alegar perseguição política, o prefeito informou ter protocolado, ontem, uma representa-ção no Conselho Nacional do Ministério Público contra o procurador do TCE, Mar- cílio Barenco Corrêa de Mello, que teria coordenado a ação de análise da documentação. “Ele agiu de forma policialesca, agressiva, mal educada e cheia de impáfia, contrariando recomendação do atual presidente do tribunal, Antônio Carlos Andrada”, acusou. Segundo Ta-deu Leite, o procurador teria feita conclusões precipitadas. Com a análise de “apenas alguns documentos e num único procedimento constatou indícios de irregularidades em vul-toso valor de centenas de milhões”, criticou, para rebater, em seguida: “Como isso pode acontecer se o orçamento total de Montes Claros, o quinto maior município de Minas, é de R$ 550 milhões?” O prefeito, no entanto, não apresentou qualquer documento oficial para sustentar a tese de que as acusações se restringem ao campo político.

O Tribunal de Contas do Estado, por meio de sua as-sessoria, informou que não há qualquer fiscalização em an-damento na Prefeitura de Montes Claros. Explicou que os técnicos foram cedidos atendendo a pedido da Procuradoria de Justiça do Estado, com a qual mantém convênio de coo-peração mútua. O procurador-geral de Justiça, Alceu Torres Marques, não quis comentar as declarações.

Tadeu Leite arma circo em BH

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PEDRO GROSSIO Ministério Público de Mi-

nas Gerais (MPMG) constatou, por meio de um Inquérito Civil, que a Namisa, mineradora do grupo CSN, não utiliza caçambas com vedação adequada durante o transporte de minério de ferro em sua operação em Congonhas, na região Central do Estado.Durante a investigação, os promotores de Justiça Vinicius Alcântara Galvão, Marcos Paulo de

Souza Miranda e Carlos Eduardo Ferreira Pinto verificaram também que que a poeira de minério esta-ria causando doenças respiratórias e de pele da população da cidade. Outra constatação é que a poeira “tem contribuído para deixar a cida-de de Congonhas suja, com aspecto encardido nas paredes das edifica-ções e degradando a aparência de monumentos do patrimônio cultural brasileiro e que o acúmulo desse

material estaria comprometendo, inclusive, obras de Aleijadinho”. A juíza Flávia Generoso de Matos de-terminou, por meio de liminar, que os caminhões que não acondiciona-rem adequadamente o minério terão de pagar multa diária de R$ 20 mil por veículo. Caso os veículos con-tinuem derramando minério nas estradas de Congonhas, a Namisa poderá ser multada diariamente em R$ 100 mil.

Congonha

Ministério Público contesta transporte de minério da CSNo temPo - on line - 10.05.2012

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Pedro Ferreira

Depois de cinco anos de incer-teza, o Mercado Distrital de Santa Tereza, na Região Leste de Belo Ho-rizonte, tem finalmente um novo pro-jeto. A prefeitura decidiu que o local vai abrigar a Escola Profissionalizante Automotiva do Serviço Nacional do Aprendizagem Industrial (Senai). O comunicado foi feito na terça-feira a representantes dos moradores pela secretária de Administração Munici-pal da Regional Leste, Rita Margarete de Cássia Freitas Rabelo, na presença de integrantes do Senai e da Federa-ção das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg). A escola vai funcionar na parte coberta e o estacionamento será transformado numa espécie de praça pública, com pistas de caminhada e de skate, playground, áreas de jogos de mesa e teatro de arena. A notícia surpreendeu parte dos moradores, que defendiam projetos ligados a cultura e gastronomia.

O mercado foi desativado há cin-co anos e a novela sobre o seu futu-ro se arrasta desde então. Em 2007, antes do fechamento, houve consulta pública para o projeto de revitalização e venceu a proposta Mercado Minei-ro, da Associação dos Moradores, que manteria os feirantes e criaria espa-ços de oficinas de cultura e arte, mas ela não foi adiante. Em dezembro de 2008, foi dado à população o direito de votar pela internet em três grandes projetos: a construção de um mercado de convivência para manter a identi-dade e característica do bairro, orçado em R$ 6 milhões; espaço destinado às artes, moda, tecnologia, qualifica-ção e inserção profissional; ou mesmo uma área artística e desenvolvimento cultural. A Associação dos Moradores de Santa Tereza denunciou fraude no processo de eleição, alegando que ti-nha inclusive prova de que o ex-pre-feito Célio de Castro, morto em julho daquele ano, teria votado no concurso. O Ministério Público entrou com ação

civil pública e cancelou a votação.Um concurso de ideias para o es-

paço também não deu em nada. Em 2008, o município tentou transformar o mercado em quartel da Guarda Mu-nicipal, projeto que foi rechaçado pela comunidade, que fez campanhas e foi às urnas contra. A diretora do Instituto Pró-Cultura e Cidadania de Santa Te-reza, Dilma Fróes Vieira, acredita que o novo projeto não atende interesses da comunidade do bairro e da própria cidade. “Participei da reunião e não gostei da proposta. Sei que um setor grande da população insiste na profis-sionalização de jovens, concordo, mas não é por aí. A cultura e a cidade per-deram com isso”, avaliou Dilma.Comida mineira

A proposta dos moradores é ou-tra, segundo Dilma. “A nossa ideia é manter o projeto do Mercado Mineiro, em que gente pudesse fazer uma esco-la de gastronomia com restaurante-es-cola de comida mineira e turistas pu-dessem ir. Os espaços de feiras seriam mantidos, com bancas de produtos or-gânicos. Também teria um espaço para jovens trabalharem a música”, defende a diretora do instituto. “É claro que o trabalho do Senai é interessante, mas atende interesses da mão de obra da indústria, não da comunidade do bair-ro”, acrescentou.

Outro representante do bairro que participou da reunião é Pedro Martins. Ele conta que a Escola Automotiva se-ria extensão de uma escola profissiona-lizante do Senai no Bairro Horto. “Eles não podem expandir a escola, que fica numa área de preservação ambiental, e vão para o Mercado Santa Tereza. En-traram em acordo com a prefeitura e ela ofereceu o espaço”, disse.

Segundo Martins, o Santa Tereza é uma área de diretrizes especiais (ADE) e não comporta esse tipo de atividade. “Se eles modificarem a ADE, daqui a pouco vão permitir construção de pré-dios com mais de três andares, um ao lado do outro, o que é proibido”, disse. “O mercado vai acabar vendido, como

o do Barroca. A gente até aceita a es-cola, mas que tenha a participação da comunidade na sua gestão, com a sede da associação dos moradores lá den-tro”, disse Pedro.

Ex-presidente da associação dos moradores, Ibiraci José do Carmo acha que esse foi o melhor destino já apresentado para o mercado. “Não tem caminho melhor. Nossos jovens estão sem perspectiva de futuro e há uma demanda por cursos técnicos des-de a década de 1980. Vai cobrir uma lacuna nessa área técnica”, disse Ubi-raci, lembrando que, além da escola, o espaço vai atender pessoas de todas as idades. “Vai ter playground, pista de cooper, área de jogos de mesa, espaço reservado para eventos da população, como feira de artesanato, e teatro de arena para apresentações teatrais”, disse.

trÂnsito Também ex-presidente da asso-

ciação, Yé Borges considera o projeto bom, mas diz que gostaria de ver antes um estudo sobre o impacto no trânsito na região. “Serão mais 1,5 mil pessoas no bairro frequentando a escola. Esco-la automotiva também não combina com o perfil do Santa Tereza, que é um bairro da cultura. Deveria ser uma escola gastronômica”, disse Yé, que reivindicou um espaço para a associa-ção do bairro dentro do mercado, que já existiu e foi perdido.

Procurada pelo Estado de Minas, a Regional Leste informou que o pro-jeto foi apresentado à prefeitura pela Fiemg e que faltam ajustes, por isso não vai se manifestar ainda. “Estamos fazendo uma articulação junto aos mo-radores do bairro”, disse a regional. A assessoria de imprensa da prefeitura informou que a escola será apenas o carro-chefe, que o projeto será apre-sentado aos moradores e o município está aberto a sugestões. Todos os cus-tos da obra serão arcados pelo Senai, segundo a PBH. A Fiemg também não se manifestou.

santa tereZa

Uma escola no mercado Distrital abrigará unidade profissionalizante automotiva do Senai e praça de

lazer, mas decisão da prefeitura enfrenta resistência de parte dos moradores mais uma vez

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Junia OliveiraCruzar ruas e avenidas de Belo Horizonte de volta para

casa, rumo ao trabalho ou à escola se transformou em desa-fio. E a tarefa pode se tornar intransponível ao menor sinal de anormalidade em um ponto estratégico, seja uma batida sem maior gravidade ou mesmo um veículo estragado. Com a cidade saturada por uma frota que já beira 1,5 milhão de automóveis e não para de crescer, obras travando os princi-pais corredores, falta de agentes para disciplinar o trânsito e um metrô que não avança para tirar carros das ruas, a mo-bilidade pode entrar em colapso com um simples acidente. Foi o que ficou provado na terça-feira, quando um caminhão atravessado no Anel Rodoviário comprometeu o tráfego nos dois sentidos da via. Com o agravante da chuva, o resulta-do foram 50 quilômetros de congestionamentos, espalhados pela cidade como em um efeito dominó, e motoristas revol-tados nos quatro cantos da capital.

A inexistência de um plano de contingência, que permi-tiria orientar motoristas no redirecionamento da rota, agrava ainda mais a situação. Isso começou a ficar mais claro do que nunca na terça-feira, às 15h30. Um caminhão-baú atravessa-do na mureta de proteção do Anel Rodoviário, no km 2, na altura do Bairro Buritis, Região Oeste de BH, fechou duas pistas de uma das vias estratégicas da capital durante uma hora. O tempo foi suficiente para que o caos se instalasse nas ruas e avenidas e atravessasse a cidade. Quase sete horas depois, passando das 22h, alguns pontos ainda apresenta-vam retenção. Para chegar em casa, houve quem gastasse até quatro horas.A fila no Anel Rodoviário nos dois sentidos se estendeu até depois das 19h, segundo a BHTrans. Para se livrar de um problema, o jeito foi tentar usar as aveni-das Nossa Senhora do Carmo, Amazonas e Antônio Carlos. “Todo mundo veio para a área central, porque foi a única alternativa. E, nessa área, ninguém passa. O pico, que vai, normalmente, das 17h30 até as 19h, se estendeu até depois

das 20h”, justificou o diretor de Operação da BHTrans, Ed-son Amorim de Paula. “Tudo que ocorre todos os dias, como acidentes pequenos, carros parados e ocorrências envolven-do motos, aconteceu, mais o acidente no Anel”, completou.

Para especialistas, situações como essas mostram que passou da hora de criar um plano de contingência, que per-mita avisar os motoristas sobre locais de retenção e orien-tá-los com antecedência para desviar. “Nesses casos, deve haver uma resposta rápida. Caminhos diferentes devem ser programados para receber demanda maior”, afirma o mestre em transportes e consultor da Locale TT, Paulo Monteiro.

Para o também consultor em trânsito Osias Batista, o problema passa ainda pela incapacidade de BH detectar acidentes e outras ocorrências. Ele cita como exemplo São Paulo, cujo Batalhão de Trânsito trabalha com apoio de um helicóptero que sobrevoa a cidade nos horários de pico, in-formando o órgão gerenciador sobre pontos críticos. “De-pois que trava, não é possível fazer mais nada. Se houve aci-dente no Anel, é preciso desviar o tráfego em determinado ponto. Mas BH não tem velocidade de gerenciamento.”

A BHTrans rebate, dizendo que tem, sim, um plano de contingência, baseado nos agentes de trânsito, nos semáfo-ros (cujo tempo é reprogramado de acordo com a necessi-dade de fluidez nas vias) e nas câmeras de vídeo. Os avisos aos motoristas, argumenta a empresa, são feitos por meio dos 10 painéis eletrônicos instalados na área central e em alguns corredores, como a Avenida Nossa Senhora do Car-mo. Outros nove estão em fase de implantação. “Não tem escapatória, vamos ter congestionamentos nos horários de pico. Há toda uma estratégia, mas isso é natural da cidade, nos adaptamos e ajustamos dependendo da demanda. Temos uma estrutura boa de trânsito em BH. No dia em que há acidente no Rio ou em São Paulo, o congestionamento é 30 vezes maior que o que ocorreu em BH”, argumenta Edson Amorim.

BH à beira do colapso Congestionamento que se espalhou por 50 quilômetros após acidente prova que capital

está saturada por obras e carros e se ressente da falta de um plano ágil para emergências

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Valquiria LopesUm policial civil foi parar na delegacia

ontem e precisou assinar ocorrência depois de cometer uma infração de trânsito e desobede-cer à ordem de parada de uma viatura da Polícia Militar. O médico legista Alexandre Machado Profeta foi abordado por um militar depois de fazer uma conversão irregular na Avenida Má-rio Werneck, no Bairro Estoril, Região Oeste de Belo Horizonte. O fato ocorreu por volta das 7h. Segundo nota da PM, além de não obedecer à de-terminação de parar, o motorista, que estava em veículo particular, seguiu em frente e só parou num segundo semáforo vermelho, na esquina das ruas Engenheiro Godofredo dos Santos e Paulo Piedade Campos.

Depois de Alexandre ser novamente abor-dado, houve um desentendimento entre dois agentes e ele foi encaminhado para a 4ª Dele-gacia da Polícia Civil, onde foi ouvido pela de-legada Sônia Maria de Jesus e liberado. Antes, foi advertido com um termo circunstancial de ocorrência (TCO) e seria multado. Segundo a assessoria da Polícia Civil, Profeta disse que não tinha como parar e seguiu para estacionar o carro à frente. Na delegacia, não foi permitido acesso da imprensa ao policial.

Casos como esse flagrando ontem pela PM chamam atenção pelos abusos cometidos por funcionários públicos em BH. O Estado de Minas flagrou ontem várias ocorrências de desrespeito e em poucos minutos constatou pelo menos 13 viaturas estacionadas de forma irregular. Apesar de elas terem privilégios em determinados locais e circunstâncias, o especialista em trânsito e o chefe do Departamento de Engenharia de Trans-portes da Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Nilson Tadeu, afirma que há muitos abusos. “Isso é uma cultu-ra nacional que, no caso de estacionamentos, se agrava nas grandes cidades devido ao déficit de vagas. O servidor público tem de dar exemplo, mas se aproveita da autoridade que tem para co-meter infrações”, disse.

Exemplo clássico de irregularidade foi observada na manhã de ontem em frente à 21ª Delegacia da Polícia Civil, na Avenida Afonso Pena, 950. A placa permite estacionamento para viaturas, mas não descreve a posição de 45 graus em relação à calçada, usada pelos condutores para estacionar nove carros. Alguns veículos es-tavam descaracterizados, mas tinham um aviso no painel indicando se tratar de viatura. As va-gas comportam, sem prejuízos, apenas veículos rentes à calçada, mas para os carros pudessem ficar nos espaços as rodas da frente estavam so-bre a calçada e em alguns casos a parte traseira ultrapassava o limite da vaga e atingia a faixa de trânsito. Quando questionado sobre a forma de estacionamento, um policial militar alegou:

desresPeito

Mau exemplo oficial Policial civil é detido no Bairro Estoril depois de fazer manobra ilegal com carro particular.

No Centro da cidade, Estado de Minas flagra viaturas descumprindo regras de trânsito

(Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)

“Aqui é uma área de segurança e as vagas são adequadas de acordo com a demanda.”

A situação segundo Nilson Tadeu é irregular. “Há dois erros nesse caso. O Có-digo de Posturas proíbe estacionamento no passeio, enquanto o Código de Trânsito de-termina egras de estacionamento que foram descumpridas”, diz. Segundo ele, o proble-ma é que se há demanda maior por vagas, isso deve ser negociado com a BHTrans, para que haja adequação do estacionamen-to. “O problema é que algumas entidades da segurança têm mania de reservar o espa-ço e isso é um erro, caso a situação não seja de urgência. O espaço é público.” aBUsos

O professor afirma ser irregular a situ-ação de duas viaturas da Polícia Civil esta-cionadas em frente ao número 256 da Ave-nida Amazonas, entre Rua Espírito Santo e Praça Sete, no Centro. A viatura Fiat Uno de placa HMH 3481 e o Doblô HNH 0374, da corregedoria do órgão, estavam parados pouco depois da placa que indicava início do estacionamento proibido. “Se não pode estacionar, não pode para todos”, disse Nil-son Tadeu. A poucos metros, já na esquina da Praça Sete, o Siena HAQ 0159 estava pa-rado depois da placa indicativa de término do estacionamento para veículos oficiais. O carro, descaracterizado, tinha um aviso no interior com o dizer: “viatura policial”. “É parada que também desobedece as leis de trânsito”, disse o especialista.

E até mesmo na hora de se explicar, o funcionário público se confunde. Questio-nado sobre o estacionamento no passeio, o sargento Paulo Pinheiro, da 6ª Companhia do 1º BPM, disse que estava errado, mas

que optou por parar na calçada da Aveni-da Amazonas por causa da falta de vagas. “Aqui não é o local adequado e a viatura pode ser multada, mas somos uma base comunitária que precisa estar perto da po-pulação. Preferi parar aqui, respeitando as passagens de pedestres”, afirmou. O poli-cial estacionou sobre o piso podotátil que orienta deficientes visuais. De acordo com o especialista, o Código de Trânsito Brasi-leiro prevê a livre circulação para veículos oficiais apenas em situações de urgência ou devidamente sinalizados. A Polícia Civil não se manifestou sobre o assunto.

O QUE DIZ A LEILei federal nº 9.503 (Código de Trân-

sito Brasileiro)Capítulo III/ artigo 26– Item V – O trânsito de veículos so-

bre passeios, calçadas e nos acostamentos só poderá ocorrer para que se adentre ou se saia dos imóveis ou áreas especiais de esta-cionamento;

– Item VII – os veículos destinados a socorro de incêndio e salvamento, os de po-lícia, os de fiscalização e operação de trân-sito e as ambulâncias, além de prioridade de trânsito, gozam de livre circulação, esta-cionamento e parada, quando em serviço de urgência e devidamente identificados por dispositivos regulamentares de alarme so-noro e iluminação vermelha intermitente;

– VIII – os veículos prestadores de serviços de utilidade pública, quando em atendimento na via, gozam de livre parada e estacionamento no local da prestação de serviço, desde que devidamente sinaliza-dos, devendo estar identificados na forma estabelecida pelo Contran.

Carros oficiais param em local proibido na Avenida Amazonas esquina com Rua Tupinambás, no Centro

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Andréa Silva e Pedro FerreiraMais uma criança atacada pelo ex-juiz e advogado Mário

José Pinto da Rocha, de 65 anos, foi localizada pela Polícia Civil e prestou depoimento ontem. As declarações do menino de 10 anos – que é tio do garoto de 11 anos encontrado na noite do domingo no apartamento do suspeito, no Bairro Santa Amélia, na Pampulha – confirmam as armadilhas criadas pelo acusado para atraí-los à sua casa e praticar a violência sexual, segundo a polícia. Além de dinheiro e lanches, ele presenteava as crianças com roupas, calça-dos e brinquedos. Um dos meninos ganhou bicicleta e celular. Para garantir segredo, Rocha ameaçava agredir ou matar os garotos.

As investigações contra o ex-juiz, que já tem condenação de 12 anos por estupro, mas aguardava em liberdade, começaram há um mês, depois de denúncias de vizinhos dele. Mas a delegada responsável pelo caso, Andréa Aparecida Alves da Cunha Soares, da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adoles-cente (Depca), acredita que os dois meninos, moradores do Bair-ro Jaqueline (Norte da capital), eram abusados sexualmente pelo acusado há pelo menos três meses. Andréa também não descarta a possibilidade de haver mais vítimas.

“Os dois garotos são de famílias humildes, vigiam carros na Avenida Guarapari, próximo ao prédio onde Mário mora sozinho no Santa Amélia”, informou a policial. Segundo ela, ambos con-taram que conheceram o acusado na região. “Ele ofereceu lanche para os meninos e os levou para o seu apartamento. Parece que o mais novo foi abordado primeiro e ele acabou convencendo o ou-tro. Eles confirmam ter mantido relações sexuais com o acusado e que vinham recebendo dinheiro e presentes”, afirmou.

O menino mais novo chegou cedo à delegacia, acompanhado da mãe, que é avó materna do garoto encontrado debaixo da cama

do quarto do ex-juiz, no domingo. A dona de casa C.R.J., de 46, confirmou à polícia que o filho e o neto estariam recebendo dinhei-ro e presentes de um desconhecido. A mulher afirmou ter estra-nhado e perguntado quem era a pessoa, porém os meninos diziam apenas que era um “velho”. “Só fiquei sabendo quem era o ex-juiz depois da prisão no domingo e só então fui informada de que os meninos estavam sendo obrigados a fazer sexo com ele”, disse.

O menino de 10 anos foi levado para exames no Instituto Mé-dico-Legal (IML). O laudo ficará pronto em 30 dias. Durante a abordagem da polícia no apartamento do ex-juiz, foram encontra-dos preservativos, lubrificantes, luvas, toalhas e lenço de papel.

Mário José da Rocha está preso na Penitenciária Nelson Hun-gria, em Contagem, depois de autuado em flagrante por estupro de vulnerável, e poderá responder também por exploração infantil. Se condenado, pode pegar entre 8 a 15 anos de prisão.esCÂndalo

Rocha já estava envolvido em um escândalo antes de pedir exoneração ao Tribunal de Justiça, em 15 de maio de 2003, para seguir carreira de advogado. A delegada Andréa Aparecida Alves é a mesma que presidiu o inquérito em que o Rocha pegou 12 anos de prisão por estupro de um adolescente, em 2008. Mas, na década de 1980, segundo ela, ele já havia sido investigado pelo mesmo crime.

O Tribunal de Justiça não soube informar o motivo alegado pelo ex-juiz para se afastar da magistratura. Informou apenas que a denúncia de estupro que resultou condenação foi recebida pela 3ª Vara Criminal do Fórum Lafayette em 29 de agosto de 2008, e que a sentença foi dada em 17 de junho de 2011. Ele pegou 12 anos de prisão, em regime fechado, e aguardava recurso em liberdade quando foi preso em flagrante no domingo.

PedoFilia

Outro menino acusa ex-juiz Mais uma criança diz à polícia ter mantido relações sexuais com Mário Pinto da Rocha em troca de dinheiro, roupas e brinquedos

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juventude em risco

Todos os dias, 26 menores são apreendidos na capital mineira

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sUPremo triBUnal Federal - dF - ConamP - 10.05.2012

Inscrições para o IX Prêmio Innovare estão abertas até 31 de maio

Estão abertas até o dia 31 de maio as inscrições para a nona edição do Prê-mio Innovare. Neste ano, os interessados podem inscrever práticas relacionadas ao tema “Desenvolvimento e cidadania” e “Justiça e sustentabilidade”, este na premiação especial. As inscrições são realizadas pelo site da instituição (www.premioinnovare.com.br).

As inscrições podem ser feitas em seis categorias: Juiz individual, Advo-cacia, Tribunal, Ministério Público e Defensoria Pública, além do Prêmio Espe-cial. A premiação é de R$ 50 mil (exceto para a categoria Tribunal). Ao vence-dor do Prêmio Especial também é oferecido um intercâmbio para conhecer de perto o sistema judiciário e autoridades da área jurídica de outros países.

Em nove anos de atuação, o Prêmio já revelou mais de 40 práticas, e conta em seu banco de dados com mais de 2 mil iniciativas inscritas. Entre as que fo-ram premiadas, mais de 90% estão sendo mantidas por seus autores e até mes-mo replicadas para outros territórios, segundo pesquisa realizada no início de 2012.O Prêmio Innovare é uma realização do Instituto Innovare, da Secretaria de Reforma do Judiciário do Ministério da Justiça, da Associação de Magistra-dos Brasileiros, da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público, da Associação Nacional dos Defensores Públicos, da Associação dos Juízes Fe-derais do Brasil, da Ordem dos Advogados do Brasil, e da Associação Nacional dos Procuradores da República, com o apoio das Organizações Globo

o estado de s. PaUlo - sP - ConamP - 10.05.2012

Senado aprova maior proteção para juízes

O Senado aprovou ontem projeto de lei que permite a juízes de crimes praticados por organizações criminosas formar um cole-giado para definir as sentenças. O texto, que deve voltar à Câmara dos Deputados, quer evitar que um único juiz fique em evidência. Casos recentes de morte de magistrados justificam a proposta, que ainda permite porte de arma a membros da segurança de tribu-nais, fóruns e do Ministério Público - desde que feita requisição ao Conselho Nacional de Justiça ou ao Conselho Nacional do Mi-nistério Público. Carros usados por juízes e promotores poderão ter ainda, temporariamente, placas que não os identifique.

CNJ apura “negligência” de juiz militar

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MINAS GERAIS 7JUSTIÇA

PÁGINA PREPARADA PELO CENTRO DE IMPRENSA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS

Sistema

Procedimento agiliza a elaboração e a publicação das decisões dos julgamentos

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Tribunal de Justiça nega recurso por morte de torcedor

Sistema Themis chega à 6ª Câmara CriminalA -

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Sessão inaugural na 6ª câmara contou com 76 processos em pauta

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Sistema

Procedimento agiliza a elaboração e a publicação das decisões dos julgamentos

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Sessão inaugural na 6ª câmara contou com 76 processos em pauta

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Aumento do Supremo avança entre deputados

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Câmara avalia falta de decoro de Protógenes

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A crise do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) ganhou um novo capítulo com a decisão do procurador-geral de Justiça, Márcio Elias Rosa, de instaurar um Procedimento Preparatório de Inquérito Civil para investigar as denúncias de que vultosos pagamentos irregulares foram feitos a ma-gistrados e servidores com base em atos administrativos dos desembargadores Rober-to Vallim Bellocchi e Anto-nio Carlos Vianna Santos, que presidiram a Corte entre 2007 e 2010.

Segundo o procurador, que acaba de assumir o cargo, se as investigações reunirem provas de que houve irregularidades no pagamento de antigos cré-ditos trabalhistas a um grupo de magistrados vinculados à comissão de finanças e à pre-sidência do Tribunal de Justi-ça de São Paulo, o Ministério Público (MP) estadual abrirá processo com base na Lei da Improbidade, que prevê penas de devolução do dinheiro, im-posição de multa e correção monetária, perda de função pública, cassação de aposenta-doria e outras sanções. O MP pretende requerer a quebra do sigilo bancário de Vianna San-tos, que assumiu a presidência do Tribunal de Justiça de São Paulo em 2010 e morreu no exercício do cargo um ano de-pois.

Com base em denúncias feitas por um pecuarista e ex-prefeito cujo nome não foi divulgado, a promotoria quer investigar se o aumento de pa-trimônio que Vianna Santos

registrou no período em que esteve à frente da Justiça esta-dual teria decorrido de tráfico de influência e de um esquema de venda de sentenças, no qual sua mulher estaria envolvida. Santos também é acusado de ter tomado várias decisões ad-ministrativas em causa própria, especialmente em matéria de salários. Em janeiro de 2010, recebeu salário de R$ 116,9 mil - valor muito acima do teto constitucional, que é de R$ 26,7 mil - e mais R$ 100 mil a título de “verba excepcional”. Em fevereiro, o salário chegou a R$ 308,4 mil, mais R$ 291,3 mil “extras”. E, em maio, ga-nhou R$ 229,9 mil, de salário, e R$ 200 mil, a título de “pa-gamentos extraordinários”.

A Corregedoria da Justiça estadual já afastou vários ma-gistrados por crimes de respon-sabilidade e improbidade, mas essas são as acusações mais graves já feitas a um membro da instituição. “Equívocos eventualmente cometidos pe-las pessoas não contaminam nem se confundem com a importância política e social do Tribunal de Justiça de São Paulo (...) que é exemplar em tudo”, ressalva o procurador Márcio Elias Rosa.

O Tribunal de Justiça de São Paulo foi, no País, a Cor-te que mais se opôs à adoção do controle externo. Enfrenta, agora, a maior crise de sua his-tória, pois controle era o que faltava ao Judiciário paulista, como se constata pelas irre-gularidades que há meses vêm sendo denunciadas, envolven-do membros da cúpula do Tri-

bunal.

Depois de assumir a pre-sidência do Tribunal de Jus-tiça, em janeiro deste ano, o desembargador Ivan Sartori abriu uma sindicância admi-nistrativa para apurar as cir-cunstâncias em que foram fei-tos os pagamentos milionários a desembargadores, juízes e servidores, entre 2007 e 2010, e enviou um relatório de 121 páginas ao Órgão Especial do Tribunal, no qual diz que te-ria havido um conluio entre os membros da Comissão de Orçamento e os ex-presiden-tes (Vallim Bellocchi e Vianna Santos), para satisfação dos próprios interesses pecuniários e de pessoas a eles ligadas. Diz ainda, o relatório, que os paga-mentos foram deferidos “sem critérios e sem motivação idô-nea”, violando os princípios constitucionais da isonomia, impessoalidade e moralidade administrativa, e que os valo-res depositados “extrapolaram qualquer parâmetro de razo-abilidade”. E conclui referin-do-se à “formação de uma administração paralela”, que favoreceu “um mesmo rol de privilegiados, em detrimento da esmagadora maioria de fun-cionários e magistrados”.

Com a decisão do procura-dor Márcio Elias Rosa de ins-taurar os procedimentos prepa-ratórios para a abertura de um inquérito civil, o TJSP ficará sujeito a duas investigações - uma interna, de natureza ad-ministrativa, determinada pelo desembargador Ivan Sartori. E outra externa, pelo Ministério Público.

o estado de sP - on line - 10.05.2012

Novo capítulo na crise do TJSP

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