1001 Dias Que Abalaram o Mundo - Peter Furtado - Volume 06

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  • Mquina de costura domstica lanada Singer apresenta sua nova mquina de costura, a primeira a obter sucesso comercial.

    O Anncio sem data das mquinas de costura Singer publicado

    na Harper's Bazar (nome da revista na poca).

    "Pretendo fazer com que a lanadeira se mova de um lado para o outro." Singer , sobre sua mqu ina de costura, 1850

    Hoje, o nome Singer praticamente sinnimo de mquinas de costura, porm houve outros pioneiros na rea antes de Isaac Singer criar a primeira mquina funcional que as pessoas podiam comprar para suas prprias casas. Em 1755, um alemo chamado Char-les Wiesenthal patenteou uma agulha de ponta d u -pla - um avano fundamental. Um francs, Barthle-my Thimonnier, comeou a produzir mquinas de costura e m 1830, porm sua fbrica foi destruda por hordas de alfaiates, que ganhavam a vida costurando mo. Em 1846, um americano chamado Elias Howe patenteou uma mquina que era usada por um fabri-cante de corpetes londrino.

    Isaac Merrit Singer descendia de uma famlia alem que emigrou para os Estados Unidos e m 1760.0 jovem Isaac, que cresceu quase sem educao formal, adorava o teatro e tentou ganhar a vida como ator e agente, al-canando pouco sucesso. Seu talento como mecnico e inventor lhe renderia melhores frutos. Ele produziu mquinas para perfurao e entalhe de rochas antes de se mudar de Nova York para Boston e transferir sua ateno para a mquina de costura.

    Em 1850, Singer criou uma mquina eficaz e pr-tica, acionada por um pedal e com uma agulha que se movia para cima e para baixo, e m vez de correr de um lado para outro. Mas ele logo se viu envolvido e m processos judiciais por quebra de patente mov i -dos por Elias Howe e outros inventores. A "guerra da mquina de costura" chegou ao fim e m 1856, e Singer, um h o m e m de negcios implacvel, se estabeleceu de forma dominante e lucrativa. Singer t ambm teve uma vida amorosa complicada. Supe-se que ele t e -nha sido pai de 28 crianas. Quando morreu, em 1875, seu patrimnio era de mais de 13 milhes de dlares. Sua companhia produziria as primeiras mquinas de costura eltricas em 1889. RC

  • Primeira Feira Mundial A Grande Exposio serve de vitrine para a tecnologia e o design britnicos.

    .< M I nome era A Grande Exposio dos Trabalhos das

    Indstrias de Todas as Naes e ela continha, de fato,

    .ir tigos de todo o mundo. No entanto, poucos ingle-

    .1 "> tinham dvidas quanto a qual nao se destaca-

    i i .i dentre as demais e dominaria a imensa mostra

    inaugurada no Hyde Park, e m Londres. Suas expecta-

    livas foram devidamente confirmadas, pois havia 7.381

    peas de origem inglesa e 6.556 provenientes do res-

    tante do mundo. Contudo o destaque era a prpria

    exposio, apelidada de "Palcio de Cristal" pela re-

    vista satrica Punch. O espao tinha 563m de compri -

    mento, 124m de laujura e Ahn (le altura.

    Projetada por Joseph Paxton, ex-curador do pal-

    c io de Chatsworth, e m Derbyshire, a exposio foi a

    I irimeira construo pr-fabricada do mundo. Baseada

    nas imensas estufas de Chatsworth, ela possua uma

    moldura de ferro como base de sustentao, era co -

    berta de painis de vidro deslumbrantes e inclua trs

    olmos grandes. Mais de seis milhes de pessoas - um

    tero da populao da Gr-Bretanha - foram prestigiar

    a exposio entre 1" de maio e 15 de outubro, muitas

    a bordo de trens recm-construdos. Foi uma celebra-

    o extremamente bem-sucedida da tecnologia e

    do design modernos, e a equipe que a organizou, en -

    cabeada pelo prncipe Alberto, marido da rainha Vit-

    ria, ficou merecidamente orgulhosa de sua conquista.

    O lucro de 186.437 libras da Grande Exposio foi

    utilizado para a compra de um terreno e m South

    Kensington, Londres, onde instituies educacionais

    permanentes seriam construdas, entre elas o Victo-

    ria & Albert Museum, o Museu de Histria Natural e 0

    Museu de Cincias. Em 1854, o Palcio de Cristal foi

    remontado em Sydenham Hill (localizada poca no

    condado de Kent), onde permaneceu at ser destrudo

    por um incndio e m 1936. Atualmente, a regio de Sy-

    denham Hill chamada de Crystal Palace. R P

    O A Grande Exposio no Hyde Park: viso inlcrn.i il.i .ivi-nn l.i

    principal mostrando galerias sustentadas por colunas de lerri >,

    "Este dia um dos mais importantes e gloriosos de nossas vidas." D i r i o da r a inha V i t r i a , 1 a d e m a i o d e 1851

  • O Uma ilustrao para MobyDick, de Melville, de A. Burnham

    Shute.c. 1851.

    "Quem procuraria filosofia nos cetceos, ou poesia em gordura de baleia..." London Magazine, 1851

    Atualmente, MobyDick considerado um pico da li-

    teratura americana, escrito por I lermann Melville, um

    autor ilustre. Porm tamanho reconhecimento pare-

    cia improvvel quando o livro foi publicado pela pri-

    meira vez e m Londres por Richard Bentley, em trs

    volumes, e posteriormente em Nova York, no dia 14 de

    novembro de 1851, em volume nico pela Harper &

    Brothers. Ao que tudo indicava - pelo menos no que

    dizia respeito ao gosto popular -, e m vez de entrelaar

    suas reflexes filosficas aventura de caa baleia,

    Melville as teria introduzido forosamente na narrati-

    va. A histria de Ishmael e Queequeg, seu amigo da

    1'olinsia, navegando junlos cm um baleeiro de Nan-

    tucket chamado Pequod, sob o comando do sinistro

    c ,i|>ii;io Ah,ib, aiundou c om suas relerem ias bblk as e

    a< eleiou a qued.i da reputao literria de Melville.

    O prestgio literrio do ex-professor havia sido

    construdo sobre uma srie de narrativas de aventura,

    entre elas Typee (1846), Omoo (1847) e White Jacket

    (1850). Como no caso de MobyDick, essas histrias fo-

    ram baseadas nas experincias de Melville na Polinsia

    como arpoador, observador de povos canibais e mari-

    nheiro. Os anos de aclamao trouxeram dinheiro su-

    ficiente para a compra de uma fazenda em Arrowhead,

    na cidade de Pittsfield, Massachusetts, onde ele viveu

    por 13 anos, imerso em Shakespeare e desenvolvendo

    uma amizade com seu vizinho, o romancista Natha-

    niel I lawlhome. No entanto, afundado em dvidas,

    Melville foi forado a vender a propriedade e se tornar

    inspetor da alfndega em Nova York. O viajante e es-

    t ritor que havia rodado o mundo passou 13 anos pre-

    so a um emprego de escritrio.

    A influncia desse livro talvez passe despercebi-

    da para os freqentadores de uma cadeia de cafete-

    rias americana, batizada e m homenagem ao imedia-

    to de MobyDick que adora caf, Starbuck. J J H

    MobyDick publicado O clssico de Melville sobre as aventuras de um baleeiro no empolga o pblico.

  • Lus Napoleo bola um golpe de mestre O golpe realizado em dezembro de 1851 por Lus Napoleo sabota a democracia francesa.

    ()s tipgrafos do governo em Paris no tiveram outra escolha seno virarem a noite trabalhando em 1 a de dezembro de 1851, e a polcia tinha ordens para fuzilar I |ualquer pessoa que fosse embora mais cedo. Eles estavam imprimindo uma proclamao to secreta |ue ningum podia m m p o i inai', do que algumas

    I loucas frases. 0 trabalho foi concludo s 5h da ma-nh e ento cpias foram distribudas, sob o comando do chefe de polcia. Em uma questo de horas, elas haviam sido afixadas em toda a cidade. Os parisienses leram que a Assemblia tinha sido dissolvida e que a lei marcial estava em vigor, mas tambm que o sufr-< )io universal fora restaurado e que eles logo poderiam votar uma nova constituio. O responsvel por esse golpe dado cm ) de de/ombro aniveisrio da vitria de Napoleo em Austerlitz - foi Lus Napoleo, sobri-nho de Bonaparte. Ele havia sido eleito presidente em dezembro de 1848, por um perodo de quatro anos, e no tinha inteno de abdicar. Quando os cartazes surgiram na cidade, eleja havia reunido 78 figuras po -lticas de destaque, incluindo realistas, generais, lderes radicais e outros indesejveis. Em pouco tempo, 500 dissidentes estavam mortos.

    Lus Napoleo trabalhou duro para reforar sua imagem e conquistar aliados dentro e fora da Assem-blia. I , o mais importanle, linha 50 mil soldados leais na cidade. J estava h 10 anos na presidncia, uma posio endossada por 9 1 % dos votantes em um refe-rendo. No ano seguinte, ele se elevou ao ttulo de im-perador Napoleo III.

    A Europa jamais seria a mesma, e m parte por-que a intromisso inexperiente de Lus Napoleo e m assuntos externos ajudou a unificar tanto a Itlia quanto a Alemanha e a enfraquecer a Frana, e em parte porque sua carreira mostrou o caminho para futuros ditadores. R P

    REPUBLIQUE FRANCAISE j i t i ; i tn: . i: ) e >

    1 ' I i i k i i i i v n i i x i i i ii

    O Reproduo do decreto de 2 de dezembro de 1HS! dr I nr.

    Napoleo, que o tornou um ditador.

    "Meu dever garantir a Repblica e salvar o pas." P r o c l a m a o d e Lus N a p o l e o , 1851

  • 853 8 DE J U L H O 854 6 DE J U L H O

    A abertura do Japo Novo partido formado O comodoro Perry chega baa de Tquio A oposio escravatura leva para impor um tratado aos japoneses. formao do Partido Republicano.

    Antes de a esquadra de quatro navios de guerra do

    i omodoro Perry (que inclua tambm dois vapores de

    iodas) adentrar de forma ameaadora a baa de T-

    | |uio - com as embarcaes a vapor produzindo uma

    i |uantidade to grande de fumaa preta que os japone-

    M is no litoral acharam estar vendo vulces flutuantes -,

    0 governo do Japo mantinha o pas rigidamente fe-

    ( l iado a estrangeiros. Porm os Estados Unidos do pre-

    Sldente Fillmore tinham outros planos, de modo que

    Perry foi enviado para exigir um tratado que estabele-

    ceria relaes comerciais e polticas com a Amrica.

    Matthew Calbraith Perry tinha 57 anos, uma carrei-

    ra notvel e acreditava no imperialismo expansionista

    americano. Em 1852, aceitou o comando da expedio

    ao Japo. Ele embarcou com uma banda naval que to-

    1 ava "Hail Columbia", mas os japoneses no aceitaram o

    tratado e Perry retornou prometendo voltar.

    Ele cumpriu o prometido, retornando em fevereiro

    seguinte com uma esquadra maior de navios de guerra.

    Dessa vez, quando aportou, suas bandas navais toca-

    ram "The Star-Spangled Banner". As autoridades japo-

    nesas, intimidadas e divididas, assinaram em maro de

    1854 o Tratado de Kanagawa, que deu aos Estados Uni-

    dos um status muito favorvel como nao comercial,

    levou abertura de dois portos que serviam como de -

    psitos de carvo e garantiu o retorno em segurana de

    marinheiros americanos nufragos. Logo, tratados se-

    melhantes seriam assinados com ingleses, russos e ho -

    landeses. Perry recebeu o agradecimento do Congres-

    so e aconse lhou pub l i camente os amer icanos a

    "expandir seu domnio e seu poder atravs do Atlntico

    e do Pacfico". Morreu em Nova York em 1858. RC

    O Impresso colorida em bloco de madeira do comodoro Perry,

    publicada em IkokuOchibaKage, de Miki Kosai {c. 1854).

    O Partido Republicano nasceu da intolerncia escra-vido depois que o Compromisso do Missouri que vinha mantendo um equilbrio entre os estados escra-vagistas e os no-escravagistas - foi rompido pelo Ato de Kansas-Nebraska. Essa medida deu aos colonos dos novos territrios do Kansas e de Nebraska a liber dade de decidir se permitiriam ou no a escravaiuia dentro de suas fronteiras. Opositores do sistema esc r,i vagista do Sul criaram um partido no Norte para sus-tentai o princpio de que todo homem devi a ia tei a liberdade de criar para si uma vida digna.

    "Nenhum homem bom o sufi-ciente para governar o prximo sem o consentimento deste." A b r a h a m L i n c o l n , P e o r i a , I l l ino is , 1854

    Em 1854, o Partido Republicano foi formalmenie

    fundado em Jackson, Michigan, em um e lio

    com 10 mil participantes, e a notcia logo p i

    lhou. Uma de suas principais figuras e i a A l i n h a m

    Lincoln, que denunciou a escravido como uma vlo

    lao da Declarao de Independncia.

    Nas eleies para o Congresso de WA, < >\ i e | ni

    blicanos conquistaram maioria na Cmara i li >\ l >< >| n i

    tados. Em 1856, o candidato do partido presidem l.i,

    J ohn C. Fremont, venceu em 11 estado',, I m IHnii,

    Lincoln foi escolhido como candidato, enquanto i r .

    democratas, divididos entre faces do Noi ie e du

    Sul, concorreram com dois candidatos rivais Mim iln

    conquistou o voto dos colgios eleitorais de todi \

    estados do Norte, porm apenas 4 0 % do vo lo po

    pular. RC

  • 1854 25 DE O U T U B R O

    A carga da brigada ligeira Um ataque de cavalaria desastroso em Balaclava destaca os fracassos do exrcito britnico.

    O Ilustrao da clebre carga da brigada ligeira, na Batalha de

    Balaclava.

    " magnfico, porm no se trata de guerra, mas de loucura." General Pierre Bosquet, oficial francs, testemunha

    A Guerra da Crimia testemunhou o ataque da Inqlate

    ra e da Frana Rssia para conter o avano desta sobre

    os Blcs. O conflito degenerou em um longo cerco a

    Sebastopol e em eventuais batalhas sangrentas nos ar-

    redores. Em 25 de outubro de 1854, o general Cardigan,

    no comando dos cinco regimentos da brigada ligeira

    britnica na Batalha de Balaclava, recebeu ordens para

    atacar uma bateria russa no final de um vale. Colocan-

    do-se frente da formao, ele conduziu 673 drages

    ligeiros, lanceiros e hussardos pelo vale em direo

    artilharia, que se encontrava a mais de 1,5km de distn-

    cia. Primeiro em ritmo de marcha, depois trotando, en -

    to a meio galope e finalmente em velocidade de ata-

    que, eles invadiram a bateria, desarmando os artilheiros.

    ( umpiii l.i .1 miss.ii), i li ' M i n meia vi illd i 1 leli leram

    pelo vale. No caminho de volta, a cavalaria foi massacra-

    da pelo fogo de artilheiros posicionados nos dois (lan-

    os e por uma bateria frente dela.

    Quando a brigada ligeira foi reunida aps o ataque,

    havia apenas 195 cavaleiros ainda montados. Dos res-

    tantes, 118 tinham morrido e 127 estavam feridos. Os

    demais retornaram a p. Cardigan voltou cavalgando

    do campo de batalha e se retirou para seu iate, sentan-

    do-se para desfrutar, como sempre, um farto jantar.

    0 herosmo dos oficiais e soldados da brigada li-

    geira conquistou ampla admirao. No entanto, por

    conta de mal-entendidos e ordens confusas, eles ata-

    caram os artilheiros errados e tiveram pouco sucesso.

    No verso do famoso poema de lorde Tennyson, A car-

    ga da brigada ligeira: "Algum cometera um erro."

    O ataque demonstrou, ao mesmo tempo, toda a

    fora e fraqueza do exrcito britnico - comandan -

    tes e oficiais envelhecidos, cujas promoes haviam

    sido conquistadas por meio do dinheiro, da influn-

    cia e da posio social. As foras militares inglesas

    necessitavam urgentemente de reforma. N K

  • Uma pioneira da enfermagem Florence Nightingale organiza o atendimento aos soldados britnicos na Guerra da Crimia.

    As condies nas barracas deplorveis e infestadas de

    vermes do exrcito e m Scutari, na Turquia - transfor-

    i nadas e m hospital militar para os soldados britnicos

    leridos na guerra contra a Rssia na Crimia -, eram

    muito piores do que Florence Nightingale e sua equi -

    pe de 38 enfermeiras haviam imaginado. Soldados

    i loentes e moribundos, a maioria sofrendo de clera

    ou disenteria, jaziam em toda parte - em Scutari, feri-

    mentos de guerra eram responsveis por apenas uma

    entre seis mortes. Alm disso, os mdicos do exrcito

    no ficaram muito felizes em v-las, especialmente

    quando Nightingale convocou suas enfermeiras para

    limparem todo o hospital e reformulou o atendimento

    aos pacientes. Eles consideraram aquilo uma afronta

    ao seu prprio profissionalismo.

    Nascida na Itlia em uma abastada famlia em

    1820, Nightingale - que precisou superar a oposio

    dos pais para poder exercer a enfermagem, considera-

    da na poca uma profisso para mulheres de classes

    inferiores - era uma verdadeira batalhadora. Ela tam-

    bm tinha o jornal The Times, o primeiro a alertar a po -

    pulao da Gr-Bretanha sobre a epidemia de clera,

    do seu lado. Apelidando-a de "a dama da lmpada", o

    jornal abraou sua causa e levantou fundos pblicos

    para ajud-la a realizar seu trabalho.

    Com melhor saneamento, as taxas de mortalida-

    de e m Scutari logo comearam a diminuir e, quando

    Nightingale retomou Inglaterra e m 1856, foi festeja-

    da como herona nacional e recebida e m audincia

    pela rainha Vitria. Em seu pas de or igem, Nightin-

    gale usou sua influncia para reformar os hospitais

    militares e melhorar os padres da enfermagem, fun -

    dando a Escola de Enfermagem Nightingale no St.

    Thomas Hospital, e m Londres, em 1860. Em 1907,

    tornou-se a primeira mulher a receber a Ordem do

    Mrito do Imprio Britnico. N K

    O Retrato de Florence Nightingale, que utilizou su,i , I expeileiu l.r.

    na Guerra da Crimia para fundar a enfermagem moderna

    "...ela pode ser vista, com uma lmpada na mo, fazendo suas rondas solitrias." The Times, 1854

  • Soldados indianos se rebelam contra seus comandantes britnicos.

    O Aps tomarem Dlhi, os rebeldes indianos perderam a cidade para os britnicos, que enforcaram os lderes da insurreio.

    No dia 9 de maio, no posto militar de Meerut, ao norte

    de Dlhi, o comandante da 3 J Brigada Ligeira de Benga-

    la sentenciou 85 cavaleiros indianos a 10 anos de traba-

    lhos forados por terem se recusado a executar seus

    exerccios de artilharia. No dia seguinte, os regimentos

    dos nativos indianos se rebelaram, libertaram os conde-

    nados e comearam a matar seus oficiais ingleses. En-

    to, marcharam para Dlhi para devolver Kihadui Miah

    - o antigo imperador mogol - sua posio tradicional

    c le governante da (ndia. Os regimentos de Dlhi se jun-

    taram revolta, que se espalhou pelo norte da ndia.

    A causa imediata do levante foi a introduo do

    i I O V O rifle Enfield, que obrigava o atirador a morder um

    cartucho embebido em gordura. Os soldados hindus

    acreditavam que seriam desonrados porque a gordura

    era de boi, j os regimentos muulmanos, porgue ele

    continha tambm gordura de porco. A falta de confian-

    a dos soldados indianos nos ingleses era um sintoma

    da distncia cada vez maior entre a elite dominante e

    seus sditos. O respeito pelas culturas da ndia demons-

    trado pelos soldados e a administrao britnicos ante-

    riores vinha sendo substitudo por uma viso reformis-

    l a . a b e i l a m e n l e c i is l ,do p a p e l d a Inql.iloir.i.

    Nem todos os regimentos indianos se rebelaram.

    Ainda assim, a supresso violenta dos amotinados e a

    reimposio do controle britnico - aliadas s atroci-

    dades, reais ou imaginrias, cometidas por ambos os

    lados - aprofundaram a ciso entre as duas comuni -

    dades e a iluso perigosa de superioridade sentida

    pelos governantes e m relao aos indianos. N K

    Eclode a rebelio indiana

  • Nossa Senhora de Lourdes As vises de Bernadette Soubirous tomam Lourdes um local de peregrinao catlica.

    O Uma multido se rene para ver Bernadette ter uma de suas vises da Virgem Maria na gruta de Massabielle, em Lourile'.

    I mbora o clima pudesse agravar sua asma, Bernadet-

    te Soubirous insistiu e m sair para recolher lenha. Ela

    precisava de uma folga da "Jaula", o cmodo quase

    inabitvel de uma priso desativada no qual ela, seus

    pais e irmos moravam. Ela seguiu at o despenhadei-

    ro com uma gruta entalhada no fundo e, ali, "escutou

    um barulho parecido com uma rajada de vento".

    Quando se virou, viu uma "luz suave" e, em seguida,

    uma bela mulher vestida de branco e abrindo as mos

    e m um gesto de boas-vindas. Bernadette tentou fazer

    o sinal-da-cruz, porm havia perdido o controle das

    mos. A viso fez o sinal e depois desapareceu. Apesar

    da desaprovao dos pais, Bernadette se sentiu impe-

    lida a voltar e testemunhou outras aparies, embora

    seus acompanhantes nada vissem. Em 25 de maro, a

    viso se revelou como "a Imaculada Cone eic.it >"

    Bernadette foi acusada de fantica, charlai I ou

    simplesmente de doente mental. No entanto, c m

    1862, o Papa declarou as vises autnticas, o i iilio a

    Nossa Senhora de Lourdes foi autorizado e alimn u i se

    que a fonte subterrnea tinha propriedades mila

  • Surgimento da teoria dos germes Louis Pasteur refuta a teoria da gerao espontnea.

    ... A i-m*rr...

  • Um astro sobre o Nigara Acrobata francs Charles Blondin cruza as cataratas do Nigara em uma corda bamba.

    O Charles Blondin, o acrobata francs, se apresenta na corda bamba sobre o rio Nigara (1859).

    "0 Grande Blondin" foi o mais clebre de todos os acrobatas a andar na corda bamba. Nascido Jean-I ranois Gravelet na Frana, em 1824, ele ficou fasci-nado ao visitar um circo e comeou a praticar com uma corda, usando a vara de pescar do pai para se equilibrar. Seus pais o colocaram para treinar acroba-i ias e ele se apresentou em pblico pela primeira vez aos 5 anos.

    Sua faanha mais notria foi a primeira travessia que fez das cataratas do Nigara, aos 35 anos. A corda foi estendida de uma ponta a outra do rio por um barco a remo. A distncia era de 305m e o peso da corda a fa-zia afundar 18m no centro, o que conferia ao trajeto uma descida ngreme. O evento foi noticiado em jor-nais, cartazes e panfletos. Hotis da regio aumentaram

    seus preos e uma multido de espectadores se juntou, eletrizada, para ver Blondin fazer a travessia vestindo uma camisa roxa, calas brancas e um gorro. Ele come-ou a cruzar o rio s 17h15, aps se dispor a carregar um voluntrio nas costas, mas ningum se ofereceu. No teve pressa ao atravessar a corda de 7,5cm de largura, algo que tonsideiava uma rareia simples. A multido foi ao delrio quando o acrobata completou a travessia em 17 minutos e meio.

    Blondin voltou a cruzar o rio e m 4 de julho, dei-tando-se na corda bamba para tirar um cochilo. Pos-teriormente, fez a travessia vendado, carregando seu agente, empurrando um carrinho de mo e at de pernas de pau. Ele continuou se apresentando quase at sua morte, aos 72 anos, em 1897. RC

  • Sua alma continua marchando A ocupao de John Brown fracassa em provocar a insurreio dos escravos.

    O A fbrica de mosquetes do arsenal federal de Harpers Ferry foi saqueada em busca de armas por John Brown e seus seguido

    ( ) Ato de Kansas-Nebraska de 1845 permitiu aos habi-

    tantes daqueles dois novos territrios decidirem se

    permitiriam ou no a escravido. Donos de escravos

    do estado vizinho do Missouri se mudaram para o

    I ansas; no entanto, outros recm-chegados - fazen-

    deiros do Kentucky, Tennessee e de outras localidades

    no tinham escravos e no precisavam deles, o que

    iniciou uma guerra civil e m potencial. Aguilo chamou

    a ateno de John Brown, um abolicionista dedicado

    e cinqento. Cinco dos seus filhos se mudaram para

    0 Kansas e, em 1855, seu pai se juntou a eles com um

    1 arregamento de armas. No ano seguinte, Brown con -

    duziu um massacre de supostos "caadores de escra-

    vos" e m um assentamento s margens do Pottawato-

    mie Creek.

    Brown pretendia incitar uma insurreio d .<

    vos. forneceria armas a eles e os liderari, i e u n i u

    para os Apalaches, onde acreditava que toe l< >s < >s < 's<

    vos do Sul se juntariam a ele e a est lavul. una i

    terra. Foi numa tentativa de concretizai essi \ ilai K>, i < um grupo de 15 brancos e cinco negios, i |ue e l e i

    mandou uma ocupao do arsenal federal d e I lai |

    Ferry, na Virgnia. Ali, Brown aprisionou vam is 11< n n >s

    escravos da regio e armou os negros que eslavam <

    poder deles. Contudo, no dia seguinte, o arsenal li >i

    vadido por uma tropa de fuzileiros navais, comanda

    pelo futuro general Robert E. Lee. Brown foi leiidi

    dois de seus filhos, alm de mais oito invasoies, li >i,

    mortos. Depois de preso, ele foi enforcado, ali am.ai H

    a imortalidade como mrtir do abolicior I S I i n i. RC

  • Seleo natural Darwin publica A origem das espcies, gerando um rebulio intelectual.

    0 livro foi publicado por lohn Murray em Londres,

    com o ttulo Sobre as origens das espcies atravs da

    seleo natural, ou a preservao de raas favorecidas

    na luta pela vida. Apenas 1.250 exemplares foram

    impressos, e foram vendidos no dia da publii ao.

    Charles Darwin tinha escrito um best-seller que cau -

    saria uma revoluo intelectual.

    Darwin sentiu a necessidade de explicar as varia-

    es ocorridas com o tempo nos animais terrestres e

    nas aves. No entanto, sua maior satisfao era fazer

    pesquisas detalhadas e ele relutava e m colocar suas

    "Admito plenamente que haja inmeras dificuldades no explicadas a contento..." Cha r l e s D a r w i n , s o b r e A origem das espcies

    teorias no papel por saber que se tratava de dinamite

    intelectual.

    Darwin argumentava que as < rialutas t iavavam

    uma batalha intensa pela existncia. Os que possuam

    vantagens natuiais, que i is tomavam mais bom adapta

    dos ao ambiente, tinham mais chances de sobreviver e

    procriar, passando adiante suas vantagens pata os dos

    cendentes, que, com o passar do tempo, evoluam para

    novas espcies. Lara os crticos, aquilo cia um ataque

    contra Deus que destrua o conceito de um criador,

    reduzindo a humanidade ao nvel de animais. A obra

    conquistou opositores inflamados e defensores ilustres,

    gerando discusses acirradas. Logo as provas da evolu-

    o se acumulavam continuamente, porm no no gue

    dizia respeito mecnica da seleo natural. Somente a

    gentica moderna pde explicar como ela ocorre. R P

    A Itlia de Garibaldi Garibaldi chega Siclia com a misso de expandir a unificao italiana.

    A unificao da Itlia foi a maior aventura de Garibaldi,

    porm ela quase no ocorreu. A princpio, ele estava

    disposto a lutai por sua Nice natal, arrancando-a dos

    franceses; no entanto, os arquitetos da unidade do nor-

    te da Itlia, Vtor I manuel e ( avour, o i lesenc oiajavam a

    faz-lo. No o impediriam e talvez at o ajudassem, se

    ele fosse bem-sucedido, todavia o aconselhavam a ter

    extrema cautela. No obstante, (l iuscppe (.aribaldi zar-

    pou para a Siclia, onde uma rebelio contra o rei de

    Npoles havia eclodido. Em 6 de maio de 1860, ele

    s.iiu de ( I C I I I >va, m i n seus homens a boido de dois va-

    pores de rodas antigos, o / ombardo e o Piemonte. Che-

    qaram a Maisala no dia 11 de maio. A misso poderia ter

    lei minado ali, pois suas embale aes depararam com

    dois navios napolitanos mais poderosos. Felizmente,

    o ( oniandanle < Ia legio I icsilou, pensai ido que Ga-

    ni iali li - 'sl.iva sob a pii >ii de di >is 11, ivii >s de i |uerra

    britnicos ancorados nas proximidades. Quando final-

    menlc disparou, a maioria dos homens linha sido eva-

    < nada. As baixas de (laiibaldi se limilatam a um homem

    lei ido no ombio e um c ac borro lendo na perna. O ce-

    n ii n M 'st, iv, i montado paia u m i lima: i 'S|'la< i ilai i le

    todo o processo de unificao italiano.

    I'alei nio ( aiu i liai ile dos "mil" < anlisas veimelhas

    < le i niiil i.ili li (i ia vi 'iilai li , 11, ivia ( eu a de 1.200 nas duas

    embarcaes) e o sucesso lhes trouxe apoio. Logo a Si-

    clia era de Garibaldi. Npoles foi pelo mesmo caminho

    e, e m outubro, ele transferiu os territrios para o rei Vtor

    Emanuel II, que foi coroado rei da Itlia no ano seguinte.

    Quanto ao heri nacional da Itlia, ele se recolheu para

    a ilhaCaprera com um estoguede um ano de macarro

    e guase mais nada. Ningum poderia ofuscar o rei. R P

    O Garibaldi diante de Cpua, pintura de Domenico Induno

    (1815-1878), atualmente em Milo.

  • 1860 17 DE J U N H O

    0 Leviat de ferro O Great Eastern de Brunel, o maior navio do mundo, cruza o Atlntico.

    0 Great Western havia cruzado o Atlntico em apenas 15 dias, porm esse sucesso no bastava para Isambard Kingdom Brunel, e ele no descansaria sobre seus louros. A rota do Atlntico Norte era sua, mas e quanto Aus-t i.lia? Brunel decidiu construir um navio maior, melhor e mais rpido. Com 189 metros de comprimento e pe-sando 8.915 toneladas, o Grea Eastern era exatamente Isso. A embarcao era alimentada por rodas de ps e por uma hlice de metal. Seu casco de ferro tinha duas ( amadas, para que o navio fosse insubmergvel.

    De acordo com o New York Times, "toda a carreira

    deste navio gigantesco parece ter sido uma gigantesca

    i i i . ini .ida". Houve problemas financeiros interminveis.

    0 lanamento foi um fiasco: primeiro o navio disparou

    para a frente, matando um h o m e m , depois no quis

    mais se mover. Somente aps vrios meses ele se fez ao

    mar. Ento, e m 9 de setembro de 1859, uma exploso

    na casa de mquinas matou cinco homens. O navio no

    naufragou, mas aquela foi a gota d'gua para Brunel.

    Fie j havia sofrido um derrame, e ento morreu.

    O Great Eastern zarpou de Southampton em 17 de

    junho de 1860.0 que mais poderia dar errado? Jornalis-

    tas intrpidos estavam a bordo para descobrir. Durante

    0 evento, a viagem para Nova York transcorreu sem in-

    t identes. Houve um incio de tempestade no meio do

    Atlntico, porm apenas trs pessoas ficaram enjoadas.

    1 m 27 de junho, a atracao foi um sucesso, embora o

    navio tenha batido no cais e aberto um talho de um

    metro e meio de profundidade nele.

    O Great Eastern jamais teve sucesso como navio

    de passageiros. Em 1866, passou a ser usado para ins-

    talar cabos ao longo dos oceanos ndico e Atlntico.

    Ainda assim foi o maior navio do mundo antes do

    lusitania (1906) e serviu de prottipo para os tran-

    satlnticos modernos. R P

    1861 18 DE FEVERE IRO

    A Itlia reunificada O primeiro parlamento representando toda a Itlia reunificada convocado.

    A reunifu ao da Itlia loi obra, principalmente, de

    quatro homens muito diferentes: Giuseppe Mazzini, o

    idealista frio e asctico, que forneceu a ideologia;

    Giuseppe Garibaldi, o patriota carismtico, que forne-

    ceu o poderio militar; Vtor Emanuel, o rei da regio pro-

    vinciana do Piemonte, que se tornou um lder simbli-

    co para o pas; e seu primeiro-ministro, oconde ( amillo

    Cavour, poltico astuto, cujas atitudes em prol de um

    resultado vantajoso eram muitas vezes tortuosas.

    A causa oculta do nacionalismo italiano foi um

    pas dividido entre a ocupao austraca no noroeste,

    os Estados papais ao redor de Roma e os Bourbon e m

    Npoles e na Siclla. Ele foi reacendido pelas conquis-

    l.i', do leuiliio ciusli.ii o poi Napoloao III e seu in< en

    tivo causa italiana. Em conluio com Cavour, os fran-

  • 1861 3 DE MAR O

    Abolio do feudalismo russo Apesar da oposio da nobreza, o czar Alexandre II assina a lei que emancipa os servos, dando uma guinada em direo modernizao da Rssia.

    ' 11 /ar Alexandre II foi um homem contraditrio. Embo-

    i i -.(ija mais lembrado por suas reformas radicais - espe-

    i ulmente a abolio do sistema feudal de servido -,

    11 afinco com que se agarrou ao seu poder autocrti-

    i o resultou na supresso sangrenta da rebelio de 1863-

    IH64 na Polnia, culminando no seu prprio assassinato

    Iilos revolucionrios.

    Chegando ao trono no meio da Guerra da Crimia,

    a determinao de Alexandre e m reformar o sistema o

    levou deciso corajosa de abolir a servido por < om-

    I deto. 0 monarca considerava o sistema medieval, uma

    I i.irreira para a modernizao. O manifesto de Alexan-

    i Ire que abolia o sistema entrou em vigor no sexto ani-

    vi 'rsrio da sua coroao.

    O outro lado dessa personalidade nren uri.il, no

    i 'iitanto, ficou claro dois anos depois, quando ele mas-

    sacrou com punho de letro uma rebelio polonesa

    que buscava a libertao nacional do domnio russo,

    enviando em seguida milhares de poloneses para a

    Sibria. A modernizao que o czar empreendeu no

    seu vasto reino - construindo rodovias e introduzindo

    empreendimentos capitalistas - serviu apenas para

    incentivar os revolucionrios insatisfeitos com suas re-

    formas moderadas. Aps sobreviver a vrias tentativas

    de assassinato - entre elas uma bomba que destruiu

    lodo um andar do Palcio de Inverno -, o czar foi vti-

    ma de um bombardeio mltiplo em So Petersburgo

    em maro de 1881, conduzido por um grupo de jovens

    revolucionrios chamado A Vontade do Povo. 0 ata-

    que fatal se deu exatamente 20 anos depois de ele ter

    assinado o decreto que lhe rendeu a alcunha de "o Li-

    bertador". Seu filho, Alexandre III, que assistiu morte

    dolorosamente prolongada do pai, decidiu que uma

    letaliao frrea e represso eram as nicas maneiras

    de lidar com a ameaa revolucionria. N J

    O Alexandre II, czar da Rssia, foi um reformista ali l

    responsvel pela abolio da servido em 1861.

    " melhor revogar a servido de cima do que esperar que ela revogue a si mesma de baixo." A l e x a n d r e I I , e m seu m a n i f e s t o

  • Confederados atacam o Forte Sumter Tropos mantidas pela Unio no Forte Sumter caem diante das novas foras confederadas.

    O Esta montagem de duas fotografias tiradas em 18 de abril de

    1861 mostra os danos sofridos pelo Forte Sumter.

    "Os anos vindouros jamais podero saber o inferno que foi a Guerra de Secesso..." W a l t W h i t m a n , Prose Works, 1892

    A Guerra Civil nos Estados Unidos provavelmente se

    tornou inevitvel e m 1860, quando Abtaham Lincoln

    foi eleito presidente e a Carolina do Sul se separou da

    Unio, seguida por outros estados do Sul no ano pos-

    terior. Uma nova Confederao dos Estados da Amri -

    ca foi criada e m uma conveno e m Montgomery,

    Alabama, e m fevereiro de 1861, com Jefferson Davis,

    do Mississippi, como presidente.

    Poi ora, o espinho na garganta dos confederados

    era o Forte Sumter, no porto de Charleston, na Caroli-

    na do Sul, um posto avanado do governo da Unio

    em Washington. Com uma tropa de cerca de 70 solda-

    dos comandados pelo major Robert Anderson, no

    era nem de longe uma ameaa militar nova Confe-

    derao, porm era uma afronta ao orgulho sulista. As

    autoridades de Charleston se recusaram a vender mais

    comida paia o loite e, em '> de maro, um dia depois

    da sua posse em Washington, o presidente Lincoln foi

    informado de que a tropa morreria de fome a no ser

    que suprimentos chegassem antes do dia 15 de abril.

    I li' res| ii H ii leu i 'iiviani Io unia ex| n ( ln.ai i paia li v a i

    alimentos e provises por mar at o forte.

    I nliio lellerson Davis exigiu que o forte se ren-

    desse, po im Andei sou si |. 'c u s o u . As -II11() de I.' de

    abril, foras confederadas comearam o bombar-

    deio. Aps 36 horas - com sua munio e comida

    quase esgotadas -, Anderson se rendeu. A bandeira

    com as estrelas e listras foi arriada e a tropa saiu mar-

    chando do forte com as armas e m punho. No hou

    ve mortes e m nenhum dos dois lados.

    Nem Lincoln nem Davis queriam ser os pr imei -

    ros a atacar, porm Lincoln convocou 75 mil vo lun -

    trios para suprimir a "insurreio" no Sul e, e m 6 de

    maio, o Congresso Confederado declarou estado

    de guerra. A "guerra entre os estados" havia c o m e -

    ado. RC

  • Michaux apresenta o velocpede m ferreiro desenvolve o meio de transporte mais eficiente conhecido pela humanidade

    ilo-de-pau de duas rodas, ou draisienne (em ho-

    i i " u . K j e m ao seu inventor baro Karl Von Drais) -

    |ual as pessoas montavam, empurrando os ps no

    Cho para seguirem em frente - j existia desde 1810,

    I k n in at meados do sculo ainda era novidade. Em

    9, um ferreiro escocs chamado Kirkpatrick Mac-

    inilLin projetou um sistema revolucionrio com pedais

    um ' impulsionavam a roda traseira, porm sua inven-

    no fez sucesso.

    I nto.em 1861, Pierre Michaux ou, conforme al

    numas verses, Pierre Lallemont, e m Nancy, no leste

    da I rana - acrescentou pedais gue permitiam ao c i -

    la girar diretamente a ioda dianteira, l ie bati/ou

    a mquina de "velocpede", que amplamente

    I r.iderado a pr imem bii ii leta de veidade. No proje

    ii > original de Michaux, a armao era feita de ferro

    un i lido. Lallemont, que trabalhou duianle um I n e v e

    n o d o para Michaux, preferia ferro batido, que se

    mostrou mais resistente e eficaz. Ele emigrou para os

    l stados Unidos em 1865 e patenteou o velocpede

    em novembro de 1866. No entanto, no conseguiu

    - tu ontrar um fabricante que aceitasse o invento. Vol-

    tou para a Frana dois anos depois.

    A inveno do velocpede desencadeou a primei-

    ra febre do ciclismo na Europa e Michaux produziu

    veculos em massa para atender demanda, chegan-

    do a fabricar 200 por dia em uma determinada poca.

    < iiiiar as novas mquinas era desconfortvel, por con-

    ia da estrutura de ferro e madeira e da falta de molas.

    < orridas de bicicletas foram organizadas, como a de

    1869, que compreendia os 120 quilmetros entre Paris

    i Rouen e foi ganha em menos de 11 horas. Mas a fe-

    bre durou pouco. A Guerra Franco-Prussiana de 1870

    estabeleceu outras prioridades para os ferreiros do

    (ontinente - entre eles Michaux -, e a Inglaterra pas-

    Si >u a ser o foco da produo de bicicletas. P F

    O Aquarela de 1869 do velocpede de Michaux, feitodtf0h0

    batido e com pedais que giravam diretamente ,i tiiil.idl.iiiti It.i

    "At as pulgas trocariam o coiote por um velocpede." M a r k T w a i n , Roughing It, 1871

  • 1861 14 DE DEZEMBRO

    Tragdia real Morte do prncipe Alberto d incio aos 40 anos de luto da rainha Vitria.

    Em 1 2 de dezembro de 1861, o prncipe Alberto, marido

    da rainha Vitria da Gr-Bretanha, se sentiu indisposto

    e reclamou mal ter foras para segurar uma caneta. No

    dia seguinte, o mdico da corte, l)t. William lennei,

    embora insistisse "no haver motivo para preocupa-

    o", afirmou gue logo ele estaria febril,

    A febre de fato comeou, porm havia motivo

    de sobra para preocupao. A febre tifide, causada

    por gua contaminada, no respeitava hierarquias e

    fez do prncipe consorte sua vtima mais ilustre. O s-

    bado de 14 de dezembro foi para Vitria o "mais ter-

    rvel dos dias". Pela manh, ela ficou alarmada ao ver

    o quanto os olhos de Alberto estavam brilhantes e

    sua respirao, rpida. A tarde, ciente de que o fim

    estava prximo, ela se inclinou sobre o marido e sus-

    surrou e m alemo: " a sua pequena esposa." Ento

    pediu um beijo, que ele quase no conseguiu lhe dar.

    Ao anoitecer, Alberto respirava com menos dificulda-

    de, porm suas mos estavam frias. Vitria se ajoe-

    lhou ao seu lado, segurando-lhe a mo esquerda,

    enquanto membros da famlia e mdicos se amonto -

    avam ao redor da cama. O prncipe suspirou duas ou

    trs vezes e foi o fim.

    Ele morreu aos 42 anos e foi casado com Vitria por

    22. Houve certo temor de que, como prncipe da peque-

    na regio de Saxe-Coburgo, ele pretendesse se casar

    com Vitria por < linheiio. ( onlndo e l e se mostiou inleli

    gente e laborioso, um bom administrador e um exigen-

    te patrono das artes. Foi sem dvida um homem de fa-

    mlia dedicado e Vitria o adorava. Ela disse: " como ter

    metade do corpo e da alma arrancada fora."

    Os polticos logo remodelaram a rainha como sm-

    bolo glorioso da majestade imperial britnica, no en -

    tanto Vitria jamais superou a morte de seu amado

    Alberto e guardou luto pelo resto da sua longa vida. R P

    1862 20 DE M A I O

    Lar doce lar Lei da Reforma Agrria impulsiona migrao em massa para o Meio-Oeste.

    Durante as dcadas de 1840 e 1850, um nmero cada

    vez maior de pioneiros seguiu para o oeste do rio Mis-

    souri, criando pequenas fazendas. O senador lhomas

    Hart Benton, do Missouri, fez campanha ano aps ano

    em prol da cesso de terras baratas para pequenos

    colonos. A idia recebeu o apoio de Stephen A. D o u -

    glas, um democrata influente, porm foi derrubada

    pela oposio dos estados do Sul. Pequenos fazendei-

    ros no precisavam de escravos e o Sul via novos esta-

    dos no-escravocratas no Oeste como uma ameaa

    instituio escravista.

    ( ) Partido Republicano se apropriou da ink iativa

    e, aps o incio da guerra entre o Norte e o Sul, o Con-

    q iess i 11 le Washington apiovi I U ,i I ei da R(Tom ia Agr-

    ria. A lei olerecia a qualquer cidado americano 65

    I iei t a i e s d e teria d e i |i,u,a ou pialic a m i 'l i l e d e i |M . i

    - aps cinco anos de residncia permanente no local.

    Ma tambm | T i n i t i a > > >ui| uai lonas a | lait i i li I , . " .

    dlar por acre dentro de apenas seis meses, o que

    significava que especuladores poder iam adquirir

    tonem is i u 'nsi is de m i >r< e i u i i i is q u e s i 1 | lassavam

    por fazendeiros. O Congresso t ambm aprovou leis

    que l iberavam 52 milhes d e hectares para a cons-

    truo d e ferrovias transcontinentais.

    I ssas medidas estimulatam uma migrao e m

    massa para o corao do pas e o desenvolvimento

    do Meio-Oeste moderno, medida que fazendas e

    cidades se multiplicavam rapidamente desde o Mis-

    souri at as Rochosas. Entre 1870 e 1920, o nmero de

    fazendas nos EUA subiu de 2,7 milhes para 6,5 m i -

    lhes, sendo que o tamanho mdio das proprieda-

    des continuou pequeno, em torno dos 60 hectares.

    As medidas de 1860 tambm deram ao Partido Re -

    publicano uma predominncia na poltica americana

    que durou 50 anos. RC

  • Baixas macias no norte dos Estados Unidos A Batalha de Antietam testemunha a maior quantidade de mortes na Guerra Civil amerk ana ( o nmero mais grave de baixas em um s dia de combate da histria militar americana.

    No vero de 1862, a Confederao lanou uma ofen-

    siva da Virgnia sob o comando do general Robert E.

    I.ee, que se deslocou para o norte para atravessar o

    lio Potomac, alcanando Maryland. Ele pretendia in-

    vadir a Pensilvnia, porm seu avano resultou na

    batalha mais sangrenta de todo o conflito.

    Lee assumiu uma posio defensiva em uma cor-

    < lilheira baixa atrs do Antietam Creek, e m Sharpsburg,

    prximo da fronteira da Pensilvnia. O exrcito da

    I Inio, sob o comando do general George B. McCIellan,

    i hegou durante a tarde e comeo da noite de 15 de

    setembro, porm McCIellan, um h o m e m cauteloso,

    no percebeu o guanto suas tropas eram mais nu -

    merosas do que as do oponente. Ele hesitou e a ba-

    lalha s teve incio de fato dois dias depois, pela ma-

    nh. Se McCIellan tivesse lanado suas foras contra

    os confederados e m um ataque e m massa, poderia

    ter vencido o conflito, mas suas investidas foram gra-

    dativas, e o exrcito inimigo resistiu a elas.

    Houve cerca de 4 mil mortos e 17 mil feridos. As

    baixas da Unio foram maiores, no entanto, uma vez

    que os confederados se encontravam em menor n-

    mero, suas perdas foram proporcionalmente mais gra-

    ves. Lee esperava outro ataque unionista, porm ele

    no veio e o general retirou as tropas de volta para a

    Virgnia. McCIellan demorou tanto a segui-lo que o pre-

    sidente Lincoln o afastou em novembro. Embora apa-

    rentemente inconclusiva, a Batalha de Antietam levou

    Lincoln a proclamar o fim da escravatura e impediu que

    a Europa reconhecesse a Confederao. RC

    O Encontro do presidente Lincoln com o major Allan Pinkerton e

    o general McCIellan no acampamento da Unio em Antietam.

    O Soldados mortos da Brigada da Louisiana, que defendeu a

    cerca ao longo da Hagerstown Road durante a batalha.

  • Libertao dos escravos do Sul O presidente Lincoln proclama a emancipao.

    O O encontro no gabinete de Lincoln em 1802, no qual ele anunciou sua proclamao preliminar de emancipao.

    A Guerra Civil americana foi travada para preservar a

    Unio, porm havia tempos que o verdadeiro pomo

    da discrdia entre o Norte e o Sul era a escravatura.

    Em julho de 1862, o Congresso e m Washington apro-

    vou uma lei que libertava automaticamente os escra-

    vos de qualquer indivduo que apoiasse a "rebelio"

    sulista. No entanto, a legislao era impossvel de ser

    cumprida. Embora houvesse uma forte atmosfera

    abolicionista no Norte, os negros ainda eram ampla-

    mente menosprezados e temidos como mo-de-

    obra barata e m potencial, capaz de competir com os

    brancos por empregos. O presidente Lincoln no se

    apressou, mas, alguns dias depois do fracasso dos

    confederados e m Antietam, ele emitiu uma procla-

    mao preliminar de emancipao, afirmando gue -

    a no ser que os confederados desistissem da rebe-

    lio - no primeiro dia de 1863 declararia que "todos

    aqueles mantidos como escravos" no territrio da

    ( i inedeiai.o " l e v e i ai > M M , da i |ui em i lianle, livres".

    A pro lamao de 1863 iniciou o processo que iria

    abolir a escravido nos Estados Unidos. Ela tambm

    autorizou o alistamento de negros na fora militar da

    Unio. Escravos fugidos j e ram teis ao exrcito

    da Unio como operrios, cocheiros, cozinheiros e en -

    fermeiros, alguns deles como soldados. De 1863 em

    diante, negros se alistaram no exrcito unionista e na

    marinha. Soldados negros eram organizados em unida-

    des segregadas, guase sempre comandadas por bran-

    cos. A coragem e eficincia demonstrada por eles nas

    batalhas mudaram as atitudes do Norte. RC

  • 1863 10 DE JANE IRO

    Trens debaixo da terra A primeira ferrovia subterrnea para passageiros marca o auge da engenharia vitoriana.

    O Um grupo de pessoas faz uma viagem-teste ] ferrovia subterrnea do mundo, a Metropolitan Railway, am I < mi In

    A primeira sugesto de um servio ferrovirio subter-

    rneo para Londres se deu em 1851, aps a abertura

    do terminal da Great Northern Railway na estao de

    King's Cross. No entanto, depois que a Great Northern

    no demonstrou interesse naquele tipo de sistema,

    a tarefa ficou para a North Metropolitan Railway, e a

    nova linha foi autorizada em 1854.

    Foram necessrios mais 10 anos para se superar os

    empecilhos tcnicos e escavar e construir o primeiro

    trecho da ferrovia, que ia de Farrindom at Paddington,

    a ltima estao da Great Western Railway de Isambard

    K. Brunel, A nova linha foi projetada para incorporar tan-

    to os trens de bitola mais larga de Brunel quanto a bito-

    la mais estreita dos demais trens londrinos. O entusias-

    mo da populao foi intenso e, em 10 de janeiro, a nova

    linha transportou 41 mil passageiros em t i c i r , i i i n . . I.

    20 anos, a Metropolitan Railway estaria tian\| >< nl , i in li i

    inacreditveis 4 0 milhes de p a s s a g e m i s p i >i a i m Ia e m

    1884 uma linha gue "dava a volta e m I u m In . h a m . i

    da Circle, havia sido completada.

    No incio, os trens eram vages abertos puxados

    por locomotivas a vapor. A primeira ferrovi,i d e ( I M I K le

    profundidade, atualmente parte da Noithein I I ne , lot

    inaugurada em 1 8 9 0 . 0 metr de Londres - conheci-do como "The Tube" - logo foi copiai l< > p o i m i l i a s

    i a| i i iais, i >s| ii ( ialmente Moscou e 1'aiis, q e i a n d i i u m a

    nova era de velocidade e mobilidade n u s i i a i r . | n l r s

    urbanos. N J

  • 0 choque do novo A "exibio dos perdedores" libertou a arte francesa e deu flego aos impressionistas.

    O Detalhe de Almoo na relva, de 18G3, de douard Manet, hoje no Museu d'Orsay, de Paris

    Havia tempos que o mundo artstico francs vinha sendo dominado pelo Salo de Paris, anual, criado pela Academia Francesa de Belas-Artes e m 1667. Ter seu trabalho exibido n e l e lepiesonlava um sinal de sucesso artstico e a garantia de recompensa finan-ceira. Uma instituio desse tipo eliminava obras m e -docres, no entanto, ao mesmo tempo, podia agir t ambm c o m o um empeci lho inovao.

    Em 1863, mais da metade das cinco mil obras apresentadas foi rejeitada pelo jri. O imperador Na-poleo III, que gostava de parecer liberal, fez uma visi-ta ao Salo e declarou que os trabalhos rejeitados eram to bons quanto os que haviam sido aceitos. Ele ordenou que fossem exibidos no Palais de 1'lndustrie, que ficava prximo dali, como o Salo dos Recusados.

    Muitos dos artistas rejeitados temeram a ira do jri, ou a ridicularizao do pblico, porm alguns aceitaram o desafio. A entrada era pelo Salo oficial, atravs de uma roleta.

    Mais de sete mil visitantes apareceram no primei-ro dia de exibio. Eles puderam ver obras de Manet, Whistler, Pissarro, Czanne, entre outros. A tela mais controversa foi Almoo na relva, de Manet, uma repre-sentao da vida bomia libertria. Alguns crticos abominaram o guadro, considerando seu realismo o oposto da arte e uma ameaa ordem moral. Outros louvaram seu frescor. A exibio foi um golpe na auto-ridade do Salo e abriu um precedente para mais exi-bies, como as 80 realizadas pelos impressionistas. A arte estava livre para trilhar novos caminhos. R P

  • 1863 Ia DE J U L H O

    Reviravolta na Guerra Civil I) i 'xrcito da Unio detm o avano dos confederados para o norte na Batalha de Gettysbi irq.

    O A Batalha de Gettysburg, l-3dejulhode 1863, de John Richard.

    No fim da primavera de 1863, os confederados lana-

    ram um ataque formidvel contra a Unio. O exrcito da

    Virgnia do Norte de Robert E. Lee derrotou o exrcito

    invasor do Potomac em uma floresta densa em Chan-

    (ellorsville, na Virgnia. Lee, no entanto, perdeu seu bra-

    o direito, Stonewall Jackson, alvejado por engano pe-

    los seus prprios soldados. O general seguiu para o

    Norte, adentrando o oeste da Pensilvnia no intuito de

    capturar um entroncamento ferrovirio essencial em

    I larrisburg (para interromper o envio de suprimentos

    Unio) e, a partir dali, talvez tomar a Filadlfia ou at a

    prpria cidade de Washington. As tropas inimigas eram

    comandadas pelo general George D. Meade. Nenhum

    dos dois exrcitos sabia exatamente onde estava o ou -

    tro at se encontrarem em Gettysburg. Os confedera-

    dos expulsaram os soldados da Unii > d I, ide, 111, is

    ineli/mente os conduziram para o Sul ale um, leu

    te posio defensiva ao longo de uma (ordilheiia

    Os confederados tinham uma desvantagem nu

    mrica de 75 mil homens contra 90 mil. A siluaii i lnl

    o oposto da enfrentada em Antietam, medida < |ue

    Lee lanava uma srie de atagues colina acima, a o i

    quais o exrcito da Unio resistiu poi dois dias Am

    bos os lados lutaram com coragem e as baixas lo iam

    estarrecedoras. Ao todo, cerca de oito mil homens

    foram mortos e 27 mil ficaram feridos, nmeros esles

    divididos quase igualmente entre as duas pailes

    chuva torrencial, com os dois exrcitos exausti >., l e r

    conduziu a retirada das suas tropas de volta ,n i \nl

    Foi uma reviravolta crucial na guerra. RC

  • "H 87 anos..." O presidente Lincoln faz o Discurso de Gettysburg, um dos maiores (e mais curtos) discursos da Histria.

    ^ jy^ti^, wf^C m ( M l -A. S S T

    R F - i - f*Mv*/yyf*.T J F ^ / . ,

    r/C

    ' T - " - " *~triL. -K,CF

    Apesar das vitrias, o descontentamento com a guerra crescia no Norte e a populao se ressentia do servio militar obrigatrio. Em meados de julho, centenas de pessoas foram mortas em uma manifestao em Nova York, em grande parte por operrios irlandeses. 0 esto-pim foi a revolta contra o recrutamento, porm o alvo principal foram os negros, com enforcamentos e o in-cndio de um orfanato para crianas negras.

    O presidente I in< oln linha isso e m mente quando foi convidado para discursar na inaugurao de um memorial no campo de batalha de Gettysburg. O pro-grama inclua msica, hinos e oraes e o discurso principal ficaria a cargo de Edward Everett, ex-gover-nador de Massachusetts. Ele falou por duas horas, po -rm foi ofuscado por Lincoln, que fez um dos grandes discursos da Histria e m menos de dois minutos, no chegando a 300 palavras. Comeando com "H 87 anos..." ele disse por que a guerra estava sendo trava-da e definiu o propsito dos Estados Unidos.

    "Os fundadores da Unio", disse Lincoln, "deram origem a uma nova nao, concebida na liberdade e consagrada ao princpio de que todos os homens nascem iguais. Os homens corajosos que morreram e m Gettysburg deram a prpria vida para que esta nao possa sobreviver." E concluiu: "Que todos os presentes admitam solenemente que esses homens no morreram em vo; que esta nao, com a graa de Deus, veja nascer uma nova l iberdade; e que o governo do povo, pelo povo e para o povo jamais desaparea da face da Terra." RC

    O Um manuscrito de prprio punho da primeira pgina do

    clebre Discurso de Gettysburg feito por Lincoln.

    O Fotografia tirada de Lincoln na inaugurao do Cemitrio

    Nacional de Gettysburg, onde fez seu discurso.

  • "Gordon Chins" A < ler rota da rebelio Taiping garante o i li minio da dinastia Qing na China.

    I 1 numero de mortos em Nanquim foi enorme. No

    Intanto, a rebelio e m si, iniciada 14 anos antes, j

    testemunhado o massacre de cerca de 20 mi-

    II i de pessoas. No terceiro e ltimo dia, por volta

    100 mil pessoas t inham sido mortas e m batalhas

    i 'S pelas ruas. O lder rebelde original, Hong Xiu-

    BUan - que se auto-intitulava irmo de Jesus Cristo e

    i il ln< umbido de estabelecer o Taiping ("Reino Ce-

    festlal da Grande Paz") custa da incompetente di-

    i i i t u Qing e dos estrangeiros vorazes -, manteve

    i lanquim como sua capital por uma dcada, porm

    morrera ao ingerir comida envenenada na semana

    anterior. As foras imperiais vitoriosas deviam muito

    iS britnicos, que lutaram do sen l a d o , prim ipal

    11H i ite a Charles Gordon e ao Exrcito Invencvel.

    Os rebeldes estavam na defensiva desde 1860,

    guando as foras imperiais foram reorganizadas por

    i i i ] Guofan e Li I longzhang. Lias r e i eberam, ento,

    I I auxlio dos europeus, gue buscavam proteger seus

    investimentos na regio. Gordon se oferecera a entrar

    I iara as foras britnicas na China em 1860 e, quando o

    i riador americano do Exrcito Invencvel morreu, Li

    c onvenceu os ingleses de gue Gordon deveria assumir

    o i ornando em maro de 1863. Ele imps uma discipli-

    11.1 rgida, com pena de morte para embriaguez. Con-

    duzindo seus homens, conquistou uma srie de vit-

    i ias que possibilitaram o sucesso imperial em Nanquim

    i ' oi apelidado de "Gordon Chins".

    Um dos conflitos mais sangrentos da histria da

    humanidade no estava completamente acabado,

    uma vez que mais 250 mil guerreiros taiping ainda

    estavam solta. O sucesso da dinastia imperial, no

    entanto, estava garantido. O domnio Qing na China,

    alm da continuidade da influncia europia, perma-

    neceria inabalado por dcadas a fio. R P

    Auxlio aos feridos A Conveno de Genebra de 1864 apoia o trabalho da Cruz Vermelha Internacional.

    Em 1864, o governo suo recebeu delegados d e In

    pases. Eles se reuniram em Genebra e, no dia d e

    agosto, 12 deles adotaram a Conveno de ( l e n e b u

    "para a Melhoria das Condies dos Feridos nos Fxr

    citos em Campanha". Criava-se, pela primeira ve/, uma

    regulamentao gue comprometia legalmente is ig

    nalrios e qaiantia a neutralidade e proteo p a i a si >l

    dados feridos e equipes mdicas no campo de bata

    lha. Uma bandeira branca com uma cruz vermelha

    idenlihc aria a neutralidade dos hospitais, ambulm ias

    e centros de evacuao. Para o empresrio sui > I leni i

    Dunant, aquela era a realizao de um sonlu >.

    Em junho de 1859, Dunant testemunhou as i on

    seqncias da Batalha de Solferino entre a Frana e a

    ustria. No havia auxlio mdico disponvel e milha

    resde soldados mutilados se espalhavam | >i I n ampo

    de batalha. Ele passou vrios dias fazendo o possvel

    para ajudar os feridos. Ao voltar para sua ( i c i i e l na na

    tal, escreveu A Memory of Solferino, defendem li .< M.I

    o de organizaes voluntrias de assistem ia ms lli a

    para cuidar das vtimas das guerras. I m I8 1, .ijuilou a

    estabelecer o Comit Internacional da ( ruz Veimelha

    para alcanar esse objetivo, l ambem le, panha

    e m prol de tratados internacionais que garaiilissem a

    proteo aos no-combatentes.

    Dunant negligenciava de tal forma seus pipilii',

    negcios gue foi falncia em 186/, vivi ' l i do em gian

    de pobreza dali para a frente. Noent.inii >, ele iei ebeu 1 1

    Prmio Nobel da Paz em 1901 e, no s< ulo XX, sen na

    balho rendeu frutos extraordinrios. Ia n o Inu i lesse

    sculo, o Movimento Internacional da ( r u / Vennell

    do Crescente Vermelho era uma instituio pispeia,

    que ajuda a evitar o sofrimento humano em tempos d i

    paz e de guerra, e a quarta Conveno d e (.enel na li >i

    assinada por mais de 190 pases. RP

  • Irmandade internacional A Primeira Internacional fundada para acelerar a revoluo comunista.

    I N T EFL N 1- W O R K I N G M E M S A S S O C I - ' ^ *^Oj / /fcsSOCIATlON I M T E R N 1 . S O U V R I E R S

    > ^ f T T - n , - . , . . . . - ' ' j' 1 * ' IWIJWI1LIM ,^ 7*Hlf \LNTERNYARBEITER ASSOCI^HsSOCI'.' IHTCR'.1 D OUSAI.. MEMBEifS ANfJUAL SUBSaTION CARI).

    C^JUr- ?eC^J>

    Jlmir

  • Lee aceita a derrota )hert E. Lee se rende em Appomattox, pondo fim Guerra Civil americana.

    O Soldados acampados em frente ao tribunal regional de Appomattox, cidade em que o general Lee se rendeu ao ge

    No final de maro de 1865, o exrcito unionista do Poto-

    mac, sob o comando de Ulysses S. Grant, lanou uma

    i ili 'iisiva contra as tropas confederadas de Robert E. Lee

    i m Petersburg, Virgnia. Lee tentou fugir para o oeste,

    porm Grant o impediu. 0 exrcito de Lee carecia de

    homens, munio e armamentos - e outro destaca-

    mento da Unio se aproximava rapidamente pelo sul.

    I m 7 de abril, Grant enviou uma mensagem para Lee

    sugerindo que ele se rendesse para evitar mais derra-

    mamento de sangue. Os dois comandantes se encon-

    Iraram na casa de Wi lmer McLean, no vilarejo de

    Appomattox, por volta de uma da tarde. Surpreenden-

    lomente, eles simpatizaram um com o outro e tiveram

    uma conversa agradvel antes de tratarem do assunto

    i >m pauta. Os termos de Grant foram generosos. Ele no

    gueria humilhar seus adversrios, e sim lia/ei o Sul d

    volta para debaixo das asas da Uni. >. < >s s<

  • A morte do lder O presidente Lincoln assassinado aps a vitria do Norte na Guerra Civil.

    O John Wilkes Booth, em fotografia tirada poucos anos antes

    do assassinato do presidente Abraham Lincoln.

    O Escolta ao lado do corpo de Lincoln, exposto em caixo

    aberto para apreciao pblica na prefeitura de Nova York.

    "No final, no so seus anos de vida que importam, mas a vida nos seus anos." F r a se a t r i b u d a a o p r e s i d e n t e L i n c o l n

    Cinco dias aps a rendio dos confederados em Ap-

    pomattox, o presidente Abraham I incoln, o principal

    arquiteto da vitria do Norte, foi assassinado. Ele havia

    tido um pesadelo poucas noites antes no qual via um

    cadver em uma mortalha na Casa Branca e recebia a

    noli ia de que o presidente eslava morto. I incoln no

    deu importncia quilo e disse posteriormente sua

    mulher Mary: "Ns dois devemos ser mais alegres daqui

    para a frente." Na Sexta-Feira Santa, o casal iria assistir a

    uma pea humorstica, The American Cousin, no Ford's

    I heatro. Mary eslava relutante, porm I in< oln a con-

    vein ou,i li/eni loqm ' piei isava dai n i n a s boas usadas.

    Enquanto isso, o aloi lohn Wilkes Booth, um mi-

    litante sulisla fantico, bolava uma conspirao para

    matar o presidente e outros membros importantes

    do governo. Ao chegarem ao teatro, os Lincoln foram

    aplaudidos de p ao som de "Hail to the Chief". Eles

    se a< oi i iodaram e m um i amarole, p o i m o quaida-

    costas do casal escapuliu para assistir pea. Booth

    subiu s escondidas at o camarim, entrou e dispa-

    rou um nico tiro na cabea de Lincoln. Ento, saltou

    no palco e gritou o lema do estado da Virgnia: "S/c

    semper tyrannis" (algo como "Assim sempre ocorre

    com os tiranos"), antes de fugir pelo teatro.

    O presidente foi levado inconsciente at uma

    penso do outro lado da rua e morreu horas depois,

    s 7h22 de 15 de abril. Houve uma onda imensa de

    tristeza e Iriria vingativa no Norte. Booth foi imediata

    mente caado e morto a tiros ao resistir priso. Seus

    companheiros de conspirao foram guase todos

    capturados e enforcados. Lincoln foi sucedido por

    seu vice-presidente, Andrew Johnson, do Tennessee,

    porm a maior esperana do pas por uma reconcilia-

    o entre o Norte e o Sul e entre os negros e os bran-

    cos foi para o tmulo com Lincoln. RC

  • Guerra e paz publicado A publicao da primeira parte do pico russo Guerra e paz, de Leon Tolstoi, transforma a literatura russa e europia.

    Leon Tolstoi dedicou cinco anos de sua vida a concluir a

    primeira parte de Guerraepaz. Escreveu sete verses do

    manuscrito at que, em 1865, o livro I foi publicado em

    srie. A traduo para o ingls saiu e m 1866 e todos os

    seis volumes foram editados em 1869. Um pico de

    propores humanas, o livro revolucionou a literatura

    russa e europia. Ningum jamais vira uma obra como

    aquela, na qual quase 500 personagens - entre servos e

    czares - se entrelaavam em narrativas mltiplas, tendo

    como pano de fundo campos de batalha sangrentos,

    saraus sofisticados e lares camponeses. Tolstoi acres-

    centou a isso sua compreenso profunda da condio

    humana, apresentando tambm o tema do livre-arb-

    trio versus a predestinao.

    A histria retrata duas famlias russas - os Rostov,

    proprietrios de terras empobrec idos, e os nobres

    Bolkonsky durante a invaso da Rssia por Napo-

    leo e m 1812. Tolstoi se baseou na sua prpria expe-

    rincia, tendo servido e m um regimento de artilharia

    na Guerra da Crimia, na dcada de 1850. As cenas

    de batalha retratam com vivacidade o caos e a carni-

    ficina da guerra e parecem transmitir a crena fatalis-

    ta do autor de que a humanidade est merc do

    lut bilho d,i I listria. O livro sei viu de inspirao para

    Mahatma Gandhi, que iniciou uma correspondncia

    com Tolstoi, adotando depois sua doutrina pacifista

    d e no-resistncia. C o m o outros aristocratas russos,

    Tolstoi possua servos, porm ele se comprometia

    com as condies sociais e a educao deles na sua

    vasta propriedade nas estepes do Volga. J J H

    O O grande escritor russo Leon Tolstoi, em Yasnaya Polyana, a

    casa em que ele nasceu e viveu at a morte.

    O Ilustrao de 1964 de Alexander Apsit para o romance Guerra

    epaz. de Leon Tolstoi.

  • I >5 6 DE DEZEMBRO 866 3 DE J U L H O

    Abolio da escravatura A Prssia no controle / ntenda Constituio americana . R G

  • Fragilidades do capitalismo expostas Karl Marx publica o primeiro volume de O capital.

    Das Kapital. K r i t i k der politisehen Oekononiie.

    K a r l M a r x .

    E r s t c r B a n d .

    Buch I : Der ProcfutitloniprocM* < li ii > i Ias mi 'smas.

    Esse valor excedente era amealhado pelos emprega-

    dores, pois eles afirmavam gue, como donos do capi-

    tal, tinham direito ao lucro. Isso aumentava a quantida-

    de de capital nas mos dos patres, perpetuando,

    assim, as condies que permitiam ao capitalismo

    continuar explorando a fora de trabalho.

    O capital se concentrava na estrutura e nas contra-

    dies intrnsecas ao sistema capitalista e no nos anta-

    gonismos do (lasso. Assim, ele no delendia a revolu-

    o. Em vez disso, Marx argumentava que, dentro de

    circunstncias adequadas, crises sucessivas de cresci-

    mento seguidas por um colapso e, ento, por um novo

    i LESI imi 'i ih 11 >o( I. 'liam I liat ,r v lio "> pa i . i a LEVI ilu-

    o ou, no mnimo, para uma transio rumo a novos

    modos de produo. Marx afirmava gue O capital era

    uma tentativa de analisar a economia poltica de modo

    a poder represent-la de forma dialtica, fornecendo,

    dessa forma, uma justificativa cientfica para o movi -

    mento operrio moderno. Seu objetivo era mostrar

    < orno o capitalismo era o precursor natural de uma for-

    ma de produo nova, socialista, na qual os trabalhado-

    res assumiriam o controle dos meios de produo.

    Embora Marx tenha morrido antes que os volumes

    subseqentes de Ocapital fossem lanados em 1883 e

    1885, o livro ainda pode ser visto como o pice cientfico

    dos argumentos por ele propostos e m sua obra mais

    famosa, O manifesto comunista, publicado em 1848 e

    escrito em parceira com Friedrich Engels. T B

  • Uma ovelha no matadouro O imperador Maximiliano do Mxico assassinado aps uma tentativa fracassada de golpe.

    li 11 M O mais novo do imperador da ustria, o bem-inten-

    i i ido arquiduque Maximiliano chegou ao Mxico

    sua jovem esposa, Carlota, em 1 8 6 4 , para ser coroa-

    i iperador. Um tanto equivocadamente, ele acredi-

    tava ter sido aceito pelo que, daquele momento em

    lante, chamou de "seu povo". Na realidade, Maximilia-

    n o hi ivia sido infiltrado no pas com o auxlio do exrcito

    frani s - aprofundando as ambies imperialistas da

    I i .ma - e em conluio com os ricos latifundirios mexi-

    < I N O S e com a Igreja Catlica Romana. Eles queriam que

    0 i H >vo imperador se livrasse do presidente Benito Ju-

    que ameaava suas riquezas e poder.

    Para indignao de seus defensores, Maximiliano

    1 li inonstrou uma decepcionante preocupao com o

    I i i ' i n estar do campesinato oprimido, recusando-se a

    < f ".lazer as reformas de Jurez. O exrcito francs, no

    mt, mto, quase levou Jurez para alm da fronteira ame-

    i ii ana, at o Texas, antes de o governo dos Estados Uni-

    -1 s exigir que eles se retirassem em respeito Doutrina

    ' i noe . Em 1866, Napoleo III da I lana anuiu iou a

    " N i , i da das suas tropas. Carlota viajou Europa para

    i tlli itar ajuda para o marido, porm no obteve suces-

    I )s franceses deixaram o pas no ano seguinte. Maxi-

    I illiano, no entanto, se recusava a abdicar e fugir, pois

    ii r.iderava desonroso agir dessa forma. Seu exrcito

    li nove mil homens foi cercado pelas foras juaristas

    I I I (Jueretaro, ao norte da Cidade do Mxico. Ali, as tro-

    pas | lassaram fome e se renderam, traindo o imperador.

    Maximiliano foi aprisionado em um convento. Uma

    : i n 1.1 foi planejada, envolvendo uma de suas cortess, a

    I nincesa Agnes zu Salm-Salm, nascida na Amrica, que

    LI veria seduzir um certo coronel Palcios. Ela fracassou

    lamente com o plano. O imperador, ento com 3 4

    anos, foi condenado morte e fuzilado na manh se-

    i ininte. Um ms depois, Jurez retornou Cidade do

    Mxico e o pas voltou a ser uma repblica. RC

    O Aps Napoleo III retirar suas tropas do Mxi< o cm IMo/,

    Maximiliano foi destronado e posteriormenlc e x e i ulailu

    "...somente os Estados Unidos tm o direito de subjugar o Mxico." A r t e m u s W a r d , 1865

  • 1868 3 DE JANE IRO

    tica oriental, tecnologia ocidental A restaurao Meiji d incio modernizao do Japo.

    B-ri

    O Lendo um jornal (1877), de Yoshitoshi; o texto deste cartum

    satrico compara a mulher a uma gata no cio.

    "Todas as classes devem se unir no intuito de adminis-trar os assuntos nacionais." Ca r t a d e J u r a m e n t o M e i j i , ab r i l d e 1868

    A abertura forada do Japo para o mundo pela es-

    quadra naval americana do comodoro Perry e m 1853

    foi seguida por 15 anos de conflito poltico entre os

    tradicionalistas e os modernizadores. Na dcada de

    1850, o Japo ainda era uma sociedade feudal sob o

    governo militar dos xguns da famlia Tokugawa, de

    Edo (Tquio). Os imperadores - figuras honradas po -

    rm meramente cerimoniais - reinavam em uma se-

    renidade impotente do palcio imperial em Kyoto.

    O fracasso e m evitar a violao americana do isola-

    mento oficial do Japo comeou a minar a autoridade

    do xogunato. O peso financeiro de se fortalecer as defe-

    sas costeiras e o efeito da abertura da economia japo-

    nesa ao comrcio exterior geraram dificuldades cada

    vez maiores e uma srie de rebelies eclodiu. Em 1863,

    o xgum lemochi foi forado a se apresentar corte

    imperial para pedir que o imperador o auxiliasse em seu

    governo; era a primeira vez, em mais de 200 anos, que

    um xgum agia dessa forma. No final de 1867, o xgum

    abdicou, e os rebeldes samurais, armados com fuzis oci-

    dentais, derrubaram o governo militar e devolveram o

    poder ao jovem imperador Meiji, que reinaria at 1912.

    A formalizao do golpe se deu atravs de uma procla-

    mao imperial no dia 3 de janeiro de 1868. Caracteriza-

    da pelo slogan de Sakuma Shozan - "tica oriental e

    tecnologia ocidental"-, a restaurao do governo impe-

    rial foi seguida por uma avalanche de mudanas. As ju

    risdies feudais e o status privilegiado dos samurais

    foram abolidos. Um sistema educacional moderno, alis-

    tamento militar para o exrcito e a marinha, uma Cons-

    tituio escrita, roupas ocidentais, eletricidade, ferro-

    vias, imposto de renda, servio postal e gove rno

    parlamentar foram adotados em um espao de 20 anos.

    A ocidentalizao foi imposta de cima para baixo por

    um governo autocrtico e militarista que empregou o

    xintosmo para criar o culto a um imperador divino. J H

  • IS69 6 DE M A R O

    A classificao do mundo qumico Mendeleev lana sua tabela peridica dos elementos.

    I tri Ivanovich Mendeleev apresentou formalmen-

    te l >< 'Ia primeira vez sua tabela peridica de elementos

    I' li 11 iedade Russa de Qumica e m 1869. Alguns m e m -

    bros lidicularizaram sua previso de gue mais lgui-< I' . ladioativos seriam descobertos. Porm Mendeleev

    in i por ltimo, guando o glio foi descoberto e m

    o germnio em 1886, confirmando sua teoria

    11.11 leriodicidade dos elementos.

    Sua tabela demonstrava propriedades recorren-

    tes - ou peridicas - nos elementos qumicos. Eles

    e u m listados e m ordem crescente de nmero atmi

    1 1 I om os que demonstravam propriedades qumi-

    i BS semelhantes dispostos em < olunas vetlii ais.

    Embora a criao da primeira verso da tabela

    indica seja creditada a Mendeleev, pelo menos dois

    M H ros cientistas tambm vinham trabalhando nas suas

    piorias tabelas elementares. Lothar Meyer lanou uma

    proposta em 1864, que descrevia 28 elementos. Dife-

    rentemente de Mendeleev, Meyer no utilizou sua ta-

    b e l a para prever novos elementos. Ento, em 1865,

    lohn Newlands publicou sua Lei das Oitavas, atravs da

    i |iial ele percebeu que elementos qumicos com pro-

    I niedades fsicas e qumicas ocorriam de oito em oito, o

    ()ue o levou a usar a analogia das oitavas musicais. Con-

    I I ido, a idia de Newlands falhou em dois aspectos: no

    era vlida para elementos com massa maior do que a

    I I O clcio e no havia espao para acomodar novos ele-

    r i rentos, como os gases nobres.

    A tabela peridica foi uma descoberta importan-

    ie da qumica moderna, oferecendo uma estrutura

    valiosa que possibilitava classificar e comparar o com-

    I lortamento dos compostos qumicos. Revisada conti-

    nuamente medida que novos elementos eram des-

    i obertos e novas teorias eram desenvolvidas, a tabela

    tambm pde ser aplicada de forma determinante

    i 'in diversos ramos da cincia e da indstria. T B

    O Uma fotografia de Dmitri Mendeleev (18.14 l')()/), I I L I I I . I 11.1

    primeira dcada do sculo XX, no fim de sua not.ivcl < aneli . I

    "O peso atmico no pertence ao carvo ou ao diamante, mas ao carbono." D m i t r i M e n d e l e e v , s o b r e sua t a b e l a pe r i dk , *

  • 0 grampo de ouro O encontro de duas ferrovias cria a primeira estrada de ferro transcontinental dos EUA.

    O A cerimnia da fixao do grampo de ouro em Utah representou a concluso da primeira rota ferroviria transcontinental do pas.

    l foi sugerido que as ferrovias desempenharam um

    papel to imporlanle no desenvolvimenlo dos I sla

    dos Unidos quanto os partidos polticos. Elas certa-

    mente foram lundamentais para a transformao de

    uma rea to vasta em um s pas. As primeiras estta

    das de ferro foram construdas nas dcadas de 1820 e

    1830 e j na dcada de 1850 comearam a seguir da

    Costa Leste para a outra ponta do pas. Na dcada de

    1860, a Central Pacific Railroad passou a ser construda

    do Oeste, a partir da Califrnia, enquanto a Union Pa-

    cific Railroad era construda do Meio-Oeste, a partir de

    Omanha, empregando, respectivamente, exrcitos de

    trabalhadores chineses e irlandeses.

    O momento mais dramtico da histria ferrovi-

    ria dos Estados Unidos foi quando as duas linhas se

    en ion l raram no Promonloty ' .ummil, em Ulah. Um g iampo de ouro havia sido produzido para fixai o ltimo elo da ferrovia. Ele seria fincado e m um dor-mente especial de louro da Califrnia. No dia marca-do, o ltimo trilho foi assentado ao som de fortes aplausos. I luas locomotivas se aproximaram, paran d o uma diante da outra c o m um nico dormente entre elas. O grampo de ouro foi introduzido no bu -raco pelo diretor da ( entrai Pa i itc, I eland Stanford, criando a primeira estrada de ferro transcontinental dos Estados Unidos.

    Cerca de trs mil pessoas assistiram ao evento. O grampo de ouro e o dormente de louro da Califrnia foram imediatamente removidos e substitudos por um dormente c o m u m e um grampo de ferro. RC

  • A realizao do projeto de Suez, que compreendia a ' instruo de um canal ligando o mar Vermelho e o

    Mediterrneo, foi obra de um homem, o ex-diplomata dances Ferdinand de Lesseps. A inspirao lhe veio ao li II relatos de tentativas de se atravessar o deserto no Mundo Antigo e, quando Said Pasha - um velho conhe-i ido seu - se tornou o novo khediva ("governante") do 11 |iio, ele se apressou a garantir a permisso de realizar seu sonho. Lesseps partiu em busca de financiamento, Com a ajuda de um emprstimo federal francs.

    O prprio Lesseps virou a primeira p de areia em IH59 e, mais de 10 anos depois - graas ao trabalho lorado de milhares de camponeses egpcios -, o ca-nal foi concludo em Suez. Com 163 quilmetros de extenso, ele reduziu drasticamente o tempo de via-

    gem entre a Europa e o Oriente Prximo e o I tiemi i

    Oriente, acabando com a necessidade

  • 1870 18 DE J U L H O

    Verdade espiritual ou ttica mundana? A doutrina da infalibilidade papal refora a batalha do Papa contra as foras da democracia e do liberalismo.

    "No te conformes aos padres deste mundo", acon-

    selhou So Paulo. O Papa Pio IX no tinha inteno de

    (a/ Io, ospe< inlmonlo quando o inundo so iornava

    cada vez mais secular, nacionalista e antipapista. Em

    1864, ele j havia condenado erros "perniciosos" como

    o "progresso... e a civilizao moderna" e, no ano de

    1870, seu Concilio Vaticano I acrescentou armadura

    anlilil >i'ial do Pa| ia a douliina i Ia infalil lilii lai li \ tapai.

    Segundo esse dogma, quando o Papa fala especifica-

    mente ex cathedra - no exerccio de seu papel como

    pastor e mestre de todos os cristos e e m virtude de

    sua autoridade apostlica suprema sohie assuntos

    de f ou morais, sua viso incontestvel. A doutrina

    li ii | iu imuli |. u 1.1 i 'i 11 18 de I io de 18/0 em meio a

    acontecimentos que tirariam do Papa grande parte da

    sua autoridade em Poma no como uma nova des-

    coberta, mas como a afirmao de uma verdade

    atemporal.

    Pio se tornara Papa e m 1846, numa escolha que

    causou surpresa. Como brincou o lder austraco Met-

    ternich: "Estvamos preparados para tudo, menos para

    um Papa liberal." Porm seu liberalismo foi minado pe -

    las revolues violentas de 1848 e pela perda dos Esta-

    dos papais para o novo reino da Itlia e m 1861. A retira-

    da das tropas francesas de Roma em julho de 18/0 logo

    tornou a Cidade Eterna a nova capital italiana.

    Alguns catlicos germano-falantes preferiam a ci -

    so, porm a maioria dos catlicos aceitou a doutrina,

    que, na verdade, foi raras vezes usada. O poder secular

    do Papa havia enfraquecido, de modo que, e m 1871,

    ele ocupava apenas 44 hectares de Roma; no entanto,

    seu poder espiritual sobre os fiis aumentou. R P

    O Retrato do Papa Pio IX, c. 1860, antes da perda do territrio

    papal e de poder que levou ao Concilio Vaticano I.

  • 1 B I 18 DE JANE IRO 1871 28 DE M A I O

    Bismarck triunfa A Comuna derrotada A jHoclamao da nova Alemanha cria a Com dois anos de existncia, a Comuna i LI D ao mais poderosa da Europa. de Paris destruda pelo governo francs.

    Ai 111 n 'io-dia, ao som de tambores militares, Guilherme I

    1.1 Prssia chegou, acompanhado por outros coman-

    dan tes e generais alemes. Houve uma cerimnia reli-

    - 1 urta, depois da gual seu primeiro-ministro, Otto

    vi m Bismarck, leu uma proclamao, e isso foi tudo.Gui-

    e I da Prssia passara a ser Guilherme I, o impera-

    DOI da Alemanha, e Bismarck, o chanceler alemo. A

    l.imao de um novo Imprio Germnico no se

    t u n,i Alemanha, mas em solo estrangeiro: no Salo

    i li is I spelhos do Palcio de Versalhes, na Frana. Na rea-

    ln I. I I le, esse novo Estado alemo foi criado s pressas no

    H m io da guerra da Prssia contra a Frana. Foi somente

    I ii H (onta da declarao de guerra por parte da Frana

    i 1 1 julho de 18A) que Bismaii k pde g. iMi i l i i ,i ,n eil.i

    . . I I i do novo Reich, pois nem o novo imperador nem os

    I 'iii K ips germnicos e tampouco os liberais da Alema-

    i il ii i queriam o que estavam recebendo.

    Guilherme I da Prssia duvidava que o novo ttulo

    imperial representasse uma ascenso no mundo. Ele

    ' E I lamente no aceitaria ser coroado pela ral - ou

    si 'ja, pelo povo -, de modo que Bismarck teve de su-

    l" H nar o rei da Bavria para que este lhe oferecesse a

    i noa. Mesmo assim, Guilherme no falaria com Bis-

    marck no dia da cerimnia. Quanto aos prncipes, eles

    esiariam inevitavelmente sacrificando seus poderes,

    i 'inbora ao menos fossem continuar sendo reconheci-

    dos como tais sob a nova estrutura federal. Talvez os

    liberais tenham sido os menos prejudicados: haveria

    sufrgio universal e uma democracia aparente; no en -

    tanto, o poder de fato estaria nas mos dos ministros

    i Io imperador, no com os parlamentares.

    A unificao da Alemanha foi de grande importn-

    i ia histrica. Unificado pela guerra, o novo Estado se

    tornou um colosso militar politicamente imaturo que

    i ontinuou buscando se expandir pela Europa. R P

    Nos subrbios a leste de Paris, e m 28 de maio de 18/1,

    um defensor solitrio deu seus ltimos tiros e foi emtx >

    ra enquanto as tropas francesas tomavam a ltima I iai

    ricada dos membros da Comuna de Paris na < i< I, u li

    Em meio ao desconcerto perante a derioi.i d e Na

    poleo III no ano anterior, o cerco de Paris p e l o e x e n iti i

    prussiano e a incerteza quanto ao futuro governo do

    pas, alguns setores da populao parisiense haviam

    criado seu prprio governo municipal, a Comuna i le

    Paris, e m 28 de maro. Remontando s revolues

    de 1792 e 1845, com suas origens jacobinas, socialis-

    "Esta uma guerra total, en-tre parasitas e trabalhadores, exploradores e produtores." C o m i t c e n t r a l d a G u a r d a N a c i o n a l

    tas e anarguistas, a Comuna instituiu um n o v o n p o d e

    administrao, introduzindo o sufrgio leiniilino e a si

    parao entre Igreja e Estado.

    Essa atitude revolucionria e organizada p m u m a

    autoridade municipal autoproclamada n a n a i n i i i i

    para o governo francs. A unidade da I lana e a aulnil

    dade da sua classe dominante estavam ameaai Ias 1 1

    lder dessa elite, Alphonse Thiers, ordenou que o exrc I

    to tomasse a cidade. Durante os conflitos violenti >s n i

    tre o governo e os membros da Comuna, paites da 1 1

    dade lotam incendiadas. Apsa rendio,,isaulondai li ,

    se vingaram. Aproximadamente 25 mil membros da

    Comuna foram executados; muitos foram de| loitados

    Tamanho derramamento de sangue - sem p u s ei leu

    tes na histria da Frana moderna - dividiu a esi |in 'ida

    e a direita na poltica francesa por vrias c |i n 1 . 1 NK

  • brio, at que, em 10 de novembro, conhei eu I leniy

    Morton Stanley, do jornal New York I hitiltl.

    Stanley tinha fugido de um reform.ih nio qals a o s

    15 anos de idade e emigrado para os Estados Unidos,

    Era procurado por um comerciante de Nova Oileans p

    se tornara jornalista. Encontrar o missioniii > < l i " . , i | >a

    rec ido seria um furo de reportagem. I le pailiu | ia ia

    /an/ibar com mais dois europeus, q u e nu n i n a m , >

    192 carregadores africanos, que tambm morreram

    quase todos. Ao se aproximar de Livingstone, viu quo

    "ele estava plido e parecia esgotado e abalidi >"

    Stanley se encarregou de preparar as refeies de

    Livingstone, que aos poucos recuperou as loias, m a s

    se recusou a voltar para a Inglaterra. Sepaiaiam M I

    14 de maro de 1872 e Livingstone seguiu < um seu tia

    balho na frica at sua morte, em maio de 18/ V R P

    Dr. Livingstone? Stanley encontra David Livingstone e salva a vida do missionrio.

    Era a terceira expedio de David Livingstone frk a,

    destinada, desta vez, a descobrir a nascente do Nilo, e s

    palhara palavra de Deus e a mensagem antiesc ravagl

    ta. A s notcias de sua morte foram exageradas, porm

    ele estava em pssimo estado: sangrava por conta de

    hemorridas dolorosas, tinha ulceraes nos pes , sol na

    de hemorragia intestinal e diarria e estava < o m u m

    princpio de pneumonia. Ele repousara sete meses

    em Banbarre, onde leu a Bblia quatro vezes, e conse-

    guiu atravessar o lago Tanganika, chegando a UjiJI em

    5 de novembro de 1871. Mas seu futuro parecia som

    "Eu me aproximei... tirei o chapu e disse: 'Dr. Livingstone, imagino?'" H e n r y M o r t o n S t a n l e y , e x p l o r a d o r

    Chicago em chamas A < /< lade dos Ventos pega fogo e as < In unas se tornam incontrolveis.

    is desastres mais devastadores do sculo XIX, o

    |n< ndio de Chicago comeou e m 8 de outubro. Sua

    Blusa desconhecida; h quem diga que uma vaca

    |u' i iencente imigrante Catherine O l e a r y teria der-

    1111 mi Io um lampio, porm isso foi inveno de um

    l alista. Diversas hipteses foram aventadas, mas

    nenhuma delas foi universalmente aceita. 1 ) corpo de bombeiros, que havia lidado i u m 20

    H > i ii lios na semana anterior, respondeu m m lentido

    10 alerta e, quando os bombeiros chegaram, um gran-

    de i lmero de casas de madeira e celeiros j estava em

    11. ii nas e ventos fortes atiavam o fogo de forma In

    itrolvel. Prdios e caladas de madeira, alm de boa

    I ii leda madeira serrada da < idade, ajudaram a alimen-

    tar 0 incndio. Ele atravessou o rio Chicago e destruiu o

    i lema hidrulico municipal, o que dificultou ainda

    , o trabalho dos bombeiios. No comeo da manh

    11 e lia 9 de outubro, uma segunda leii.i, o loqo j havia

    l i .astado o centro comercial e destrudo a nova Casa

    li (>pera e o Palcio da Justia. Milhares fugiram das

    l li unas antes de o incndio se extinguir, tendo arrasa-

    i li i cerca de um tero das propriedades da cidade, dei-

    .11 Io 100 mil pessoas sem teto e ceifado 300 vidas. O

    l " i al, chamado de "Distrito Incendiado", compreen-

    i lia cerca de seis quilmetros de extenso por 1,2 quil-

    nei ro de largura, abrangendo 34 quarteires e mais de

    j 'le quilmetros quadrados, que incluam 45 quilme-

    t i os de ruas, 190 quilmetros de caladas e mais de dois

    mil postes de luz.

    A reconstruo teve incio imediatamente e aca-

    K iu sendo o estopim do crescimento de Chicago no

    im do sculo XIX. P F

    C l A loja incendiada da Field, Leiter & Co. se ergue sobre um mar

    de escombros aps o Grande Incndio de Chicago.

  • Sem tripulao e deriva O que aconteceu com o Mary Celeste um dos mistrios mais duradouros dos mares.

    O Um certo Abel Fosdyk afirmou em um relato falso que toda a

    tripulao caiu e foi devorada por tubares, com exceo dele.

    "O fogo estava fora do lugar e... os talheres estavam espalhados pelo cho." Ol iver D e v e u , a o encontrar o Mary Celeste

    0 Mary Celeste, um pequeno navio cargueiro de dois

    mastros, zarpou de Nova York com destino a Gnova,

    Itlia, e m 7 de novembro de 1872. Ele transportava

    um carregamento de lcool industrial e 10 pessoas,

    incluindo o capito Benjamin Briggs, sua esposa Sa-

    rah e a filha de dois anos do casal, Sophie. Nenhum!

    desses tripulantes jamais foi visto novamente.

    A e m l M r c a o foi avistada no estreito d e (libraltar

    em 4 de dezembro pelo Dei Gratia, um navio mercante

    que zarpara de Nova York uma semana depois do

    Mary Celeste. Seu capito, David Morehouse, que co -

    nhecia Briggs, viu que, embora o cargueiro tivesse as

    velas desfraldadas, no havia tripulao. Ele enviou

    u m a equipe d e inspeo, que desi o b i i u que o navio

    estava navegvel, porm cheio d'gua e com um bote

    salva vidas lallaudo. I ia bvio que tinha sii Io abando-

    nado, mas sem sinais de pnico ou violncia. Uma tri-

    pulao de poucos