24
Ano XXI | N.º 105 | Janeiro > Março 2010 Jornal dos Combatentes do Ultramar combatente Cabo Delgado, junto ao Rio Messado, área do Quitejaro, 1973 Um soldado negro quis ficar na fotografia com as mulheres e as crianças capturadas num acampamento da FRELIMO Quantas vezes olhando fotografias semelhantes nos interrogamos: Qual o destino, como vivem, onde estão agora estas pessoas marcadas pela guerra?

combatente 105.pdf · 2017-03-28 · Deus realiza-se uma bonita romaria e festejos. No interior têm esculturas policromadas representativas de ce- ... só um subsidio de guerra,

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: combatente 105.pdf · 2017-03-28 · Deus realiza-se uma bonita romaria e festejos. No interior têm esculturas policromadas representativas de ce- ... só um subsidio de guerra,

Ano XXI | N.º 105 | Janeiro > Março 2010

Jornal dos Combatentes do Ultramarcombatente

Cabo Delgado, junto ao Rio Messado, área do Quitejaro, 1973Um soldado negro quis ficar na fotografia com as mulheres e as crianças capturadas num acampamento da FRELIMO

Quantas vezes olhando fotografias semelhantes nos interrogamos:Qual o destino, como vivem, onde estão agora estas pessoas marcadas pela guerra?

Page 2: combatente 105.pdf · 2017-03-28 · Deus realiza-se uma bonita romaria e festejos. No interior têm esculturas policromadas representativas de ce- ... só um subsidio de guerra,

FICHA TÉCNICA: A VOZ DO COMBATENTE - Jornal dos Combatentes de Ultramar | ANO XXI | N.º 105 | JAN. MAR. 2010 Director: António Ferraz Impressão/Paginação: GRAFIBEIRA - Tipografia e Artes Gráficas, Lda. - Oliveira do Hospital Tiragem: 5.000 exemplares Associação Nacional dos Combatentes do Ultramar | R. Conde Ferreira, 47 - Escola Conde Ferreira - Feira - 3460-553 TONDELA - Telf. / Fax 232 822 710 - Reg. Secretaria do Ministério da Justiça, N.º 119.966 - Empresa jornalistica N.º 219.965 - Pessoa colectiva: 501 879 617

O posto médico de Stress de Guerra desta Associação

Q uando o próximo número deste Jornal viesse a lume (Julho/Setembro 2010), gostaria de noticiar que o posto médico de Stress de Guerra desta Associação se encontrava já a funcio-nar.

Esperamos cumprir o calendário, apesar de três meses de tempo chuvo-so nos ter atrasado as obras.

Estas não se poderão concluir sem o auxílio de todos nós.A Câmara Municipal de Tondela e algumas poupanças nossas permiti-

ram-nos ter a parte de tosco concluído e pago.Entrámos agora no reboco e acabamentos finais. O valor protocolado e

prometido pela autarquia não vai chegar. E temos de apelar à generosidade dos sócios. Abrimos neste número um peditório nacional entre os asso-ciados para levarmos sem demora e urgentemente ao fim a nossa obra do Gabinete médico.

Apelo à generosidade de todos, pois sem ela não cumpriremos o nosso objectivo.

Amigos e camaradas de armas.Nas horas difíceis se conhecem os homens. Os tempos actuais não estão

para desperdícios, mas é sobretudo em alturas destas que a solidariedade é mais sentida.

Mandem-nos o vosso contributo por cheque, vale de correio ou simples transferência bancária para o NIB 003508160003863573061 CGD.

Ajude-nos para ajudarmos os que mais precisam

Bem Haja.

Tondela, 15 de Fevereiro de 2010 O Presidente da Direcção

E D I T O R I A L

Page 3: combatente 105.pdf · 2017-03-28 · Deus realiza-se uma bonita romaria e festejos. No interior têm esculturas policromadas representativas de ce- ... só um subsidio de guerra,

| 3 Janeiro | Março 2010

Jornal dos Combatentes do Ultramar | A Voz do Combatente

CEIA DE NATALRealizámos pela primeira

vez em Tondela, a Ceia de Na-tal dos antigos Combatentes.

A aderência de mais de 150 ex-combatentes e familiares e a generosidade dos nossos ami-gos Rui Costa e Sousa, S.A. e António Moreira Marques, além do bom serviço do Restaurante Maçaroco, encheram de alegria e bom convívio todos os parti-cipantes.

No próximo ano faremos ainda melhor!!...

Tondela 2009

Page 4: combatente 105.pdf · 2017-03-28 · Deus realiza-se uma bonita romaria e festejos. No interior têm esculturas policromadas representativas de ce- ... só um subsidio de guerra,

4 | Janeiro | Março 2010

A Voz do Combatente | Jornal dos Combatentes do Ultramar

Passeio da Primavera em 17 de Abril de 2010

Pinhão (Estação da CP) A estação do Pinhão é uma das

mais bonitas de Portugal. Florida, bem conservada e com

uma fascinante decoração a azulejo é mais que um edifício puramente utili-tário – já entrou nos roteiros turísticos do Douro Vinhateiro, Património da Humanidade, havendo quem a visite de propósito.

Miradouro São Salvador do MundoSituado na estrada que segue de

São João da Pesqueira em direcção à Barragem do Cachão, e a cerca de 5km de distância da vila, encontra-se este Miradouro composto por um conjunto de dez Ermidas datadas maioritaria-mente do século XVI..

As Ermidas compõem os Passos da Paixão de Cristo e no dia de Corpo de Deus realiza-se uma bonita romaria e festejos. No interior têm esculturas policromadas representativas de ce-nas da Paixão de Cristo, popularmente apelidadas de “judeus“.

Diz-se que dentro de uma pequena

gruta aqui viveu e morreu Frei Gaspar (1594 - 1615)

Daqui a vista é magnífica, com o Douro a perder de vista, cortando as Serras que se dispõem no horizonte, sobranceira à barragem da Valeira.

O Miradouro é tradicionalmente procurado por raparigas que querem casar, dizendo a lenda que, ao dar um nó nas muitas giestas que por ali existem, vão encontrar facilmente um bom homem para casar.

Almoço em Vila Nova de Foz CôaGastronomia da zona: Cabrito,

borrego à Castelo Melhor, enchidos, queijo de fábrica e caseiro (queijaria), azeite tradicional, Vinho do Porto ou vinho generoso, pertencente à zona demarcada do Douro, doces de amên-doa, bola de carne e bola de azeite. Quem quiser levar farnel pode des-frutar do Parque de Merendas à entrada desta Vila ou se preferir o restaurante que se encontra a fun-cionar ao pé do referido Parque de Merendas.

As Marcações iniciam-se no dia da distribuição do Jornal e terminam a 12de Abril. O mesmo só se efectu-ará se houver no mínimo 40 lugares assegurados.Os lugares no autocarro serão atribuídos pela ordem de inscri-ção.

Breves indicações sobre os locais a visitar

Estão abertas as inscrições.O custo será p/pessoa de 12,50 Euros (sócio), 13,00 Euros (não sócio)

Itinerário:Partida de Tondela ás 07H00mnRéguaPinhãoErvedosa do DouroS.João da Pesqueira ( visita ao mi-radouro de S. Salvador do Mundo) Vila Nova de Foz CôaTrancosoChegada a Tondela ás 19H00mn

Inscrições:Na sede da Associação ou pelo te-lefone232/822710

Cada cavadela… Cada minhoca

carta anexa deste nosso antigo cabo escriturário,

Acarta anexa deste nos-so antigo cabo escritu-rário, nascido em Ben-guela (Angola), e que

aí foi combatente, e ora radicado no Brasil, em Mogi das Cruzes, entre San-tos e Rio de Janeiro, faz – nos reflec-tir. Com a carta enviou-nos a cópia de três outras dirigidas ao Departamento de Apoio aos Antigos Combatentes, à Caixa Geral de Aposentações e à Se-

gurança Social, com cópia do requeri-mento.

Ele não se explica muito bem, a não ser na miséria em que vive fave-lado.

Mas lendo atentamente a Lei 3/2009 nota-se que a situação se re-porta ao artigo 2º e) que reza:

“O disposto na presente lei aplica-se aos antigos combatentes”

….

e) Abrangidos por sistemas de segurança social do Estado em que foram celebrados instrumentos inter-nacionais que prevejam a totalização de períodos contributivos, desde que tenham sido beneficiários do sistema da segurança nacional, ainda que não se encontre preenchido o prazo de ga-rantia para acesso à pensão”

Este nosso amigo e camarada de armas para receber os tais 75, 100 ou

Page 5: combatente 105.pdf · 2017-03-28 · Deus realiza-se uma bonita romaria e festejos. No interior têm esculturas policromadas representativas de ce- ... só um subsidio de guerra,

| 5 Janeiro | Março 2010

Jornal dos Combatentes do Ultramar | A Voz do Combatente

150 euros anuais teria que ter uma inscrição na segu-rança social portuguesa.

E na sua ingenuidade diz que está pronto a pagar essa inscrição. Como se fosse trabalhador em Por-tugal. Que não é.

Se a lei fosse feita com bom senso e um mínimo de equilíbrio haveria razão para negar aquela esmola ao nosso compatriota?

Não, de modo nenhum, pois hoje nos termos do ar-tigo 16º da Lei 3/2009 o fi-nanciamento da dita esmo-la anual (repartida pelos 3 escalões) cabe ao Orçamen-to de Estado, e não ao Orça-mento da Segurança Social ou a qualquer FUNDO.

A Segurança Social hoje é somente chamada a pro-cessar o pagamento desses quantitativos.

E não se pense que ca-sos como o do nosso bra-sileiro são poucos. Muitos combatentes nasceram e ficaram pelas antigas co-lónias, outros emigraram para fora da União Euro-peia e nunca tiveram uma inscrição na Segurança Social.

Continuamos a afir-mar que a esmola é tão só um subsidio de guerra, ao contrário daquilo que claramente consta da Lei 9/2002.

Em Portugal continua-se a fazer regulamentos que afastam os princípios das leis regulamentadas.

Parece que os vícios continuam.

Quem lesse o artigo 8º da Constituição de 1933, seria levado a concluir que o Estado Novo era um ver-dadeiro Estado de Direito. O pior foi a regulamentação dos Direitos constitucionais aí reconhecidos.

Neste caso vamos pelo mesmo caminho.

Page 6: combatente 105.pdf · 2017-03-28 · Deus realiza-se uma bonita romaria e festejos. No interior têm esculturas policromadas representativas de ce- ... só um subsidio de guerra,

6 | Janeiro | Março 2010

A Voz do Combatente | Jornal dos Combatentes do Ultramar

Assembleia Geral da Federação

No último dia 20 de Fevereiro

No dia 20 de Feverei-ro último na sede da APOIAR, em Lisboa, efectuou-se a As-

sembleia Geral da Federação.Presidiu á reunião o representan-

te da associada APVG, Sr. Pereirinha.Representaram as associadas:ANCU - Sr. António FerrazAPVG - Sr. Augusto de FreitasAPOIAR - Sr.Armindo Roque

acompanhado do Sr.Albino SousaAPECM - Sr.InácioASCVC - Sr. Manuel NascimentoCOMBATENTES BEIRÕES – Sr. Ar-

tur Vicente No ponto 1 da ordem de

trabalhos foram tratados e votados algumas alterações aos estatutos, sendo de notar que de maior impor-tância se referiu:

Alteração do mandato dos cor-pos sociais para 3 anos

A realização do Plano de Acti-vidade e Orçamento antes do início do respectivo ano.

Procedeu-se depois à admis-são da nova associada:

Associação dos Combatentes do Concelho de Arganil, (ACCA) que

foi aprovada por unanimidade Por último tratou-se da eleição

dos corpos sociais para o próximo mandato (2010/2011 e 2012).

O representante da APECM ma-nifestou o desejo da sua associação não ter assento em qualquer dos órgãos sociais e a constituição dos mesmos foi precedida de intenso debate sobre a natureza e estraté-gia de funcionamento da Federação e ainda das suas actividades até ao presente.

Face ás sugestões que lhe foram dirigidas para continuar a desempe-nhar as funções de Presidente da Direcção, o representante da ANCU, manifestou o desejo de não continu-ar, aceitando porém o desempenho de outras funções.

Uma vez que ninguém se vo-luntariou para exercer o cargo,e face à persistência para continuar, o representante da ANCU, acabou por aceitar, repetindo que só o fa-zia por mais ninguém se respon-sabilizar.

No final da Discussão, os órgãos sociais da Federação ficaram assim constituídos:

Dois irmãos ex–combatentes vivem nas ruas da cidade de Odivelas em condições de grande miséria

Pouco falam e desconhece-se a história de dois ir-mãos ex – combatentes da guerra do Ultramar,

que vivem há anos nas ruas de Odive-las. Hoje tentaram dar-lhes um abrigo, mas a tentativa foi adiada.

José e António Aldeia são dois ir-mãos sem – abrigo que vivem há cerca de cinco anos no centro da cidade de Odivelas, rodeados de piolhos, carra-

ças, pulgas e de caixotes que vão bus-car aos depósitos de lixo.

Da sua vida pouco se sabe, apenas que combateram em Angola e que ac-tualmente vivem em condições de mi-séria.

As roupas velhas, os cabelos e barbas brancas e longas, denunciam as vicissitudes da vida destes dois ho-mens que aparentam ter cerca de 60 anos.

Sobrevivem da generosidade de um comerciante, que há dois anos, lhes leva, todos os dias, um prato de comida quente. António Pinto tor-nou-se a única pessoa em quem os irmãos confiam e o mediador entre eles e o grupo de trabalho da Divisão de Assuntos Sociais da Câmara Mu-nicipal de Odivelas, que acompanha o caso.

(Lusa 22/12/2009)

Mesa da Assembleia Geral

Presidente: - APVG – representada por Manuel Pereirinha1º Secretário: - APOIAR – represen-tada por Albino Sousa2º Secretário: - ASCVC – a indicar

DirecçãoPresidente: - ANCU – representada por António FerrazVice – Presidente : - APVG – repre-sentada por Augusto de FreitasSecretário: - ACB – representada por Artur VicenteTesoureiro: - APOIAR – representa-da por André RodriguesVogal: - ASCVC – representada por Manuel Nascimento1º Suplente – ACCA – a indicar2º Suplente – ANCU – a indicar3º Suplente – APVG – a indicar

Conselho FiscalPresidente: - APOIAR – representa-da por Armindo RoqueRelator: - ANCU – representada por Mário MartinsVogal: - ACCA – a indicarSuplente: - ACB – a indicar

Page 7: combatente 105.pdf · 2017-03-28 · Deus realiza-se uma bonita romaria e festejos. No interior têm esculturas policromadas representativas de ce- ... só um subsidio de guerra,

| 7 Janeiro | Março 2010

Jornal dos Combatentes do Ultramar | A Voz do Combatente

Antigos combatentes desfilam pela primeira vez junto com as forças armadas no dia de portugal?

Reunião na sede da LIGA DOS COMBATENTES

Dentro do espírito de colaboração e trabalho comum que em bom tempo fomos pionei-

ros, no último dia 25 de Fevereiro, reuniram com a anfitriã, LIGA DOS COMBATENTES, na sua sede em Lis-boa onze associações de Combaten-tes (Associação Nacional dos Com-batentes do Ultramar; Associação dos Deficientes das Forças Armadas; Associação dos Militares na Reserva e na Reforma; Associação Nacional de Sargentos; Associação dos Antigos Combatentes da Ilha do Fial; APOIAR; Associação dos Prisioneiros da India; Associação Portuguesa dos Veteranos de Guerra; Associação de Operações Especiais; Associação de Oficiais das Forças Armadas e Associação de Fu-zileiros).

Foi debatida a participação dos combatentes nas cerimónias oficiais das comemorações da Batalha de La Lys e do Dia de Portugal.

- Quanto á primeira, este ano co-memorável no 10 de Abril, na Bata-lha, terá a presença do Sr. Presidente

da República e não será feita a tradi-cional alocução na Sala do Capitulo. Espera-se também a presença do Sr. Bispo das Forças Armadas.

- Quanto à segunda - comemo-ração do Dia de Portugal - trata-se da cerimónia oficial que o Estado Por-tuguês celebra como dia nacional e não de cerimónia junto ao Monumen-to Nacional dos Combatentes do Ul-tramar.

Parece que finalmente os antigos combatentes poderão desfilar junta-mente com as Forças Armadas, como se faz em grande número dos países da Europa.

Debateu-se pormenorizadamente este assunto e chegou-se ás seguin-tes conclusões:

1 - Os antigos combatentes, nes-tes incluídos os que também partici-param nas missões de paz, desfilarâo à frente das Forças Armadas

2 - O desfile dos antigos Comba-tentes não se fará em marcha militar mas em andamento de passeio de-vidamente enquadrado e suficiente-mente organizado.

3 - A indumentária constará de fato civil, de condecorações, da boina ou bivaque (caso da Índia) da unidade ou sua especialidade.

4 - Não haverá bandeira ou estan-darte das associações, pois as mes-mas terão lugar na Cerimónia parale-la junto ao Monumento Nacional.

5 - Por coordenação entre as as-sociações estas indicarão e promove-rão a deslocação dos antigos comba-tentes a integrar o desfile.

Foi aceite por todos que esta pre-sença dos antigos combatentes nas cerimónias oficiais do DIA DE POR-TUGAL representará finalmente uma manifestação pública do Estado na aceitação dos antigos combatentes e reconhecimento da sua contribuição para com a Pátria.

Numa próxima reunião a pedido da nossa Federação, debateremos e organizaremos as comemorações do 50º Aniversário do inicio da Guerra do Ultramar e vamos também organi-zar uma estrutura que dê realização ás viagens de saudade ás terras onde combatemos.

Sacrificio, coragem e liderança(…) O mundo castrense gira à

volta de temas como sacrifício, co-ragem e liderança. O resto do país ignora os militares e tem horror a estas palavras. Mas sem elas, não há mudança.

(…) Estou a falar de sacrifício. Esta palavra deixou de figurar nas nossas conversas. Sacrifício é algo que hoje em dia só é pedido e só se espera de um pequeno grupo de pessoas. Os militares são o exemplo mais visível. Esperamos que os mili-tares se sacrifiquem em nosso nome e corram riscos em crises e guerras.

Esta expectativa deveria ser

acompanhada de um sentimento de colectivo do tipo “estamos juntos”. Infelizmente acho que não é isto que acontece.

(…) Também falo de coragem e de liderança. Os militares são trei-nados para a guerra, uma actividade brutal e extremamente exigente do ponto de vista físico e psicológico. O caos que rodeia a guerra e as si-tuações de crise exigem uma cultura que premeie a coragem, o espírito de grupo, a capacidade de aceitar e correr riscos e a decisão debaixo de enorme pressão. Muito natural-mente o treino militar dedica imen-

sa atenção ao desenvolvimento da coragem e da liderança. O resto do país precisa desesperadamente des-tas duas coisas.

Portugal está mais uma vez numa encruzilhada. Passamos a vida a fa-lar de mudança, de confiança no fu-turo mas o que é que vemos? Vemos um país povoado de instituições públicas e privadas com horror ao sacrifício, à coragem e à liderança. O problema é que sem isso não há mudança. Perguntem aos militares.

(Guerra e Paz, Miguel Monjardino in

Expresso de 16/01/2010, pag.33)

Page 8: combatente 105.pdf · 2017-03-28 · Deus realiza-se uma bonita romaria e festejos. No interior têm esculturas policromadas representativas de ce- ... só um subsidio de guerra,

8 | Janeiro | Março 2010

A Voz do Combatente | Jornal dos Combatentes do Ultramar

CONVOCATÓRIA

Assembleia Geral OrdináriaNos termos do artigo 18, n.º 2 do Regulamento Geral Interno convoco a Assembleia

Geral Ordinária que reunirá no próximo dia 27 de Março de 2010, pelas 16h30m, na sede da Associação Nacional dos Combatentes do Ultramar, com a seguinte ordem de trabalhos:

1. Apreciação do relatório de Contas referente ao ano de 2009 2. Alteração dos Estatutos 3. Informação

Conforme o artigo 10. g) dos estatutos, se à hora designada não estiver presente a totalidade dos sócios, a Assembleia reunirá meia hora depois, com qualquer número de associados.

Tondela, 20 de Fevereiro de 2010

Presidente da Mesa da Assembleia GeralAntónio Manuel Tenreiro da Cruz

Exumação de restos mortais de antigos combatentes no Corubal

GUINÉ – BISSAU:

Bissau, 24 de Fevereiro – Vão iniciar-se os trabalhos da equipa da Liga dos Combatentes de Portugal

que chegou à Guiné-Bissau para proce-der à exumação de restos mortais de soldados das Forças Armadas portu-guesas falecidos na guerra colonial.

A equipa está a movimentar-se no terreno e o trabalho de fundo tem ini-cio ainda neste mês de Fevereiro. Afir-mou à Agencia Lusa o adido da defesa da embaixada de Portugal em Bissau, Capitão de mar e guerra, António Silva Campos.

A quarta missão, no âmbito do programa da Liga de Combatentes de “Conservação de Memórias”, tem como objectivo a exumação de restos mortais de oito ou nove soldados por-

tugueses falecidos durante a guerra colonial na margem do rio Corubal.

A missão é liderada pelo General Chito Rodrigues, presidente da Liga dos Combatentes, que já se encontra em Bissau a preparar a parte logística, aguardando-se a chegada da equipa técnica coordenada pela antropóloga forense Eugénia Cunha.

No âmbito da missão, está igual-mente previsto a cerimónia de depo-sição das urnas com os restos mortais dos antigos soldados portugueses no cemitério de Bissau.

A missão visa o resgate de corpos na margem do rio Corubal, enterrados na sequencia do naufrágio que viti-mou cerca de meia centena de com-batentes a 06 de Fevereiro de 1969, e que ficou conhecido como a “tragédia

de Cheche”Segundo relatos de antigos comba-

tentes, nesse naufrágios perderam-se ainda grandes quantidades de equi-pamentos, e aconteceu na sequência da retirada de Madina do Boé, cerca-da pelo PAIGC, que simbolicamente consideram como o começo do fim da guerra colonial na Guiné e o local onde foi proclamada unilateralmente a inde-pendência a 24 de Setembro de 1973.

Desde 2008 a Liga dos Combaten-tes já recuperou os restos mortais de 50 soldados portugueses e já referen-ciou cerca de 4 000 antigos comba-tentes das Forças Armadas Portugue-sas espalhados pela Europa e África, faltando apenas o levantamento no continente asiático.

(extraído da Lusa 24/02/2010

Page 9: combatente 105.pdf · 2017-03-28 · Deus realiza-se uma bonita romaria e festejos. No interior têm esculturas policromadas representativas de ce- ... só um subsidio de guerra,

| 9 Janeiro | Março 2010

Jornal dos Combatentes do Ultramar | A Voz do Combatente

10 de Junho de 2010

AComissão Executiva das Cerimónias do 10 de Junho de 2010, convocou as Associa-

ções de Antigos Combatentes para uma reunião que foi realizada na manhã do dia 26 de Janeiro último na Base Aérea do Lumiar em Lisboa.

Este ano a Comissão será pre-sidida pelo Sr. Almirante Vidal de Abreu que conduziu a reunião. Es-tiveram representadas 15 Associa-ções. Foi vincada a necessidade de para além da Comissão promotora e dos representantes da Marinha, Força Aérea e Exercito que consti-tuem a Comissão Executiva, ter na sua constituição também represen-tantes do Movimento associativo dos Combatentes, para além da LIGA a quem o Monumento está confiado e da Associação de Co-mandos que tem orientado as ceri-mónias.

Ficou expresso que as associa-ções não podem ser meros coad-juvantes, divulgadores ou mobili-zadores da cerimónia, mas antes parte integrante do evento, onde estejam de alma e corpo inteiro.

A Comissão Executiva mostrou – se receptiva aos reparos e conse-guiu-se firmar unidade de procedi-mentos quanto à mobilização dos antigos combatentes para a sua presença na cerimónia.

Em devido tempo faremos a divulgação e abriremos inscrições para a participação dos nossos as-sociados e demais aderentes à ceri-mónia de Lisboa.

O direito penal e a reconciliação

Ouvi no dia 30 de Janei-ro de 2010 em Viseu a Drª Teresa Beleza, professora de Direito

Penal na Universidade Nova de Lisboa, dissertar a propósito da escrita de CO-ETZEE sobre o apartheid na África do Sul, e sobre a fase seguinte da “recon-ciliação”.

Falamos tantas vezes dos outros e omitimos falar de nós.

Refiro-me à guerra do Ultramar e à nossa postura actual sobre ela, aos sentimentos que expressamos sobre os guerrilheiros que combatemos.

Creio haver hoje na maioria dos antigos combatentes em relação a eles um sentimento de irmandade e de respeito e não de qualquer inimi-zade.

Muitos de nós que comandávamos operações não concordávamos com a guerra, mas fazíamo-la cumprindo as técnicas e disciplina de combate, não só para segurança pessoal, mas so-bretudo para a segurança dos que nos estavam confiados.

Gostaria como jurista de ouvir a apreciação dum professor de direito penal sobre o seguinte episódio:

Na aproximação a uma base inimi-ga, o comandante, que por uma ques-tão de exemplo ocupava sempre uma posição de dianteira, abriu fogo sobre

uma sentinela inimiga.No fim do golpe de mão ele tam-

bém ferido entre outros dos seus ca-maradas, evita não só que estes dêem o tiro de misericórdia sobre o guer-rilheiro, mas cede-lhe o seu lugar no helicóptero que os veio buscar para o hospital, por entender que os ferimen-tos do inimigo impunham prioridade de tratamento.

Pensamentos

“O maior mal não é o analfabetismo, é o iletrismo das classes dirigentes, dos próprios órgãos de opinião e das classes diplomadas”

Ricardo Jorge (1858 – 1939), médico

“O orgulhoso prefere perder-se a perguntar qual é o seu caminho”

Winston Churchill (1874 – 1965)

Enviados por Cipriano (sócio nº2 494, Agualva - Sintra)

Page 10: combatente 105.pdf · 2017-03-28 · Deus realiza-se uma bonita romaria e festejos. No interior têm esculturas policromadas representativas de ce- ... só um subsidio de guerra,

10 | Janeiro | Março 2010

A Voz do Combatente | Jornal dos Combatentes do Ultramar

STRESS DE GUERRADia 09 de Fevereiro

No dia 09 de Fevereiro últi-mo os representantes das associações protocoladas com o Ministério da Defe-

sa Nacional neste assunto do Stress de Guerra:

ANCU – Associação Nacional dos Combatentes do Ultramar

APVG - Associação Portuguesa dos Veteranos de Guerra

ADFA – Associação dos Deficientes das Forças Armadas

APOIAR – Associação de Apoio Ex-Combatentes Vitimas de stress de Guer-ra

LIGA DOS COMBATENTESACUP – Associação dos Combaten-

tes do Ultramar Português, reuniram no Ministério da Defesa para onde tinham sido convocados pelo Sr. Presidente da Comissão de Acompanhamento da Rede Nacional de Apoio, Senhor Major – Gene-ral Aníbal Flambó.

Para debate nesta reunião tinha sido pedido aos associados o envio do rela-tório sobre os constrangimentos do fun-cionamento da Rede Nacional de Apoio.

Todas as associações enviaram o seu relatório e o Senhor Coronel Oliveira, chefe da Direcção de Serviços de Apoio aos Antigos Combatentes fez uma expo-sição crítica sobre os mesmos.

Seguidamente cada um dos repre-sentantes foi ouvido e o representante da Liga, que não tinha enviado relatório

prévio, expôs também as suas conside-rações.

O Senhor Coronel Oliveira realçou e pronunciou-se sobre os seguintes aspec-tos:

1 – Insuficiência de técnicos para prestar apoio no âmbito do protocolo celebrado;

2 – Constrangimento causado pela necessidade de preenchimento do Mod.2 na avaliação do stress pós – trau-mático de guerra.

3 – Tabela de reembolso dos actos médicos desajustada e a carecer de ac-tualização,

4 – Demora na obtenção do cartão de utente da RNA;

5 – Impossibilidade de ressarcimento de verbas provenientes dos actos médi-cos decorrentes do preenchimento do Mod.2;

6 – Pagamento das obras de insta-lação, manutenção, água, luz, entre ou-tras;

7 – Promoção de seminários/confe-rências promovidas pelo MDN;

8 – Desenvolver formação especifi-ca sobre RNA para técnicos e dirigentes;

9 – Número de consultas insuficien-tes para preenchimento do Mod.2

10 - Avaliar necessidade de prosse-guir acompanhamento médico prestado ás viúvas e filhos dos AC após o faleci-mento deste;

11 – Necessidade de esclarecimen-

to do tipo de apoios prestado, nomea-damente no que concerne a meios de transporte e deslocações (p. e. Madeira);

12 – Ponderar a necessidade de eventual alteração ao Mod.2.

O Senhor Major – General concluiu:Na próxima reunião da Comissão

Nacional de Apoio irão ser debatidos os seguintes assuntos:

1 – Ponderar a necessidade de even-tual alteração ao Mod.2;

2 – Análise da adequação do paga-mento dos actos médicos de acordo com a tabela;

3 – Avaliar necessidade de prosse-guir acompanhamento médico prestado ás viúvas e folhos de AC após o faleci-mento;

4 – Ponderar a realização de um co-lóquio com o apoio do MDN.

Durante a reunião foi apresentada a estratégia nacional para a integração de pessoas sem – abrigo e todas as associa-ções presentes se declararam prontas a intervir no assunto, dando pelo menos ao Ministério notícia pontual dos casos conhecidos de sem – abrigo.

Por último pelo Presidente da nos-sa Associação foi lembrada a neces-sidade de rever com o Ministério da Defesa o protocolo, logo que as obras do Posto Médico estejam concluídas. Sugestão que foi aceite pelo Sr. Pre-sidente da Comissão de Acompanha-mento.

FALEC IMENTOSNo dia 22 de Dezembro último, faleceu com 58 anos, o nosso sócio nº 2 845, ANTÓNIO DOMINGOS PEREIRA COS-

TA, residente na Ladeira e funcionário na empresa “Urfic” em Tondela. Foi combatente em Angola, com o posto de 1ºCabo nos anos de 1973 a 1975. A Associação Nacional dos Combaten-

tes do Ultramar prestou a sua última homenagem a este patriota fazendo-se representar no funeral pelo seu Vice–Presi-dente Eng.º Neto, que levou a bandeira da mesma e um ramo de flores. A toda a família os nossos pêsames.

Em GÓIS, ( Coimbra) no dia 28/01/10 faleceu com 61 anos de idade, o nosso sócio 2 614, JOSÉ GIRÃO VITORINO, figura pública vincadamente ligado à vida associativa, foi presidente da direcção da Casa do Povo, integrou a direcção da Associação Educativa e Recreativa de Góis, Vice–provedor da Santa Casa da Misericórdia e presidente da direcção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários e por último Presidente da Câmara Municipal de Góis durante 9 anos.

Este combatente foi Furriel Miliciano, servindo em Angola no ano de 1969 a 1971.O seu corpo foi velado no Quartel dos Bombeiros Voluntários e o funeral realizou-se com missa de corpo presente

na Igreja matriz, seguindo para o cemitério local, tendo esta associação estado presente, representada pelo Sr. António Salomão, Sr. António Duarte e o porta bandeira Sr. Alfredo dos Santos com a respectiva e um ramo de flores. A toda a família apresentamos as nossas condolências.

Page 11: combatente 105.pdf · 2017-03-28 · Deus realiza-se uma bonita romaria e festejos. No interior têm esculturas policromadas representativas de ce- ... só um subsidio de guerra,

| 11 Janeiro | Março 2010

Jornal dos Combatentes do Ultramar | A Voz do Combatente

CONVÍVIOSBATALHÃO

DE ARTILHARIA 1869“OS GALOS”

Os Artilheiros do 1986 que cumpriram a sua comissão de serviço em Angola de 1965 a 1968, vão realizar o seu XXXII encontro em Vila Nova de Gaia, no dia 2 de MAIO, os inte-ressados devem contactar para:

Manuel TeixeiraR. dos Lousos, 2504805 – 477 Santa Maria AirãoTelm.966 088 325 / 969 248 767

BATALHÃO 645 “ÁGUIAS NEGRAS”

A todos os que combateram na Guiné de 1964 a 1966: vai ser promovido o Convívio referente ao 30ºENCONTRO, no dia 10 de Abril em Fátima.

Contactos para marcação:2ºSargento MilicianoRogério Cardoso [email protected] ou telemóvel 939 339 340

Associação Portuguesa dos Veteranos de Guerra

Realiza no dia 21 de Março em Braga, as comemorações do seu XI Aniversário, com inicio ás 09H30 com a concentração dos Veteranos em frente ao Centro Apostólico do Sameiro e terminando com o almoço ás 13h15 seguido do encerramento das Ceri-mónias

Contacto telefónico da APVG: 253 260 932 / 253 260 933

Batalhão de Caçadores “ALÉM DOURO”

Expedicionário a INDIA (GOA) 1957/1958/1959

Comemoram a sua estadia no Ex-Estado Português em Santo Tirso, no dia 24 de Abril de 2010. Marcações até 20/04/2010.

Contacto: Manuel NogueiraTelemóvel +351 964629689

Companhia de Polícia Militar 1664 / PPM 1158

XII CONVÍVIO21 de Março de 2010

Encontro/Convívio em Fátima - concen-tração às 09:30 horas no Parque 4 (por trás da Basílica), missa às 11 horas. Formatura para o almoço às 13 horas, no Parque do Restaurante D. Nuno.

(In Expresso 13/02/2010 – economia, pág.07)

Neste momento em que o Estado parece pro-priedade dos governos, e não do Povo,Em que o voto de vencedor legitima tudo,E o princípio da presunção de inocência faz toda a gente séria e honesta,

Já há muito não haverá Pátria, o Estado dissolve-se e a Nação interroga-se:Para onde caminhamos ?E o velho combatente pensa:

Defendi o que já não era nosso!E acabarei por perder o que ainda é meu?

Meu pobre país! Minha terra merecedora de me-lhor gente!

Fevereiro 2010

FALEC IMENTOFaleceu no dia 03 de Março, o sócio nº 3648, Élio André da Silva,

com 63 anos, residente em Muna, e Presidente da Junta de Santiago de Besteiros.

Foi combatente em Angola, com o posto de Tenente Miliciano. Esta associação compareceu ao seu funeral, prestando – lhe uma últi-ma homenagem, fazendo-se representar pelo Sr. Sobral e porta Ban-deira, levando também um ramo de flores.

A toda a família os nossos pêsames.

Page 12: combatente 105.pdf · 2017-03-28 · Deus realiza-se uma bonita romaria e festejos. No interior têm esculturas policromadas representativas de ce- ... só um subsidio de guerra,

12 | Janeiro | Março 2010

A Voz do Combatente | Jornal dos Combatentes do Ultramar

O abandono das ossadas dos combatentes, mortos no Ultramar

Um quartel de fronteira da Guiné

Caro amigo e Senhor Director

Acuso a recepção da Voz do Combatente de Jul /Set.09, que agradeço.

Tomei a liberdade de fazer uma “transcrição” do artigo da pág.5 do Dr. António Moreira, para um escrito que fiz para o Jor-nal da madeira. Segue o recorte do qual fará o uso que entender. Obrigado.

O abandono das ossadas dos combatentes, mortos no Ultramar e que por lá ficaram sepultados é mais “uma” dos nossos governos.

Os “paras” foram a Guidage, um quartel de fronteira da Guiné, exumar as ossadas de 3 “paras”, ali enterrados.

Havia ainda dois madeirenses, 3 continentais e 3 africanos. Trou-xeram todos aqueles que as famí-lias se interessaram.

Como comandante BCaç 4512 entreguei o aquartelamento ao PAIGC. Só posteriormente é que soube que lá havia militares en-terrados. Fiquei com esse peso na consciência, tanto mais que co-nhecia um deles e a família, o Ga-briel, rapazinho jogador do meu clube – o União da Madeira.

Graças á União dos “Paras” foi possível a trasladação das ossa-das, o estado não paga o transpor-te. No entanto, quando militares e em vida, levou-os para o Ultramar. Agora recusa trazê-los mortos!

Iniciei uma “guerra”, esperan-do que se chegue a uma solução.

Além do “recorte” segue o “Co-municado” que foi difundido.

Espero a v/ajudaAté á próxima

Um bom Natal e um Bom AnoCumprimentos

assinaturaRamiro Morna de Nascimento(transcrição da carta de 21/12/2009)

Page 13: combatente 105.pdf · 2017-03-28 · Deus realiza-se uma bonita romaria e festejos. No interior têm esculturas policromadas representativas de ce- ... só um subsidio de guerra,

| 13 Janeiro | Março 2010

Jornal dos Combatentes do Ultramar | A Voz do Combatente

Na revista o Combatente, um alferes mil.., ago-ra advogado, que ser-viu na Guiné escreve…

viviam-se situações de grande drama-tismo…criaram-se laços de grande so-lidariedade, amizade e lealdade sem limites entre os operacionais, oficiais, sargentos e praças, com exemplos de grande heroísmo, coragem e bravura, que os mantêm ligados até ao fim das duas vidas…

Aqueles que tiveram a honra e o privilégio de comandar soldados (os melhores do Mundo) no teatro de ope-rações, tirando a parte negativa da guer-ra…jamais esquecerão o convívio huma-no, que há-de manter-se até sempre…

São estes Heróis, quais desconheci-dos e esquecidos, que entre 1954/75 pegaram em armas nos teatros de ope-rações ultramarinos (T.O.) e que o País, por receio, cobardia ou propósitos condenáveis, quis ignorar olhando-os com desdém. Em contrapartida, assis-tia-se ao desplante de defender-se a atribuição de pensão vitalícias, moeda de compensação à perseguição que so-freram no regime de então, a uns que, por medo ou outras razões, saltaram fronteiras, furtando-se ao Dever que a Pátria exigia. A “história não dorme” e há-de por em relevo aqueles que…jamais esquecerão o convívio humano. E os verdadeiros historiadores, então já libertos de complexos partidários e dos traumas do politicamente correc-to, hão-de gravar nos pergaminhos da nossa História, a odisseia militar das nossas gerações de jovens entre 1954-1975.

Finda a 1º Guerra Mundial, na qual Portugal foi envolvido na luta contra alemães na Europa e África, jaziam mi-lhares de ossadas de combatentes sem identificação.

Perante uma situação insolúvel, num acro patriótico e de respeito hu-mano por esses Heróis Desconhecidos, foi na Europa evocada a sua memória no Soldado Desconhecido, com hon-ras militares e de Estado. No secular Mosteiro da Batalha estão depositadas, desde Abril de 1921 duas ossadas do soldado desconhecido (África e Euro-pa) enquanto pelo País, por iniciativa oficial, foram erguidos Monumentos aos Combatentes da 1º Grande Guerra, inaugurados com honras nacionais.

Lamentavelmente assistimos, hoje, a um aparente alheamento oficial pe-las ossadas de muitos dos 8.290 com-batentes mortos no T.O. e que restam esquecidos nos Cemitérios Militares e nos ex - Quartéis ultramarinos. Até quando?

No País e no estrangeiro os monu-mentos recordando os Combatentes do Ultramar, foram iniciativa dos Com-batentes. E na mesma linha, elementos da União dos Para-quedistas Portugue-ses (UPP), fieis ao seu lema, ninguém fica para trás, decidiram-se por ir à Guiné exumar as ossadas de três Paras enterrados no quartel fronteiriço de Guidage, onde em Maio 1973 ocorre-ra uma operação de cerco de grande envergadura. Para Portugal e uma vez identificadas, trouxeram também três ossadas inumadas na, mesma vala. Uma das ossadas é a do ex – 1º Cabo Gabriel Telo, da Companhia de Caça-

dores nº 3518/BII19, natural do Paúl do Mar e cuja urna vai ser entregue à família na Madeira em 21 de Novem-bro por uma delegação da UPP, gesto de grande significado e valor desta tropa de elite. Na noite de 21/22 de Novembro a urna ficará em câmara ardente na Capela do Monumento ao Combatente na mata da Nazaré, par-tindo em Cortejo fúnebre às 09h30 do dia 22 Novembro para o Paúl do Mar. às 11h00 decorrerá a cerimónia reli-giosa na Igreja matriz, onde o falecido foi baptizado e serviu como sacristão. Daí seguirá para o cemitério local, com Honras Militares.

O Gabriel é para os Combatentes, não só um cidadão – militar português, camarada que tombou ao serviço da Pátria, como é um símbolo do solda-do esquecido pelo País. Com toda a dignidade e emoção apelamos aos go-vernantes, nesta sentida e justíssima cerimónia fúnebre, em que o Gabriel repousará no chão santo da freguesia da sua naturalidade e onde começara a despontar um jovem exemplar, para que apoiem a Liga dos Combatentes nesta missão humanitária e patriótica de localização e trasladação das ossa-das dos nossos Heróis (caso a caso, com a anuência das famílias), pondo-se termo à indiferença vivida e ao me-nos respeito pela memória daqueles a quem foi exigido o sacrifício supremo.

No cortejo fúnebre e nas cerimo-niais de evocação ao Soldado Esqueci-do, pretendemos relembrar ao País a obrigação de custear a trasladação das ossadas dos “Gabrieis”, ainda abando-nadas no campo africano.

Numa comunhão de princípios, a comissão organizadora do Monumen-to ao Combatente Madeirense, convida todos os Combatentes, familiares e de-mais população a participarem nesta Homenagem pública incorporando-se nas cerimónias de evocação e exalta-ção ao Soldado Português.

(In “JORNAL DA MADEIRA,

18 de Novembro 2009)

Gabriel – um “Soldado Esquecido”

Na revista o Combatente...

O Gabriel é para os Combatentes, não só um cidadão-mi-litar português, camarada que tombou ao serviço da Pátria, como é um símbolo do soldado esquecido pelo País. Com toda a dignidade e emoção apelamos aos governantes, nesta sen-tida e justíssima cerimónia fúnebre, em que o Gabriel repou-sará no chão santo da freguesia da sua naturalidade e onde começara a despontar um jovem exemplar, para que apoiem a Liga dos Combatentes nesta missão humanitária e patriótica.

R. MORNA NASCIMENTO

Page 14: combatente 105.pdf · 2017-03-28 · Deus realiza-se uma bonita romaria e festejos. No interior têm esculturas policromadas representativas de ce- ... só um subsidio de guerra,

14 | Janeiro | Março 2010

A Voz do Combatente | Jornal dos Combatentes do Ultramar

ALTERAÇÕES ESTATUTÁRIAS

Ordem de Trabalhos da próxima Assembleia Geral...

Um dos pontos da

Ordem de Traba-

lhos da próxima

Assembleia Geral

Ordinária trata das alterações es-

tatutárias.

Convém recordar:

Em Assembleia Geral de

06/03/2005 foram aprovados no-

vos Estatutos e um Regulamento

Geral Interno.Não foi porém ou-

torgada a necessária escritura pú-

blica.

Em 13/01/2007 a Assembleia

Geral deliberou que se deveria

continuar o processo da publica-

ção e registo dos Estatutos.

A Assembleia geral de

27/09/2007 deliberou suspender

a publicação dos estatutos apro-

vados naquela primeira Assem-

bleia, até que outra considerasse

oportuna a sua publicação e entra-

da em vigor.

Urge pôr termo a esta “indefi-

nição”.

Tivemos esperanças que nos

tempos que já decorreram desde

aquela primeira reunião, a Assem-

bleia da República viesse aprovar

o ESTATUTO DOS COMBATENTES

E DAS SUAS ASSOCIAÇÕES e con-

figurasse estas como associações

patrióticas a exemplo do que su-

cede noutros países da União Eu-

ropeia.

Em alternativa punha-se a hi-

pótese de alterações estatutárias

que permitisse a nossa associação

requerer a qualificação de I.P.S.S.

(Instituição Particular de solidarie-

dade Social).

Era dar uma possibilidade, se

se revelasse vantajosa e oportuna

para a associação.

Também os custos de publica-

ção desses estatutos pormenori-

zados no Diário da República fo-

ram tidos em conta.

Porém com a nova redacção

do art.168 do Código Civil apro-

vado pela Lei 40/2007 de 24/8

e sua remissão para o artigo 167

do Código das Sociedades Comer-

ciais, aplicando assim a portaria

590 –A/2005 de 14/07 a publica-

ção dos Estatutos far-se-á em sí-

tio próprio da INTERNET e o custo

não ultrapassará 35, 00 euros.

Uma outra preocupação esta-

tutária é abrir a associação à en-

trada de novos sócios.

Somos neste momento a única

associação de combatentes aber-

ta exclusivamente a combatentes,

com excepção de uma ou duas Se-

nhoras, sócias não ordinários.

A lei da vida e o reconheci-

mento sobretudo das famílias que

sofrem na pele indirectamente as

agruras dos combatentes, comun-

gando das suas memórias, sacri-

fícios e traumas, aconselham ao

alargamento.

A calendarização das eleições

obriga também a acertos.

E novas ideias poderão surgir.

Por isso e para alargar o mais

possível a discussão, publicamos

os estatutos e o Regulamento Ge-

ral Interno que servirão como pro-

postas para discussão e votação

na próxima Assembleia Geral de

27 de Março.

A Direcção tem em mão alguns

aperfeiçoamentos, mas enten-

deu melhor publicar o texto inte-

gral aprovado na Assembleia de

6/03/2005.

A Direcção

ESTATUTOS

CAPÍTULO 1Constituição, denominação e du-

ração

Art° 1°E constituída uma associação de

âmbito nacional, sem fins lucrativos e de solidariedade social denominada ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS COM-BATENTES DO ULTRAMAR, com sede na Rua Dr. Simões de Carvalho, Edifí-

cio da Câmara Municipal, na cidade de Tondela, durando por tempo inde-terminado, cujo objecto específico é cooperar com o Estado na edificação permanente de um projecto cultu-ral e político e dar continuidade ao espírito de camaradagem existente entre todos aqueles que, como com-batentes ao serviço da Pátria, fizeram parte das Forças Armadas no antigo Ultramar, em Cabo Verde, S. Tomé e

Príncipe, Angola, Moçambique, Índia, Macau e Timor.

CAPITULO IIFins

Art° 2°Para prossecução daquele objecto

compete à Associação:a)Fazer-se ouvir como parceiro so-

cial, em todas as grandes causas na-

Page 15: combatente 105.pdf · 2017-03-28 · Deus realiza-se uma bonita romaria e festejos. No interior têm esculturas policromadas representativas de ce- ... só um subsidio de guerra,

| 15 Janeiro | Março 2010

Jornal dos Combatentes do Ultramar | A Voz do Combatente

cionais, junto dos poderes públicos e órgãos de soberania;

b) Colaborar activamente, com as forças vivas da Nação e do Estado na edificação permanente de um pro-jecto, susceptível de preencher, em plena consciência de historicidade, o conceito de patriotismo, defendendo-o contra factores de erosão externa e impondo-o como modelo ético da presença portuguesa no mundo;

c) Colaborar com o Estado e com quaisquer organizações não governa-mentais na cooperação com todos os povos de expressão portuguesa;

d) Dar continuidade e fortalecer o espírito de camaradagem existente entre os combatentes;

e) Apoiar a integração social e co-munitária dos sócios e seus familia-res, pela concessão de bens e pres-tação de serviços, dando a expressão organizada ao dever moral de solida-riedade e justiça entre eles ;

f) Conseguir para os associados, como membros activos que foram nas horas mais graves, regalias so-ciais paralelas aos militares no activo;

g) Manter as melhores relações e toda a possível colaboração com as associações legalmente constituí-das, por ex-combatentes, procurando complementá-las naquilo que puder;

h) Inventariar deficientes do Ul-tramar que ainda não se encontrem abrangidos pelos direitos de protec-ção social em vigor;

i) Promover actividades de nature-za cultural, recreativa e social;

j) Realizar confraternizações pe-riódicas, quer a nível nacional quer regional.

CAPITULO IIISócios

Art° 3°1 - Podem ser sócios de pleno

direito todos aqueles que foram combatentes, militares ou civis, em qualquer parcela do ex-Ultramar Por-tuguês, independentemente da sua graduação ou situação militar, ano e território.

2 – Podem ser sócios extraordiná-rios quaisquer familiares e afins dos combatentes e ainda simpatizantes das causas dos combatentes.

3 – Poderá conferir-se os títulos de fundadores, beneméritos e hono-rários

Art.º 4º 1 - São deveres dos sócios:

a)Acatar os preceitos estatutários e regulamentos da associação, bem como as deliberações dos seus ór-gãos sociais;

b) Participar no funcionamento da associação, contribuindo activamente para a realização dos seus fins

c) Exercer os cargos associativos para que forem eleitos;

d)Comportar-se na sociedade de forma a honrar e prestigiar a asso-ciação;

e) Pagar pontualmente a quota ( anual) fixada em Assembleia Geral

2 – São direitos dos sócios:a) Serem assistidos pela associa-

ção e utilizarem os seus serviços nas condições que vierem a ser estabele-cidas;

b) Elegerem e serem eleitos para os órgãos sociais da associação;

c) Reclamar perante os órgãos sociais dos actos que considerem lesivos dos direitos dos sócios e da associação;

d) Receberem da associação as informações que esta venha a edi-tar, bem como todas as informações respeitantes à actividade associativa, desde que solicitadas por escrito à Direcção;

3 – Só os sócios de pleno direito poderão fazer parte dos órgãos so-ciais

4 – É expressamente proibido a qualquer sócio tentar ou servir-se da associação para fins individuais , partidários, religiosos ou outros que possam comprometer gravemente o espírito de unidade de camaradagem dos combatentes

Artº 5º 1 – Qualquer sócio pode, quando

entender, demitir-se, bastando, para o efeito, apresentar, por escrito, de-claração à Direcção.

2 – Se o sócio pedir a demissão ou for expulso, deverá imediatamente entregar o seu distintivo e cartão de sócio;

3 – Serão suspensos até regulari-

zarem a sua situação os sócios que tenham em atraso o pagamento de mais de três quotas ou de doze quo-tas, para os que residirem no estran-geiro.

Art.º 6ºTodos os sócios terão direito a

usar o distintivo da associação, apro-vado em Assembleia Geral, que rece-berão quando são admitidos.

CAPITULO IVDos Órgãos Sociais

Art° 7°1- Os órgãos sociais da associação

são a Assembleia Geral, a Direcção, o Conselho Fiscal, o Conselho Nacional e o Conselho Superior;

2 - Os membros da Mesa da As-sembleia Geral, da Direcção e do Con-selho Fiscal serão eleitos pela Assem-bleia Geral para mandatos trienais, sendo reelegíveis por uma ou mais vezes;

3 - As listas apresentadas deve-rão especificar os cargos a desempe-nhar nos respectivos órgãos

4- A assembleia geral poderá des-tituir quaisquer membros dos órgãos sociais desde que convocada expres-samente para o efeito;

5 – Se os órgãos sociais não pu-derem ser completados pelos suplen-tes eleitos, de modo a assegurar a maioria dos membros de cada órgão, a Assembleia de destituição fixará e imediato a data/hora e local de no-vas eleições.

6 – A destituição de qualquer ór-gão não implica a dos restantes, de-vendo o que vier a ser eleito comple-tar o mandato do anterior

7 – No caso de destituição da Direcção e até novas eleições , a As-sembleia elegerá Comissão Adminis-trativa para gerir a associação até à eleição referida.

8 – A Assembleia é convocada por anúncio no Jornal “ A VOZ DO COM-BATENTE” e dois jornais de maior cir-culação da área da sede, e não sendo possível devido à sua urgência na-quele primeiro, por circular a enviar a cada sócio.

9 – Os anúncios ou avisos deverão ser publicados ou expedidos com a

Page 16: combatente 105.pdf · 2017-03-28 · Deus realiza-se uma bonita romaria e festejos. No interior têm esculturas policromadas representativas de ce- ... só um subsidio de guerra,

16 | Janeiro | Março 2010

A Voz do Combatente | Jornal dos Combatentes do Ultramar

antecedência mínima de quinze dias e neles deverão indicar-se o dia, hora e local da reunião e a respectiva ordem de trabalhos

10- As reuniões da Assembleia Geral só poderão funcionar à hora marcada, desde que

esteja presente o número total de sócios, mas trinta minutos depois funcionará com qualquer número de presentes.

11 - A Assembleia Geral reúne em sessão ordinária até trinta e um de Março de cada ano para discutir e de-liberar sobre o relatório e as contas de balanço do ano anterior da Direc-ção e respectivo relatório e parecer do Conselho Fiscal, e ainda até 15 de Novembro, para apreciação e vo-tação do orçamento e programa e ac-ção, bem como proceder às eleições para os cargos sociais a exercer no triénio.

12 - A Assembleia Geral reúne em sessão extraordinária para deliberar sobre quaisquer assuntos não inclu-ídos no número um e especialmente para:

a) Alterar os estatutos da associa-ção;

b) Aprovar e alterar os regulamen-tos internos;

c) Proceder a eleições extraordiná-rias;

d) Fixar quota mínima a pagar pe-los associados.

13 - As Assembleias Gerais extra-ordinárias serão convocadas a reque-rimento da Direcção, do Conselho Fis-cal ou de cinquenta sócios no pleno gozo dos seus direitos sociais.

14 - Se o Presidente da Mesa da Assembleia Geral não convocar a As-sembleia Geral quando requerida nos termos do número anterior, decorri-dos quinze dias sobre a apresentação do requerimento, seguir-se-ão os ter-mos do artigo 1486º do C.P.C.

15 - Salvo o disposto na lei ge-ral, as deliberações da Assembleia Geral são tomadas por maioria de votos dos sócios presentes, cabendo ao Presidente, voto de qualidade, em caso de empate.

16 – As votações para os órgãos sociais, de matéria disciplinar e ou-tras de incidência pessoal serão obri-gatoriamente secretas

17 - O sócio não pode votar, pes-soalmente ou em representação de outros sócios, nas matérias que lhe digam directamente respeito.

18 - De cada reunião é lavrada acta sucinta dos trabalhos, com a in-dicação precisa de número de sócios presentes, dos resultados das vota-ções e das deliberações tomadas

19 - A acta é assinada pelo Presi-dente e Secretários da Mesa e assim se considera eficaz, salvo se a própria Assembleia deliberar que ela lhe seja submetida para aprovação

Art.º 8º 1 - A Assembleia Geral é constitu-

ída por todos os associados no pleno gozo dos seus direitos sociais.

2 - Nas Assembleias Gerais, qual-quer associado poderá fazer-se repre-sentar por outro associado, bastando para o efeito que o comunique por es-crito, por si assinado, ao Presidente da Mesa da Assembleia Geral, até ao início da sessão.

3 - Nenhum associado poderá re-presentar em Assembleia mais que um associado.

4 - A Mesa da Assembleia Geral é formada por um Presidente e dois Se-cretários.

5 - Compete ao Presidente da Mesa:

a) Convocar as reuniões, preparar a ordem do dia e dirigir os trabalhos da Assembleia;

b) Verificar a regularidade das can-didaturas aos cargos da associação;

c) Dar posse aos sócios eleitos;d) Assinar as actas e o expediente

da Mesa;e) Assistir, querendo sem direito

de voto, às reuniões da Direcção.6 - Compete aos Secretários da

Mesa:a) Preparar, expedir e publicar as

convocações das Assembleias Gerais;b) Preparar e ler o expediente da

Mesa;c) Servir de escrutinadores nas vo-

tações;d) Redigir as actas das Assem-

bleias Gerais;e) Substituir o Presidente da Mesa,

preferindo o mais antigo no cargo ou, se da mesma antiguidade, preferindo o mais velho.

Art.º 9º1 - A Direcção da Associação é

composta por um Presidente e seis vogais, devendo ser eleitos mais três suplentes.

2. Na primeira reunião da Direcção será escolhido entre os seus mem-bros o Vice- Presidente, o Secretário e o Tesoureiro e estabelecida a forma de substituição nos impedimentos de qualquer dos membros.

3. Compete à Direcção represen-tar a associação em juízo e fora dele, activa e passivamente, de acordo com os seus fins, determinar os meios da sua realização ou a forma de os pro-mover, dar contas à Assembleia Geral dos factos não previstos nos planos de gestão e apresentar os resultados obtidos

4. A Direcção poderá constituir co-missões de trabalho para o estudo ou execução de tarefas determinadas.

5. A Direcção reunirá sempre que os interesses da Associação o exigi-rem, por convocatória de iniciativa do seu Presidente de iniciativa pró-pria ou a pedido de qualquer membro da Direcção.

6. As deliberações serão tomadas por maioria de votos dos membros presentes e com o quórum referido no número seguinte, tendo o Presi-dente voto de qualidade.

7. A Direcção só pode deliberar validamente com a presença da maio-ria dos seus membros.

8. Para obrigar a Associação são necessárias as assinaturas de dois membros da Direcção, sendo um de-les o Presidente ou o Vice- Presidente.

9. E obrigatória a assinatura do Tesoureiro em todos os documentos que importem a efectivação de paga-mentos.

10. Os actos de mero expediente serão assinados pelo Presidente da Direcção ou, em seu nome, por qual-quer dos Directores em exercício

11. Os membros da Direcção, res-pondem solidariamente pelas faltas e irregularidades cometidas no exer-cício das suas funções, ficando isen-tos de responsabilidade aqueles que hajam reclamado contra as omissões ou que tenham votado contra as deli-berações em causa ou que, não tendo assistido às sessões em que estas se

Page 17: combatente 105.pdf · 2017-03-28 · Deus realiza-se uma bonita romaria e festejos. No interior têm esculturas policromadas representativas de ce- ... só um subsidio de guerra,

| 17 Janeiro | Março 2010

Jornal dos Combatentes do Ultramar | A Voz do Combatente

tomarem, contra eles protestem na primeira reunião a que assistirem.

12. A responsabilidade dos Direc-tores cessará logo que a Assembleia Geral sancione os seus actos ou de-termine o grau de responsabilidade dos mesmos.

Art° 10°a) A fiscalização da associação é

assegurada por um Conselho Fiscal, constituído por três membros efec-tivos e de dois suplentes, sendo um Presidente e dois Vogais.

b) Compete ao Conselho Fiscal conferir os valores da Associação e verificar as contas e os actos da Di-recção, podendo assistir às reuniões. O Conselho Fiscal elaborará um rela-tório sobre balanço e contas da Direc-ção.

c) O Conselho Fiscal deverá reunir, pelo menos, trimestralmente por con-vocação do seu Presidente.

Art° 11°1 - O exercício anual corresponde

ao ano civil2 - Constituem receitas da asso-

ciação:a) As quotas dos sócios;b) Os juros das contas bancárias;c) os subsídios e donativos;d) Os proventos de quaisquer acti-

vidades da associação 3 - A aceitação de qualquer sub-

sídio, donativo, legado ou herança atribuída à associação, por quem não seja seu associado, depende da deli-beração da Direcção;

4 - A movimentação dos fundos que vierem a ser constituídos por de-liberação da Assembleia Geral só po-derá ser feita nas condições estabele-cidas pela mesma Assembleia.

Artº.12º1 - A Associação poderá fundar

núcleos, os quais funcionarão na dependência da sede, sem neces-sidade de estatutos autónomos, e com organização que os membros entendam.

2 – Onde não existam núcleos, a Direcção poderá designar delegados.

Art° 13°O Conselho Nacional será forma-

do pelo Presidente da Direcção Na-cional e pelo responsável de cada um dos núcleos, competindo-lhe:

a) Análise e funcionamento dos núcleos;

b) Discutir e votar recomendações à Direcção Nacional, com vista ao me-lhor funcionamento da Associação e sua ligação aos núcleos.

Art° 14°O Conselho Superior será consti-

tuído por um número indeterminado e impar de membros vitalicios, entre o mínimo de cinco e o máximo de quinze, designados em Assembleia Geral e escolhidos entre sócios, ofi-ciais generais e superiores, e perso-nalidades de reconhecido mérito.

Compete ao Conselho Superior:a) - pronunciar-se a título consul-

tivo sobre o funcionamento da Asso-ciação, fazendo as recomendações necessárias ao seu engrandecimento na defesa dos associados e do cum-primento dos objectivos da Associa-ção;

b) Promover as influências neces-sárias à prossecução dos fins estatu-tários.

CAPITULO VDa Acção Disciplinar e Penal

Art.º 15º 1 – Os sócios que infringirem os

Estatutos ou Regulamentos, não aca-tarem as determinações dos corpos sociais, ofenderem na sede algum dos seus membros ou qualquer sócio, proferirem expressões ou praticarem actos impróprios de pessoas de boa educação, e ainda não pagarem pon-tualmente as suas quotas, ficarão su-jeitos às seguintes penas:

a) Advertência;b) Suspensão até 60 dias;c) Eliminação;d) Expulsão. 2 - À infracção do disposto no ar-

tigo 4º, nº 4 corresponde a pena de expulsão

3 – As penas aplicadas serão re-gistadas em anexo à ficha de inscri-ção de sócio

Art.º 16º 1 - A advertência consiste no

mero reparo escrito pela infracção praticada.

2 – A pena de suspensão priva o sócio das suas regalias durante o seu cumprimento, mas não o desobriga do pagamento das suas quotas.

3 – A pena de eliminação será apli-cada ao sócio que não tendo pago 3 quotas, e depois de avisado por escri-to, não proceder ao seu pagamento nos trinta dias seguintes.

4 – A aplicação da pena de expul-são cabe à Assembleia Geral sobre proposta da Direcção, sendo da com-petência desta as restantes.

Art.º 17ºNa aplicação das penas dever-se-á

atender à gravidade da infracção, à personalidade e comportamento do arguido, aos serviços à associação e a todas as circunstâncias que pos-sam servir de agravantes ou atenuan-tes

Art.º 18º Nenhuma pena poderá ser aplica-

da sem que:a) O arguido receba por escrito

uma nota de culpa onde lhe são indi-cados explicitamente os factos, suas circunstâncias, locais e data/hora de ocorrência de que é acusado e as pe-nas em que incorre;

b) O arguido tenha tido a possibili-dade de deduzir a sua defesa, dentro de 10 dias, ou este prazo tenha de-corrido após a notificação do mesmo.

Artº 19º 1 – Das penas aplicadas pela Di-

recção poderá o arguido recorrer para a Assembleia Geral, no prazo de 10 dias, após notificação da decisão

2 – O Presidente da Mesa da As-sembleia Geral , convocará a As-sembleia para, dentro de 30 dias, contados da recepção atempada do requerimento do recurso.

CAPITULO VI Disposição Final

Art.º 20º Nas omissões destes Estatutos

observar-se-ão a Lei Geral aplicada e subsidiariamente o Regulamento Ge-ral Interno.

Page 18: combatente 105.pdf · 2017-03-28 · Deus realiza-se uma bonita romaria e festejos. No interior têm esculturas policromadas representativas de ce- ... só um subsidio de guerra,

18 | Janeiro | Março 2010

A Voz do Combatente | Jornal dos Combatentes do Ultramar

Associação Nacional dos Combatentes do Ultramar

Regulamento Geral Interno

P ROPOSTA

CAPÍTULO IDENOMINAÇÔES E AFINS

Art.º1ºCaracterização

A Associação Nacional dos Comba-tentes do Ultramar é uma Associação de carácter patriótico, que tem por fim específico dar expressão organizada ao dever moral de solidariedade e justiça, através do apoio á integração social e comunitária dos ex- combatentes.

Art.º 2°- ConstituiçãoTeve início em 1982, a sua duração

é por tempo indeterminado e tem a sua sede em Tondela.

CAPITULO II dos sócios

SECÇÃO 1DOS ASSOCIADOS

Artigo 3° Sócios

1. Podem ser sócios de pleno direito da Associação todos os indivíduos que foram combatentes militares ou civis em qualquer parcela do ex- Ultramar Portu-guês, independentemente da sua gradu-ação ou situação militar, da época ou do território.

2 – Podem ser sócios extraordinários quaisquer familiares e afins dos comba-tentes e ainda simpatizantes das causas dos combatentes

Artigo 4°Proposta de sócio

A proposta da inscrição de sócio é feita em impresso modelo adopta-do pela Direcção, a qual será subscrita pelo interessado, e facultativamente por um sócio de pleno direito, que figurará como proponente.

Artigo 5°Impugnação

Qualquer sócio poderá impugnar a

proposta ou qualidade de sócio desde que o fundamento e a Direcção, depois de proceder às averiguações necessá-rias, decidirá.

Artigo 6ºClassificação de Sócios

Poder-se-á conferir os títulos de fun-dadores, beneméritos e honorários

Art.º 7º Quota

Só os sócios de pleno direito e os extraordinários ficam sujeitos ao paga-mento da quota mínima.

Artigo 8ºBeneméritos

Sócios Beneméritos são pessoas sin-gulares ou colectivas que, pelos seus serviços prestados ou dádivas feitas á Associação mereçam da Assembleia Ge-ral tal distinção.

Artigo 9°Honorários

Sócios Honorários são pessoas sin-gulares ou colectivas que, como tal, sob proposta da Direcção, sejam proclama-dos pela Assembleia Geral em recom-pensa dos serviços relevantes prestados á Associação.

SECÇÃO IIDIREITOS E DEVERES

Artigo 10° Direitos

Além do já consagrado nos Estatu-tos, os sócios têm direito:

1. Tomar parte nas Assembleias Ge-rais, e ali discutir e votar, todos os as-suntos de interesse da Associação.

2. Ao livre ingresso na sede da As-sociação.

3. A tomar parte nas festas e demais iniciativas da associação.

4. Propor a admissão de sócios.

5. A requerer a convocação das As-sembleias Gerais Extraordinárias, nos termos dos Estatutos.

6. A examinar livros, contas e mais documentos, desde que o requeiram an-tecipadamente e por escrito á Direcção.

7. A requerer, verbalmente, certidão de qualquer acta ou documento.

Artigo 11°Deveres

São ainda deveres dos sócios para além dos consagrados nos estatutos:

1. Honrar a Associação em todas as circunstâncias e contribuir para o seu prestígio.

2. Desempenhar, gratuitamente, com zelo e assiduidade, os cargos para que foram eleitos.

3. Tomar parte nas Assembleias Ge-rais ou em qualquer reunião para que sejam convocados, propondo o que con-siderarem vantajoso para o desenvolvi-mento da Associação ou para mais per-feito funcionamento dos seus serviços.

4. Defender, por todos os meios ao seu alcance, o património da Associa-ção.

5. Não cessar a sua actividade asso-ciativa sem prévia participação escrita à Direcção.

CAPÍTULO IIIDOS ORCÂOS DA ASSOCIAÇÃO

Artigo 12°Órgãos

São órgãos da Associação:1. A Assembleia Geral.2. A Direcção;3.0 Conselho Fiscal4.0 Conselho Nacional5.0 Conselho Superior.

Artigo 13° Assembleia Geral

A Assembleia Geral é a reunião dos sócios e no pleno gozo dos seus direitos

Page 19: combatente 105.pdf · 2017-03-28 · Deus realiza-se uma bonita romaria e festejos. No interior têm esculturas policromadas representativas de ce- ... só um subsidio de guerra,

| 19 Janeiro | Março 2010

Jornal dos Combatentes do Ultramar | A Voz do Combatente

e nela reside o poder supremo da Asso-ciação.

Artigo 14°Direcção

A Direcção administra e representa, para todos os efeitos legais, a Associação.

Art°15°Conselho Fiscal

O Conselho Fiscal inspecciona e ve-rifica todos os actos administrativos da Direcção e zela pelo exacto cumprimen-to dos Estatutos e Regulamentos da As-sociação.

Artigo 16°Conselho Nacional

O Conselho Nacional analisa o fun-cionamento dos núcleos e discute e vota recomendações á Direcção Nacional, com vista ao melhor funcionamento da associação e sua ligação aos núcleos.

Artigo 17° Conselho Superior

O Conselho Superior pronuncia-se a título consultivo sobre o funcionamento da associação, fazendo as recomenda-ções necessárias ao seu engrandecimen-to na defesa dos associados e do cum-primento dos objectivos da associação, e promovendo as influências necessá-rias e ao seu alcance para a prossecução dos fins estatutários.

SECÇÃO I ASSEMBLEIA GERAL

Artigo 18° Sessões Ordinárias

1. A Assembleia Geral terá anual-mente sessões ordinárias, uma até ao fim de Março e outra até 15 de Novem-bro.

2. A de Março destina-se á aprovação do relatório e Contas do ano anterior e eleição dos Corpos Gerentes, quando coincida com termo do mandato; e a de Novembro para aprovação do Orça-mento e Programa de Acção para o ano seguinte e bem assim aleger os órgãos sociais para o triénio

Artigo 19° Sessões Extraordinárias

1.0 Presidente da Mesa convocará

extraordinariamente a Assembleia Ge-ral, por sua própria iniciativa, quando a mesa assim o deliberar ou, ainda, a re-querimento;

a) Do Presidente da Direcção, em execução de deliberação desta.

b) Do Presidente do Conselho Fiscal, em execução de deliberação deste.

e) Dos sócios nos termos dos Esta-tutos.

Artigo 20° Competência

1. Compete á Assembleia Geral:a) Acompanhar e fiscalizar a activida-

de da Direcção.b) Apreciar em cada uma das sessões

ordinárias, uma informação do Presiden-te acerca da actividade da Associação.

e) Solicitar e receber, através da Mesa, informações sobre assuntos de interesse para a Associação, e sobre a execução de deliberações anteriores, o que poderá ser requerido por qualquer sócio e em qualquer momento.

d) Tomar posição perante os órgãos do poder, sobre assuntos de interesse para a Associação.

e) Pronunciar-se e deliberar sobre assuntos que visem a prossecução de interesses próprios da Associação.

f) Alterar, reformar ou substitui os Estatutos e Regulamentos.

2. Compete ainda á Assembleia Ge-ral, sobre proposta ou pedido de autori-zação da Direcção:

a) Aprovar Regulamentos.b) Aprovar o Programa de Acção e o

Orçamento bem como as suas revisões.e) Aprovar anualmente o Relatório

de Actividades, o Balanço e a Conta da Gerência.

d) Aprovar empréstimos nos termos da Lei.

e) Aprovar os quadros de pessoal e fixar nos termos da Lei, o regime jurídi-co e a remuneração dos seus funcioná-rios, quando os houver.

O Autorizar a Direcção a adquirir, alienar ou onerar bens imóveis de va-lor superior a 50 000 euros, fixando as respectivas condições gerais, podendo determinar, nomeadamente, o recurso á hasta ou concurso públicos.

g) Aprovar a alteração de quotas.3. Não podem ser alteradas, mas

apenas aprovadas ou rejeitadas pela As-

sembleia Geral, as propostas apresenta-das pela Direcção e referidas nas alíneas b), e) e c) do n°2, devendo a rejeição ser devidamente fundamentada, sem preju-ízo de, em caso de aprovação, a Direc-ção poder acolher, no todo ou em parte, sugestões e recomendações feitas pela Assembleia.

Artigo 21° Requisito das Deliberações

1. As deliberações serão tomadas por maioria.

2. O Presidente tem voto de qualida-de, em caso de empate.

3. Sempre que hajam eleições, ou estejam em causa juízos de valor sobre pessoas, a votação terá de ser feita por escrutínio secreto.

Artigo 22° Composição

A Mesa da Assembleia Geral será composta de: UM Presidente, um Vice-Presidente e dois Secretários.

Artigo 23° Competência do Presidente

da Mesa da Assembleia GeralCompete ao Presidente da Mesa da

Assembleia Geral:1. Convocar as Sessões Ordinárias

e Extraordinárias e estabelecer a ordem de trabalhos.

2. Dirigir os trabalhos e manter a dis-ciplina das reuniões.

3. Assinar conjuntamente com os restantes elementos da mesa, as actas da Assembleia a que presidir.

4. Rubricar os respectivos livros, as-sinando os termos de abertura e encer-ramento.

5. Investir os sócios eleitos, na posse dos respectivos cargos, assinando, jun-tamente com eles os autos de posse.

Artigo 24° Competência do Vice-PresidenteO Vice-Presidente substitui o Presi-

dente na sua falta ou impedimento e, no caso de demissão deste, assume a Presi-dência efectiva.

Artigo 25° Competência dos Secretários

Aos Secretários compete promover o expediente da mesa, elaborar e assinar

Page 20: combatente 105.pdf · 2017-03-28 · Deus realiza-se uma bonita romaria e festejos. No interior têm esculturas policromadas representativas de ce- ... só um subsidio de guerra,

20 | Janeiro | Março 2010

A Voz do Combatente | Jornal dos Combatentes do Ultramar

as actas das Assembleias Gerais, exe-cutar todos os serviços que lhes forem cometidos pelo Presidente.

Artigo 26° Faltas e impedimentos

Na falta de quaisquer membros da Mesa, a Assembleia Geral designará, de entre os sócios presentes, os que forem necessários, para completar ou consti-tuir a Mesa, a fim de dirigir os trabalhos com as mesmas atribuições da Mesa eleita.

SECÇÃO IIDIRECÇÃO

Artigo 27° Função dos suplentes

1. Os três membros suplentes assu-mirão funções no caso de se encontrar vago algum dos cargos da Direcção; excepto no caso de substituição do Pre-sidente, a ordem de substituição será a constante da lista proponente á eleição.

Artigo 28° Funcionamento

1. A Direcção não poderá funcionar com menos de cinco elementos.

2. Logo que esgotada a lista dos su-plentes, e sem aquele número mínimo de membros, serão convocadas eleições para novo mandato de todos os corpos sociais seguintes.

3.Até à tomada de posse, os mem-bros anteriores mantém-se em funções, salvo destituição pela Assembleia Geral.

Artigo 29° Periodicidade das reuniões

Ordinárias1. A Direcção terá pelo menos uma

reunião por mês e as deliberações terão validade quando tomadas por maioria de votos, tendo o seu Presidente voto de qualidade.

2. Sempre que hajam eleições, ou es-tejam em causa juízos de valores sobre pessoas, a votação terá de ser feita por escrutínio secreto.

Artigo 30° Convocatórias

Compete ao Presidente:1. Dirigir as reuniões.2. As reuniões extraordinárias po-

dem ser convocadas por iniciativa do Presidente, ou a requerimento da maio-ria da Direcção, não podendo neste caso, ser recusada a convocatória.

3. 0 Presidente convocará a reunião para um dos cinco dias subsequentes à recepção do requerimento previsto no n°2.

Artigo 31° Falta de Quorum

Quando a Direcção não possa reunir por falta de quorum, o Presidente desig-nará outro dia para nova reunião, que terá a mesma natureza da anterior.

Artigo 32° - Competência da Direcção Compete à

Direcção:1. Cumprir e fazer cumprir os Esta-

tutos e Regulamentos e quaisquer deci-sões da Assembleia Geral.

2. Zelar pelos interesses da Associa-ção superintendendo em todos os servi-ços, da maneira mais eficaz e económi-ca, e promover o seu desenvolvimento e prosperidade.

3. Admitir e despedir pessoal ao serviço da associação e atribuir-lhes os vencimentos.

4. Aprovar e rejeitar as propostas para a admissão de sócios efectivos e propor á Assembleia os sócios honorá-rios e beneméritos.

5. Punir os sócios nos limites da sua competência.

6. Eliminar os sócios nos termos dos regulamentos.

7. Elaborar os Regulamentos neces-sários ao bom funcionamento dos ser-viços da associação, que serão subme-tidos à aprovação da Assembleia Geral.

8. Fornecer ao Conselho Fiscal to-dos os esclarecimentos que lhe forem solicitados para o cumprimento da sua missão.

9. Promover as festas e diversões que julgarem convenientes, determinan-do as condições de assistência ás mes-mas.

10. Permitir a entrada de convidados nas festas da associação, quando reco-nheça não haver inconveniente, fixando as condições as sua admissão.

11 . Modificar ou revogar os actos praticados por funcionários.

12. Outorgar contratos necessários

ao bom funcionamento dos serviços.13. Proceder á marcação de faltas

dos seus membros e à respectiva justi-ficação.

14. Preparar e manter actualizado o cadastro dos bens móveis e imóveis da Associação.

15. Adquirir os bens móveis neces-sários ao funcionamento dos serviços e alienar os que se tornarem dispensáveis, bem como, mediante autorização da As-sembleia Geral, quando for caso disso, adquirir ou onerar bens imóveis.

16. Aceitar doações, legados e he-ranças a beneficio do inventário.

17. Proceder aos registos que sejam da competência da Associação.

18. Elaborar o Programa de Acção e o Orçamento bem como as respectivas alterações e revisões e procederá sua execução.

19. Executar por administração di-recta ou empreitada, as obras que cons-tem dos Programas de Acção aprovados pela Assembleia Geral.

20. Outorgar contratos necessários á execução dos Planos de Obras aprova-dos pela Assembleia Geral.

21. Promover a publicação de docu-mentos, anais ou boletins que interes-sam à história da Associação.

22. Deliberar como julgar mais con-veniente para os interesses da Associa-ção em todos os casos omissos nos Es-tatutos e Regulamentos.

Artigo 33° Competência do Presidente

da DirecçãoCompete ao Presidente da Direcção:a) Representar a Associação em juízo

e fora dele.b) Autorizar o pagamento das despe-

sas orçamentadas, de harmonia com as deliberações da Direcção.

c) Submeter as contas à apreciação da Assembleia Geral

d) Assinar ou visar a correspondên-cia da Associação.

e) Convocar as reuniões ordinárias e extra ordinárias e dirigir os respectivos trabalhos.

O Representar a Direcção perante o Conselho Superior e a Assembleia Geral, sem prejuízo da faculdade de ser acom-panhado por outros membros.

g) Exercer os demais poderes que

Page 21: combatente 105.pdf · 2017-03-28 · Deus realiza-se uma bonita romaria e festejos. No interior têm esculturas policromadas representativas de ce- ... só um subsidio de guerra,

| 21 Janeiro | Março 2010

Jornal dos Combatentes do Ultramar | A Voz do Combatente

lhe sejam conferidos por lei ou delibera-ções da Direcção.

Artigo 34°Competência do Vice-PresidenteCompete ao Vice-Presidente auxiliar

o Presidente e substitui-lo nas suas fal-tas e impedimentos.

Artigo 35° Competência dos Secretários

1. Compete ao Primeiro Secretário, a organização, montagem e orientação de todo o serviço de secretaria, competin-do-se especialmente, a elaboração das actas e preparação do expediente para a Direcção e a assinatura da correspon-dência.

2. Ao Segundo Secretário compete auxiliar no exercício das suas funções o Primeiro Secretário e, especialmente, organizar e manter actualizados os re-gistos, índices relativos a sócios e todos os papéis entrados na Secretaria.

Artigo 36° Competência do Tesoureiro

1. Ao tesoureiro compete arrecadar, satisfazer as despesas autorizadas, as-sinar todos os recibos de quotas, e de quaisquer outras receitas, fiscalizar a sua cobrança, e depositar em estabe-lecimentos bancários todos os fundos; Compete-lhe também manter absoluta-mente actualizado o inventário do patri-mónio.

2. Os fundos da Associação deverão ser depositados na Caixa Geral de De-pósitos ou Instituições similares desta Cidade.

3. O Tesoureiro apresentará trimes-tralmente balancete documentado das receitas e despesas que depois de apro-vado em reunião da Direcção será afixa-do na sede até ser substituído pelo do trimestre imediato.

4. O levantamento dos dinheiros que se hajam depositados só poderão efectuar-se por meio de cheque ou re-quisição assinada pelo Presidente ou Vice-Presidente e Tesoureiro.

Artigo 37°Competência dos Vogais

Os vogais colaboram em todos os serviços relativos à administração.

SECÇÃO III CONSELHO FISCAL

Artigo 38°Composição

- O Conselho Fiscal será constituído por três membros:

Um Presidente, um Vice-Presidente e um Secretário Relator.

2 - Serão eleitos dois membros su-plentes, que assumirão funções nas con-dições idênticas ás previstas no artigo 27° n°3.

Artigo 39°Funcionamento

O Conselho Fiscal não poderá fun-cionar com menos de dois membros, de-vendo proceder-se á eleição para os car-gos gerentes logo que, esgotada a lista de suplentes, o seu número seja inferior ao indicado.

Artigo 40°E da competência do Conselho Fiscal:

Verificar os balancetes de receita e despesa e conferir os documentos de despesa, bem como a legalidade dos pa-gamentos efectuados.

2. Examinar periodicamente a escrita da Associação e verificar a sua exacti-dão.

3. Fornecer á Direcção o parecer acerca de qualquer assunto sobre o qual lhes seja dirigida consulta.

4. Elaborar parecer sobre o Relatório de Contas da Direcção para ser presente á Assembleia Geral Ordinária.

5. Assistir ás reuniões da Direcção, sempre que o queira fazer.

6. Pedir convocação da Assembleia Geral extraordinária quando julgar ne-cessário.

Artigo 41°Actas

Das sessões do Conselho Fiscal se-rão lavradas actas em livro próprio.

SECÇÃO IVDos Conselhos Nacional e Superior

Artigo 42° Presidente do Conselho NacionalO Presidente do Conselho Nacional

será o Presidente da Direcção.

Artigo 43°Presidente do Conselho SuperiorSerá Presidente do Conselho Supe-

rior o oficial mais graduado deste órgão.

Artigo 44° Local de reunião

Os Conselhos Nacional e Superior reunirão por convocatória dos seus Pre-sidentes em local que julguem mais con-veniente á deslocação dos seus mem-bros.

Artigo 45° Livro de actos

Cada um dos ditos Conselhos terá livro de actas próprio.

Artigo 46°Secretário

Na sua primeira reunião, cada um dos Conselhos designará de entre os seus membros quem exercerá as fun-ções de secretário.

CAPÍTULO IVDos Núcleos e dos Delegados

Artigo 47° - Constituição dos Núcleos

1 - Para a constituição de um Núcleo basta a vontade expressa em Assembleia própria de pelo menos 20 (vinte) sócios.

2 - Onde não haja Núcleos consti-tuídos, e caso se justifique, a Direcção pode designar Delegados.

Artigo 48° Funcionamento

1 - O Núcleo enquanto não estiver constituído poderá ser promovido por uma Comissão Instaladora, que não per-durará por mais de um ano, e na Assem-bleia constituinte serão eleitos entre os sócios do âmbito territorial do Núcleo cinco dirigentes, três efectivos e dois suplentes, desempenhando os primei-ros, por acordo entre si. os cargos de Presidente, Secretário e Tesoureiro do Núcleo;

2 - A Mesa da Assembleia do Núcleo ser presidida pelo Sócio que tenha maior graduação militar e será coadjuvado por dois secretários ad hoc.

3 - A Direcção e a Mesa da Assem-bleia Geral terão Livro de actas distintos

4 - Os Delegados serão designados

Page 22: combatente 105.pdf · 2017-03-28 · Deus realiza-se uma bonita romaria e festejos. No interior têm esculturas policromadas representativas de ce- ... só um subsidio de guerra,

22 | Janeiro | Março 2010

A Voz do Combatente | Jornal dos Combatentes do Ultramar

AVISO

INSCRIÇÕES / DESLOCAÇÕESNeste número anunciam-se alguns eventos fora de portas da sede:

- Cerimónia na Batalha a 10 de Abril . Passeio da Primavera a 17 de Abril

- Cerimónia do 10 de Junho, em Lisboa junto ao Monumento Nacional

Para boa organização convidam-se todos os interessados a fazer atempadamente a inscrição junto da secretaria ou através do telefone 232 822 710

em Acta da Direcção, a qual lhes con-ferirá documento confirmativo da sua qualidade

Artigo 49°Competência da Direcção dos Núcle-

os e dos DelegadosCabe à Direcção dos Núcleos e ao

Delegados exercer todos os poderes que a Direcção Nacional neles substabe-leça ou delegue, podendo reger-se por Regulamento próprio aprovado pela Di-recção

Artigo 50° Receitas dos Núcleos

São receitas dos Núcleos:a) Metade da quotização dos asso-

ciados da sua área aí inscritos;b) Resultados de convívios, festas

colectas;e) Dotações da Sede;d) Donativos

Artigo 51° A Assembleia Geral do NúcleoHaverá até 3 1 de Março de cada ano

uma Assembleia Geral onde a Direcção do Núcleo prestará contas da sua activi-dade e do movimento financeiro, deven-do nos 15 dias seguintes 1 Presidente da Mesa da Assembleia Geral envia cópia da respectiva acta à Direcção Nacional.

Artigo 52°Mandato da Direcção do NúcleoO mandato da Direcção do Núcleo

coincidirá com o mandato dos restantes órgãos Nacionais, e quando for caso dis-so naquela:

Assembleia Geral Ordinária proce-der-se-á à sua eleição.

Artigo 53° Despesas apresentadas pelos dele-

gadosA Direcção adiantará ou reembolsará

das despesas previamente autorizadas por si e realizadas pelos delegados no interesse da Associação.

CAPÍTULO VDisposições Gerais

Artigo 54° Readmissão de Sócios

Podem ser readmitidos como sócios os que tenham perdido essa qualidade a seu pedido, ou tenham sido eliminados, devendo porém pagar as quotas em dé-bito à data da sua desvinculação.

Artigo 55º Louvores

Os indivíduos que prestarem à asso-ciação quaisquer serviços que mereçam testemunham especial de reconheci-mento, terão direito às seguintes distin-ções:

1 – Louvor concedido pela Direcção2 – Louvor concedido pela Assem-

bleia Geral 3 – Classificação de sócio honorário

ou benemérito.

Artigo 56ºPeríodo de mandato

O mandato dos titulares dos órgãos eleito da Associação Nacional dos Com-batentes do Ultramar é de três anos e

iniciar-se-á na Assembleia eleitoral.

Artigo 57° Dissolução

A extinção da Associação é delibera-da em Assembleia Geral, expressamente convocada para esse fim e deverá reunir para ser válida pelo menos 75% dos vo-tos dos sócios presentes.

Artigo 58° Comissão liquidatária

- A Assembleia Geral estabelecerá a normas para a extinção, e nomeará para tanto uns Comissão Liquidatária que actuará sob fiscalização da Autoridade Administrativa.

2 - Liquidadas as dívidas que houverAssembleia dará destino aos haveres

remanescentes, entregando-os de prefe-rência a uma Associação de Combaten-tes que vier a ser escolhida.

Artigo 59° Processo Eleitoral

Será elaborado Regulamento eleito-ral a aprovar pela Assembleia Geral que regulará todo o Processo, prevendo a constituição das listas concorrentes, sua divulgação, prazos de candidatura e ain-da a votação por correspondência

Art.º 60º Alteração do Regulamento

O presente regulamento só poderá sei alterado em Assembleia Geral, ex-pressamente convocada para esse fim, desde que a alteração seja aprovada pelo menos por 3/4 do número dos só-cio presentes.

Page 23: combatente 105.pdf · 2017-03-28 · Deus realiza-se uma bonita romaria e festejos. No interior têm esculturas policromadas representativas de ce- ... só um subsidio de guerra,

| 23 Janeiro | Março 2010

Jornal dos Combatentes do Ultramar | A Voz do Combatente

Subscrição para as Obras do Gabinete Médico de Stress de Guerra

Abrimos a lista de subscrição

Agenerosidade da Câmara Municipal de Tondela, não chega para concluirmos as obras que queremos

prontas antes deste fim de Verão, e que após estes 4 meses chuvosos, se reini-ciaram já.

Os tempos são muito difíceis, mas é neles que melhor se vê a solidariedade de todos.

Envie-nos a sua oferta por mais pe-quena que seja. Se não puder dar o valor de um dia do seu trabalho, dê – nos o de uma hora.

Bem Haja!!

Page 24: combatente 105.pdf · 2017-03-28 · Deus realiza-se uma bonita romaria e festejos. No interior têm esculturas policromadas representativas de ce- ... só um subsidio de guerra,

Futuro Gabinete Médico de Stress de Guerra

Ajude-nos a erguer esta obra...