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OPINIÃO SALVADOR SEGUNDA-FEIRA 1/10/2018 A2 opiniao @grupoatarde.com.br Os artigos assinados publicados nas páginas A2 e A3 não expressam necessariamente a opinião de A TARDE. Participe desta página: e-mail: [email protected] Cartas: Redação de A TARDE/Opinião - R. Professor Milton Cayres de Brito, 204, Caminho das Árvores, Salvador-BA, CEP 41822-900 O mínimo que se espera de um chefe do Executivo é que consiga formar uma equipe homogênea para implementar propostas condizentes com o que apresentou na campanha eleitoral ESPAÇO DO LEITOR Quem ganha leva Em entrevista ao jornalista José Luis Datena, da Band, Jair Bolsonaro declarou que “não aceitará um resultado das eleições que não seja o de vitória dele”, na contramão do que afirmou o ministro Luis Roberto Barroso, do STF: “Quem ganha leva. Democracia não é regime de governo em que meu lado ganha sempre”. O pronunciamento de Bolsonaro causa perplexidade, principalmente por- que o seu vice, general Hamilton Mourão, entre outras declarações bombásticas, disse que poderá haver um autogolpe militar, ca- so haja um caos institucional. Só não ex- plicitou, o general, sobre que tipo de caos ele se referiu. Imaginemos que, por circuns- tâncias alheias à nossa vontade, o vice Mou- rão venha assumir o posto de presidente da República... CARLOS DE CARVALHO, CARLOS. [email protected] Homogeneidade O mínimo que se espera de um chefe do Executivo é que consiga formar uma equi- pe homogênea para implementar propos- tas condizentes com o que apresentou na campanha eleitoral. E pelo visto isto não faz parte doesquema do candidato que está em primeiro lugar nas recentes pesquisas. Que já desautorizou seu assessor da área eco- nômica, que pretende colocar o imposto de renda no montante de 20% para os con- tribuintes. E agora é o candidato a vice que defende o fim do 13º salário. Ainda bem que isto está acontecendo agora, para que o eleitorado possa votar de forma consciente, sabendo o que o espera no futuro. URIEL VILLAS BOAS, URIELVILLASBOAS@YAHOO. COM.BR Subcomandante Mourão As manifestações públicas do General Mou- rão lembram-me meus dias de oficial da ativa em reuniões privadas. Distinto do que os que não prestaram o serviço militar pen- sam, a discussão é aberta e franca, não para chegar a um consenso mas para fornecer ao comandante todos os dados que lhe per- mitam decidir solitariamente. Mourão es- [email protected] Antonio Carlos da Silva Laíze Lantyer Luz Núcleo de Estudos sobre Direitos Humanos da Universidade Católica do Salvador Vem pra rua, mas vem de verdade! O período eleitoral nos faz vivenciar de maneira mais densa a contur- bada ebulição de consciência (ou a cegueira provocada pela falta dela). Nesse processo, tal como o Angelus Novus ben- jaminiano, somos inseridos no ciclo vi- cioso de uma história sem fim. Costu- mamos reclamar do político corrupto e omisso diante das mazelas e misérias da população, não obstante sem questionar qual o nosso propósito e participação, nem sempre inconsciente, nas singelas corrupções e omissões sociais. As práticas imorais, entre o individual e o coletivo, são vastas e compõem o nos- so cotidiano. São reflexos de nosso au- to-engano, pois o ato de julgar, sem con- siderar o que nos vincula à alteridade do Outro, é sempre o caminho mais fácil para compactuar com a esquizofrenia so- cial que assola o atual campo histórico político brasileiro e mundial. Neste País, a alegoria dialética do Es- tado de exceção, o alerta de Machado é substancial: quem é o alienista e quem são as/os alienadas/os do processo su- fragista? Partindo do pressuposto que to- do/a eleitor/a carrega um Simão Baca- marte dentro de si, a parábola da loucura representa também o/a candidato/a que não goza de perfeito equilíbrio das suas faculdades mentais. Mas, sábio Quincas Borba, talvez as/os loucas/os sejamos nós, pois ao julgarmos a sanidade mental, o comportamento social ou opinião pú- blica daqueles que almejam uma “cadeira de representação” cívica, olvidamos da- quilo que nos torna humanos: a digni- dade em reconhecer a verdade e dizer o indizível naqueles momentos que exigem uma postura ética frente ao desequilíbrio do real. Nesta interpretação alegórica, entre a exceção e a regra, a real metamorfose de uma nação está sob a responsabilidade e emancipação política de cada indivíduo na criação do éthos coletivo, do ques- tionar recorrente do que nos vincula eti- camente ao Outro. Se tu estás insatisfeito com o rumo do País, “vem pra rua, mas vem de verdade”. Vem conhecer as reais mazelas desse mundo sem filtro no palco do mundo, assuma o seu papel como protagonista da ação transformadora. Retire as máscaras da submissão e indignai-vos. O objetivo desta dialética reflexão é simples: uma pessoa egoísta jamais será um bom cidadão/ã. Ser bom é agir eticamente e fazer escolhas multiplicadoras positivas. Na dúvida, retome Aristóteles, mas não se esqueça de Levinas. Afinal, ao enfrentar tempos sombrios, a inocência é confun- dida com loucura, e não devemos nos calar quando os horrores do momento embargam a nossa sensibilidade. Que po- tente ver gente nas ruas e buscando re- compor uma democracia que poderia ser diferente, criativa e centrada na ética. tava escalado para ser o comandante... do Clube Militar e caiu de paraquedas na vi- ce-Presidência da República pela desistên- cia da Janaína e impossibilidade legal do General Heleno. A veloz evolução dos acon- tecimentos não lhe permitiu ainda vestir a farda de candidato a subcomandante, em que o comandante não abandonou o campo de batalha, mas está se fortalecendo para liderar o combate final. Mourão tem co- metido erros banais com este seu jeito proa- tivo de suprir a lacuna temporária. O erro não está objetivamente nas suas ideias (me- ras teses, já que o pensamento e a decisão finais cabem a Bolsonaro), mas em abrir flancos para ataques dos adversários na mí- dia e entre a intelectualidade dependente da Rouanet. Eles sabem exatamente o que quis dizer o general em suas manifestações sobre caos e 13º, por exemplo, mas a verdade não os beneficia, a interpretação maldosa sim. Mourão vai se adequar, até final de dezem- bro, à função que vai exercer em 2019: não fazer sombra ao capitão, mas estar pronto a substituí-lo ocasionalmente, fazendo valer as ideias do titular. ROBERTO MACIEL DOS SANTOS, [email protected] Loteria jurídica O Supremo Tribunal Federal virou uma lo- teria, senão vejamos: a Constituição Federal Brasileira prevê a perda ou suspensão dos direitos políticos no seu Art. 15 em caso de improbidade administrativa. Dilma Rous- seff foi afastada da presidência da República por essa razão. Novamente o ministro Lewandowsk vem em auxílio ao PT, auto- rizando que um determinado jornal faça uma entrevista com uma pessoa que está cumprindo pena, em regime fechado. Se por acaso os advogados de Marcola, líder do PCC, solicitassem uma entrevista com o seu cliente, a concederiam? Façam as suas apos- tas, cidadãos e cidadãs brasileiros! LUIZ FE- LIPE SCHITTINI, [email protected] Charges O Bruno Aziz é genial! Digo mais, é fe- nomenal! Só posso chamar de poesia/sua bela maneira de expressar,/com inteligên- cia e harmonia,/ideias complexas como o mar. LUIZ MARCELLO DE ALMEIDA PEREIRA, [email protected] Serviço de capinagem Aproveito desse importantíssimo e demo- crático espaço para solicitar da Prefeitura de Salvador através do seu órgão respon- sável, que execute serviço de capinagem nas laterais da escada que liga a Vila Laura (R. Dr. Genésio Sales) à Via Expressa (Sen- tido Rótula do Abacaxi). Por ela passam centenas de transeuntes que se arriscam posto que, com o mato/capim alto como está, pode servir de esconderijo para um meliante, assim como abrigo e moradia para animais e pragas. JOSINEI PINA LINS, [email protected] A preservação e conservação dos objetos pertencentes aos museus é essencial para manter viva a memória de uma sociedade Anderson Rios Doutorando em Educação/UFBA, professor, analista cultural [email protected] Rosany Kátia V.M.Silva Professora, Mestre em Gestão e Tecnologias Aplicadas à Educação /UNEB [email protected] A notícia chocante do incêndio que destruiu o Museu Nacional, no Rio de Janeiro, na noite de domingo (02/09/2018) impactou por alguns ins- tantes o país. Foi motivo de comoção ge- ral, inclusive daqueles que nem sabiam de sua existência. Uma lástima! A preservação e conservação dos objetos pertencentes aos museus é essencial para manter viva a memória de uma sociedade, pois os objetos trazem consigo informações que revelam nosso passado, nos trazem para o presente e dão pistas que ajudam a construir um futuro. Tradições, identidades, costumes... Muito dessa memória foi perdida. O crânio de Luzia, tida como a mais antiga brasileira, resistiu às intempéries de 12 mil anos e foi destruída em poucos minutos pelas labaredas do descaso de nosso país com a história. O acervo de 20 milhões de peças representava a preservação da memória e uma oportunidade ímpar de conhecermos algumas raridades. Tudo queimado. Em meio ao noticiário frequente da tra- gédia anunciada alguém glorifica “Que bom, não há feridos e nem mortos!”. Será que não? Somos 207 milhões de brasileiros esturricados, sem forças para reagir. Nossa ira tem a duração do intervalo comercial e logo estamos prostrados em frente à TV assistindo a novela “O tempo não para”. Exatamente como relatava Cazuza na mú- sica de mesmo título: “Eu vejo o futuro repetir o passado / Eu vejo um museu de grandes novidades / O tempo não para.” Esse incêndio cairá no esquecimento em Quem viu, viu. Quem não viu não vê mais breve, como aconteceu com o Museu de Arte Moderna, o Memorial da América Latina, a Cinemateca Brasileira, o Museu da Língua Portuguesa e o Instituto Butantan. Mais uma vez o futuro repetirá o passado. O Museu Nacional é uma instituição au- tônoma, vinculada à Universidade Federal do Rio de Janeiro e, assim como as demais instituições públicas de ensino superior, foi atingida pelo ardor do orçamento reduzido. Mais uma sequela da crise financeira e política que queima nosso país. O termo museu teve sua origem na Grécia antiga, nas palavras gregas “Mousa” e “Mou- seion” templo das nove musas, ligadas a diferentes ramos das artes e das ciências, filhas de Zeus e Mnemosine, divindade da memória, sendo locais sagrados para as mu- sas, reservados à contemplação e aos estudos científicos. O museu é um centro de in- formação e reflexão, onde o homem se re- encontra com as possíveis invenções da es- tética, com a história. Estamos em pleno período eleitoral e nem assim nossos candidatos se sensibi- lizam. Podem até citar o ocorrido, lamentar, mas não passará disso. O fato é que esse incêndio trouxe danos irreparáveis para as gerações futuras que não serão recuperados com pinturas ou fotos, conforme sugeriu uma autoridade carioca. Quem viu, viu. Quem não viu, perdeu! Perdemos todos. Ricardo Alban Presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia - FIEB O Brasil é um dos países mais de- siguais do mundo – realidade que decorre da má distribuição da ati- vidade econômica entre as regiões, com forte concentração no eixo sul-sudeste. O Nordeste está nas últimas posições no ranking do PIB per capita. Em alguns in- dicadores de competitividade, a situação da Bahia é ainda pior. Nossa ferrovia está envelhecida e o transporte de cargas caiu nos últimos anos. O porto de Aratu é um gargalo logístico e sua ineficiência im- plica custos estimados em quase US$ 100 milhões ao ano. Perdemos para portos dos estados vizinhos, como Pecém (CE), Suape (PE) e Itaqui (MA). Nesse quadro, diante da falta de uma política de desenvolvimento regional, o uso de mecanismos tributários e fiscais é uma alternativa. Na sua ausência a de- sigualdade econômica entre os estados será ampliada. Importante ressaltar que esse movimento na Bahia já se mostrou exitoso, a exemplo das indústrias calça- dista e de transformação plástica e bor- racha. Os benefícios oferecidos às empresas calçadistas criaram um novo paradigma no estado. Em 1996, esse segmento em- pregava 1,4 mil trabalhadores e hoje, mes- mo com toda a crise, emprega mais de 28 mil trabalhadores. A geração de salários, que em 1996 era de R$ 17 milhões (em valores de 2016), agora passa de R$ 400 milhões (2016). No caso do segmento de transformação plástica e borracha, os incentivos come- çaram em 1998 e mantêm-se até hoje. Aqui também temos um programa am- plamente exitoso: em 1997, havia cerca de 4,2 mil empregados no setor, com geração de R$ 115 milhões em massa salarial. Atualmente, temos mais de 16 mil tra- balhadores, gerando uma massa salarial de R$ 660 milhões. Inúmeros outros exemplos bem-sucedidos podem ser da- dos de atração de indústrias para a Bahia por meio de incentivos fiscais. Cumpre registrar que, particularmente para as pequenas e médias indústrias, esses incentivos podem significar a so- brevivência e o único modo de concorrer em um mercado competitivo. E a com- petição ocorre inclusive entre os estados da própria região Nordeste. O risco de perda de competitividade pode provocar a saída de indústrias e dificultar a atração de novos empreendimentos para esses estados. Assim, é preciso aproveitar o espaço ocasionado pela Lei Complementar 160/2017 – Lei de Convalidação dos In- centivos Fiscais. Trata-se de um instru- mento essencial à manutenção dos atuais empregos e à geração de novos. Temos até final de 2032 para usufruir desse instrumento. Precisamos renovar incentivos e também copiar benefícios de estados vizinhos, adotando as condições mais vantajosas. Sejamos proativos, em conjunto com o Governo da Bahia, na garantia de preservação das nossas in- dústrias. A importância da política de incentivos fiscais para a Bahia Inúmeros exemplos bem-sucedidos podem ser dados de atração de indústrias para a Bahia por meio de incentivos fiscais

1/10/2018 OPINIÃO - mreza-mira.net · OPINIÃO A2 SALVADOR SEGUNDA-FEIRA 1/10/2018 [email protected] Os artigos assinados publicados nas páginas A2 e A3 não expressam

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Page 1: 1/10/2018 OPINIÃO - mreza-mira.net · OPINIÃO A2 SALVADOR SEGUNDA-FEIRA 1/10/2018 opiniao@grupoatarde.com.br Os artigos assinados publicados nas páginas A2 e A3 não expressam

OPINIÃOSALVADOR SEGUNDA-FEIRA 1/10/2018A2

[email protected]

Os artigos assinados publicados nas páginas A2 e A3 não expressam necessariamente a opinião de A TARDE.Participe desta página: e-mail: [email protected]: Redação de A TARDE/Opinião - R. Professor Milton Cayres de Brito, 204, Caminho das Árvores, Salvador-BA, CEP 41822-900

O mínimo quese espera deum chefe do Executivoé que consiga formaruma equipehomogênea paraimplementar propostascondizentes com oque apresentou nacampanha eleitoral

ESPAÇO DO LEITOR

Quem ganha levaEm entrevista ao jornalista José Luis Datena,da Band, Jair Bolsonaro declarou que “nãoaceitará um resultado das eleições que nãoseja o de vitória dele”, na contramão do queafirmou o ministro Luis Roberto Barroso, doSTF: “Quem ganha leva. Democracia não éregime de governo em que meu lado ganhasempre”. O pronunciamento de Bolsonarocausa perplexidade, principalmente por-que o seu vice, general Hamilton Mourão,entre outras declarações bombásticas, disseque poderá haver um autogolpe militar, ca-so haja um caos institucional. Só não ex-plicitou, o general, sobre que tipo de caos elese referiu. Imaginemos que, por circuns-tâncias alheias à nossa vontade, o vice Mou-rão venha assumir o posto de presidente daRepública... CARLOS DE CARVALHO, [email protected]

HomogeneidadeO mínimo que se espera de um chefe doExecutivo é que consiga formar uma equi-pe homogênea para implementar propos-tas condizentes com o que apresentou nacampanha eleitoral. E pelo visto isto não fazparte do esquema do candidato que está emprimeiro lugar nas recentes pesquisas. Quejá desautorizou seu assessor da área eco-nômica, que pretende colocar o imposto derenda no montante de 20% para os con-tribuintes. E agora é o candidato a vice quedefende o fim do 13º salário. Ainda bem que

isto está acontecendo agora, para que oeleitorado possa votar de forma consciente,sabendo o que o espera no futuro. URIELVILLAS BOAS, [email protected]

Subcomandante MourãoAs manifestações públicas do General Mou-rão lembram-me meus dias de oficial daativa em reuniões privadas. Distinto do queos que não prestaram o serviço militar pen-sam, a discussão é aberta e franca, não parachegar a um consenso mas para fornecer aocomandante todos os dados que lhe per-mitam decidir solitariamente. Mourão es-

[email protected]

Antonio Carlos da SilvaLaíze Lantyer LuzNúcleo de Estudos sobre Direitos Humanos daUniversidade Católica do Salvador

Vem pra rua, mas vem de verdade!

O período eleitoral nos faz vivenciarde maneira mais densa a contur-bada ebulição de consciência (ou a

cegueira provocada pela falta dela). Nesseprocesso, tal como o Angelus Novus ben-jaminiano, somos inseridos no ciclo vi-cioso de uma história sem fim. Costu-mamos reclamar do político corrupto eomisso diante das mazelas e misérias dapopulação, não obstante sem questionarqual o nosso propósito e participação,nem sempre inconsciente, nas singelas

corrupções e omissões sociais.As práticas imorais, entre o individual

e o coletivo, são vastas e compõem o nos-so cotidiano. São reflexos de nosso au-to-engano, pois o ato de julgar, sem con-siderar o que nos vincula à alteridade doOutro, é sempre o caminho mais fácilpara compactuar com a esquizofrenia so-cial que assola o atual campo históricopolítico brasileiro e mundial.

Neste País, a alegoria dialética do Es-tado de exceção, o alerta de Machado ésubstancial: quem é o alienista e quemsão as/os alienadas/os do processo su-fragista? Partindo do pressuposto que to-do/a eleitor/a carrega um Simão Baca-marte dentro de si, a parábola da loucurarepresenta também o/a candidato/a quenão goza de perfeito equilíbrio das suas

faculdades mentais. Mas, sábio QuincasBorba, talvez as/os loucas/os sejamosnós, pois ao julgarmos a sanidade mental,o comportamento social ou opinião pú-blica daqueles que almejam uma “cadeirade representação” cívica, olvidamos da-quilo que nos torna humanos: a digni-dade em reconhecer a verdade e dizer oindizível naqueles momentos que exigemuma postura ética frente ao desequilíbriodo real.

Nesta interpretação alegórica, entre aexceção e a regra, a real metamorfose deuma nação está sob a responsabilidade eemancipação política de cada indivíduona criação do éthos coletivo, do ques-tionar recorrente do que nos vincula eti-camente ao Outro.

Se tu estás insatisfeito com o rumo do

País, “vem pra rua, mas vem de verdade”.Vem conhecer as reais mazelas dessemundo sem filtro no palco do mundo,assuma o seu papel como protagonista daação transformadora. Retire as máscarasda submissão e indignai-vos. O objetivodesta dialética reflexão é simples:uma pessoa egoísta jamais será um bomcidadão/ã. Ser bom é agir eticamente efazer escolhas multiplicadoras positivas.Na dúvida, retome Aristóteles, mas não seesqueça de Levinas. Afinal, ao enfrentartempos sombrios, a inocência é confun-dida com loucura, e não devemos noscalar quando os horrores do momentoembargam a nossa sensibilidade. Que po-tente ver gente nas ruas e buscando re-compor uma democracia que poderia serdiferente, criativa e centrada na ética.

tava escalado para ser o comandante... doClube Militar e caiu de paraquedas na vi-ce-Presidência da República pela desistên-cia da Janaína e impossibilidade legal doGeneral Heleno. A veloz evolução dos acon-tecimentos não lhe permitiu ainda vestir afarda de candidato a subcomandante, emque o comandante não abandonou o campode batalha, mas está se fortalecendo paraliderar o combate final. Mourão tem co-metido erros banais com este seu jeito proa-tivo de suprir a lacuna temporária. O erronão está objetivamente nas suas ideias (me-ras teses, já que o pensamento e a decisãofinais cabem a Bolsonaro), mas em abrirflancos para ataques dos adversários na mí-dia e entre a intelectualidade dependente daRouanet. Eles sabem exatamente o que quisdizerogeneralemsuasmanifestaçõessobrecaos e 13º, por exemplo, mas a verdade nãoos beneficia, a interpretação maldosa sim.Mourão vai se adequar, até final de dezem-bro, à função que vai exercer em 2019: nãofazer sombra ao capitão, mas estar pronto asubstituí-lo ocasionalmente, fazendo valeras ideias do titular. ROBERTO MACIEL DOSSANTOS, [email protected]

Loteria jurídicaO Supremo Tribunal Federal virou uma lo-teria, senão vejamos: a Constituição FederalBrasileira prevê a perda ou suspensão dosdireitos políticos no seu Art. 15 em caso deimprobidade administrativa. Dilma Rous-

seff foi afastada da presidência da Repúblicapor essa razão. Novamente o ministroLewandowsk vem em auxílio ao PT, auto-rizando que um determinado jornal façauma entrevista com uma pessoa que estácumprindo pena, em regime fechado. Se poracaso os advogados de Marcola, líder do PCC,solicitassem uma entrevista com o seucliente, a concederiam? Façam as suas apos-tas, cidadãos e cidadãs brasileiros! LUIZ FE-LIPE SCHITTINI, [email protected]

ChargesO Bruno Aziz é genial! Digo mais, é fe-nomenal! Só posso chamar de poesia/suabela maneira de expressar,/com inteligên-cia e harmonia,/ideias complexas como omar. LUIZ MARCELLO DE ALMEIDA PEREIRA,[email protected]

Serviço de capinagemAproveito desse importantíssimo e demo-crático espaço para solicitar da Prefeiturade Salvador através do seu órgão respon-sável, que execute serviço de capinagemnas laterais da escada que liga a Vila Laura(R. Dr. Genésio Sales) à Via Expressa (Sen-tido Rótula do Abacaxi). Por ela passamcentenas de transeuntes que se arriscamposto que, com o mato/capim alto comoestá, pode servir de esconderijo para ummeliante, assim como abrigo e moradiapara animais e pragas. JOSINEI PINA LINS,[email protected]

A preservação econservação dosobjetos pertencentesaos museus é essencialpara manter vivaa memória deuma sociedade

Anderson RiosDoutorando em Educação/UFBA, professor,analista [email protected]

Rosany Kátia V.M.SilvaProfessora, Mestre em Gestão e TecnologiasAplicadas à Educação /[email protected]

A notícia chocante do incêndio quedestruiu o Museu Nacional, no Riode Janeiro, na noite de domingo

(02/09/2018) impactou por alguns ins-tantes o país. Foi motivo de comoção ge-ral, inclusive daqueles que nem sabiamde sua existência. Uma lástima!

A preservação e conservação dos objetospertencentes aos museus é essencial paramanter viva a memória de uma sociedade,pois os objetos trazem consigo informaçõesque revelam nosso passado, nos trazem parao presente e dão pistas que ajudam a construirum futuro. Tradições, identidades, costumes...Muito dessa memória foi perdida.

O crânio de Luzia, tida como a mais antigabrasileira, resistiu às intempéries de 12 milanos e foi destruída em poucos minutos pelaslabaredas do descaso de nosso país com ahistória. O acervo de 20 milhões de peçasrepresentava a preservação da memória euma oportunidade ímpar de conhecermosalgumas raridades. Tudo queimado.

Em meio ao noticiário frequente da tra-gédia anunciada alguém glorifica “Quebom, não há feridos e nem mortos!”. Seráque não? Somos 207 milhões de brasileirosesturricados, sem forças para reagir. Nossaira tem a duração do intervalo comercial elogo estamos prostrados em frente à TVassistindo a novela “O tempo não para”.Exatamente como relatava Cazuza na mú-sica de mesmo título: “Eu vejo o futurorepetir o passado / Eu vejo um museu degrandes novidades / O tempo não para.”

Esse incêndio cairá no esquecimento em

Quem viu, viu. Quemnão viu não vê mais

breve, como aconteceu com o Museu de ArteModerna, o Memorial da América Latina, aCinemateca Brasileira, o Museu da LínguaPortuguesa e o Instituto Butantan. Mais umavez o futuro repetirá o passado.

O Museu Nacional é uma instituição au-tônoma, vinculada à Universidade Federaldo Rio de Janeiro e, assim como as demaisinstituições públicas de ensino superior, foiatingida pelo ardor do orçamento reduzido.Mais uma sequela da crise financeira epolítica que queima nosso país.

O termo museu teve sua origem na Gréciaantiga, nas palavras gregas “Mousa” e “Mou-seion” templo das nove musas, ligadas adiferentes ramos das artes e das ciências,filhas de Zeus e Mnemosine, divindade damemória, sendo locais sagrados para as mu-sas, reservados à contemplação e aos estudoscientíficos. O museu é um centro de in-formação e reflexão, onde o homem se re-encontra com as possíveis invenções da es-tética, com a história.

Estamos em pleno período eleitoral enem assim nossos candidatos se sensibi-lizam. Podem até citar o ocorrido, lamentar,mas não passará disso. O fato é que esseincêndio trouxe danos irreparáveis para asgerações futuras que não serão recuperadoscom pinturas ou fotos, conforme sugeriuuma autoridade carioca.

Quem viu, viu. Quem não viu, perdeu!Perdemos todos.

Ricardo AlbanPresidente da Federação das Indústrias doEstado da Bahia - FIEB

O Brasil é um dos países mais de-siguais do mundo – realidade quedecorre da má distribuição da ati-

vidade econômica entre as regiões, comforte concentração no eixo sul-sudeste. ONordeste está nas últimas posições noranking do PIB per capita. Em alguns in-dicadores de competitividade, a situaçãoda Bahia é ainda pior. Nossa ferrovia estáenvelhecida e o transporte de cargas caiunos últimos anos. O porto de Aratu é umgargalo logístico e sua ineficiência im-plica custos estimados em quase US$ 100milhões ao ano. Perdemos para portosdos estados vizinhos, como Pecém (CE),Suape (PE) e Itaqui (MA).

Nesse quadro, diante da falta de umapolítica de desenvolvimento regional, ouso de mecanismos tributários e fiscais éuma alternativa. Na sua ausência a de-sigualdade econômica entre os estadosserá ampliada. Importante ressaltar queesse movimento na Bahia já se mostrouexitoso, a exemplo das indústrias calça-dista e de transformação plástica e bor-racha.

Os benefícios oferecidos às empresascalçadistas criaram um novo paradigmano estado. Em 1996, esse segmento em-pregava 1,4 mil trabalhadores e hoje, mes-mo com toda a crise, emprega mais de 28mil trabalhadores. A geração de salários,que em 1996 era de R$ 17 milhões (emvalores de 2016), agora passa de R$ 400milhões (2016).

No caso do segmento de transformaçãoplástica e borracha, os incentivos come-çaram em 1998 e mantêm-se até hoje.Aqui também temos um programa am-plamente exitoso: em 1997, havia cerca de4,2 mil empregados no setor, com geração

de R$ 115 milhões em massa salarial.Atualmente, temos mais de 16 mil tra-balhadores, gerando uma massa salarialde R$ 660 milhões. Inúmeros outrosexemplos bem-sucedidos podem ser da-dos de atração de indústrias para a Bahiapor meio de incentivos fiscais.

Cumpre registrar que, particularmentepara as pequenas e médias indústrias,esses incentivos podem significar a so-brevivência e o único modo de concorrerem um mercado competitivo. E a com-petição ocorre inclusive entre os estadosda própria região Nordeste. O risco deperda de competitividade pode provocara saída de indústrias e dificultar a atraçãode novos empreendimentos para essesestados.

Assim, é preciso aproveitar o espaçoocasionado pela Lei Complementar160/2017 – Lei de Convalidação dos In-centivos Fiscais. Trata-se de um instru-mento essencial à manutenção dos atuaisempregos e à geração de novos.

Temos até final de 2032 para usufruirdesse instrumento. Precisamos renovarincentivos e também copiar benefícios deestados vizinhos, adotando as condiçõesmais vantajosas. Sejamos proativos, emconjunto com o Governo da Bahia, nagarantia de preservação das nossas in-dústrias.

A importância da política deincentivos fiscais para a Bahia

Inúmerosexemplosbem-sucedidospodem ser dados deatração de indústriaspara a Bahia por meiode incentivos fiscais