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Sub-projecto: Igualdade de Oportunidades Manual do Formador Manutenção de Têxteis e Vestuário

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Sub-projecto: Igualdade de Oportunidades

Manual do Formador Manutenção de Têxteis e

Vestuário

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Conteúdos programáticos

Carga Horária

Temas

Teórica

Prática Lavagem da roupa 2 Lavagem mecânica

Molhagem Pré-Lavagem ou 1ª Lavagem

Lavagem Ciclos de lavagem separados

1ª Passagem por água 2ª Passagem por água

Centrifugação Branqueamento

2

Detergente Detergente em pó para máquina Detergente para lavagem à mão

2

Carregamento da máquina 2 Lavagem à mão 2

Temperatura da água A água

Definição de dureza da água Inconvenientes da dureza da água

Passagem com lixívia Condições aconselhadas na utilização

de lixívia Amaciador

2

Nódoas Aspecto visual

Cor Cheiro Tacto

Localização da nódoa Nódoas profissionais

2

Tratamentos especiais 2 2 Segurança no trabalho 1 Limpeza das máquinas

Máquina de lavar Máquina de secar

2

Passar a ferro 2 18 Secagem, dobragem, arrumação 2 2

Limpeza periódica 1 As etiquetas 2

Pequenos arranjos de costura 4 16

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Índice

Conteúdos programáticos 1

A LAVAGEM DA ROUPA 6

LAVAGEM MECÂNICA 8 MOLHAGEM 8 PRÉ-LAVAGEM OU 1ª LAVAGEM 8 LAVAGEM 8 CICLOS DE LAVAGEM SEPARADOS 8 1ª PASSAGEM POR ÁGUA 8 2ª PASSAGEM POR ÁGUA 8 CENTRIFUGAÇÃO 9 BRANQUEAMENTO 9

DETERGENTE 10 Detergente em pó para a máquina 10 Detergente para lavagem à mão 10 Roupa branca 10 Roupa de côr 10 Roupa delicada 11

CARREGAMENTO DA MÁQUINA 11

LAVAGEM À MÃO 15 HIGIENE 16 Roupa limpa: 16 Roupa suja: 17

TEMPERATURA DA ÁGUA 18 A ÁGUA 18 DEFINIÇÃO DE DUREZA DA ÁGUA 18 INCONVENIENTES DA DUREZA DA ÁGUA 18 PASSAGEM COM LIXÍVIA 19 CONDIÇÕES ACONSELHADAS NA UTILIZAÇÃO DA LIXÍVIA 20 AMACIADOR 20

REMOÇÃO DE NÓDOAS 21 ASPECTO VISUAL 21 COR 21 CHEIRO 21 TACTO 22 LOCALIZAÇÃO DA NÓDOA 22 NÓDOAS PROFISSIONAIS (DE TRABALHO) 22

TRATAMENTOS ESPECIAIS 24 Bombazina 24 Bordado inglês 24

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Ganga 24 Linho 24 Seda 24 Tecidos impermeáveis 24

SEGURANÇA NO TRABALHO 26

LIMPEZA DAS MÁQUINAS 27 Máquina de lavar 27 Máquina de secar 27

PASSAR A FERRO 28

SECAGEM, DOBRAGEM E ARRUMAÇÃO 31

LIMPEZA PERIÓDICA 34

AS ETIQUETAS 36

PEQUENOS ARRANJOS DE COSTURA 37 COMPOSIÇÃO DE UM ESTOJO DE COSTURA 37 PREPARAÇÃO DA MÁQUINA DE COSTURA. 38 PONTOS DE COSTURA DIVERSOS 40 COLOCAÇÃO DO DEDAL, POSIÇÃO CORRECTA DA AGULHA 41 PREGAR UM BOTÃO 41

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Introdução O saber evolui continuamente. Tal acontece também em relação ao tratamento e manutenção das roupas, pois a natureza dos têxteis muda, utilizam-se novos materiais, experimentam-se novos produtos e, por isso, os cuidados têm de evoluir qualitativamente. Não haverá, certamente, resposta para todas as dúvidas, mas este manual será sim uma base útil para o desempenho das tarefas de lavandaria, da manutenção dos têxteis e do vestuário, assim como das máquinas e equipamento necessários.

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Para mais fácil assimilação e localização, foram utilizados alguns símbolos ao longo deste manual, tais como:

CURIOSIDADES

ACTIVIDADES PRÁTICAS

PRECAUÇÔES E

PERIGOS

SUGESTÕES

PONTOS A

RETER

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A LAVAGEM DA ROUPA

A lavagem, é uma operação que visa devolver à roupa o seu aspecto e textura originais. Nunca se deve proceder à lavagem de uma peça de roupa, seja ela do lar ou de vestuário, sem se conhecer a origem dos têxteis e estes podem ser de origem natural ou química. Os de origem natural, podem ser de: Origem animal - Lã ou seda Origem vegetal - Algodão, linho, ráfia, etc. Os de origem química podem ser: Têxteis artificiais (seda artificial) Têxteis sintéticos (acrílicos, polyester, nylon, etc.) Para um tratamento adequado das roupas, há que ter conhecimento sobre: - Produtos - Materiais - Desenvolvimento de métodos de trabalho eficazes - Sensibilização para a crescente preocupação higiénica A conveniente aplicação dos conhecimentos é muito importante, para que a roupa mantenha a forma e qualidade iniciais. Para tal ser obtido, há que passar por diversas etapas, no tratamento dos tecidos: - Eliminar as nódoas - Preservar as fibras e as cores - Manter a macieza e a elasticidade Estes objectivos obtêm-se recorrendo a: - Máquinas - Produtos adequados - Métodos ajustados, em função de: - Natureza da fibra - Tipo de sujidade - Tipo de água - Produtos a utilizar - Programa adequado - Execução prática

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As máquinas mais usuais para tratamento de têxteis, são: - Máquina de lavar - Secadora - Prensa - serve para engomar peças direitas. A qualidade de uma lavagem mecânica, depende de 4 factores: - Tempo - Acção mecânica - Temperatura - Acção química

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LAVAGEM MECÂNICA

Num ciclo de lavagem mecânica, encontramos as seguintes operações:

MOLHAGEM

Operação destinada a eliminar as poeiras e sujidades, rapidamente solúveis e dispersas em água fria.

PRÉ-LAVAGEM OU 1ª LAVAGEM

Operação destinada à eliminação das sujidades solúveis em água morna, em meio alcalino.

LAVAGEM

Operação destinada a eliminar todas as sujidades residuais. Este processo efectua-se através das acções físicas e físico-químicas do detergente e por saponificação.

CICLOS DE LAVAGEM SEPARADOS

Utilizando diversos ciclos de lavagem curtos, a sujidade vai sendo eliminada através da substituição da água e do detergente. Se o ciclo de lavagem escolhido for longo, a roupa circula sempre na mesma água e solução sujas, não facilitando a lavagem.

1ª PASSAGEM POR ÁGUA

Operação destinada a eliminar parte dos produtos detergentes e alcalinos, assim como a água suja retirada da roupa.

2ª PASSAGEM POR ÁGUA

Operação complementar da anterior, destinada à diminuição da temperatura da roupa, antes da operação de branqueamento.

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CENTRIFUGAÇÃO

Operação destinada a eliminar o máximo possível de água retida nas fibras. O tempo de centrifugação varia segundo: - Quantidade de roupa - Natureza das fibras - Tratamento seguinte Em regra, o tempo de centrifugação varia entre os 7 e os 10 minutos. A roupa centrifugada não deve conter um peso de água superior a 50% do seu peso quando seca.

BRANQUEAMENTO

A operação de branqueamento, pode ser feita até à temperatura de 65º. Após esta temperatura, o branqueador pode começar a destruir as fibras dos tecidos. Não se usa branqueador em roupa de cor.

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DETERGENTE

A escolha do detergente, é um primeiro passo muito importante para uma lavagem bem sucedida. Esta escolha terá de ser feita em função do tecido. Há diversos tipos de detergente:

Detergente em pó para a máquina

Não deve ser utilizado para lavagens à mão, pois além de não ser adequado, faz mal à pele pois é muito forte. Apesar de ser eficaz na remoção da sujidade e das nódoas, pode descolorar os tecidos de cor.

Detergente para lavagem à mão

Líquido - Utilizado em lãs e tecidos delicados, tais como cambraia ou sedas (sintéticas ou naturais) Pó - Deverá ser bem dissolvido na água, antes de mergulhar a roupa. Estes dois tipos de detergente são os mais indicados para a lavagem de lãs e tecidos delicados. Não deve utilizar-se este tipo de detergente na máquina. Há ainda detergentes concentrados, que são utilizados em menor quantidade que os outros. Ao detergente para lavagem manual pode adicionar-se, se necessário, um pouco de lixívia, se a roupa for branca.

Roupa branca

A escolha dos detergentes é muito importante, pois principalmente os de máquina, têm branqueador incorporado que pode descolorar a roupa. Este tipo de detergente é usado na lavagem de lençóis, turcos, toalhas de mesa ou panos de cozinha, se forem em cores claras, mas não deve usar-se em sedas ou lãs, mesmo que a lavagem mecânica seja feita a baixa temperatura. Há, por isso, que ter detergentes diversos, adaptados às necessidades.

Roupa de côr

Há detergentes em pó ou líquidos, apropriados para a lavagem de peças de côr, à máquina.

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Há lixívias sem cloro, apropriadas para este tipo de roupa.

Roupa delicada

Para lã, seda e outra roupa delicada, há detergente líquido, que pode ser utilizado na máquina. No entanto, é preferível a lavagem à mão com este tipo de detergente, pois é mais eficaz.

PRECAUÇÃO É muito importante usar as quantidades certas de detergente, para não haver acidentes.

CARREGAMENTO DA MÁQUINA

A roupa deve ser sacudida e aberta, antes de ser introduzida na máquina. É muito importante não sobrecarregar a máquina. A roupa com espaço para se mover, ficará muito mais bem lavada. É, portanto, indispensável verificar se o peso da roupa (seca) metida na máquina, é compatível com as capacidades desta. Para isso, é importante saber o peso de cada peça de roupa. O carregamento da máquina varia segundo: - O tipo de fibra - O volume do tambor - O estado de sujidade da roupa Por exemplo, numa máquina com capacidade para 5 Kg de roupa, introduzem-se: - 5 Kg de algodão - 3,5 Kg de polyester-algodão Para não exceder a capacidade da máquina, é necessário proceder à pesagem da roupa e, para facilitar a tarefa, metem-se as peças dentro de um saco de plástico ou de uma fronha. Outra forma, é saber o peso de cada peça e encher a máquina com o número de peças que perfaça o peso correcto.

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PRECAUÇÃO A roupa com aplicações deve ser lavada do avesso, para que estas não estraguem as outras peças. Devem verificar-se e esvaziar-se os bolsos antes da lavagem, assim como fechar os fechos de correr.

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A lista que se segue, indica o peso aproximado das peças mais usuais (secas):

PESO DAS PEÇAS DE ROUPA

Peças de roupa Tipo de tecido Peso (em gramas)

Vestuário Calças de ganga Algodão 700

Vestido Algodão 500 mistura sintética 350

Camisa de homem algodão/mistura

sintética 200

Meias (1 par) - 50 T-Shirt Algodão 100

Roupa interior (por artigo) - 50 Blusa de senhora algodão 150

mistura sintética 100

Roupas de casa Toalhão de banho - 700

Capa de edredão (casal) mistura sintética 1000 Capa de edredão (pessoa

só) mistura sintética 700

Fronha - 150 Lençol (casal) - 500

Lençol (pessoa só) - 450 Toalha de mesa (grande) - 700

Toalha de mesa (pequena)

- 250

Pano de cozinha - 100 Devem ter-se sempre um ou dois alguidares para o acondicionamento da roupa ao ser retirada da máquina, até ser estendida ou colocada na secadora. A máquina deve ser carregada com peças pequenas e grandes, para que estas não se enrolem entre si. A roupa deve ser separada antes da lavagem, quer esta seja manual ou na máquina, tal como mostra a foto junto. Não devem lavar-se em conjunto, peças de roupa de cores diferentes, pois podem debotar durante a lavagem.

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Quando se metem peças na máquina com indicação de lavagem a diferentes temperaturas, opta-se por uma lavagem à temperatura mais baixa exigida na etiqueta. Não deve, no entanto, lavar-se sempre a roupa a uma temperatura inferior à indicada, pois esta não ficará, com a continuação, bem lavada. É nesta fase que a roupa deve ser cuidadosamente verificada, para ver se tem nódoas, que deverão ser removidas antes da lavagem geral, pois a água quente ou o detergente podem fixar a nódoa, tornando-a impossível de remover. A roupa sensível deve ser lavada dentro de um saco de rede apropriado. A roupa deve ser retirada da máquina logo após a lavagem, para não se desenvolverem fungos que provocam maus cheiros e para não ficar muito vincada, o que dificultaria a passagem a ferro ou a dobragem. Quando a roupa estiver muito suja, a solução não é pôr mais detergente e sim escolher o programa adequado: pré-lavagem, temperatura da água, programa mais longo ou enérgico ou uma sabonária prévia.

CURIOSIDADE A roupa engordurada (da cozinha, por exemplo) deverá ser primeiro lavada em água fria, para que a gordura não “coza”, após o que se procede à lavagem normal.

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LAVAGEM À MÃO

Esta lavagem é aconselhada para roupa sensível à movimentação da máquina de lavar ou para peças que debotem. O detergente deve ser bem dissolvido antes de se introduzir a roupa. Se a roupa for lavada com água morna, deverá ficar de molho meia hora. Se for com água fria, pode ficar de molho durante toda a noite. Se a roupa estiver debotada, deve adicionar-se um pouco de vinagre à água, pois ajuda a avivar a cor e também a fixá-la. Para que um detergente de lavagem à mão actue convenientemente, deve esfregar-se bem a peça. A roupa deve mergulhar-se completamente na água com o detergente já dissolvido e deixar-se um pouco de molho, antes de lavar. Se a peça a lavar for muito grande, poderá ser lavada na banheira, para que fique completamente imersa. Se pretender aproveitar-se a água da lavagem de roupa de cores diferentes, devem lavar-se primeiro as peças de cores claras e depois, aproveitando a água, as de cores escuras. Após a lavagem, devem fazer-se vários enxaguamentos, para retirar quaisquer resíduos de detergente. A roupa lavada à mão pode ser ligeiramente centrifugada na máquina, para que não pese tanto quando se estende, correndo o risco de se deformar e também para que seque mais depressa. Quando se estende, a roupa deve ser ligeiramente esticada, para readquirir a forma inicial e deve ser estendida em local arejado, para que seque mais depressa devido à renovação do ar e para não criar cheiros.

CURIOSIDADE Um bom processo de dissolução do detergente para lavagem à mão, é fazê-lo em água morna e juntá-lo então à água fria.

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Se for espremida à mão, a roupa deverá ser pressionada entre as mãos e não torcida. A roupa delicada deve ser estendida na horizontal, sobre uma toalha branca, tal como exemplificam as fotos. Certos tecidos de cor vermelha ou amarela debotam com muita facilidade. Para se certificar se a cor debota, deve molhar-se o tecido num sítio escondido e pressionar sobre essa superfície um pano branco ou passar com o ferro morno sobre o pano. Se passar cor para o pano, é sinal de que têm de tomar-se precauções na lavagem desse tecido.

PRECAUÇÃO Na lavagem da roupa à mão, devem usar-se luvas de borracha para proteger a pele. No entanto, se a água a utilizar na lavagem for quente, deverá verificar-se a temperatura antes da sua colocação, pois com elas é difícil a avaliação.

HIGIENE

Roupa limpa:

- Devem lavar-se as mãos antes de mexer-lhe - Deve colocar-se sempre em superfícies limpas, protegendo-a da sujidade e da poeira

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Roupa suja:

- Quando se remove, deve colocar-se de imediato num cesto ou saco próprios - Nunca a deixar de qualquer maneira - Lavam-se as mãos muito bem, depois de lhe mexer - Se a roupa suja tiver sido utilizada por alguém doente, deverá ser separada e tratada à parte

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TEMPERATURA DA ÁGUA

A temperatura da água é muito importante, pois há certas reacções químicas que só se produzem a partir de uma determinada temperatura, assim como a eficiência dos detergentes. No entanto, há certas fibras que podem ser deterioradas pelo calor da água.

A ÁGUA

A água pode parecer um componente trivial. Contudo, não se pode passar sem ela e a lavagem de roupa seria impossível sem água. As propriedades de uma determinada água têm grande influência nos resultados da lavagem.

DEFINIÇÃO DE DUREZA DA ÁGUA

A dureza da água indica, globalmente, a concentração de sais de cálcio e magnésio dissolvidos, que se encontram na água. Uma água que tem em solução um teor elevado de sais de cálcio e magnésio e portanto tem uma dureza elavada, é uma água DURA. No caso contrário, é uma água MACIA. Uma água MACIA, contém poucos ou nenhuns sais de cálcio ou magnésio dissolvidos. A água macia lava melhor que a dura, embora enxague com mais dificuldade. São muito importantes os controlos da temperatura da água e do tempo de lavagem.

INCONVENIENTES DA DUREZA DA ÁGUA

Quando a água é dura, a roupa torna-se acinzentada, com mau odor e há dificuldade na penetração da água fazendo, por isso, gastar mais detergente. A água dura é também prejudicial para a máquina de lavar, pois o calcário no seu interior provoca: - Desperdício de energia, pois é mau condutor do calor - Reduz o tempo de vida das resistências - Maus acabamentos, pois torna a roupa acinzentada, áspera e difícil de engomar.

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PASSAGEM COM LIXÍVIA

A passagem com lixívia é uma operação de branqueamento, efectuada depois da lavagem. A lixívia é um agente de branqueamento que se deve utilizar correctamente, sob pena de deterioração grave e definitiva da fibra, quer seja algodão ou fibra animal.

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CONDIÇÕES ACONSELHADAS NA UTILIZAÇÃO DA LIXÍVIA

O tempo de actuação deverá ser entre os 5 e os 10 minutos (em média 7 minutos), a uma temperatura máxima de 35ºC, de modo a manter as condições de mínimo desgaste químico. Se a temperatura sobe, aumenta este desgaste, que destrói a resistência da fibra. Cada subida de 10ºC na temperatura, acima dos 35ºC, duplica o desgaste químico da roupa. Na lã, não pode utilizar-se lixívia nem água quente. A lixívia amarelece-a e destrói-a. No algodão e no linho, pode ser utilizada em solução muito diluída (1 parte de lixívia para 10 de água) e com precaução. Usada assim, embranquece a roupa. Se for muito concentrada, sem precaução, com temperatura alta demais ou enxaguamento insuficiente, deteriorará a roupa. A lixívia pode ser substituída, com vantagem, pela adição de perborato durante a lavagem ou pela utilização de um pó completo, de que resulta uma economia de tempo, energia e água. Neste caso, o branqueamento das fibras é feito pelo oxigénio libertado pelo perborato, a uma temperatura de 80ºC. O único problema na utilização do perborato, é que só pode ser utilizado em tecidos de algodão, têxtil capaz de suportar uma temperatura tão elevada.

AMACIADOR

Torna a roupa mais macia, facilitando a passagem a ferro, evitando assim a aderência ao mesmo. Dá-lhe um cheiro muito agradável (há cheiros diversos), torna-a mais fofa e não fica tão amarrotada durante a secagem. Nas fibras sintéticas, retira-lhes a electricidade estática, que atrai a sujidade. Aumenta o volume da roupa, o que no caso dos turcos é muito agradável, pois ficam mais fofos e macios. Na máquina, coloca-se na gaveta correspondente. À mão, adiciona-se à última água do enxaguamento.

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REMOÇÃO DE NÓDOAS

Quanto mais depressa se remover uma nódoa (antes de secar), mais possibilidade há de que a operação seja perfeitamente conseguida. Se se verificar que alguma nódoa resistiu à lavagem, não deve engomar-se, pois o calor fixa a nódoa. Remove-se a nódoa convenientemente e depois volta a proceder-se à lavagem normal para o tipo de fibra em questão. Para remover bem uma nódoa é importante saber: - Origem da nódoa - Tipo de tecido - Fixidez da cor A parte mais importante do processo, consiste num exame cuidado. Deve tentar saber-se o máximo possível, acerca da origem da nódoa. As pistas mais comuns são provenientes de: - Perguntas directas ao utilizador da peça - Conhecimento do tipo de utilização dado à peça - Cuidadoso exame ao aspecto da nódoa As etapas que se seguem, definem o processo lógico a usar na identificação da origem das nódoas:

ASPECTO VISUAL

O aspecto físico da nódoa, pode revelar a sua origem - alimentar ou não. Pode ainda permitir saber se é superficial ou se foi absorvida, se tem aspecto brilhante ou baço.

COR

A cor permite, em muitos casos, diagnosticar a origem. Por exemplo, se se trata de sangue ou tinta.

CHEIRO

Se o aspecto e a cor não forem suficientes, o cheiro pode permitir a identificação. As manchas de perfume e algumas nódoas de comida podem ser identificadas deste modo.

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Para acentuar o odor de uma nódoa e, consequentemente, melhor a identificar, pode aplicar-se vapor (por ex: uma chaleira com água a ferver).

TACTO

A sensação de dureza, rigidez, suavidade ou flexibilidade podem também ser indicadores que permitem conclusões sobre a origem da nódoa.

LOCALIZAÇÃO DA NÓDOA

A localização da área atingida, pode constituir uma pista importante: manchas nas mangas e nas axilas, são provavelmente originadas por perfumes ou desodorizantes. Uma mancha na baínha das calças, pode ser graxa dos sapatos. O forro dos bolsos dos casacos, é uma área típica para nódoas de tinta de escrever.

NÓDOAS PROFISSIONAIS (DE TRABALHO)

As roupas de trabalho, batas ou uniformes, apresentam normalmente nódoas típicas da ocupação. A maneira mais fácil de não se “perder” o sítio de uma nódoa, é marcá-la com um pouco de linha branca antes de mergulhar a peça na água. As fotos abaixo exemplificam mostrando a da direita, em pormenor, essa marcação.

Se a nódoa for sólida, deve remover-se cuidadosamente o excesso. Se for líquida, deve limpar-se o excesso com um pano (ou papel) absorvente. O pano deverá ser branco, de preferência, para não largar cor. O excesso das nódoas gordurosas remove-se com pó de talco. As pastilhas elásticas removem-se através do frio - um cubo de gelo, por exemplo. Há também sprays apropriados, à venda nos bons supermercados.

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Quando se aplicar um removedor de nódoas, deverá fazer-se uma experiência num sítio escondido (baínha ou costura), para ver a reacção do tecido. Se não se conseguir identificar a natureza da nódoa, deve começar-se com um tratamento suave, água fria de preferência, pois a quente pode “cozer” a nódoa e o detergente fixá-la irremediavelmente. A limpeza de uma nódoa deverá ser feita do bordo para o interior, para a sujidade não se espalhar. Após a eliminação da nódoa, mesmo que com removedor, deve proceder-se sempre à limpeza da superfície com água fria, para neutralizar a actuação do produto utilizado. É muito importante secar-se a superfície tratada, o melhor e mais depressa possível. Os removedores são venenosos e bastante inflamáveis, por isso devem ser utilizados com cuidado, longe de uma chama e, de preferência, num local arejado por causa dos vapores, devendo ser rolhados imediatamente a seguir à utilização.

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TRATAMENTOS ESPECIAIS

Bombazina

Lava-se e engoma-se do avesso. No fim, passa-se com um pano macio, para alisar o pêlo.

Bordado inglês

Deve lavar-se dentro de um saco apropriado, para que a outra roupa não o danifique. Ao passar-se a ferro, deverá haver cuidado para não deformar os orifícios do bordado.

Ganga

Deve lavar-se à parte, do avesso, até haver a certeza de que não desbota. Engomar húmida.

Linho

Há linhos que não podem ser lavados com detergente. Neste caso, faz-se uma sabonária com sabão azul e branco ou neutro. Passa-se a ferro ainda húmido, de preferência com um pano fino por cima, se tiver bordados. A primeira lavagem de linhos coloridos deve ser feita à parte, como medida de precaução.

Seda

A maior parte da seda, por ser artificial, pode ser lavada na máquina. Deverá ser cuidadosamente passada húmida, com o ferro não muito quente.

Tecidos impermeáveis

Escovam-se, pois as suas características fazem com que a sujidade permaneça à superfície. No entanto, se for necessária uma limpeza mais profunda, deverá ser feita com um produto especial, para que o efeito impermeável não desapareça.

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CURIOSIDADE As meias brancas, especialmente as das crianças, utilizadas com ténis, têm por vezes, sujidade difícil de remover. Para tal, adiciona-se à água da lavagem, um pouco de bicarbonato de sódio. Na água do enxaguamento, podem adicionar-se umas gotas de sumo de limão.

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SEGURANÇA NO TRABALHO

Quem trabalha com máquinas, deve ser cauteloso, para evitar problemas que podem ser gravíssimos. Nunca deve abrir-se uma máquina com ela em funcionamento, embora hoje as máquinas já tenham abertura retardada, precisamente para evitar acidentes. Devem seguir-se escrupulosamente as instruções técnicas, para evitar acidentes pessoais ou avarias nas máquinas. Ao notar qualquer deficiência mecânica, deve recorrer-se a um técnico, para não se sofrerem acidentes e também para não agravar o problema.

PRECAUÇÕES As mãos devem estar sempre secas ao mexer em aparelhos eléctricos

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LIMPEZA DAS MÁQUINAS

Máquina de lavar

Quando não está a funcionar, a porta deve ficar entreaberta, para evitar maus cheiros. Deve limpar-se o pó exteriormente, com um detergente suave, passando depois com um pano seco. Se houver partes em metal, deve aplicar-se um produto próprio para a sua limpeza e polimento. Periodicamente, deve verificar-se o filtro, lavar-se a gaveta do detergente, pois nela se acumulam resíduos e fazer um ciclo completo de lavagem com a máquina vazia, com um

produto anticalcário, para prolongar a vida da resistência. A gravura mostra a gaveta da máquina com os três compartimentos: No da esquerda coloca-se o dertergente para a pré-lavagem, no do meio o dertergente para a lavagem e no da direita o amaciador.

Máquina de secar

Limpar, exteriormente, como a máquina de lavar. Após cada utilização, o filtro deve ser despejado e limpo. Se a secadora for de mangueira de saída de ar quente, esta deverá ser limpa periodicamente, para retirar o pó do seu interior (e exterior). Se for de gaveta, esta deve ser esvaziada após cada utilização, pois com ela cheia, a roupa não seca. Após cada utilização, o filtro deve ser despejado e limpo, para não acumular resíduos, tal como mostra a gravura. Os cromados de ambas as máquinas devem ser limpos regularmente com um polidor de metais.

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PASSAR A FERRO

As tábuas de engomar devem estar forradas com um pano apropriado, que mantenha o calor do ferro e que facilite a passagem da roupa. Há ferros de engomar a vapor e normais. Nos ferros a vapor, deverá ser utilizada água destilada, para que o interior do ferro não se danifique. É muito importante controlar-se a temperatura do ferro, pois esta deve ser em função dos tecidos que vão ser engomados. A base dos ferros tem de estar sempre limpa, para não sujar a roupa que vai ser passada ou impedir que o ferro deslize com suavidade. A qualidade final de uma passagem a ferro, depende da humidade da peça, da temperatura do ferro, da pressão exercida e do número de passagens. Os ferros a vapor, facilitam a passagem e dão um certo brilho à roupa, deixando-a com aspecto de nova. Os ferros eléctricos normais, utilizam-se em trabalhos mais minuciosos. É durante a passagem a ferro que se apercebem as nódoas que não saíram. Ao acontecer uma situação destas, deve pôr-se a peça de lado para ser de novo tratada. Se se persiste na passagem, a nódoa poderá fixar-se e já não sair.

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A roupa mais apropriada para ser passada na prensa, é a roupa direita (lençóis, fronhas, toalhas de mesa, etc.). Há certas peças, tais como batas camisas ou calças, que têm de ser

acabadas de passar com o ferro.

CURIOSIDADE Na passagem a ferro devem deixar-se as peças mais simples (panos da louça, panos das mãos, camisolas interiores, etc.) para o fim, pois pode desligar-se o ferro um pouco antes e aproveitar o calor do mesmo.

Certa roupa de cor, principalmente se tiver lã na sua composição, pode ganhar “lustro” durante a passagem a ferro. Deverá, por isso, engomar-se do avesso se o modelo e a finalidade o permitirem ou então engomar com um pano por cima. O pano utilizado deverá ser relativamente fino, para deixar passar o calor e sem costuras. Será branco, de preferência, para não debotar. Para as mangas, há tábuas apropriadas, que facilitam a tarefa. As mangas dos camiseiros das senhoras não se vincam. O vinco das mangas das camisas dos homens, determina-se através da costura ao longo do comprimento da mesma. As carcelas, os punhos e os colarinhos devem ser passados, primeiro do avesso e depois do direito. As calças de ganga e bombazina (masculinas e femininas) habitualmente não se vincam.

O vinco das calças determina-se, unindo as costuras interna e externa das pernas das calças, indo acabar na pinça da cintura ou prega.

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Quando uma saia for de pregas, estas poderão ir sendo fixadas por pequenos alfinetes para facilitar a passagem, sem que a peça se desloque, correndo o risco de ser vincada fora de sítio. A última passagem com o ferro, deve porém ser feita após os alfinetes serem retirados, para não ficarem marcados. Uma t-shirt ou uma camisola polo deve ser engomada enfiada na tábua para que os remates do decote não fiquem marcados na parte da frente. Se a roupa estiver muito seca, deverá ser borrifada com um borrifador e deixada a repousar um pouco, para ficar uniformemente húmida. A roupa deve esfriar sempre antes de ser arrumada nos armários ou roupeiros. Se for roupa de casa, deverá ser colocada no fundo da prateleira para não ser utilizada de imediato, para que repouse e se faça uma rodagem equilibrada de toda a roupa e assim se prolongar a sua duração.

CURIOSIDADE Se uma camisola de malha ou um casaco de fazenda forem arejados após a utilização, sacudidos, bem escovados e convenientemente dobrados ou pendurados, evitarão algumas lavagens e passagens a ferro, não violentando tanto a estrutura da fibra

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SECAGEM, DOBRAGEM E ARRUMAÇÃO

A dobragem é muito importante e, por isso, a roupa deve ser dobrada assim que se acaba de engomar. Dobra-se sempre da mesma maneira, para facilitar a arrumação e utilização. Os vincos dos lençóis ajudam a fazer uma cama com maior rapidez e perfeição, assim como uma toalha dobrada correctamente, proporciona uma mesa mais equilibrada e agradável. Se houver secadora, a roupa que não é engomada (turcos), dobra-se assim que acaba o ciclo de secagem e ainda quente, puxando um pouco as costuras para ficar direita. Quando não há secadora e a roupa é estendida, há que estendê-la convenientemente para facilitar a passagem a ferro. Deve estender-se por tipos, no mesmo sentido e correctamente colocada para não deformar.

As camisolas, por exemplo, devem ficar com as molas nas costuras sob as mangas (no sítio das axilas), para não fixarem marcas e também para o peso da camisola ficar

equilibrado, não a deformando. Os peúgos devem ser esticados antes de estendidos, para lhes dar a forma correcta, presos pelas biqueiras, para não estragar os elásticos dos canhões e pendurados todos na mesma posição, o que facilitará a dobragem e arrumação.

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A roupa de cor deve ser estendida do avesso, para que o sol não a descolore.

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As peças que estejam deterioradas devem ser reparadas, antes da anomalia se agravar. Se o estrago for irreparável pela sua gravidade, poderá dar-se outra utilidade à peça. Um lençol de casal pode transformar-se num lençol para cama individual, para cama de bébé, pano para os copos, pano de tabuleiro ou simplesmente para as limpezas (são óptimos para limpar vidros, espelhos ou loiças sanitárias). Um turco estragado, transforma-se num pano de cozinha, num pano para as mãos, numa pega ou num pano para limpezas (são óptimos para limpar bancadas, loiças sanitárias ou chão, quando já têm um certo uso). Mesmo que a utilização final de uma peça estragada seja as limpezas, deve embaínhar-se, pois além de ficar mais agradável, não largará pêlos, que dificultariam a limpeza final. Não é conveniente misturar-se na secadora, roupa de texturas diferentes, pois até secar a mais grossa, a mais fina ficará excessivamente seca, o que dificultará a passagem a ferro ou a dobragem. O mesmo acontece com as cores, pois até secarem, as peças de roupa debotarão entre si. As camisas, quando se dobram para arrumar na gaveta, devem sê-lo criteriosamente, pois uma má dobragem estragará todo o trabalho executado. A figura junta, ajudará à dobragem correcta.

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Quando a roupa vai ser engomada numa prensa ou numa calandra, deverá ir húmida. Se for passada a ferro, deverá estar seca (não excessivamente). Na arrumação, deverá haver o cuidado de colocar a roupa nas prateleiras ou gavetas, por tipos, e com as dobras todas para o mesmo lado, ficando os festos para a frente. Além de esteticamente ficar mais agradável, a roupa será mais facilmente manuseada. Quando se guardam roupas de uma estação para a outra, deverão ser tomados certos cuidados. Lavam-se, se for o caso, mas deve evitar-se o amaciador para não favorecer o aparecimento de bolores. Não é preciso engomar para serem guardadas. O local de arrumação deve ser seco e deve colocar-se um repelente de traças.

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LIMPEZA PERIÓDICA

É muito importante a limpeza periódica das máquinas e dos locais onde estas estão implantadas, assim como dos armários onde se arrumam as roupas, para evitar o aparecimento de insectos. Durante a limpeza, as roupas devem ser retiradas das prateleiras e protegidas. As forras das tábuas de engomar devem ser retiradas para serem lavadas. A base dos ferros é limpa (com um produto próprio) enquanto estes estão ainda quentes e depois esfregam-se com papel pardo. Em seguida limpam-se (à volta) com um pano húmido e depois com uma flanela seca. Esta operação é feita com o ferro desligado.

SEGURANÇA Ao terminar o trabalho de lavagem, passagem e arrumação de roupa, devem lavar-se e enxaguar-se muito bem as mãos e aplicar-se um bom creme, pois os detergentes, lixívias e sabões, secam muito a pele.

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AS ETIQUETAS

Todas as peças de vestuário têm, por lei, uma etiqueta com símbolos, que nos indica a forma de tratamento mais adequada - lavagem, secagem, passagem a ferro, limpeza a seco, etc. O quadro que se segue, traduz os símbolos das etiquetas:

Tem peratura m áxim a de A lgodão ou linho.

lavagem : 95º C , 60º C ou 40º C . 60º C - 90º C : roupa branca e

Program a norm al: acção algum a de cor.

m ecânica e extracção de água 40º C : roupa de cor.

norm ais. Carga norm al.

Tem peratura m áxim a de Tecidos sintéticos, m istura de

lavagem : 95º C , 60º C ou 40º C . fibras, vestuário com aplicações

Program a m oderado: acção que não podem ser passadas a

m ecânica e extracção de água ferro.

reduzidas. Carga reduzida.

A tem peratura de

enxaguam ento desce

progressivam ente.

Tem peratura m áxim a de Lã e algum as peças delicadas.

lavagem : 30º C . Carga m uito reduzida.

Program m uito m oderado: acção

m ecânica e extracção de

água m uito reduzidas.

Enxaguam ento norm al.

Lavar à m ão, a um a tem peratura A lguns tecidos delicados de

m áxim a de 40º C . seda ou lã.

N ão esfregar (ou fazê-lo m uito

suavem ente), não torcer.

D issolver previam ente o

detergente na água.

N ão lavar. Vestuário que só pode ser

lim po a seco.

Não lim par a seco. Cuidado com a utilização de tira-nódoas.

U tilizar percloroetileno.

A lgum as restrições ao m odo de lim peza (agitação m ecânica,

tem peratura e adição de água ao solvente).

LIM PE ZA A S EC O

S ím bolo Significado

Podem ser utilizados todos os solventes usuais.

Não há restrições relativam ente à tem peratura.

Pode secar na m áquina, m as a um a tem peratura m oderada.

Não secar na m áquina.

S EC AG EM NA M Á Q UIN A, D EP OIS DA LAV AG EM

S ím bolo Significado

Pode secar na m áquina.

Engom ar a vapor ou usar um pano húm ido.

Engom ar a um a tem peratura m édia (m áxim o 110º C ).

Engom ar a vapor pode estragar a roupa.

Não passar a ferro.

N ão branquear nem tirar nódoas com produtos à base de cloro.

Em princípio, pode branquear com água oxigenada. A lã, a seda e

as outras fibras anim ais não podem ser branqueadas.

P AS SAR A FE RR O

S ím bolo Significado

Engom ar a um a tem peratura elevada (m áxim o 200º C).

Engom ar a vapor ou usar um pano húm ido.

Artigos em algodão ou linho puro.

Passar a um a tem peratura m édia (m áxim o 150º C ).

BR AN QU EAME NTO CO M LIX ÍV IA

Sím bolo Significado

Pode branquear com lixívia diluida em água fria.

LAV AG EM

Sím bolo Significado e descrição de processo Para que tipo de roupa?

95

60

40

95

60

40

30

P

P

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PEQUENOS ARRANJOS DE COSTURA

Qualquer peça de roupa com anomalias, quer seja de vestuário ou da casa, deve ser reparada de imediato, a fim de não agravar o problema. Para a execução dos pequenos arranjos de costura, são necessários materiais e instrumentos diversos, conhecer algumas técnicas e saber aplicá-las na prática. Para tal, é necessário existir um estojo apetrechado com o essencial para pequenos consertos -coser uma baínha, um fecho, um botão, um estofo rasgado, etc.

COMPOSIÇÃO DE UM ESTOJO DE COSTURA

- Linhas pretas - Linhas brancas - Linhas com as cores mais usuais - Linhas brancas de alinhavar - Alfinetes - Agulhas diversas - Fita métrica - Tesoura - Dedal - Botões diversos em tamanhos e cores Uma máquina de costura, por mais simples que seja, ajuda muito nos trabalhos de costura.

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PREPARAÇÃO DA MÁQUINA DE COSTURA.

Para coser à máquina, sem que o ponto rebente, a máquina e a bobina ou "canela" têm de ser enfiadas correctamente (fig. 1). A linha é enfiada na "canela", (fig. 2 e 3) que se coloca na parte inferior da "cabeça" da máquina, tal como mostra a foto (fig. 4). Fig.1 Fig.12

Fig.1 Fig. 2

Fig. 3 Fig. 4

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A transformação de peças de roupa velha ou deteriorada, em panos de limpeza ou da louça, ficará mais perfeita, se executada à máquina. Os forros das mangas ou bolsos, os fechos das calças ou das saias ficarão mais resistentes e perfeitos se cosidos à máquina, assim como o interior das baínhas das calças e das saias deverá ser chuleado (à máquina), antes destas serem executadas (à mão).

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PONTOS DE COSTURA DIVERSOS

Os pontos de costura mais usuais são:

Alinhavo Chuleio Guarnecer Para fixar o tecido para

ser correctamente cosido à máquina ou à mão.

Para proteger a orla do tecido para que a bainha

não desfie.

Para execução de uma bainha à mão.

Atrás Espinhado Para coser costuras Para coser bainhas de calças

Passajar Casear

Para coser rasgões Para contornar uma "casa" para

que não desfie Os trabalhos de costura mais aplicados no dia a dia na reparação e manutenção de têxteis e que requerem conhecimento de alguma técnica na sua aplicação prática são: - Coser um fecho - Coser botões - Coser bolsos - Coser forros - Colocar joelheiras e cotoveleiras

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COLOCAÇÃO DO DEDAL, POSIÇÃO CORRECTA DA AGULHA

As fotos seguintes mostram a forma correcta de pegar na agulha e de colocar o dedal.

PREGAR UM BOTÃO

Um botão, desde que seja para abotoar, deverá ter sempre um "pé", que se executa tal como a foto mostra.

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AVALIAÇÃO SUMATIVA Marque com um X a opção correcta! 1 - A rapidez com que se remove uma nódoa facilita a operação V F 2 - O mais importante para a remoção de uma nódoa é conhecer o tipo de tecido V F 3 - O aspecto da nódoa poderá dar pistas sobre a sua origem ou natureza V F 4 - Não deve passar-se a ferro uma peça com uma nódoa, pois o calor fixá-la-á V F 5 - Logo após aplicar um removedor de nódoas, deve engomar-se a peça V F 6 - A bombazina engoma-se do avesso V F 7 - A maior parte dos tecidos em seda podem ser lavada na máquina, usando um programa sensível V F 8 - A ganga, por ser de algodão, engoma-se bem seca, para facilitar a tarefa V F 9 - Após utilizar o removedor, deve limpar se a superfície com água fria V F 10- As pastilhas elásticas removem-se com água fria V F

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AVALIAÇÃO SUMATIVA Marque com um X a opção correcta! 1 - Ao mexer em aparelhos eléctricos, as mão têm de estar completamente secas V F 2 -O sistema retardador de abertura da porta da máquina de lavar, é uma medida de precaução V F 3 - Deve abrir-se a porta da máquina de lavar roupa, assim que acaba o ciclo de lavagem V F 4 - Habitualmente, só se chama um técnico quando a varia é muito grave V F 5 - Mesmo conhecendo a máquina, as instruções técnicas são muito importantes V F 6 - O filtro da secadora deve ser limpo após cada utilização V F 7 - O filtro da máquina de lavar deve ser limpo periodicamente V F 8 - Semanalmente utiliza-se um produto anti-calcário na máquina V F 9 - Não deve limpar-se o interior da mangueira de saída de ar quente da secadora, para não entupir V F 10- Os cromados das máquinas devem ser limpos com um pano felpudo e bem seco V F

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AVALIAÇÃO SUMATIVA Marque com um X a opção correcta 1 - As mangas podem ser passadas em tábuas especiais V F 2 - Vincam-se as mangas, em todas as camisas de manga comprida V F 3 - A prensa é óptima para engomar saias V F 4 - A roupa borrifada deve repousar sempre um pouco antes de ser engomada V F 5 - Na passagem de calças escuras deve pôr-se sempre um pano grosso a proteger do calor do ferro V F 6 - As calças de ganga ficam mais perfeitas com um vinco V F 7 - A roupa deve ser rodada na sua utilização, para ter tempo de repousar a fibra V F 8 - Camisolas e casacos devem ser escovados e arejados com frequência V F 9 - As calças de bombazina não se vincam V F 10- As saias de pregas só devem ser engomadas num casa especializada V F

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AVALIAÇÃO SUMATIVA Marque com um X a opção correcta! 1 - Estender a roupa por tipos, facilita a passagem a ferro e a dobragem V F 2 - Os vincos correctos num lençol ou numa toalha de mesa facilitam muito a sua utilização V F 3 - Quando uma toalha turca está estragada deve deitar-se fora, pois fica feia para utilizar V F 4 - A roupa seca na secadora deve esfriar, já dobrada, antes de ser arrumada V F 5 - Um lençol velho, rasga-se em bocados e utiliza-se como panos para diversos fins V F 6 - Na secadora podem meter-se peças com texturas diferentes V F 7 - Na secadora podem misturar-se peças de cores diferentes, desde que o tecido seja fino V F 8 - A roupa destinada ao ferro, deve estar seca V F 9 - A roupa destinada à prensa ou à calandra deve estar húmida V F 10- A melhor água para o ferro a vapor é a mineral V F

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AVALIAÇÃO SUMATIVA Marque com um X a opção correcta! 1 - As etiquetas facilitam a manutenção dos têxteis V F 2 - A colocação de etiquetas nas peças de roupa, é obrigatória por lei V F 3 - O local onde estão as máquinas deve ser limpo, após a sua utilização V F 4 - Periodicamente os armários das roupas devem ser limpos por dentro V F 5 - A base dos ferros deve ser limpa com eles ainda quentes e ligados, para facilitar V F 6 - As forras das tábuas devem ser lavadas de vez em quando V F 7 - O ferro não deve poisar-se em cima da forra da tábua e sim no descanso próprio V F 8 - As mãos devem ser lavadas antes de mexer em roupa limpa e suja V F 9 - Nas etiquetas está indicado, por código, o tipo de tratamento adequado V F 10- No fim da lavagem da roupa deve aplicar-se um bom creme V F

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AVALIAÇÃO SUMATIVA Marque com um X a opção correcta! 1 - Um estojo de costura deve ter linhas pretas e brancas, agulhas e tesoura V F 2 - Uma peça deteriorada deve ser posta à parte para ser reparada V F 3 - Para reparações de costura é necessário conhecerem-se algumas técnicas V F 4 - Os panos para limpezas, derivados de lençóis velhos, embaínham-se à mão V F 5 - Um botão, ao ser cosido, deve ficar bem rente ao tecido, para não cair com facilidade V F 6 - O dedal só se usa para coser roupa muito espessa V F 7 - A baínha de uma saia chuleia-se e depois guarnece-se V F 8 - Um dos pontos de costura mais usuais é o ponto atrás V F 9 - Há certos trabalhos de costura que só podem ser executados à mão V F 10- Para que a máquina de costura cosa bem, é necessário que a canela esteja bem cheia V F

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Participaram neste trabalho os formadores abaixo referidos que cederam os respectivos direitos de propriedade e autoria: Maria Helena Rochinha

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