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“Capa negra usei, por Coimbra me apaixonei.”

Coimbra, nossa Coimbra, tens escritas nas pedras seculares histó-rias de outros tempos. Foste o marco da juventude de um país. Serás so-bretudo um marco na nossa juventude. Com o Mondego aos pés e a pra-ça cheia de estudantes. Com as infinitas Monumentais e o badalar da velha Cabra. A capa aos ombros ao passar no Arco de Almedina. O fado que as gui-tarras tocam durante as serenatas. A Queima das Fitas e a Festa das Latas.

Da alta até à baixa, não há nada que manche mais as tuas paredes se não esta saudade. Este amor que entristece por se conhecer o seu fim, por se saber que por muito eterna que sejas, em breve pertencerás a outros e o que nós em ti vivemos será vivido por eles. Não me interpretes mal, não há maior orgu-lho do que sentir que abraçamos uma herança de gerações perdidas no tem-po e que a passamos aos que vêm depois, tal como nos foi entregue a nós.

É respirar-te Coimbra! É o orgulho de vestir de negro e ver as tuas ruas varridas constantemente pelas nossas vestes. Iremos sempre emocionar-nos com o luar espelhado no Mondego. Por tudo o que nos deste, por todos os que nos deste, terás sempre lugar em nós. Cegos não seremos, porque te vimos, com os olhos e com o coração, e viveremos para sempre, porque sabemos que te amámos.

Saudações Académicas

A Comissão Central da Queima das Fitas 2014

Maio de 1999, tenho 8 anos e fui, pela primeira vez, assistir ao cortejo da Queima das Fitas de Coimbra, o meu primeiro Cortejo!

A verdade é que não me lembro de muito, à excepção da confusão, dos gritos e risos, da multitude de cores por todo o lado, só me lembro distintamente de uma situação…está este rapaz pendurado no cimo de um carro, e detentor da absoluta verdade, pede silêncio a toda a gente do carro para dizer isto:

“- Este é o dia mais imortal das nossas vidas!”

Convém também dizer, que o carro travou a fundo e o rapaz, claro, caiu, e aquela inatingível beleza acabada de dizer, certamente que lhe escapou. Convém ainda, e por último, dizer que para mim, todas aquelas pessoas eram adultos, aos meus olhos, 20 ou 40 anos era a mesma coisa. Dito isto, admito que fiquei fascinado, sobretudo por toda aquela inconsciência, de quem já não tinha direito a tê-la. As crianças, que nada sabem, têm direito a agir por instinto, eles não tinham…mas faziam-no, era toda uma desenfreada e apaixonante vontade de viver no momento, um carpe diem em esteróides, elevado a um extremo que me encantou por demais. Acho que só nos encanta o que não conseguimos verdadeiramente entender, a peculiaridade da Académica, da Canção de Coimbra, da capa e batina, do Mon-dego, enfim, de Coimbra, é conseguir mantê-lo vivo tantos anos depois. Dizem que não há paixão que perdure eternamente, mas o encanto de Coimbra, senão eterno pelo menos é um encanto incapaz de deixar seja quem for indiferente ou impune. Se o tentarmos compreender, talvez mude, descobre-se a intimidade desse encanto e ele transforma-se em mística, mas é Coimbra, será sempre! E será sempre nossa!

Não que na altura me apercebesse, mas desde aquele dia que soube, mesmo que ainda não o soubesse, que ia estudar em Coimbra, que ia, e vim, traçar a capa na Sé Velha, que ia grelar, fitar e cartolar, viver cada momento como só quem vive Coimbra tem o privilégio de viver. Sabia também que ia fazer Carro, e que ia ser o melhor que Coimbra alguma vez tinha visto. Eu sei, parece desmesuradamente arrogante, mas quem tem 8 anos tem direito a sê-lo, e felizmente a ignorância do mundo dá-nos a capacidade de sonhar.

E pronto, de uma maneira assustadoramente discreta, passaram 15 anos, e agora estou sentado ao fundo do Carro, do NOSSO Carro a tentar materializar em palavras algo por inerência impossível de descrever. Mas o carro posso descrevê--lo, posso-vos dizer que está a ficar incrível, e que é incrível também como aqui chegámos, se ainda não há muito tempo atrás éramos caloiros...

Ora bem, mas como é que aqui chegámos então…Começámos numa tarde bem passada no TAGV, fomos TACHUC então, a ideia ganhou raízes e cresceu, o grupo também. Em Junho de 2012 a primeira de tantas reuniões, em Maio ganhá-mos um nome, (temos nome!!), pouco depois começou um projecto a ganhar forma. Hoje com as flores, está a ganhar cor. Estamos no bom caminho!

Caminho esse pelo qual ficaram convívios e jantares, histórias e reuniões, segredos e discussões,picardias, e sim, desentendimentos também. Desentendimen-tos porque tudo o que apaixona cria dissidência, e para mim foi só a prova do quan-to todos queríamos este carro. E quería-mo-lomuito sem dúvida.

Mas não os trocava por nada, o bom e o mau, cúmplices insuspeitos de um grupo que ainda o viria a ser. E se hoje o somos, este resultado singular de que tanto me orgulho, somo-lo graças a este misto de emoções , contraditórias e intensas, sim, mas que nos moldaram…e em última instância que nos vão dar o Cortejo inesque-cível que todos queríamos. Só assim foi possível, só assim o teria sido.

Mas acima de tudo ficaram as amizades testadas e reforçadas, a redescoberta de quem já vínhamos redescobrindo, o orgulho de estar a construir isto com vocês, e o privilégio de terem confiado em mim, muito vos tenho a agradecer. Obrigado.

Quero ainda dizer que sei que esta Queima vai ser especial. Sei que algures no Cortejo, vai haver um momento gelante e explosivo, uma epifania se assim qui-serem, sei que vamos sentir saudades do que ainda está a acontecer. E sei que vamos saber que um dia vamos também sentir a nostalgia de sermos revisitados por algum cheiro, ou sabor, ou toque, isto é, por alguma sensação desta época, e que vai ser esse o momento que vamos reviver. E sei que vamos pensar que nunca o trocaría-mos por nada.

Mas por agora ainda nos falta vivê-lo, cientes que esta nossa Queima de Fitados é uma conquista, e não um qualquer direito inalienável. A verdade é que ir em cima de um camião não tem nada místico, nada de transcendente, e no entanto inegavelmente é-o. É o elogio da espera. É o nosso esforço, a nossa dedicação, que lhe deram significado, a partilha de momentos e de experiências que o fazem espe-cial! É esse o valor do nosso Carro, o simples facto de ser nosso.

Afinal, 15 anos depois, a arrogância pôde ser desculpada e a ambição não foi de todo desmedida,porque para mim será sem dúvida o melhor Carro. Já o é! É porque são os meus amigos. É porque somos nós, porque é o NOSSO carro, porque foi o percurso que construímos e não o quereria de nenhum outro modo!

Estamos nas vésperas de um simbolismo maior que nós, da promessa não de que pertencemos a Coimbra, mas que Coimbra nos pertencerá para sempre, e é já este Domingo. Vamos fazer dele nosso. O nosso próprio dia imortal…

Obrigado por terem partilhado este pequeno enorme caminho comigo. Já o disse, não o trocava nem por nada. Obrigado, mesmo!

José Miguel Alarcão

5 de Maio de 2014

Chegámos descompassados, órfãos em segunda mão. Para trás ficou tudo o que nos era familiar, deixando-nos à deriva no Mondego, apenas com a novidade de ser caloiro nos bolsos. Demos por nós a baixar os olhos perante a velha Cabra – nós, que tão altivos saímos das nossas terras! No entanto, Coimbra é como uma mãe infinita, sempre pronta a acolher mais um no seu regaço. Pela mão de outros filhos seus – também eles por ela adoptados –, fomos sendo integrados num novo ambiente e, lentamente, convidados a subir ao palco principal daquela que muitos dizem ser a melhor época das nossas vidas.

Aos poucos, fomos perdendo a ingenuidade dos perdidos e ganhando a confiança dos amados. Do desconhecido, já não guardáva-mos temor; pelo contrário, andávamos pelas ruas, sedentos de desafios e peripécias. Não há paredes no mundo que tenham visto tudo e tanto como as nossas… Depois, num espaço de meros meses, demos um salto monumental, tornando-nos mentores de outros que, até ontem, tinham sido nossos iguais. Demos por nós a ensinar-lhes que não se vive em Coimbra, mas sim que se vive Coimbra… E de que for-ma é que realmente se aprender a dizer saudade.

Hoje, somos todos filhos de Coimbra, orgulhosos de usar o Ne-gro e de acolher, por nosso turno, os pequenos de amarelo que o Rio nos vai trazendo. Aos ombros, transportamos não só a Capa como também o peso das nossas memórias, a escrita indelével do que fomos e daquilo em que nos tornámos. Somos donos desta cidade, cada um e em con-junto – afinal, somos um só. Todos nós levaremos connosco uma parte desta mãe que nos viu crescer para além do esperado… Por isso, quan-do chegar a altura de jurar que só faremos o bem e sempre o bem, em segredo juraremos também voltar.

Coimbra, 2014 Maria João Pinto

Novos Fitados do Curso de Medicina

Ana Catarina de Oliveira AlmeidaAna Catarina Duarte Pereira Batista

Ana Maria Marques Ferreira BaltazarAna Rita de Brito Machado

Bruno Miguel Monteiro e SilvaCândida Margarida Martins Coelho

Carla Daniela Mota LongrasCatarina Maria Comprido Monteiro Parra

Inês Fidalgo MartinsJoana Cristina Moreira PereiraJoana Inês Teixeira de MirandaJoana Margarida Pires Borges

João José Gouveia Rosa Pedroso de LimaJoão Manuel Lopes Vieira de SousaJoão Miguel Lourenço dos Santos

João Pedro de Sousa MendesJoão Pedro Duarte Martins Rato

João Pedro Santos MarquesJoel Coelho Marques

Jorge Miguel Fernandes Reimão de MenesesJorge Miguel Nunes Simão

José Miguel Cunha de AlarcãoJosé Miguel de Sousa da Costa Soares de Albergaria

José Paulo Henriques Cabral Lopes de AlmeidaJoselina Reis Antunes

Laura de Oliveira Tavares Chaves da CruzLiliana Marina Ferreira Moreno

Mafalda Cainé Perdiz da Silva JoãoMaria João de Castro Santos Pinto

Maria João Lajoso AmorimMariana Gravato Guerra

Pedro Orlando de Castro Tomé Diniz Casimiro

Ana Almeida Catarina Batista Ana Baltazar Rita Machado

Bruno Silva Cândida Coelho Carla Longras Catarina Parra

Inês Martins Joana Pereira Joana Miranda Joana Borges

João Lima João Sousa João Santos João Mendes

João Rato João Marques Joel Marques Jorge Meneses

Jorge Simão José Alarcão Miguel Albergaria José Almeida

Joselina Antunes Laura Cruz Liliana Moreno Mafalda João

Maria Pinto Maria Amorim Mariana Guerra Pedro Casimiro

Ana Catarina de Oliveira Almeida

Ana Catarina Duarte Pereira Batista

Ana Maria Marques Ferreira Baltazar

Ana Rita de Brito Machado

Bruno Miguel Monteiro e Silva

Cândida Margarida Martins Coelho

Carla Daniela Mota Longras

Catarina Maria Comprido Monteiro Parra

Inês Fidalgo Martins

Joana Cristina Moreira Pereira

Joana Inês Teixeira de Miranda

Joana Margarida Pires Borges

João José Gouveia Rosa Pedroso de Lima

João Manuel Lopes Vieira de Sousa

João Miguel Lourenço dos Santos

João Pedro de Sousa Mendes

João Pedro Duarte Martins Rato

João “Rudeu” Marques

Joel Coelho Marques

Jorge Miguel Fernandes Reimão de Meneses

Jorge Miguel Nunes Simão

José Miguel Cunha de Alarcão

José Miguel de Sousa da Costa Soares de Albergaria

José Paulo Henriques Cabral Lopes de Almeida

Joselina Reis Antunes

Laura de Oliveira Tavares Chaves da Cruz

Liliana Marina Ferreira Moreno

Mafalda Cainé Perdiz da Silva João

Maria João de Castro Santos Pinto

Maria João Lajoso Amorim

Mariana Gravato Guerra

Pedro Orlando de Castro Tomé Diniz Casimiro

AgradecimentosBruno Leal, por ter ajudado a tornar tudo isto possível,

Mimi, pelas nossas inigualáveis caricaturas,Inês Neves porque vamos ter as plaquetes a tempo,

Às nossas famílias pelo apoio e disponibilidade, Aos nossos amigos por terem estado sempre lá.

Gostaríamos ainda de fazer os seguintes agradecimentos, a vossa aju-da foi indispensável:

Adelina Figueiredo PereiraARCUPS

Beira Rent, LdaBrintamegaCentrodente

Cristina Margarida De Oliveira Martins TavaresFarmácia Santo André

Fátima FloristaJosé Marques e Arménia Coelho

Justino Sá MoreiraLoja DIM

Minimercado Nóbrega - LouriçalMinipreço

Padaria da ValePadaria Virgínia

Paulo Manuel Antunes de Magalhães UNIPESSOAL, LDAAmérico Ferrão de Oliveira & Filho, Lda

A Feliz do ArquinhoPorion

Rato e Ferreira LdaPinturas Rogério e Irmãos,

Supermercado Sempre Fresco - Outeiro do LouriçalTalho do Redondo

Dedicatórias