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    Manual de Cozinha

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    Titulo:Manual de Cozinha

    Autores:Departamento de Recursos Didcticos Da Compenditur

    Desenho Grfico:RedipapelReproduo:Redipapel

    Deposito Legal:Em Tramitao

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    ndice

    1. Hierarquia do Pessoal de Cozinha 6

    2. Diviso da Cozinha e Equipamentos 18

    3. Conceito de Roda 46

    4. Mise-en-Place 48

    5. Circuito de Mercadorias 52

    6. Distribuio de Alimentos 62

    7. Tratamento de Resduos Slidos e Lquidos 68

    8. Matrias-Primas 76

    9. Tcnicas de Limpeza e Conservao 140

    10. Cortes Culinrios 151

    11. Principais Tcnicas de Elaborao 181

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    Reservados todos os direitos.Proibida a reproduo, total ou parcial do texto ou das suas ilustraes sem

    autorizao expressa, dos editores/autores.

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    Mdulo 1

    1. Hierarquia do Pessoal de Cozinha

    A preparao de alimentos em qualquer estabelecimento de restaurao

    sempre assegurada por um grupo de cozinheiros, denominados de BRIGADA.

    A Brigada dirigida por um chefe de cozinha, que tem sob as suas ordens

    chefes de partida, cozinheiros, chefes de pastelaria, ajudantes e estagirios. As

    vrias designaes variam mediante a importncia e qualidade do

    estabelecimento de restaurao.

    A Brigada de cozinha, implica obrigatoriamente uma diviso de trabalho

    em departamentos distintos especializados (carnes, peixes, legumes,

    sobremesas, etc.), e hierarquizados.

    A tendncia actual passa por uma diluio dos vrios postos de trabalho

    numa polivalncia de funes.

    1.1. A Brigada de Cozinha

    A brigada de cozinha composta por vrios profissionais, e divide-se em

    partidas. Cada uma destas partidas tem um chefe directo, o qual considerado

    um especialista no tipo de servio desenvolvido pela sua rea.

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    O nmero de profissionais em cada uma destas reas est relacionado

    com o trabalho a desempenhar, e o prprio volume de vendas da empresa, mais

    concretamente, a cozinha.

    A rotatividade destes profissionais ( excepo do chefe de partida),

    depende do sistema optado por cada uma das empresas.

    1.1.1. Chefe de Cozinha

    o responsvel directo da rea da cozinha:

    Organiza e adequa os pratos s necessidades da empresa.

    Colabora na elaborao das cartas de menu, segundo a poca, com

    autorizao do director.

    D o visto s mercadorias que entram no economato.

    Realiza o plano semanal de trabalho, incluindo as folgas e frias.

    Informar e orientar profissionalmente, acerca das dvidas que os chefes

    de partida possam ter.

    Supervisionar as elaboraes de todos os pratos.

    Manter a ordem e disciplina, no autorizando atitudes que possam alterar o

    trabalho individual ou colectivo.

    Propor direco as promoes, prmios ou sanes do pessoal que trabalha

    consigo.

    Organizar os servios previstos a clientes, bem como os que correspondam

    ao pessoal da empresa.

    Controlar as mercadorias existentes.

    Cuidar que a maquinaria e utenslios tenham o trato adequado.

    Informar a direco dos incidentes que ocorram.

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    Substituir o chefe de partidas com a autorizao do chefe de cozinha.

    Servir-se- do ajudante para elaboraes simples, procurando oferecer-

    lhe a melhor informao para o ajudar na sua formao.

    A formao num campo especfico, uma opo do cozinheiro, j que os seus

    conhecimentos so gerais, e podem ser aplicados em qualquer das partidas, com

    algumas excepes na pastelaria.

    1.1.4. Chefe de Pastelaria

    Apesar de a pastelaria poder ser considerada um complemento da cozinha, na

    verdade um departamento anexo a esta. A pastelaria, uma especialidade com

    varias facetas:

    Padaria

    Pastelaria

    Confeitaria

    Sorveteria

    Cada uma delas uma especialidade, e o domnio de qualquer destas facetas

    equivale a uma categoria homloga do chefe de cozinha, com a diferena que,

    a produo est orientada para as necessidades do restaurante. No aspecto

    alimentar, esta produo dirigida pelo chefe de cozinha.

    O termo pastelaria englobador de um conjunto de especialidades. As categorias

    so as seguintes:

    Chefe de pastelaria

    Oficial pasteleiro de 1, 2 ou 3

    Ajudante de pasteleiro

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    Como se pode apreciar, a figura de oficial substitui a de chefe de partida e

    cozinheiro.

    1.1.5. Ajudante de Cozinha

    Como o nome indica, a misso do ajudante consiste em prestar ajuda na partida

    designada, uma vez que os seus conhecimentos so limitados:

    Desempenha as funes que, pela sua simplicidade ou rotina, no ofeream

    qualquer perigo.

    Est obrigado a empenhar, todo os seu esforo e interesse, em assimilar

    as explicaes que vm dos seus superiores.

    Prepara a mise-en-place, seguindo ordens dos seus superiores.

    Mantm limpa a zona de partida, bem como os utenslios de trabalho.

    Retira os gneros do economato, mediante os pedidos, e guarda os que

    no forem utilizados nos locais adequados. Prepara os acessrios de cozinha, como os panos, as pegas, etc.

    Em alguns pases europeus, o tempo mnimo que um ajudante deve prestar

    antes de passar categoria seguinte, de trs anos.

    1.2. Capacidades Profissionais e Evoluo Profissional

    Este item deve ser analisado em dois aspectos fundamentais: por um lado,

    o que deriva dos centros e escolas profissionais, e por outro, quando a prpria

    empresa contrata algum em fase de aprendizagem.

    Neste segundo caso, a evoluo no conhecimento assimilado aliado habilidade da prtica, serviro de escada para aceder a cargos superiores.

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    Ambos os processos podem ser compatveis, e existem mesmo planos

    formativo-complementares, que se denominam de Prticas em Empresas.

    Contudo, esta opo s vlida em empresas privadas, ou onde teve incio a

    formao. Torna-se relativamente fcil deduzir, que faltam ainda alguns acordos

    e programas para regulamentar uma formao evolutiva.

    O critrio de evoluo profissional suscita pontos diversos. Se por um lado

    entendermos que assimilar conhecimentos gerais ganhar as bases para mais

    tarde fazer uma especializao, por outro lado, podemos continuar a avanar em

    todos os campos afins.

    Dito isto, pensamos no ajudante de cozinha que j superou as fases de

    aprendizagem. O ajudante, apesar de adquirir uma responsabilidade laboral, o

    seu conhecimento limitado. O passo seguinte realizar trabalhos em qualquer

    das partidas que lhe atribuam, sempre sob o comando do seu superior imediato.

    Ter todo o tipo de informaes que necessite sobre o trabalho que est a fazer,

    e dever tomar muita ateno, pois o seu trabalho ser avaliado com uma nota.

    O ajudante poder substituir ocasionalmente o seu superior imediato, caso

    este ltimo o considere apto para isso, e o chefe de cozinha o autorize. O

    ajudante pode tambm pedir ao chefe de cozinha que o coloque numa partida

    especializada, afim de se familiarizar e aprofundar os seus conhecimentos sobre

    ela, sem prejuzo para o trabalho que est a efectuar.

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    1.3. c) CozinhaFria

    1.3. b) Entradas eAcepipes

    1.3. a Saucier

    Chefe decozinha

    1.3. Esquema funcional de uma cozinha de tipo mdio

    1.3. d) Pastelaria

    2 A udantes

    1 Cozinheiro

    2 A udantes

    1 Chefe de artida

    1 Chefe de artida

    2 Cozinheiros

    1 Chefe de artida

    2 Cozinheiros

    3 A udantes

    1 Mestre de astelaria

    3 Oficiais

    1 A udante

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    Desmanche, limpeza e fraccionamento de todas as carnes.

    Limpeza de aves inteiras e das que sejam para fraccionar.

    Limpeza e fraccionamento de todas as classes de peixes e mariscos.

    Elaborao de todos os pratos frios: saladas, fiambres, entradas frias, cremes,

    consomes, molhos, etc.

    Preparar o carro de entradas frias e todos os pratos frios de buffet.

    Adicionamos outras elaboraes prprias da cozinha fria, que como no se

    realizam em todos os estabelecimentos, se entendem como opcionais:

    Elaborao dos fumados: fiambres, mortadelas, salames, salsichas,

    salsicho, etc.

    elaborao de pats.

    Realmente, as elaboraes da cozinha fria so manifestamente

    volumosas, e necessrio um conhecimento perfeito de todas as especialidades,

    e dos alimentos em geral, qualquer que seja a sua origem.

    1.3. d) Pastelaria

    A funo deste departamento evidente, e consiste na elaborao de

    sobremesas doces, bolos e padaria, assim como as confeces relacionadas

    com os doces: tartes, bolachas, pastas secas, cremes de pastelaria, gelataria,

    etc. o departamento responsvel pelo abastecimento da pastelaria e confeitaria

    para sobremesas, pequenos-almoos e lanches. Colabora tambm com a

    cozinha na preparao de massa de farinha (tartes e pastis).

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    Contudo, a pastelaria tambm confecciona algumas elaboraes cujo uso

    est centrado na cozinha: profiteroles de queijo, ou para guarnio de consomes,

    vol-au-vent, etc.

    1.4. Especialidades que complementam a brigada

    Dependendo do esquema de organizao de uma empresa, e do seu

    volume de produo, pode ou no originar a necessidade de especialidades.

    Assador

    A sua misso consiste em assar as carnes, seja em grelha de ferro, chapa, brasa

    ou forno de qualquer modalidade.

    Poissonnier

    Deve entender-se como o cozinheiro que elabora todo o tipo de peixes e

    mariscos.

    Guarnio

    Como o nome indica, este profissional encarrega-se de todas as guarnies que

    acompanham os pratos das partidas. Muitos restaurantes dispem de uma carta

    com uma variedade de guarnies escolha.

    Potagier

    Tem como misso principal a elaborao de todas as sopas, cremes e

    consoms, que se considerem como prato principal.

    Buffetier

    uma figura muito importante nos restaurantes que tm implementado o sistema

    de servio de buffet. Este servio requer uma dedicao e esmero enormes na

    apresentao de pratos. Da que, no de estranhar que este profissional tenha

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    as qualidades de um experiente cozinheiro, para alm de dominar a arte da

    decorao.

    Doceiro

    a pessoa responsvel pela elaborao dos doces.

    Torreiro

    Especialista na arte de fazer: doce de nozes, amndoas ou pinhes misturados

    com mel.

    Chocolateiro ou Bomboneiro

    Este ofcio iniciou-se quando se comeou a torrar as sementes de cacau e sua

    posterior utilizao na elaborao de bebidas quentes, por meio da dissoluo de

    cacau em gua a ferver.

    Mais tarde, deram-se formas diversas e acrescentaram-se complementos como:

    o leite, manteiga, calda de acar, etc.

    ConfeiteiroTrata-se da arte de conservar frutos e outras coisas com acar. Como nem

    todos os produtos podem ser conservados da mesma forma, imprescindvel ter

    grandes doses de paciente investigao, para conseguir resultados satisfatrios.

    Padeiro

    A misso principal a fabricao de po: com frutos secos, sementes

    aromticas, especiarias, essncias, aucares, etc.Contudo, esta uma arte expansiva, e os especialistas aprofundam

    constantemente o conhecimento e novas elaboraes, como por exemplo: a

    massa fermentada com diversos sabores e formas, conseguindo assim uma

    maior suavidade e delicadeza na textura e paladar.

    Gelataria

    Esta uma especialidade de nascimento recente. Consumir alimentos frescos,principalmente em pocas estivais, de facto muito apetitoso. Contudo, isto s

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    era possvel armazenando a neve que caa no Inverno para aproveitar no

    Vero.

    At que se descobriu o mtodo artificial de produo de frio, e desta forma

    nascem os gelados. Hoje em dia, este produto no produzido nos restaurantes,

    devido baixa rentabilidade, salvo em casos que a demanda seja notoriamente

    alta.

    1.5. Partidas Auxiliares

    Partida de Substituio de Turnos

    Substituem as partidas quando estas tm dias de folga.

    Partida de Servio

    Trata-se da partida que se mantm a funcionar quando o servio central est

    encerrado. Os clientes podem desta forma solicitar certos pratos de cafetaria ou

    restaurante.

    Partida Familiar

    a que elabora as ementas para o pessoal de servio no estabelecimento.

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    Mdulo 2

    2. Diviso da Cozinha e Equipamentos

    Actualmente, e fruto do avanado desenvolvimento em termos de

    equipamentos, a cozinha transformou-se numa das divises mais complexas de

    qualquer estabelecimento, seja este de hotelaria, restaurao ou pastelaria.

    A experincia demonstra que, se quisermos distinguir as diversas funes

    que se desenrolam numa cozinha, devemos definir e standardizar todos os

    elementos, com o fim de proporcionar, no s, uma maior e melhor informao

    sobre as funes que desempenhem e como o espao aproveitado, bem como

    permitir programar, desenvolver e analisar o contedo de cada posto de trabalho,

    e o mbito de controlo sobre os mesmos.

    2.1. Zonas da Cozinha

    2.1.1. Zona de Recepo de Mercadorias

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    Obrigatoriamente, a cozinha deve possuir uma zona para recepcionar

    mercadorias, que se destina ao reaprovisionamento do estabelecimento. Deve

    estar situada junto da porta de servio para facilitar a operao.

    nesta zona que os artigos so pesados, medidos ou contados, antes de

    serem enviados para os locais de armazenamento ou consumo.

    O equipamento constitudo por:

    Balanas de diversos tamanhos e sistemas permanentemente aferidas.

    Carros de transporte para asa mercadorias.

    Tabuleiros de vrios tamanhos para o mesmo efeito.

    2.1.2. O Armazm de Alimentos ou Economato

    Este local assim designado porque aqui que se armazenam as

    mercadorias e todos os artigos necessrios para a preparao de refeies e

    bebidas do estabelecimento.

    Deve estar localizado junto da recepo de mercadorias e perto dacozinha, de modo a permitir uma rpida e fcil deslocao destas mercadorias. O

    local deve ter um bom sistema de ventilao, de duas renovaes por hora ou

    uma temperatura ambiente climatizado nos 15C. Este ar de renovao deve

    entrar filtrado e humedecido. A iluminao artificial para no expor as matrias-

    primas luz solar, e no dever ultrapassar os 200 lux.

    Esta zona pode subdividir-se em recepo, despensa e cave, onde os

    artigos devem ser arrumados de uma forma racional para permitir o acesso

    rpido.

    2.1.3. As Cmaras Frigorficas

    As instalaes frigorficas so imprescindveis no funcionamento de

    qualquer estabelecimento, no s para a conservao dos alimentos, mas

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    tambm para garantir um correcto aprovisionamento de mercadorias em pocas

    de carncia de produtos.

    Devero ser quadradas ou rectangulares, para evitar perdas de espao, e

    exagerado consumo de energia. A altura interior ser de 2.300mm, e as suas

    estantes estaro dispostas para aproveitar ao mximo o espao.

    As portas fecham-se com dispositivos hermticos, por dentro ou por fora.

    A conservao dos alimentos nas cmaras frigorficas deve ser muito

    cuidadosa, mediante as diferentes cmaras frigorficas.

    tambm muito importante a manuteno e limpeza das instalaes e

    equipamentos frigorficos, para assegurar as condies de higiene. Todos os

    acessrios interiores so desmontveis, e a sua limpeza dever ser feita uma vez

    por semana e segundo estreitas normas de higiene e segurana.

    As cmaras frias ou frigorficas, encontram-se subdivididas por

    departamentos para carnes, aves, pescados, produtos lcteos, legumes e frutas,

    com o propsito de evitar a contaminao por absoro de odores. Estas

    superfcies repartem-se da seguinte forma:

    Antecmara 21% Cmara de carnes 22%

    Cmara de Pescados 9%

    Verduras 31%

    Carnes congeladas 8,5 %

    Pescados congelados 8,5%

    A sua iluminao deve estar devidamente isolada e protegida contra a humidade,e o nvel de iluminao no deve ultrapassar os300 lux.

    2.2. A Cozinha

    O local onde se situa a cozinha deve dar acesso aos veculos industriais, eao transporte de cargas. A cozinha deve estar situada no mesmo piso do

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    restaurante, para que as distncias sejam as menores possveis na hora da

    distribuio de pratos, e a superfcie da mesma dever abarcar todos os espaos

    requeridos por cada um dos diferentes processos de trabalho, realizados na

    mesma.

    Deve contar com percursos diferentes: um para os carros com sada de

    alimentos, e outro para os carros com os restos desses alimentos. Estes

    percursos, no devem ter qualquer tipo de ligao com dependncias que

    possam originar sujidade.

    Na sua construo ou reparao, s devem ser empregues materiais

    idneos, que no possam produzir intoxicao ou contaminao.

    Sistema de Segurana

    A cozinha, devido s situaes de perigo que lhe so inerentes dever estar

    devidamente regulamentada, para que esse perigo seja minimizado ao mximo.

    Tanto as instalaes como os equipamentos devem obedecer a indispensveis

    regras de segurana. A utilizao desta, no deve servir quaisquer outros

    propsitos (habitao, arrumao, etc.), que no o de preparar alimentos.

    AlturaDeve ser igual ou superior a 2,50 m em locais novos, e igual a 2,20 m em locais

    antigos, desde que as condies de ventilao sejam suficientes.

    Temperatura

    Ser compatvel com a conservao dos alimentos e produtos. Uma cozinha fria

    mantm-se entre os 12C e os 15C.

    Portas

    Devem ser em material de PVC, pois so mais fceis de limpar, e mais

    resistentes ao choque.

    Paredes, Solos e Tectos

    Devem ser em tons claro, de fcil limpeza e resistentes. As paredes devem ter

    proteces, para evitar os golpes dos carros. Convm serem anti-inflamveis,

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    lisas e resistentes ao choque ou a agresses qumicas por parte de detergentes e

    desinfectantes.

    O solo deve ser anti-derrapante, impermevel, anti-poroso, bastante resistente ao

    choque mecnico e trmico, e de fcil limpeza.

    Os tectos tm que ser construdos de forma que no acumulem gorduras ou

    vapores, e de fcil limpeza.

    Ventilao

    A cozinha deve ser um local arejado, e bem ventilado, e ter montados sistemas

    de extraco com processos de filtragem para captar e eliminar rapidamente

    odores, fumos e vapores, em funo de:

    Volume total da cozinha

    Aparelhos instalados

    As condutas de ventilao e chamins, devem ser completamente calculadas

    para assegurar uma tiragem suficiente, e a sua limpeza efectuada

    peridicamente. Tm que ser instaladas a uma altura entre 0,90 e 1,20m da parte

    superior da cozinha.

    Iluminao

    As instalaes devem ser projectadas e montadas em consonncia com as

    prescries legais e regulamentares em vigor. A iluminao deve ser

    independente dos circuitos de sada do estabelecimento, para os casos de

    emergncia em que haja falta de corrente, ou quando deva ser cortada.

    O nvel e tipo de iluminao (directa, indirecta ou mista) muito importante,especialmente em reas destinadas ao manuseamento de alimentos. A medida

    recomendvel de 500 lux.

    Gs

    A canalizao de gs deve ser instalada e mantida de acordo com as regras de

    segurana aplicveis a este tipo de instalao. Para prevenir riscos ocasionados

    por fugas de gs, colocam-se detectores, situados a 15cm do cho e aos

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    contadores, que actuaro sobre um elemento de corte automtico, que s voltar

    a abrir quando os vestgios de gs tenham desaparecido completamente.

    Instalaes Sanitrias

    Lavabos, vestirios e W.C. no devem ter comunicao para as salas de

    trabalho. Devem conservar-se sempre impecvelmente limpas e munidas dos

    materiais necessrios (papel, liquido anti-grmico e outros materiais de higiene).

    A cozinha deve ser provida, em toda a sua rea, de unidades de

    limpeza de mos (desinfectantes e antibacterianos).

    2.3. Instalaes

    Qualquer actividade numa cozinha requer instalaes bsicas, que

    garantam segurana e higiene, e a possibilidade de organizar as tarefas evitando

    que, a determinado momento, estas sejam influenciadas negativamente,

    causando o logro profissional.

    Em seguida, exporemos a continuao deste assunto no que respeita a:

    instalaes elctricas, de agua, solos, e instalaes para preveno de

    acidentes.

    2.3.1. Instalaes Elctricas

    Qualquer cozinha de restaurao deve possuir condutores e quadros que

    assegurem completamente a segurana de quem l trabalha. A distribuio por

    sectores, em funo dos diferentes equipamentos, bem como os isolamentos e

    fios-terra, torna-se fundamental para a segurana.

    Na distribuio das luzes, necessrio ter em conta as reas de

    preparao e elaborao de alimentos, que devem ser bem iluminadas. Deve-se

    tambm ter algum cuidado em relao s zonas foscas, de contraste ou sombras.

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    2.3.2. Instalaes de gua

    A necessidade e obrigatoriedade deste elemento para o desenvolvimento

    da actividade culinria, motivo de especial ateno, no s do ponto de vista

    higinico, mas tambm para a conservao das novas instalaes (fornos a

    vapor, etc.), que necessitam de gua descalcificada para o seu bom

    funcionamento e conservao.

    As instalaes devem proporcionar gua em abundncia e com presso

    suficiente, fazendo uso, se necessrio, de bombas de alimentao. Normalmente,

    estas instalaes so areas para facilitar o controlo, bem como a instalao de

    um contador.

    2.3.3. Instalaes de Solos

    As instalaes de solos, paredes e tectos de uma cozinha, tm

    caractersticas comuns:

    Material antiporoso para evitar a acumulao de gordura e sujidade. Resistente ao desgaste abrasivo dos detergentes.

    Proteco acstica, uma vez que a cozinha provoca contnuos

    rudos.

    Devem ser incombustveis e resistentes temperatura.

    Antideslizantes, para evitar acidentes fortuitos.

    2.3.4. Instalaes de Preveno de Acidentes

    Apesar de todas as prevenes serem poucas numa cozinha, existem

    algumas que se destacam:

    Luzes de emergncia.

    Sinalizao luminosa, e facilmente visvel de sada de emergncia.

    Dispositivo de alarme sonoro.

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    Instalao de extintores.

    Manual de emergncia, totalmente ajustado s instalaes, com um

    plano de utilizao dos meios tcnicos, para reduzir ao mximo as

    consequncias humanas e econmicas.

    2.4. As reas de Trabalho

    2.4.1. Zona de Preparao de Legumes

    Trata-se de uma rea destinada recolha e preparao de legumes

    utilizados no servio de refeies, e junto a esta deve encontrar-se uma cmara

    frigorfica para conservao daquela mercadoria.

    equipada da seguinte forma: maquinas descascadoras e cortadoras,

    tanques para lavagem dos legumes, mesas de trabalho e tabuleiros diversos.

    2.4.2. Zona de Preparao de Carnes e Peixes (Garde-Manger)

    Para alm das carnes e peixes, esta zona serve tambm para preparar os

    pratos frios, como os acepipes (hors doeuvre), carnes frias, sandes, etc.

    O equipamento desta zona compreende diferentes tipos de blocos de

    plsticos para o corte de alimentos, mesas de trabalho, tanques de lavagem de

    alimentos e material, trituradoras de carne, serras elctricas, grande variedade de

    facas, etc.

    2.4.3. Zona de Preparao de Saladas

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    Esta rea apenas existe em estabelecimentos de grandes dimenses,

    caso contrrio, includa na zona de preparao de legumes ou no Garde-

    Manger.

    O equipamento necessrio ao seu funcionamento inclui: instalaes

    frigorificas, tanques de lavagem, mesas de trabalho, maquinas cortadoras de

    legumes, maquinas de sumos, maquinas de gelo, entre outras.

    2.4.4. Zona de Preparao de Molhos (Saucier)

    Zona onde se preparam todos os fundos e molhos de cozinha.

    2.4.5. Zona de Preparao de Pastelaria e Gelados

    Esta rea deve estar situada dentro do circuito mais prximo de acesso ao

    restaurante, e deve reunir boas condies de ventilao, iluminao e condies

    de trabalho, assim como todas as restantes reas da cozinha.

    Esta zona deve-se fazer equipar de: fornos, batedeiras, misturadoras,

    cmaras frigorficas de diversas dimenses, laminador de massa, balanas,

    mesas de trabalho, tabuleiros, medidas de formas de diferentes tamanhos e

    feitios, mquinas de fabricar gelados, uma pequena cmara de congelao,

    balces conservadores de gelados, forno de preparao de frutas, filtros,

    tanques, entre outros.

    2.4.6. Cozinha Quente (Grand-Cuisine)

    Fizemos j atrs uma pequena apresentao desta rea, mas, vamos

    agora conhece-la mais profundamente.

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    Trata-se da zona mais importante de todas asa instalaes da cozinha,

    onde se procede ao cozimento dos alimentos, como as carnes, os peixes, os

    legumes, etc. Compreende as seguintes seces:

    Seco de Assados

    Equipada com foges e fornos.

    Seco de Grelhados

    Inclui grelhadores de chapa lisa e chapa canelada.

    Seco de Fritos

    Onde se preparam todos os alimentos fritos em Azeite, leo ou gordura. O seu

    equipamento compreende fritadeiras, frigideiras, foges, etc.

    Seco de Sopas

    Inclui marmitas, foges e banho-maria.

    Seco de Molhos

    Local onde se preparam todos os fundos e molhos de cozinha.

    Seco de Legumes

    Local para a cozedura de legumes, que necessita de espao para a utilizao de

    grandes panelas de presso, marmitas de vapor, foges, estufas e outro

    equipamento complementar.

    2.5. Equipamentos

    A importncia do equipamento de cozinha, para alm da questo de

    custos, centra-se na possibilidade de realizar um trabalho produtivo, em

    quantidade e qualidade suficiente, em determinado momento, e na influncia que

    pode exercer no desenvolvimento profissional e empresarial de um

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    Compenditur Dep. Recursos Didcticos 27

    estabelecimento. O mobilirio e material e uma cozinha classificam-se da

    seguinte forma:

    Geradores de Calor

    Geradores de Frio

    Mobilirio Auxiliar

    Instalaes

    Bateria de Cozinha

    2.5.1. Geradores de Calor

    Tratam-se das instalaes que permitem a transformao de alimentos

    crus em cozinhados, mediante a produo de calor.

    Nas ltimas dcadas, este tipo de mquinas tem sofrido grandes

    evolues, de modo a facilitar e economizar meios na elaborao culinria. A

    tecnologia avanada que se verifica nos nossos dias, impulsionou os

    profissionais desta rea, para a aprendizagem de novas tcnicas de preparao

    dos mesmos pratos, e proporcionou as condies necessrias para a elaborao

    de novos.

    Existem vrias formas de preparar os alimentos atravs da gerao de

    calor:

    1) Foges

    2) Fornos3) Salamandras

    4) Fritadeiras

    5) Assadeiras

    6) Microondas

    7) Banho-maria

    2.5.1. 1) Os Foges

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    o elemento central da cozinha quente, e encontra-se colocado no centro

    da mesma, devendo estar orientado para o melhor ngulo de luz.

    Funciona base de gs ou electricidade. A parte superior oferece uma

    grande superfcie de aquecimento, que permite varias frentes de laborao. As

    placas de aquecimento devem ser em ao inoxidvel, com vrias bocas de fogo,

    queimadores regulveis e grelhas desmontveis.

    Os foges so geradores de calor que permitem mltiplas tcnicas de

    preparao de alimentos. Segundo a sua distribuio e acoplamento podem ser:

    Mural:Desenhado para encostar parede, e tem normalmente um forno incorporado

    na parte inferior.

    Central: Em forma rectangular ou quadrada, com fornos incorporados de forma

    individual, e comandos so independentes. Este tipo de fogo necessita de instalaes

    de tubos de conduo areos ou subterrneos.

    Integral: formado por um nico corpo que compreende todos os outros (placas,

    banho-maria, panela de presso, etc.). Est praticamente em desuso, e quase no se

    fabrica.

    Elementos ou Mdulos:Trata-se de um fogo com dois elementos de bocas de

    fogo, e com fornos incorporados. Tambm pode ter o banho-maria e panela de presso.

    A grande vantagem, poder-se ampliar facilmente, segundo a necessidade dos

    estabelecimentos.

    Transportvel: um pequeno fogo com autonomia de combustvel. O mais

    comum utiliza o gs butano como gerador de calor.

    2.5.1. 1) 1. Acessrios dos Foges

    Podemos distinguir os seguintes acessrios, independentemente do tipo

    de fogo utilizado:

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    Extractor: uma estrutura metlica, colocada sobre o fogo (sendo este mural ou

    central), a certa altura, para no dificultar o trabalho do mesmo, e que servem para

    absorver os vapores e gases que se produzem durante a elaborao dos alimentos.

    Para que o seu funcionamento seja eficaz, deve ter forma e dimenses similares

    (ligeiramente superiores) s do fogo.

    Normalmente, so construdos em ao inoxidvel, alumnio, ou chapa galvanizada, e

    consta das seguintes partes:

    A estrutura do extractor propriamente dita.

    Filtros metlicos ou de carvo granulado ou galvanizado.

    Chamin ou orifcio de sada.

    Grelha: est colocada dentro ou em cima do fogo, e serve para ajudar a pegar ou

    transportar os alimentos quentes.

    Outros:H uma srie de acessrios presentes em alguns foges, como por exemplo:

    as hastes para pendurar vrios utenslios de cozinha (cortadores de batatas, coadores,

    etc.).

    2.5.1. 2) Os Fornos

    Os fornos podem ser incorporados no prprio fogo (parte superior ou

    inferior), ou constituir unidades autnomas, com queimadores e termstatos

    independentes.

    So geradores de calor que permitem diversas elaboraes com ptimos

    resultados, e classificam-se em:

    Convencional: Geralmente funciona a gs ou electricidade. Os alimentos so

    depositados dentro deste para serem cozinhados ou assados.

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    que a fritadeira demora a arrefecer. Por este motivo o liquido de fritura deve ser

    transvazado. Existem vrios tipos de fritadeiras:

    Fritadeira Descontinua

    a mais utilizada em hotelaria, restaurao e catering.

    Domstica: trata-se da mais simples das fritadeiras. Consta apenas de uma

    resistncia elctrica e um recipiente com capacidade entre os 3 e os 5l, para a fritura.

    Com Cmara de gua: muito parecida com a domstica, mas por baixo do nvel

    de azeite tem uma cmara de gua. As partculas de resduos tendem a depositar-se no

    fundo, e podem retirar-se eficazmente atravs da vlvula de sada de gua. O nico

    seno, o facto de o azeite aquecer demasiado, mas, este efeito compensado pela

    eliminao total de partculas. Tem uma capacidade entre os 5 e os 25l.

    Giratria: o princpio o mesmo que na domstica. Apenas, o cesto de fritura

    redondo e est colocado no plano horizontal, e ao girar, o alimento tem perodos de

    fritura alternados, dentro e fora do liquido de fritura. Utiliza-se para elaborar alimentos

    com dourados especiais.

    Em espiral: A resistncia forma uma espiral em redor de do cesto de fritura, o que

    faz com que o calor seja repartido uniformemente, e menos agressivo.

    Fritadeira Continua

    mais utilizada em servios industriais de snacks, pr-cozinhados, etc.

    Aquecimento directo por calor: seja interno ou externo, bastante agressivo

    para o liquido de fritura.

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    Aquecimento indirecto: no to agressivo devido grande superfcie de

    resistncia, mas perde potencia pelo mesmo motivo.

    Aquecimento por meio de um fluido trmico: o mais suave para o liquido de

    fritura, uma vez que o choque trmico suportado pelo fluido intermdio, que

    posteriormente o transmite ao lquido de fritura atravs de um intercambiador.

    necessrio ter em conta que, em momento algum estes dois lquidos se devem juntar.

    2.5.1. 5) Assadeira

    normalmente utilizada para assar carnes, especialmente frango e

    similares. Pode funcionar atravs de carvo, gs ou electricidade, e um acessrio

    importante so os espetos giratrios.

    2.5.1. 6) Microondas

    Utiliza as ondas electromagnticas, produzidas por um ou vrios geradores

    (magnetrones), que transformam a energia elctrica em energia de alta-

    frequncia, para cozinhar os alimentos. Estas ondas penetram os alimentos at 2

    ou 3cm, e o resto por transmisso.

    Os materiais neutros electricamente so trespassados por estas ondas,

    sem que se produza calor sobre eles. Este aparelho apresenta-se no mercado

    com uma capacidade em litros e potncia em vtios. Alguns incorporam grills de

    resistncias blindadas. Os mais modernos esto equipados com comandos

    digitais programados e sonda de temperatura no interior dos alimentos.

    Caractersticas:

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    elctrico.

    Alguns tm grill.

    Tem uma porta frontal pela qual se introduz o alimento sobre um prato giratrio.

    tem um temporizador (relgio de tempo).

    Tem um selector, dependendo se queremos cozinhar, descongelar ou aquecer.

    2.5.1. 7) Banho- Maria

    Trata-se de um gerador de calor para aquecer, arrefecer, manter quente,

    dourar ou cozer alimentos. O recipiente contm gua a ferver, que se regula com

    o termstato, onde se introduzem os alimentos. A gua deve estar sempre em

    movimento durante o seu funcionamento, para assegurar uma temperaturaidntica em todo o recipiente. Funciona com gs canalizado, propano ou

    electricidade.

    Vantagens:

    Evita a perda de lquidos e a desidratao e ressequimento dos alimentos.

    Respeita ao mximo a estrutura natural dos alimentos (protenas, colgenos, etc.).

    Potencia e fixa os aromas e sabes dos alimentos e seus condimentos.

    Asseguram-se resultados mais precisos.

    Elaborando uma tabela produto/tempo/temperatura, podem assegurar-se cozinhados

    exactos, em todas as aplicaes.

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    2.5.2. Combustvel

    Os geradores de calor funcionam graas aco de diferentes

    combustveis:

    Elctrico:Transmite o calor atravs de resistncias elctricas directamente para as

    placas. O seu controlo e manejamento so fceis, e possui regulador termosttico, o que

    assegura o xito na elaborao de quaisquer produtos. Requer o total isolamento da

    humidade, e aconselhvel desligar-se da rede elctrica sempre que no est em

    funcionamento.

    Gs Propano: um produto extrado do petrleo, mais pesado do que o ar, txico

    no seu estado natural (sem arder), e com certas dificuldades em incendiar. Para prevenir

    acidentes, empregam-se geralmente campos magnticos por meio de vlvulas de

    segurana.

    Gs Butano: Mais fcil de utilizar e de rpida combusto. O inconveniente ,

    congelar a 0C.

    Gs Canalizado: Este combustvel extrado do carvo mineral, bastante txico e

    de odor desagradvel. tambm menos explosivo e pesado do que o propano, mas os

    cuidados a ter so os mesmos.

    Gasleo: Liquido extrado do petrleo, que gasifica por meio de um motor de

    compresso. Necessita de um regulador preciso, na sada de combustvel e ar.

    Lenha e Carvo:Apesar do problema de armazenamento e sujidade, a lenha um

    combustvel insubstituvel para a elaborao de certos assados, em que se pretenda

    conservar o melhor bouffe gastronmico.

    J o carvo, no tem a mesma sorte, sendo relegado para segundo plano, ou mesmo

    esquecido, devido a razoes como a sujidade, os resduos ou armazenamento.

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    Compenditur Dep. Recursos Didcticos 35

    2.5.3. Equipamento Complementar

    Independentemente do tipo de combustvel que se utilize, para contar com umaboa higiene e desenvolvimento profissional, uma cozinha necessita de:

    Extractor:Absorve e expulsa os gases, renovando incessantemente o ar viciado que

    se gera.

    Desumidificador:Faz baixar as altas temperaturas que se produzem dentro de uma

    cozinha.

    2.5.4. Geradores de Frio

    So as instalaes criadas para a conservao dos alimentos, que

    necessitam de baixas temperaturas para se manterem em boas condies,

    mediante a gerao de frio (gelo).

    Este frio gerado atravs de um lquido armazenado num depsito, que

    ao ser comprimido e aquecido se gasifica. O motor que comprime o gs deve

    estar em local arejado e fresco. automtico e funciona segundo a temperatura

    programada no termstato das cmaras.

    Independentemente da estrutura do gerador de frio, todos requerem

    material isolante (cortia, fibra, etc.) e portas com juntas isolantes e fechos

    perfeitos. Existem trs tipos: A) Cmaras Frigorificas; B) Armrios

    Frigorficos; C) Abatedores de Temperatura; D) Mesas Refrigeradoras; E)

    Outros Equipamentos Frigorficos.

    A) Cmara Frigorifica

    Pode ser fixa ou no, e composta por:

    Antecmara: uma cmara sem frio prprio, ideal para conservao de frutas,verduras, conservas, etc.

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    Cmara de Refrigerao: situada depois da antecmara, composta por vrios

    mdulos. Utiliza-se para conservar os gneros entre os 0 e 4C. Deve ter luz, estantes

    em material neutro e ser fcil de limpar.

    Cmara de Congelao: similar anterior, variando apenas a espessura dos

    isolamentos e o equipamento de refrigerao. Os alimentos so conservados a

    temperaturas entre os -18 e os -40C.

    B) Armrio Frigorfico

    um armrio destinado conservao de alimentos a curto prazo, de uso

    imediato ou constante. Existe em grande variedade de modelos e tamanhos. Tem

    portas independentes, o exterior em ao inoxidvel, e o interior em alumnio ou

    plstico especial, isolado com poliuretano. A sua capacidade medida em litros.

    C) Abatedor de Temperatura

    Trata-se de um armrio frigorfico que permite a descida rpida de

    temperatura dos alimentos, imediatamente aps terem sido cozinhados,

    assegurando assim a sua qualidade higinico-sanitaria. Este equipamento

    permite um rebaixamento da temperatura de 65C para 3 a 5C, em menos de

    duas horas. feito de ao inoxidvel, tanto no interior como no exterior, e o

    controlo feito atravs de sondas termomtricas.

    D) Mesa Refrigeradora

    uma mesa de trabalho em ao inoxidvel, e na sua parte inferior tem

    instalado um sistema frigorfico.

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    E) Outros Equipamentos Frigorficos

    Existem outros tipos de equipamentos de refrigerao em cozinha que so

    menos utilizados, mas no menos importantes. Ajustam-se s necessidades que

    cada cozinha requer e so:

    Fabricador de Gelo em Escamas: utilizado para conservar todo o tipo de

    pescados e mariscos.

    Arca Congeladora

    Geladeiras ou Sorveteiras:Utilizam-se para fazer os gelados.

    2.5.5. Mobilirio Auxiliar

    Abrange os geradores de calor e frio, de fcil juno e instalao, e de uso

    comum em restaurao. Compreende tambm o microondas, a fritadeira, a

    salamandra, gralha assadora, mostradores de conservao, mveis de

    congelao e conservao, e frigorficos.

    Microondas

    Transforma a corrente elctrica em ondas electromagnticas de alta-frequncia.

    normalmente utilizado para aquecer pratos cozinhados, mas serve tambm

    para descongelar alimentos e cozinha-los. Como particularidade especfica,

    mencionamos o seu limitado espao interior, e a impossibilidade de utilizar

    recipientes metlicos.

    Fritadeira

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    Compenditur Dep. Recursos Didcticos38

    um gerador de calor, que aplica exclusivamente a gordura como mtodo de

    cozinhar. A sua instalao autnoma, e trata-se de um equipamento de fcil

    utilizao. A gordura utilizada para cozinhar depende do tipo de alimento

    (panados, batatas, congelados), mas no se deve misturar

    Salamandra

    Tambm conhecida por gratinadora, a sua funo consiste em dourar as

    superfcies de certos alimentos ou preparaes culinrias de rpida elaborao.

    Funciona base de electricidade, com uma resistncia serpenteante colocada na

    parte superior interna do aparelho.

    Grelha Assadora

    Emprega-se normalmente para assar aves, carnes e peixes. Conhecem-se vrios

    modelos, mas basicamente composta por uma grelha metlica onde se

    colocam os alimentos, e por baixo desta ficam o carvo e as brasas.

    Algumas podem incorporar espetos giratrios, que se dispem a diferentes

    alturas, conforme os alimentos a cozinhar.

    Existem grelhas que funcionam a gs (butano ou propano), e soespecificamente desenhadas para serem transportadas.

    Armrio de Conservao

    Especialmente desenhado para grandes eventos e servios afastados da

    cozinha, feito de material leve e possui mltiplos suportes laterais para a

    colocao de grelhas. Emprega-se na conservao e regenerao de pratos frios

    e quentes.Funciona com resistncias blindadas situadas na sua parte inferior, ou

    atravs de circulao de ar, forada por um ventilador e dispe de um

    temporizador automtico.

    Mvel Congelador-Conservador

    Trata-se de um equipamento com diferentes tamanhos e com isolamento trmico

    de fibra, e tem duas funes principais: manter em bom estado os alimentos deuso imediato (empadinhas, croquetes, etc.), e conservar congelados (gelados,

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    Compenditur Dep. Recursos Didcticos 39

    tartes, etc.) os alimentos que so confeccionados pelo prprio estabelecimento. A

    sua disposio depende da utilizao que lhe dada.

    Refrigerador

    um equipamento direccionado para a planificao e desenvolvimento das

    cozinhas, com mltiplas aplicaes nas tradicionais, no que respeita ao

    tratamento de refrigerao rpida de elaboraes de fcil fermentao.

    Designado normalmente por refrigerao de choque, minimiza as temperaturas

    nas zonas consideradas de perigo (-10 a -50C), evitando o crescimento

    bacteriano e assegurando uma melhor qualidade e conservao dos produtos.

    2.5. Bateria de Cozinha

    Refere-se a todo o utenslio mvel de cozinha, que serve para preparar,

    cozinhar ou conservar alimentos. A bateria de cozinha compreende trs grupos

    atendendo sua utilizao:

    Materiais ou utenslios para cozinha, como panelas, tachos, frigideiras.

    Materiais ou utenslios de preparao e conservao, como travessas,

    recipientes de arrumao.

    Pequenos materiais ou acessrios, como espumadeiras, chins, etc.

    Cada utenslio de cozinha tem uma misso especfica, e deve ser usado apenas

    dessa forma para prevenir a sua deteriorao.

    2.6.1. Componentes da Bateria de Cozinha

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    Manual de Cozinha

    Compenditur Dep. Recursos Didcticos40

    Panela

    A panela um utenslio de grande dimenso utilizada para confeccionar sopas,

    guisados em grande quantidade, fundos e cozidos. Normalmente so fabricadas

    em alumnio, cobre ou ao inoxidvel. A sua limpeza bastante fcil.

    Frigideira

    um utenslio para saltear pequenas quantidades de alimentos, fritar ou ferver

    lquidos. Emprega-se muito em pastelaria, em todo o tipo de receitas que

    contenham leite ou natas a ferver. A diferena entre as frigideiras, as serts e os

    russos est nos bordos.

    Tacho

    Pela sua forma redonda, ampla e baixa, usa-se especialmente para cozer

    produtos que no seja aconselhvel amontoar como: arroz, ovos, hortalia,

    escalfar, escaldar tomates, etc.

    Assadeira

    Serve para assar carnes, peixes ou outros alimentos, e pode ou no ter uma

    tampa.

    Terrina

    Recipiente para fazer molhos ou bater massas, como por exemplo, para biscoitos

    ou bolachas.

    Tabuleiro de Metal

    um recipiente para guardar hortalias ou para repousar massa panificadoras.

    Peixeira

    Bandeja funda com tampa que para alm de servir para elaborar de robalo e

    besugo, tambm se usa para cozer e escalfar pescados de caractersticas

    similares (redondos), no forno ou em banho-maria.

    Escorredor

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    As medidas mais habituais na cozinha so fabricadas em folha-de-

    flandres, ao inoxidvel ou plstico.

    2.6.3. Propriedades dos Materiais

    Com o fim de manter o mximo de higiene e conservao dos alimentos,

    importante conhecer todos estes utenslios, de forma a no permitir atransmisso de odores, cores ou sabores por contacto, ou atravs da preparao.

    Estes utenslios devem ser produzidos a partir de materiais que no

    apresentem perigo de intoxicao. Devem ser bons condutores de calor, sem

    riscos de se deformarem, resistentes ao choque, aos maus-tratos e utilizao

    sucessiva, bem como de fcil arrumao.

    O Cobre

    Trata-se de um material muito utilizado na cozinha tradicional, e adapta-se

    perfeitamente a todo o tipo de cozinhados. Tem uma boa resistncia e um

    excelente condutor de calor.

    A sua limpeza deve efectuar-se com um produto especial, e verificar-se

    periodicamente o estanho. um material para cozinhar e no para conservar.

    O Ao Inoxidvel

    O ao inoxidvel recomendvel para cozinhados em liquido (fritos).

    resistente, indeformvel, muito fcil de arrumar, e comporta-se muito bem nas

    lavagens automticas.

    Por no ser bom condutor de calor, coloca-se na sua base um fundo

    difusor, composto por lminas de cobre e alumnio.

    O Alumnio

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    Compenditur Dep. Recursos Didcticos44

    um material leve, barato, e bom condutor de calor, de fcil limpeza e

    arrumao. Devido sua fraca resistncia ao choque, no deve ser usado para

    bater coisas. Por ser um material altervel, no se utiliza para conservar

    alimentos, o que poderia fazer com que o contacto com certos nutrientes

    (gorduras ou cidos), pudessem causar a decomposio da cor e sabor dos

    mesmos.

    Ao Negro

    menos utilizado porque um material oxidvel, e por isso, utilizado apenas

    para a fabricao de frigideiras, formas ou latas. Depois de lavado

    imprescindvel secar muito bem, para evitar a oxidao.

    Ao Estanhado

    Utiliza-se para pequenos acessrios como espumadeiras ou cestos de arame.

    Ferro Fundido

    Pode ser esmaltado ou no. muito bom condutor de calor, mas tambm se

    torna muito dispendioso e frgil. A limpeza de alguns utenslios, como a frigideira,deve basear-se apenas em aquece-los com agua e sal, nunca esfrega-los.

    Plstico de Uso Alimentar

    Tem como misso conservar alimentos. Os materiais mais utilizados so o

    policarbonato, e em menor escala o polietileno.

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    Compenditur Dep. Recursos Didcticos 45

    Mdulo 3

    3. Conceito de Roda

    O termo advm de um tipo de servio efectuado em tempos recuados, que

    consistia em fazer subir ou descer, com a ajuda de uma roda ou roldana, um

    monta-pratos manual, usado para o transporte das refeies entre diferentes

    pisos. Ao profissional encarregado deste servio era dado o nome de "Roda".

    Actualmente, este o vocbulo por que conhecido vulgarmente o

    controle de sada dos alimentos da cozinha para a sala de jantar do restaurante.

    a zona que separa a cozinha do restaurante, onde os pratos so dispostos e

    decorados, e sofrem, se necessrias, todas as alteraes.

    Deve ser composta por uma zona fria e uma zona quente, pois por aqui

    que saem todas as iguarias, que tanto pode ser pratos quentes ou frios.

    Normalmente, a parte quente aproveitada como estufa para manter os

    alimentos a uma temperatura ideal para consumo, enquanto aguardam serem

    servidos ao cliente.

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    Compenditur Dep. Recursos Didcticos46

    3.1. Importncia da Roda como Meio de Controlo

    Este servio, apesar de discreto, representa um dos pontos mais

    importantes no desenrolar do servio de cozinha, devendo por isso, ser dirigido

    pelo chefe de cozinha ou pelo subchefe.

    Aqui, so feitos os pedidos cozinha (atravs de tickets ou

    comprovantes), que o chefe transmitir aos diferentes chefes de partida. daqui

    que saem os pratos correspondentes aos pedidos do restaurante.

    nesta troca (tickets/pratos), que dever incidir a maior ateno por parte

    do chefe de cozinha, pois poder control-la nos seguintes aspectos:

    Correco da entrega (quando o cliente pede alguma alterao ao prato

    inicialmente pedido).

    Composio do prato (os vrios alimentos que constituem cada um dos

    pratos do menu).

    Guarnies (os vrios alimentos que acompanham o prato principal).

    Quantidade (determinar a quantidade de cada um dos alimentos que

    constituem cada um dos pratos).

    Decorao (toda a parte ornamental dos alimentos, tal como vai ser

    apresentado ao cliente).

    tambm aqui, que se recebem os retornos e onde, mais uma vez, o

    chefe decide o aproveitamento a dar.

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    Compenditur Dep. Recursos Didcticos48

    Todos os legumes devem estar lavados e cortados.

    Todos os peixes devem estar limpos e arranjados.

    Toda a carne deve estar limpa e se possvel cortada.

    Todos os molhos base devem estar preparados.

    4.1.1. Mise-en-Place da Sala

    Consiste num conjunto de aces de preparao, tais como:

    Limpar e ventilar a sala.

    Verificar o sistema de iluminao e som.

    Verificar a limpeza dos sanitrios.

    Cuidar dos arranjos de flores da decorao do salo.

    Polir e separar o material de mesa.

    Revistar os mnages e abastecer se necessrio.

    Arrumar as mesas.

    4.1.2. Mise-en-Place de base

    a colocao dos utenslios que sero utilizados em cada tipo especfico de

    servio mesa.

    4.1.3. Mise-en-Place de Aparador

    Trata-se da colocao dos utenslios necessrios sobe o mvel aparador, para

    um rpida e eficaz reposio das mesas. Dependendo do tamanho do

    restaurante, aconselha-se a utilizao de aparadores de praa.

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    Compenditur Dep. Recursos Didcticos50

    Colocar o garfo pelo lado esquerdo.

    Colocar a faca pelo lado direito.

    Deixar um espao entre o garfo e a faca, que permita dispor o prato pelo lado

    direito.

    Este processo, se bem efectuado, revela uma boa organizao da cozinha

    e por consequncia, uma mais valia no servio ao cliente, que no ter de

    esperar mais tempo do que o estritamente necessrio, para saborear o prato

    escolhido.

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    Compenditur Dep. Recursos Didcticos52

    A) Aprovisionamento

    Entende-se por Notas de Encomenda (Requisies Externas), as

    encomendas feitas aos fornecedores dos gneros e artigos de consumo corrente,

    cuja existncia esteja a atingir o mnimo fixado (Ponto de Encomenda).

    Estas notas devero ser feitas em triplicado, que depois de visadas pela

    Direco, sero transmitidas ao:

    Controlo Fornecedor

    Economato

    Nestes documentos, devem ser inscritos:

    1 Nome do fornecedor

    2 Mercadoria encomendada (quantidade, pesos e qualidade exigida)

    3 O preo combinado (preo por unidade, descontos e taxas eventuais)

    4 Condies de pagamento

    5 Prazo de entrega (data e hora)

    6 Local de entrega

    Para os vendedores, que no tm capacidade de emitir recibos

    (agricultores) deve-se recolher um papel comprovativo da compra (Requisio

    Externa), com o nome do fornecedor, nmero de contribuinte e mercadoria

    comprada, com o peso / quantidade e respectivo preo.

    A informao contida nestes comprovativos, ser depois passada para um

    documento chamado Rol da Praa, que vai sofrer o mesmo tratamento que

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    Compenditur Dep. Recursos Didcticos 53

    uma factura. O pagamento destes produtos, efectuado pelo Fundo de Caixa do

    economato.

    Rol da PraaData _____/_____/______

    Designao Quantidade

    Valor Unitrio Total

    Hortalias:

    Legumes secos:

    Fruta:

    Po:

    Diversos:

    Total:

    So:

    O Ecnomo, O Caixa, O Director,

    __________________ ________________ __________________

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    Manual de Cozinha

    Compenditur Dep. Recursos Didcticos54

    REQUISIO EXTERNAN_________

    Fornecedor_____________________________ Data/Hora entrega____/____/____

    N Contribuinte____________________

    Quantidade Ref. Designao Preo Unitrio Observaes

    Data da Encomenda ____/___/_____

    O Ecnomo,Conferido,

    ___________________

    A) a. Politica de compras

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    Compenditur Dep. Recursos Didcticos56

    Uma margem de segurana

    As variaes sazonais

    A durao e conservao dos produtos

    A raridade do produto

    Os prazos de entrega

    O nvel e tendncia dos preos do mercado

    A situao da tesouraria

    O problema da gesto de stocks, consiste em determinar quanto e /ou

    quando comprar.

    O ponto de encomenda, o momento ou a data em que se devem

    fazer as encomendas de reaprovisionamento, tendo em conta as exigncias de

    manuteno do stock de segurana.

    A soluo deste problema, no sempre a mesma para todas as matrias

    e artigos de consumo, depende da essencialidade, da importncia e do

    perecimento do produto.

    B) A recepo

    Baseando-se nas indicaes da Nota de Encomenda (Requisio

    Externa), o fornecedor dever fazer a entrega, nos dias e horas combinados.

    Deve estar previsto um local destinado recepo de mercadorias, junto

    do economato, provido de balanas e acessvel tanto aos meios de transporte

    externos, como aos internos. Aqui, os responsveis dos servios interessados

    (ecnomo, cozinheiro e controlador), devem apreciar a mercadoria, antes desta

    dar entrada em armazm, ou ser encaminhada directamente para os locais de

    confeco.

    A mercadoria recebida confrontada com a factura. Quando no

    corresponde encomenda efectuada, tem lugar a devoluo (Nota de

    devoluo), e a consequente emisso de uma nota de crdito, por parte do

    fornecedor.

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    Manual de Cozinha

    Compenditur Dep. Recursos Didcticos 57

    A nota de devoluo feita em triplicado:

    Original (fornecedor)

    Duplicado (controlo)

    Triplicado (contabilidade)

    A recepo da mercadoria concretizada, colocando-se na factura um visto

    de entrada, onde se leiam:

    Data e hora de entrada

    Rubrica de quem a recebeu

    Nmero sequencial

    C) Armazenamento

    O porqu do armazenamento das mercadorias?

    1 Para evitar a rotura de stocks

    2 Aproveitar a compra por grosso, a preo de custo menoselevado

    3 Aproveitar a compra de certas mercadorias, na sua poca

    4 Aproveitar as vantagens momentneas de compra

    5 Em certos casos, deixar envelhecer ou repousar as mercadorias.

    A conservao das mercadorias armazenadas, impe a adopo de

    medidas susceptveis de garantir a sua melhor utilizao, e aproveitamento.

    Os alimentos esto sujeitos a alteraes, de origem fsica ou qumica ou

    ainda derivadas do desenvolvimento microbiano, de fungos, bolores ou leveduras

    causadas pela aco do ar, da luz, do calor, da humidade, das poeiras, dos

    insectos, etc.

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    Manual de Cozinha

    Compenditur Dep. Recursos Didcticos58

    Dados os factos, h a necessidade de dispensar todos os cuidados

    possveis s condies de armazenamento e conservao das mercadorias.

    Assim a implantao do economato deve ser em local seco e arejado, com

    temperaturas convenientes, assim como deve possuir revestimentos adequados

    a uma fcil limpeza.

    O economato deve estar dividido em departamentos isolados, consoante

    as diferentes classes de mercadorias a armazenar (mercearia, drogas, material

    elctrico, vasilhame, etc.), com destaque para as instalaes frigorficas de

    capacidade adequada s exigncias da unidade. Por outro lado, o seu

    equipamento interior deve ser concebido de forma normalizada, para facilitar as

    operaes de armazenagem, de controlo e de distribuio dos artigos.

    Todos os produtos entrados, devero ser inscritos em documentos

    prprios, antes de dispostos ou arrumados, conforme a sua natureza, em

    prateleiras, gavetas, etc.

    A localizao dos produtos facilitada pela utilizao de um classificadorde economato, que se fundamenta no critrio de agrupamento dos produtos

    armazenados em classes e espcies afins.

    A inventariao fsica facilitada pela adaptao de uma pequena Ficha

    de Existncia (ficha individual de stock permanente), continuamente actualizada,

    pendurada na divisria respectiva e pela identificao dos produtos por meio de

    nmeros de ordem correspondentes sua localizao na zona de armazenagem.

    Ficha de Existncia

    Artigo ___________________________

    Classificao__________________________

    Data Entradas Sadas Saldos

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    Manual de Cozinha

    Compenditur Dep. Recursos Didcticos 59

    Transporte:

    Resumidamente, a escrita do economato, deve ser montada de forma a

    possibilitar o conhecimento rpido e exacto das existncias, a qualquer momento.

    D) Distribuio

    A exemplo das entradas, as sadas so comprovadas por documentos

    (Requisies Internas), emitidas pelos diferentes servios da unidade, para

    reposio dos respectivos stocks (determinados pela capacidade de

    armazenagem, e do movimento de vendas).

    Estes impressos, devero ser emitidos em trs exemplares:

    Seco que requisita

    Economato (arquivo)

    Controlo

    Requisio Interna N_______________

    Seco____________________________ em ___/___/____

    Requisita ao Economato o seguinte:

    CustosQuantidade DescrioUnitrio Total

    Observaes

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    Manual de Cozinha

    Compenditur Dep. Recursos Didcticos60

    Requisitado por: Entregue por: Recebido por:

    ___________________ ___________________ __________________

    A seco que requisita apenas preenche as quantidades e a descrio da

    mercadoria, para posterior validao nos servios de controlo.

    As sadas do economato, s devem ser efectivadas atravs de

    requisies, por pessoas autorizadas e dentro do horrio estabelecido.

    Com processamento semelhante s Entradas, so movimentadas as

    Fichas de stock.

    Paralelamente a este esquema, pode acontecer que algumas seces

    tenham necessidade imediata de recorrer a outras seces, para satisfazer

    carncias de produtos que normalmente requisitam ao economato. Nestes casos

    utilizam uma Transferncia Inter-Seces, emitida em triplicado:

    Original (Controlo)

    Duplicado (Seco fornecedora)

    Triplicado (Seco que requisita)

    Este documento, alm de servir de justificativo do movimento efectuado,

    utilizado pelos servios de Controlo para debitar e creditar as respectivas

    seces.

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    Manual de Cozinha

    Compenditur Dep. Recursos Didcticos 63

    so elaborados a temperaturas nunca inferiores a 80C, e finalizadas, para

    entrarem finalmente no servio directo ao cliente, ou seja, na linha de

    distribuio.

    6.3. Linha de Distribuio

    Esta a recta final entre a elaborao dos alimentos e o cliente.

    Os alimentos j elaborados, so direccionados para a linha de empratado.

    Esta linha de empratado, no mais do que a passagem dos alimentos

    cozinhados para a roda. Dispostos em bandejas, os alimentos tm aqui o teste

    final, sob o controlo do chefe de cozinha. Os aspectos mais importantes, como a

    composio do prato, a guarnio, a quantidade ou a decorao, so avaliados, e

    implementadas as ordens do chefe.

    S aps esta observao minuciosa, os pratos elaborados esto prontos

    para serem apresentadas no servio directo ao cliente, mediante os respectivos

    pedidos.

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    Manual de Cozinha

    Compenditur Dep. Recursos Didcticos64

    Esquema de Distribuio de Hortalias e Verduras

    Linha

    Fria

    Armazm Geral de Alimentos(economato)

    Temp. 1 a 5C

    Limpeza e Manutenode Hortalias e

    VerdurasTemp. 11C

    Anexo de Corte eFraccionamento de

    Hortalias e VerdurasLimpas

    Temp. 11C

    Linha deEmpratado

    Cozinha QuenteElaborao

    Bande as

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    Manual de Cozinha

    Compenditur Dep. Recursos Didcticos 65

    Linha

    Quente Linha

    de

    Distribuio

    Esquema de Distribuio de Carnes e Peixes

    Linha

    Fria

    Linha

    Quente

    Servio Directo ao

    Cliente

    Desmanche,Limpeza, Corte

    Ou FraccionamentoTemp. 11C

    Cozinha QuentePr-Elaborao

    Temp. 30C

    Elaborao, Finalizao eEmpratado

    Temp. = ou > a 80C

    Armazm Geral deAlimentos

    (Economato)Temp. -25C

    Recepo a -18C

    Descongelamentoem CmaraFrigorifica

    Temp. 2 a 5C

    Roda

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    Manual de Cozinha

    Compenditur Dep. Recursos Didcticos66

    Linha

    de

    Distribuio

    As carnes e peixes frescos incorrem no mesmo esquema de distribuio

    que os congelados, sendo a nica alterao registada no momento da recepo,

    uma vez que, os alimentos frescos no chegam a sofrer a congelao, em

    momento algum.

    Servio Directo aoCliente

    Roda

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    Manual de Cozinha

    Compenditur Dep. Recursos Didcticos 69

    7.1. c) Lixo Pblico

    So os resduos varridos provenientes dos logradouros pblicos (ruas e praas),

    bem como mveis velhos, galhos grandes, aparelhos de cermica, entulhos de

    obras e outros materiais inteis, deixados pela populao, indevidamente, nas

    ruas ou retirados das residncias atravs de servio de remoo especial.

    7.1. d ) Lixo de Fontes Especiais

    aquele que, em funo de determinadas caractersticas peculiares que

    apresenta, passa a merecer cuidados especiais no seu acondicionamento,

    manipulao e disposio final, como o caso de alguns resduos industriais

    txicos, do lixo hospitalar e do radioactivo.

    O aterro sanitrio um processo de eliminao de resduos slidosbastante utilizado. Consiste na deposio controlada de resduos slidos no solo

    e sua posterior cobertura diria.

    Uma vez depositados, os resduos slidos degradam-se naturalmente por

    via biolgica, at mineralizao da matria biodegradvel, em condies

    fundamentalmente anaerbias.

    A grande soluo para os resduos slidos passa pela mxima reduo da

    quantidade de resduos na fonte geradora.Quando os resduos no podem ser evitados, devero ser reciclados por

    reutilizao ou recuperao, de tal modo que seja o mnimo possvel o que tenha

    como destino final os aterros sanitrios.

    7.2. Resduos Lquidos

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    Manual de Cozinha

    Compenditur Dep. Recursos Didcticos 71

    substncias, como a gua, os tornem nocivos ou fatais para o homem e para o

    meio ambiente.

    O grande problema ambiental que este tipo de resduos representa, o

    facto de a maior parte serem "eliminados" sem qualquer tipo de tratamento

    prvio, por descarga no solo ou subsolo, o que implica riscos de contaminao

    dos solos e das guas subterrneas, colocando em perigo o homem, a fauna e a

    flora.

    Actualmente dispomos de elementos sobre os efeitos txicos de muitas

    substncias, nomeadamente DIOXINAS, FURANOS e METAIS PESADOS (como

    o chumbo e o mercrio), entre outros.

    Dioxinas - Dentro dos diversos produtos, so as que tm sido objecto de

    muitos estudos, sendo consideradas como "os produtos mais txicos".

    Furanos- Tm sido associados com efeitos neurolgicos, oculares e

    dermatolgicos na espcie humana.

    Metais Pesados - So conhecidos desde longa data os seus efeitos na sade

    humana. No caso do chumbo, as fontes de poluio so variadas e os

    efeitos biolgicos repercutem-se a nvel dos sistemas hematolgico e

    nervoso alm de leses renais, abortos e defeitos congnitos, sendo as

    leses neurolgicas uma das manifestaes mais graves.

    7.4. A Reciclagem

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    Manual de Cozinha

    Compenditur Dep. Recursos Didcticos72

    A reciclagem um processo industrial que converte o lixo descartado

    (matria-prima secundria) em produto semelhante ao inicial ou outro. Reciclar

    economizar energia, poupar recursos naturais e trazer de volta ao ciclo produtivo

    o que deitado fora.

    A palavra reciclagem foi introduzida ao vocabulrio internacional no final

    da dcada de 80, quando foi constatado que as fontes de petrleo e outras

    matrias-primas no renovveis, e estavam (e esto), a esgotar-se. Reciclar

    significa = Re (repetir) + Cycle (ciclo).

    Para compreendermos a reciclagem, importante "reciclarmos" o conceito

    que temos de lixo, deixando de o ver como uma coisa suja e intil na sua

    totalidade. O primeiro passo perceber que o lixo fonte de riqueza, e que para

    ser reciclado deve ser separado. Pode ser separado de diversas maneiras, sendo

    a mais simples separar o lixo orgnico do inorgnico (lixo molhado/ lixo seco).

    7.4.1. A Decomposio

    Na natureza nada se perde, tudo se transforma. Seres vivos chamados

    decompositores alimentam-se de material sem vida ou em decomposio. Eles

    dividem a matria para que ela possa ser reciclada e usada de novo. Esse o

    chamado material biodegradvel.

    A decomposio aerbia mais completa que a anaerbia por gerar gs

    carbnico, vapor de gua e os sais minerais, substncias indispensveis aocrescimento de todos os vegetais, o qual gera o hmus, ptimo adubo para o

    solo.

    No processo anaerbio, so gerados os gases (metano e sulfdrico), que

    causam um odor desagradvel; a decomposio anaerbia produz um lquido

    escuro denominado chorume (lquido com grande quantidade de poluentes)

    encontrado normalmente no fundo das latas de lixo. Este chorume o principalcausador da contaminao dos rios e do lenol fretico.

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    Manual de Cozinha

    Compenditur Dep. Recursos Didcticos 73

    7.4.2. Benefcios da Reciclagem

    9 Contribui para diminuir a poluio do solo, gua e ar.

    9 Melhora a limpeza da cidade e a qualidade de vida da populao.

    9 Prolonga a vida til de aterros sanitrios.

    9 Melhora a produo de compostos orgnicos.

    9 Gera empregos para a populao no qualificada.

    9 Gera receita com a comercializao dos reciclveis.

    9 Estimula a concorrncia, uma vez que produtos gerados a partir dos recicladosso comercializados em paralelo queles gerados a partir de matrias-primas

    virgens.

    9 Contribui para a valorizao da limpeza pblica e para formar uma conscincia

    ecolgica.

    A reciclagem surgiu como uma maneira de reintroduzir no sistema uma

    parte da matria (e da energia), que se tornaria lixo. Assim, desviados os

    resduos, a matria colectada, separada e processada para ser usada como

    matria-prima na manufactura de bens, os quais eram feitos anteriormente com

    matria-prima virgem. Desta forma, os recursos naturais ficam menos

    comprometidos.

    7.4.3. Classificao dos Resduos

    Para discriminar com clareza o tratamento que cada tipo de resduo deve

    receber, estes classificam-se, de acordo com o Catlogo Europeu de Resduos

    (CER), nas seguintes categorias:

    Q1 Resduos de produo ou de consumo no especificados a seguir.

    Q2 Produtos que no respondam s normas.

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    Mdulo 8

    8. Matrias-Primas

    8.1. Peixes e Mariscos

    Definio e caractersticas gerais dos peixes

    Os peixes so animais vertebrados e comestveis, marinhos ou de gua

    doce, frescos, congelados ou em conserva.

    Os peixes so um alimento altamente nutritivo, devido sua composio rica em

    minerais e vitaminas A e D.

    Estrutura dos peixes

    A estrutura dos peixes pode ser dividida em trs partes fundamentais:

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    Pele

    Tem duas camadas: epiderme e derme. A epiderme no cornificada na

    superfcie externa, contm muita gua e encarrega-se de proporcionar aos peixes

    o revestimento viscoso caracterstico. Na derme existem clulas com pigmentos e

    alguns cristais que conferem ao peixe a sua tonalidade e brilho. a partir da

    derme que se formam as escamas dos peixes que as possuem, variando o

    nmero, tamanho e classe segundo a espcie. No momento da confeco dos

    peixes, estas diferenas so muito importantes, pois necessrio saber se o

    peixe pode ser cozinhado com a pele ou no. A consistncia muito importante

    para a conservao dos peixes. Logo a seguir morte do peixe, a flora

    bacteriana da pele dissemina-se para o interior, produzindo uma decomposio

    rpida, para alm do que, necessrio ter em conta que a pele tem

    microrganismos que suportam temperaturas baixas.

    Msculo

    Similar aos dos mamferos. As fibras musculares esto rodeadas por um tecidoconjuntivo que forma umas envolturas chamadas mioseptas, que por aco do

    calor se liquidificam, o que faz com que ao cozinhar o peixe, este se parta com

    mais facilidade do que a carne. Existem tambm diferenas relativamente s

    protenas que formam o msculo. As protenas do peixe so mais sensveis

    dissecao, ao calor e s enzimas. Isto faz com que os peixes sejam mais

    digestivos do que as carnes, havendo por isso necessidade de um maior cuidado

    na sua preparao, j que vai ter um tempo de cozimento menor, a umatemperatura mais reduzida e uma manipulao mais cuidada.

    Esqueleto

    a parte que sustenta o msculo e, geralmente, s se utilizam as espinhas dos

    peixes magros que possuem um elevado teor de gelatina, para a confeco de

    fumets, e sua posterior aplicao em diversas receitas.

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    Caractersticas organolpticas dos peixes

    Os peixes possuem um tipo de carne branda, pouco compacta, no suportam

    altas temperaturas durante muito tempo e so, em geral, mais delicadas quanto

    manipulao e tratamento culinrio, em comparao com os animais terrestres. A

    pele tambm varia segundo a espcie, podendo ser escamosa, spera ou

    viscosa e dura. A cor da carne pode variar, enquanto fresca, de branco, a um tom

    mais escuro, passando por um tom mais rosado. Dependendo da espcie, a

    alimentao e a quantidade de gordura que possuem, a carne sofre menos

    variaes na cozedura do que a dos animais terrestres. Tem um odor penetrante

    e caracterstico quando fresca e muito desagradvel quando se encontra em

    ms condies. Quando cozinhada, a carne do peixe larga um odor agradvel,

    dependendo o seu aroma da quantidade de gordura e do mtodo de confeco.

    Passado o tempo ptimo de conservao, os aromas anteriormente agradveis

    vo desaparecendo e comeam a desprender-se outros aromas caractersticos

    da decomposio.

    Composio do peixe

    A proporo de gua nos peixes varia consoante a espcie. Regra geral, os

    peixes magros possuem cerca de 80% de gua e os peixes gordos cerca de 60%

    de gua. Quanto mais gua possurem, pior se conservam, e mais rapidamente

    se deterioram, uma vez que a gua propcia a propagao e cultivo das

    bactrias.

    A proporo de protenas semelhante do resto das carnes e varia entre os

    18% e os 20%.

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    Redondos

    So aqueles que tm uma forma cilndrica ou ovalada como o bacalhau e a

    pescada.

    Chatos

    So aqueles que tm uma forma plana e, geralmente, tm ambos os olhos do

    mesmo lado como o linguado ou rodovalho.

    Pelo meio em que vivem

    gua doce

    So aqueles que vivem em gua-doce a maior parte da sua vida. Alguns peixes

    de gua doce tm um sabor menos intenso e a sua carne mais tenra, como o

    caso do lcio ou da carpa, ao contrrio, a truta comum tem a carne compacta.

    gua salgada

    So aqueles que vivem em guas salgadas como o caso do bacalhau ou da

    pescada.

    Classificao em funo da gordura

    Magros

    Os peixes magros tm uma carne branca e brilhante, devido pouca quantidade

    de gordura que possuem, entre 2% e 4%. Esta cor, ainda que menos intensa,

    mantm-se, uma vez cozinhado o peixe. O sabor destes peixes pouco

    acentuado, o que se deve aos seus compostos nitrogenados solveis,

    qualidade da gordura que possuem, que ao ser pouca, f-los mais digestos, e ssuas protenas que so tambm mais digestas.

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    Estes peixes produzem no organismo uma menor sensao de saciedade, como

    por exemplo: a pescada e o linguado.

    Gordos

    Esta denominao fundamenta-se na quantidade de gordura que possuem, muito

    superior nalguns casos dos peixes magros e pelas vitaminas lipossolveis A e

    D que se podem encontrar principalmente nos msculos vermelhos. Este tipo de

    peixes tende a acumular uma grande quantidade de gordura, pois muitas destas

    espcies so migratrias e necessitam de dispor nas suas deslocaes de

    reservas de energia que lhes permitam sobreviver, j que em muitos casos no

    lhes possvel obter qualquer tipo de alimento. Para alm disso, devido ao

    movimento que realizam, ao queimar a gordura necessitam de quantidades

    maiores de oxignio e sangue, pelo que possuem mais msculo vermelho,

    responsvel pelo movimento normal de natao. Como peixes gordos podem

    apresentar-se as sardinhas, os carapaus, entre outros.

    Esta classificao pode variar de acordo com a poca do ano, podendoacontecer que algumas espcies de peixes variem a proporo de gordura que

    possuem em funo da alimentao e da sua poca de reproduo. Alm disso,

    existe uma certa controvrsia na definio de alguns peixes como gordos ou

    magros, uma vez que a sua quantidade de gordura oscila entre 3% e 6% ou

    mesmo supera estes valores.

    Comercializao dos peixes

    Frescos

    Inteiros, esventrados ou no e armazenados em caixas para o seu transporte,

    com gelo para proporcionar a sua conservao, evitando desta forma, uma

    possvel dissecao dos peixes.

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    A aco do gelo em cima do peixe evita a proliferao da flora bacteriana

    graas a que, medida que o gelo vai derretendo, lava a superfcie do produto,

    conservando--o adequadamente e evitando que o peixe desidrate.

    Refrigerados

    Inteiros ou cortados em pores, esventrados ou no e em alguns casos

    embalados com etiquetas para a identificao da espcie e com o tempo de

    conservao recomendado.

    Congelados

    Inteiros ou cortados em pores, geralmente esventrados, foram submetidos

    aco do frio at alcanar, no interior dos mesmos, num perodo de tempo no

    superior a duas horas, uma temperatura que passe de 0 a -5 C, sendo a

    temperatura posterior de conservao no inferior a -18 C e com uma humidade

    prxima dos 90%, sempre com etiquetas que os identifiquem.

    vista desarmada, no devem observar-se queimaduras produzidas pelacongelao nem enraizamento dos lpidos e, depois de descongelados no

    devem ter nem um aspecto, nem cheiro desagradveis.

    Ultra congelados

    Geralmente inteiros ou cortados em pores, esventrados e tendo sido

    submetidos a uma congelao rpida que permita arrefecer o interior da carne auma temperatura perto dos -30 C, que neutraliza completamente a proliferao

    bacteriana.

    Devem estar correctamente etiquetados para a sua identificao quanto ao

    produto e tempo de conservao recomendado.

    Secos

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    Compenditur Dep. Recursos Didcticos82

    So os peixes esventrados, inteiros ou cortados em pores, aos quais, por

    supresso de grande quantidade de gua, unida aco do sal, se produz

    diminuio das reaces qumicas e bacterianas. Este tipo de peixes

    comercializam-se esventrados e embalados com a identificao do produto que

    contm. conveniente que se conservem num lugar fresco e seco, evitando-se a

    sua exposio humidade e aumentando a vida destes produtos em boas

    condies.

    Fumados

    So os peixes esventrados, inteiros ou cortados em pores, aos quais retirada

    quase toda a gua que possuem e que sofrem uma fumagem a frio ou a quente,

    tendo em vista a sua conservao graas ausncia de humidade e aco de

    algumas substncias que se libertam com o fumo.

    Este tipo de produto apresentado em filetes, com ou sem adio de gordura e

    com uma temperatura de refrigerao de cerca de 2 C. A sua deteriorao

    processa-se de igual modo dos peixes frescos e diminuda pela aco do frio.

    Enlatados

    Utilizam-se vrios mtodos, entre eles, a esterilizao. Incluem na etiqueta da

    lata a sua denominao, peso e ingredientes complementares.

    As semi-conservas devem consumir-se rapidamente e devem ser mantidas auma temperatura de refrigerao.

    Este tipo de produto pode apresentar-se inteiro, em filetes lisos ou em filetes

    enrolados.

    Principais peixes de mar magros

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    Compenditur Dep. Recursos Didcticos 83

    Bacalhau

    Pertence famlia dos Gaddeos. Este peixe vive essencialmente nos mares frios

    e temperados do Norte, a cerca de 300 metros de profundidade, realizando

    muitas migraes. A grande maioria destes peixes vive prxima do fundo do mar.

    O bacalhau comum tem trs barbatanas dorsais, dois nus e uma cauda no

    bifurcada. Estes peixes podem atingir o metro e meio de comprimento e de cerca

    3 quilogramas de peso.

    A cor do bacalhau varia desde o cinza esverdeado at ao castanho-escuro e

    possuiu na cabea, no dorso e nas costas, manchas desenhadas. A sua

    alimentao feita base de outros peixes como o arenque e a enguia. Os

    bacalhaus juntam-se em cardume durante o Inverno para a reproduo,

    chegando as fmeas a depositar entre 4 a 7 milhes de ovos. O bacalhau muito

    apreciado, sendo o prato tradicional da grande maioria das casas portuguesas na

    ceia de Natal. Pode consumir-se fresco e fumado, embora seja mais apreciado

    salgado.

    Besugo

    Pertence famlia dos Espardeos e muito comum nas costas europeias, desde

    a zona tropical do oceano Atlntico at Noruega, dando-se bem tambm nas

    costas do mar Mediterrneo. O besugo mede cerca de 65 cm de comprimento e

    pode pesar at 5 quilogramas. cinzento com tons vermelhos e tem umamancha negra sobre as barbatanas peitorais. Os olhos so muito grandes. Habita

    no fundo do mar e uma espcie carnvora, alimentando-se sobretudo de outros

    peixes. Tal como os outros peixes espardeos, o besugo hermafrodita.

    Congro

    Nome comum de vrias espcies comestveis de enguia marinha, sobretudo dasespcies do oceano Atlntico, que pertencem famlia dos Congrdeos. O congro

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    Robalo

    Pertence famlia dos Serrandeos, sendo muito apreciado devido sua forma

    elegante e a ter poucas espinhas. Pode ser encontrado no oceano Atlntico e no

    mar Mediterrneo. O corpo do robalo largo e pode medir de 10 a 90 cm de

    comprimento, sendo que, actualmente, se comercializam mais os robalinhos. O

    robalo tem o dorso cinzento-escuro e o ventre branco. A poca da desova ocorre

    de Janeiro a Maro, sendo que a fmea realiza vrias desovas durante esse

    perodo. O robalo come bastante e alimenta-se de crustceos, peixes, ourios-

    do-mar e outros animais marinhos. Os robalos podem ser confeccionados inteiros

    ou em pores, salgados ou assados.

    Pescada

    Nome comum de vrios peixes marinhos aparentados, com barbatanas raiadas.

    A pescada carnvora e pertence famlia dos Gaddeos. Algumas pescadas

    habitam em ambos os lados do oceano Atlntico e caracterizam-se pelas

    barbatanas plvicas filamentosas, que saem da garganta e se arrastam pela

    gua.

    A pescada europeia comum esbelta e chega a alcanar 1,2 metros de

    comprimento, tem a cabea comprida e pontiaguda e a carne muito apreciada.

    Uma das espcies de grande importncia econmica a pescada chilena, muito

    consumida em Portugal (congelada). Em Portugal comum confeccionar--se a

    pescada inteira ou em filetes, frita, cozida ou moleira.

    Raia

    Pertence famlia dos Radeos. um peixe de corpo chato e vive no fundo do

    mar. A raia captura as suas presas cobrindo-as com o seu prprio corpo e

    apertando-as contra o fundo do mar. A cauda possui rgos elctricos utilizados

    para fornecer corrente elctrica. A carne da raia europeia ou raia cinzenta pode

    alcanar os 40 quilogramas e muito apreciada na zona norte litoral de Portugal.

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    Compenditur Dep. Recursos Didcticos86

    Rodovalho

    Pertence famlia dos Pleuronectdeos, um peixe chato. O rodovalho europeu

    habita a noroeste do oceano Atlntico, quase circular, tem os olhos no lado

    esquerdo, e repousa sobre o lado direito, no fundo do mar, ocultando-se para

    capturar alimento. A pele do rodovalho desprovida de escamas e tem vrios

    raios pontiagudos salientes. de cor cinzento pardo, e muda de cor consoante