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    www2.fsanet.com.br/revistaRevista FSA, Teresina, v. 10, n. 2, art. 20, pp. 358-371, Abr./Jun. 2013

    ISSN Impresso: 1806-6356 ISSN Eletrnico: 2317-2983http://dx.doi.org/10.12819/2013.10.2.20

    AS POLTICAS PBLICAS VOLTADAS AO IDOSO: MELHORIA DA QUALIDADEDE VIDA OU REPRIVATIZAO DA VELHICE

    PUBLIC POLICIES DIRECTED TO THE ELDERLY: IMPROVED QUALITY OFLIFE OR PRIVATIZATION OF OLD AGE

    Nayane Formiga dos SantosEspecialista em Urgncia e Emergncia/Institito Brasileiro de Ps- Graduao e Extenso

    E-mail: [email protected], Piau, Brasil

    Maria do Rosrio de Ftima e Silva*Doutora em Servio Social/Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo

    Professora da Universidade Federal do PiauE-mail: [email protected]

    Teresina, Piau, Brasil

    *Endereo: Maria do Rosrio de Ftima e SilvaUniversidade Federal do Piau, Centro de Cincias Humanas e Letras, Departamento de Servio Social. CampusMinistro Petrnio Portela. Ininga, CEP: 64.049-550, Teresina/PI, Brasil

    Editora-chefe: Dra. Marlene Arajo de Carvalho

    Artigo recebido em 20/02/2013. ltima verso recebida em 16/03/2013. Aprovado em 17/03/2013.

    Avaliado pelo sistema Triple Review: a) Desk Review pela Editora-Chefe; e b) Double Blind

    Review (avaliao cega por dois avaliadores da rea).

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    RESUMO

    Nas ltimas dcadas a populao brasileira vem passando por transformaes no seu perfildemogrfico e epidemiolgico, caracterizado pelo envelhecimento populacional e aumento

    das doenas crnico-degenerativas. Essa realidade torna-se um grande problema de sadepblica; portanto alvo das aes da seguridade social. As polticas pblicas voltadas para oidoso traz consigo a ideia de compartilhamento de responsabilidades com o envolvimento dafamlia, da sociedade, da comunidade e do Estado. Nesse caso, observando o incentivo

    participao do setor privado, representado principalmente pela famlia. No entanto, seobservar uma distoro dessas responsabilidades, na qual a famlia acaba por tomar para si atarefa de cuidar de seus idosos. Dessa forma, o que se percebe uma reprivatizao doenvelhecimento, no qual, observa-se a ineficincia das polticas pblicas no tocante ao seu

    papel de proteo social, privatizao do cuidado pela famlia e a delegao da velhicecomo uma responsabilidade individual. Diante disso, esse texto tem por objetivo avaliar quala interpretao adquirida pelas polticas pblicas de sade voltadas ao idoso em relao ao seu

    desenvolvimento e implantao na prtica real. Como mtodo de pesquisa ser utilizado areviso bibliogrfica e a anlise documental. Diante do exposto, verifica-se a necessidade darecuperao, na prtica, das funes e atribuies do Estado, da sociedade, da comunidade einclusive da prpria famlia; aes que aperfeioem o apoio necessrio ao desenvolvimento deaes de proteo e assistncia voltadas populao idosa.

    Palavras-chave: idoso; polticas pblicas; reprivatizao da velhice.

    ABSTRACT

    In recent decades the Brazilian population is undergoing changes in its demographic andepidemiological profile, characterized by an aging population and increase in chronicdegenerative diseases. This reality becomes a major public health problem, so target theshares of social security. The public policies for the elderly, brings with it the idea of sharingresponsibilities with the involvement of family, society, community and the state. In this case,the incentive will be watching private sector, represented mainly by the family. However, thenote is a distortion of these responsibilities, where the family ends up taking on the task ofcaring for their elderly. Thus, what is perceived is a privatization of aging. In which, there isthe inefficiency of public policy regarding the role of social protection, privatization of care

    by the family and the delegation of old age as an individual responsibility. Therefore, thisstudy intends to evaluate what the interpretation acquired by public health policies directed to

    the elderly in relation to its development and implementation in actual practice. As a researchmethod will be used to bibliographic and documentary analysis. Given the above, there is aneed for recovery, in practice, the functions and powers of the state, society, the communityand even their own family; actions that improve the support needed to develop actions aimedat protecting and assisting people elderly.

    Keywords: elderly; public policy; privatization of old age.

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    INTRODUO

    O envelhecimento populacional um grande triunfo para humanidade, mas tambm

    representa um grande desafio. Em 1950, havia 205 milhes de pessoas com 60 anos ou mais

    no mundo. Em 2012, o nmero de pessoas mais velhas aumentou para quase 810 milhes.

    Projeta-se que esse nmero alcance 1 bilho em menos de 10 anos e que duplique at 2050,

    alcanando 2 bilhes (Fundo de Populaes das Naes Unidas, p.3, 2012).

    Nos ltimos 60 anos, no Brasil, o nmero absoluto de pessoas com mais de 60 anos

    aumentou nove vezes. Em 1940 era de 1,7 milhes e em 2000, de 14,5 milhes. Projeta-se

    para 2020 que um contingente de aproximadamente 30,9 milhes de pessoas tero mais de 60

    anos. (BELTRO, CAMARANO E KANSO; 2004). No Brasil, em 2000, o InstitutoBrasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE) indicou que 1 em cada 10 brasileiros tinha mais

    de 60 anos, proporo que dever atingir 1:5 at 2050 (BRASIL, 2002).

    Nas ltimas dcadas, a populao brasileira vem passando por transformaes no seu

    perfil demogrfico e epidemiolgico, caracterizado pelo envelhecimento populacional e

    aumento das doenas crnico-degenerativas. De acordo com Resende e Dias (2008) as

    transformaes no perfil demogrfico e epidemiolgico da populao idosa trazem grande

    impacto ao Sistema Pblico de Sade, tendo em vista a alta prevalncia de doenas crnico-degenerativas e incapacitantes presentes nesse processo de envelhecimento populacional, o

    que caracteriza um problema de Sade Pblica.

    O crescimento da populao idosa um fenmeno mundial. Trata-se de um processo

    de transio demogrfica, caracterizado pelo aumento da longevidade da populao. Em

    relao a esse processo pode-se ressaltar importantes diferenas entre os pases desenvolvidos

    e os pases em desenvolvimento. Enquanto nos primeiros, esse envelhecimento populacional

    ocorreu associado s melhorias da qualidade de vida, no segundo, esse crescimento ocorreu deforma rpida, carente de uma organizao social e de sade adequadas, suficientes para

    atender s novas demandas emergentes.

    Ao contrrio do ocorreu em diversos pases, essa transio demogrfica se deu, tantono Brasil, como em outros pases da Amrica Latina, de uma maneira rpida,tornando retangular a pirmide populacional, sem que tenha sido acompanhada deuma melhora na qualidade de vida dos idosos (COSTA e FVERO, 2009, p. 75).

    De acordo com Costa e Fvero (2009, p.75), o envelhecimento da populao brasileira

    tem se apresentado como um grande desafio, no que diz respeito s polticas de sade e

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    polticas sociais que visem preservar a sade e a qualidade de vida da populao idosa bem

    como atend-la em suas doenas.

    A dificuldade das polticas pblicas para acompanhar o rpido crescimento da

    populao idosa, registrado no Brasil principalmente nesse incio do sculo XXI, traz como

    consequncia a distoro das responsabilidades sobre o idoso dependente, que acaba sendo

    assumida por seus familiares como um problema individual ou familiar, devido ausncia ou

    precariedade do suporte do Estado.

    A formulao e a implantao das polticas pblicas que atendam a realidade do

    envelhecimento em todas as suas faces, que almejem a promoo do bem-estar fsico, mental

    e social do idoso e a preveno de agravos a sua sade tm se mostrado um grande desafio.

    A partir da se realiza o seguinte questionamento: Qual a eficincia e efetividade daspolticas pblicas de sade brasileira relacionadas ao envelhecimento? Como se desenvolve,

    na prtica, o discurso desenvolvido por esses documentos?

    Dessa forma, esse texto tem por objetivo avaliar qual a interpretao adquirida pelas

    polticas pblicas de sade voltadas ao idoso, em relao ao seu desenvolvimento e

    implantao na prtica real.

    A construo e anlise do conhecimento a respeito desse tema torna-se uma questo

    muito importante, tendo em vista as vrias questes e dificuldades que envolvem oenvelhecimento no Brasil. Trazer essa discusso sobre o envelhecimento e as polticas

    pblicas no Brasil essencial para o processo de avaliao de tais polticas, assim como sua

    efetividade contribui para o aperfeioamento de aes de proteo e assistncia voltadas

    populao idosa.

    Trata-se de uma pesquisa bibliogrfica e documental, utilizando como mtodo de

    pesquisa o dialtico. Para a construo e anlise do trabalho foram selecionados artigos

    cientficos, peridicos, leis, decretos, portarias, livros, dissertaes de mestrado, entre outrosinstrumentos que abordassem a temtica do envelhecimento; material encontrado em revistas

    cientficas, bibliotecas e internet, em sites comoscieloe do ministrio da sade.

    A ANLISE DA SITUAO DA VELHICE NO BRASIL

    O envelhecimento um processo inevitvel, invencvel, mas que, considerando as

    condies a que a pessoa est exposta, pode ocorrer de vrias formas (VONO, 2007, p. 14

    apud. ROBLEDO, 1994). Envelhecer um processo natural da vida; corresponde s

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    transformaes que ocorrem ao longo do tempo, resultando na diminuio progressiva da

    eficincia das funes orgnicas do indivduo.

    O envelhecimento populacional trata-se de uma resposta mudana de vrios fatores,

    principalmente os relacionados sade. Nos pases em desenvolvimento, como o Brasil, essa

    transio demogrfica se deve mais s tecnologias de sade do que ao prprio

    desenvolvimento do pas. De acordo com a literatura, o crescimento da populao idosa

    consequncia de dois processos: a diminuio da fecundidade, a reduo da mortalidade da

    populao idosa e aumento da expectativa de vida.

    O filsofo alemo Frank Schirrmacher, em entrevista a revista Veja no ano de 2004,

    afirma que a humanidade est s vsperas de uma revoluo econmica, poltica e cultural,

    promovida por uma modificao demogrfica radical: o envelhecimento da populao. Deacordo com Schirrmacher, a sociedade ainda no est adaptada a essa nova realidade; as

    instituies, o casamento, o Estado, as empresas e o sistema da previdncia como se conhece

    atualmente, vm de uma poca em que apenas 3% das pessoas ultrapassavam os 65 anos de

    idade.

    No entanto, o aumento do nmero relativo e absoluto de idosos vem acompanhado de

    mudanas no perfil epidemiolgico dessa populao. Segundo LIMA-COSTA, BARRETO e

    GIATTI (2003), nos ltimos 40 anos o Brasil passou de um perfil epidemiolgicocaracterizado pela predominncia das doenas infectocontagiosas, para um perfil com

    predominncia das doenas crnico-degenerativas.

    A mudana no perfil demogrfico e epidemiolgico da populao traz importantes

    repercusses na vida dos idosos, de suas famlias e para as comunidades em que esto

    inseridos; principalmente nos casos em que o envelhecimento acompanhado pela

    dependncia.

    Tal situao coloca na pauta do poder pblico (Estado) a necessidade de desenvolverprogramas governamentais especificamente dirigidos a essa faixa etria (LIMA;

    SANGALETI; 2010, p. 12), com o intuito de garantir direitos sociais e proteo aos idosos

    surge uma srie de legislaes que asseguram essas condies a essa parcela da populao.

    O crescimento rpido da populao idosa uma realidade crescente. Dessa forma, o

    envelhecimento ganha espao nas discusses polticas e sociais, com o intuito de prevenir um

    envelhecimento populacional artificial, promovido apenas pelo avano tecnolgico e mdico.

    Em conjunto com o desenvolvimento cientfico almeja-se o avano das polticas sociais, tendo

    em vista promover o aumento da expectativa e da qualidade de vida.

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    De acordo com Debert (2004), deve haver o reconhecimento da pluralidade de

    experincias de envelhecimento, afastando a perspectiva da misria que tem alimentado

    esteretipos da velhice como um perodo de doena, de dependncia e de passividade,

    tampouco pode ser absorvido pela indstria do rejuvenescimento e do culto ao corpo.

    No contexto em que o envelhecimento se transforma em um novo mercado deconsumo, no h lugar para a velhice. Engolidos pelas concepesautopreservacionistas do corpo, os gerontlogos tm agora, como tarefa, encorajaros indivduos a adotarem estratgias instrumentais para combater a deteriorao e adecadncia. Afinados com a burocracia estatal, que procura reduzir os custos com asade educando o pblico para evitar a negligncia corporal, os gerontlogos abremtambm novos mercados para a indstria do rejuvenescimento (DEBERT, 2004, p.227-228).

    O ato de envelhecer algo inerente ao homem, que possui aspectos positivos. Mendeset. al., 2005, p. 424, afirma que:

    O envelhecimento deve ser entendido como parte integrante e fundamental no cursode vida de cada indivduo. nessa fase que emergem experincias e caractersticas

    prprias e peculiares, resultantes da trajetria de vida, na qual umas tm maiordimenso e complexidade que outras, integrando assim a formao do indivduoidoso.

    Envelhecer no uma doena. De acordo com Mendes (2005), trata-se de um processo

    natural que caracteriza uma etapa da vida do homem e d-se por mudanas fsicas,psicolgicas e sociais que acometem, de forma particular, cada indivduo com sobrevida

    prolongada.

    No entanto, em alguns casos, o envelhecimento pode estar acompanhado por

    processospatolgicos tpicos da fragilidade progressiva das funes fisiolgicas. Durante esse

    processo, as doenas crnicas podem se manifestar como afeces patologicas que,

    dependendo da incidncia e forma de abordagem podem levar dependncia.

    Segundo Simonetti e Ferreira (2008), aps os 40 anos de idade inicia um declnio

    acentuado das funes orgnicas do corpo, que pode ser influenciado por diversos aspectos

    como fsico, orgnico, gentico, hbitos de vida, meio-ambiente, condies educacionais e

    socioeconmicas, incluindo as relaes familiares.

    O aumento do nmero relativo e absoluto de idosos vem acompanhado de mudanas

    no perfil epidemiolgico dessa populao. Segundo LIMA-COSTA, BARRETO e GIATTI

    (2003), nos ltimos 40 anos, o Brasil passou de um perfil epidemiolgico caracterizado pela

    predominncia das doenas infectocontagiosas, para um perfil com predominncia das

    doenas crnico-degenerativas.

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    O aumento da longevidade por si s no significa para todos os indivduos a garantiade uma velhice saudvel e bem-sucedida. O desgaste fisiolgico natural, ascondies precrias de desenvolvimento ao longo do ciclo vital, os fatoresimponderveis semelhantes herana gentica e a presena de doenas crnico-degenerativas adquiridas na adolescncia ou vida adulta certamente inviabilizam o

    projeto de um envelhecimento positivo e bem-sucedido (SANTOS, 2010, p. 22).

    Diante desse novo quadro demogrfico e epidemiolgico apresentado, depara-se com

    um novo modelo de assistncia, cuidados e proteo social ao idoso, no qual a famlia assume

    um papel central. O ambiente familiar colocado como meio prioritrio para permanncia do

    idoso. De acordo com a constituio federal de 1988 no art. 230 1 os programas de amparo

    aos idosos sero executados preferencialmente em seus lares (BRASIL, 1988).

    A CONSTRUO DAS POLTICAS PBLICAS DE ATENO AO IDOSO

    A questo do envelhecimento ganha destaque na discusso e elaborao das polticas

    sociais de assistncia e sade. Esse debate tem como marco inicial a I Assembleia Mundial

    sobre Envelhecimento, da Organizao Mundial das naes Unidas (ONU), realizada em

    1982 em Viena-ustria. Esse frum contou coma participao de 124 pases, incluindo o

    Brasil. Nesse evento foi elaborado o Plano de Ao para o Envelhecimento, um importante

    documento de estratgias e recomendaes prioritrias nos diversos aspectos que envolvem o

    processo de envelhecimento.

    No Brasil, muito se avanou na elaborao de polticas sociais voltadas aos idosos;

    dentre as quais podemos citar a Poltica Nacional do Idoso (1994); A Poltica Nacional de

    Sade do Idoso (1999); o Estatuto do Idoso (2003); A Poltica Nacional de Assistncia Social

    (2004); A Poltica Nacional de Sade da Pessoa Idosa (2006), alm dos direitos conquistados

    pela Constituio Federal em 1988.

    A poltica pblica, segundo Pereira (2008), compe-se de atividades formais (regrasestabelecidas) e informais (negociaes, dilogos) adotadas em um contexto de relaes de

    poder e destinadas a resolver, sem violncia, conflitos em torno de questes que envolvem

    assuntos pblicos.

    De acordo com Pereira (2008, p. 103, apud. Howlett e Ramesh), esse ramo do

    conhecimento possui trs caractersticas principais:

    ... multidisciplinar, porque rompe com os estreitos limites de estudos sobreinstituies e estruturas e abrange temas e questes tratados por outras disciplinascientficas, como a economia, a sociologia, a cincia poltica, o direito, o serviosocial, dentre outras; intervencionista, porque no se contenta apenas em conhecer

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    o seu objeto de estudo, mas tambm procura interferir nele e modifica-lo; e normativa, porque no pura racionalidade e se defronta com a impossibilidade deseparar fins e meios, bem como valores e tcnicas, no estudo das aes dosgovernos.

    Na conjuntura atual de construo de polticas pblicas voltadas ao idoso, no Brasil, se

    percebe a adoo de uma perspectiva neoliberal, na qual se encontra o Estado e setor privado

    como corresponsveis pela operacionalizao dessas polticas e pela proteo aos idosos.

    As formas de respostas contemporneas problemtica social do envelhecimento,

    mediante reforma das polticas de seguridade social, que mantm o Estado naproteo social, mas que introduz modificaes substanciais na orientao, nacobertura, no nvel dos benefcios, na qualidade de prestao de servios, ounormatizando uma poltica setorial especfica e outros instrumentos de direitos e as

    iniciativas diversas da sociedade civil na proteo social aos idosos, financiadas ouno pelo Estado, so expresses de alteraes no formato da proteo social e dasnovas simbioses entre pblico e privado na poltica social (TEIXEIRA, 2008, p.199).

    O discurso atual das polticas de ateno ao idoso prev uma redistribuio de

    atividades, prevendo a participao do Estado, da sociedade e da famlia nas aes de

    proteo e assistncia ao idoso. Assim, percebe-se o incentivo participao dos setores

    pblico e privado na atuao dessas polticas.

    Segundo Teixeira (2008), entende-se que o setor privado compreende no apenas olucrativo, mas tambm atividades informais, domsticas e pessoais, e as associaes

    voluntrias, as cooperativas ou corporaes privadas no lucrativas, as organizaes

    governamentais.

    Dessa maneira, a famlia vem sendo colocada como um importante agente privado de

    proteo social, e parte fundamental dos arranjos de proteo social. H tempos os governos

    brasileiros vm se beneficiando da participao e voluntariedade da famlia na prestao dos

    cuidados aos seus membros.

    A PERSPECTIVA DA POLTICA PBLICA DE ATENO AOS IDOSOS:

    MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA OU REPRIVATIZAO DA VELHICE

    Os instrumentos legais j citados trazem, entre seus princpios, a famlia, nas suas

    diversas formas e estruturas, como unidade fundamental mantenedora e protetora dos idosos,

    mas no exclusiva. Visto que, a famlia, a sociedade e o Estado tm o dever de assegurar ao

    idoso todos os direitos da cidadania, garantindo sua participao na comunidade, defendendo

    sua dignidade, bem estar e o direito a vida (BRASIL, 1998, p. 11). Assim, o que se percebe

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    um processo de descentralizao das responsabilidades sociais no trato da temtica do

    envelhecimento, envolvendo a famlia, a comunidade, a sociedade e o poder pblico.

    Segundo Teixeira (2008), no se trata apenas de uma descentralizao meramente

    tcnica, fiscal ou administrativa, mas tambm poltica e participativa, tendo a participao da

    sociedade civil na execuo da poltica, como instncias de proteo social, com ou sem

    recursos do Estado.

    A Poltica Nacional de sade do Idoso apresenta como pressuposto bsico a

    permanncia do idoso em seu seio familiar. Vrios estudos reforam o importante papel da

    famlia como determinante nos resultados do processo de reabilitao (MACHADO, JORGE

    e FREITAS, 2009). Assim, percebe-se a primazia por uma assistncia ao idoso domiciliar, em

    detrimento a asilar, na qual a famlia representa um papel importante de assistncia eproteo, geralmente assumida pelo cuidador familiar.

    Para Cattani, Girardon-Perlini (2004) a funo de cuidador assumida por uma nica

    pessoa, denominada cuidador principal, seja por instinto, vontade, disponibilidade ou

    capacidade. Este assume tarefas de cuidado atendendo s necessidades do idoso e

    responsabilizando-se por elas.

    Diante da acelerada mudana do perfil da populao brasileira, o modelo de cuidados

    domiciliares se reproduz e reafirma como modelo de assistncia, sendo essa uma estruturadefendida e apoiada pelas polticas pblicas voltadas pessoa idosa como, por exemplo, a

    Poltica Nacional do Idoso (PNI), o Estatuto do Idoso e a Poltica Nacional de Sade da

    Pessoa Idosa (PNSPI).

    O discurso apresentado pelas polticas pblicas sobre o envelhecimento prev a

    participao de todos (o idoso, a famlia, a sociedade e o Estado) nas discusses e aes de

    assistncia sade e social, que envolvam essa temtica.

    Porm, a dificuldade das polticas pblicas para acompanhar o rpido crescimento dapopulao idosa, registrado no Brasil, principalmente nesse incio do sculo XXI, traz como

    consequncia a distoro das responsabilidades sobre o idoso dependente, que acabam sendo

    assumidas por seus familiares como um problema individual ou familiar, devido ausncia,

    ou precariedade, do suporte do Estado.

    Com a abordagem da famlia nesse quadro de atuao, atrela-se ao discurso poltico o

    ideal da humanizao. De acordo com Faleiros (2000) as funes ideolgicas apresentadas

    pelas polticas pblicas camuflam a realidade; impe-se um discurso humanizante para falar

    de realidade desumanizadora.

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    A Poltica Nacional de Sade da Pessoa Idosa (PNSPI), aprovada pela portaria n

    2.528/2006, tem por finalidade primordial recuperar, manter e promover a autonomia e a

    independncia dos indivduos idosos, direcionando medidas coletivas e individuais de sade

    para esse fim, em consonncia com os princpios e diretrizes do Sistema nico de Sade

    (BRASIL, 2006). Tendo como meta final proporcionar uma ateno sade adequada e digna

    para aos idosos, principalmente para aquela parcela da populao idosa que teve, por uma

    srie de razes, um processo de envelhecimento marcado por doenas e agravos que impem

    srias limitaes ao seu bem-estar.

    No entanto, o Sistema nico de Sade Pblica no Brasil no est preparado para

    fornecer o suporte para a populao idosa que adoece, nem famlia que assume seus

    cuidados (CREUTZBERG; SANTOS, 2003), o que contraria o art. 196 da ConstituioFederal Brasileira (1988, p. 69) que diz: a sade direito de todos e dever do Estado,

    garantido mediante polticas sociais e econmicas que visem reduo do risco de doena e de

    outros agravos e ao acesso universal e igualitrio s aes e servios para sua promoo,

    preveno e recuperao.

    Alm disso, no Brasil, as estruturas de suporte social ainda se encontram frgeis e no

    constituem uma rede de apoio organizada (NARDI; OLIVEIRA, 2008). Na verdade, o que se

    percebe a omisso da sociedade de sua responsabilidade e compromisso social com avelhice. Segundo Santos (2010, p. 24) a invisibilidade social de uma velhice com

    dependncia uma das formas que a sociedade encontrou para se eximir de suas

    responsabilidades e compromisso social.

    Dessa forma, a famlia acaba por tomar para si as responsabilidades sobre o idoso.

    Assim, a velhice acaba sendo tratada como uma questo de responsabilidade individual ou

    familiar; restringida ao espao privado do domiclio, deixando os idosos e seus familiares

    abandonados prpria sorte.Portanto, o que se percebe uma reprivatizao do envelhecimento. No qual, observa-

    se a ineficincia das polticas pblicas no tocante ao seu papel de proteo social, a

    privatizao do cuidado pela famlia e a delegao da velhice como uma responsabilidade

    individual. Essa ltima, de acordo com Santos (2010, p. 22):

    Tem sido a estratgia mais utilizada nos ltimos anos para escamotear as precriascondies que dispomos para enfrentar adequadamente as necessidades dos idososque chegarem idade avanada portando algum tipo de dficit. Alm disso, estaria oEstado se desonerando do compromisso de oferecer uma assistncia pblica desade qualificada e competente para atender s demandas desse segmento da

    populao.

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    AS POLTICAS PBLICAS VOLTADAS AO IDOSO 368

    Revista FSA, Teresina, v. 10, n. 2, art. 20, pp. 358-371, Abr./Jun. 2013 www2.fsanet.com.br/revista

    Tal situao reflete a incapacidade de um suporte compatvel com as necessidades dos

    idosos e seus familiares, cabendo assim a esses ltimos exercer a funo de cuidadores nos

    domiclios.

    A Poltica Nacional do Idoso, descrita na Lei 8,842/94, um importante documento e

    pioneiro na contemplao dos direitos dos idosos. Tendo como uma de suas diretrizes o

    atendimento aos idosos por intermdio de suas famlias, em detrimento ao atendimento asilar.

    Para Santos (2005, p. 24) verifica-se, a, a oficializao da reprivatizao do cuidado e o

    retorno famlia da responsabilidade de cuidar de seus idosos.

    Portanto, embora a legislao brasileira relativa aos cuidados com pessoa idosa esteja

    avanando, a prtica ainda insatisfatria. As polticas pblicas voltadas para o

    envelhecimento, principalmente com dependncia, e ao cuidador familiar so frgeis einsuficientes, tornando o sistema pblico ineficaz no exerccio de suas funes com

    resolutividade e plenitude. O sistema de sade brasileiro no est preparado para atender a

    contento a populao idosa que adoece e sua famlia. Essa situao contribui para a

    transferncia do papel da seguridade social para as famlias, o que sobrecarrega o cuidador

    familiar, comprometendo a qualidade da assistncia prestada, assim como a prpria sade do

    familiar que cuida.

    Assim, encontram-se idosos dependentes ou fragilizados e famlias to carentes deuma rede de suporte social mais efetiva que poderia ser viabilizada por polticas pblicas mais

    adequadas s necessidades dessa parcela significativa da populao. O ideal de

    compartilhamento de responsabilidades entre o Estado, a sociedade e a famlia algo bem

    elaborado no discurso poltico e legislativo; porm mal executado na prtica. Na realidade, o

    que se percebe : o Estado se desonerando da sua responsabilidade em oferecer uma

    assistncia pblica qualificada e competente; uma sociedade que anula os idosos que no se

    enquadram no modelo pautado na autonomia e independncia; e o encaminhamento dasresponsabilidades sobre a sade e doena dos idosos na esfera individual e privada.

    CONSIDERAES FINAIS

    O envelhecimento um processo complexo, pluridimensional, revestido no apenas

    por perdas, mas tambm por aquisies individuais e coletivas. O processo de envelhecimento

    contm, pois a fase da velhice, mas no se esgota nela.

    As polticas pblicas trazem a descentralizao das responsabilidades e a participao

    social no enfrentamento das necessidades geradas pelo envelhecimento, havendo, assim, uma

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    N. F. dos Santos, M. do R. de F. e Silva 369

    Revista FSA, Teresina, v. 10, n. 2, art. 20, pp. 358-371, Abr./Jun. 2013 www2.fsanet.com.br/revista

    redistribuio de papis, tornando a famlia, a sociedade, a comunidade e o Estado

    responsveis pela assistncia pessoa idosa, inclusive nas situaes de dependncia.

    No entanto, embora a legislao brasileira relativa aos cuidados pessoa idosa esteja

    avanando, a prtica ainda insatisfatria. As polticas pblicas voltadas para o

    envelhecimento com dependncia e ao cuidador familiar so frgeis e insuficientes, tornando

    o sistema pblico ineficaz no exerccio de suas funes com resolutividade e plenitude. Essa

    situao contribui para a transferncia do papel da seguridade social para as famlias, o que

    contribui para a tendncia da reprivatizao da velhice.

    Portanto, verifica-se a necessidade da recuperao, na prtica, das funes e

    atribuies do Estado, da sociedade, da comunidade e inclusive da prpria famlia; aes que

    aperfeioem o apoio necessrio ao desenvolvimento de aes de proteo e assistnciavoltadas populao idosa.

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