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Folha bancária
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Seis anos de ganho realOs banqueiros foram teimosos e a categoria se
mostrou persistente. A razão estava com aque-les que acreditaram na força da mobilização dos bancários. É verdade que os patrões fizeram tudo que estava ao seu alcance para desmobilizar: interditos proibitórios, correios eletrônicos e tele-fonemas convocando para o trabalho, investimen-to em tecnologia para que os bancários executem suas atividades profissionais sem sair de casa, táxi aéreo e muita pressão.
“Os patrões já chegaram à negociação convictos de que este ano não haveria ganho real e tiveram a cara de pau de dizer que o que conquistamos nas últimas campanhas já havia sido muito”, relata Otávio Dias, presidente do Sindicato. A indignação se tornou ainda maior quando, após oito dias de greve, a Fenaban deixou todo o Comando a postos, por dois dias, em negociação, sem apresentar pro-posta. Apostaram na desmobilização. A resposta veio com o acirramento da greve em todo o Brasil. Em Curitiba e região, 285 agências, das 444 exis-tentes, ficaram sem expediente.
Ganho real – A persistência dos bancários não se mostrou infrutífera e arrancou proposta que contempla um novo ganho: a ampliação da licença-maternidade em todos os bancos, avanços em rela-
Fenaban foi obrigada a ceder à pressão e apresentar proposta com aumento real
Os empregados da Caixa entraram na última sexta (9) em seu 16º dia de greve. A decisão foi tomada em assembleia no dia 08. Leia na página 02.
Greve garantiu ampliação da licença-maternidade e um adicional à PLR que assegura distribuição linear de 2% do lucro líquido. Leia na página 03.
Greve continua na Caixa
Nova conquista em 2009
ção à igualdade de oportunidades, uma cláusula permanente de parcela adicional da PLR e a ma-nutenção do teto de distribuição da PLR em 15% (os banqueiros insistiam em apenas 5,5%). Além disso, com mobilização, os trabalhadores estão recuperando o poder de compra dos seus salários nos últimos seis anos. O piso da categoria já acu-mula 17,8% de ganhos acima da inflação medida pelo INPC desde 2003, segundo o DIEESE.
Dez mil funcionários para o BB – Ampliação do quadro de funcionários do BB, reajuste de 3% no Plano de Cargos e Salários (PCS) e o comprome-timento da empresa em propor um PCCS foram os fatores que mobilizaram os trabalhadores do BB, presentes na assembleia no dia 08, a aceitar a pro-posta e encerrar a greve.
Dias parados – Os dias parados podem ser com-pensados até o dia 15 de dezembro e não serão descontados. A compensação será limitada a 2 ho-ras por dia e não pode recair no fim de semana ou feriados, nem incidir sobre horas extras feitas antes da assinatura do acordo.
Caixa fechada – Na assembleia (8), os trabalha-dores se mostraram descontentes com a proposta e mantiveram a greve em um cenário de acirramento de conflito com a empresa.
Nesta edição
Persistência
Bancários da Caixa continuam em greveUma proposta que não garante a distribuição in-
tegral da regra de PLR apresentada pela Fenaban, que não traz avanços no Plano de Funções Grati-ficadas (PFG), nem valorização dos pisos da cate-goria. Foi isso que a Caixa Econômica apresentou aos seus trabalhadores na última negociação es-pecífica, que aconteceu em 08 de outubro, em São Paulo. O banco apenas reafirmou que seguirá o reajuste de 6% proposto pela Fenaban e anunciou a contratação de 3 mil bancários para 2010.
Indignados, os bancários da Caixa de Curitiba e região deliberaram em assembleia pela manuten-ção da greve. Nos últimos anos, a empresa tem desempenhado papel importante como agente das políticas públicas do governo federal. “E é por con-tribuir com esse importante papel social que os tra-balhadores merecem ser valorizados e recompen-sados por sua dedicação e empenho”, acrescenta Otávio Dias, presidente do Sindicato.
O banco propôs apenas 6% de reajuste, uma PLR rebaixada e mais truculência no tratamento com os seus trabalhadores
Proposta rejeitada
Proposta foi aprovada porpequena margem de votos
O compromisso do Banco do Brasil em implantar o Plano de Carreiras, Cargos e Salários (PCCS) gerou polêmica na assembleia dos trabalhadores bancários de Curitiba e região, no dia 8 de outu-bro. Muitos desconfiam do BB e acreditam que a empresa não irá cumprir com a promessa de dis-cutir e concluir uma proposta nos prazos apresen-tados. A categoria, porém, por pequena diferença de votos, resolveu “dar um voto de confiança” para o banco, especialmente diante de alguns avanços apresentados na proposta específica. Dentre eles, a geração de 10 mil novos empregos (5 mil em 2010 e 5 mil em 2011), manutenção do formato da PLR, reajuste de 3% no Plano de Cargos e Sa-lários (PCS) e avanços na isonomia.
“Quem não está contente, que procure outro emprego” – O Sindicato dos Bancários de Curi-tiba e região pediu instauração de processo inves-tigatório junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT) em relação as reuniões nas agências do BB realizadas nos últimos dias de greve. A frase do título foi de uma bancária que assumiu postura de “patrão”. As reuniões foram determinadas a partir de um correio eletrônico que solicitava o retorno dos funcionários ao trabalho, burlando o direito de greve. Na audiência, realizada no dia 09, ficou evidente que as reuniões tinham como intuito cons-tranger os trabalhadores e questionar sua decisão em se manter em greve.
PCCS: categoria resolveu dar um“voto de confiança” ao BB
Banco do Brasil
Proposta BBItem
PLR*
Condições de trabalho
Assédio moral
Pisos
PCCS
Isonomia
Lateralidade
Licença adoção
Manutenção do formato atual, com distribuição semestralVeja o valor a receber em alguns cargos:
10 mil novos empregados(5 mil em 2010 e 5 mil em 2011)
Criação de Comitês Regionais de Ética compostos por representantes eleitospelo funcionalismo (trabalho será acompanhado pelo Sindicato local)
Reajuste em mais 3% o VP do E1, corrigindo todo o PCS no mesmo valor(o que garante reajuste de 9% a todos os níveis do PCS)
Discussão a partir de 1º novembro e a conclusão deproposta até 30 de junho de 2010
Venda e acúmulo de cinco dias de faltas abonadas aos bancários queingressaram no BB a partir de 1998
Pagamento das substituições nas agências com menos de 7 funcionários, na ausência do comissionado. Nas dependências da rede com mais de
7 funcionários, apenas a substituição do gerente geral será remunerada.
Ampliação da licença de 5 dias para 30 dias aospais solteiros ou casais homoafetivos
Valor (em R$)
* No pagamento do primeiro semestre de 2009 o valor será cerca de 6% menor que o do primeiro semestre de 2008 em virtude do montante a ser distribuído ser equivalente, mas ter aumentado em cerca 9.300 funcionários, elevando o número de beneficiários.Com informações do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região.
Clima tenso – Nesta Campanha Salarial 2009, além do descaso nas negociações específicas, ficou evidente que os trabalhadores da Caixa estão, ano a ano, sendo tratados com mais truculência pela em-
Demais gerentes: 1,56 salário1º Gestor de rede: 1,84 salário
Comissionado resp. níveis 2 e 3: 2,28 salários
Escriturário: R$ 2.890Caixa: R$ 3.189
Ass. negócios: 1,46 salário
presa. Nunca se viu tanta prepotência por parte do banco, que adotou práticas como postar contingente de seguranças nas portas das agências e conseguir na Justiça interdito proibitório.
Proposta FenabanItem
Reajuste salarial
Piso (após 90 dias): Portaria
Piso (após 90 dias): Escriturário
Piso (após 90 dias): Caixa
Auxílio-refeição
Cesta-alimentação
Auxílio-creche/babá
Requalificação profissional
13ª Cesta-alimentação
Adicional Tempo de Serviço (ATS)
Licença-maternidade
PLR*
Adicional à PLR**
6%
R$ 748,59
R$ 1.074,46
R$ 1.501,49
R$ 16,88
R$ 289,31
R$ 207,95
R$ 831,28
R$ 289,31
R$ 16,59
6 meses
90% do salário + R$ 1.024(com teto de R$ 6.680)
2% do lucro líquido distribuídolinearmente para todos (com teto de R$ 2.100)
Valor (em R$)
* Caso o valor distribuído para os bancários fique abaixo de 5% do lucro, o banco deverá aumentar a PLR de cada bancário até completar este percentual, com limite para cada bancário de 2,2 salários ou R$ 14.696, o que for atingido primeiro.** Os valores não poderão ser compensados dos programas próprios de remuneração.Com informações da Contraf-CUT.
Mobilização garantea manutenção doganho real e mudanças nas regras da PLR
Desde o dia 10 de agosto, data da entrega da minuta, a Fenaban apresentou apenas duas pro-postas na Campanha Salarial 2009: uma que ape-nas contemplava a reposição da inflação (4,5%) no dia 17 de setembro; e agora, no dia 06 de outubro, uma proposta de 6% de reajuste, o que significa 1,5% de ganho real.
O avanço foi fruto de muita luta e de uma greve nacional de 15 dias que forçou os bancos a reverem sua postura. Afinal, os patrões haviam prometido não ceder às reinvindicações da categoria e bar-rar a conquista do aumento real, uma vitória dos trabalhadores desde 2004.
A principal conquista – A participação dos bancários que atuam na iniciativa privada, consi-derada surpreendente pelos dirigentes e bastante entusiasmada neste ano, garantiu ainda avanços em relação ao pagamento do valor adicional à Participação nos Lucros e Resultados (PLR), que agora está assegurado na CCT.
Fenaban
Como o modelo anterior do adicional era condicio-nado ao crescimento do lucro em pelo menos 8%, este ano praticamente nenhum banco o pagaria. Aqui surge a grande vitória de 2009: um novo modelo para o adicional, conquistado após 15 dias de greve, e que garante a distribuição de 2% do lucro líquido de forma linear a todos os trabalhadores, com teto de R$ 2.100, tenha o lucro crescido ou não. O valor não pode ser descontado dos programas próprios.
“Conseguimos um importante avanço, pois as-seguramos o pagamento do adicional de forma perene, incluído na CCT, sem que esteja vinculado ao crescimento do lucro dos bancos. Tivemos a am-pliação da licença-maternidade de quatro para seis meses, beneficiando as bancárias de todo o país. E com muita briga, mantivemos o ganho real. Este é o saldo positivo da Campanha Salarial 2009,” afirma Otávio Dias, presidente do Sindicato.
Confira abaixo em detalhes a proposta aprovada pelos trabalhadores em bancos privados:
Contribuiçãoassistencialserá descontada em novembro
Além das propostas da Fenaban e do Banco do Brasil, os trabalhadores bancários de Curitiba e região aprovaram, na assembléia do dia 08 de outu-bro, a taxa de contribuição assistencial de R$ 55. O valor, que será descontado em folha de pagamento no mês de novembro, é necessário para cobrir gas-tos com a estrutura da Campanha Salarial 2009.
Quando o acordo coletivo de trabalho é fechado, os bancários contrários ao desconto da taxa po-dem protocolar sua oposição. As datas e horários para o protocolo são as seguintes: 13, 14, 15,16 e 19, 20, 21, 22 de outubro, das 9h às 17h, no Espa-ço Cultural e Esportivo dos Bancários (Rua Piquiri, 380 – Rebouças). No sábado, 17 de outubro, o horário de atendimento será das 9h às 12h.
“O Sindicato defende que sua manutenção deve ser feita com a contribuição espontânea dos trabalhadores, por meio da sindicalização. A con-tribuição assistencial é um valor que garante a in-fra-estrutura da campanha salarial, que conta com muitos itens, como carro de som, faixas, cartazes e organização diária de assembleias, entre outros”, justifica Otávio Dias, presidente do Sindicato.
O valor de R$ 55 foi aprovado em assembleia.Bancários podem protocolar oposição
Comunicado
Orgão de divulgação do Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e RegiãoAv. Vicente Machado, 18 - 8º andar • Fone: (41) 3015-0523 • Fax: (41) 3322-9867Presidente: Otávio Dias • Sec. de Imprensa: Sônia Boz • Jornalista: Patrícia Meyer (5291/PR)Colaboração: Renata Ortega • Diagramação e Arte final: Fabio Souza • Impressão e Fotolitos: MaxigráficaTiragem: 17.000 exemplares [email protected] www.bancariosdecuritiba.org.br