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CAPA

17edicao Revista Ser Família

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CAPA

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ANUNCIO 01

PÁGINA DUPLA

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BREVESEDITORIAL

QUALIDADE DE VIDA

ENTREVISTAINTIMIDADE

VIAGEM E CULTURA

28EDUCAR HOJE 2Consumo na infância 3 2EDUCAR HOJE 3

Aromas, sabores e muita fumaça

44COLUNISTAO casal e seus parentes Líquidos isotônicos 58ENTRETENIMENTO

36SOCIEDADEElas e eles 40COMPORTAMENTO

Os benefícios do autocontrole e os perigos da impulsividade22EDUCAR HOJE 1

A música educa

São Francisco Xavier

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A Revista Ser Família é uma publicação bimestral que oferece respostas criativas, alternativas inteligentes e soluções e!cazes para viver bem.

PresidenteLudmila G. Antunes de Souza

Diretor ExecutivoAutimio A. de Souza Neto

Conselho EditorialDora PortoCarmen Silvia Porto Conselho ConsultivoJosé Carlos Reis de Magalhães

Projeto grá!co e Direção de ArteClaudio Tito Braghini Junior [email protected] Jornalista responsávelSilvia Kuntz Pinto Lima – Mtb 47.467e-mail: [email protected] ColaboradoresEncar Torre-EncisoLuis Fernando CarbonariFirmina Floripes FerreiraRenato Rodrigues

Produção e ImpressãoGAPI – Grupo de Apoio à Produção e Impressão Grá!ca

Endereço

José Gallo"i, 207 Brooklin - São Paulo -SP(55 11) 3849-0909site: www.serfamilia.com.bre-mail: [email protected] Assinatura anual (6 edições)Brasil: R$ 89,00Outros países: US$ 60,00Telefax: (55 11) 3849-0909e-mail: [email protected] Tiragem - 10.000 exemplares Para anunciarTelefax: (55 11) 3849-0909e-mail: [email protected]

Operação em bancasAssessoriaEDICASEwww.edicase.com.br Distribuição Exclusiva em BancasFernando Chinaglia Comercial E Distribuidora S/A ManuseioFG PRESSwww.fgpress.com.br

O conteúdo dos artigos assinados é de exclusiva responsabilidade de seus autores, não expressando necessariamente a opinião dos responsáveis pela direção da Revista Ser Família e da Associação Vida em Família.

omo se fossem despertadores do coração, fazem-nos pensar no vínculo afetivo que temos com nossos !lhos. Quanto quero meus !lhos? Que sejam, que façam, que cumpram, que obedeçam, que ouçam, que respeitem, que não esqueçam, que não, não...

Um abraço.

Quanto não vale um abraço? Vale uma amizade. O abraço de um amigo dá uma satisfação que vale muito mais que um tesouro. Quando foi a última vez que sentiu falta de um forte abraço? Só de ver a foto de meus !lhos, já me deu vontade de dar um forte abraço em cada um!O verdadeiro abraço provoca verdadeira comunhão entre os que se amam. Tudo o que pensam, sentem, desejam... Toda intimidade é compartilhada. Por isso, um forte abraço é terapêutico, confortante, consolador, muito mais potente que o mais belo dos discursos.Quem tem o abraço do !lho, tem tudo! Inclusive sua boa disposição para ser um bom !lho.Daqueles !lhos que correspondem a uma simples e carinhosa exclamação: “!lho”!Esse pai não precisa ser violento, nem duro, pois seu !lho já entrou pelo caminho da liberdade de saber, saber fazer, decidir e realizar o que muitos abraços lhe ensinaram. O verdadeiro abraço é o melhor e mais e!caz instrumento de conduta e limites para nossos !lhos. Dê um forte abraço em seu !lho(a) e boa leitura!

Autimio Antunes

EDITORIAL >> pág. 7

Memória - Momentos - Sonhos - Um Passeio - Uma foto - Uma música

C

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BREVES >> pág. 9

“Pesquisa realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), feita com pessoas entre 15 e 19 anos de todo o País, identi!cou que 87% das adolescentes já vivenciaram formas de violência no namoro ou no “!car”. “Atestamos, porém, que as garotas estão agredindo quase que na maesma proporção do que os meninos”, a!rma a autora do estudo, Kathie Njaine, que tabulou os 3.205 questionários, recolhidos nas cinco regiões do País.”(Agência Estado)

Violencia no namoro

Vacina X Cancer“Vacinar crianças contra a hepatite B no nascimento pode reduzir signi!cativamente o câncer de fígado em crianças mais velhas, segundo um novo estudo realizado em Taiwan.Para os 20 anos seguintes de acompanhamento, cientistas do National Taiwan University Hospital coletaram dados de aproximadamente 20 mil crianças e jovens diagnosticados com câncer de fígado em estágio inicial.Entre as crianças com idade entre 6 e 19 anos, houve apenas 64 casos no grupo vacinado, em comparação a 444 no grupo que não recebeu a vacina.Dos poucos que desenvolveram câncer, apesar da vacina, pesquisadores descobriram que muitos não receberam as dosagens su!cientes.”(Folha Online)

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INTIMIDADE >> pág. 10

Ele precisada companhia dela

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i Cíntia, aqui é o Pedro.- Oi, que bom que

você ligou! Cíntia respondeu, com a voz gentil e carinhosa. - Tenho dois ingressos para o jogo do São Paulo no sábado. Você gostaria de ir comigo? - Parece uma ótima ideia! A que horas? Depois de tudo combinado, Pedro desligou o telefone, sorrindo. Ele e Cíntia já haviam saído juntos duas vezes nas quatro semanas que se seguiram após o dia em que se conheceram. Este seria o primeiro “encontro esportivo”! Ele !cou especialmente feliz por Cíntia ter-se mostrado tão ansiosa para acompanhá-lo no jogo, já que não conhecia muitas garotas que gostassem do esporte...

Os dois se divertiram muito durante a partida. Cíntia parecia entender tudo e sabia o que estava acontecendo dentro do campo. Depois do jogo, enquanto tomavam um café, até discutiram algumas jogadas. Nos meses seguintes, foram assistir a muitas outras partidas e também a alguns !lmes no cinema.

O gosto de Cíntia para escolher os !lmes agradava a Pedro e, deste modo, o romance progredia positivamente. Pedro estava convencido de que encontrara !nalmente a mulher certa para ele!

Uma história como essa pode fazer parte, com as

O

conheço mulheres

que cozinhavam,

sem ter a menor

habilidade, que

viam filmes de guerra, cowboy, jogo

de futebol... Por

um único motivo:

estar com ele!

devidas adaptações, daquela que muitos casais poderiam contar... Antes de casar parecia que combinavam em tudo, que tinham tantas coisas em comum! A namorada estava sempre feliz, só por estar na companhia do namorado. Conheço mulheres que cozinhavam, sem ter a menor habilidade, que viam !lmes de guerra, cowboy, jogo de futebol... Por um único motivo: estar com ele!

Mas, como Pedro e Cíntia, muitos casais, com o passar dos anos, vão deixando que suas vidas comecem a tomar rumos divergentes. Cada um quer fazer o que lhe apraz no seu tempo de lazer e descanso e acabam passando pouco tempo juntos. Quando os !lhos ainda são pequenos, o seu cuidado acaba aproximando o casal, mas se não estiverem atentos para manter aquela proximidade tão salutar, podem realmente criar distâncias.

Dr. W.Harley, em seu livro “His needs her needs” (que já comentamos em edições anteriores), a!rma que “contar com a companhia da esposa” está entre as cinco maiores necessidades emocionais dos homens casados. Numa primeira leitura, mais apressada, podemos pensar que o Dr. está exagerando. Mas… Pouco a pouco somos obrigados a lhe dar razão.

Por que será que, pouco tempo depois de casados, alguns casais descobrem o que descobriram Cíntia e Pedro: que as suas atividades preferidas realmente tinham pouco em comum?

O interesse que ela demonstrava por carros, futebol, !lmes de “bang-bang”, evaporou da noite para o dia, e ele se sentia um homem afortunado quando conseguia levá-la a, pelo menos, um jogo de futebol. Enquanto isto, ela insistia em que o marido a acompanhasse em mais visitas a museus de arte e, ocasionalmente,

um concerto ou ópera. Pedro rejeitava toda essa cultura e, gradualmente, eles chegaram a um ponto em que raramente participavam de atividades juntos, exceto quando saíam para jantar, vez ou outra. Após dois anos de casados, Pedro e Cíntia !zeram um acordo: ele passaria uma tarde ou uma noite por semana com seus amigos, e ela faria o mesmo com suas amigas. Pedro preferiria passar mais tempo de lazer com a

esposa, mas ela, aparentemente, !cou muito feliz com a decisão. Magoado e confuso, Pedro pensava: “gostaria de saber o que a fez mudar”.

A importância da

compatibilidade no lazer

Cíntia, é claro, nunca “mudou” de verdade. É comum, entre as jovens ainda solteiras, unirem-se a rapazes na busca de seus interesses. Elas se veem pescando, jogando futebol, assistindo a !lmes que jamais escolheriam por si mesmas. Após o casamento, as esposas frequentemente tentam incentivar os maridos a se interessar por atividades que lhes agradam mais. Se suas tentativas falham, elas, muitas vezes, sugerem que os maridos continuem a participar de suas atividades recreativas sem elas. Esta opção pode ser considerada muito perigosa para um casamento, porque os homens atribuem surpreendente importância à companhia de suas esposas nas atividades recreativas.

Aliás, entre as cinco necessidades masculinas básicas, o tempo investido em atividades de lazer com a esposa só !ca em segundo lugar para o homem se comparado ao sexo. Todos conhecemos casais felizes, cujos interesses recreativos são totalmente diferentes. Mas há casais que mantém excelente imagem de relacionamento até o momento do... Divórcio!

entre as cinco

necessidades

masculinas básicas,

o tempo investido

em atividades

de lazer com a

esposa só fica em segundo lugar

para o homem se

comparado ao sexo

Há uma batalha clássica por parte da mulher para conscientizar o homem de sua aparência, como manter a barba sempre feita, vestir-se melhor ou falar mais gentilmente e quando a mulher entra na vida de lazer masculina, o homem, muitas vezes, conclui que ela quer estragar as coisas ou, no mínimo, acabar com a sua diversão.

Ele ainda a ama, mas é como se ela começasse a censurar o

seu estilo de vida. Passar mais tempo com os homens permite que ele conserve seu senso de identidade, mas também signi!ca que ele participa de algumas atividades preferidas sem a presença da esposa. Além de tudo o que já foi dito, muitas responsabilidades familiares causam preocupação. Como o marido tem disponível pouco

tempo, precisa escolher entre seus amigos e sua família. Por exemplo, quando chegam as férias, ele fará uma viagem para pescar com os amigos ou !cará em casa com a família, podendo, ocasionalmente, visitar parques de diversões? E viajar com os amigos para participar de certas atividades de lazer é algo que uma esposa, em geral, prefere que seu marido não faça.

Muitas vezes os homens casam esperando que as

esposas satisfaçam a sua grande necessidade de companhia na hora do lazer. E costumam se decepcionar, como aconteceu com Pedro, na história que abriu esta matéria. Que caminho teria tomado a cena a partir do ponto em que deixamos Cíntia e Pedro, cada um seguindo em direção oposta à do outro, e Pedro se sentindo desapontado e se perguntando por que Cíntia havia “mudado”?

Em alguns casamentos um homem como Pedro poderia simplesmente prosseguir e assistir sozinho ao seu futebol, aproveitando ao máximo o período de lazer.

Mas, como é comum acontecer, Pedro termina numa pista de boliche, talvez com alguns amigos, onde ele encontra Bete, que simplesmente ama qualquer tipo de esporte. Eles tomam uma xícara de café, enquanto comparam os pontos feitos e, antes que se possa imaginar, já se tornaram bons amigos. Se Pedro não tomar

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cuidado, ele se verá envolvido em um relacionamento com Bete, que promete satisfazer todas as suas necessidades de companhia no lazer, que não foram preenchidas por Cíntia. Se a cena chegasse ao seu !m irônico, veríamos Pedro divorciando-se de Cíntia para casar com Bete, que - adivinhem -, de repente, decide que assistir a concertos ou visitar museus são atividades bem mais divertidas do que jogar futebol ou boliche.

Este tipo de ironia costuma perseguir homens que pensam no relacionamento extraconjugal, no divórcio ou em um novo casamento, como a solução para os seus problemas. É bom enfatizar que homens como Pedro não se lançam num relacionamento extraconjugal por raiva ou por vingança. Ele se sentiu magoado com a mudança de comportamento de Cíntia, mas não deu a ela o direito de voltar aos seus reais interesses. O perigo em tudo isso está no fato de que os dois continuarão a se distanciar cada vez mais um do outro.

O modelo comum mostra que este caso pode levar a um relacionamento extraconjugal ou ao divórcio, sendo que o casal sábio poderá evitar este !m para o seu casamento, se corrigir o problema assim que ele for detectado.

Onde histórias como estas nos levam? Cada casal tem o direito de permitir que necessidades não supridas di!cultem, ou até destruam,

o seu relacionamento, ou de optar pela preservação do casamento. Mas o divórcio raramente proporciona uma boa resposta para os problemas conjugais. Prosseguir com di!culdade, decepção e frustração também não ajuda. Um entendimento maduro para satisfazer as necessidades um do outro é

sempre a melhor solução.

Para isto é sempre necessário um esforço conjunto. E…Quem começa primeiro? Qualquer um! O que se perceber em melhores condições. A!nal, as regras que funcionam no diálogo funcionam também no lazer. Assim como para haver diálogo é preciso falar, mas também escutar, para decidir as atividades que

o modelo comum

mostra que este

caso pode levar a

um relacionamento

extraconjugal ou ao

divórcio, sendo que

o casal sábio poderá

evitar este fim para o seu casamento, se

corrigir o problema

assim que ele

for detectado

faremos em conjunto também é preciso saber ceder.

Pode ser que seu marido, durante a semana, “gaste” todo seu tempo de lazer à frente da televisão. E você pode pensar que “não é justo” ter que assistir todos os programas que só ele gosta. Ou talvez, seu marido seja uma pessoa mais calada,

introspectiva, e que tenha um grande prazer em !car quietinho, lendo um livro. As esposas podem pensar que estamos sugerindo algo impossível! Mas, sugerimos que façam a experiência: procurem apenas fazer companhia, estar ali, muitas vezes sem falar, sem fazer comentários, apenas estar presente. Você pode pensar que é uma perda de tempo, que poderia estar fazendo qualquer outra coisa mais útil. Mas, na realidade, você está investindo no seu casamento, no seu relacionamento. Pode parecer que seu marido “não está nem aí” para a sua companhia, mas com o tempo você verá que isto não corresponde à verdade. Sentir-se acompanhado,

para ele, é como sentir-se querido, amado, respeitado.

Já nos !nais de semana, é possível e também provável, que muitos maridos pratiquem um esporte, por assim dizer, mais masculino. Um futebol com os amigos, um jogo de tênis, ou qualquer outro esporte onde você não poderá estar presente. Isto é absolutamente natural, e só incomoda a maioria das

mulheres quando começa a ser repetido muitas vezes na semana. Porém, é preciso que as esposas re"itam: não estariam “expulsando” seu marido de casa, por nunca lhe fazer companhia?

Chego ao extremo de a!rmar que, mesmo quando os esposos estão dormindo,“em estado de coma no sofá”, como dizia o Prof. Içami Tiba, a presença silenciosa da esposa lhe fazendo companhia é extremamente agradável. Não são poucos os esposos que relaxam felizes só “escutando sem escutar” a presença da esposa.

E o que acontece com esta prática? Ampliamos nosso campo de interesses, passamos a gostar de atividades que não gostávamos, desenvolvemos uma maior tolerância com os gostos alheios, e, muitas vezes, acabamos participando de alguma dessas atividades recreativas. Devido ao esforço de permanecer juntos na busca de lazer, aumenta consideravelmente o tempo passado na companhia um do outro e não se permite que se crie um fosso entre os dois.

Certa vez, uma jovem senhora, casada há três anos, dizia-me que sua vida estava insuportável, pois seu marido gostava de ir a uns restaurantes que ela odiava e, por isso, ele ia sempre sozinho. Justi!cava-se dizendo que ela também tinha direito de escolher o restaurante, ou de sair com as amigas. Sugerimos que tentasse, ao menos de vez em quando, acompanhá-lo ao tal restaurante, muito bem arrumada, alegre e sem críticas.

Que tentasse aproveitar a companhia do marido e, se fosse preciso, que !zesse até “um lanchinho” antes de sair, caso a comida fosse mesmo insuportável! O marido, antes de temperamento difícil e carrancudo, com a repetição desse ato foi se transformando, foi revelando com atos gentis

o quanto lhe agradava a companhia da esposa. E mais do que isto, a esposa começou a se sentir vitoriosa, cada vez que repetia essa situação, pois estava vivendo um momento de “amor explícito”, de doação e de entrega! Gostar ou não daquele tipo de comida passou a ser um plano secundário.

Em última análise, o que importa é que os casais descubram mais pontos de intersecção, mais interesses mútuos. Um dos interesses que pode ser um objetivo bastante razoável a ser alcançado

é o de ser bons pais para seus !lhos. Pois interesses comuns não são somente o tempo passado juntos, mas algo que os une intimamente. E qual melhor interesse que fazer dos !lhos homens e mulheres de excelente categoria humana?

Lembrem-se dos tempos de namoro quando tinham tanta facilidade de combinar conversa e afeto com atividades de lazer. É uma mistura natural, que só aumenta o prazer que ambos experimentam quando estão juntos. E saiba que o casal que se diverte unido permanece unido!

D#$% P#$&#Baseado no livro His needs,

her needs, Dr .W.Harley

não são poucos

os esposos que

relaxam felizes

só “escutando

sem escutar” a

presença da esposa

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al.

ENTREVISTA >> pág. 16

No final de junho, foi previamente aprovada uma PEC

(Proposta de Emenda à Constituição), que tem por

objetivo “suprimir os requisitos relativos ao lapso

temporal de um ano, contado da separação judicial,

e de dois anos, contados da data da separação

de fato, para a obtenção do divórcio” (Senador

Demóstenes Torres, em relatório sobre a proposta).

Com o apelido de “divórcio

relâmpago”, esse assunto tem

sido tratado pela mídia como

uma simples maneira de facilitar

o divórcio, como se este já não

tivesse remédio... Enquanto isso,

o Instituto Ser Família conversou

com o Professor Ives Gandra

Martins, para saber como essa

proposta afetará as famílias

brasileiras e, de quebra, saber

sua opinião sobre o assunto

ESTADO: PROTEÇÃO Iniciativa do IBDFAM (Instituo

Brasileiro de Direito da Família),

a PEC n˚28/2009 ainda precisa

passar por outras votações

para entrar em vigor...

ESPECIAL À FAMÍLIA?

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Quais consequências a aprovação dessa emenda constitucional traria para a sociedade? A atual redação do artigo 226, § 6º, da C.F. é a seguinte: “§ 6º - O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio, após prévia separação judicial por mais de um ano nos casos expressos em lei, ou comprovada separação de fato por mais de dois anos”, disposição coerente com seu “caput” (enunciado), que declara ser a família “base da sociedade” e merecer “especial proteção do Estado”.

Quando das discussões dos trabalhos constituintes, já havia, no Brasil, a lei do divórcio com algumas cautelas objetivando levar o casal em vias de separação a meditar, com calma, sobre a atitude que estariam tomando.

Foi esta a razão pela qual - em harmonia com as disposições segundo as quais a família é a base da sociedade, a união estável deve ser estimulada pelo Estado para se transformar em casamento (§ 3º), o casamento religioso tem efeito de casamento civil (§ 2º) e que o casamento civil seria gratuito (§ 1º) -, o Constituinte decidiu colocar alguns obstáculos que di!cultassem o desfazimento do vínculo matrimonial, em prol da preservação da família.

Entendo, pois, que a PEC fere o espírito do Capítulo

VII, do Título VIII, da Lei Suprema, pois, enquanto os demais dispositivos têm por !nalidade preservar o casamento, a eliminação de qualquer barreira para o divórcio objetiva facilitar o desfazimento da união conjugal.

Pela contradição de objetivos, poder-se-ia até falar em inconstitucionalidade, pois, a meu ver, a proteção da família, base da sociedade, é cláusula pétrea, imodi!cável.A consequência, portanto, se aprovada for a emenda e não for considerada inconstitucional, é que a família restará debilitada.

Há casais que se reconciliam nesse prazo de um ano (que vigora atualmente) entre a separação e o divórcio? A lei não estaria tirando essa possibilidade?

Sim. Se aprovada a PEC, além de banalizar as separações - que poderão ocorrer pelos mais fúteis motivos (a esposa

e/ou marido roncam, um deles fala demais, ou não se cuida devidamente, é relaxado, não conserva a casa etc.) -, as reconciliações seriam mais difíceis. A Emenda objetiva atender à cultura do “politicamente correto”, caminhando na direção oposta à

do espírito do constituinte, que foi o de preservar ao máximo os laços conjugais, a !m de que os !lhos não fossem traumatizados pela ruptura. É de se lembrar que toda separação traumatiza os !lhos, que não têm qualquer responsabilidade pela irresponsabilidade dos pais. Deve-se sempre lutar pela reconciliação. “Acabar com essa burocracia” é um benefício verdadeiro para as pessoas que se separam?

Não se pode falar em “burocracia”, se o objetivo é utilizar os mecanismos legais para exigir a re"exão do casal que pretende a separação. Quando, no início de minha advocacia, aceitei patrocinar alguns casos de separação - meu objetivo era, exclusivamente, reconciliar os casais, e, quando não conseguia demovê-los, recusava o caso-, senti que os momentos de tensão podem ser reduzidos, com um bom aconselhamento. Tive êxito em alguns casos, apenas com conversas separadas e depois conjuntas com os cônjuges.

A PEC 28/2009, evidentemente, elimina esta fase

intermediária e necessária, que está hoje na lei suprema. Um dos argumentos a favor desta PEC é a redução de custos para o casal... Que custos são esses? São tão relevantes assim, a ponto de se mexer na Constituição?

Os custos burocráticos (separação judicial) são irrelevantes. Os demais custos, advogados, divisão patrimonial, registros o!ciais desta divisão etc. continuarão os mesmos.

O argumento não tem, pois, consistência. É inútil tentar esconder esta verdade: para muitos, a

família incomoda. Everardo Maciel contou-me um episódio protagonizado por seu pai - que não alcandorava a mentira com um falso véu de verdade. Um candidato pediu-lhe o voto e ele respondeu que não lhe daria porque ele era ladrão. O candidato

saiu aborrecido e Everardo perguntou-lhe: “Pai, você não foi duro demais?” Ao que o pai retrucou: “Não lhe disse nada além do que ele já sabia”.

A verdade deve ser dita com !rmeza. Não são os custos burocráticos, mas a fragilização

da família que está no bojo do projeto, pois a família bem constituída incomoda a quem não vive valores. Quando se aprovou a lei do divórcio no Brasil, aumentou o número de famílias separadas? Foi uma espécie de encorajamento? Nesse, caso, o senhor acha que o número de divórcios pode aumentar?

a consequência,

portanto, se aprovada

for a emenda e não

for considerada

inconstitucional,

é que a família

restará debilitada

facilitar o divórcio,

pela mesma lógica,

terminará por elevar

o número de famílias

destruídas, pelos

motivos mais fúteis

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ANUNCIO 04

IVES

GANDRA

DA SILVA

MARTIN

A resposta é sim. A lei de divórcio fragilizou a família. Houve um considerável aumento de famílias dilaceradas, em que os mais prejudicados foram aqueles que não tinham culpa: os !lhos.

Facilitar o divórcio, pela mesma lógica, terminará por elevar o número de famílias destruídas, pelos motivos mais fúteis. Teoricamente, o IBDFAM tem como objetivo a resolução dos con"itos familiares... Ao propor essa emenda, a impressão que nos dá é que, para essa instituição, a resolução desses con"itos é acabar logo com a própria família, como se estivéssemos, assim, “cortando o mal pela raiz”...

De acordo. Assisti, recentemente, a um episódio da última série de “Startrek”, denominado “Enterprise”. O capitão Archer, da nova estelar, caiu num planeta em que o DNA dos que lá chegavam era alterado, para permitir a sobrevivência de uma raça em extinção com novos hospedeiros. Uma civilização tinha encontrado a solução para evitar a contaminação: eliminar todos os contaminados. O cientista da Enterprise encontrou uma solução melhor, ou seja, o antídoto para a degeneração. O caminho parece-me ser este. Não é acabando com a própria

família que se assegurará felicidade para a humanidade, mas preservando-a, como quis o constituinte, ao reconhecê-la como “a base da sociedade” (art. 226 “caput”). Qual seria a verdadeira solução para um casal que está pensando no divórcio? Como o Estado poderia ajudá-los, já que entende a família como base da sociedade

e se sente obrigado a dar “especial proteção” (palavras da própria Constituição) à essa instituição?

A melhor forma de o Estado cumprir a

Constituição é não des!gurá-la com projetos de emendas deste teor, que ameaçam e atrapalham a família.

É de se lembrar que muitos dos detentores do poder não têm uma vida familiar exemplar ou desrespeitam suas famílias, quando não as expõem e destroem, por vezes, publicamente. Por isto, seria preferível que

não atrapalhassem. Se não puderem dar “a proteção especial”, que a Constituição exige, pelo menos que não atrapalhem.

Mas, a meu ver, cabe, principalmente, à própria sociedade valorizar a família, seguindo os bons exemplos; não aqueles veiculados em novelas, !lmes de sexo e violência. Há necessidade de uma cruzada familiar, a ser empreendida pela sociedade como um todo, a partir, principalmente, daquelas famílias bem constituídas que poderiam, além de dar exemplo, lutar pela valorização do casamento.

há necessidade de

uma cruzada familiar,

a ser empreendida

pela sociedade

como um todo,

a partir,

principalmente,

daquelas famílias

bem constituídas que

poderiam, além de

dar exemplo, lutar

pela valorização

do casamento

Por: Silvia Kuntz

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EDUCAR HOJE 1 >> pág. 22

Álvaro Siviero

Pianista e especialista em Educação Multicultural (Lesley College - Cambridge)

A Música

a musica educa

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az não muito tempo participei de divertida conferência sobre o

poder nutritivo dos alimentos. De modo natural, e com base cientí!ca, racionalizamos o óbvio: embora tudo possa ser ingerido, nem tudo faz bem. O famoso “junk food” comprovadamente não agrega - com todas as suas variações de frituras, balas e alimentos plásticos – valor nutricional, embora todos nos permitamos a experimentá-los alguma vez, ou no caso de alguns, muitas vezes (que o digam os gordinhos e as gordinhas!). Pois bem, a!rmo que a música é alimento da alma humana e que, por ser expressão criativa e sensível, potencializa a criatividade da pessoa e favorece o desenvolvimento afetivo e emocional.

É interessante veri!car que a audição começa a se desenvolver a partir do quarto mês de gestação e, antes mesmo do nascimento, o contato com o “som rítmico” da batida do coração da mãe auxilia o feto a formar-se harmonicamente e a se sentir bem. Esse mesmo “som rítmico” – as batidas do coração da mãe – tranquilizará o bebê quando houver estridências ao redor da criança. Suzuki, um exemplo entre muitos outros professores e estudiosos, chegou a comprovar a enorme facilidade que uma aluna sua de violino, de seis anos de idade, tinha para interpretar as peças que sua mãe havia escutado no período de gestação. Uma gestante

F comunica-se com o !lho pelo tato e, também, pela música. Este fenômeno é conhecido como estimulação precoce.

O cérebro de uma criança ao nascer tem aproximadamente 10 milhões de neurônios, muitos deles ainda não conectados – a maioria – e que aguardam um estímulo necessário para que se integrem no circuito cerebral. Cientes de que desde o quarto mês da gestação o feto pode escutar, veri!ca-se que a música

tem in"uência direta no desenvolvimento da mente, por meio do estímulo auditivo. Não se refere aqui somente ao aspecto físico – o som que incide no ouvido e provoca uma reação psicomotora – mas à provocação de uma ativação e consequente desenvolvimento do pensamento. As estatísticas mostram que, como tendência geral, os bebês expostos à música tendem a ser mais

tranquilos, com um sentido de curiosidade mais aguçado e com inteligência e imaginação mais criativas.

Sabe-se também que nos três primeiros anos de vida o cérebro desenvolve 50% da sua capacidade. Favorecendo as conexões neuronais estamos, portanto, facilitando a aprendizagem: muitos músicos - como Bach, Mozart, Beethoven - asseguraram que seu amor à música lhes vinha do ambiente altamente musical em que viveram. Não se faz necessário ter um dom especial, um ouvido especial, para que isso seja possível e o que se pode fazer com a música não é somente fruto de uma habilidade inata, mas também dos estímulos que se recebeu.

Um bebê tem experiências musicais desde que começa a ouvir: algo que cai, a batida do coração da mãe, a música que a mãe escuta antes que ele nasça... E o cérebro da criança vai assimilando tudo isso, ao mesmo tempo em que vai se estruturando. Oferecer estridências – ruídos, sons desnorteados embebidos de gritaria – é contribuir para a criação da instabilidade e aumentar a insegurança que o bebê sente em relação a um mundo completamente desconhecido para ele. Dom Campbell, em sua obra O efeito Mozart para crianças, a!rma que a música põe em conexão a parte racional do ser humano com a sua parte emocional. De fato, nos alegramos com a música alegre e protestamos

muitos músicos

- como Bach,

Mozart, Beethoven

- asseguraram

que seu amor à

música lhes vinha

do ambiente

altamente musical

em que viveram

MUDAR FOTO

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em uma sociedade

evoluída – onde

a família é sua

primeira célula –

esses dois conceitos

costumam caminhar

juntos: a pessoa

se entretém no

enriquecimento

diante da música desagradável.Outras pesquisas a!rmam que a música também tem a capacidade de ampliar a concentração. Veri!cou-se que a montagem de um quebra-cabeça, com música de fundo, tinha seu rendimento dobrado, o que não ocorria quando se tinha como fundo barulhos de conversa, de TV, de uma máquina de lavar roupas acionada etc. Interessante foi a experiência de uma professora, em Madrid, que começou a utilizar música clássica tanto para realizar a troca de conteúdos como para dar algum intervalo entre as atividades e veri!cou, ao !nal do terceiro trimestre, que todos os seus alunos permaneciam nos seus locais, serenamente trabalhando, quando havia música clássica, mesmo quando se fazia necessário deixar a sala de aula por alguns breves minutos.

Alguns autores a!rmam que os que tocam algum instrumento chegam a ter mais facilidade de

manifestar abertamente suas opiniões, pois o treino diário lhes capacita defender um ponto de vista musical e, inconscientemente, um

crescimento em autoa!rmação. Além disso, aprender a tocar um instrumento requer horas de prática e concentração e, se algo caracteriza a prática de um instrumento é a constância. A vida é em realidade uma partitura musical onde todos

têm a sua posição – como fusas, semibreves, mínimas, com pausas – e, com o trabalho diário e o nosso comportamento, vamos fazendo a melodia cotidiana para a qual fomos criados. Pela nossa liberdade, não nos esqueçamos, podemos desa!nar: tudo depende de nosso comportamento.

A música clássica não é, portanto, música de entretenimento, mas de enriquecimento. Em uma sociedade evoluída – onde a família é sua primeira célula – esses dois conceitos costumam caminhar juntos: a pessoa se entretém no enriquecimento. Uma sociedade que preza como valores, o famoso “popular”, valores culturais e estéticos que não vão ao

encontro das aspirações humanas torna-se cúmplice e responsável pelo que semeia. A música popular – a música típica de um povo – pode e deve ser questionada quando o resultado de sua absorção desedi!ca, desumaniza,

embrutece. E é isso o que veri!camos nos dias atuais, infelizmente. O nível cultural e humano do nosso país está bastante baixo!

O crítico Arthur Nestrovsky a!rmou que “a música clássica é – no domínio dos sons – o que é a literatura no domínio das palavras. O ouvinte lê com os ouvidos e, naturalmente, não necessita ser alfabetizado em música. Desprezar a chance de ouvir Bach, Mozart, seria o mesmo que proibir a si mesmo a leitura de Shakespeare”. E continua: “O que é preciso para conhecer música clássica? Começar. Todo o repertório virtualmente inteiro em CDs,

transmissões por rádio e TV e o crescente número de apresentações tornam cada vez mais fácil o cultivo da verdadeira música. A ideia de se embrenhar pode ser amedrontadora, mas a porta de entrada é tão vasta que ninguém precisa ser “erudito” para ouvir compositores eruditos. O que é necessário é interesse, sem preconceitos.”

A própria !loso!a – enquanto ciência – a!rma que toda pessoa adulta já teve, alguma vez, a experiência do encontro com coisas belas, com a formosura: uma estória preciosa, uma aula fascinante, uma garota maravilhosa. Todos esses adjetivos retratam o Belo,

a Beleza. O pulchrum - braço !losó!co, iniciado no século XVIII, que busca o aprofundamento e intelecção do Belo – a!rma a existência de formosuras profundas e ricas. Outras mais de superfície: essas comumente designadas pelo termo latino bellus - bonito, encantador – enquanto aquelas pelo termo pulchrum, derivativo do grego polikroon que analisa a harmonia plural do humano. Entre esses dois extremos – o bellus e o pulchrum – há uma grande possibilidade de opções.

A vida é feita de escolhas e a pessoa verdadeiramente livre sempre acaba optando pelo melhor. Fica o convite.

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EDUCAR HOJE 2 >> pág. 28

Lais Fontenelle Pereira, mestre em

Psicologia Clínica pela PUC-Rio, autora da

Coluna Consumindo Ideias na Folhinha e

coordenadora de Educação e Pesquisa do

Projeto Criança e Consumo do Instituto Alana.

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P A autoridade e os modelos anteriormente ligados à família e à escola parecem ter sido substituídos pelos modelos de consumo. As crianças desejam ser como os ídolos das telinhas e se identi!cam com estes pela posse de objetos. As mídias ocuparam o lugar de ditar os caminhos da infância, mas não assumiram esse papel pensando

no bem-estar das crianças. O mercado enxergou no abandono de nossos !lhos em frente às telas uma chance de aumentar seus lucros e passou, então, a endereçar mensagens que se aproveitam da vulnerabilidade infantil e da falta de abstração de pensamento das crianças para vender.

A publicidade não endereça às crianças somente mensagens de produtos ligados ao universo infantil, mas também de objetos adultos. Segundo pesquisa da Interscience de 2003, as crianças in"uenciam em 80% dos processos decisórios das compras da família, tornando-se

promotoras de venda dentro de casa. No entanto, elas são ainda frágeis diante das ilusões do mundo midiático. Até mais ou menos os seis anos, ainda misturam a programação televisiva com os comerciais. Por isso precisam ser não só protegidas, mas preparadas para esse novo mundo.

A criança brasileira é a que mais assiste à televisão. Segundo dados do IBOPE de 2008, ela passa, em média, quase 5 horas do dia em frente às telas. Assim, essa mídia passou a ter o poder não só de entreter: de informar e educar também! Mas, a televisão, sendo o principal veículo da publicidade, educa para o consumismo e não para a cidadania. Passa valores materialistas: “é preciso ter para ser”. Seus efeitos transcendem as fronteiras do aparelho e afetam diretamente a formação subjetiva de nossas crianças.

Antigamente, quem sabia o que a criança precisava eram seus

cuidadores. Hoje, quem dita as regras parece ser o consumo. Isto posto, !ca claro que os pais devem voltar a “tomar as rédeas” de sua função social junto às crianças, de formar agentes autônomos, criativos e críticos. O resgate do diálogo entre adultos e crianças é imprescindível para o resgate da infância, enquanto um tempo de formação de hábitos.

A criança será, em função do tempo em que vivemos, uma consumidora no futuro, logo, além da função do Estado de protegê-la legalmente da comunicação mercadológica que lhes é dirigida, a família precisa prepará-la para que seja uma cidadã e uma consumidora responsável. Precisamos, como pais e principais modelos, pensar sobre nossos próprios hábitos de consumo, além de educar nossas crianças para que tenham responsabilidade ao comprar.

Nosso discurso deve ser coerente com nossos atos... Por isso, antes de consumir, temos que pensar se realmente precisamos daquele item e nos impactos que nosso consumo individual gera na vida coletiva. Se vivenciamos hoje grandes catástrofes e problemas ambientais, tais como devastação de "orestas, extinção de espécies animais, acúmulo de lixo em localidades urbanas e as mudanças climáticas, é porque, além de não pensarmos nas consequências de nossas atitudes, estamos permitindo que nossas crianças sejam educadas para um consumo desenfreado. Que infância queremos?

Nossas crianças precisam ser priorizadas em nossa casa e em nosso país. É o que prevê o Art 227 de nossa Constituição Federal, que diz: “É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à pro!ssionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária”. Criança precisa ter infância para ser criança. Precisa de olhar, de palavra, de acolhimento e de escuta. Precisa brincar. Ela precisa ser ouvida nos seus reais anseios, portanto resgate em você sua própria infância para

ublicidade na TV. Ações de marketing dentro de escolas.

Produtos licenciados. Embalagens chamativas... A infância foi mercantilizada e essas são somente algumas técnicas de comunicação mercadológica usadas para atrair os olhares e os corações de nossas crianças - tão vulneráveis e indefesos frente ao apelo de mercado. Nosso tempo é urgente, ácido, fugaz e contrário à construção de experiência da infância, que nos remete ao encantamento, aos questionamentos e às descobertas. É o tempo do agora, do consumo e da descartabilidade, no qual o verbo foi substituído pela imagem, o afeto pelo presente e a criança pelo consumidor – antes mesmo de estar apta ao exercício pleno da cidadania. A infância de hoje é precoce.

Mães com dupla jornada de trabalho, pais com agendas lotadas, ruas violentas e sem espaço para as brincadeiras são outros aspectos da realidade vivenciada pela criança contemporânea, que está con!nada a espaços privados, na ilusão de estar protegida. Outra pedagogia se instalou: a das mídias como a TV, os celulares e a internet, que falam diretamente com os pequenos. Dessa forma, a criança passou a compartilhar segredos e histórias antes restritos ao universo adulto. O uso dessas mídias não necessita de uma alfabetização formal: basta ligar um botão e pronto! A criança acessa o mundo.

as crianças desejam

ser como os ídolos

das telinhas e se

identificam com estes pela posse de objetos

ouvir nossas crianças. Recupere o diálogo com seus !lhos. Esteja mais presente e dê menos presentes. Tire-as da frente das telas. Brinquem. Passe valores mais humanos e menos consumistas. Comece a honrar a infância dentro de casa.

precisamos, como

pais e principais

modelos, pensar

sobre nossos

próprios hábitos

de consumo,

além de educar

nossas crianças

para que tenham

responsabilidade

ao comprar

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EDUCAR HOJE 3 >> pág. 32

Aromas, sabores e

muita fumaca

POR SILVIA KUNTZ

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rovavelmente você já ouviu falar em Narguilé, Hookah, Shisha ou Arguile...

Todas variações de nomes (cada um em uma língua) para um mesmo artefato: uma espécie de cachimbo de água, que em nada se parece com um cachimbo comum.

Se esses nomes são totalmente estranhos, talvez você já tenha visto, sem saber do que se tratava... Simpli!cando bastante, ele parece um jarro comprido de onde sai uma mangueira (ou duas, dependendo do modelo). Com o mesmo ritual dos famosos Chimarrão e Tererê, o Narguilé (como se usa mais em português) foi feito para ser apreciado em grupo. Só que em vez da bomba, usa-se uma mangueira, no lugar da erva mate se coloca tabaco, e o que se ingere não é a água, e sim... Fumaça!

A moda, trazida do Oriente, virou febre há, relativamente, pouco tempo no Brasil, já que o Narguilé teria sido inventado no século XVII, por um médico indiano, segundo a versão mais provável da história do apetrecho.

Os bares que costumam alugar o “cachimbo”, já têm a preferência dos jovens, a!nal, não é todo mundo que pode ter um em casa... E o problema maior nem é o preço, mas a aprovação dos pais. Talvez este não seja o tipo de investimento mais apropriado, não é?É... Ou melhor, não deveria ser! Mas há quem se engane por causa das aparências...

O esquema é basicamente este: o tabaco com aromas de frutas, "ores ou mel é queimado, com o uso de carvão, produzindo uma fumaça, que, por sua vez, é resfriada e !ltrada pela água para, depois, ser consumida pelo usuário.

Juntando o (provável) fato de que foi um médico que o inventou, com os sabores

“inocentes”, a água e acrescentando o verbo “!ltrar” em seu funcionamento, tudo nos leva a pensar que o Narguilé está mais para chimarrão do que para cachimbo...

É exatamente isso o que os jovens pensam. É como se acabassem de descobrir o “elixir da vida” e raciocinam mais ou menos assim: “Posso fazer pose de quem fuma, ter a sensação de que estou fumando, experimentar sabores diferentes, e, tudo isso, sem me prejudicar”, porque é verdade que a juventude atual faz parte de uma “geração saúde” e não venderia

seus pulmões por alguns maços de cigarro...

E, com esse pensamento, eles acabam nos convencendo de que isso não faz mal. No fundo, eles não querem nos enganar, de fato pensam que é uma diversão inofensiva. E até para quem assiste sem fumar aquilo não parece ser prejudicial, diferente do cigarro, que solta um cheiro insuportável (pelo menos para os que militam contra).

A maioria dos pais acaba se convencendo e até permite que seus !lhos reúnam os amigos para fumar Narguilé em casa. Aliás, uma prática bastante frequente entre os jovens é fazer uma “vaquinha”, comprar um para a turma e revezar a casa em que o cachimbo vai “morar”, dependendo da aprovação dos pais... Pode ser que um dos amigos tenha participado da compra, mas não vai guardá-lo nunca, porque seus pais “jamais deixariam”!

Os perigos mais contundentes

Um estudo feito pelo Departamento Britânico de Saúde, segundo a BBC,

os bares que

costumam alugar

o “cachimbo”, já

têm a preferência

dos jovens, afinal, não é todo mundo

que pode ter

um em casa

P

a!rmou que o nível normal de monóxido de carbono (CO) no hálito exalado por um não fumante foi de três partes de CO por um milhão de partes de ar (ppm), isso afetou menos de 1% de seu sangue. Um fumante que consome menos cigarros teve 10-20 ppm (2% a 4% do sangue afetado), e um fumante com alto consumo de cigarros teve 30-40 ppm (entre 5% e 7% do sangue afetado).

Descobriu-se que a pessoa que fuma o Narguilé tinha 40-70 ppm de monóxido de carbono, o que afeta entre 8% e 12% do sangue.

De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), a fumaça inalada numa sessão de Narguilé, que pode durar entre 20 minutos e uma hora, equivale de 100 a 200 cigarros. São inalados até 10 litros de fumaça, já que a água

torna a fumaça mais tolerável, portanto, o número de toxinas que entra no organismo é elevadíssimo!

Por conter nicotina, que causa uma sensação de bem-estar, uma pessoa pode !car viciada depois de apenas 50 tragadas e não é difícil chegar à conclusão de que o preço desse vício pode ser um câncer de pulmão.

A criatividade brasileira, que nos faz ímpares e é motivo para nos orgulharmos muitas vezes, pode ser, nesse caso, uma terrível vilã... Isso porque onde há água, há possibilidades de misturas mirabolantes: colocar um halls preto na água, ainda passa, mas já há quem acrescente coca-cola e Red Bull, isso quando não se substitui a água por vodka ou uísque! Agora imaginem uma fumaça “!ltrada” por... Bebidas alcoólicas!

Outros olhos

Muitos jovens a!rmam que gostam de fumar Narguilé porque ele é um objeto que aproxima as pessoas, !cam todos em volta dele conversando e dividindo o fumo... Mas, se é esse o objetivo, por que não uma roda de chimarrão e um bom violão?

a fumaça inalada

numa sessão de

Narguilé, que

pode durar entre

20 minutos e uma

hora, equivale de

100 a 200 cigarros

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SOCIEDADE >> pág. 36

Elas e Elese o homem e a mulher, além das diferenças físicas, têm maneiras

tão díspares de se portar diante de uma mesma situação, deve haver algum fator biológico inato que explique esse fenômeno. E já se comprovou que sim. Há uma distinção essencial (no sentido de essência mesmo) entre a mente do homem e da mulher...

O cérebro feminino é predominantemente programado para a empatia. A mulher tem mais capacidade para identi!car emoções e pensamentos de outra pessoa... E a empatia ocorre quando se sente uma emoção provocada pela emoção do outro, o que acaba permitindo que se possa compreender e prever o comportamento alheio ou estabelecer uma combinação emocional.

Apenas se preocupar, ou sentir dor diante do sofrimento de algum amigo não chega a ser uma empatia. Mas pode acontecer que, além de percebermos este sentimento do outro e nos sentirmos tocados, ainda nos invada uma vontade muito forte de fazer algo para ajudar. E, aí sim, chegamos na empatia! Ela surge do desejo natural de cuidar do outro, tanto na dor quanto em qualquer emoção ou estado de espírito.

A empatia possui dois componentes: o cognitivo (compreensão dos sentimentos dos outros e a capacidade de

S perceber sua perspectiva) e o afetivo (resposta emocional apropriada ao estado emocional de outra pessoa).

Já o cérebro masculino é mais programado para sistemas de construção e compreensão. Tem mais capacidade para analisar, explorar e construir

um sistema (sistematização). A pessoa descobre intuitivamente como as coisas funcionam ou extrai regras subjacentes que governam o comportamento do sistema e assim consegue entendê-lo e calcular o que vai acontecer...

É o que acontece, por exemplo, com um dimmer (regulador de intensidade da luz). Ao girar o botão no sentido horário, a lâmpada !ca mais brilhante. Quando se gira mais um pouco, a lâmpada !ca mais brilhante. As regras de causa e efeito permitem que se faça uma previsão de comportamento da maioria dos seres inanimados. Com o monitoramento dos dados (entrada da luz), da operação (girar o botão) e do resultado (brilho da lâmpada), é possível

descobrir o que faz o sistema funcionar com mais, ou menos, e!ciência e o que ele é capaz de produzir.

Portanto, !ca óbvio que a sistematização não funciona nas situações em que esteja em jogo a variação de sentimentos de uma pessoa. É preciso distanciamento para sistematizar, enquanto a empatia precisa de aproximação...

Assim como a empatia é poderosa para lidar com as centenas de emoções que existem, também a sistematização é um processo que pode trabalhar um número enorme de sistemas.

Em média, os homens sistematizam espontaneamente mais do que as mulheres e as mulheres têm mais empatia do que os homens. Estes resultados, porém, foram comprovados por estatísticas, o que não quer dizer que não existam homens que tenham empatia e mulheres que sistematizem. Tanto a empatia como a sistematização obedecem às diferenças individuais.

Essas duas qualidades estão vinculadas a conjuntos independentes de regiões do cérebro humano. Não são processos místicos, mas fundamentados na neuropsicologia. E isto não quer dizer que o grau de inteligência varia de acordo com essas capacidades. Elas são complementares, e não competitivas.

a mulher tem mais

capacidade para

identificar emoções e pensamentos

de outra pessoa

Page 20: 17edicao Revista Ser Família

cavalos e música pop (dançava e cantava em frente ao espelho com as amigas). Hoje é uma adulta simpática e solidária. Tem muitos relacionamentos íntimos, de con!ança. Gosta de ajudar e procura saber sempre como estão suas amigas. Sente-se tocada com as histórias tristes e alegres, e emociona-se sempre como se estivesse passando pelo acontecimento.

Meninos e meninas muito precocemente demonstram diferenças na capacidade de praticar a empatia. Crianças de 19 meses já tendem a demonstrar preferências por coleguinhas do mesmo sexo. Os garotos são mais físicos do que as garotas quando querem alguma coisa.

Quando, por exemplo, um grupo de crianças recebe um aparelho individual de projeção de !lmes para brincar, os meninos tendem a !car mais tempo olhando no

visor. Eles simplesmente empurram as meninas... Têm menos empatia e são mais autocentrados. Quando o brinquedo é entregue a um

grupo formado só por meninas, a que !ca mais tempo olhando no visor não emprega qualquer tática física, mas habilidade verbal. Ela negocia e convence,

ao invés de forçar.

Os meninos pulam, lutam...

Numa luta de mentirinha imitam som de tiros, jogam lama no cabelo

dos colegas, rolam pelo chão, !ngem atirar e ser atingidos.

As meninas têm o mesmo grau de atividade em

brincadeiras de outro tipo, como camas

elásticas e cordas de pular.

Nos relacionamentos sociais, as mulheres valorizam o desenvolvimento de relacionamentos altruísta e recíprocos que requerem boa capacidade de empatia. Os homens tendem a valorizar o poder, a política, a competição.

O cérebro masculino arruma os elementos em um sistema geométricos; o cérebro feminino marca os elementos descritivamente. As meninas percebem facilmente sinais sutis apenas com um olhar reprovador dos pais, já os meninos precisam ser repreendidos duas vezes mais que as meninas.

En!m, o grande responsável pelas diferenças entre o cérebro masculino e o feminino é o sistema hormonal ou endócrino. Pouco tempo depois da concepção, os testículos do feto masculino secretam testosterona em altas doses. A testosterona também é secretada pelas glândulas supra-renais, o que explica o fato de as meninas produzirem estes hormônios também; os meninos, no entanto produzem mais, mesmo antes de nascer. Quanto mais baixa a testosterona fetal, maior o grau de empatia e um vocabulário mais vasto, e, quanto mais alto o nível de testosterona pré-natal, mais sistematização e mais restrito o vocabulário.

C%$'() S*+,*%Baseado no livro de Simon

Baron-Cohen “Diferença essencial - a verdade sobre o

cérebro de homens e mulheres”

já o cérebro

masculino é mais

programado

para sistemas

de construção e

compreensão. Tem

mais capacidade

para analisar,

explorar e construir

um sistema

Analisemos essas evidências na prática...

Alex, desde pequeno revirava objetos, abria o que podia ser aberto e sempre queria ver as peças por dentro. Gostava de carros, caminhões e tratores. Aos três anos já colecionava carrinhos. Aos cinco anos, o alvo de seu interesse mudou para o futebol. Gostava de colecionar !gurinhas e aos sete anos sabia o nome de todos os jogadores de futebol e lia as notícias de esporte nos jornais. Com 10 anos, trocou o futebol pela música pop. Assistia aos shows, ouvia as músicas e sabia todas que estavam entre as mais ouvidas. Na adolescência, sua paixão foi direcionada ao computador. Já adulto, é uma pessoa de opinião e gosta das coisas feitas do seu jeito.

Persegue seus próprios interesses com determinação. Sente-se bem sozinho, mas tem

prazer também em estar com amigos para jogar sinuca e não tem necessidade de falar horas no telefone.

Helena é completamente diferente... Aos 18 meses, enquanto Alex se interessava por coisas, ela se ligava em pessoas. Nunca se interessou pelos brinquedos do irmão. Quando conhecia alguém, era só sorriso, oferecia brinquedos e mostrava desenhos que havia feito. Com dois anos pegou todos os seus bichinhos de pelúcia, deu a eles chá de mentirinha e os fez andar e falar. Conversava com eles com a mesma entonação emocional que usava com as pessoas. Gostava de fazer os outros rirem e chamar a atenção para ela de alguma forma. Falou mais cedo que seu irmão e, aos dois anos, já tinha um vocabulário muito bom. Aos seis anos, quis um animalzinho de verdade e cuidava dele como

um bebê. Mais velha, gostava de

crianças de 19

meses já tendem

a demonstrar

preferências por

coleguinhas do

mesmo sexo.

Os garotos são

mais físicos do

que as garotas

quando querem

alguma coisa

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Fontes: Livro O Autocontrole

Emocional. Natalio Extremera e

Pablo Fernandez. Ed. Panamericana;

conoce.com; enfemenino.com.

18.5.2009 Corporación CED. Colômbia.

e os perigosda impulsividade

Instituto Ser Família

os benef ciosdo autocontrole

COMPORTAMENTO >> pág. 40

Page 22: 17edicao Revista Ser Família

uando, por casualidade, encontramos uma

pessoa que tem a qualidade do autocontrole, percebemos em sua !sionomia e em seu olhar, que é cheio de força, de con!ança e de serenidade. Mas por outro lado, todos já vimos, e bastantes mais vezes, rostos de pessoas sem nenhum controle sobre si mesmas: rostos sem vigor, agressivos, débeis, “infantis”...

O autocontrole é “a habilidade para regular os nossos impulsos, emoções, desejos e ações”. Está relacionado com um conjunto de práticas que podem ser aprendidas, e desenvolvidas com a experiência.

Quando não se tem o controle de si mesmo, não só se deixa uma marca na personalidade, como também não se sabe controlar a dos outros, já que o controle exterior começa sempre pelo controle próprio.

Comumente se tem o paradigma de que uma pessoa com autocontrole se comporta de uma maneira indiferente e pouco emocional. Muito pelo contrário! O autocontrole requer expressar as emoções! A diferença é a forma como se expressa: de maneira adequada, respeitosa e construtiva.

E... De onde vem

o autocontrole?

A capacidade de autocontrole tem a sua origem numa parte do

cérebro que desempenha um papel central na autodisciplina, na espera da recompensa, na capacidade de planejar a longo prazo e de colocar o freio nos impulsos repentinos: o córtex frontal. O neurologista Sapolsky nos mostra como uma pessoa com o córtex frontal destruído (por exemplo, por um acidente) se transforma num ser sexualmente desinibido, hiper-agressivo e socialmente inoportuno.

Os perigos da

impulsividade

Com certa regularidade vemos como há pessoas que, mesmo perfeitamente sadias, agem impulsivamente sem mediação entre o desejo e a ação. A sua atuação é compulsiva e sua atitude é re"etida em pensamentos como: se me apetece quebrar alguma coisa,

quebro; se me apetece bater em alguém, bato; se quero insultar o outro, insulto. Essas pessoas são incapazes de controlar a sua conduta impulsiva... E o resultado? Constantes problemas em casa, trabalho, colégio, e na sociedade em geral. Muitos especialistas coincidem em que a impulsividade aumenta a probabilidade de comportamentos delituosos, anti-sociais e criminosos.

Educar no autocontrole

O autocontrole não nasce de um dia para o outro. Desde o momento em que nascem, os seres humanos devem ser educados na vontade e no autocontrole.

Mas, como fazê-lo? Frustrando muitos dos apetites e desejos dos !lhos. No entanto, como a!rma Lévi-Strauss, “nossos !lhos nascem e crescem num mundo feito por nós, que se adianta às suas necessidades, que prevê suas perguntas e as transforma em soluções”. Eles têm de tudo sem esforço e mudam as coisas com a

mesma vertiginosa velocidade de seus gostos e hobbies. Os mal-educados na cultura do “zapping”, acostumados a picotar aqui e acolá, um pouco de tudo, sem que nada os satisfaça, sem ser capazes de acabar o que começaram, de ler um livro completo, escutar uma canção ou ver um !lme do princípio ao !m... Agem impulsivamente em busca de satisfações que nunca chegam.

Q Princípios para

exercitar o autocontrole

Esta qualidade requer trabalho, decisão e disposição. É muito mais cômodo se deixar levar pela corrente, fazer só o que se gosta e não cumprir o dever. Mas, assim como a vontade, o controle de si mesmo, pode ser adquirido mediante exercícios aplicados na vida diária.

O livro “O Autocontrole Emocional” apresenta-nos umas regras gerais para um controle emocional sadio, que se podem aplicar a diversas situações e assim evitar os momentos de descontrole próprio.

“Se queres podes”. A primeira coisa é gerar em nós mesmos um sentimento de autoe!cária, isto é, crer plenamente que podemos controlar as emoções negativas, quando surjam, sem nos deixar levar pelos arrebatamentos da ira, as baixas emocionais ou o nervosismo excessivo.

Os estudos demonstram: as pessoas que acreditam poder controlar as suas emoções negativas lidam melhor com situações estressantes, são mais otimistas e têm melhor satisfação pessoal e familiar; enquanto que as pessoas que se sentem pouco autoe!cazes costumam manifestar mais respostas negativas, mais sintomas depressivos e ansiosos, inclusive, problemas físicos, sociais e conjugais.

Primeiro, é preciso analisar a situação e o que ela

provoca emocionalmente. O passo seguinte é observar e “saber escutar” os estados de ânimo com exatidão. É a chamada “introspecção”, isto é, re"etir sobre o nosso estado emocional para adquirir conhecimentos sobre as consequências das nossas emoções (pensamentos, sentimentos, atividade !siológica...) e as causas de nossas experiências emocionais. Como resultado deste exercício, desenvolveremos a habilidade para compreender e entender melhor as relações com o nosso meio.

Identi!que o que você pode regular para evitar impulsos descontrolados, avaliando os estados emocionais negativos ou positivos que precisam ser corrigidos. O conhecimento das emoções permite desenvolver as nossas próprias teorias do por que e como os

estados emocionais surgem em diferentes situações.

Crie você sua própria lista de coisas que o façam sentir-se descontraído, feliz ou animado: enumere uma lista de ações que aliviem seu estado de ânimo. Talvez, elas variem em função do que queremos: se é levantar o nosso ânimo, controlar nossos impulsos agressivos ou diminuir o nosso nervosismo. Desta maneira, você estará mais preparado para enfrentar situações futuras pouco agradáveis e desfrutar com atividades que o divirtam.

Escolha sabiamente o que fazer e como: escolha aquela tática que acredita que melhor resultado dará na situação em que se encontra. É conveniente não se deixar levar pelos rápidos benefícios, e calcular as vantagens a longo prazo. Mas qualquer estratégia que utilizemos deve cumprir algumas condições elementares como: o respeito aos nossos direitos e aos dos outros, que não implique dano para outras pessoas e, em muitos casos, que sejam social e culturalmente aceitos.

Por último, avalie a efetividade da estratégia emocional utilizada. Muitas pessoas reagem descontroladamente às suas experiências diárias e depois se lamentam da sua atuação. Esta re"exão facilita o funcionamento pessoal e social.

identifique o que você pode regular

para evitar impulsos

descontrolados,

avaliando os estados

emocionais negativos

ou positivos que

precisam ser corrigidos

os estudos demonstram:

as pessoas que

acreditam poder

controlar as suas

emoções negativas lidam melhor com

situações estressantes, são mais otimistas e

têm melhor satisfação

pessoal e familiar

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O O velho adágio continua: Quem casa quer casa. De

modo sucinto apresenta o desejo de todos os noivos quando se preparam para este desa!o do matrimônio. Talvez por isto, os candidatos estão se comprometendo numa idade cada vez mais avançada. Querem ter o seu espaço, com o todo necessário para uma vida independente. Mas será que na prática isto é possível? Este “grito de liberdade” em relação às famílias de origem pode realmente se concretizar? Seria isto o melhor? O nosso sim no altar, é somente para o cônjuge, ou também estamos pensando na inclusão dos seus pais, irmãos, primos e tios?

Cada casal tem a sua história. Alguns casam e se mudam para longe de tudo e de todos, por diferentes motivos. Outros preferem morar perto da mãe, para não cortar o cordão umbilical. Existem aqueles que vão morar com os sogros, porque o dinheiro não deu, ou o apartamento que seria entregue em dezembro, vai !car pronto mesmo em abril! (É o que dizem). A!nal qual a melhor “distância” das famílias? A cartilha reza: “Não muito perto que atrapalhe, nem muito longe que nos falte”. É aquela resposta que nada soluciona. Cada casal terá a sua distância, que poderá variar com o tempo e circunstâncias, mas, via de regra, é quase impossível não conviver com as famílias de

afinal qual a melhor “distância” das

famílias? A cartilha

reza: “Não muito

perto que atrapalhe,

nem muito longe

que nos falte”

origem. Assim sendo, temos que estar preparados para como nos comportar. A!nal, quando casamos nos tornamos esposos, mas não deixamos de ser !lhos, irmãos etc...

O que muda com a nova família? Inicialmente deve ocorrer a conscientização de que a família dos noivos, agora casados, é de fato a família dos dois. Ou seja, deve-se cortar o cordão umbilical. Morando com os sogros, ou vizinhos de

parede, o casal é uma nova família de direito e de fato. E em relação à casa dos pais, já não são moradores, ainda que o nosso quarto tenha permanecido intacto pela mamãe. Isto acarreta consequências concretas. Cabem ao casal as decisões que só lhes dizem respeito: orçamento, trabalho, passeios, horários, mobília, decoração, chegada dos !lhos, escola, educação... Pode-se pedir conselhos, se necessário, mas a decisão deve ser responsabilidade do casal.

Existem algumas frases que devem ser evitadas: “meu pai não fazia isso...”; “minha mãe acha que a sala está muito entulhada...”; “minha irmã (mais velha) disse que é uma loucura pensar em !lhos agora...”; “minha tia disse que é melhor mudar para meio período no trabalho, senão eu não aguento... Foi ela quem me criou... Ela me conhece!”

Percebemos que vamos para o casamento com nossos

antecedentes, e isto é natural. Mas não podemos esquecer que uma nova história está começando. Interessante como muitos casais saem do altar sem nunca terem conversado a respeito destes assuntos, que só entram em pauta quando surgem na situação concreta.

Por outro lado, conviver bem com os parentes é uma necessidade do casal. A convivência implica necessariamente na colocação de limites, para que se possa

preservar a intimidade do casal, assim como não perturbar a casa dos pais (sogros). Não se pode fechar os ouvidos ao que se aponta de fora, mas continuar a fazer uso de todos os benefícios da “retaguarda familiar”. Explico: não querem ouvir que estão gastando mais do que podem, mas todos os domingos continuam almoçando na casa da sogra, sem contar algumas noites da semana, quando aparecem na hora do jantar, porque é caminho... Não admitem que trabalham demais, sem tanta

COLUNISTA >> pág. 44

Por Valdir Reginato45

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necessidade, mas acham ótimo que a mãe (avó) !que com a netinha o dia inteiro, mesmo que isto comprometa as aulas de natação e os passeios com as amigas que a avó fazia... Chateiam-se se os pais (sogros) avisam em cima da hora que vão visitá-los e podem prejudicar um programa, mas continuam com a chave da casa dos pais, e quando entram abrem a geladeira, pegam o que tiver, como se a casa continuasse sendo a sua... Os limites devem estar dos dois lados.

A busca de um bom relacionamento, que deve se iniciar ainda no namoro, propicia um ambiente familiar respeitoso e de ajuda mútua, onde cada qual deve saber que suas responsabilidades não podem ser passadas a terceiros, assim como a intromissão não deve levar a prejuízo. Circunstâncias transitórias de necessidades surgem a qualquer momento, e a falta deste entrosamento acarreta em di!culdades que poderiam deixar de existir se houvesse a convivência com sorriso e educação, ao invés de murmuração. É bem conhecida a situação de reforma no apartamento, que tem data para começar e não para terminar, como sabemos. Gentilmente os pais (sogros) oferecem à !lha e ao genro mudarem-se com os dois !lhos para a casa deles, durante o período de transtorno. A aceitação não deve implicar em

“acomodação”. Respeitar os hábitos da casa, os horários de refeições, de dormir, são detalhes fundamentais da boa educação. Assim como não deixar que os !lhos façam da casa dos avós um verdadeiro “parque de diversões”, onde tudo vai ser arrumado pela funcionária, ou pela avó.

Condição cada vez mais frequente nos tempos de hoje, quando tanto o homem como a mulher trabalham, é deixar a

educação dos !lhos por parte dos avós. Sem dúvida, a convivência com os avós é de grande importância para os netos, e muito saudável. A natureza promove um encontro misterioso entre a paciência e generosidade dos idosos, com a alegria explosiva das crianças. Algo muitas vezes difícil para os pais. Contudo, deixar a responsabilidade da educação para os avós não se deve. As crianças perdem muitas vezes o norte, quando têm duas

orientações distintas. O que se pode de manhã com os avós tolerantes é proibido à noite com os pais exaustos. A educação dos !lhos é responsabilidade intransferível dos pais.

Com certeza, existirão di!culdades para a boa convivência com todos. Alguns parentes merecerão a “convivência administrativa”. Isto signi!ca não querer mudar o que não se pode, ou não se

deve. Dizia um autor: “Senhor, dá-me paciência com o que não posso mudar, coragem e perseverança no que devo melhorar, e sabedoria para distinguir as situações”. É a tia lamuriosa, que sempre visita com as mesmas queixas. O primo contador de bravatas de campeão. A irmã (cunhada) de comentários apimentados. O sogro carrancudo, mesmo quando o time ganha. A sogra tagarela que acha que está sempre agradando... É preciso administrar, porque a

família existirá para sempre. E mais, quando surgem as reais di!culdades ainda é na família que vamos encontrar, na maioria das vezes, a solidariedade necessária. Portanto, compartilhar alegrias, conviver respeitosamente no dia a dia, colocar-se a serviço dos demais quando necessário, contribui para que a convivência com os parentes seja uma continuidade das famílias de origem em cada nova família que se constitui.

a convivência implica

necessariamente na

colocação de limites,

para que se possa

preservar a intimidade

do casal, assim como

não perturbar a casa

dos pais (sogros)

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QUALIDADE DE VIDA >> pág. 48

Será que eles são para você?

L i q u i d o s

I s o t o n i c o s

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íquidos isotônicos não são como água, que pode e deve

ser bebida a toda hora, apesar de a hidratação ser a sua principal função.

A ideia é repor a água perdida pelo suor e, assim, evitar a desidratação, o desgaste físico e o aumento da temperatura corporal. Eles também contêm sais minerais (que só são aproveitados pelo organismo quando a dieta anda pobre nesses componentes). A glicose, que também está nos isotônicos, evita a hipoglicemia e a queda de energia durante o exercício.

Portanto, se você entrou na moda, veri!que se o produto é mesmo indicado para o seu caso...

Indicação: para quem pratica atividades aeróbicas de intensidade média ou árdua, com um desgaste físico razoável

L e muita perda de suor. Os líquidos isotônicos são contra-indicados para quem pratica atividades físicas leves, não sua muito, não pratica atividade nenhuma, para hipertensos ou diabéticos. Crianças e grávidas também não devem tomá-los.

Quando e quanto tomar: durante a atividade física e logo depois. Como você não sua antes do exercício, o melhor mesmo é tomar água antes de começar (aproximadamente 300ml 10 a 20 minutos antes do exercício). Quantidade: pese-se antes de começar a atividade física e logo depois de terminar. A diferença em gramas deve ser convertida para mililitros de líquido isotônico. Já durante o exercício, você deve tomar 200 a 250 ml a cada 20 minutos.

Perigo: mesmo para os atletas, o ideal é diluir o

isotônico em água, isso porque há componentes que, quando acumulados no organismo, podem gerar problemas como a hipertensão. Portanto, antes de tomar bebidas isotônicas como se fosse água, preste atenção. Suando pouco, o melhor mesmo é água fresca sem gás.

En!m, sentir sede é um dispositivo falível que nos impede de !car severamente desidratados. Fatores como boca seca, mal estar, diminuição da produção salivar e respiração vigorosa pela boca são sinais de que a reposição deve ser imediata.

A hidratação correta é obrigatória à saúde!

Elisabete RussoNutricionista

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VIAGEM E CULTURA >> pág. 52

Francisco Xavier- SPTexto e fotos: Família Müller

SÃO

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Hficamos estarrecidos ao saber da imensa

quantidade de

animais silvestres

ameaçados por conta

da redução de seus

habitats naturais

á algum tempo, realizamos uma pesquisa (escolar) a

respeito dos animais brasileiros em extinção. Ficamos estarrecidos ao saber da imensa quantidade de animais silvestres ameaçados por conta da redução de seus habitats naturais. Um deles, o maior primata das Américas, ocupava grande parte da nossa Mata Atlântica: o Muriqui, ou Mono-Carvoeiro, por ser um macaco enorme (que chega a medir até 1,50 m de altura e a pesar por volta de 20 kg) e exclusivamente brasileiro, este animal aguçou nossa curiosidade.

E pertinho de São Paulo, em São Francisco Xavier, teríamos a oportunidade de avistar o Muriqui...

Com um friozinho autêntico do clima de montanha, passeios entre trilhas e cachoeiras,

combinados com uma bela paisagem alpina, o lugar é um convite da natureza para práticas outdoor (caminhada, rapel, trekking, tirolesa, acqua ride, mountain bike, cavalgadas, entre outros).

Caminhadas

Com a esperança de ver o grande macaco, a primeira atividade que escolhemos foi visitar a Toca do Muriqui. A caminhada leve, dura cerca de quatro horas (ida e volta, com parada para o lanche, num mirante), só pode ser feita em companhia dos guias do CAT (Centro de Apoio ao Turista). Começa por uma estrada de terra e logo entra na reserva, que abriga uma mata belíssima. Durante o percurso, o guia faz explanações sobre a flora e a fauna local. Apesar de todo o

silêncio e dos olhos atentos, não conseguimos avistar o macaco, mas no mirante ouvíamos os Muriquis gritarem ao longe: eles estavam ali!

Cachoeiras

Um dos mais belos cenários naturais de São Francisco Xavier, a Cachoeira das Andorinhas, !ca a 7 km do centro, sentido Joanópolis. No espaço, de propriedade do restaurante Trutas Mariser, sai uma trilha guiada por borboletas coloridas, de mais ou menos 500 m (só ida).

Por ser propriedade particular do restaurante, a visita é permitida desde que depois de desfrutar da cachoeira, você almoce por lá.

Já a Cachoeira de São Francisco é pública, e está localizada no Recanto Turístico Pedro David, na Estrada Municipal Pedro David - 3 km, sentido Joanópolis. Banhos são permitidos, mas há regras para a preservação do local. Suas quedas vão até 15 m de altura e vale visitá-la mesmo que só para apreciar.

A região possui outras cachoeiras de indescritível beleza, muitas localizadas em propriedades particulares e algumas de difícil acesso. O CAT acompanha as visitas a algumas das cachoeiras.

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Acqua Ride

Esta atividade de aventura consiste na descida pelas corredeiras do rio, a bordo de uma prancha in"ável, é como se você “surfasse” pelas corredeiras do rio.

O transporte é feito pela agência, as instruções são dadas na margem do rio Peixe, mas só depois de alguns tombos é que se aprende a dominar a prancha, aí é só aproveitar a descida de duas horas pelas corredeiras, que é bem tranquila.

Portal do

Equilibrium

Seguindo a linha de preservação ambiental que se espalha por vários destinos de ecoturismo, o Portal do Equilibrium montou, em sua propriedade, um complexo para o turista em busca de aventura, que inclui atividades sem agredir a natureza: são duas tirolesas (350m e 400m), que correm ao lado de um inesquecível visual de

montanhas; um rapel de 20 metros, que, apesar de pequeno, é bem técnico; aos que gostam de cavalgar, o roteiro que sai da sede do Portal leva a um mirante que permite avistar a região montanhosa cortada por inúmeros rios e ribeirões; e

conta também com caminhadas: por entre a grande horta orgânica e a uma das grutas localizadas dentro da propriedade.

Como chegar:

O vilarejo paulista localiza-se a 160 km da capital, entre São José dos Campos (SP) e Monte Verde (MG).

Agência:

CAT – Centro de Apoio ao TuristaRua 7 de Setembro, 178 – CentroTel: (12) 3926-1279E-mail: [email protected]

Onde ficar:

Portal do EquilibriumTravessa da Estrada do Cateto, 700Tel: (12) 37976800 / (12) 3926-1800www.portaldoequilibrium.com.br

Pousada KolibriEstrada de Santa Cruz, 600 Tel: (12) 3926-1351www.pousadakolibri.com.br

Para quem quer sossego, esta é a pousada ideal, distante 6 km do centro, encravada no meio das montanhas.

Pousada São Francisco Pça. Cônigo Antonio Manzi, 138 Tel: (12) 3926-1673 / 3926-1373 A pousada é localizada no centro da vila.

Onde comer:

Photozo!a Cybercafé Largo São Sebastião, 105 Tel: (12) 3926-1406

Mistura !na de restaurante, café, livraria, e espaço cultural.

ECCOLO – Pizza por metro Rua Ezequiel Graciano, 77 – Centro Tel: (12) 3926-1410

Trutas Mariser – Restaurante e trutário Estrada de Santa Cruz, 1800 Tel: (12) 3926-9291

As reportagens da

Família Muller têm

o patrocínio de:

Timex: www.timex.com.br

Trilhas & Rumos: www.trilhaserumos.com.br

Apoio de:

Geratherm: www.geratherm.com.br

Poddium Restaurante: www.poddium.net

VIP´s Tur e Câmbio: www.vipsturecambio.com.br

Botas Chiruca: www.botanatrilha.com.br Gatorade: www.gatorade.com.br

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Visite o site da Família Muller: www.familiamulleraventura.com.br

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nossas palestras

contate:

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com a esperança de

ver o grande macaco,

a primeira atividade

que escolhemos

foi visitar a Toca

do Muriqui

seguindo a linha de preservação

ambiental que se espalha por vários

destinos de ecoturismo, o Portal

do Equilibrium montou, em sua

propriedade, um complexo para o

turista em busca de aventura, que inclui

atividades sem agredir a natureza

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Livro: “Para onde nós vamos?”

Incentivar as famílias a encontrarem nas viagens uma forma lúdica e prazerosa para reforçar vínculos e atrair felicidade para relação familiar... Esta é a proposta do livro recém-lançado pelos nossos colaboradores da Família Müller.

São 17 roteiros, nacionais e internacionais, devidamente ilustrados e comentados, sob o ponto de vista de cada um dos membros da família!

E não é só isso! As viagens carregam sempre a preocupação com a preservação do meio ambiente e com a sustentabilidade... Aliás o próprio livro é um exemplo bem real dessa conduta: é o primeiro livro no mundo impresso com papel sintético, material feito com lixo plástico reciclado!

Para onde nós vamos?Os roteiros de viagem da FAMÍLIA MÜLLER

Filme: Prova de Fogo (Fireproof)

“Viva um dia de cada vez”. Conselho sábio de seu pai...

Caleb Holt é bombeiro e um pro!ssional tão exemplar, que chega a ser considerado herói em sua cidade! Há uma dicotomia, porém, em sua vida: as qualidades que ele tem no trabalho !cam do lado de fora, quando ele entra em casa. Seu casamento está à

beira do abismo...

Até que seu pai entra em cena e lhe dá um presente capaz de salvar o casamento, caso ele se disponha a seguir as regras do

jogo. Juntando isso com o lema dos bombeiros, “nunca deixe seu parceiro para trás”, em 40 dias ele passa a ser, também, um

marido exemplar!

ENTRETENIMENTO >> pág. 58

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