17
  Disponível em: http://www.redalyc.org/ articulo.oa?id=193523804012  Red de Revistas Científicas de América Latina, el Caribe, España y Portugal Sistema de Información Científica Pletsch, Márcia Denise; Glat, Rosana A escolarização de alunos com deficiência intelectual: u ma análise da aplicação do Plano de Desenvolvimento Educacional Individualizado Linhas Críticas, vol. 18, núm. 35, enero-abril, 2012, pp. 193-208 Universidade de Brasília Brasilia, Brasil  Como citar este artigo Número completo Mais informações do artigo Site da revista Linhas Críticas, ISSN (Versão impressa): 1516-4896 [email protected] Universidade de Brasília Brasil www.redalyc.org Projeto acadêmico não lucrativo, desenvolvido pela iniciativa Acesso Aberto

193523804012

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Matemática e Deficiência intelectual

Citation preview

  • Disponvel em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=193523804012

    Red de Revistas Cientficas de Amrica Latina, el Caribe, Espaa y Portugal

    Sistema de Informacin Cientfica

    Pletsch, Mrcia Denise; Glat, Rosana

    A escolarizao de alunos com deficincia intelectual: uma anlise da aplicao do Plano de Desenvolvimento

    Educacional Individualizado

    Linhas Crticas, vol. 18, nm. 35, enero-abril, 2012, pp. 193-208

    Universidade de Braslia

    Brasilia, Brasil

    Como citar este artigo Nmero completo Mais informaes do artigo Site da revista

    Linhas Crticas,

    ISSN (Verso impressa): 1516-4896

    [email protected]

    Universidade de Braslia

    Brasil

    www.redalyc.orgProjeto acadmico no lucrativo, desenvolvido pela iniciativa Acesso Aberto

    http://www.redalyc.orghttp://www.redalyc.org/comocitar.oa?id=193523804012http://www.redalyc.org/fasciculo.oa?id=1935&numero=23804http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=193523804012http://www.redalyc.org/revista.oa?id=1935http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=193523804012http://www.redalyc.org/revista.oa?id=1935http://www.redalyc.org/revista.oa?id=1935http://www.redalyc.orghttp://www.redalyc.org/revista.oa?id=1935

  • A escolarizao de alunos com deficinciaintelectual: uma anlise da aplicao do Plano deDesenvolvimento Educacional Individualizado1

    Mrcia Denise PletschUniversidade Federal Rural do Rio de Janeiro

    Rosana GlatUniversidade do Estado do Rio de Janeiro

    Linhas Crticas, Braslia, DF, v. 18, n. 35, p. 193-208, jan./abr. 2012. 193

    Resumo

    O texto apresenta uma discusso sobre a escolarizao de alunos com deficinciaintelectual em diferentes contextos educacionais. O foco do estudo o processo deensino e aprendizagem e o desenvolvimento desses sujeitos a partir do referencialscio-histrico-cultural de Vigotski. A pesquisa, de natureza qualitativa, foi realizadaem trs escolas pblicas localizadas no Rio de Janeiro: duas escolas regularesmunicipais e uma escola especializada estadual. A coleta de dados foi realizada aolongo de aproximadamente quatro anos. Foram analisadas as trajetrias escolaresde cinco alunos com deficincia intelectual por meio da aplicao, entre outrosprocedimentos, do Plano de Desenvolvimento Educacional Individualizado (PDEI).Em sntese, os resultados evidenciaram a precariedade do processo de ensino eaprendizagem oferecido a alunos com deficincia intelectual, independente damodalidade de escolarizao e a falta de conhecimentos dos professores no que serefere s especificidades educacionais desses sujeitos. O estudo apontou tambm aimportncia do planejamento de estratgias pedaggicas tendo como base aaplicao do PDEI para favorecer o processo de aprendizagem e incluso escolardeste alunado.

    Palavras-chave: Deficincia intelectual. Ensino e aprendizagem. Polticas de inclusoescolar. Plano de desenvolvimento educacional individualizado.

    1. Dados condensados dessa pesquisa que contou com financiamento do CNPq, FAPERJ e CAPES foram apresentados na34 Reunio Anual da Associao Nacional de Ps-Graduao e Pesquisa em Educao realizada em outubro de 2011em Natal/RN.

    miolo_linhas_35:Layout 1 26/04/12 20:34 Page 193

  • Mrcia PLETSCH; Rosana GLAT. A escolarizao de alunos com deficincia...194

    The learning process of students with intellectualdisabilities: an analysis of the application of theIndividualized Educational Development PlanThe present text presents a discussion about schooling of students with intellectualdisabilities, in different educational settings. The focus of the study is the teaching-learningprocess and the development of these subjects, based on the socio-historical-culturalframework of Vygotsky. The qualitative research was undertaken in three public schoolslocated in Rio de Janeiro: two regular units from the city school system and one specialstate school. The data was collected during approximately four years. The schooltrajectories of five students with intellectual disabilities were analyzed through theapplication of, among other procedures, the Individualized Educational Development Plan(IEDP). In short, the results showed the precariousness of the teaching-learning processoffered to these students, regardless of the type of schooling; and the lack of knowledgeof the teachers in regards to the educational specificities of these subjects.

    Keywords: Intellectual disabilit. Teaching-learning process. School inclusion policies.Individualized Educational Development Plan.

    La escolarizacin de los alumnos con discapacidadintelectual: una revisin de la aplicacin del PlanIndividualizado de Desarrollo Educacional (PIDE)

    Este artculo presenta un anlisis de la educacin de estudiantes con discapacidadintelectual en diferentes contextos educativos. El foco del estudio es el proceso deenseanza y aprendizaje y el desarrollo de estos temas a partir de la referencia socio-histrico-cultural de Vigotski. La investigacin, de carcter cualitativo, se llev a cabo entres escuelas pblicas de Ro de Janeiro: dos escuelas normales municipales y una escuelaespecializada provincial. La recoleccin de datos se realiz durante aproximadamentecuatro aos. Se analizaron las trayectorias de los cinco estudiantes con discapacidadintelectual a travs de la aplicacin, entre otros procedimientos, del Plan Individualizadode Desarrollo Educacional. En resumen, los resultados pusieron de manifiesto laprecariedad de la enseanza y el aprendizaje que se ofrece a los estudiantes condiscapacidad intelectual, independientemente del tipo de escolaridad y la falta de maestroscon los conocimientos especficos sobre las deficiencias. El estudio tambin sealla importancia de la planificacin de estrategias de enseanza basadas en la aplicacindel PIDE para facilitar el proceso de aprendizaje y la escolarizacin de los alumnos

    Palabras clave: Discapacidad intelectual. Enseanza y aprendizaje. Polticas de inclusinescolar. Plan Individualizado de Desarrollo Educacional.

    miolo_linhas_35:Layout 1 26/04/12 20:34 Page 194

  • Introduo

    De acordo com dados recentes do Ministrio da Educao (Brasil, 2008, 2009), dos700.824 alunos matriculados em modalidades de educao especial, 330.794 (aproxi-madamente 47%) apresentam deficincia intelectual. Embora a poltica educacionalvigente privilegie a incluso de alunos com necessidades educacionais especiais2 emturmas comuns, e, inclusive, incentive a descontinuidade dos servios especializadossubstitutivos (Brasil, 2008; 2009), alunos com deficincia intelectual continuam, majori-tariamente, matriculadas em classes e/ou escolas especiais (226.429, num total de330.794, mais de 68%) (Brasil, 2008)3.

    A incluso de alunos com deficincia intelectual em turmas comuns j vemacontecendo em nosso pas desde a dcada de 1990. No entanto, a partir da publicaoda Poltica Nacional de Educao Especial na Perspectiva da Educao Inclusiva (Brasil,2008) e das Diretrizes do Atendimento Educacional Especializado na Educao Bsica,modalidade de educao especial (Brasil, 2009), esta questo tem recebido atenoespecial nas discusses acadmicas e at mesmo na mdia4.

    Em mbito internacional, muito do debate tem privilegiado os avanos na pesquisacientfica, destacando-se a substituio do termo deficincia mental por deficinciaintelectual. Esse novo termo vem sendo disseminado desde a Conferncia Interna-cional sobre Deficincia Intelectual, realizada em 2001, no Canad, por recomendaoda International Association for the Scientific Study of Intellectual Disabilities (IASSID) Associao Internacional de Estudos Cientficos das Deficincias Intelectuais. Todavia,somente em 2010 a Associao Americana de Deficincia Intelectual e Desenvolvimento(AADID), anteriormente denominada Associao Americana de Retardo Mental (AARM),incorporou o novo conceito ao seu modelo de classificao e sistema de suportes. Valecomentar que as proposies da AADID so usadas como referncia para a elaboraode diferentes sistemas de classificao, como a Classificao Internacional do Funcio-namento da Deficincia e da Sade (CIF), a Classificao Estatstica Internacional deDoenas e Problemas Relacionados com a Sade (CID-10) (ambos da OrganizaoMundial de Sade OMS) e o Manual de Diagnstico e Prtica Profissional em RetardoMental da Associao Americana de Psicologia (APA).

    Linhas Crticas, Braslia, DF, v. 18, n. 35, p. 193-208, jan./abr. 2012. 195

    2. Neste texto, o termo necessidades educacionais especiais empregado para designar alunos com deficinciasmental/intelectual, sensoriais (surdos, deficincia auditiva, cegos ou baixa viso), transtornos globais do desenvolvimento,altas habilidades/superdotao, deficincias fsicas mltiplas e outras condies atpicas do desenvolvimento.

    3. No momento da redao deste artigo, os dados de 2010 e 2011 ainda no haviam sido disponibilizados pelo Ministrioda Educao.

    4. Ainda a esse respeito, cabe apontar que, em novembro de 2011, a Presidente Dilma Rousseff apresentou o ProgramaViver sem Limites, assim como o Decreto n 7.611/2011, que revogou o Decreto n 6.571/2008 este tratava do"atendimento educacional especializado" numa perspectiva de apoio e complemento aos servios de educao inclusiva.

    miolo_linhas_35:Layout 1 26/04/12 20:34 Page 195

  • 5. Uma anlise detalhada sobre as diferenas entre os referidos termos e as bases epistemolgicas presentes em cadaconceito pode ser encontrada em Pletsch (2012).

    6. O nome de Vygotski aparece na literatura escrito de diferentes maneiras. Neste artigo, adotamos a grafia de acordocom as indicaes das obras empregadas no texto.

    7. Uma anlise aprofundada sobre os aspectos tericos que fundamentaram a pesquisa podem ser encontradas na obrada defectologia de Vygotski (1997) e nos estudos que vem sendo desenvolvidos pelos grupos de pesquisa coordenadospor: Anna Luiza Bustamante Smolka (UNICAMP) e Albertina Mitjns Martnez e Maria Carmem Villela Rosa (UnB).

    De acordo com diferentes autores, no se trata simplesmente da troca de umaexpresso por um sinnimo menos estigmatizante. Esta mudana de terminologia fruto de amplo debate nos meios cientficos internacionais representa um novoparadigma em termos de definio do construto da deficincia intelectual, em processodesde a definio e classificao apresentada pela ento AAMR em 2002 (Schalock etal., 2007; Wehmeyer et al., 2010; Alonso; Schalock, 2010)5.

    Para compreender como a terminologia apresentada pela AAMR, agora AADID, vemsendo incorporada nas discusses acadmicas e nas propostas educacionais dirigidaspara as pessoas com deficincia intelectual, temos realizado desde 2006 pesquisas decampo analisando trajetrias escolares para avaliar o processo de ensino e aprendizageme o desenvolvimento desses sujeitos em diferentes contextos educacionais. O objetivodeste texto justamente apresentar dados de alguns desses estudos. Para tal, apre-sentaremos sucintamente uma discusso sobre a escolarizao de alunos com deficinciaintelectual em diferentes contextos educacionais. O foco das reflexes recai sobre oprocesso de ensino e aprendizagem e o desenvolvimento desses sujeitos a partir doreferencial scio-histrico-cultural de Vygotski6 e seus seguidores7.

    Os estudos que sero aqui discutidos foram realizados em trs escolas pblicaslocalizadas no Rio de Janeiro, duas escolas regulares municipais e uma escola especia-lizada estadual, tendo como base os referenciais de pesquisa qualitativa (Bogdan;Biklen, 1994). A coleta de dados foi realizada em dois momentos, na forma de doisestudos independentes, porm articulados. O primeiro abrangeu as duas escolasmunicipais. O segundo, por sua vez, focou o processo educacional de alunos comdeficincia intelectual matriculados em uma escola especializada estadual. Os quadrosa seguir sintetizam as informaes sobre os sujeitos participantes dos estudos. Parapreservar o anonimato dos mesmos, todos os nomes so fictcios.

    Mrcia PLETSCH; Rosana GLAT. A escolarizao de alunos com deficincia...196

    miolo_linhas_35:Layout 1 26/04/12 20:34 Page 196

  • Quadro 1 - Caracterizao dos alunos com deficincia intelectual em turmas comuns deescolas regulares da Rede Municipal do Rio de Janeiro

    Quadro 2 - Caracterizao dos alunos com deficincia intelectual da escola especializadada Rede Estadual de Ensino

    Em ambos os estudos, alm da realizao de entrevistas semiestruturadas com osprofessores responsveis pelos sujeitos alvo dessa pesquisa, aplicamos uma ficha deacompanhamento individual, com o objetivo de avaliar o desenvolvimento escolardestes alunos. A elaborao desse instrumento tomou como base os pressupostos doINDEX do Centre for Studies in Inclusive Education (CSIE), desenvolvido por Booth &Ainscow (2002), para avaliar o processo de implementao da incluso escolar e socialem diferentes sistemas escolares. Tambm utilizamos o Referencial sobre Avaliaoda Aprendizagem na rea de Deficincia Intelectual (RAADI) (So Paulo, 2008),elaborado pela professora Anna Augusta Sampaio de Oliveira (UNESP/SP).

    Para a elaborao e aplicao da ficha de acompanhamento individual, foi impor-tante, ainda, o levantamento da produo sobre deficincia intelectual nas reas deeducao, psicologia e cincias sociais disponvel no banco de dados SCIELO-Brasil(Scientific Eletronic Library Online), no perodo de 1994 at 2009 (Antunes et al., 2010).O material foi catalogado e usado como base na anlise e discusso dos dadoscoletados na pesquisa de campo. A ficha de acompanhamento individual possibilitou aelaborao e aplicao do Plano de Desenvolvimento Educacional Individualizado(PDEI), como veremos mais adiante.

    Linhas Crticas, Braslia, DF, v. 18, n. 35, p. 193-208, jan./abr. 2012. 197

    Nome do aluno* Idade Nvel deescolaridadeObservaes realizadas a partir dos

    relatos das professoras

    Maria Rosa 8 anos Primeiro anodo Ciclo

    Apresenta dificuldades na linguagemoral e recebe suporte educacionalespecializado da sala de recursos.

    Maria Clara 9 anos Primeiro anodo CicloRecebe suporte educacionalespecializado da sala de recursos.

    Nome do aluno Idade Nvel deescolaridade

    Observaes

    Felipe 8 anos Ciclo IApresenta dificuldades nainterao social com o grupo emsala de aula.

    Milena 9 anos Ciclo IParticipativa, mas desatenta emrelao s tarefas escolares.

    Mariana 6 anos Ciclo IApresenta grandes dificuldades nalinguagem oral.

    miolo_linhas_35:Layout 1 26/04/12 20:34 Page 197

  • Deficincia intelectual: dimenses sobre a sua escolarizao

    Os resultados obtidos em nossas investigaes vo ao encontro de dados depesquisas anteriores sobre a temtica e mostram a grande resistncia por parte degestores e professores para a incluso desses alunos em turmas comuns, mais at doque para outras condies como deficincias fsicas e sensoriais (Aguiar, 2003; Santos,2006; Glat, 2008; Oliveira, 2008; Pletsch, 2010; Redig, 2010; Valentim, 2011). Semminimizar as dificuldades inerentes falta de formao ou conhecimentos dos docentes, preciso levar em considerao a supervalorizao das habilidades cognitivas presentenas concepes dos educadores que torna esses sujeitos, em suas percepes, inelegveis aprendizagem formal.

    A ficha de acompanhamento individual foi aplicada nos dois estudos e resultou navalidao destes, proporcionando subsdios para a construo, aplicao e avaliaoinicial de outro instrumento, denominado Plano de Desenvolvimento EducacionalIndividualizado (PDEI). Este foi concebido nos moldes dos planos individuais de inclusoutilizados nas redes escolares de pases da Europa e nos Estados Unidos parapromover o desenvolvimento e a futura insero social e laboral de alunos com essadeficincia (Pletsch, 2009; Mclnerney, 2010). Esses referenciais sugerem que a partirdo PDEI seja possvel promover estratgias pedaggicas individualizadas a seremempregadas para o desenvolvimento de alunos com deficincia intelectual em trsdimenses, dependendo da faixa etria e do nvel de desenvolvimento e/ou interessedo aluno, a saber: no processo de aprendizagem escolar, nas habilidades sociais e nashabilidades necessrias para a incluso laboral (Pletsch et al., 2010). A seguir, seguea estrutura bsica do PDEI utilizada no planejamento de prticas pedaggicas dirigidaspara os alunos com deficincia intelectual:

    Quadro 3 - Plano de Desenvolvimento Educacional Individualizado (PDEI)

    Fonte: Pletsch et al. (2010) e Marin et al. (2011).

    Mrcia PLETSCH; Rosana GLAT. A escolarizao de alunos com deficincia...198

    Plano de Desenvolvimento Educacional Individualizado (PDEI)

    Nome: Nascimento/Idade:

    Data do planejamento: Grupo/srie:

    Capacidades,interesses aserem desenvol-vidos (O que sabe?Do que gosta?)

    Necessidades eprioridades(O que aprender/ensinar?)

    Metas e prazospara a realizaoe interveno(Em quantotempo?)

    Recursos aserem utilizados(O que usar paraensinar? Como?)

    Profissionaisenvolvidos naaplicao daproposta(Quem?)

    miolo_linhas_35:Layout 1 26/04/12 20:34 Page 198

  • Ainda sobre a escolarizao de alunos com deficincia intelectual, no caso dasescolas da rede municipal do Rio de Janeiro, alm do mapeamento acima mencionado,foi possvel analisar tambm as prticas pedaggicas destinadas para os alunos alvoda pesquisa por meio de procedimentos de observao participante (com registro emdirio de campo). Esta imerso no cotidiano escolar desvelou no s as contradies,mas tambm, acima de tudo, a complexidade do processo de incluso de alunos comdeficincia intelectual, particularmente na esfera das prticas pedaggicas. Chama aateno, conforme j sinalizado em estudos anteriores, sobre formao de professores(Mafezoni, 2002, 2011; Jesus, 2007, 2009; Fontes, 2009; Oliveira; 2010; Kassar, 2009;Glat; Pletsch, 2010), a falta de conhecimentos dos docentes sobre as especificidadesde desenvolvimento dos sujeitos por um lado, e de estratgias de flexibilizao e/ouadaptao curricular por outro.

    Os dados mostraram tambm que as prticas pedaggicas e as atividades acad-micas que ocorrem em classes regulares no sofrem qualquer transformao ouadaptao para atender s necessidades educacionais especficas desses alunos. Ouseja, os professores continuam seguindo a proposta didtica tradicional, pautada numaconcepo dicotmica do processo ensino e aprendizagem normal e especial (anormal)(Glat; Blanco, 2007; Beyer, 2008), sem levar em considerao a diversidade da turma.

    As tentativas de modificao na estrutura curricular verificadas consistiam apenasem pequenos ajustes, voltados para uma facilitao da tarefa, o que acabava porminimizar as possibilidades de aprendizagens superiores para usar um termo vigotskiano.As atividades escolares apresentadas para os alunos participantes dessa pesquisa epara seus colegas, de maneira geral tanto no contexto educacional comum quantono especializado , consistiam, na maior parte das vezes, em tarefas elementares comorecortar, colar, pintar, copiar, ou seja, atividades que no favoreciam o desenvolvimentode habilidades cognitivas mais elaboradas, necessrias para a construo de conceitoscientficos que envolvem conhecimentos abstratos (por exemplo, a relao entre osigno representado pelo nmero um e a quantidade que ele representa).

    Estabelecer esse tipo de relao conceitual uma das principais dificuldades depessoas com deficincia intelectual, pois tal construo demanda generalizao eabstrao, habilidades para as quais eles tm dificuldade, segundo verificado na pesquisade doutorado realizada por Pletsch (2010). Para proporcionar este tipo de desenvol-vimento cognitivo, devem ser oferecidas atividades que desenvolvam justamente essascapacidades. Entretanto, no foi essa a realidade constatada. Ao contrrio, pode-sedizer at que, de certa forma, a escola seja regular, seja especial contribui paramaior cristalizao da deficincia, em vez da superao desta. Vigostki j alertavapara esse problema (apud Veer; Valsier, 2001, p. 87), ao afirmar que o potencial do

    Linhas Crticas, Braslia, DF, v. 18, n. 35, p. 193-208, jan./abr. 2012. 199

    miolo_linhas_35:Layout 1 26/04/12 20:34 Page 199

  • 200 Mrcia PLETSCH; Rosana GLAT. A escolarizao de alunos com deficincia...

    desenvolvimento para crianas defeituosas [refere-se s crianas com alguma defi-cincia] deveria ser buscado na rea das funes psicolgicas superiores, e no daselementares. A este respeito podemos acrescentar que a aprendizagem no ocorrede maneira espontnea, mas sim a partir da interao e do desenvolvimento de prticascurriculares planejadas e sistematizadas de forma intencional (Pletsch, 2010, p. 187).

    Consonantes com a representao social do deficiente intelectual como incapaz deaprendizagens complexas superiores, as professoras parecem adotar uma atitude depouca expectativa e exigncia, aceitando o pouquinho que eles fazem j est bom, jque pelo menos eles esto na escola se socializando, conforme colocaram duasdocentes em entrevista. Por outro lado, a preocupao com a aquisio da leitura e daescrita era uma constante nos relatos das professoras. Uma delas chegou a mencionarque a aluna Maria Clara est muito bem socializada, mas, em termos de aprendizagem,ela nem est alfabetizada (professora em entrevista). Pesquisas desenvolvidas porSilva (2000) tambm destacaram a preocupao dos docentes em relao alfabetizaode alunos com deficincia intelectual.

    Alis, desde os anos 1980 tem havido um debate intenso sobre o processo e aalfabetizao, ou seja, a codificao e decodificao dos cdigos da leitura e da escrita.Mais recentemente entrou em pauta nas discusses a questo do letramento, quese volta para a funcionalidade ou funo social da alfabetizao (Monroy, 2003; Garcia,2005; Carvalho, 2006; Sato, 2008). As dificuldades dos alunos de escolas pblicas noque tange ao processo de alfabetizao vm sendo um item prioritrio nas agendasdos diferentes gestores da Educao. A incluso de alunos com deficincia intelectualem turmas em que j h um grande contingente de analfabetos funcionais, semprogramas efetivos de interveno, s vem aumentar a desmotivao dos professores.Certamente estudos nessa direo so urgentes.

    Em suma, apesar dos avanos cientficos e da consolidao de polticas pblicasseguindo os princpios da educao inclusiva, as prticas pedaggicas e a cultura escolarque se observa no cotidiano das instituies pblicas de ensino no sofreram ressigni-ficao. Este cenrio acaba prejudicando o processo de ensino e aprendizagem dealunos com necessidades especiais, sobretudo daqueles com dificuldades cognitivas,como os sujeitos com deficincia intelectual. Os dados coletados mostram claramenteque no tm ocorrido transformaes nas oportunidades e na qualidade dos programaseducacionais destinados a estes alunos, pelo menos nos casos analisados. Diversospesquisadores tm apontado nessa mesma direo (Miranda, 2003; Pieczkowski, 2003;Possidio, 2004; Garcia, 2005; Ribeiro, 2006; Pletsch, 2010; Redig, 2010).

    Outra varivel analisada diz respeito ao papel da Educao Especial na avaliao,encaminhamento e promoo da aprendizagem de alunos com deficincia intelectual.

    miolo_linhas_35:Layout 1 26/04/12 20:34 Page 200

  • 201Linhas Crticas, Braslia, DF, v. 18, n. 35, p. 193-208, jan./abr. 2012.

    A pesquisa mostrou que os professores do ensino comum no assumem, na prtica, aresponsabilidade didtica pelos alunos com deficincias includos em suas turmas.Essa realidade foi verificada tambm em pesquisa recente em outras duas redes deensino pblicas municipais do Estado do Rio de Janeiro (Glat; Pletsch, 2011).

    Pode-se dizer que, no caso dos alunos com deficincia intelectual, esta situao s ampliada, j que este sujeito continua sendo considerado da Educao Especial, oque representa um papel determinante na vida escolar da maioria desses sujeitos.Enquanto a Educao Especial continuar de fato, mesmo que no no discurso atuando como um sistema paralelo, pouco progresso se far na aprendizagem,desenvolvimento e incluso destes alunos. Mendes (2006), Oliveira (2008), Fontes(2009), entre outros, ratificam essa posio, ao discutir a importncia do trabalhocolaborativo entre o especialista da Educao Especial com o professor regente daturma comum em que esto matriculados alunos com deficincia intelectual.

    No que tange avaliao de alunos com dficit cognitivo, ficou evidente nos relatosdas professoras o quanto a concepo de deficincia intelectual ainda impregnadapelo modelo mdico, em uma viso esttica das possibilidades de aprendizagem edesenvolvimento desses sujeitos. O diagnstico clnico continua sendo usado comoreferncia para as prticas educacionais, apesar de as diretrizes normativas oficiaispregarem a avaliao educacional. Uma das gestoras entrevistada disse que: paraque um aluno possa se beneficiar de atendimento educacional especializado nocontraturno, preciso que ele tenha um laudo de deficincia.

    Tendo como referencial a concepo clnica de avaliao, certamente as prticaspedaggicas no sero positivas para o processo de aprendizagem, uma vez quefocalizam na deficincia e no no processo educacional no qual esse aluno est inserido.Oliveira (2008), em pesquisa realizada em escola pblica municipal considerada deexcelncia, constatou que os professores no se sentiam capazes de avaliar as atividadesacadmicas dos alunos com deficincia intelectual includos em suas turmas. A maioriapreocupava-se com a aferio dos contedos apreendidos ou seja, o produto , e nocom o processo de ensino e aprendizagem em si. Assim, os alunos com necessidadeseducacionais especiais acabavam ficando sem uma avaliao educacional, uma vez queno podiam ser medidos pelos padres exigidos do restante da turma, mas tambmno havia uma alternativa diferenciada de avaliao da aprendizagem. Aguiar (2003), Schtz(2006), Valentim (2011) e Oliveira (2011) em suas anlises seguem a mesma direo.

    Ainda sobre o processo avaliativo, as contribuies de Beyer (2005) so importantes,ao sinalizarem os aspectos positivos e negativos desse processo. Para esse autor, aavaliao focada no dficit do aluno provoca o rebaixamento das expectativas dosprofessores. Logo, os investimentos pedaggicos acabam sendo rebaixados, focando,

    miolo_linhas_35:Layout 1 26/04/12 20:34 Page 201

  • 202 Mrcia PLETSCH; Rosana GLAT. A escolarizao de alunos com deficincia...

    de maneira geral, atividades elementares concretas e no propondo estratgias quebusquem o desenvolvimento cognitivo superior desses alunos aspecto evidenciadoem nossa pesquisa de campo.

    De acordo com o referido autor, as prticas avaliativas so parciais, focalizam nicae exclusivamente o aluno, sem considerar fatores atrelados prtica do professor noque se refere ao seu empenho de ensinar, as circunstncias do ambiente escolar, osrecursos de ensino disponveis na escola, entre outros aspectos. Para superar taisdificuldades do processo avaliativo focado nas limitaes do sujeito, Beyer sugere umaavaliao dinmica com base no trabalho de Vigotski, que sugere uma avaliaoanaltica e formativa que leve em considerao as condies individuais do sujeito tendocomo base os preceitos conceituais da zona de desenvolvimento proximal entendidocomo

    [...] a distncia entre o nvel de desenvolvimento real, que se costuma determinar atravsda soluo independente de problemas, e o nvel de desenvolvimento potencial, determinadaatravs da soluo de problemas sob a orientao de um adulto ou em colaborao comcompanheiros mais capazes (Vigotski, 2003, p. 112).

    Em sntese, os dados colhidos por meio das fichas de acompanhamento individuale do PDEI, bem como nas observaes de campo em turmas comuns (consideradasinclusivas) e em salas da instituio especializada, apoiados nas entrevistas das profes-soras, evidenciaram a precariedade do processo ensino e aprendizagem oferecido aalunos com deficincia intelectual, assim como do processo e estratgias avaliativasempregadas nessas instituies. No resta dvida de que a impugnao do rtulo dealuno especial ou deficiente mental acaba por minimizar os investimentos pedag-gicos para o desenvolvimento desses sujeitos.

    Consideraes finais

    Nosso objetivo nesse artigo foi discorrer sobre os resultados das investigaes quetemos realizado nos ltimos anos no campo da escolarizao de alunos com deficinciaintelectual. Nesse sentido, os resultados de nossas investigaes evidenciam, emambos os contextos educacionais analisados, as contradies e dificuldades vivenciadaspelos professores para desenvolver propostas educacionais com desenvolvimento eaprendizagem para alunos com deficincia intelectual.

    A partir das reflexes realizadas, pode-se afirmar que, mais do que reestruturarprticas e/ou propor ajustes no currculo o que comumente sugerido pelas polticas

    miolo_linhas_35:Layout 1 26/04/12 20:34 Page 202

  • pblicas , preciso disponibilizar conhecimentos terico-prticos e suporte aosprofissionais da Educao para que possam realizar mediaes pedaggicas que favo-ream o processo de ensino e aprendizagem de todos os alunos, sobretudo daquelesque apresentam necessidades educacionais especiais. A educao efetiva de fato e dedireito de alunos com deficincia intelectual em contexto inclusiva necessita de umatransformao na cultura escolar. A partir dessas mudanas ser possvel elaborarprticas pedaggicas e novas relaes educacionais que possibilitem aos alunos [...]compensar suas dificuldades e desenvolver suas funes psicolgicas superiores soba forma de apropriao dos contedos da experincia humana (Pletsch, 2010, p. 238).

    No menos prioritria a reformulao curricular e conceitual dos cursos deformao de professores, pois a maioria dos cursos de pedagogia, na discusso sobrea escolarizao de alunos com deficincia intelectual em diferentes contextos educa-cionais, ainda no incorporaram em suas grades contedos e atividades que possibilitemaos professores em atuao e futuros professores reverem suas concepes a respeitodo processo de ensino e aprendizagem de alunos com deficincias (Glat; Pletsch, 2011).Ou seja, preciso desviar o foco da dificuldade de aprendizagem como um problemaintrnseco do aluno, para compreend-la como fruto das interaes sociais e pedaggicasestabelecidas em sala de aula.

    No que se refere aplicao e validao da ficha de acompanhamento, o estudomostrou que a mesma positiva para acompanhar as trajetrias escolares e o processode desenvolvimento educacional de alunos com deficincia intelectual. A partir de suaaplicao, novas estratgias e instrumentos para avaliar e acompanhar o processoeducacional de alunos com deficincia intelectual foram elaborados, como o caso doPlano de Desenvolvimento Educacional Individualizado (PDEI).

    O PDEI mostrou-se como uma importante estratgia para favorecer a inclusoeducacional desses alunos. No entanto, apesar das evidncias positivas, novas pesquisasdevem ser realizadas para ampliar e validar esses instrumentos ou outros similares,que podero contribuir significativamente com a implementao das atuais polticasde incluso escolar, promovendo novos parmetros para o atendimento educacionalespecializado de alunos com deficincia intelectual e outras deficincias includos emclasses comuns. Mas, sobretudo, instrumentos dessa natureza podero auxiliar noplanejamento de prticas pedaggicas que promovam o processo de ensino e aprendi-zagem desses alunos e seu consequente desenvolvimento.

    Por ltimo, preciso lembrar que pesquisas de cunho qualitativo nunca trazemconcluses definitivas. Todavia, espera-se que as questes brevemente levantadasneste texto possam contribuir com o campo cientfico da Educao e, particularmente,o desenvolvimento social e a escolarizao de pessoas com deficincia intelectual.

    Linhas Crticas, Braslia, DF, v. 18, n. 35, p. 193-208, jan./abr. 2012. 203

    miolo_linhas_35:Layout 1 26/04/12 20:34 Page 203

  • Referncias

    ALONSO, Miguel Angel Verdugo; SCHALOCK, Robert L. ltimos avances en el enfoque y concepcinde las personas com discapacidad intelectual. In: Revista Espaola sobre Discapacidad Intelectual,v. 41 (4), n 236, p. 7-21, Espanha, 2010.

    ASSOCIAO AMERICANA DE RETARDO MENTAL. Retardo mental definio, classificao e sistemasde apoio (2002). 10 edio. (traduo Magda Frana Lopes). Editora: ARTMED, Porto Alegre, 2006.

    ASSOCIAO AMERICANA DE DEFICINCIA INTELECTUAL E DESENVOLVIMENTO. Disponvel em.:. Acesso em: mar. 2011.

    AGUIAR, Ana Marta Bianchi de. Caminhos e descaminhos da avaliao do deficiente mental. 112f.Dissertao (Mestrado em Educao) Universidade Federal do Esprito Santo, Esprito Santo, 2003.

    ANTUNES, Ktia Cristina Vargas. et al. Uma anlise da produo cientfica sobre deficinciaintelectual na base de dados Scielo: o processo de ensino aprendizagem. In: Anais do IV CongressoBrasileiro de Educao Especial e IV Encontro Nacional de Pesquisadores em Educao Especial,So Carlos/SP, p. 1-17, 2010.

    BEYER, Hugo Otto. Incluso e avaliao na escola de alunos com necessidades educacionais especiais.Editora Mediao. Porto Alegre, 2005.

    ______. O projeto poltico-pedaggico da educao inclusiva e a gesto educacional: reflexes com area de Educao Especial da Secretaria de Educao do Estado do Rio grande do Sul. In: FREITAS,Soraia Napoleo (orgs.). Tendncias contemporneas de incluso, Editora da UFSM, Santa Maria, p.77-90, 2008.

    BRASIL. Poltica Nacional de Educao Especial na Perspectiva da Educao Inclusiva. Braslia,janeiro de 2008.

    ______. Decreto 6.571, de 17 de setembro de 2008. Dirio Oficial [da] Presidncia da Repblica doBrasil. Disponvel em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/Decreto/D6571.htm.>Acesso: outubro de 2011.

    ______. Diretrizes Operacionais do Atendimento Educacional Especializado na Educao Bsica,modalidade Educao Especial. Braslia, 2009.

    ______. Decreto n 7.611, de 17 de novembro de 2011. Dirio Oficial [da] Presidncia da Repblica doBrasil. Dispo nvel em: . Acesso: outubro de 2011.

    BOOTH, Tony; AINSCOW, Mel. Index for inclusion: developing learning and participation in Schools.Bristol, Centre for Studies in incluive Education, 2002.

    BOGDAN, Robert; BIKLEN, Sari. Investigao qualitativa em educao uma introduo teoria eaos mtodos. Porto/Portugal: Porto Editora, 1994.

    CARVALHO, Maria de Ftima. Conhecimento e vida na escola: convivendo com as diferenas. AutoresAssociados de Campinas/ SP e Uniju de Iju/RS, 2006.

    FONTES, Rejane de Souza. Ensino colaborativo: uma proposta de educao inclusiva. Araraquara/SP:Editora Junqueira&Marin, 2009.

    Mrcia PLETSCH; Rosana GLAT. A escolarizao de alunos com deficincia...204

    miolo_linhas_35:Layout 1 26/04/12 20:34 Page 204

  • JESUS, Denise Meyrelles. Vozes e narrativas na ao grupal: trajetrias de formao de professores-pesquisadores na perspectiva da incluso escolar. In: ______.; BAPTISTA, Claudio Roberto; BARRETO,Maria Aparecida Santos Corra; VICTOR, Snia Lopes (org.). Incluso, prticas pedaggicas etrajetrias de pesquisa. Porto Alegre: Editora Mediao, 2007, p. 66-175.

    ______. Polticas de incluso escolar no Esprito Santo: tecendo caminhos terico-metodolgicos. In:BAPTISTA, Claudio Roberto; JESUS, Denise Meyrelles; (org.). Avanos em polticas de incluso o contexto da educao especial no Brasil e em outros pases. Porto Alegre: Editora Mediao, 2009,p. 45-56.

    GLAT, Rosana; BLANCO, Leila de M. Vilela. Educao Especial no contexto de uma Educao Inclusiva.In: GLAT, Rosana (org.). Educao Inclusiva: cultura e cotidiano escolar. (Coleo Questes atuaisem Educao Especial, v. VI). Rio de Janeiro: Editora Sete Letras, 2007, p. 15-35.

    ______. PLETSCH, Mrcia Denise. Diferentes dimenses do processo de incluso escolar de alunoscom necessidades educacionais especiais do Municpio do Rio de Janeiro. In: ANACHE, AlexandraAyach ; OSRIO, Antnio Carlos do N. Da Educao Especial educao na diversidade escolarizao,prticas e processos. Campo Grande/MS: Editora da UFMS, 2010, p. 89-106.

    ______. A Educao Especial no contexto da Educao Inclusiva: diretrizes polticas e aespedaggicas. Relatrio PROCINCIA, Rio de Janeiro, 2011.

    ______. PLETSCH, Mrcia Denise. Incluso escolar de alunos com necessidades educacionaisespeciais. (Srie Pesquisa em Educao). Rio de Janeiro: Editora EduERJ, 2011.

    GARCIA, Valria Paiva Casasanta. Prtica pedaggica e necessidades educacionais especiais: arelao didica em sala de aula. 268f . Dissertao (Mestrado em Educao) Universidade Federalde Uberlndia, Uberlndia/MG, 2005.

    KASSAR, Mnica de Carvalho Magalhes. Cincia e senso comum no cotidiano das classes especiais.2. ed. Campinas/SP: Papirus, 2009.

    VIANNA, Marcia Marin; PLETSCH, Mrcia Denise; MASCARO, Cristina Anglica. A escolarizao dealunos com deficincia intelectual: um estudo sobre o Plano de Desenvolvimento PsicoeducacionalIndividualizado. Rio de Janeiro, 2011. No prelo.

    MAFEZONI, Andressa. O processo de escolarizao de alunos com deficincia mental includos nassries finais do ensino fundamental. 2002. 144 f. Dissertao (Mestrado em Educao)UniversidadeFederal do Esprito Santo, Vitria/ES, 2002.

    ______. O processo de formao inicial do professor para a perspectiva de incluso escolar:especialistas em Educao Especial ou generalistas? In: PLETSCH, Marcia Denise & DAMASCENO,Allan (Orgs.). Educao Especial e incluso escolar: reflexes sobre o fazer pedaggico. Rio deJaneiro: Editora Edur, 2011.

    MARTINS, Lcia de Arajo Ramos. Integrao escolar do portador de sndrome de Down: um estudosobre a percepo dos educadores. Revista Brasileira de Educao Especial, Piracicaba, v. 3, n. 5,p. 73-85, 1999.

    MCLNERNEY, Claudia. Interveno precoce e acompanhamento nas escolas. Palestra ministrada naFAETEC em 30 de maro de 2010.

    Linhas Crticas, Braslia, DF, v. 18, n. 35, p. 193-208, jan./abr. 2012. 205

    miolo_linhas_35:Layout 1 26/04/12 20:34 Page 205

  • MENDES, Enicia Gonalves . A radicalizao do debate sobre incluso escolar no Brasil. In: RevistaBrasileira de Educao, v. 11, n 33, p. 387-405, Autores Associados, 2006.

    MIRANDA, Arlete Aparecida Bertoldo. A prtica pedaggica do professor de alunos com deficinciamental. Tese (Doutorado em Educao)Universidade Metodista, Piracicaba/SP, 2003.

    MONROY, ngela. Desenvolvimento e aperfeioamento de habilidades adaptativas como facilitadorada incluso social de alunos com deficincia mental: uma proposta de formao continuada deprofessores. 295f. Tese (Doutorado em Pedagogia aplicada)-Universidade Autnoma de Barcelona,Barcelona, 2003.

    ORGANIZAO MUNDIAL DE SADE. Classificao internacional de funcionalidade, incapacidade esade. So Paulo/SP: Editora da Universidade de So Paulo, 2003.

    OLIVEIRA, Anna Augusta Sampaio de. Adequaes curriculares na rea da deficincia intelectual:algumas reflexes. In: OLIVEIRA, Anna Augusta Sampaio; OMOTE, Sadao; GIROTO, Claudia ReginaMosca. Incluso Escolar: as contribuies da Educao Especial. So Paulo: Editora Fundepe eCultura Acadmica, 2008, p. 129-154.

    ______. Aprendizagem escolar e deficincia intelectual: a questo da avaliao curricular. In: PLETSCH,Marcia Denise; DAMASCENO, Allan (org.) Educao Especial e Incluso Escolar: Reflexes sobre ofazer pedaggico. Seropdica, RJ: Ed. da UFRRJ, 2011.

    OLIVEIRA, Mrcia Cabral de. Avaliao de necessidades educacionais especiais: construindo umanova prtica educacional. 157f. Dissertao (Mestrado em Educao) Universidade do Estado do Riode Janeiro (UERJ), 2008.

    PLETSCH, Marcia Denise. O plano de desenvolvimento educacional individualizado como estratgiapara a escolarizao de alunos com deficincia mental. Palestra proferida para professores daSecretaria Municipal de Angra dos Reis/RJ. 2009.

    ______. Repensando a incluso escolar: diretrizes polticas, prticas curriculares e deficinciaintelectual. Editoras NAU & EDUR, Rio de JANEIRO, 2010.

    ______. GLAT, Rosana; VIANNA, Marcia Marin ; MASCARO, Cristina Anglica de; CRUZ, Mara . Planode Desenvolvimento Psicoeducacional Individualizado (PDPI): estratgia para favorecer o processode ensino e aprendizagem de alunos com deficincia intelectual. In: Anais do IV Congresso Brasileirode Educao Especial e IV Encontro Nacional de Pesquisadores em Educao Especial, 2010, p. 1-10.

    ______. Uma anlise das bases epistemolgicas contidas nos conceitos de deficincia mental eintelectual. Rio de Janeiro, 2012. Mimeografado.

    PIECZKOWSKI, Tania Mara Zancanaro. O processo de integrao/incluso de alunos com necessidadeseducacionais especiais deficincia mental em escolas regulares do municpio de Chapec-SC. 138f. Dissertao (Mestrado em Educao)Universidade de Passo Fundo/RS, 2003.

    POSSIDIO, Ana Lcia Macedo de. Incluso: do pensar ao agir no cotidiano escolar. 117f. Dissertao(Mestrado em Educao)Universidade Federal do Esprito Santo, Vitria/ES, 2004.

    RAMALDES, Cntia Rosana. A relao entre informao e trabalho pedaggico de professores dealunos com deficincia mental na rede municipal de ensino de Belo Horizonte. 157f. Dissertao(Mestrado em Cincia da Informao)Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte/MG,2004.

    Mrcia PLETSCH; Rosana GLAT. A escolarizao de alunos com deficincia...206

    miolo_linhas_35:Layout 1 26/04/12 20:34 Page 206

  • REDIG, Annie Gomes. Ressignificando a Educao Especial no contexto da educao inclusiva: a visode professores especialistas. 183 f. Dissertao (Mestrado em Educao) Universidade do Estadodo Rio de Janeiro (UERJ), 2010.

    RIBEIRO, Jlia Cristina Coelho. Significaes na escola inclusiva um estudo sobre as concepes eprticas de professores envolvidos com a incluso escolar. 226f. Tese (Doutorado em Psicologia)Universidade de Braslia (UNB/DF), Braslia, 2006.

    SATO, Denise Tama Borges. A incluso da pessoa com sndrome de Down: identidades docentes,discursos e letramentos. Dissertao (Mestrado em Lingstica)Universidade de Braslia, Braslia,2008.

    SANTOS, Roseli Albino dos. Processos de escolarizao e deficincia: trajetrias escolares singularesde ex-alunos de classe especial para deficientes mentais. 197f. Tese (Doutorado em Educao)Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo, So Paulo, 2006.

    SO PAULO. Referencial sobre avaliao da aprendizagem na rea de deficincia intelectual.Elaborado por Anna Augusta Sampaio de Oliveira, Secretaria Municipal de Educao, So Paulo, 2008.

    SILVA, Fabiany Tavares. Processos de ensino na educao dos deficientes mentais. In: 23 ReunioAnual da ANPEd, Caxambu/MG, 2000, p. 1-16.

    SCHTZ, Maria Rosa Rocha dos Santos. Avaliao escolar como instrumento de mediao daaprendizagem na educao inclusiva: desafios no cotidiano escolar. 132f. Dissertao (Mestrado emEducao)-Universidade do Vale do Itaja (UNIVALE), Itaja, 2006.

    SCHALOCK, Robert L. et al. El Nuevo nombre del retraso mental: comprendiendo el cambio al trminodiscapacidad intelectual. Revista Espaola sobre Discapacidad Intelectual, 38 (4), Espanha, 2007.

    VALENTIM, Fernanda Dourado. Incluso de alunos com deficincia intelectual: consideraes sobreavaliao de aprendizagem escolar. 122 f. Dissertao (Mestrado em Educao)UniversidadeEstadual Paulista Jlio de Mesquita Filho (UNESP), So Paulo, 2011.

    VEER, Ren Van Der; VALSIEER, Jaan Vygostky: uma sntese. 4 ed.So Paulo: Editora Loyola, 2001.

    WEHMEYER, Michel L. et al. La deficincia intellectual. In: Center for International Rehabilitation.Disponvel em: . Acesso em: mar. 2011.

    VIGOTSKI, Lev Semenovich. A formao social da mente. So Paulo: Editora Martins Fontes, 2003.

    ______. Fundamentos da defectologia (Obras escogidas), volume V. Madrid: Visos, 1997.

    Recebido em novembro de 2011.Aprovado em dezembro de 2011.

    Linhas Crticas, Braslia, DF, v. 18, n. 35, p. 193-208, jan./abr. 2012. 207

    miolo_linhas_35:Layout 1 26/04/12 20:34 Page 207

  • Marcia Denise Pletsch, doutora em Educao (UERJ). Professora do Instituto Multidisciplinar daUniversidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Coordenadora do Observatrio de EducaoEspecial e incluso educacional: polticas pblicas e prticas curriculares e professora doPrograma de Ps-Graduao em Educao, Contextos Contemporneos e Demandas Popularesda mesma universidade. Publicao Recente: Repensando a incluso escolar: diretrizes polticas,prticas curriculares e deficincia intelectual (Rio de Janeiro: NAU/EDUR, 2010). E-mail:[email protected]

    Rosana Glat, doutora em Psicologia (FGV). Professora e diretora da Faculdade de Educao daUniversidade do Estado do Rio de Janeiro. Coordenadora do Grupo de Pesquisa Incluso eaprendizagem de alunos com necessidades educacionais especiais: prticas pedaggicas, culturaescolar e aspectos psicossociais e professora do Programa de Ps-Graduao em Educao damesma universidade. Publicao recente: Incluso escolar de alunos com necessidadeseducacionais especiais (co-autoria com PLETSCH, Marcia. Rio de Janeiro: EDUERJ, 2011). E-mail:[email protected]

    Mrcia PLETSCH; Rosana GLAT. A escolarizao de alunos com deficincia...208

    miolo_linhas_35:Layout 1 26/04/12 20:34 Page 208