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 Módulo Tópicos emergentes em comunicação Disciplina PENSAMENTO CRÍTICO EM COMUNICAÇÃ O

1_parte_do_curso_-_Pensamento_Critico

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Módulo

Tópicos emergentes emcomunicação

Disciplina

PENSAMENTO CRÍTICO EM COMUNICAÇÃO

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Fundamentos do conhecimento na vida cotidiana (Peter Berger & Thomas Luckmann)

A produção social de sentido Jogos de linguagem (Ludwig Wittgenstein)

A economia das trocas simbólicas O poder simbólico (Pierre Bourdieu)

O conceito de ideologia (Marx ± Althusser ± Gramsci)

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Dispositivos e agenciamentos (Michel Foucault/ Giles Deleuze)

A Comunicação de tipo monológica e dialógica (John B. Thompson)

A ação comunicativa e a esfera pública (Jürgen Habermas)

Gatekeepers, gatewatchers, gatecrashing 

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"Aquilo que se sabe quandoninguém nos interroga, mas que nãose sabe mais quando devemos 

explicar , é algo sobre o que se deverefletir.(E evidentemente algo sobre oque, por alguma r azão, dificilmente

se ref lete)." 

(Wittgenstein, Investigações filosóficas)

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³ Assim, estou interessado em romances, estatísticas, histór ias, etnogr afias, f otogr afias, 

filmes e qualquer outr a f orma pela qualpessoas tenham tentado contar a outr as o

que sabem sobre sua sociedade oualguma outr a sociedade que as interesse.Chamarei os produtos de toda essa atividade

em todos esses meios de µrelatos sobre a sociedade¶, ou, por vezes, µrepresentações 

da sociedade¶ ´

F alando da Sociedade.Howard S. Becker 

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³Que problemas e questões sur gem quando se fazem esses 

relatos, em qualquer meio?´

 

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Que regr as gover nam as or ganizações

de que par ticipamos?Em que padr ões rotineiros decompor tamento outr as pessoas se

envolvem?Sabendo essas coisas, podemos or ganizar 

nosso própr io compor tamento, aprender o

que queremos, como obtê-lo, quantocustará, que opor tunidades de açãovár ias situações nos of erecem.

 

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Comunidade inter pretativas

³Falar sobre a sociedade em ger al envolveuma comunidade inter pretativa, uma 

or ganização de pessoas que faz rotineir amente representações padronizadas 

de um tipo par ticular (µprodutores¶) par a outros (µusuár ios¶) que as utilizam

rotineir amente par a objetivos padronizados.´

 

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³ As comunidades inter pretativas muitas vezes tomam emprestados procedimentos ef ormas, usando-os par a fazer algo em que

seus cr iadores naquela outr a comunidadenunca tinham pensado, ou que  jamais tinham

pretendido...´

Ver: Stealing Beauty ± Ber tolucci

http://www.youtube.com/watch?v= AR6dHg3mLbY&f eature=related

 

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³Qualquer representação da realidade social ± um filme documentár io, um estudodemográfico, um romance realista ± é

necessar iamente par cial, é menos do que

exper imentar íamos e ter íamos à nossa disposição par a inter pretar se estivéssemos 

no contexto real que ela representa.´

 

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Oper ações presentes na representação

Seleção³Como qualquer representação sempre enecessar iamente exclui elementos da 

realidade, as questões interessantes epassíveis de investigação são estas: quais dos 

elementos possíveis são incluídos? Quemconsider a essa seleção r azoável e aceitável

[comunidade inter pretativa]? Quem se queixa dela? Que cr itér ios as pessoas aplicamquando fazem esses  julgamentos?

 

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Tr adução

³Penso em tr adução como uma f unçãoque tr anspõe um conjunto deelementos par a outro conjunto deelementos (...) Maneir as habituais de

representações dão aos produtores umconjunto usual de elementos par a 

utilizar na construção de seus dispositivos, 

inclusive mater iais, e suas capacidades [sensibilidade de uma película; elementos conceituais como a idéia de enredo etc]´

 

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 Arr anjos

³Uma vez escolhidos e tr aduzidos os elementos da situação, os fatos que uma 

representação descreve, as inter pretações 

que faz deles, deve ser arr anjada emalguma ordem par a que os usuár ios possam compreender o que está sendo

dito´

 

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Inter pretação

Representações só existem plenamentequando alguém as usa, lê, vê ou ouve, 

completando a comunicação ao inter pretar 

os resultados e construir par a si mesmouma realidade a par tir do que o produtor lhe apresentou.

 

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Os usuár ios inter pretam representações 

encontr ando nelas as respostas par a dois tipos de per guntas:

1. Querem saber os ³fatos´: o que aconteceu, qual é a correlação entre desemprego e

violência etc

2. Querem respostas par a questões mor ais:de quem é a culpa pelo desemprego e o

aumento da violência, o que dever iamfazer , por que f oi necessár ia uma determinada ação

 

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O INTERACIONISMO SIMBÓLICOE  A 

ESCOL A SOCIOLÓGIC A DECHIC AGO

 

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³Vamos tr atar das objetivações dos processos (e significações)subjetivas gr aças às quais é

construído o mundo inter subjetivodo senso comum.´

Peter Ber ger &Thomas Luckman.  A Construção social da realidade.

 

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Herbert Blumer-A natureza doInteracionismo Simbólico

O Inter acionismo simbólico baseia-se, em

última análise, em tr ês premissas.

A pr imeir a estabelece que os seres humanos agem em relação ao mundof undamentando-se nos significados

que este lhes of erece.

 

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A segunda premissa consiste no fato de os significados de tais elementos seremprovenientes da ou provocados pela 

inter ação social que se mantém com as demais pessoas.

A ter ceir a premissa reza que tais significados 

são manipulados por um processo

inter pretativo (e por este modificados)utilizado pela pessoa ao se relacionar com os 

elementos com que entr a em contato.

 

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³ A linguagem usada na vida cotidiana f or nece-

me continuamente as necessár ias objetivaçõese determina a ordem em que estas adquiremsentido e na qual a vida cotidiana ganha 

significado par a mim. (...) a linguagem mar ca as coordenadas de minha 

vida na sociedade e enche esta vida de objetos 

dotados de significação´

Peter Ber ger &Thomas Luckman.  A Construção social da realidade.

 

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³O homem não se encontr a mais diante da realidade; por assim dizer , elenão pode mais vê-la face a face. (...)

Cir cundou-se de f ormas lingüísticas, deimagens ar tísticas, de símbolos míticos ede r itos religiosos a um ponto tal de nãopoder ver e conhecer mais nada a não ser por meio dessa mediação

ar tificial´

Er nst Cassirer. E nsaio sobre o homem

 

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³ A realidade da vida cotidiana mantém-se

pelo fato de cor por ificar -se em rotinas, o queé a essência da institucionalização (...)

O veículo mais impor tante da 

conservação da realidade é a conver sa.Pode-se consider ar a vida cotidiana doindivíduo em termos do f uncionamento de

um aparelho de conver sa, quecontinuamente mantém, modifica e reconstrói 

sua realidade subjetiva´

 

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³É impor tante acentuar contudo que a 

maior par te da conservação da realidade na conver sa é implícita, não

explícita.(...)

Uma troca de palavr as como, por exemplo, µbem, está na hor a de ir par a a estação¶, implica um mundo inteiro dentro do qual 

estas proposições aparentemente simples adquirem sentido.´

 

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Usar a linguagem é desempenhar uma ação. É impor tante analisar o contexto emque a ação é desenvolvida e os propósitos 

aos quais pode servir.

Os  jogos [de linguagem] não têm contor nos 

precisos e as suas possíveis regr as nãoexaurem e nem determinam, de uma vez por todas, as possibilidades das  jogadas. Elas 

indicam direções, uma memór ia do jogo, um campo de possibilidades, um

 jogo com as f ronteir as.

 

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³... Os campos semânticos determinam

aquilo que será retido e o que seráµesquecido¶, como par tes da exper iência 

total do indivíduo e da sociedade´

Eles podem ser tr ansmitidos e modificados 

de ger ação em ger ação (no espaço e notempo)

 

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(E com quantas casas ou ruas, uma cidade começa a ser cidade?)

Nossa linguagem pode ser consider ada como uma velha cidade : uma rede de

ruelas e pr aças, casas novas e velhas, e

casas construídas em dif erentes épocas; eisto tudo cer cado por uma quantidade denovos subúr bios com ruas retas e regulares 

e com casas unif ormes.

Ludwig Wittgenstein, Investigações F ilosóficas

 

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Socialização primária

³ A socialização pr imár ia cr ia na consciência da cr iança uma abstr ação progressiva depapéis e atitudes  em geral (...) Esta 

abstr ação dos papéis e atitudes dos outros significativos concretos é chamada o outro

gener alizado.

 

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³ A socialização pr imár ia realiza assim oque pode ser consider ado o mais 

impor tante conto-do-vigár io que a sociedade prega ao indivíduos, ou se ja, 

fazer aparecer como necessidade

o que de fato é um f eixe decontingências...´

³ A socialização nunca é total nem está jamais acabada´

 

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"As super fícies usadas, o gasto que as mãos inf ligir amàs coisas, a atmosf er a f reqüentemente trágica e semprepatética destes objetos inf unde uma espécie de atr ação

não desprezível à realidade do mundo. A conf usa impureza dos seres humanos se per cebeneles, o agrupamento, uso e desuso dos mater iais, as 

mar cas do pé e dos dedos, a constância de uma atmosf er a humana inundando as coisas a par tir do

inter no e do exter no.

 Assim se ja a poesia que procur amos, gasta como por um ácido pelos deveres da mão, penetr ada pelo suor epela f umaça, cheir ando a ur ina e a açucena salpicada pelas diver sas profissões que se exer cem dentro e f or a 

da lei.Uma poesia impur a como um tr aje, como um cor po, com

manchas de nutr ição e atitudes ver gonhosas, compregas, observações, sonhos, vigília, prof ecias, declar ações de amor e ódio, bestas, arrepios, idílios, credos políticos, negações, dúvidas, afirmações, 

impostos." 

Sobre uma poesia sem pureza.Pablo

N

eruda. 

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"Mais adiante havia o depósito de garr afas, o caixote demadeir a, o livro apodrecido de contador ia, um pano su jo e denovo a lar anja. O olhar não er a descr itivo, er am descr itivas as 

posições das coisas.Não, o que estava no quintal não er a or namento.  Alguma coisa desconhecida tomar a por um instante a f orma desta posição.

tudo isso constituía o sistema de def esa da cidade. As coisas pareciam só dese jar: aparecer - e nada mais. 'Eu ve jo'

- er a apenas o que se podia dizer. (...)Estava olhando as coisas que não se podem dizer. (...)

Mesmo o erro er a uma descober ta. Err ar fazia-a encontr ar a outr a face dos objetos e tocar -lhes o lado empoeir ado. (...)

Faltava a par te mais difícil da casa: a sala de visitas, pr aça dearmas.

Onde cada coisa esper ta existia como par a que outr as não

f ossem vistas? tal o gr ande sistema de def esa. (...) As coisas er am difíceis por que, se se explicassem, não ter iampassado de incompreensíveis a compreensíveis, mas de uma 

natureza a outr a. Somente o olhar não as alter ava." A Cidade Sitiada. Clar ice Lispector 

 

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Os Objetos e o Universo Simbólico

O inter acionismo simbólico def ende a 

hipótese de que os ³univer sos´

acessíveis aos seres humanos eseus grupos _ compõem-se de³objetos´, e que estes são o produto da 

inter ação simbólica.

 

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Entende-se por objeto tudo que f or passível

de ser indicado, evidenciado ouref er ido ² uma nuvem, um livro, uma legislatur a, um banqueiro, uma doutr ina 

religiosa, um fantasma, etc.

Par a nossa maior conveniência, podemos 

classificar os objetos em tr ês categor ias: (a)objetos físicos; (b) objetos sociais e

(c) objetos abstr atos.

 

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O conhecimento cotidiano

A vida cotidiana é dominada por motivos pr agmáticos voltados par a desempenhos de

rotina.

Muitas vezes, não me interessa saber por que um telef one f unciona de um cer to modo, 

mas o que é possível fazer com ele. Essa éuma questão impor tante.

 

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O significado dos objetos par a cada um é, basicamente, ger ado a par tir da maneir a pela 

qual lhe definido por outr as pessoas com quem inter age.

Os objetos sur gem a par tir de um processode indicações recíprocas, objetos estes que possuem o mesmo significado par a um

dado conjunto de pessoas e por elas sãoconsider ados da mesma maneir a

 

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³... apreendo o outro por meio de esquemas 

tipificadores (...)

Assim, apreendo o outro como µhomem¶, µeuropeu¶, µcompr ador¶, µtipo  jovial¶ etc. (...)O outro também me

apreende de uma maneir a tipificada (...)

... Os dois esquemas tipificadores entr am emcontínua µnegociação¶ na situação face a 

face

Peter Ber ger &Thomas Luckman.  A Construção social da realidade.

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Pr imeir amente, of erecem-nos um novo

quadro do ambiente ou meio em que os seres humanos convivem.

os seres humanos, por assim dizer , podemcoexistir lado a lado contudo, habitarem

dif erentes univer sos. a fim de se compreender os atos humanos, é

preciso identificar seu univer so de

objetos, o que constitui impor tante aspectodo processo, a ser analisado adiante.

 

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Em segundo lugar , os objetos (quanto a seusignificado) devem ser consider ados como

cr iações sociais² como elementos 

f ormados or iginados do processo dedefinição e inter pretação, à medida 

que este ocorre na inter açãohumana.

 

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³O cabedal social de conhecimento

dif erencia a realidade por gr aus defamiliar idade.

For nece inf ormação complexa e detalhada ref erente àqueles setores da vida diár ia comque tenho f requentemente de tr atar. For nece

uma inf ormação muito mais ger al e imprecisa sobre setores mais remotos´

 

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³Não par tilho meu conhecimentoigualmente com todos os meus semelhantes e pode haver algumconhecimento que não par tilho com

ninguém.

Compar tilho minha capacidade profissionalcom os colegas, mas não com minha família, 

e não posso par tilhar com ninguém meu

conhecimento do modo de tr apacear no jogo.´

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 A vida social: as redes.

 

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Uma rede ou uma instituição não f unciona automaticamente devido a alguma dinâmica inter na ou a exigências do sistema, mas sim

por que os indivíduos, em dif erentes 

pontos da urdidur a, realizam atos, e estes constituem resultado da maneir a pela qual

definem a situação em que são

chamados a agir 

 

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³... Não se dever ia falar de sociedade, mas desociação. Sociedade é, assim, somente o

nome par a um cír culo de indivíduos queestão, de uma maneir a determinada, ligadouns aos outros por ef eito de relações 

mútuas

Geor g Simmel.Questões f undamentais da Sociologia

 

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Deve-se compreender que os conjuntos designificados que levam os par ticipantes a agir como agem em seus respectivos pontos na rede possuem seu própr io contexto

em um processo localizado de

inter ação social ... tais significados são f ormados, sustentados, enf r aquecidos f or talecidos ou tr ansf ormados, 

conf orme o caso, atr avés de um processosocialmente definidor.

 

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Pierre Bourdieu ±E conomia das trocas

simbólicas

 

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Espaço Social(posições)

Habitus

(disposições)

CamposUniversos

sociais

relativamenteautônomos

Gostos e estilos de vida(bens e práticas sociais)

Traj etór i a

soci al 

Passado

Pr esente

 

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Espaço Social

É preciso pensar numa espécie de cruz:numa primeira dimensão, vertical, as posições e os agentes distr ibuem-se eopõem-se segundo o volume global do

capital (capital econômico e/ou capitalcultur al); e, 

na segunda dimensão, perpendicular àoposição principal, temos uma oposiçãoentre um pólo mais cultur al e um pólo mais econômico(...)

 

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Esquema deespaço socialref erente àsociedade

f r ancesa nos anos 60-70

 

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Capital econômico

Capital cultural

Capital simbólico

Capital Social

Tipos deCapital

Tipo social de Herançae Patrimônio

familiar

H abitus,Trajetória sociale destino social

 

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Esse espaço das posições vai expr imir -se

num espaço dos estilos de vida

[Esse quadro indica a distância social entreos agentes sociais: um espaço que indica a probabilidade de encontros e desencontros 

entre os agentes sociais em posições sociais muito dif erentes.]

(Pierre Bourdieu. Crítica  Armada p. 41)

 

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Às dif erentes posições no espaço socialcorrespondem estilos de vida, sistemas 

de desvios dif erenciais que são a retr adução simbólica de dif erenças 

objetivamente inscr itas nas condições de existência.

 

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³O espír ito não utiliza o cor po, mas se faz por meio dele (...)

Meu cor po (...) é meu ponto de vista sobre omundo

O cor po é nosso meio ger al de ter ummundo´

Maur ice Merleau-Ponty.  A estrutura docomportamento

 

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Gestos

O gesto consiste em qualquer par te ouaspecto de uma ação contínua que tr az consigo o ato global de que faz par te. (...)

Elementos como solicitações, pedidos, ordens, pistas e declar ações equivalem a gestos quetr ansmitem aos que os reconhecem uma idéia 

da intenção e desígnio do ato a ser 

realizadopelo indivíduo que os expõe.

H. Blumer. A natureza do inter acionismo simbólico

 

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 A linguagem e o cor po: a héxis

A linguagem é um técnica do cor po, e a competência propr iamente lingüística, 

especialmente a f onológica, constitui uma 

dimensão da hexis cor por al onde seexpr imem toda a relação do mundo social e

toda a relação socialmente instruída com

o mundo.[³estilo ar ticulatór io´] (...)

 

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Assim, no caso das classes populares, esteestilo par ticipa de maneir a evidente de

uma relação com o cor podominada pela 

recusa das µmaneir as¶ ou das µf rescur as¶ (ouse ja, da estilização e da f ormalização) e

pela valor ização da vir ilidade(...)

Pierre Bourdieu.  A Economia das trocas lingüísticas

 

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Habitus/héxis

 A mediação entre essa posição no espaçosocial e as práticas, as pref er ências, é oque chamo de habitus, uma 

disposição ger al diante do mundo

(...) o r astro de toda uma tr ajetór ia 

passada, que está no pr incípio detomadas sistemáticas de posição. (...)

Pierre Bourdieu. Crítica  Armada p. 37-38

 

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A palavr a disposição parecepar ticularmente apropr iada par a expr imir o

que recobre o conceito de habitus : o resultado de uma ação

organizadora, apresentando então umsentido próximo ao de palavr as tais como

estrutur a uma maneira de ser , um estado habitual 

(em par ticular do cor po) e, em par ticular , 

uma  predisposição, uma tendência, uma  propensão ou uma inclinação.

(Pierre Bourdieu. Esboço de uma teoria da Prática)

 

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 A mediação entre essa posição no espaçosocial e as práticas, as pref er ências, é oque chamo de habitus, uma disposição

ger al diante do mundo(...)Pierre Bourdieu. Esboço de uma teor ia da Prática

 

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CampoUniversorelativamenteautônomo e

objetivado no

mundo social

Produz ereconhece certocampo

discursivo.

Tem uma

história: éproduto deum lentoprocesso dedepuração.

Espaço de posiçõese tomadas de

posição, espaço de

lutas (estratégias,hegemonia,

subversões, alianças,efeito de

envelhecimento nocampo)

Produz e reconhece certas práticas, objetose rituais de consagração próprios.

Valoriza certos tiposde capitais e

depende de certas

disposições(habitus

profissional e uma Ill usio)

 

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³ A f orma e o conteúdo das representações 

var iam por que as or ganizações sociais var iam. Or ganizações sociais moldam nãoapenas o que é f eito, mas também o que os 

usuár ios querem que as representações façam, que tr abalho consider am necessár io e

que padr ões usar ão par a  julgá-lo´Falando sobre a sociedade

Howard S. Becker 

 

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³ Apesar de dif erenças super ficiais entregêneros e meios, os mesmos problemas f undamentais ocorrem em todos eles.  A 

inf luência dos or çamentos, o papel da profissionalização, que conhecimento

os públicos devem ter par a que uma representação se ja eficaz, o que éeticamente permitido ao se fazer uma 

representação (...)´Falando sobre a sociedade

Howard S. Becker 

 

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Campo/ Illu sio

(Pierre Bourdieu)

Em seu famoso livro H omo ludens, Huizinga observa que, a par tir de uma etimologia falsa, i llu sio, palavr a latina que vem da r aiz ludu s

(jogo)...

 A Illusio é estar preso ao  jogo, preso pelo

 jogo, acreditar que o jogo vale a penaou, par a dizê-lo de maneir a mais simples, que vale a pena  jogar.

 

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Dito de outro modo, os  jogos sociais são jogos que se fazem esquecer como  jogos e a 

illusio é essa relação encantada comum  jogo que é o produto de uma relação decumplicidade. (...)

O que é vivido como evidência na illusio

parece ilusór io par a quem não

par ticipa dessa evidência,  já que nãopar ticipa do  jogo.

 

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Os agentes bem ajustados ao  jogo sãopossuídos por ele e tanto mais, sem

dúvida, quanto melhor ocompreendem.

 

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Por exemplo, um dos pr ivilégios associados ao fato de se nascer em um

 jogo é que podemos economizar 

cinismo,  já que

temos o sentido do jogo; como um bom  jogador detênis,estamos localizados, não onde a bola 

está, mas onde ela vai cair (...)

Pierre Bourdieu. É possível um ato desinteressado?

 

F l õ

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O que falar,Com quem

falar,

Em quemomento,

De que forma,sobre o quê

O Discurso é o encontro entre um habitus lingüístico e ummercado (um sistema de formação de preços, sujeito a

concorrências, monopólios, etc.)

Quando falamos, produzimos um produto quenão está sujeito apenas à Interpretação, mas,

também, a Avaliação

Atos deFala

Podersimbólico Doxa

Falar pressupõe umaCompetência Técnica euma Competência Social

KAIRÓS: Sensode

Oportunidade+

Senso deAceitabilidade

 

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Doxa

O gr ande segredo da eficácia simbólica do discur soestá no fato de f uncionar como doxa, isto é, como

uma verdade evidente e por parecer 

r azoável sem ter a r azão comopr incípio. É no univer so produzido pela doxa queo sentido do mundo ganha f or ça e é nessa condição

que as disposições (habitus) são produzidas.

Mar cel Mauss.  Antropologia e Sociologia

 

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Economia das trocas lingüísticas -Bourdieu

Em outros termos, os discur sos não são apenas 

(a não ser excepcionalmente) signos 

destinados a serem compreendidos, decif r ados; são também signos de riqueza

a serem avaliados, apreciados, e signos de

autoridade a serem acreditados eobedecidos.

 

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Quando falamos, produzimos umproduto, um produto que, em cer to

aspecto, é um produto como outro qualquer , 

por tanto, destinado a estar su jeitonão só à inter pretação, mas também à avaliação. (...)

 

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Mer cados Simbólicos

[Uma ciência de um discur so](...) deve levar 

em conta as leis de f ormação de

preços car acter ísticas domer cado em questão, ou em outros 

termos, as leis capazes de definir 

as condições sociais da aceitabilidade (...)

 

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as condições de recepçãoantecipadas fazem par te das condições 

de produção, e a antecipação das sanções do mer cado contr ibui par a 

determinar a produção do discur so.

 

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Senso de opor tunidade

Diziam os sofistas que o impor tante noaprendizado da linguagem é o aprendizado

do momento opor tuno (k airós), dosentido opor tuno; que pouco impor ta oque se diz senão f or dito opor tunamente. (...)

Essa competência é o conhecimentoda situação (...)

 

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Senso de aceitabilidade

Quando falamos, produzimos um produto, umproduto que, em cer to aspecto, é um produtocomo outro qualquer , por tanto, destinado a 

estar su jeito não só à inter pretação, mas também à avaliação. (...)

 

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Concretamente isso significa que, quando

produzo um determinado discur so, preocupo-me mais ou menos com

o ef eito que ele vai produzir naquele a quem o dir ijo. (...) digo o

que digo, mas também digo algo mais na maneir a de dizê-lo.

 

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Or a essa noção de aceitabilidade éextremamente impor tante, pois pelo senso da 

aceitabilidade social, o sentido do que podeou não pode ser dito em determinada situação, o senso do que é conveniente ou

inconveniente etc.

por meio desse senso que temos em estado prático, 

exer ce-se uma censur a extr aordinár ia.Pierre Bourdieu. O campo econômico

 

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Se ja qual f or o discur so, ele é o produto

do encontro entre um habituslingüístico, ou se ja, uma 

competência insepar avelmentetécnica e social (ao mesmo tempo a capacidade de falar e a capacidade defalar de cer ta maneir a, socialmente

mar cada), e um mercado.

 

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O poder simbólico - Bourdieu

Em conseqüência, o exer cício de um poder simbólico se faz acompanhar por um

trabalho sobre a forma (conf orme sever ifica no caso dos poetas em sociedadear caicas)

 

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(...) a eficácia de um discur so, o poder deconvencimento que lhe é reconhecido, 

depende da  pronúncia (esecundar iamente do vocabulár io) daquele

que o pronuncia, ou se ja, atr avés desseíndice par ticularmente seguro da 

competência estatutár ia, da 

autor idade do locutor (...)

 

O

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O por ta-voz

O por ta-voz é aquele que, ao falar de um

grupo, ao falar em lugar de um

grupo, põe, sub-repticiamente, a existência do grupo em questão, institui estegrupo, pela oper ação de magia que é

inerente a todo o ato de nomeação.´

 

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(...) destinado a atestar o domínio do or ador 

e a conquistar par a ele o reconhecimento dogrupo (tal lógica se faz presente na 

retór ica popular do insulto, o qual

procur a atr avés do exageroexpressionista e da def ormaçãoregr ada das f órmulas r ituais a 

realização expressiva em condições depermitir µganhar a simpatia dos que r iem¶)

 

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O poder simbólico é um poder 

(econômico, político, cultur al ou outro) queestá em condições de se fazer 

reconhecer , de obter 

reconhecimento(...)

exer ce-se não no plano da f or ça física, mas 

sim no plano do sentido e doconhecimento.

 

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Na realidade, as palavr as exer cem um poder 

tipicamente mágico; fazem ver , fazemcrer , fazem agir.

Mas como no caso da magia, é preciso per guntar -se onde reside o pr incípio dessa açãoou, mais exatamente,quais são as condições 

sociais que tor nam possível a eficácia mágica das palavr as 

 

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³O poder das palavr as só seexer ce sobre aqueles que estão

dispostos a ouvi-las e a escutá-las, em suma, a crer nelas.´

Pierre Bourdieu. O campo econômico

 

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os agentes sociais e os própr ios dominados estão unidos ao

mundo social (até mesmo ao mais 

repugnante e revoltante) por uma relaçãode cumplicidade padecida que faz com que cer tos aspectos deste mundo

este jam sempre além ou aquém doquestionamento cr ítico.

 

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³O que faz com que o poder se mantenha e quese ja aceito é simplesmente que ele nãopesa como uma f or ça que diz não, 

mas que de fato ele permeia, produz coisas, induz ao pr azer , f orma saber , 

produz discur so.

Deve-se considerá-lo como uma redeprodutiva que atr avessa todo o cor po social

muito mais do que uma instância negativa quetem por f unção repr imir.´

M.Foucault, M icrofísica do poder