61
Cistos da Região Bucomaxilo Facial Faculdade de Macapá Curso de Odontologia Propedêutica Clinica III Prof: Lauane Monteiro Gentil Especialista em Endodontia – FOB / USP Especialista em Oncologia – HUJBB / UFPA Contato: [email protected] / [email protected]

2 Aula Cistos.pdf

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: 2 Aula Cistos.pdf

Cistos da Região Bucomaxilo Facial

Faculdade de MacapáCurso de Odontologia

Propedêutica Clinica III

Prof: Lauane Monteiro GentilEspecialista em Endodontia – FOB / USP

Especialista em Oncologia – HUJBB / UFPA

Contato: [email protected] / [email protected]

Page 2: 2 Aula Cistos.pdf

Definição

Em 1974 Kramer definiu cisto como “ uma cavidade patológica que contem fluidos, semifluidos ou gases, não sendo criada pelo acumulo de pus.”

Com raras exceções ósseas, os cistos dos maxilares são os únicos revestidos por um epitélio.

Nos ossos maxilares os cistos que não são revestidos por epitélio compreendem os : Cisto de extravasamento mucoso; Cisto ósseo aneurismático; e cisto ósseo solitário.

Sendo descrito como pseudo cistos ou cavidades

Page 3: 2 Aula Cistos.pdf

Fonte: Arquivos do serviço de Patologia Bucal HUJBB/ UFPA

HUJBB

Classificação

Cistos Odontogênicos.

De desenvolvimento.

Inflamatório.

Cistos não odontogênicos.

Page 4: 2 Aula Cistos.pdf

Classificação

Cistos Odontogênicos.De desenvolvimentoCisto dentígeroCisto de erupçãoCeratocisto odontogênicoCisto odontogênico ortoceratinizadoCisto gengival do recém-nascidoCisto gengival do adultoCisto periodontal lateralCisto odontogênico calcificante Cisto odontogênico glândula.

Cistos Odontogênicos.Infamatório Cisto periapical Cisto periapical residual Cisto da bifurcação vestibular

Cistos Não Odontogênicos. Cisto da Rafe palatina Cisto do ducto nasopalatino Cisto Nasolabial

Page 5: 2 Aula Cistos.pdf

• Definido como cisto que se origina pela separação do folículo da coroa de um dente incluso.

Folículo dentário densa camada fibrosa formada pelo tecido mesodérmico que envolve o esmalte do dente..

Cisto dentígero envolve a coroa de um dente incluso e esta ligado a ele a nível da junção cemento-esmlate

Patogênese incerta, no entanto, acredita-se queocorra devido ao acumulo de liquido entre oepitélio intereno e a coroa do dente

Profa: Lauane Monteiro Gentil

Page 6: 2 Aula Cistos.pdf

Tipo mais comum de cisto odontogênico de desenvolvimento. Representando 20% dos cistos.

Nota: Apesar de o cisto dentígero ser um cisto de desenvolvimento alguns casos parecem estar relacionados com um processo inflamatório

Page 7: 2 Aula Cistos.pdf

Profa: Lauane Monteiro Gentil

Dentígero = “Portador de dente”. Alguns autores se referem como sendo cisto folicular. No entanto cisto dentígero é preferível, uma vez que o folículo é

originário do mesoderma.

Page 8: 2 Aula Cistos.pdf

Profa: Lauane Monteiro Gentil

Características Clínicas Pode estar associado a qualquer dente incluso, no entanto, a maior

frequência são :• Terceiros molares inferiores• Caninos Superiores• Terceiros molares superiores• Segundo pré-molares inferiores Raramente envolvem dentes decíduos inclusos. Ocasionalmente podem estar associados a dentes supramerários e

odontomas

Page 9: 2 Aula Cistos.pdf

Maior predileção por homens brancos. Entre 10 e 30 anos. Os cistos pequenos são assintomáticos. Os cistos maiores podem estar associados a expansão indolor

do osso na região afetada.

Importante: Cistos dentígero grande são incomuns e muitaslesões apontadas radiograficamente como sendo cisto dentígerona verdade são Ceratocistos ou ameloblastomas.

Profa: Lauane Monteiro Gentil

Page 10: 2 Aula Cistos.pdf

Cisto infectado pode estar associado a sintomatologia dolorosa.

Radiograficamente: Imagem radiotransparente, unilocular,associada a coroa de um dente incluso.

A área radiotransparente pode apresentar uma margem bemdefinita.

Cistos infectados podem apresentar margens mal definidas.

Profa: Lauane Monteiro Gentil

Fonte:http://muitobomessecafe.blogspot.com.br/2012/11/cistos-odontogenicos.html

Page 11: 2 Aula Cistos.pdf

Variantes radiográficas

Central

Circunferencial

Lateral

Profa: Lauane Monteiro Gentil

Page 12: 2 Aula Cistos.pdf

Diferenciar radiograficamente um cisto pequeno do folículo dilatado sobre a coroa de um dente incluso requer muita cautela.

Alguns autores consideram que pra ser considerada um cisto a lesão deva apresentar de 3 a 4 mm de diâmetro.

Page 13: 2 Aula Cistos.pdf

Características Histopatológicas

Profa: Lauane Monteiro Gentil

Page 14: 2 Aula Cistos.pdf

Tratamento

Enucleação Remoção do dente incluso

Prognóstico excelente e baixa recorrência

Profa: Lauane Monteiro Gentil

Page 15: 2 Aula Cistos.pdf

CISTO DE ERUPÇÃO

Análogo do cisto dentígero em tecido mole

Desenvolve-se pela separação do folículo dentário que envolve a coroa de um dente em erupção sobre o osso alveolar

Clinicamente: Tumefação amolecida, frequentemente translucida em mucosa

gengival.

Page 16: 2 Aula Cistos.pdf

Clinicamente: Tumefação amolecida, frequentemente translucida em mucosa

gengival. Acomete qualquer dente em erupção, sendo mais comumente

observado em crianças com menos de 10 anos de idade. Mais comumente associada com os primeiros molares

permanentes e incisivos centrais superiores

Algumas vezes referida como hematoma de erupção

Lesão de tecido mole não apresentando imagem radiográfica

CISTO DE ERUPÇÃO

Page 17: 2 Aula Cistos.pdf

CISTO DE ERUPÇÃO

Clínico

Radiográfico

Page 18: 2 Aula Cistos.pdf

CISTO DE ERUPÇÃO

Tratamento: Pode não ser necessário tratamento. Caso não ocorra erupção uma excisão cirúrgica pode ser

necessário.

Prognostico excelente.

Page 19: 2 Aula Cistos.pdf

Ceratocisto Odontogênico

Forma distinta de cisto odontogênico de desenvolvimento. Apresentando comportamento clínico e aspectos histológicos

específicos.

Devido apresentar comportamento biológico e mecanismo de crescimento diferentes dos cistos mais comuns, foi

recentemente classificado pela OMS como Tumor odontogênico Ceratocistico

Page 20: 2 Aula Cistos.pdf

Ceratocisto Odontogênico

Tem origem dos remanescentes da lâmina dentária. Compreendem cerca de 3 a 11% de todos os cistos odontogênico Acomete pacientes com idade variável, porém 60% dos casos

diagnosticados em pacientes entre 10 e 40 anos Leve predileção pelo sexo masculino. Preferencia pela mandíbula principalmente corpo posterior e

ramo ascedente.

Page 21: 2 Aula Cistos.pdf

Ceratocisto Odontogênico

Lesões pequenas são assintomáticas. Lesões grandes podem apresentar dor, tumefação e drenagem. Tendem a apresentar crescimento no sentindo antero-posterior ,

atreves dos espaços medulares. Não apresentam expansão óssea evidente.Radiograficamente: Área radiolucida bem delimitada, de margens regulares. Lesões grandes no corpo e ramo, normalmente associada a dente

incluso. Reabsorção das raízes dos dentes envolvidos são menos comuns Anteriormente pode ser confundido com cisto do ducto naso-

palatino

Page 22: 2 Aula Cistos.pdf
Page 23: 2 Aula Cistos.pdf

Ceratocisto Odontogênico

Características Histológica

Page 24: 2 Aula Cistos.pdf

Ceratocisto Odontogênico

Tratamento: Enucleação ou curetagem.

Prognóstico: Apresentam tendência a recorrência, por volta de 5 anos após a

cirurgia. No entanto apresentam um prognostico bom

Page 25: 2 Aula Cistos.pdf

CISTO ODONTOGÊNICO ORTOCERATINIZADO

Não caracteriza um tipo clínico específico de cisto odontogênico. Embora esta lesão tenha sido originalmente como uma variante do

ceratocisto. Apenas representa um cisto com limite epitelial ortoceratinozado.

Ortoceratina : Ausência de núcleo

Paraceratina : Persistência de núcleo

Page 26: 2 Aula Cistos.pdf

CISTO ODONTOGÊNICO ORTOCERATINIZADO

Características clínicas: Acometem adultos jovens 2 X mais incidentes em homens 2 X mais frequente em mandíbula Não apresenta características clínicas que o diferencie de outros

cistos de desenvolvimento ou inflamatório

Page 27: 2 Aula Cistos.pdf

CISTO ODONTOGÊNICO ORTOCERATINIZADO

Características Radiográficas:

Radiotransparência unilocular, porém podem apresentar-semultilocular.

Aproximadamente 2/3 das lesões assemelham-se clinica eradiograficamente com cisto dentígero.

Maior frequência associados a terceiros molares inferioresinclusos.

Tamanho pode variar de 1 a 7 cm

Fonte: Neville

Page 28: 2 Aula Cistos.pdf

Características Histopatológicas:

Epitélio escamoso estratificado ortoceratinizado

Grânulos de cerato-hialina podem ser identificados na camada mais superficial do epitélio.

Limitante epitelial fino e camada basal desorganizada.

Page 29: 2 Aula Cistos.pdf

Tratamento e Prognóstico

Enucleação com Curetagem.

Prognóstico excelente com recorrência raramente observadas.

Page 30: 2 Aula Cistos.pdf

SÍNDROME DO CARCINOMA NEVÓIDE DE CÉLULAS BASAIS ( SÍNDROME DE GORLIN)

Hereditária autossômica dominante. Mutação no gene patched (PTCH) um gene supressor tumoral. Há uma grande variabilidade na expressividade da síndrome, não

existindo um componente que esteja presente em todos os pacientes

Page 31: 2 Aula Cistos.pdf

SÍNDROME DO CARCINOMA NEVÓIDE DE CÉLULAS BASAIS ( SÍNDROME DE GORLIN)

Características clínicas:

Page 32: 2 Aula Cistos.pdf

SÍNDROME DO CARCINOMA NEVÓIDE DE CÉLULAS BASAIS ( SÍNDROME DE GORLIN)

Page 33: 2 Aula Cistos.pdf

SÍNDROME DO CARCINOMA NEVÓIDE DE CÉLULAS BASAIS ( SÍNDROME DE GORLIN)

Características Radiográficas:

Os cistos não diferem dos cistos isolados Geralmente associada a coroa de dente incluso. Simulando cisto dentígero.

Page 34: 2 Aula Cistos.pdf

SÍNDROME DO CARCINOMA NEVÓIDE DE CÉLULAS BASAIS ( SÍNDROME DE GORLIN)

Características Histológicas:

Os cistos são invariavelmente ceratocistos

Page 35: 2 Aula Cistos.pdf

Tratamento e Prognóstico:

Maioria das anomalias não causam ameaça a vida. Podem ser realizadas cirurgias para remoção dos cistos.

O prognóstico depende do comportamento dos tumores de pele.

O aconselhamento genético é importante.

Page 36: 2 Aula Cistos.pdf

CISTO GENGIVAL (ALVEOLAR) DO RECÉM-NASCIDO

Pequenos cistos superficiais contendo ceratina. Localizado na mucosa alveolar de recém-nascidos. Se originam de remanescentes da lâmina dentária. São muito comuns nos recém – nascidos, desaparecem

espontaneamente.

Page 37: 2 Aula Cistos.pdf

CISTO GENGIVAL (ALVEOLAR) DO RECÉM-NASCIDO

Características clínicas:

Pequenas pápulas esbranquiçadas, recobrindo a mucosa dos processos alveolares de recém-nascidos.

Apresentam em média 2 a 3 mm. Sendo a mucosa maxilar é mais envolvidar.

Histológicamente mostra um limitante epitelial fino e plano

paraceratinizado.

Page 38: 2 Aula Cistos.pdf

Tratamento

Nenhum tratamento é indicado. As lesões raramente são vistas após três meses.

Page 39: 2 Aula Cistos.pdf

CISTO GENGIVAL DO ADULTO

Lesão incomum. Considerada variante dos tecidos moles do cisto periodontal. Raramente pode se desenvolver no local de enxertos gengivais.

Page 40: 2 Aula Cistos.pdf

Características Clínicas:

Acentuada predileção para ocorrer na região de caninos e pré-molares, cerca de 60% dos casos.

Acomete pacientes entre a quinta e sexta década. Localizado na mucosa vestibular. Tumefações indolores, frequentemente com menos de 0,5 cm de

diâmetro. Azulados ou azul-acinzentado. Crescimento lento, geralmente em gengiva livre e inserida. Patogenia desconhecida.

Page 41: 2 Aula Cistos.pdf

Características Radiográficas.

Reabsorção superficial “em taça”, não sendo comumente observada em radiografias.

Perda ósseas maiores suspeita-se de cisto periodontal lateral que rompeu cortical.

Page 42: 2 Aula Cistos.pdf

Características Histopatológicas.

Células ClarasEspessamento epitelial

Page 43: 2 Aula Cistos.pdf

Tratamento e Prognóstico

Excisão cirúrgica

Prognóstico excelente

Page 44: 2 Aula Cistos.pdf

CISTO PERIODONTAL LATERAL(Cisto Odontogênico Botrióide)

Tipo incomum de cisto odontogênico. Acredita-se que ele desenvolva-se de restos da lâmina dentária. Represente a contraparte intraóssea do cisto gengival do adulto. Representa menos de 2% dos cistos dos maxilares.

Page 45: 2 Aula Cistos.pdf

CISTO PERIODONTAL LATERAL(Cisto Odontogênico Botrióide)

Características Clínicas: Assintomático Pacientes entre a quinta e a sétima década, raro em pacientes

com menos de 30 anos. 75 a 80% dos casos ocorrem na região de Incisivo-lateral; canino e

pré-molar inferiores. Quando acometem maxila envolvem as mesmas regiões.

Page 46: 2 Aula Cistos.pdf

Características Radiográficas: Área radiotransparente bem circunscrita. Localiza-se lateralmente a raiz de uma dente com VITALIDADE. A maioria dos cistos apresentam menos de 1 cm. Quando apresentam características policísticas são

denominados Cistos Odontogênicos Botrióide. Características radiográficas não são suficientes para o

diagnóstico.

Page 47: 2 Aula Cistos.pdf

Característica Histológica:

Capsula fibrosa fina

Epitélio com espessura de 1 a 3 camadas de células

Áreas focais de espessamento epitelial

Page 48: 2 Aula Cistos.pdf
Page 49: 2 Aula Cistos.pdf

Espessamento epitelial mais como no cisto periodontal

lateral do tipo botrióide

Page 50: 2 Aula Cistos.pdf

Tratamento e Prognóstico: Enucleação. Recorrência incomum.

Page 51: 2 Aula Cistos.pdf

CISTO ODONTOGÊNICO CALCIFICANTE (CISTO DE GORLIN)

Lesão incomum. Apresenta diversidade histológica e comportamento clínico variável. Embora considerado uma lesão cística, alguns autores preferem

considera-lo uma neoplasia. Pode estar associado a outros tumores odontogênico como os

Odontomas, Ameloblastomas e tumo odontogênico adenomatóide.

Page 52: 2 Aula Cistos.pdf

Características Clinicas: Lesão intraóssea. 13 a 30% podem ser extra óssea 65% dos casos localizados na região de incisivos e caninos. Maioria dos casos diagnosticados na segunda e terceira

década de vida, com uma média de 33 anos. Quando associados a odontomas tendem a acometer

pacientes mais jovens por volta de 17 anos.

Page 53: 2 Aula Cistos.pdf

Características Radiográficas

Lesão unilocular radiotransparente bem definida. Ocasionalmente multilocular. Estruturas radiopacas estão presentes de um terço até metade

das lesões. Lesões com aproximadamente 2 a 4 cm, no entanto lesões com

até 12 cm podem ser encontradas. Reabsorção das raízes, e divergências das raízes envolvidas podem

ser observadas.

Page 54: 2 Aula Cistos.pdf

Calcificações

Page 55: 2 Aula Cistos.pdf

Características Histológicas

Característica mais importante é a

presença de células fantasmas

Material dentinóideeosinofílico adjacente as

células fantasmas

Nota: 20% dos cistos estão associados a Odontomas.

Page 56: 2 Aula Cistos.pdf

Tratamento e Prognóstico Enucleação Prognóstico bom Quanto associado a outros tumores como ameloblastoma o

tratamento e ressecção cirúrgica.

Page 57: 2 Aula Cistos.pdf

CISTO ODONTOGÊNICO GLÂNDULAR(CISTO SIALO-ODONTOGÊNICO)

Cisto de desenvolvimento. Raro Agressivo.

Apesar de origem odontogênica ser considerada, apresenta aspectos glandulares ou salivares e sugerem a pluripotencialidade do epitélio odontogênico

Page 58: 2 Aula Cistos.pdf

Características Clínicas

Acometem principalmente adultos de meia idade, média 49 anos. Raramente ocorrem antes dos 20 ano. 85% dos casos relatados acometem a mandíbula. No entanto o cisto parece ter uma predileção pela região anterior da

maxila, e muitas lesões são capazes de ultrapassar a linha média. As lesões variam de 1 cm até grande lesões que envolvem todo o

osso envolvido. Lesões grandes podem causar tumefação e provocar dor ou

parestesia.

Page 59: 2 Aula Cistos.pdf

Características Radiográficas

Imagem radiolúcida unilocular. Podendo apresentar-se frequentemente multilocular. Margem radiotransparente bem delimitada.

Page 60: 2 Aula Cistos.pdf

Características histológicas

Epitélio escamoso de espessura variável

Junção entre epitélio e tecido conjuntivo normalmente plano

Células ciliadas são frequentemente encontradas

Microcistos e grupamento de células mucosas

Page 61: 2 Aula Cistos.pdf

Tratamento e Prognóstico Enucleação com curetagem 30% dos casos apresentam recorrência Devido suas características agressivas alguns autores

recomendam ressecção em bloco da lesão.