20072_DIREITO PENAL - Caderno Praetorium

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DIREITO PENAL - Prof. Sheila Turma MP - Praetorium 1 aula OBS: O Araripe continuar na banca do MP. Vide texto na xrox com resumo de suas posies. I) Conceito analtico de crime: - antijuridicidade formal conduta tpica que afeta a lei penal. - antijuridicidade material viola o bem jurdico tutelado. Hoje esta diviso no tem importncia, pois a antijuridicidade una. - Conceito analtico de crime: conduta tpica, antijurdica e culpvel. Damsio: adota o conceito bipartido (conduta tpica e antijurdica). II) Teoria do crime:

a) Causalismo: Liszt e Biling. Teoria dominante poca. Positivismo. O crime se resumia vontade + conduta + resultado. Sculo XIX. Simples causao de um resultado determinado pela vontade do agente. 1 fase Tipo penal do causalismo: objetivo e descritivo. O elemento subjetivo se encontrava na culpabilidade. A finalidade era analisada na culpabilidade. A culpabilidade era o dolo e a culpa (culpabilidade psicolgica). A antijuridicidade era puramente formal e objetiva. Concepo mecanicista da conduta. 2 fase Elementos subjetivos do tipo. Surge tambm a 2 fase da culpabilidade, a psicolgico-normativa. O dolo e a culpa continuam na culpabilidade, mas como elementos. Adicionam-se os elementos imputabilidade e exigibilidade de conduta diversa. Essa teoria ignora o fato de que toda ao possui uma finalidade. b) Finalismo: Hans Welzel anos 30. A conduta humana sempre final. Logo, o dolo e a culpa so retirados da culpabilidade e migram para o prprio tipo penal. H, portanto,o tipo objetivo e o subjetivo. A culpabilidade passa a ser apenas normativa (puramente normativa),com trs elementos: imputabilidade, exigibilidade de conduta diversa e potencial conscincia da ilicitude. OBS: Dolo normativo Dolus malus. o dolo com conscincia da ilicitude. Dolo pertencente teoria causalista da ilicitude. Quando o dolo, na teoria finalista, migra para o tipo, a conscincia da ilicitude permanece na culpabilidade. - O finalismo, a migrao do dolo da culpabilidade para a tipicidade, e as diversas repercusses na teoria do erro:

1) No causalismo, o dolo constitua um dos elementos da culpabilidade. Tratava-se de dolo com conscincia da ilicitude ( dolus malus). 2) O erro era um s, atingindo sempre a culpabilidade. 3) Com o finalismo, o dolo migra da culpabilidade para a tipicidade. O dolo que integra o tipo o dolo natural, sem conscincia da ilicitude. Esta conscincia permanece como um dos elementos da culpabilidade. 4) A partir de ento, o erro se bifurca: o que incide sobro a conscincia que integra o dolo constituir o erro de tipo; o erro acerca da conscincia da ilicitude constituir o erro sobre a ilicitude, que repercutir na culpabilidade. 5) Em resumo, atualmente o erro que incide sobre o conhecimento que integra o dolo constitui erro de tipo. O erro que incide sobre o conhecimento da ilicitude constitui erro sobre a ilicitude, repercutindo na culpabilidade. - Conhecimento x erro : Um sempre o inverso do outro. Para o Direito Penal, o erro tanto o desconhecimento como o conhecer equivocado. - Erro de tipo- o desconhecimento ou o conhecimento equivocado de um elemento do tipo. Deve ser atual e concreto. O erro de tipo sempre afasta o dolo. a) inevitvel afasta o dolo e a culpa. Leva atipicidade. b) evitvel responde como se tivesse praticado crime culposo. - Erro sobre a ilicitude : Conhecimento que integra a culpabilidade. Deve ser potencial, ou seja, se era possvel conhecer a ilicitude. Decorre do dever de informar- se. No o desconhecimento da lei. Repercutir na culpabilidade. Pode ser : a) inevitvel exclui a culpabilidade b) evitvel reduo da pena (minorante ou causa de diminuio da pena, 3 fase de aplicao de pena). Teoria Social da Ao (no do delito) O dolo aqui possui dupla funo: no tipo e na culpabilidade. a teoria da adequao social da conduta. O tipo contm o dolo e a culpa e a culpabilidade tambm. A tipicidade indcio de ilicitude como no finalismo, e tb indcio de culpabilidade dolosa. Noes bsicas: 1) Dupla posio / funo do dolo no tipo e na culpabilidade. 2) O tipo passa a ser indcio de ilicitude e de culpabilidade dolosa 3) A culpabilidade constituir acima de seus outros elementos, uma postura do agente de afronta ao direito 4) Pretende-se com esta posio resolver as hipteses de erro de tipo e erro de tipo permissivo vencveis: o indivduo responde por culpa, mas possui o dolo. Diz-se ento que no h culpabilidade dolosa (dupla funo do dolo). Culpabilidade puramente normativa (Brasil) teorias da culpabilidade. Teoria limitada e extremada da culpabilidade.

Culpabilidade a reprovabilidade. mensurvel. O que distingue as duas teorias o tratamento diverso que do s discriminantes putativas. (erro que incide sobre as discriminantes reais). Para a teoria extremada, toda discriminante putativa encerra erro sobre a ilicitude. Para a teoria limitada, o erro que incide sobre as discriminantes divide-se em : - erro sob a situao ftica (erro de tipo) - erro sob previso legal e limites (erro sobre a ilicitude) Funcionalismo (Roxin e Jakobs) OBS: O Araripe no aceita a teoria da imputao objetiva. O Direito Penal serve, principalmente, para a proteo dos bens jurdicos e a pena possui funo preventiva geral e especial. Jakobs discorda, dizendo que o Direito Penal atua como proteo da norma. Para ele, o Direito Penal chega a destempo, pois s atua como proteo da norma. A teoria da imputao objetiva serve para crimes de resultado. - Conduta: 1- conscincia atos inconscientes afastam a conduta 2- vontade- coao fsica irresistvel afasta a vontade Araripe: a conduta possui ainda a finalidade e a exteriorizao. Modos de exteriorizar a conduta: ao e omisso (prpria ou imprpria). Omisso prpria - tipo penal especial, adequao tpica crime comum. Omisso imprpria No h tipo penal especial, a adequao tpica indireta, art.13,par.2, CP, crime prprio (garantidor) Ateno: Araripe chama os crimes omissivos imprprios de crimes comissivos por omisso ou omissivos qualificados. - Resultado: Jurdico ou normativo - Leso ou perigo de leso que corre o bem jurdico tutelado. No h crime sem resultado jurdico ou normativo. Fsico ou naturalstico - Com resultado : materiais (ex: art.121, CP) e formais (ex: art.159, CP). Sem resultado de mera conduta (ex: art.150, CP). Diferenas entre crimes materiais e formais: (ambos so crimes de resultado) 1) O crime material se consuma no momento da produo do resultado. Ex: homicdio morte da vtima.

2) Nos crimes formais, o tipo descreve o resultado, no sendo, entretanto, indispensvel a ocorrncia do mesmo para que o delito se consume. Por tal razo so chamados de crimes de consumao antecipada. Ex: extorso mediante seqestro. Notas: Para Jakobs, o resultado do crime constitua a violao da norma de convivncia. Araripe considera a distino entre o resultado de dano e de perigo e de perigo concreto e abstrato irrelevante, gerando confuso. H um descompasso entre a finalidade e a exigncia tpica nos tipos incongruentes (o tipo descreve a finalidade aps a consumao). Ex: art.159- O sujeito ativo pretende mais do que a lei exige. Aula 02 24/07/06 Imputao Objetiva Art.158 Qdo se consuma o crime de extorso? Basta o constrangimento da vtima? No. S ocorre se a vtima faz, deixa de fazer e tolera que se faa, para a maioria. Mas para Araripe, a consumao ocorre no momento do constrangimento. (Teoria do crime, pg.51). Voltando imputao objetiva, o Araripe no aceita esta teoria. H mais de 1 teoria. Serve para limitar a causalidade. O Araripe cita as teorias da conditio, causalidade adequada e tb a imputao objetiva como modalidade de teoria da causalidade. At critica a causalidade adequada adotada no art.13, parg. 1, CP para mitigar a conditio, art.13. A teoria da imputao objetiva visa evitar o regresso ad infinitum. Araripe diz que no podemos usar esta teoria por causa do art.13, pois esta teoria limita a tipicidade e no a causalidade. Se baseia na teoria do risco (C. Roxin). Apesar de causar resultado fisicamente, este no pode ser a ele imputado. S pode ser imputado se o agente cria risco no permitido ou incrementa risco preexistente. Ex: (dado por ele) Pessoa est em prdio em chamas e o agente v uma criana e para salv-la, ele a atira pela janela, e ela morre. O resultado no seria atribudo a ele, pois ele no aumentou o risco existente. Para Araripe, neste ex., o MP deve denunciar, pois a conduta tpica, mas o MP pede a absolvio. Regras principais da imputao objetiva: 1) Conduta realizada nos limites do risco permitido 2) Conduta redutora de risco preexistente (ex. do incncio); ex: roxin: A e B conversam numa praa, B verifica que C vais jogar pedra no A, B empurra o A e provoca uma leso. Sua conduta ... 3) Risco no materializado no resultado 4) Se o resultado, conforme ocorrido, no se inclui no mbito de alcance do tipo. Segundo Araripe, a teoria do incremento do risco no se aplica omisso. A teoria da imputao objetiva, com seu fundamento na teoria do risco no se aplica aos crimes omissivos (prprios ou imprprios). Isto pq, em ambos os delitos, o dever de agir nasce

do risco preexistente nem sempre criado pelo agente (exceto na alnea c do ar.t13, CP). Essa posio do Roxin. Teoria dos elementos negativos do tipo: Tipicidade + antijuridicidade = tipo total de injusto O tipo total tem duas classes de elementos. Os positivos (retirados do tipo proibitivo) e os negativos (retirados do tipo permissivo EN, LD). Ningum adota esta teoria no Brasil. Isso significaria que se vc matasse algum em legtima defesa, sua conduta seria atpica, o que criticado por ele. Por esta teoria, a ilicitude se funde tipicidade. Classificao dos tipos penais ou qualificao doutrinria: 1) Simples e mistos ou compostos: Simples- possui apenas um ncleo ex: art.121, CP Mistos ou compostos alternativos ou de contedo variado (ex: art.122, CP e Lei 6368/76, art.12) e cumulativos (art.244, CP) Ateno ao princpio da alternatividade! O agente responder por um s crime, desde que no mesmo contexto. Se forem contextos diversos, pode haver concurso de crimes. 2) Abertos e fechados : ex: art.121, 155, CP O tipo aberto por excelncia o culposo (exceo: art.180, par. 1, CP- culposo e fechado). Outro ex. o crime omissivo imprprio. 3) Tipos penais normais e anormais (est superada h muitos anos, mas o Araripe ainda cita) Normais so os que tm elementos objetivos e os anormais tm elementos subjetivos normativos. Isso est superado porque hj o elemento subjetivo dolo sempre faz parte do tipo. 4) Crimes comuns e prprios O Araripe chama o crime comum de imprprio! Crime prprio O tipo exige especial condio do agente Crime de mo prpria O tipo s pode ser praticado pelo agente, ele prprio. Ou seja, no admite co-autoria, nem autoria mediata. Ex: falso testemunho. (Isso satisfatrio para a prova do Araripe) Ateno: O STJ j se pronunciou vrias vezes no sentido da admissibilidade de participao nos crimes de falso testemunho. Ateno: Falso testemunho crime de mo prpria. O STF j se manifestou acerca da possibilidade de participao ( ex: advogados). O examinador entende impossvel o concurso de agentes. (pg.89 do livro) S admite nos crimes prprios, nunca nos de mo prpria. OBS: pessoa jurdica como sujeito de crime assunto ultrapassado. O Araripe sempre foi a favor da responsabilidade penal da p.j. Nos crimes praticados por p.j. os elementos que integram a conduta (conscincia e vontade) devem ser considerados coletivos.

- Elementos descritivos modais: Referem-se a meios e modos da prtica do delito. A prof. s aceita o homicdio por meio de veneno (no fica clara esta concluso no livro pg.93). a) Dolo: Elemento subjetivo imprescindvel. No h tipo subjetivo sem dolo. O tipo objetivo tem sujeito ativo, sujeito passivo, objeto material. Dolo = conscincia e vontade s vezes, no basta o dolo, exige-se elementos subjetivos distintos do dolo. Ex: a fim de, com o intuito de. Estes delitos se subdividem em: - delitos de inteno : o que o agente quer no sai do ncleo do tipo Podem ser: 1) delitos de resultado cortado o resultado no depende da conduta do agente Ex: art.131, art.159 2) delitos mutilados de dois atos : ex: art.288 ( a quadrilha passo prvio para a prtica de outros crimes); crime de moeda falsa, falsificao de documentos. OBS: Apesar de no servir p/ nada, tem que saber isso de cor, pois o Bittencourt ressuscitou isso e o Araripe cita. - delitos de tendncia: ex: crimes sexuais, crimes habituais. - Espcies de dolo: dolo direito e dolo eventual Para a Prof. o dolo alternativo (ex: atira querendo matar ou ferir.) dolo direto. Mas no assim que o Araripe divide: 1) Direto ou determinado 2) Indireto ou indeterminado a) alternativo b) eventual Dolo geral - ex: o agente atira na vtima e supondo-a morta, a atira da ponte, e descobrese que ela morreu pela pancada na cabea. erro sucessivo, aberratio causae, responde por homicdio doloso, essa a posio mais correta. a posio do Araripe. OBS: Araripe entende que a diferena entre dolo de dano e dolo de perigo indiferente. b) Culpa: No se faz mais a diferena entre negligncia e imprudncia no sentido positivo ou omissivo. Mas o Araripe ainda distingue, a imprudncia positiva e a negligncia negativa. A impercia consiste na inaptido para determinado trabalho, na inexperincia. Araripe cita tambm o pcp da confiana, que pura imputao objetiva. O pcp da confiana nasceu para resolver delitos de trnsito vale tb para atividades compartilhadas (ex: cirurgia feita por equipe mdica). Quando cede este pcp? Diante de

qq tipo de deficincia, ou de qq indcio que induza presuno de que no se deve confiar no companheiro de atividade. OBS: Araripe diz que imprescindvel o resultado para o crime culposo. Ele chama ateno para uma srie de crimes culposos sem resultado no CDC, por isso ele diz que essa afirmativa no absoluta. (art.63,parg.2 e 66, par.2, CDC) - Concorrncia de culpas: Coliso de veculos A e B, ambos agindo com culpa, A responde pelas leses de B, e B responde pelas leses de A. - Compensao de culpas- O examinador quer que seja dito que no existe compensao de culpas no Direito Penal, admite-se apenas a excluso da culpa exclusiva da vtima. - Crimes qualificados pelo resultado: a) Dupla tipicidade dolosa- ex: art.129, par. 1 e 2 na maioria (exceto aborto e perigo de vida) b) Preterdolosos ex: Leso corporal seguida de morte (dolo no antecedente e culpa no conseqente) c) Dupla tipicidade culposa Ex: crimes de perigo comum, art.250 (incndio culposo seguido de morte culposa) Tipicidade conglobante: - Tipicidade formal (conduta concreta / conduta abstrata) - Tipicidade material ( estrito cumprimento de dever legal; insignificncia da leso) H quem confunda tipicidade conglobante com a teoria dos elementos negativos do tipo, mas diferente, pois na ltima, todas as excludentes ficam coladas no tipo. J na tipicidade conglobante, s o estrito cumprimento do dever legal. Isto pq no estrito cumprimento de dever legal, no se trata de permissivo, a lei impe a conduta. No possvel que uma conduta seja ao mesmo tempo proibida e imposta. Ex: OJA, a sua conduta atpica qto a tipicidade material. OBS: O Araripe no aceita a tipicidade conglobante, por ser o estrito cumprimento de dever legal conduta tpica, com excludente de ilicitude. Pensamentos de Araripe: 1) No aceita a teoria da tipicidade conglobante de Zaffaroni 2) No aceita porque o Estrito cumprimento de dever legal tratado pela lei como excludente de antijuridicidade. 3) Considera desnecessria a definio legal do estrito cumprimento de dever legal 4) Entende que no caso de conduta tpica praticada em estrito cumprimento de dever legal, s se instaura inqurito diante de indcios de excesso. 5) A conduta ser presumivelmente lcita, a menos que existam indcios em contrrio.

Rio, 01/08/06

aula 03

- Excludentes de ilicitude art.23, CP- Normas permissivas. O Estado s obriga em um caso, o estrito cumprimento de dever legal. Ex: homem preso em flagrante aps ter matado o prprio filho para defender a sua esposa, o filho estava agredindo a mesma. O q fazer? Ex 2: violncia desportiva Como o Araripe no aceita que estas excludentes tenham a ver com o tipo, i.e., a conduta tpica, mas no ilcita, como ele vai fazer? Ser instaurado IP? Haver denncia do MP? Ele diz que no, s instaura o IP se houver indcio de ilegalidade (o que no explica muito bem o problema que na conduta tpica h indcio de ilicitude). Diante das excludentes, inverte-se o nus da prova. O MP prova que A matou, e A prova que agiu sob uma excludente. Para o Araripe, o estrito cumprimento do dever legal, s diante de indcios de prtica ilegal ou abusiva, se deve instaurar IP. Na dogmtica brasileira, tipo penal constitui indcio de ilicitude. Das 4 excludentes de ilicitude, a lei descreve to somente o estado de necessidade e a legtima defesa. Para o Araripe, no h necessidade da descrio legal das duas outras descriminantes. Em relao, especificamente ao estrito cumprimento do dever legal, o examinador entende que s deve ser instaurado IP caso haja, por ex., excesso nos castigos paternos, culpa na conduta do mdico ou excesso na prtica desportiva. Em resumo, a conduta ser presumivelmente lcita a menos que existam indcios em contrrio. Em relao legtima defesa e ao estado de necessidade, no existe tal juzo prvio. ( A prof. critica, pois ou voc acha que tipicidade indcio de ilicitude, ou a tipicidade indcio ou ilicitude, mas o estrito cumprimento dever legal afasta a tipicidade material. Essa posio dele isolada, no d para sustentar isso de que o estrito cumprimento de dever legal s enseja IP se houver abuso. Sobre o exerccio regular de direito ele no fala). Sobre o princpio da insignificncia ou bagatela, o Araripe, seguindo posio tradicional das bancas do MP, no aceita tal pcp. Ele cita a existncia dos JECRIM, inclusive. Ele cita o Polastri e a Flvia Ferrer. Ele diz que impossvel afastar leses insignificantes e leses de pequena monta. H deciso do STF em RHC (n9100), rel. Min. Celso Mello reconhece taxativamente este pcp, afastando a tipicidade material e com isso a tipicidade do delito. Estado de Necessidade (E.N) H duas teorias: unitria e diferenciadora. Para a unitria, todo o EM exclui a ilicitude. Para a diferenciadora, h tb aquele que exclui a culpabilidade. No CP, adota-se a teoria unitria. Mas no Brasil, a diferenciadora foi adotada pelo CPM. A diferena entre elas o balano de bens. Para a teoria unitria, ns podemos, para salvar bem prprio ou alheio, sacrificar bem de igual ou de menor valor, ie, vida x vida,

patrimnio x vida. J para a teoria diferenciadora, s exclui a ilicitude qdo se sacrificar bem de menor valor. Qdo os bens forem de igual valor, pode haver excluso da culpabilidade. No nosso CP, se houver sacrifcio de bem jurdico de maior valor para salvar bem de menor valor, o que ocorre? Haver minorante, causa de diminuio de pena, ou seja, haver condenao (art.24, par.2, CP). Para alguns doutrinadores, isso seria causa supra legal de excluso da culpabilidade (EN exculpante). O Araripe no aceita. Resumo: 1) O CP adotou a teoria unitria do EN 2) Todo EN exclui a ilicitude 3) Isto ocorre qdo o bem jurdico tutelado sacrificado for de igual ou menor valor do que o bem a ser salvo. 4) Inexiste EN exculpante no sistema do CP 5) No caso de sacrifcio de bem de maior valor, incidir uma minorante (art.24, par.2) 6) Importante frisar que o Araripe no aceita as causas supra legais de excluso de culpabilidade. Exerccio Regular de Direito (E.R.D): Ele no fala muito sobre isso, comenta junto com o estrito cumprimento de dever legal, dizendo que s h IP se verificado abuso ou ilegalidade. Ele d exs. Violncia desportiva, castigo paterno, tatuagem, todos so exs de exerccio regular do direito. Inclusive cirurgias de mudana de sexo e esterilizao, colocao de piercing so condutas adequadas ao direito. - Princpio da Adequao social - H quem diga que as condutas socialmente adequadas so atpicas. Ex: adultrio, rapto consensual, mesmo antes da revogao, no havia mais condenao por isso. Para Araripe, o pcp da adequao social formulado por Wessel, no sentido de que as condutas socialmente adequadas no podem ser proibidas pelo direito, inaplicvel. Em outras palavras, no aceita que a adequao social afaste a tipicidade da conduta. O pcp serve to somente para orientar o legislador. Trata-se, pois, de pcp de hermenutica. Eqto o dispositivo estiver lei ainda que esteja em desuso, deve ser aplicado. Os processos de descriminalizao operam-se por via legislativa. (a doutrina majoritria no mundo nesse sentido). - Princpio da insignificncia O examinador no aceita que opera a atipicidade com base em Jacobs, para o qual com a adoo do pcp, ocorreria afrouxamento do controle social e estmulo desordem. Outra razo apontada por Araripe a dificuldade de distinguir as leses insignificantes e as de pequena monta. Por outro lado, cita a posio de Polastri acerca das leis Jecrims. ATENO: Pcp da bagatela imprprio- Araripe critica com veemncia esta expresso utilizada pelo Luiz Flvio Gomes. Trata-se de utilizar como fundamento de absolvio, a ausncia da necessidade/ razoabilidade/ proporcionalidade para condenar. Para Roxin,

a culpabilidade no s a reprovabilidade, mas tb a necessidade da pena. Se esta no existe, cai a culpabilidade. Luiz Flvio Gomes traz isso para c. ATENO: Para o Araripe, o pcp da insignificncia no tem o mnimo respaldo legal. Por outro lado, s possvel aceitar a tipicidade conglobante apoiando-se a insignificncia e a adequao social. - Tentativa : No CP: Critrio formal Incio da execuo do tipo. Pode haver ingresso de pessoas antes do incio, por obvio, mas s ser punida a tentativa se houver ao menos incio da execuo. Modalidades: a) Tentativa perfeita, acabada, crime falho o agente percorre todo o iter criminis. b) Tentativa imperfeita o agente pra no meio do iter, por motivos alheios sua vontade. Rogrio Greco fala da tentativa incruenta, que tentativa branca, aquela que nada produz em relao vtima. Em contrapartida, fala na tentativa cruenta. Tentativa desistida: desistncia voluntria e arrependimento eficaz. Problema: Maria tem um beb de 2 meses, Nina, e decide mata-la, e escolhe para este fim deixar de amamenta-la. Teria que mamar s 17h, Maria se manda e s 19 h a vizinha escuta os gritos do beb, chama os bombeiros que a salvam. Maria responde? Sim, homicdio por omisso tentado.se s 18:30 Maria se arrepende, volta e d leite Nina. A teremos a tentativa desistida. Ela responde pelos atos j praticados, no caso, o abandono de incapaz. Arts.286 e 288 contm atos preparatrios que so tidos pelo legislador como crimes autnomos. So atos preparatrios erigidos categoria de crime consumado. Art.14, par. nico, CP c/c art.352, CP crime de atentado. Vide Lei 7170/73, art.9 e Lei 4898/65. Esses delitos no admitem tentativa. - crimes que no admitem tentativa: Atentado, mera conduta, culposos, preterdolosos, omissivos prprios e unissubsistentes (habituais a doutrina achava que no admitiam tentativa, mas Zaffaroni trouxe uma nova idia sobre isso- a boa para o MP!!!!!!!!!!!!) OBS: Araripe no admite a tentativa nos crimes punidos a ttulo de dolo eventual. - Natureza jurdica da desistncia voluntria e arrependimento eficaz Causa de excluso da adequao tpica. Araripe discorda da expresso ponte de ouro para escapar tentativa, pq no h tentativa. - Arrependimento posterior- Natureza jurdica- minorante ou causa de diminuio de pena.

C.arrep.especficos: art.168-A, par. 2 e 3; art.312, par. 3; art.337-A, par.1 e 2 ( mas a professora critica a incluso deste par.2, seria perdo judicial). E mais: Lei 9249/95, art.34; Lei9807/99; Sm. 554, STF OBS: No confundir arrependimento posterior com delao premiada. Ver os seguintes dispositivos. L.8072/90, art.7, L.9034/95, art.6; L.10409/02, art.32, par.2 e 3. - Flagrante preparado e esperado: Art.17, CP crime impossvel No se pune a tentativa qdo for impossvel consumar o crime. A ineficcia absoluta do meio e a impropriedade absoluta do objeto, no crime impossvel, deve ser avaliada ex post, uma vez que possvel matar pessoa cardaca utilizando arma de brinquedo. Smula 145, STF Flagrante preparado, tb chamado de provocado. Modalidade de crime impossvel. ATENO: Supermercados com cmeras e carros com dispositivos anti-furto. Vai ser condenado pela tentativa, pela jurisprudncia. Ento, cuidado pq a teoria aqui bem diferente da prtica. Flagrante preparado diferente de flagrante esperado: No flagrante esperado, no h interveno policial. O conhecimento acerca dos fatos deriva das investigaes. O flagrante preparado, o ex. de plantar maconha no carro para pedir propina, constitui abuso de autoridade para o Araripe. O delito putativo, por sua vez deriva de erro do agente. Dizem que h por erro de proibio (ex: incesto) e por erro de tipo (aborto de mulher no grvida, falta elementar do tipo). Qual a diferena entre EN agressivo e EN defensivo? O defensivo recai sobre o bem jurdico do autor da agresso. Alis, do perigo. O agressivo recai sobre algum alheio ao perigo. Rio, 31/08/06 - Crime de falso testemunho (art.342, CP) No permite a co-autoria, contudo, admite-se participao moral por instigao. A advogada das testemunhas B e C, instiga o falso testemunho (art.342, CP), dizendo que no vai cobrar honorrios, ela responde pelo art.343, CP. uma exceo teoria monista do art.29, CP. As testemunhas B e C por sua vez respondero pelo crime do art.342, par.1, CP, pois h o suborno na promessa da advogada de no cobrar honorrios na ao em que so rus. Mentir sobre a qualificao no constitui falso testemunho. Este deve ser sobre fato relevante. a contraveno do art.68, par.nico, LCP.

Testemunha que seja informante tb pratica falso testemunho, especialmente para a banca do MP, doutrina majoritria. A professora no concorda. Se A instiga B e C a praticarem falso testemunho, A ser partcipe. Se B retrata-se antes da sentena, esta se comunica a A e a C ? A professora acha que no. Mas existem 2 correntes. - Natureza Jurdica de alguns institutos importantes: a) Art.128, CP Causa de excluso da ilicitude ( no se pune o crime, o aborto) b) Art.142, CP excluso da pena, excluso da tipicidade, excluso da antijuridicidade. A melhor a excluso da tipicidade. c) Art.143, CP excluso da culpabilidade, por uma interpretao extensiva, sistemtica. d) Art.146, par.3 - excluso da tipicidade e) Art.150, par.3 - excluso da antijuridicidade f) Art.156, par.2 - excluso da antijuridicidade g) Art.181 escusas absolutrias ( uma minoria diz que causa pessoal de excluso da pena) h) Art.342, par.2 - retratao antes da sentena, a natureza jurdica de causa de extino da punibilidade. Se transmite ou no? 2 correntes: 1) Luiz R. Prado entende que no se transmite, usa o art 30 , entende que circunstancia de carter pessoal que no se comunica. a melhor corrente (acompanhado de mais 3 doutrinadores) 2) Outros quatro doutrinadores entendem pela transmissibilidade. i) Art. 348, par.2 - escusa absolutria. - Erro: Tipicidade Dolo (natural) - conscincia - vontade Erro de tipo: a) invencvel exclui a tipicidade c) vencvel permite punio por culpa Ateno : erro culposo diferente de crime culposo No erro voc quer o resultado, mas responde por crime culposo, por ter incidido em erro. (art.20, par.1, CP). J no crime culposo vc no que o resultado. Teoria complexa da culpabilidade o dolo mora no tipo e na culpabilidade. Esta, alm dos seus elementos, vai ter dolo e culpa tb. Esta teoria o que resolve o art.20, par.1, CP. Nesta teoria complexa, nascida da teoria social da ao, o dolo ocupa dupla posio na teoria do crime. No tipo e na culpabilidade. O dolo que integra o tipo penal composto de conscincia e vontade de praticar a conduta descrita na lei, sendo indcio do dolo que Antijuridicidade Culpabilidade potencial conscincia da ilicitude

se localiza na categoria da culpabilidade. Este ltimo dolo constitui a afronta do autor ao ordenamento jurdico. Em conseqncia, pode se vislumbrar uma conduta dolosa sendo culposa a culpabilidade. Em nosso ordenamento, a teoria complexa influi na construo do art.20, par.1, CP, que abriga o chamado erro de tipo permissivo, onde o agente praticou a conduta com dolo, podendo ser punido com as sanes do crime culposo. o que a antiga doutrina chamava de culpa imprpria. Teoria dos elementos negativos do tipo Descriminantes putativas erro que incide sobre descriminante para a teoria extremada da culpabilidade, todo erro sobre descriminante erro de tipo. Seria a mais certa, mais adequada, mas o CP trouxe o art.20, par.1, CP. Adotando esta teoria, forma-se o tipo total de injusto. O tipo congregado ilicitude, sua ratio essendi. O tipo matar algum, exceto... a menos que... O tipo tem dentro dele o tipo proibitivo e o tipo permissivo. Para a nossa teoria limitada (vide exposio de motivos do CP), se o erro incide sobre situao ftica nas descriminantes, o erro de tipo. Se incidir sobre limites e previso, ser erro sobre a ilicitude. Ao constituir o ar.20, par.1, CP, diz a exposio de motivos ter o CP adotado a teoria limitada da culpabilidade, que bifurca o erro que incide sobre as descriminantes reais. Assim, se o erro se localiza sobre a situao ftica, o erro de tipo. Se incidir sobre os limites ou previso legal, o erro sobre a ilicitude. Se for invencvel o 1, excluiria a tipicidade, mas o art.20, par.1 fala em iseno de pena, excluso de culpabilidade. ATENO: O legislador ao construir o erro de tipo permissivo, mesclou o erro de tipo com o erro sobre a ilicitude em relao aos seus efeitos. Neste sentido, se o erro de tipo permissivo for invencvel, afasta-se a culpabilidade (efeito do erro sobre a ilicitude). Caso seja o erro vencvel, permite-se a punio por culpa, conseqncia do erro de tipo. Criou assim, uma terceira modalidade de erro, misto ou erro de tipo e sobre a ilicitude, o chamado erro sui generis. Art.20, caput erro de tipo Art.20, par. 1 - erro de tipo permissivo Art.21 erro sobre a ilicitude - Erro de proibio direto - incide sobre a existncia de norma - Erro de proibio indireto erro de permisso ( incide sobre os limites e previso legal da descriminantes) - Erro de mandamento incide sobre os tipos omissivos OBS: O que costuma cair a diferena entre o erro de tipo permissivo ( erro sobre as descriminantes putativas) e o erro de permisso ( de proibio indireto). ????????? Art.20, par.3 - erro do bom atirador, atinge exatamente o alvo que queria, mas achava ser outra pessoa. Erro sobre a pessoa. Art.73- aberratio ictus Caiu em MG : A queria matar seu marido B, envenenou a marmita dele e encarregou seus filhos C e D de levarem at o Pai, este deixou para os filhos e no comeu, estes comeram e morreram.

1 resultado nico art,20, par.3, CP 2 atinge a pessoa visada e o terceiro art.70, CP 1) A quer matar B, mata C = homicdio doloso pena de 6 anos 2) A quer matar B, mata B e fere C = pena do crime mais grave 6anos + frao do concurso formal. 3) A quer matar B , fere B e mata C = homicdio culposo + tentativa de homicdio. Comentando o art.73, CP, que Araripe chama de erro do mau atirador, demonstra que o dispositivo no deve ser interpretado em sua literalidade. Assim, para o erro de execuo com resultado duplo, o examinador entende que tambm deve ser utilizada a regra do art.20, par.3. Ex 1 A quer matar B, matando C art.121 c/c 20, par.3, CP 6 anos Ex 2 A quer matar B, mata B e fere C art.121 e 129, par.6, CP 6 anos e 2 meses Ex 3- A quer matar B, fere B e mata C - 121, c/c 14, II e 121, par.3, CP Voltando questo de MG, pela literalidade do art.73, no se resolve, no h previso. Ento, a prof. entende que seriam dois homicdios culposos em concurso formal, e concederia perdo judicial, isso se fosse defensora dela, pela literalidade do art.73. Para o MP, vamos dizer que pela morte de 1 dos filhos, se desloca para a pessoa do marido, seria homicdio qualificado, mais a frao do concurso formal, pela morte do outro. O mesmo vale para o ex. do preso que envenena a sopa do diretor do presdio e mata dois detentos. - Pcp da adequao social Se a sociedade onde o cidado est inserido aceita a conduta, o judicirio no deve punir. Ex: jogo do bicho. Welzel diz que norma de interpretao. O Araripe diz que se voc usar isso para excluir tipicidade est fazendo descriminalizao judiciria. Este pcp deve ser usado pelo legislador, pcp de hermenutica. - Pcp da insignificncia O Araripe aceita, mas com reservas. Ele diz (equivocadamente) que a tendncia dos tribunais no aceitar. Ele cita apenas o caso de pequeno valor da coisa furtada como aceito pelo Tribunal Ele leva em considerao a condio econmica e social da vtima. Para Zaffaroni, esse pcp acarreta a excluso da tipicidade pois adota a tipicidade conglobante. Araripe diz que a dificuldade mensurar o que insignificante e o que leso de pequena monta. A contradio do Araripe dizer que no precisa instaurar IP no caso do pcp da insignificncia ser constatado, apesar de achar que no exclui a tipicidade. O STF j adotou a insignificncia da leso como excludente da tipicidade material e portanto gerando atipicidade Ateno redobrada em caso de trfico de drogas, crimes contra a Adm. pblica, crimes contra o meio ambiente, enfim, com os chamados crimes vagos, cujo sujeito passivo a coletividade, pois a tendncia do Araripe no aceitar a insignificncia nestes casos.

- Normas Penais em Branco: (NPB) Lei 8137/90, art.6, I Lei 6368/76 Caindo da tabela do Ministrio da Sade uma das substncias ou da tabela de preos, o que acontece? caso de abolitio criminis? Depende, varia com o complemento da NPB. No caso da tabela de preos, ela excepcional, assim, operar ultra atividade, vigora mesmo aps a vigncia da tabela. J a listagem do Ministrio da Sade, ocorrer sem abolitio criminis. Qto s NPB, imprescindvel conhecer a natureza de seu complemento. Se este for de natureza excepcional (ex:art.6, Lei 8137/90), afastada a norma complementar, no ocorrer a abolitio criminis. Utiliza-se em tal sentido o art.3, CP. Em sentido contrrio, se o complemento no for de natureza excepcional ou temporria (ex: lista de substncias entorpecentes, a sada de uma delas da listagem operar abolitio criminis). Legtima Defesa do Garantidor: A Professora diz que s o Araripe fala disso e esquisitssimo. Ele d ex. do bombeiro salva-vidas, e tem uma pessoa se afogando e ele no quer salvar. Um banhista o ameaa para que este bombeiro salve a pessoa. A professora critica, pois no h nada de omisso nisso. Ele tb admite a legtima defesa na omisso prpria. Ex: cidado atropelado, pedestre obriga o motorista a colocar o acidentado no carro para socorr-lo, ameaa ao motorista que no garantidor. - Pessoa jurdica como sujeito ativo de crime: Re 473045, MP de SC contra acrdo do TJ. Rejeio de denncia contra pessoa jurdica. O parecer do PGR no sentido pr personalidade ativa da pj no crime. Aguardar deciso do STF sobre isso. Cuidado tambm com imputao objetiva, pois apesar de o Araripe ser contrrio, discorre sobre a mesma. - Teoria da imputao objetiva: Roxin (funcionalista moderado) e Jakobs (funcionalista radical). Esta teoria tem vrias vertentes. Ela se baseia na teoria do risco de Roxin e funciona como limitadora da causalidade, impede o regresso ad infinitum. Teoria do risco- Roxin prospera nos crimes de resultado, especialmente os culposos. O agente pode dar causa fsica ao resultado e este no ser imputado ao mesmo. Araripe d os exs. do incndio e a criana. O resultado s pode ser imputado se a conduta criar ou aumentar o risco. Outro ex. o da pedrada na rua e os amigos conversando, A empurra B e o lesiona, mas o risco menor do que faria a pedra.

Conduta: descuidada / perigosa Resultado Nexo causal Previsibilidade Evitabilidade concretizao do risco no resultado (j entrou em deciso no TJ/RJ. No MP, nem pensar, Araripe diz que no h compensao de culpas). Araripe diz no livro, que no Brasil se aceita amplamente o conceito restritivo de autor, mas a Sheila diz que com certeza no assim. A maioria absoluta da doutrina contempornea defende que autor aquele que domina o fato delituoso, e no quem pratica a conduta descrita no ncleo do tipo. H 3 teorias: A) extensiva B) restritiva C) domnio do fato A teoria restritiva defendida por Mirabete e Capez. Ele diz que majoritria, mas critica, pois no resolve o problema do mandante nem do cabea. Ele se posiciona pela teoria do domnio do fato. Pela teoria do domnio do fato, autor o direto, o mediato e o autor que domina o fato delituoso. (coao irresistvel, obedincia hierrquica, erro determinado por terceiro, objeto impunvel). Considera-se autor que domina funcionalmente o fato delituoso aquele cuja conduta, excluda mentalmente, conduziria ao fracasso do crime, com probabilidade prxima certeza. Ex. A paga B para matar sua esposa. Sem A, B no riria matar a mulher de A, provavelmente. Quem no estiver dentro destes autores, ser partcipe. Modalidades de participao: moral e material. A 2, entra com instrumentos, a 1 normalmente por instigao. Participao colaborao dolosa em delito alheio, e sempre acessria. A material tambm chamada de cumplicidade. Art.29, par.1, CP participao de menor importncia, impe minorante. Esta participao s a material, cumplicidade. Modalidades de concorrncia: a) autores b) partcipes: Maior importncia; menor importncia (art.29, par.1, CP) Na prtica dificlimo distinguir autoria e participao de menor importncia. Roxin diz isso. Dificuldades extremas ter o operador do direito qto incidncia da minorante do art.29, par.1, CP. A anlise feita caso a caso. Para Claus Roxin, impossvel distinguir perfeitamente a autoria e a participao de menor importncia. Em conseqncia, a incidncia da minorante ( menor importncia) deve ser feita com rigor.

Art.29, par.2 - desvio subjetivo entre concorrentes - Mas cuidado! A tendncia qto aos crimes de mo armada, ocorrido o resultado morte, respondem por ela todos os concorrentes, pois h previsibilidade, diferente do crime sexual, que diz o art.29, par.2, CP . Excees: delitos de tendncia, utilizao de arma desconhecida dos demais concorrentes, utilizao de arma improvisada, evento morte inteiramente desconectado do delito que estava sendo praticado pelos concorrentes. - Concorrncia sucessiva: Vamos antes definir o que co-autoria, ocorre qdo h no domnio comum do fato criminoso, dois ou mais. Na concorrncia sucessiva pode haver autoria ou participao. A co-autoria sucessiva pode acontecer nos delitos de durao. So de 3 ordens: permanentes, continuados e habituais. Enquanto no findar a consumao, enquanto tiver em fase de habitualidade. Ex: extorso mediante seqestro, a vtima est em cativeiro, h impasse na negociao do resgate, contrata-se uma pessoa que negocia o resgate. Depois disso, o cativeiro estourado. Aqui, a consumao se prolongou no tempo. Haver co-autoria qto ao negociador contratado. possvel a concorrncia sucessiva nas modalidades autoria e participao nos chamados crimes de durao. Diz se que h concorrncia sucessiva qdo o ingresso na empreitada criminosa ocorre aps o incio da execuo. Importa ressaltar que possvel inclusive que o ingresso se d ps consumao do crime, o que acontece nos crimes permanentes. (esta se prolonga no tempo) ex: extorso mediante seqestro. No ex. dado antes, o negociador contratado fica sabendo que a vtima j est morta. Qdo termina a consumao neste crime? Qdo cessa a permanncia? Qdo o bandido coloca a vtima em liberdade ou com sua morte. Se ele ingressou aps a morte, ele ingressou aps a consumao e depois da cessao da permanncia, vai responder por extorso. OBS: Omisso concurso nos crimes omissivos e nos crimes culposos no aplica a teoria do domnio final nesses crimes, que so de violao do dever de agir. - Concurso nos crimes omissivos para a maioria da doutrina: Autor na omisso prpria qq pessoa Autor na omisso imprpria s o garante Participao na omisso prpria ou imprpria material, no! Moral, sim, por instigao ou por dissuaso. A doutrina s no pacfica qto co-autoria. 1) majoritria- Diz que no cabe co-autoria, cada um pratica seu prprio crime omissivo. Exceo: conduta devida s pode ser praticada pelas pessoas em conjunto. Ex: grevistas combinam de no acionar mquina, co-autoria.

- nos crimes culposos, o concurso ser da seguinte forma: Autoria qualquer pessoa Co-autoria- Na verdade no seria cabvel, pois cada um viola seu dever, mas h exemplos na doutrina entendendo que isso possvel. Ex. da trave de madeira que cai da mo dos 2 operrios. Participao nos crimes culposos? Como concorrer culposamente no crime de outrem? A maioria no aceita. Participao colaborao dolosa. O Rogrio Greco, contudo, d ex. de participao em crime culposo ( o ex. do taxista instigado pelo passageiro). Para Araripe, tambm possvel a participao no crime culposo, bastando para que isto ocorra que o partcipe induza o autor. Qto a participao nos crimes omissivos, posio do Araripe: 1) Na omisso imprpria- Pode. ex. policial que no impede o furto 2) No sendo garantidor, o omitente poder ter praticado crime autnomo ou sua omisso ser mera conivncia. Para o examinador, assim pensa a doutrina. Policial que fica inerte vendo a conduta criminosa de outrem? O garantidor responde como se praticado na forma comissiva, conforme art.13, par.2, CP. Se o cidado v a conduta criminosa e fica inerte, conivncia. Para Araripe, pode ocorrer participao por omisso em crime alheio, desde que o omitente tenha o dolo de facilitar a conduta do autor. ( Cuidado! No falar isso em outro prova que no seja do Araripe, pois tais condutas so atpicas) Ex. 1. jardineiro v ladro entrar na casa e nada faz, partcipe do furto Ex.2. Enfermeiro que se omite diante do matador de seu doente. Ex: Me comunica ao amigo que pretende matar o prprio filho por inanio, pedindolhe que financie sua fuga. Para Araripe, se o amigo concordar, ser partcipe do homicdio (a professora diz que este o pior ex. de todos os tempos). Na verdade, nessa conduta do amigo voc deve primeiro passar pela concorrncia. Se concorreu, ver se co-autor ou partcipe. Se no, parte para a receptao, e esta deve ter intuito de lucro. Se no tiver, o terceiro degrau o favorecimento, que no h intuito de lucro. Sheila diz que no participao, apesar do que diz o Araripe no seu livro. - Erro: Tpicos especficos do livro do Araripe: J falamos em aulas anteriores que a teoria limitada e a teoria extremada s tem 1 diferena entre elas, que no tratamento das descriminantes. Para a teoria extremada, todo erro que incide sobre discriminante erro sobre ilicitude, enquanto na teoria limitada (adotada por ns), bifurca-se o erro. Se ele incide sobre pressupostos fticos, de tipo. Se incide sobre limites ou previso, o erro sobre a ilicitude. Araripe cria algo interessante, mas confuso: erro sobre as excludentes de culpabilidade. Discriminantes putativas nascem do erro sobre as excludentes de antijuridicidade, art.20, par.1 e 21, CP. Araripe trata tb do erro sobre excludente de culpabilidade.

Apesar de ter adotado a teoria limitada, o legislador acabou criando no art.20, par.1, CP um erro sui generis. O Araripe criou ento os erros sobre excludente de culpabilidade . Ex. a pessoa supes estar em obedincia hierrquica mas no est. Erro sobre excludentes de culpabilidade: (Araripe) -inimputabilidade - inexigibilidade de conduta diversa Sobre a potencial conscincia da ilicitude, j falamos. Ex.: A pensa que menor e comete crime. Como existir isso na prtica??? Mas o ex. do examinador. Na verdade, isso no existe, erro tem que ter contedo psicolgico, e a inimputabilidade tem contedo biolgico. imputvel, maior e acabou. Qto inexigibilidade de conduta diversa, temos a coao irresistvel e a obedincia hierrquica. Ex. Sujeito pensa estar sob coao irresistvel. Como pode isso na prtica??? Na obedincia hierrquica, possvel vislumbrar a ocorrncia disso. Deixando claro que o assunto no foi abordado pela lei, nem pela doutrina, o examinador cita o doutrinador alemo criando as chamadas obedincia hierrquica putativa e coao irresistvel putativa, afirmando que no caso ocorre erro de proibio. Depois ele cita o estado de necessidade exculpante que no acolhido pelo CP. As teorias sobre o EN so a unitria e a diferenciadora. O CP adotou a teoria unitria (todo EN exclui a ilicitude, permitindo o sacrifcio de bem jurdico de igual ou menor valor). O CPM adotou a teoria diferenciadora, aceita o sacrifcio de bem de maior valor em prol do de menor valor. Se isso ocorrer fora do COM, no CP ( ex. matar para salvar patrimnio) vide art.24, par.2, CP, haver causa de diminuio de pena, ou seja, a conduta ser ilcita. Pode ser ainda, que o Juiz ao analisar a conduta entenda haver inexigibilidade de conduta diversa. Ex. Pai, para no atropelar o filho, sobe com o carro na calada e mata seis pessoas (1 vida x 6 vidas), no possvel no excluir nesse caso. A conduta ilcita, mas inexigvel conduta diversa. 1) Inexiste EN exculpante, na medida em que o CP adotou a teoria unitria para a qual s h EN excludente da ilicitude. 2) Ocorrendo sacrifcio de bem jurdico de maior valor, incidir uma minorante, conforme o art.24, par.2, CP. 3) possvel, entretanto, que na anlise da culpabilidade, o Juiz entenda que era inexigvel em caso conduta diversa, do que resultar a absolvio com base na excluso da culpabilidade com fulcro na inexigibilidade de conduta diversa, do que resultar a absolvio com base na excluso da culpabilidade, com fulcro na inexigibilidade como causa supra legal. Tal hiptese, parte da doutrina, equivocadamente, vem chamando de EN exculpante, expresso trazida do Direito Alemo, que adota a teoria diferenciadora (como o COM brasileiro). 4) Para Araripe, se ocorrer o salvamento de bem jurdico de menor valor do que o bem sacrificado, este erro incidir sobre a situao ftica de uma causa de excluso de culpabilidade, constituindo erro de proibio.

Em sntese: Araripe vislumbra a possibilidade de erro sobre 3 causas de excluso da culpabilidade: obedincia hierrquica, coao irresistvel e EM exculpante, que tero o efeito do erro de proibio (inevitvel ou evitvel). Enquanto estes so relevantes, o erro sobre a inimputabilidade, por se tratar de critrio puramente biolgico, ser sempre irrelevante. - Erro sobre excesso das descriminantes reais: Elementos do tipo permissivo da legtima defesa: agresso injusta e atual ou iminente. Ateno: A legtima defesa admitida tb na defesa da honra, qualquer bem jurdico passvel de leso pode ser defendido. No campo da honra, muito difcil diferenciar a provocao da agresso. Necessidade de uso dos meios diferente de moderao no uso dos meios: Na primeira, a avaliao qualitativa, j na segunda a avaliao quantitativa e o excesso ocorre aqui! O excesso doloso s ocorre qdo o sujeito se aproveita da situao para pegar seu desafeto. Na hora da quesitao, depois que a defesa quesita tudo sobre LD, o MP ingressa com quesito do excesso e o Conselho de Sentena diz que sim, quesita se foi doloso, o CS diz que foi, acabou, condenado. O problema est no excesso culposo. Juarez C. fala sobre isso, diz que envolve erro sobre os limites, supe que pode prosseguir. Ocorre por erro de quem se defende, vem da que Araripe cria erro no excesso das discriminantes. Este ocorre qdo cessada a agresso, o agente supe que vai ser novamente agredido. erro sobre pressupostos fticos. Pode- se concluir que para ele, caso de erro sobre pressupostos fticos que vai para o art.20, par.1, CP. Erro sobre os limites , ie, ele pensa que pode se defender ilimitadamente, erro de proibio, art.21, CP. - Erro nascido de perturbao no nimo, por confuso, pnico ou medo : P/ Araripe, erro sobre pressupostos fticos. A doutrina vem chamando de LD intensiva. Tirando o Araripe, os outros chamam isso de causas supra legais de excluso da culpabilidade com base na inexigibilidade. - Erro sobre majorantes e minorantes: Ex. do Araripe: art.157, par.2, IV roubo de carro para outro Estado Se o cidado no souber que h ali divisa de Estado. OBS: Se essas majorantes ou minorantes tiverem carter eminentemente objetivo, no pode haver erro, ser irrelevante. Ex. minorante do relevante valor moral, se o cidado acha que est incidindo nisso, ele ganha a minorante, ainda que no esteja (ex. do Araripe) - Tipos congruentes e incongruentes: Tipo incongruente- para Araripe, so os que descrevem os crimes formais. Exs. arts 158, 159, CP. - Crimes de inteno(especial fim de agir) ou de tendncia (motivao):

O primeiro diz respeito finalidade, especial fim do agente, alm da conduta descrita no tipo. Nos crimes de inteno, h especial fim de agir, diferencia, por ex., dano de furto. J os crimes de tendncia dizem respeito motivao, de dentro para fora, o que impulsiona o agente. Sheila diz que isso uma bobagem. H uma subdiviso em: - crime de resultado cortado - crime mutilado de dois atos Art.159,CP No se esgota no dolo de seqestrar, tem o intuito de obter o valor do resgate. Este no depende do agente. Art.132, CP Molstia grave, a inteno de provocar o contgio, mas este ocorrer ou no independente da vontade do agente. Esses dois artigos so exs. de crime de resultado cortado. J o crime mutilado de dois atos, um passo prvio do outro. Ex. art.288, CP e os outros crimes. Ex.2: falso e uso Ex.3: petrechos e fabricao moeda falsa Nos crimes de tendncia, por sua vez, pensem na motivao. Trs espcies: - Crimes habituais (ex. exerccio ilegal da medicina), preciso motivao muito especfica, para se vestir de branco e se passar por mdico no hospital. - crimes sexuais nem todas as pessoas so capazes de cometer tais crimes, h uma motivao, uma tendncia muito especial. - crimes contra a honra- a prof.no sabe pq a doutrina coloca isso como crime de tendncia Ateno: Dolo de 2 grau dolo direto. Para Araripe, neste dolo direto de 2 grau o resultado no desejado pelo agente, sendo entretanto necessrio para atingir o resultado efetivamente querido. - Crimes de perigo: Art.130, CP e 250, CP crimes de perigo Perigo concreto diferente de perigo abstrato Houve um movimento no sentido de afastar o perigo abstrato, em razo do princpio da lesividade. O ordenamento, nas leis especiais, est repleto de tipos de perigo, por isso no foi frente. Ex. crime de perigo abstrato: art.306, CTB

Qdo o tipo se refere expressamente exposio a perigo, crime de perigo concreto, e no abstrato. Ex. art.311, 308 Se for perigo concreto, crime de resultado. Os crimes de resultado podem ser de dano ou de perigo. A consumao dos crimes de perigo concreto ocorre quando o bem corre efetivo perigo de dano. A consumao dos crimes de perigo abstrato ocorre com a prtica do ato simples. A consumao dos crimes de perigo concreto ocorre com a consumao do perigo, e no com a simples conduta. A lei do meio ambiente tm muitos exs. de crimes de perigo concreto. Vamos falar agora dos crimes de perigo comum, iniciando-se pelo art.130, CP. Antes, comentando prova da OAB: A se faz passar por amigo de funcionrio que possa livrar B de multa, solicita vantagem de B. Muita gente colocou estelionato, cabe tb a conduta no art.171, mas pela especialidade o art.332, CP. Art.332, CP- Trfico de influncia (chamado pela doutrina de venda de fumaa) Pcp. da especialidade. Art.130, CP inicia os crimes de perigo. Exemplo de crime de perigo concreto. Deve saber dolo eventual Pargrafo 1 - crime de perigo com dolo de dano. Resultado cortado a inteno dele de transmitir doena, mas esse resultado vai depender das condies da vtima. Art.131 exige especial fim de agir E onde fica a AIDS? A professora acha que cabe no art.130, mas a doutrina diz que est no art.131, CP. Art.132 Crime de perigo concreto. Ex. empreiteira que coloca funcionrio para trabalhar em obra sem dar equipamento de segurana. Passa a ser disparo de arma de fogo do Estatuto do desarmamento quando deixa de ser crime de perigo individual para ser crime de perigo comum. Porte e disparo art.132 ou Estatuto do desarmamento consuno S se deve pensar em consuno quando um dos crimes constituir meio imprescindvel para atingir-se o 2 delito. Portanto, no art.132, pode haver concurso entre o porte e o crime de perigo do art.132, CP. Pargrafo nico criado para transporte de pessoas reduzidas condio anloga a de escravo, bias-frias.

Art.133, CP- Omisso prpria que exige especial condio do agente, parece a figura do garantidor. Admite esta prtica na forma comissiva. Pargrafos 1 e 2 - crimes preterdolosos Pargrafo 3 - majorantes No posso colocar companheiro aqui, pois no se usa analogia in malam partem. Art.134, CP- Pai pode ser sujeito ativo deste delito? A doutrina antiga dizia que sim, no caso de adultrio. Art.135, CP Se ficar configurada a impossibilidade de agir, a conduta ser atpica. Ateno: No esquea das omisses do CTB. 1) Homicdio culposo ou leso culposa com majorante de omisso de socorro. 2) Omisso de socorro no trnsito (art.304, CTB) Este no tem culpa ou dolo qto ao acidente. OBS: O STF concluiu que a majorante ou o crime de omisso de socorro se configura mesmo que a vtima tenha morrido instantaneamente. Art.136, CP Expor a perigo no ncleo do tipo. No caso, ser a partir de : quer privando-a de alimentao (...) Lei 9455/97, art.1, II- Estabelecer as diferenas O que distingue a tortura dos maustratos ser o dolo. H casos em que ser mais difcil diferenciar. Art.250, CP crime de incndio- crimes vagos, a tendncia no se aceitar o pcp da insignificncia. Perigo concreto. Pargrafo 2 - crime culposo Pargrafo 2 c/c 258, 2 parte D + D admite tentativa D+C C+C Art.258- culpa nos delitos anteriores Incndio culposo + morte = homicdio culposo + majorante Incndio diferente dano Art.163, par. nico subsidiariedade expressa. A pena do incndio maior e absorver este dano. possvel que num homicdio que utilize fogo como meio para qualificar a morte, possa haver concurso entre crime de homicdio e incndio? Sim, para matar no precisa causar o incndio no local.

Pode tambm haver concurso entre art.171, I ( dano patrimonial para praticar estelionato) e 250, CP. Art.41, Lei 9605/98 diferente art.250, par.1, II, H (tem que ser perigo vida, integridade ou patrimnio). Crimes contra a sade pblica Art.269, CP- 2 mdicos e 1 efermeira, esta consegue convencer os mdicos a no praticarem a hansenase porque o paciente seu amigo. So crimes omissivos prprios. Os 2 mdicos respondem como autores deste crime, e a enfermeira responde como partcipe (participao moral na omisso prpria). Aqui, no h co-autoria entre os mdicos. Este delito se consuma no momento em que o regulamento determina que a comunicao deveria ser feita. Art.270- O legislador no estendeu os dispositivos da lei de crimes hediondos aqui. Art.273 , par. 1 - A e par. 1 - B vender produto cuja licena para venda est vencida se equipara a falsificar, o que um absurdo, j que existia licena prvia. Art.282 a 284 delitos habituais. No admite tentativa, pois pressupe a reiterao. Contudo, Zaffaroni discorda, diz que deve ser verificado o dolo de reiterar a conduta. Ex. A compra consultrio, contrata secretria, etc. Est claro que ele pretende a reiterar a conduta. Bom, para o MP, admite tentativa. Art.282, CP ainda que gratuito. a situao das parteiras? No, pois no precisa ser mdico para fazer parto natural. excedendo-lhe os limites Ex. mdicos que fazem cirurgia sem terem a especializao. Art.283 charlatanismo Art.284 curandeirismo No primeiro, o mdico pode ser sujeito ativo do crime. No segundo, so os bruxos, quem d passe, etc. Cuidado com os limites da liberdade de crena, no se trata de dar passes em sesso esprita, etc. necessrio que sua conduta represente perigo sade pblica. Se a pessoa morre em virtude de tais condutas? Se o perigo se transforma em dano, absorvido por este. Se ficar demonstrado o liame, responder pelo homicdio. Crimes contra a paz pblica: Art.286 e ss, CP Incitao- de crime qualquer delito? No, determinado, incitar a prtica de certo crime.

Lei.5250/67, art.19, art.3, Lei2889/56 princpio da especialidade Art.287 apologia de crime ou criminoso Planet Hemp e Luana Piovani entrariam em qual dos tipos? Na apologia, art.287, CP Art.288, CP distinguir quando h concurso entre quadrilha e outro crime ou quando a quadrilha for majorante. Temos tambm quadrilha quando h concurso entre quadrilha e outro crime ou quando a quadrilha for majorante. Temos tb quadrilha na Lei di genocdio e na lei dos crimes hediondos. 1 imputvel + 3 inimputveis configura quadrilha Lei 7960/89, art.1, III, e - Crimes contra a Administrao Pblica: Art.312 apropriao indbita do funcionrio pblico- 1 parte peculato apropriao, e a 2 parte peculato desvio. Pargrafo 1- peculato furto Pargrafo 2- peculato culposo Funcionrio deixa a porta aberta e mulher sbtrai lap top. Verificar o concito de funcionrio pblico para fim penal, vide art.327, par.1, CP. Se essa mulher era faxineira terceirizada, no se equipara a funcionrio pblico, faxina no atividade da Administrao. A prtica de crime de peculato culposo no exige que o crime ocorrido em conseqncia do descuido do funcionrio seja o de modalidade de peculato. Assim, do descuido pode nascer o crime de furto. Peculato estelionato art.313 Rio, 17/10/2006 Notcias do STF 15/10/2006 RHC 89624 Insignificncia em crime praticado no interior de quartel da foras armadas. Indito- Min. Carmen Lcia Peculato : art.312 Art.313 chamado erroneamente de peculato estelionato 7 aula

Art.313 A- peculato eletrnico Com isso passamos a ter 6 tipos de peculato. O peculato a apropriao indbita de funcionrio pblico. Apropriao indbita- negativa de restituio; consumo; alienao Intraneus funcionrio pblico Extraneus particular O particular pode praticar crime contra a Administrao Pblica, desde que acompanhado de funcionrio pblico. Art.30, CPP c/c arts.312 a 327, CP (crime contra a Administrao Pblica praticados por funcionrio pblico) Art.327, CP conceito de funcionrio pblico s se aplica ao captulo I, em face da interpretao sistemtica. Art.312 apropriao, inclusive de particular. Na modalidade desvio, o objetivo o enriquecimento. Ex. grfica da UFRJ, A diretor, B seu colaborador (particular), C motorista e D recebeu a impressora. A e B so autores. (art.30, CP). O C, para prova do MP, partcipe at prova em contrrio. Qto ao D, resta configurado que houve acordo prvio, pois no se retira mquina de tal dimenso se j no h um acordo prvio para receber. Por isso, D tambm ser autor. Art.142, III e par. nico, CP conceito desfavorvel embutido por superior do funcionrio pblico. Art.312, par.1 - a concorrncia aqui ser sob a forma de participao. Peculato furto. H dolo, e o funcionrio no tem a posse da coisa, ele no responsvel pelo bem, nisso diferente do caput. Pargrafo 2 - peculato culposo. O crime de outrem pode ser qualquer um, no precisa ser peculato. Pargrafo 3- nj- causa de extino de punibilidade e minorante. Arrependimento posterior- art.16, CP. Minorante de 1/6 a 2/3. O quantum depender do tempo em que o acusado demorou para devolver ou restituir a coisa. Arrependimento posterior especfico: art.168-A, par.2 e 3, art.312, par.3, art.337-A, par.1 e 2, Lei9249/95, art.34 e Lei9807/99. No confundir tais casos com delao premiada: Lei8072, art.7; Lei 10409/02; art.32, par.2 e 3 e Lei 9034/95, art.6. Art.313, CP- peculato mediante erro. peculato estelionato . O erro nasce de outra pessoa, e no de funcionrio. O nome peculato estelionato imprprio. Se o erro for proveniente do funcionrio, causado por ele, ser estelionato.

Art.313 A- peculato eletrnico. Ateno - erro de subsuno: elementos normativos exigem juzo de valor. Ex.documentos, coisa alheia, coisa mvel, embrio. H elementos normativos de outra espcie, ligados ilicitude, com carga de antijuridicidade s/ licena, indevidamente, ilicitamente. Se o erro incide sobre estes elementos, ser de ilicitude ou de tipo? Controvrsia: 1) Maioria, inclusive Araripe, erro de tipo, pois o legislador se antecipou e trouxe essa ilicitude para dentro do tipo. 2) erro de proibio Claus Roxin Chama-se erro de subsuno ao que incide sobre elementos normativos do tipo com carga de ilicitude. Em tal sentido, v-se no art.313- A a expresso indevida, no art.150, CP, contra a vontade expressa ou tcita de quem de direito; no art.151, CP, indevidamente; nos arts.153 e 154, sem justa causa. Ocorre diviso doutrinria acerca da insero de tal erro (erro de tipo/erro sobre a ilicitude). A corrente majoritria entende tratar-se de erro de tipo. Para outra corrente, o erro de subsuno inclui-se entre os erros sobre a ilicitude, sendo irrelevante. Ocorreria qdo o agente supe que sua conduta no se adequa ao tipo penal que teria sido violado. Art.313-A, no h necessidade de intuito de obter lucro, pode ser apenas causar dano. OBS: Existe peculato de uso no ordenamento? Sim, no D201/67, art.1, II. Lei.9504/97, art.72 art.313 B Art.314 c/c 305, 337, 356, CP. Mtodos de dirimir conflitos entre leis: especialidade, subsidiariedade e consuno. - especialidade norma geral/norma especial. Ex. homicdio e infanticdio - subsidiariedade principal/subsidiria. Bens jurdicos tutelados, mesmo bem jurdico tutelado. Ex. constrangimento ilegal e ameaa. - consuno- crimes tentados e crimes consumados. Crime de perigo e crime de dano; 1 crime fase de realizao prescindvel para o 2 crime. comum que a mesma hiptese se aplique consuno e subsidiariedade. Crime de moeda falsa x coloca-la em circulao x mquina de fabricar moeda falsa. 3 delitos diferentes. Moeda falsa, petrechos e colocar moeda falsa em circulao. Art.314 subsidiariedade expressa.

Art.315 verbas lei oramentria Rendas pblicas - recursos que entram para a Fazenda. Precisa de dolo, no h proveito prprio. Art.316 Concusso. Cuidado com o exigir. Aqui precisa que fique subentendida uma ameaa grave, medo da autoridade pblica. Isso a diferena da corrupo. Na corrupo, existe uma troca, na concusso, no, h o medo. A concusso delito de inteno, tem especial fim de agir. vantagem indevida vide a doutrina, os arts.158 e 159, CP exigem vantagem econmica (apesar do art.159 no dizer, est no captulo dos crimes patrimoniais). No art.316, a vantagem no precisa ser econmica. 1) A pratica extorso, exigindo a vantagem 2) a vtima pede 2 dias para pensar e acaba concordando ao final 3) B vai buscar o dinheiro. Pode ser preso em flagrante neste momento? No, porque o crime j se consumou. Mas vamos para a concorrncia sucessiva: Crimes de durao: habituais; permanentes; continuados Mas no ocorre apenas nos crimes de durao, e sim sempre que o concorrente ingressa no delito aps incio de execuo. No ex., B no concorre para o crime. A corrente que sustenta a possibilidade de concorrncia sucessiva nos crimes formais minoritria. O mesmo ocorre com a possibilidade de priso em flagrante, nos crimes formais, ps consumao. Em relao aos crimes de durao, possvel a concorrncia sucessiva e priso em flagrante enquanto perdurar a habitualidade, permanncia ou continuidade delitiva. Art.317 e 337, CP corrupo passiva e ativa. Solicitar (pode haver a passiva sem haver a ativa)/ receber / aceitar promessa (os 3 dependem da ativa) passiva Oferecer/prometer ativa Qual o negcio que envolve a corrupo? Compra e venda de ato de ofcio (ato praticado pelo funcionrio no exerccio de suas funes). Consumao do crime de corrupo ativa- momento exato do oferecimento ou promessa crime formal. Omisso, prtica ou retardo especial fim de agir. Quando ocorre, exaurimento. Crime de inteno. No precisa haver o efetivo pagamento, basta, por ex., que um solicite e o outro aceite.

Pargrafo 1, art.317, CP exaurimento do crime. Pargrafo 2 - corrupo passiva privilegiada. No est comprando e vendendo, e sim cedendo a pedidos de amigos, por ex. Art. 319, CP prevaricao. Comissivo ou omissivo. para satisfazer interesse ou sentimento pessoal- delito de inteno. O sentimento pessoal pode ser qualquer um, bom ou mal, o crime o mesmo. Art.320, CP indulgncia = tolerncia. Lei 9455, art.1, par. 2- tortura por omisso e omisso em se apurar a tortura. Art.321, CP patrocinar interesse privado Art.322, CP revogado. Art.3, e, Lei 4898/65 Art.325, CP c/c 153 e 154, CP subsidiariedade expressa Art.342, CP crime de falso testemunho. - crime de mo prpria tem que ser praticado pessoalmente pelo agente. A doutrina diz que eles no admitem co-autoria nem autoria mediata. S do o ex. do art.342. Existem testemunhas proibidas de depor, as que prestam compromisso e as que no prestam compromisso (informantes). Os informantes praticam falso testemunho? Para a maioria sim. 1) 2) 3) 4) A traficante da quadrilha de chefe do trfico preso Chefe processado Testemunha no frum prestes a depor A diz que o filho em seu poder e ameaa mat-lo se a testemunha no prestar depoimento favorvel 5) Testemunha depe falsamente Esse um caso de coao moral irresitvel, h autoria mediata, ento a doutrina est errada. A, advogada, arrola como testemunhas B e C, seus clientes denunciados em outro processo, induzindo-os a deporem falsamente, prometendo-lhes que no cobraria honorrios. Logra seu intento. Quais os crimes praticados? Art.342, par.1- para B e C, pois houve suborno. Para a advogada, o crime ser o do art.343, CP. Mais uma quebra da teoria monista do concurso de pessoas. Participao em crime de mo prpria? O STF j disse que pode haver participao moral no falso testemunho, por advogado.

A doutrina se divide acerca da possibilidade da testemunha informante praticar falso testemunho. Em sentido afirmativo, L.R. Prado e Cezar Bittencourt, aponta o norte aos concursandos. Essa a posio para o MP/RJ, embora no seja a melhor. Se uma das testemunhas no mente sobre os fatos, mas sobre a sua qualificao. Que crime esse? No h crime nesse caso, e sim contraveno, art.68, par.nico e CP. Art.342, par.2 - retratao. Se um se retrata, se estende aos demais? Controvrsia. A professora acha que no se comunica. Vide a folha sobre o assunto.