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 P r o ce ss o P en al I I  U N I DA DE1 - PR AZO SPRO C ES SU AI S  CONTEÚDO  1. C o n ce it o 2 . C l a ssi ca çã o 3. C on t ag em 4 . V ist a e m ca r t óri o 5 . C o n t ínu o 6 . P e re m p t ó ri o 7 . T er m o ini ci a l 8 . Pr a zo p ro ce ssu a l e m a t e ri a l  C O N TEXTUA LI ZAÇÃO P a ra a so lu çã o dali d e se impõeà pa rte a sujei çã o a d etermi n ad a s n o rm a s, decarát e r p ro ce ssu a l, sob p e na d e se e sta b el e cer a b a l b ú r d i a , semq u e se co n si g a a tin g ir o o b j e tivo i n ici a l m e n t e a p o n t a d o ". ( R o g é ri o Sa n ch e s)  LEI TU R AO BRI G AT Ó RI A Adotada : G uilher m e de S ou za N ucci – M anual de P r ocesso P enal e E xec ução P en al  QUESTÕES a) E xpl i qu e com o se a cont ag emdo pr azo pr oce ssual pe nal. b ) E xp li q uecomo d eve se r a co nt a gem d e p razo q u e e nvol ve d ir e i t o p ro ce ssu a l e m a t er ial,  ju s t i c a ndo. c) A po nte a pe culiari da de do pr oce sso p enal noque tange à co nt ag em deprazoda i n t i m a çã o ou ci t a çã o p or p r e ca t óri a  O R IENT ÃO AO ALUNOPARAASAUL ASE XPO SITI VAS  1. C o n ce it o : int e rre g no d e te m p o e st a b e le ci d o p a raa p r á t i ca d e d e t er m in a d o a t o p ro ce ssu a l a se r d e li m itado co m t e rmo i n ici a l e n a l  2 . C l a ssi ca çã o - Pr óp ri os : imposto à s p art e s a m de r e ali za r e m de t e rmi n ado ato so b pe n a de p r e clu o - Im p r ó p ri o : imp o sto a o s J uízes, M Pe a u xiliare s d a j u stiça - L e g a is – e st a b ele ci d o e mlei- Ju d i ci ai s imp o sto p e lo jui z

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Processo Penal II

 UNIDADE 1 - PRAZOS PROCESSUAIS

 

CONTEÚDO 1. Conceito2. Classificação3. Contagem4. Vista em cartório5. Contínuo6. Peremptório7. Termo inicial8. Prazo processual e material CONTEXTUALIZAÇÃO“Para a solução da lide se impõe à parte a sujeição a determinadas normas, de caráterprocessual, sob pena de se estabelecer a balbúrdia, sem que se consiga atingir o objetivoinicialmente apontado ". (Rogério Sanches)

 LEITURA OBRIGATÓRIAAdotada: Guilherme de Souza Nucci – Manual de Processo Penal e Execução Penal QUESTÕESa) Explique como se dá a contagem do prazo processual penal.b) Explique como deve ser a contagem de prazo que envolve direito processual e material, justificando.c) Aponte a peculiaridade do processo penal no que tange à contagem de prazo da

intimação ou citação por precatória ORIENTAÇÃO AO ALUNO PARA AS AULAS EXPOSITIVAS 1. Conceito: interregno de tempo estabelecido para a prática de determinado atoprocessual a ser delimitado com termo inicial e final 2. Classificação

- Próprios: imposto às partes a fim de realizarem determinado ato sob pena de preclusão- Impróprio: imposto aos Juízes, MP e auxiliares da justiça- Legais – estabelecido em lei- Judiciais – imposto pelo juiz

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- Convencionais – (artigo 181 do CPC) não admitido no CPP 3. Contagem: artigo 798, § 1º do CPP 4. Vista em cartório: Afronta ao direito à ampla defesa e ao artigo 7º do Estatuto da OAB

 5. Contínuo: (art. 798, § 4º) 6. Peremptório: (art. 798, § 3º) – Súmula 310 do STF 7. Termo inicial:- Citação e intimação – da efetivação e não da juntada nos autos- decisão: efetiva intimação ou da audiência, se presente a parte a ser intimada- recurso: intimação (art. 798, § 3º)- ciência: inequívoca (art. 798, § 5º)- MP: termo de vista (art. 800, III) 8. Prazo processual e material: pro reo 

UNIDADE 2 - ATOS PROCESSUAIS 

CONTEÚDO1. Citação1.1. Conceito1.2. Peculiaridades1.3. Efeitos1.4. Espécies2. Intimação3. Notificação4. Revelia

 

CONTEXTUALIZAÇÃO“A Ampla Defesa "não é uma generosidade, mas um interesse público. Para além de umagarantia constitucional de qualquer país, o direito de defender-se é essencial a todo equalquer Estado que se pretenda minimamente democrático". (Rui Portanova) LEITURA OBRIGATÓRIA

Adotada: Eugênio Pacelli de Oliveira - Curso de Processo Penal

QUESTÕES

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a) Fale sobre o procedimento a ser adotado quando o réu se oculta para não receber acitação. Justifique legalmente. E quando ele se recusa a receber a citação.b) Fale sobre os efeitos da revelia no processo Penalc) Fale sobre as conseqüências advindas ao acusado no caso de citação por edital 

ORIENTAÇÃO AO ALUNO PARA AS AULAS EXPOSITIVAS 

1. Citação1.1. Conceito: é o ato processual pelo qual se leva ao conhecimento do réu a notícia deque contra ele foi intentada ação penal, para que possa defender-se e, ao mesmo tempo,chamando-o a comparecer em juízo, em dia e hora previamente designados (art. 394CPP). 1.2. Peculiaridades- é garantia individual (artigo 5º, LV da CF) e ato essencial do processo, sua ausência oudeficiência pode gerar a nulidade do feito (artigo 564, III), se deficiente, poderá ser supridase o réu comparecer, espontaneamente, antes de consumar-se o ato, no entanto, o Juizpode determinar o adiamento ou suspensão do ato, se reconhecer que a irregularidadepoderá prejudicar direito da parte (artigo 570 do CPP);- ato do Juiz que, de regra, é cumprido por Oficial de Justiça, podendo, excepcionalmente,

ser cumprida por pessoa diversa, como chefe militar (art. 358);- pode haver condução coercitiva;- é feita uma única vez, vinculando o réu à instância com todos os ônus daí decorrentes,inclusive para a fase de execução penal;- o citado é somente o sujeito passivo da pretensão punitiva - a própria pessoa do réu -(diferentemente do Processo Civil em que a citação pode ser feita ainda na pessoa de seurepresentante legal ou na de procurador expressamente autorizado);- se a citação for de doente mental, com insanidade positiva anterior, será feita na pessoade seu curador (artigo 149);

- pode ser feita em qualquer dia, em qualquer lugar, a qualquer hora (diferentemente doCível, cf. artigo 172, parágrafo 2º do CPC);- o não comparecimento do réu leva à revelia 1.3. Efeitos da citação válida: instauração da instância, estabelecendo a angularidade darelação processual e tornando o réu sujeito aos deveres e ônus processuais.Não causa interrupção da prescrição, cf. artigo 107 do CP. 

1.4. Espécies de citação:

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1.4.1. Por Mandado (artigo 351): quando o réu encontrar-se na comarca do juízoprocessante. Deve conter todas as formalidades sob pena de nulidade:a) Intrínsecos (artigo 352)- nome do juiz;- nome do querelante, se a ação foi iniciada por queixa;

- o nome do réu ou seus sinais característicos, se for desconhecido;- a residência do réu;- o fim da acusação (teor da acusação)- o juízo, o lugar, o dia e hora em que deverá comparecer;- a subscrição do escrivão e a rubrica do Juiz. b) Extrínsecos (artigo 357)- O oficial deve proceder à leitura do mandado ao citando e entregar-lhe a contrafé- certidão no verso ou ao pé do mandato que fez a entrega da contrafé, salientando se foiaceita ou recusada.

1.4.2. Por Hora Certa (artigo 362, com redação da Lei 11.719 de 2008)a) Caso: quando o acusado se oculta para não ser citadob) Procedimento: Similar aos artigos 227 a 229 do CPCArt. 227. Quando, por três vezes, o oficial de justiça houver procurado o réu em seudomicílio ou residência, sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, intimar aqualquer pessoa da família, ou em sua falta a qualquer vizinho, que, no dia imediato,

voltará, a fim de efetuar a citação, na hora que designar.Art. 228. No dia e hora designados, o oficial de justiça, independentemente de novodespacho, comparecerá ao domicílio ou residência do citando, a fim de realizar adiligência.  § 1o Se o citando não estiver presente, o oficial de justiça procurará informar-se dasrazões da ausência, dando por feita a citação, ainda que o citando se tenha ocultado emoutra comarca.  § 2o Da certidão da ocorrência, o oficial de justiça deixará contrafé com pessoa dafamília ou com qualquer vizinho, conforme o caso, declarando-lhe o nome.

Art. 229. Feita a citação com hora certa, o escrivão enviará ao réu carta, telegrama ouradiograma, dando-lhe de tudo ciência.c) Efeitos: não comparecimento – nomeação de defensor e decretação da revelia;comparecendo há renovação do ato, conforme art. 363, § 4º do CPPd) Prazo: Súmula 710 do STF 

1.4.3.Por Carta Precatória (artigo 353): quando o réu estiver fora da comarca do juiz

processante a) Requisitos (artigo 354):

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- indicação do juiz deprecante e do juiz deprecado;- a sede da jurisdição de um e de outro juízo;- o fim para que é feita a citação, com todas as especificações;- o juízo do lugar, dia e hora em que deverá comparecer. 

b) Forma de Processamento- Recebendo-a, o Juiz Deprecado dará o seguinte despacho: “cumpra-se”- O escrivão expedirá o mandado com todos seus requisitos c) Peculiaridades- Precatória itinerante (artigo 355, parágrafo 1º);- Expedição por via telegráfica – urgência – (artigo 356).- Por telefone – desde que se tome todas as cautelas possíveis 1.4.4. Citação do Militar (artigo 358): expedição de Ofício Requisitório (com todos osrequisitos do mandado) dirigido ao chefe do serviço onde se encontre o militar,requisitando o comparecimento do militar no dia e hora designados;- o chefe deverá cientificar o recebimento da comunicação feita;- o chefe deve, ainda, cientificar que houve a autorização para comparecer, pois a faltadesta torna a citação inválida. 

1.4.5. Citação do Funcionário Público (artigo 359): Por mandado ou precatória.Particularidade: por medida de subordinação hierárquica e prevalência do serviço público,deve o chefe da repartição ser NOTIFICADO, por OFÍCIO.Portanto, haverá: citação do funcionário + ofício ao chefe da repartição. 1.4.6. Citação do Preso (artigo 360): “se o réu estiver preso será pessoalmente citado (Lei10.792/03) com requisição de escolta 1.4.7. Citação de Incapaz: se não conhecida a incapacidade pessoalmente, mas pode

haver a nulidade dos atos pelo não comparecimento; se já conhecida a incapacidade,deverá ser citado na pessoa do curador 1.4.8. Citação Por Carta Rogatória: (artigo 368) réu que está no estrangeiro em lugarcerto e sabido, ficando suspenso o prazo prescricional.- legações estrangeiras (artigo 369) (* Legações: representação diplomática de categoriainferior à embaixada)E semelhante à precatória, devendo ser cumprida de acordo com as convenções

internacionais (cf. artigo 210 do CPC – analogia).Encaminhamento: Justiça Rogante – Ministério da Justiça – Ministério das RelaçõesExteriores – (via diplomática) Justiça Rogada

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 1.4.9. Por Carta de Ordem: semelhante à carta precatória, mas diferente quanto ao órgãode que emana, neste caso de grau superior (STF, STJ, TER, TRF e Tribunais de Justiça),que ordenará a citação. 

1.4.10. Por Edital (ou ficta) (artigos 361/366): feita por meio da imprensa e de afixação deedital à porta ou no átrio do edifício onde funciona o Juízo.a) Particularidades:- Princípio da ampla defesa: ninguém pode ser julgado sem ser ouvido – artigo 366:suspensão do processo e do prazo prescricional, podendo decretar a prisão preventiva,nos termos do artigo 312 (* Redação da Lei 9.271 de 17.06.96)-Contagem de prazo: (artigo 365): o prazo... será contado do dia da publicação do editalou da sua afixação até a data designada para interrogatório (prazo processual ou penal?)- deverá ser extraído em duas vias: uma afixada e outra entregue à imprensa- o serventuário certificará que procedeu à afixação e juntará nos autos cópia do jornal, oupode o escrivão apenas certificar a publicação.- Comparecimento do Réu: tem por citado pessoalmente- Constituição de advogado: configura-se a revelia pois sabe que está sendo processado b) Casos:1) o Réu não foi encontrado – Prazo de 15 dias:2.) o lugar em que o Réu se encontra é inacessível por epidemia, guerra ou outro motivo

de força maior - Prazo de 15 a 90 dias (artigo 363, I e artigo 364, primeira parte)3) incerta a pessoa que tiver de ser citada - Prazo de 30 dias – (artigo 363, II e artigo364, 2ª parte); - esclarecimentos pelos quais possa identificar o Réu (artigo 41 do CPP)4) Réu no estrangeiro em lugar não sabido – Prazo 15 da 90 dias – (artigos 368 e 364)- suspende o prazo prescricional (Lei 9.271/96) c) Requisitos (artigo 365):- nome do Juiz;- nome do réu com qualificação ou sinais de identificação; -fim a que sedestina;- o juízo, dia, hora, lugar em que o Réu deve comparecer; -o prazo

 1. IntimaçãoÉ a ciência que se dá a alguém de um ato já praticado – ato passado – (ato, despacho,sentença) ou viabiliza o exercício da faculdade e ônus processuais da parte ecomparecimento de terceirosPode ser feito por mandado, precatória, jornal oficial, por via postal com AR, pordiretamente pelo escrivão, ou por qualquer outro meio idôneo.Ministério público e defensor dativo: sempre pessoal (artigo 370, parágrafo 4º)

Ofendido: artigo 201 do CPP 

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3. NotificaçãoÈ a ciência que se dá a alguém de um ato a ser praticado – ato futuro – despacho oudecisão que ordena fazer ou deixar de fazer alguma coisa, sob certa cominação.Pode ser feito por mandado, precatória, ofício requisitório ou com demais cautelasapontadas. Não pode ser feita por edital.

 1. Revelia (artigo 367)O acusado que regularmente citado não atender ao chamamento da Justiça (contumácia),será considerado revel. Será, também, revel, se citado ou intimado deixar de comparecersem motivo justificado ou não comunicar novo endereço ao juízo (caso este motivador dequebra de fiança- artigo 328).A revelia não induz à confissão, nem enseja condenação Casos:a) citado pessoalmente – ser-lhe-á nomeado defensor e curador (se incapaz) – oprocesso andará como se estivesse presente até decisão final, sem necessidade deintimação, salvo se condenado (artigo 392 do CPP).Porém, se for crime inafiançável da competência do Júri (homicídio e aborto provocadopor terceiro sem consentimento da gestante) seguirá até a sentença de pronúncia (artigo413 e 414 do CPP).- Não comparecimento: direito à ampla defesa, por isso não pode sofrer sançãob) citado por edital, não comparecer nem constituir advogado – ficarão suspensos o

processo e o prazo prescricional, podendo determinar a produção antecipadas de provasurgentes, nos termos da Lei 9.271/96 (artigo 366).

UNIDADE 3 - ATOS JUDICIAIS CONTEÚDO1. Provimentos Jurisdicionais1.1 Despachos de mero expediente

1.2. Decisões interlocutórias1.3. Decisão definitiva ou Sentença Definitiva2. Classificação dos atos jurisdicionais1. Sentença3.1. Conceito3.2. Princípio do Livre Convencimento Motivado3.3. Função da sentença3.4. Requisitos da sentença

4. Princípio da correlação entre o pedido e a sentença5. Emendatio libelli5.1.Princípio narra mihi factum dabo tibi jus .

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5.2. Momento5.3. Suspensão condicional do processo5.4. Modificação de competência5.5.Procedimento6. Mutatio Libelli

6.1. Cabimento6.2. Procedimento7. Sentença absolutória7.1. Princípio do livre convencimento motivado7.2. Sentença Absolutória Imprópria7.3.Casos: artigo 386 CPP7.4. Sentença Absolutória x reparação civil7.5. Efeitos da sentença absolutória8. Sentença condenatória8.1. Prisão8.2.Efeitos9. Publicação da sentença X embargos declaratórios10. Intimação da sentença: arts. 391 e 392.11. Coisa Julgada12. Coisa Julgada11.1. Conceito11.2. Espécies

11.3. Exceção de coisa julgada11.4. Limites subjetivos da coisa julgada 

CONTEXTUALIZAÇÃO“ O juiz na realidade, é a alma do processo jurídico, o artífice laborioso do direito novocontra as fórmulas caducas do direito tradicional ". (Jean Cruet) LEITURA OBRIGATÓRIA

Adotada: Eugênio Pacelli de Oliveira - Curso de Processo Penal

QUESTÕESa) Fale sobre a sentença absolutória imprópria.b) Explique o Princípio da Livre Convencimento Motivadoc) Diferencie a emendatio libelli da mutatio libelli 

ORIENTAÇÃO AO ALUNO PARA AS AULAS EXPOSITIVAS 1. Provimentos Jurisdicionais

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1.1 Despachos de mero expediente: atos de encaminhamento procedimental, semqualquer conteúdo decisório, por isso irrecorríveis1.2. Decisões interlocutórias: resolvem questões processuais controvertidas, passíveis derecurso em sentido estrito1.2.1. Simples- não extinguem o processo. Ex. decretação de prisão preventiva,

recebimento de denúncia ou queixa1.2.2. Mista: extinguem o processo ou encerra uma fase do procedimento sem julgamentode mérito. Classificam-se em:- Não terminativa: coloca fim em uma etapa do procedimento, tangenciando o mérito, semextinguir o processo. Ex. Pronúncia- Terminativa ou com força de definitiva: extinguem o processo, sem julgamento de méritoou resolvem questão procedimental incidental de maneira definitiva, sem possibilidade dereexame no mesmo grau. Ex. cancelamento de seqüestro; exceções de litispendência1.3. Decisão definitiva ou Sentença Definitiva – colocam fim ao processo, decidindoacerca da pretensão punitiva e é passível de apelação1.3.1. Em sentido estrito: julga o mérito principal, podendo ser condenatórias ouabsolutórias.1.3.2. Em sentido amplo ou declaratória: decide o mérito mas não condena, nem absolve.Ex. extinção de punibilidade, habeas corpus. (Segundo Nucci, as sentenças que contêmordem a ser cumprida imediatamente são denominadas de mandamentais; e, por fim,denominadas constitutivas aquelas que constitui direitos perdidos, p. ex. a reabilitação) 

2. Classificação dos atos jurisdicionais segundo o órgão de que promanam:- Sentença: juiz monocrático- Acórdão: tribunais- Aresto: acórdão do qual não é cabível recurso- Veredicto: decisão dos jurados 3.Sentença3.1. Conceito: ato pelo qual o juiz põe termo ao processo, com ou sem julgamento demérito (Tourinho).

 3.2. Princípio do Livre Convencimento Motivado: CF/88 art. 93, IX: decisõesfundamentadas – mecanismo de controle dos atos estatais. 3.3. Função da sentença: declarar o direito. 3.4. Requisitos da sentença: art. 381 CPP 

a) Relatório(art. 381, I e II): é um resumo histórico do que ocorreu nos autos (no juizado especialcriminal, há dispositivo legal dispensando o relatório — art. 81, § 3º, da Lei 9.099/95).

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b) Motivação ou fundamentação(art. 381, III): o juiz exterioriza o raciocínio que desenvolveu para chegar a determinadaconclusão; é a exposição das razões que motivaram a decisão. Uma sentença semmotivação, diz a doutrina, é um corpo sem alma. Se a motivação não corresponder àconclusão, surge o que a doutrina chamada de “sentença suicida”.

c) Dispositivo ou conclusão(art. 381, IV e V): é a parte da sentença em que o juiz conclui o raciocínio desenvolvidodurante a motivação; é a decisão propriamente dita, julgando procedente ou improcedentea pretensão deduzida, indicando os dispositivos legais aplicados.d) Parte autenticativa(art. 381, VI): é a última, e se constitui da indicação do lugar, dia, mês e ano da prolaçãoda sentença e da assinatura do juiz. 4. Princípio da correlação entre o pedido e a sentença / da congruência da sentença / dacorrespondência entre o objeto da ação e o objeto da sentença – devida relação entre ofato narrado na peça inicial e a condenação. Portanto, não pode haver julgamento citra,ultra ou extra petita. 5. Emendatio libelli – art. 383 CPP: emenda da acusação para dar classificação que julgamais adequada de fatos já narrados na inicial - mera alteração da capitulação legal5.1.Princípio narra mihi factum dabo tibi jus .Momento: pelo juiz ou pelo Tribunal – princípio da non reformatio in pejus

5.3. Suspensão condicional do processo (§ 1º) – vista para MP oferecer proposta5.4. Modificação de competência (§ 2º) – envio dos autos ao juízo competente5.5. Procedimento: o juiz modifica a capitulação, para corrigi-la, antes de proferir asentença. Não há necessidade de aditamento por parte do MP ou do ofendido, masemendatio deve constar expressamente da motivação da sentença. 6. Mutatio Libelli – art. 384 do CPP: Ocorre quando o juiz verifica que os fatos narrados nadenúncia ou na queixa são diversos daqueles provados nos autos. Assim, haveránecessidade de aditamento da peça acusatória; o fato era desconhecido quando da inicial

embora agregado ao principal.6.1. Cabimento: apenas nas ações penais públicas ou nas privadas subsidiárias dapública. Nas ações penais privadas o querelante, se tiver interesse pode fazê-lo no seuprazo decadencial e somente no juízo de primeiro grau.Em recurso exclusivo da defesa, fica vedado o reconhecimento de ofício pelo Tribunal, emrespeito ao princípio da proibição da reformatio in pejus, ocorrendo, portanto somente emprimeira instância6.2. Procedimento: Vista ao MP para aditar a denúncia no prazo de 05 dias (art. 384, § 4º)

e posteriormente vista à defesa por igual prazo, podendo as partes (acusação e defesa)arrolar até mais 03 testemunhas

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- O juiz não ficará adstrito ao aditamento, salvo se este suplantar inteiramente os fatosnarrados na denúncia, podendo inclusive rejeitá-lo (§ 5º).- O juiz deverá indicar a ocorrência de mutatio no relatório da sentença. Nafundamentação, também deverá fazer alusão a ela e explicitar os motivos de seuconvencimento.

- Reconhecimento de ofício das agravantes: dois posicionamentos: a) não fere o princípiodo acusatório, porque não fazem parte do tipo penal. b) o magistrado não podereconhecê-las de ofício, pois fere os princípios do acusatório e do devido processo legal.Posicionamento na jurisprudência: STJ: O Juiz da causa pode reconhecer a existência deagravantes genéricas de pena que não constem da denúncia, tendo em vista que elas nãopertencem ao tipo penal imputado. Todavia, quando o Ministério Público, em suas razõesrecursais, não requer o reconhecimento das agravantes, o Tribunal não pode aplicá-las deofício, para majorar a reprimenda do condenado, em respeito ao princípio do tantumdevolutum quantum appellatum. 7. Sentença absolutória7.1. Princípio do livre convencimento motivado: possibilidade de absolvição, mesmo compedido de condenação: princípio do livre convencimento motivado7.2. Sentença Absolutória Imprópria7.3.Casos: artigo 386 CPP7.4. Sentença Absolutória x reparação civil (processo de conhecimento)-Inciso I: não se pode rediscutir a questão no cível

- Inciso II: a questão pode ser discutida no cível- Inciso III: a questão pode ser discutida no cível- Inciso IV: não se pode rediscutir a questão no cível- Inciso V: a questão pode ser discutida no cível- Inciso VI: a questão pode ser discutida no cível, desde que terceiro inocente estejaenvolvido- Inciso VII: a questão pode ser discutida no cível7.5. Efeitos da sentença absolutória: art. 386, parágrafo único. 

8. Sentença condenatória: art. 387 CPP.8.1. Prisão - Parágrafo único: decisão sobre a possibilidade de o réu aguardar o julgamento do recurso em liberdade. (revisar estudos sobre prisão cautelar)8.3. Efeitos:- art. 393 CPP. (nome do rol dos culpados e prisão - inconstitucional)- secundários: arts. 91 e 92- Art. 397, IV, CPP – valor indenizatório mim

- Art. 14, CF – perda dos direitos políticos 

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9. Publicação da sentença X embargos declaratórios (art. 392, CPP): prazo de 02 (dois)dias para embargos, interruptivo de outros recursos, cf. art. 619 CPP. 

10. Intimação da sentença: arts. 391 e 392.

11. Coisa Julgada11.1. Conceito: A coisa julgada é instituto de direito processual, que tem raízes naConstituição. A garantia constitucional da coisa julgada, inserida no art. 5o, inciso XXXVI,da Lei Maior, é manifestação do princípio da segurança jurídica, enunciado no caput dodispositivo. Na tensão entre os princípios de justiça e de segurança, o legisladorconstituinte escolheu, num determinado momento processual, a segurança jurídica,aplicando o princípio da proporcionalidade. (Ada Pelegrini) 11.2. Espécies:- Coisa julgada formal: imutabilidade da sentença dentro do processo. Pode sercomparada à preclusão máxima em relação à interposição de recursos. Outra açãopoderá ser ajuizada. Ex: sentença de impronúncia. A qualquer momento, antes daextinção da punibilidade e com o surgimento de novas provas, poderá o réu sernovamente processado.- Coisa julgada material: A coisa julgada material, ao contrário, projeta seus efeitos parafora do processo, impedindo que o juiz julgue, novamente, a questão, sempre que a novaação tenha as mesmas partes, o mesmo pedido e a mesma causa de pedir: ou seja,

sempre que as ações sejam idênticas, coincidindo em seus elementos, pois o mérito dacausa foi decidido. 11.3. Exceção de coisa julgada (art. 110, par. 2º do CPP): determina os limites objetivosda coisa julgada, dispondo que a exceção somente poderá ser oposta em relação ao fatoprincipal, que tiver sido objeto da sentença (pedido do autor), ou seja, ao fato materialimputado ao acusado. (princípio da correlação entre o pedido e a sentença) 11.4. Limites subjetivos da coisa julgada: a coisa julgada somente pode produzir efeitos

em relação às partes envolvidas no processo, ou seja, o Ministério Público (ou oquerelante, como substituto processual deste) e, do outro lado, o acusado- Art. 63, parágrafo único, do CPP: modificado pela Lei nº 11.719/08 – faz coisa julgado nocível a sentença penal condenatória, inclusive o juiz criminal fixará valor mínimo dereparação. (art. 387, IV CPP)- Art. 65 do CPP: Faz coisa julgada no cível a sentença penal que tenha reconhecidouma excludente de ilicitude (sentença absolutória). Nesses casos, em princípio não cabereparação, salvo duas exceções:

- estado de necessidade agressivo (sacrifício de terceiro inocente – artigos 929 e 930 doCC).

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- legítima defesa com erro na execução, onde se atinge terceiro inocente (§ único do art.930 do CC).- Art. 66 do CPP: Também faz coisa julgada no cível, a sentença absolutória que tenhareconhecido a inexistência material do fato (art. 386, I CPP) e estar provado que o réu nãoconcorreu para a infração penal (art. 386, IV CPP). As demais hipóteses de absolvição

(ver art. 386 do CPP) não impedem a rediscussão do assunto no juízo cível.- Art. 67 do CPP: Arrola outras hipóteses em que a decisão no juízo penal (não-condenatória) não faz coisa julgada material.

UNIDADE 10 – PROVAS CONTEÚDO1. Noções gerais sobre a prova1. Sistemas de apreciação das provas:3. Princípios norteadores das provas4. Classificação das provas5. Competência e apuração das infrações criminais6. Súmula Vinculante nº 147. Juiz de garantias8. Provas cautelares9. Provas antecipadas

10. Prova emprestada11. Viodeoconferência12. Prova psicografada13. Prova obtida por meio ilícito13.1. Prova Ilegal13.2. Prova ilícita por Derivação14. Meios de Prova15. Provas em Espécie15.1. Interrogatório

15.2. Confissão15.3. Delação15.4. Declarações do Ofendido15.5. Testemunha15.6. Reconhecimento de Pessoas ou Coisas15.7. Acareação15.8. Documentos15.9. Indícios

15.10. Busca e Apreensão15.11. Perícia15.12. Interceptação Telefônica

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15.13. Interceptação de Correspondência15.14. Quebra de Sigilo Bancário e Fiscal15.15. Intervenções Corporais15.16. Infiltração de Agentes 

CONTEXTUALIZAÇÃO“Tratando-se de um acusado em matéria criminal, não há causa em absoluto indigna dedefesa. Ainda quando o crime seja de todos o mais nefando, resta verificar a prova; eainda quando a prova inicial seja decisiva, falta, não só apurá-la no cadinho dos debates judiciais, senão também vigiar pela regularidade estrita do processo nas suas mínimasformas. Cada uma delas constitui uma garantia, maior ou menor, da liquidação daverdade, cujo interesse em todas se deve acatar rigorosamente”. (Rui Barbosa) LEITURA OBRIGATÓRIAAdotada: Eugênio Pacelli de Oliveira - Curso de Processo Penal 

QUESTÕESDisserte: ampla defesa no interrogatório por videoconferência.Disserte: o princípio da proporcionalidade aplicado à busca da verdade real e a provailícita.Disserte: a busca da verdade real e o sistema acusatório

 

ORIENTAÇÃO AO ALUNO PARA AS AULAS EXPOSITIVAS 1. Noções gerais sobre a prova1.1. Origem: Probare – demonstrar algo1.2. Conceito: instrumento usado para comprovar o fato1.3. Finalidade: convicção do juiz1.4. Objeto: fatos pertinentes à lide criminal pelo devido processo legal (fatos notórios,

presunções absolutas, máxima da experiência, fatos evidentes não precisam de provas)1.5. Fonte: tudo que possa ministrar indicações úteis para comprovar a verdade1.6. Elementos: todos os fatos ou circunstâncias relevantes para a convicção do juiz1.7. Ônus da Prova de quem alega - (art. 156, 1ª parte, CPP). 2. Sistemas de apreciação das provas:- sistema da íntima convicção (ou da liberdade judicial máxima);- sistema da prova tarifada (ou das provas legais): Ex. de resquício desse sistema: exame

de corpo de delito.

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- sistema do livre convencimento motivado (ou da persuasão racional): ver art. 93, IX daCF/88; ver item VII da Exposição de Motivos do CPP; ver art. 155 (modificado pela Lei11.690/08). 3. Princípios norteadores das provas (Constituição garantista)

- Princípio da auto-responsabilidade das partes;- Princípio da audiência contraditória;- Princípio da aquisição ou comunhão da prova;- Princípio da oralidade;- Princípio da concentração;- Princípio da publicidade;- Princípio do livre convencimento motivado;- Princípio da paridade das armas (par conditio);- Princípio da liberdade probatória (salvo as restrições legais). 4. Classificação das provas- Quanto ao objeto: a) direta – a própria prova consegue demonstrar o fato; b) indireta –quando o fato é demonstrado por meio de raciocínio lógico-dedutivo.- Quanto ao efeito: a) plena – a prova é convincente ou necessária para formação doprocesso; b) não plena ou indiciária – a prova traz apenas um juízo de probalidade acercado fato e de sua autoria, não é muito usada no processo penal, pois ele visa a verdadereal.

- Quanto sujeito ou fonte: a) pessoal – é obtida por meio da manifestação humana(testemunho, confissão, laudos periciais, interrogatório, etc); b) real – é obtida por meio deapreciação de elementos físicos distintos da pessoa humana (cadáver, a arma, vestígios,etc).- Quanto a origem: a) originária – quando não há intermediários entre o fato e a prova; b)derivada – quando ocorre intermediação entre o fato e a prova (testemunho dotestemunho).- Quanto a forma: a) testemunhal – resultante do depoimento prestado por sujeitoestranho ao processo sobre fatos que tenha conhecimento sobre o delito objeto do litígio;

b) documental – produzido com documentos acerca dos fatos; c) material – obtida pormeio químico, físico ou biológico. 5. Competência e apuração das infrações criminais- Polícia Judiciária x Ministério Público (ADI 3806 interposta pela ADEPOL – 18/12/2008PG nº 108396/2008 da Associação dos Delegados de Polícia do Brasil -ADEPOL/BRASIL, requerendo que seja requisitada a devolução dos autos daProcuradoria Geral da República.)

- Polícia Judiciária – Inquérito Policial (Polícia Federal: art. 144, § 1º, I e II c/c art. 109,todos da CF/88 e Lei n. 10.446/2002 e Polícia Civil: competência residual) 

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6. SÚMULA VINCULANTE Nº 14 de 09/02/2009: É DIREITO DO DEFENSOR, NOINTERESSE DO REPRESENTADO, TER ACESSO AMPLO AOS ELEMENTOS DEPROVA QUE, JÁ DOCUMENTADOS EM PROCEDIMENTO INVESTIGATÓRIOREALIZADO POR ÓRGÃO COM COMPETÊNCIA DE POLÍCIA JUDICIÁRIA, DIGAMRESPEITO AO EXERCÍCIO DO DIREITO DE DEFESA.

 7. Juiz de garantias – proposta de mudança do CPP. O intuito é afastar o juiz da causa docontato com as provas colhidas no IP. Entretanto, a fase investigatória seria acompanhadapor um juiz.Situação atual: art. 155 CPP – o juiz não pode fundamentar sua decisão em provascolhidas exclusivamente no IP. Mas dita prova poderá servir-lhe como elemento deconvicção, se puder ser agregada à prova produzida em juízo. 8. Provas cautelares: dispensam reprodução sobre o crivo do contraditório e, portanto,excepcionam a regra do art. 155 CPP. OBS: assistente técnico (nova figura trazida pelaLei n. 11.690/08) que atuará somente na fase judicial. 9. Provas antecipadas: produção antecipada de prova ordenada de ofício pelo juiz (art.156, I, CPP): viola o sistema acusatório. Inconstitucionalidade – art. 5º, § 2º CF, em razãodo Pacto de São José da Costa Rica, artigo 8 “das garantias judiciais”, item 1.- Produção antecipada de provas a requerimento das partes: princípio daproporcionalidade e poder geral de cautela.

- Produção antecipada de provas O juiz só pode realizar diligência complementar paraesclarecimento. A prova deve ser produzida pelas partes e, se ainda restar dúvida emrelação à prova analisada, em relação a ela o juiz pode determinar alguma diligência.(poder instrutório do juiz) 10. Prova emprestada: colhida de outro processo e transladada; sua valoração ficacondicionada à sua passagem pelo contraditório. Min. Vicente Cernichiaro: fato suscetívelde ser objeto de prova, devendo passar pelo contraditório 

11. Viodeoconferência- Princípio da Ampla Defesa- Casos (Lei 11.900-09)1ª) oitiva de testemunhas (art. 217 CPP);2ª) interrogatório do réu (art. 185 §2º). (OBS. Mudança do momento processual dointerrogatório pela Lei n. 11.719/08).- HC 90.900 deferido a favor da nulidade do interrogatório realizado por videoconferência(antes da lei)

 

12. Prova psicografada (Documento escrito particular)

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 13. Prova obtida por meio ilícito: art. 157 CPP e art. 5º, LVI da CF/8813.1. Prova Ilegal- Prova ilícita (normas constitucionais ou direito material – externas ao processo –colheita)

- Prova Ilegítima (normas processuais – dentro do processo) 13.2. Prova ilícita por Derivação (de efeito à distância)1. Teoria do Fruto da Árvore Envenenada:“Se vocês plantarem uma árvore boa, o fruto dela será bom; mas se vocês plantarem umaárvore má, também o fruto dela será mau, porque é pelo fruto que se conhece a árvore”(Mt 12, 33) 2. Teorias de admissibilidade- Obstativa- Permissiva- Intermediária (princípio da proporcionalidade) 3. Exceções Inadmissibilidade3.1. Teoria da Fonte Independente (The Independent Source Limitation): sem qualquerrelação com a prova ilícita3.2. Teoria da Descoberta Inevitável (The Inevitable Discovery Limitation): prova

hipoteticamente descoberta por meios jurídicos disponíveis3.3. Limitação da Descontaminação (The Purged Taint Limitation): ocorre no processo umacontecimento capaz de purgar o veneno – nexo causal atenuado3.4. Limitação da Boa-Fé (The Good Faith Exception): acredita na lisura do ato praticado 4. Reforma do Código de Processo Penal (Lei 11.690 de 09.06.08)Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas,assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.§ 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não

evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderemser obtidas por uma fonte independente das primeiras.§ 2o Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites típicose de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fatoobjeto da prova.§ 3o Preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada inadmissível, esta seráinutilizada por decisão judicial, facultado às partes acompanhar o incidente.5. Admissão de Prova Ilícita

“ a efetiva realização da justiça penal constitui um importante interesse do Estado deDireito, que, em determinadas circunstâncias, pode justificar o sacrifício dos direitosindividuais; à vista disso, entende-se legítima a derrogação de certas regras de exclusão

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de prova, ditadas pelo interesse de proteção do indivíduo, em nome da prevenção erepressão das formas mais graves de criminalidade” ( Antônio Magalhães Gomes Filho) 5.1. Princípio da Proporcionalidade:- Sentido amplo: imposição de pena justa (gravidade do delito e culpabilidade do agente).

- Sentido estrito: o princípio da proporcionalidade encerra três subprincípios, a saber:A) adequação: “Para haver adequação, o que importa é a conformidade com o objetivo ea ‘prestabilidade’ para atingir o fim da medida”.(Willis Santiago Guerra Filho, TeoriaProcessual da Constituição, p. 85.)B) necessidade: “a medida restritiva seja indispensável para a conservação do próprio oude outro direito fundamental e que não possa ser substituída por outra igualmente eficaz,mas menos gravosa”.(Suzana de Toledo Barros, O Princípio da Proporcionalidade e oControle de Constitucionalidade das Leis Restritivas de Direitos Fundamentais, p. 79.)C) princípio da proporcionalidade em sentido estrito: “(...) a proporcionalidade em sentidoestrito importa na correspondência entre meio e fim, o que requer o exame de como seestabeleceu a relação entre um e outro, com o sopesamento de sua recíprocaapropriação, colocando, de um lado, o interesse no bem-estar da comunidade, e de outro,as garantias dos indivíduos que a integram, a fim de evitar o beneficiamento demasiadode um em detrimento do outro”.(Willis Santiago Guerra Filho, Teoria Processual daConstituição, p. 85.) 5.2. Requisitos de Admissibilidade das Provas Ilícitas: a) em caráter excepcional; b) em

situações de extrema gravidade; c) quando em contraste direitos fundamentais; d) comexpressa autorização da autoridade judicial.5.3. Casosa) Pro Reo;b) Pro Societat 5.4. Exemplos"STF - CONSTITUCIONAL. PENAL. GRAVAÇÃO DE CONVERSA FEITA POR UM DOSINTERLOCUTORES: LICITUDE. PREQUESTIONAMENTO. Súmula 282-STF. PROVA:

REEXAME EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO: IMPOSSIBILIDADE. Súmula 279-STF. I. -gravação de conversa entre dois interlocutores, feita por um deles, sem conhecimento dooutro, com a finalidade de documentá-la, futuramente, em caso de negativa, nada tem deilícita, principalmente quando constitui exercício de defesa. II. - Existência, nos autos, deprovas outras não obtidas mediante gravação de conversa ou quebra de sigilo bancário.III. - A questão relativa às provas ilícitas por derivação "the fruits of the poisonous tree"não foi objeto de debate e decisão, assim não prequestionada. Incidência da Súmula 282-STF. IV. - A apreciação do RE, no caso, não prescindiria do reexame do conjunto fático-

probatório, o que não é possível em recurso extraordinário. Súmula 279-STF. V. - Agravonão provido" (AI 50.367-PR, 2ª. Turma. Rel. Min. Carlos Velloso. J. 01/02/05. DJ04/03/05.).

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 "STF - HABEAS CORPUS - ESTRUTURA FORMAL DA SENTENÇA E DO ACÓRDÃO -OBSERVANCIA - ALEGAÇÃO DE INTERCEPTAÇÃO CRIMINOSA DE CARTA MISSIVAREMETIDA POR SENTENCIADO - UTILIZAÇÃO DE COPIAS XEROGRAFICAS NÃOAUTENTICADAS - PRETENDIDA ANALISE DA PROVA - PEDIDO INDEFERIDO. – (...) -

A administração penitenciaria, com fundamento em razoes de segurança pública, dedisciplina prisional ou de preservação da ordem jurídica, pode, sempre excepcionalmente,e desde que respeitada a norma inscrita no art. 41, parágrafo único, da Lei n. 7.210/84,proceder a interceptação da correspondência remetida pelos sentenciados, eis que acláusula tutelar da inviolabilidade do sigilo epistolar não pode constituir instrumento desalvaguarda de praticas ilícitas. - O reexame da prova produzida no processo penalcondenatório não tem lugar na ação sumaríssima de habeas corpus". (HC 70.814-SP. 1ªTurma. Rel Min. Celso de Mello. J. 01/03/94. DJ. 24/06/94.). 14. Meios de prova : previstos no CPP (artigos 158/250) são exemplificativos. Admite-seoutros, de forma livre (princípio da liberdade probatória). Todavia há restrições. Exemplos:- prova quanto ao estado das pessoas (exige-se certidão – art. 155, par. único do CPP);- delitos que sempre deixam vestígios (exige-se exame de corpo de delito – art. 158);- leitura de documento novo nos debates em plenário do Júri (art. 479 Lei 11.689/08);- provas obtidas por meio meios ilícitos (art. 5º, LVI, da CF)15. Provas em Espécie 

15.1) Interrogatórioa) Conceito: Juiz houve do pretenso culpado esclarecimentos sobre a imputação que lheé feita (meio de defesa). Pela nova sistemática dos ritos comuns, é o último ato dainstrução processual em audiênciab) Oportunidade : pode ocorrer a qualquer momento (art. 185), podendo repeti-lo (art.196)c) réu preso: estabelecimento em que está recolhido (185, § 1º) ou videoconferência noscasos previstos em lei (185, § 2º) ou requisitada a apresentação (185, § 7º)d) Direito de entrevista prévia e reservada com defensor (185, § 5º)

e) Direito de silêncio sem prejuízo para a defesa (artigo 186)f) Participação da acusação e da defesa (art 188)g) Conteúdo: duas partes: pessoa/fatos (art. 187)h)Oralidadei) Co-réus (191) 15.2) Confissãoa) Conceito: reconhecimento feito pelo imputado da sua própria responsabilidade, deve-se

averiguar os motivos e circunstâncias do delito (art. 190)

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b) força probatória: não se pode atribuir valor absoluto; deve-se aferi-la pelos critériosadotados pelas outras provas (Ex: sacrifício, fanatismo, abrigo, coações, cobertura dedelito mais grave) – art. 197c) confissão extrajudicial: valor de indício se negada em juízod) espontaneidade: veracidade

e) retratabilidade: caráter relativo (art. 200)f) divisibilidade (art. 200)g) confissão ficta: revelia – não existe no nosso sistema penal 15.3) Delação: afirmação feita por um acusado, ao ser interrogado em juízo ou nadelegacia, confessando a autoria e atribuindo a um terceiro a participação.a) Delação Premiada: não oferta de ação penal ou, na grande maioria, causa dediminuição de pena. Algumas leis exigem resultado específico para a concessãob) Casos legais:- Crimes contra o Sistema Financeiro Nacional (artigo 25, § 2º da Lei 7492/86)- Quadrilha ou bando de crimes Hediondos (artigo 8º, parágrafo único da Lei 8072/90)- Crimes contra a Ordem Tributária e Relações Econômicas (artigo 16 da Lei 8137/90)- Organização Criminosa (artigo 6º da Lei 9034/95)- Extorsão Mediante Sequestro (artigo 159, § 4º do CP, redação da Lei 9269/96)- Crimes de Lavagem de Dinheiro (artigo 4º da Lei 9613/98)- Lei de Proteção de Testemunhas (artigos 13 e 14 da Lei 9807/99)- Lei de Drogas (artigo 41 da Lei 11343/06)

 15.4) Declarações do Ofendido ou vítima : sujeito passivo da infraçãoa) Não presta compromisso legal, tendo direito ao silêncio e não faz parte do númerolegal de testemunhasb) Condução coercitiva e desobediência (201, § 2º)c) Valor probatório: relativo, devendo haver confrontação com as demais provasd) Crimes contra os costumes: vértice das provas (vr. Extraordinário)e) Direitos: local reservado em audiência, ciência de todos os atos relativos à ingresso esaída do acusado da prisão e audiências, preservação da intimidade, encaminhamento a

atendimento multidisciplinar (art. 201, §§) 15.5) Testemunha:a) Conceito: declaração positiva ou negativa da verdade feita ante ao Juiz por uma pessoadistinta dos sujeitos processuais, sobre suas percepções sensoriais a respeito de um fatopassado e dirigida à comprovação da verdadeb) Fundamento: necessidadec) Valor probatório: relativo

d) Características:- Oralidade (art. 204) não podendo proceder à leitura (exceto art. 221, art. 14 da Lei4.898/65), apenas breves consultas a apontamentos

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- Objetividade: não pode fazer apreciações pessoais (art. 213)- Retrospectiva: fatos passados- Obrigatoriedade (art. 206): dever de depor ( Exceções: art. 206/208: - familiares-Todavia, em alguns casos, a relevância do interesse público se sobrepõe às relações defamília; - existência de 1)segredo, 2) ausência de justa causa; 3) possibilidade de dano;

4) conhecimento em razão de função (encargo legal), ministério (estado ou condiçãoindividual de fato, ofício (prestação de serviços manuais) profissão (atividade lucrativa))- juramento (art. 208) - exceção doentes mentais, menores de 4 anos e pessoas referidasno artigo 206 (familiares)- Comparecimento: obrigatório, salvo as referidas nos artigos 220 e 221- Sanções: condução coercitiva e desobediência- Falso testemunho: artigo 342 do CP- Capacidade (art. 202): qualquer pessoa independente de idade c) Classificação:Direta ou ocular: assistiu aos fatosIndireta: ouviu dizerPrópria: depõe sobre os fatos objetos do processoImprópria: fato ou circunstâncias alheiosNumerárias ou Compromissadas: prestam compromissoInformantes: não prestam compromisso 

d) Depoimento: (art. 205)- advertência (artigo 210)-oitiva: perguntas diretas pela partes (art. 212), vedadas perguntas sugestivas- juiz: Sistema acusatório pleno – não pode mais inquirir somente “sobre os pontos nãoesclarecidos, o juiz poderá complementar a inquirição” (212, parágrafo único). e) Contradita e argüição de defeito (art. 214): impugnação por falta de idoneidadef) Intimidação pela presença do Réu (art. 217)g) Número: reclusão, falimentares, funcionário público, honra: 08; detenção e prisão

simples: 05; Lei de Drogas: 05; Contravenção: 03, plenário do Júri: 05i) Oportunidade para arrolar: denúncia e resposta à acusação e defesa preliminar j) testemunha não encontrada: substituição (art. 405, CPP)k) testemunha fora da jurisdição: precatória ou videoconferência (art. 222)l) testemunha fora do país: rogatória, se imprescindível e com custas pela parterequerente (art. 222-A)m) desistência de oitiva: (arts. 209 e 405 do CPP

15.6) Reconhecimento de Pessoas e Coisasa) Conceito: meio de prova formal em que alguém é chamado a verificar e confirmar aidentidade de uma pessoa ou coisa que lhe é apresentada com outra que viu no passado.

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b) Procedimentob.1. Pessoas – art. 226b.2. Coisas – art. 227c) Valor Probatório : mais precária 

15.7) Acareação (art. 229)a) Conceito: colocação cara a cara de duas pessoas que fizeram declaraçõessubstancialmente distintas sobre um mesmo fatob) Procedimento (parágrafo único): reperguntadas para explicar os pontos divergentesc) Valor: quase inútil 15.8) Dos Documentos (231/238)a) Conceito: (art. 232): quaisquer escritos, instrumentos ou papéis, públicos ouparticularesa1. Escritos: tomam corpo no papel em que são escritosa2. Instrumentos: escritos revestidos de forma especial a constituir um ato jurídico, com opropósito de servir de provaa3. Papéis: documento sem propósito inicial de servir de provab) Público: lavrado por oficial público – eficácia: Privado: formado por particulares – eficácia: só em relação às partesc) Momento de apresentação: (art. 231/400) qualquer fase, exceto: 406, par. 2º e 475

d) cartas particulares: art. 233e) juntada ex officio: art. 234 – documento relativo a ponto relevante da acusação oudefesa(produção provocada X espontânea)f) doc. Estrangeiro: art. 236g) autenticidade: arts. 232, 235, parágrafo único e art. 237i) desentranhamento: art. 238 j) Vícios: falsidade material/falsidade ideológicaônus da prova: de quem argüir, se contestação de assinatura cabe à parte que produziu o

documento.Procedimento: autos apartados 

15.9) Indíciosa) Conceito: (art. 239); toda circunstância conhecida e provada, a partir da qual emediante raciocínio lógico, obtém-se a conclusão sobre um outro fato.Indução: particular – geral

Dedução: geral – particularb) valor probatório: relativo 

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 15.10) Busca e Apreensãoa) Conceito: meio de prova acautelatória e coercitiva, destinada a impedir o perecimentode coisas e pessoasb) Legitimidade: “fundadas razões”, com as limitações constitucionais (rol taxativo)

b) Oportunidade:c) Iniciativa: art. 242d) Quem procede: autoridade policial ou judiciale) Quando procede: art. 245 – durante o diaf)Busca domiciliar: v. art. 5º XI da CFg) Busca pessoal: (art. 244) veste e nos objetos levados com as pessoas– fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de objetos ilícitos ou de corpo dedelito- mandado, independe- vexatória- mulher – art. 249, CPP- abuso de autoridade – art. 3º, “a” da Lei 4898 de 65h) mandado judicial: art. 241i) Advogado: art. 243, par. 2º j) Jurisdição alheia: art. 250 

15.11) Períciaa) Conceito: meio de prova que consiste em exame elaborado por pessoas dotadas deformação e conhecimentos técnicos específicos.b) Teorias: Liberatória (art. 182) e Vinculatóriac) corpo delito: cj.de vestígios materiais deixados pelas infrações penais, i.e. materialidaded) exame de corpo delito: auto em que os peritos descrevem suas observações e sedestina a comprovar a existência do delito, indispensável nos crimes que deixamvestígios, pode ser direto (realizado no objeto da causa) ou indireto (não há a análise doobjeto, o exame é feito por outros meios, como elementos circunstâncias e periféricos,

como depoimentos de testemunhas – art. 167), obrigatório nos crime que deixamvestígios (art. 158)e) Peritos (auxiliar da justiça) : art. 159 – basta a assinatura por um perito se oficial oudois peritos não oficiais ou louvados (compromisso), se a perícia for complexa podeindicar mais de um perito (art. 159, § 7º)f) laudo pericial: (art. 160) preâmbulo, exposição, discussão (análise) e conclusão.Resposta aos quesitosg) Determinação: autoridade policial ou judicial

h) Retificação: art. 181 – somente o juizi) Quesitos: (art. 176), podendo ser formulados também pelas partes (159, § 3º) j) Assistente técnico (art. 159, §§ 4º e 5º)

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k) Inquirição de peritos (art. 159, § 5º)l) Perícias específicas Necropsia: 162 (6 horas depois) Exumação: 163/166Exame complementar: 168 Escritos: 174 e Instrumentos do crime: 175 (eficiência)m) Obrigartoriedade: 158, com exceção de desaparecimento dos vestígios (art. 167)Desta forma, quando a infração deixar vestígios, é indispensável o exame de corpo de

delito direito ou indireto, não podendo supri-la a confissão do acusado (CPP 158). Assim,no caso de haver o crime deixado vestígio, a queixa ou denúncia não será recebida senão for instruída com o exame pericial dos objetos que constituam o corpo de delito (CPP525).A ausência do exame de corpo de delito, nos crimes que deixam vestígios, é causa denulidade do processo (CPP art. 564, “b”). Entretanto, há uma exceção, não sendo possívela realização do exame de corpo de delito, por haverem desaparecidos os vestígios, aprova testemunhal poderá suprir-lhe a falta. Essa hipótese denomina-se, então, corpo dedelito indireto. É comum usar-se a expressão "exame de corpo de delito indireto" para ahipótese do art.167, CPP. Contudo, a prova testemunhal supre o exame (perícia)exatamente quando este não pode ser realizado. Logo não há "exame indireto". Há, sim,prova não-pericial do corpo de delito. A mesma expressão, "exame de corpo de delitoindireto, tem sido utilizada, ainda para casos em que, não sendo possível a constataçãodireta dos vestígios pelos peritos, estes, louvando-se em documentos ou outros dados,atestam a sua existência. É o que acontece, por exemplo, quando, desaparecida a vítimade lesão corporal e não tendo sido examinada pelos peritos, estes atestam a ocorrênciade lesões pelo que consta em fichas médicas do hospital que a atendeu. Na verdade,

essa prova não é um exame ou perícia, mas um misto deles, de prova documental etestemunhal. Tem sido aceito, dentro da amplitude do art. 167 e da liberdade deapreciação da prova no juízo penal. 

15.12) Interceptação Telefônica: artigo 5º, XII, CF e Lei 9296 de 1996a) interceptação (feita por terceiro sem conhecimento dos interlocutores), escuta (feita porterceiro com conhecimento de um dos interlocutores) e gravação (feita diretamente por umdos interlocutores)

b) gravação ambiental: artigo 2º, IV da Lei 9034 de 95 (Crime organizado)c ) Pressupostos legais para decretação: arts. 1º e 2º da Lei 9296-96: a) finalidadeprobatória criminal; b) indícios razoáveis de autoria ou participação; c) prova da existênciado crime; d) ultima ratio de prova; e) crime punido com reclusãod) Requisitos legais do pedido: a) forma escrita; b)delimitação do objeto de investigação;c) delimitação do investigado; d) demonstração da necessidade; e)indicação dos meios aserem empregados;e) Decretação judicial

f) Prazo: 15 dias prorrogáveis por mais 15 dias (exceções determinadas pela jurisprudência)g) Prova emprestada a outra área – inadmissível – (Ada e Scarance – admissível)

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h) escuta e gravação entregues pelos próprios interlocutores: STF – licitude (HC 74.678-SP e HC 75.261-MG)i) Descoberta de outras infrações não investigadas:- crimes conexos: validade- crimes não conexos – prova ilegítima - artigo 157, §§ 1º e 3º: Princípio da fonte

independente e Princípio da descoberta inevitável j) gravação ambiental de preso sem conhecimento deste: prova ilícita em face do princípio“nemo tenetur se detegere”, corolário do direito ao silêncio, art. 5º, LXIII, CF – precedentesSTF (HC 69.818-SP e HC 80.949-RJ) 

15.13) Interceptação de correspondência – artigo 5º, XII, CF-Inviolabilidade absoluta, pois o texto constitucional não previu exceção: Mirabete,Tourinho, Antônio Magalhães, Ives Gandra, Rogério Tucci, Paulo Rangel; Celso Bastos-Inviolabilidade relativa, em face do Princípio da Proporcionalidade: Alexandre de Moraes,Antônio Scarance, Nucci, Denílson Feitoza- Correspondência de preso – permissão – P. da Proporcionalidade – STF, HC 70.814-SP 

15.14) Quebra de Sigilo Bancário e Fiscal – (art. 5º, X, CF) doutrina e jurisprudênciadominante que o sigilo não tem caráter absoluto, desde que a quebra seja determinada judicialmente

 15.15) Intervenções Corporais: medidas de investigação que se realizam sobre o corpo dapessoa e sem necessidade de obter seu consentimento, inclusive por meio de coaçãodireta, a fim de descobrir circunstâncias fáticas que sejam de interesse para o processo(Nicolas Gonzales-Cuellar Serrano).- Exemplos: identificação criminal datiloscópica e fotográfica (Lei 10.054 de 2000); buscapessoal (art. 244, CPP); exame grafotécnico (art. 174, CPP), sanidade mental (art. 168,CPP)- Confronto: Princípio da Dignidade da Pessoa Humana (art. 1º, III, CF); Direito à

intimidade (art. 5º, X, CF); direito à integridade física e psíquica (art. 5º, caput, III, XLIX,CF), direito ao silêncio (art. 5º, LXIII, CF)- Princípio Nemo Tenetur se detegere – art. 8º , item 9 do Pacto de São José da CostaRica 

15.16) Infiltração de agentes: procedimento de investigação e formação de provas paraprevenção e repressão de ações praticadas por organizações criminosas

- Previsão legal: art. 2º da Lei 9.034/95(Organização criminosa) e art. 53 da çLei11.343/06 (Lei de Drogas)

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- Autorização Judicial circunstanciada - na Lei de Drogas impõe-se também amanifestação prévia do Ministério Público- Questionamentos éticos: técnica de moral questionável frente aos postulados básicos deum Estado de Direito, posto que se trata da "atuação de agentes policiais ao lado decriminosos, com permissão para praticar condutas que configuram os mesmos delitos que

incumbe ao próprio Estado reprimir"(Raúl Cervini); em que “o próprio suspeito que,actuando em erro sobre a qualidade do funcionário de investigação criminal produz,involuntariamente, a prova da sua própria condenação" (Gonçalves e Valente)- Princípio da Proporcionalidade: Estado no controle da ordem pública