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ISSN 2178-5481 CAMPO CAMPO A revista Campo é editada pela Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás e Senar Goiás Defensivos Técnicas de aplicação e manutenção de maquinários podem evitar prejuízos ao produtor Trigo Falta de remuneração e cereal em queda desanima triticultor Desafios de governar Setor agropecuário conta com o apoio dos parlamentares goianos na busca pelo desenvolvimento da atividade www.faeg.com.br www.senargo.org.br Demanda pela carne cresce e ovinocultores de Goiás vislumbram novos mercados Ovinos 9912263550 - DR/GO ganham espaço no Cerrado Ano XII nº 188, Goiás, fevereiro/2011

2011 02 fevereiro

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CAMPO | 1 | AGOSTO/2010

ISSN

217

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CAMPOCAMPOA revista Campo é editada pela Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás e Senar Goiás

DefensivosTécnicas de aplicação e manutenção demaquinários podem evitarprejuízos ao produtor

TrigoFalta de remuneração e cereal em queda desanima triticultor

Desafios de governarSetor agropecuário conta com o apoio dos parlamentaresgoianos na busca pelo desenvolvimento da atividade

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Demanda pelacarne cresce e ovinocultores deGoiás vislumbramnovos mercados

Ovinos

9912263550 - DR/GO

ganham espaço noCerrado

Ano XII nº 188, Goiás, fevereiro/2011

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CAMPOA revista Campo é uma publicação da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e Serviço

Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR Goiás), produzida pela Gerência de Comunicação Integrada doSistema FAEG/SENAR, com distribuição gratuita aos seus associados.Os artigos assinados são de

responsabilidade de seus autores.

FAEG - SENARRua 87 nº 662, Setor Sul CEP: 74.093-300

Goiânia - Goiás

Fone: (62) 3096-2200 Fax: (62) 3096-2222Site:www.faeg.com.br

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Para receber a Campo envie o endereço deentrega para o e-mail:

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Para falar com a redação ligue: (62) 3096-2208 - (62) 3096-2248.

Conselho editorial:Bartolomeu Braz Pereira; Claudinei Rigonatto;

Eurípedes Bassamurfo e Francila Calica Editor: Francila Calica (01996/GO)

Reportagem:Alessandra Goiaz (GO 01772 JP); Karine Rodrigues (01585/GO)

Fotografia: Carlos Costa (GO 00014 RF); JoãoFaria (157 V) e André Costa

Revisão: Cleiber Di Ribeiro (2227/GO)Diagramação: Fábio Salazar (722/04/GO)

Impressão:Gráfica Talento Tiragem: 12.500

Comercial: Sandro Cardeal; Meire Almeida (62) 3096-2200 | (62) 3096-2226 | (62) 3096-

2220 | [email protected]

DIRETORIA FAEGPresidente: José Mário Schreiner

Vice-presidentes:Mozart Carvalho de Assis; JoséManoel Caixeta Haun. Diretores-Secretários:

Bartolomeu Braz Pereira, Estrogildo Ferreira dos Anjos.Diretores-Tesoureiros: Eurípedes Bassamurfo da

Costa, Nelcy Palhares. Suplentes:Wanderley Rodriguesde Siqueira, Flávio Faedo, Daniel Klüppel Carrara, JustinoFelício Perius, Antônio Anselmo de Freitas, Arthur BarrosFilhos, Osvaldo Moreira Guimarães. Conselho Fiscal:Rômulo Pereira da Costa, Vilmar Rodrigues da Rocha,Antônio Roque da Silva Prates Filho, César Savini Neto,

Leonardo Ribeiro. Suplentes: Arno Bruno Weis, Pedro daConceição Gontijo Santos, Margareth Alves Irineu Luciano,

Wagner Marchesi, Jânio Erasmo Vicente. Delegadosrepresentantes: Alécio Maróstica, Dirceu Cortez.Suplentes: Lauro Sampaio Xavier de Oliveira, Walter

Vieira de Rezende.

CONSELHO ADMINISTRATIVO SENARPresidente: José Mário Schreiner

Titulares:Daniel Klüppel Carrara, Elias D’Ângelo Borges, OsvaldoMoreira Guimarães, Tiago Freitas de Mendonça. Suplentes:

Bartolomeu Braz Pereira, Silvano José da Silva, Alair Luiz dos Santos,Elias Mourão Junior, Joaquim Saêta Filho. Conselho Fiscal: Maria

das Graças Borges Silva, Edmar Duarte Vilela, Sandra Pereira Faria doCarmo. Suplentes:Henrique Marques de Almeida, Wanessa ParreiraCarvalho Serafim, Antônio Borges Moreira. Conselho Consultivo:

Bairon Pereira Araújo, Maria José Del Peloso, Welton José Luiz deOliveira, Luiz Becker Karst, Sônia Maria Domingos Fernandes.

Suplentes: Theldo Emrich, Carlos Magri Ferreira, Valdivino Vieira daSilva, Carlos Eduardo da Silva Lima, Glauce Mônica Vilela Souza.

Superintendente: Marcelo Martins

José Mário Schreiner | Presidente do sistema Faeg/senar

PALAVRA DO PRESIDENTE

Capacidade de se reinventar

Você pode acessar a revista CAMPO pela internet.Basta clicar no site www.faeg.com.br. As ediçõesanteriores também estão disponíveis no site

ALEX

ANDR

E CE

RQUE

IRA

Acostumado a enfrentar obstáculos, o produtor rural tem uma grande capacidade de se reinventar e buscar

alternativas de produção. Prova disso, é o crescimento da ovinocultura. A procura interna pela carne de cordeiro

está favorável, o que tem influenciado diretamente os valores do produto. Consequentemente, o ovinocultor,

vislumbrando um crescimento no segmento, tem investido em tecnologia e genética.

Mas por ser uma cultura pouco disseminada, o produtor ainda enfrenta grandes gargalos como a falta de

tecnologia, de frigoríficos especializados e de mão de obra qualificada. Assim como ocorre em outros segmentos

agropecuários, a ovinocultura ainda sofre com a falta de crédito e de incentivo. Cresce por puro mérito e nenhum

auxílio.

Fato não exclusivo a uma única atividade. A falta de política agrícola eficiente e seguro de renda adequado,

deficiências em infraestrutura e logísticas, entre outros entraves, apenas têm impedido que setor se desenvolva

adequadamente. É importante que representantes políticos recém-empossados percebam

e entendam que o setor agropecuário, tão importante para a economia do Estado de

Goiás, precisa de apoio para continuar a se desenvolver.

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PAINELCENTRAL

Agropecuária goiana espera apoio dos parlamentares visando o desenvolvimento do setor PÁGINA 20

Ovelhas Santa Inês da fazendaCabanha MC, no município deItaberaí. Foto:•João Faria

DESAFIOS DEGOVERNAR

JOÃO

FAR

IA

PROSA

Marconi Perillo falasobre o novo governo eas propostas para osetor agropecuário PÁGINA 8

PÁGINA 31

Ovinocultura ganha mercadoMercado da carne de ovino acelera com a redução da importação

do Uruguai e com o aumento da demanda

TrigoTriticultores reclamam de

pouca remuneração e mercadobrasileiro é abastecido com

produto importado

PÁGINA 24

MERCADO E PRODUTO

Após colheita da soja,inicia planejamentopara produção domilho segunda safra PÁGINA 10

Page 5: 2011 02 fevereiro

Agricultura orgânica ganha espaço em Goiás PÁGINA 42

AGENDA RURAL .6

FIQUE SABENDO .7

CARTÃO PRODUTOR .11

CURSOS E TREINAMENTOS .40

CASO DE SUCESSO

Produtor de Itaberaíexplica como lucrarcom a produção do maracujá

DELÍCIAS DO CAMPO

Receita une os sabores do lombo suíno com a cerveja preta

CRISTIANO SILVEIRA

CAMPOABERTO

PÁGINA 38 PÁGINA 37

Manutenção de maquinários e uso correto dos agroquímicos reduzem desperdícios e potencializa eficácia da aplicação

Aplicação de defensivo

CARL

OS COS

TA

PÁGINA 34

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> COMO PARTICIPAR:Aos interessados em participar dos eventos, recomendamosconfirmar as informações com os organizadores.

AGENDARURAL

Fevereiro7 a 10 Encontro FormaçãoContinuada de Educadores -Turma 3. Goiânia, Augustus Hotel,às 8 horas.

8Lançamento do CongressoInternacional da Carne –Goiânia, sede do SistemaFaeg/Senar, às 14 horas.

8Reunião da Comissão Nacionaldo Meio Ambiente. Brasília, sededa CNA, às 10 horas.

9Reunião Ordinária daComissão Nacional da PequenaPropriedade – Brasília, sede daCNA, às 9h30.

10Campo em Ordem – LegislaçãoAmbiental– Varjão, no Auditórioda Cooperativa Mista Agropastoril,às 17 horas.

11Campo em Ordem - EducaçãoSanitária. Rio Verde, no Sindicato Rural do município, às 14 horas.

19CNA/FAEG em Campo. Jussara, às 8h.

19CNA/FAEG em Campo. Posse, às13h.

19CNA/FAEG em Campo.Porangatu, às17h.

20Lançamento do ProgramaÚtero é Vida. Tatersal do Parque deExposição de Mineiros, às 9 horas.

21 a 24Encontro de FormaçãoContinuada de Educadores - Turma 4.Goiânia, Augustus Hotel, às 8 horas.

23Campo em Ordem –Legislação Ambiental. Rio Verde, na sede do Sindicato Rural do município, às 14 horas.

24Reunião da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas. Brasília, sede da CNA, às 8 horas.

26Posse da nova diretoria do Sindicato Rural de Jataí.

FERN

ANDO

LEITE

SEG TER QUA QUI SEX SAB DOM

01 02 03 04 05 06

07 08 09 10 11 12 13

14 15 16 17 18 19 20

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28

17CNA/FAEG em Campo.Anápolis,às 19h.

18CNA/FAEG em Campo.Goiatuba, às 8h.

18CNA/FAEG em Campo.Caiapônia, às 13h.

18CNA/FAEG em Campo. Rio Verde, às 17h.

CAMPO | 6 | FEVEREIRO/2011

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Pesquisadores da Embrapa Transferência deTecnologia e da Embrapa Arroz e Feijão sereuniram em Cristalina para avaliar duascultivares de feijão do grupo comercial “Carioca”(BRS Cometa e BRS Estilo) e uma do tipo “Preto”(BRS Esplendor). As cultivares avaliadas foramplantadas em 11 de novembro de 2010 eestavam no melhor momento para avaliação deseu potencial produtivo. Além das cultivares játestadas, foram divulgadas na ocasião outrascinco linhagens, ainda em fase de pré-lançamento: uma do tipo “Preto”, três do tipo“Carioca” e outra do tipo “Rajado”. Durante oevento, os pesquisadores da Embrapa proferirampalestras explicativas para os técnicos dasempresas que prestam apoio aos produtores. Olançamento ocorreu no dia 20 de janeiro, na sededa Cooperativa Agrícola Serra dos Cristais(Coacris), em Cristalina, entidade parceira daEmbrapa no cultivo dessas variáveis de feijão.

No final de cada ano, o Fundo deDesenvolvimento da Pecuária do Estado de Goiás(Fundepec) realiza um evento de confraternizaçãoentre as entidades que compõem o fundo eparceiros. Este encontro rende tambémhomenagens a três personalidades que foram

destaque durante o ano. Em 2010 foi realizado umjantar no dia 17 de dezembro, com a participaçãodos representantes das principais entidades doagronegócio goiano. A homenagem concedida pelopresidente do Fundepec, Antônio Flávio Camilo deLima, foi para o deputado federal, Leandro Vilela,que representou o segmento político; para oempresário Márcio Teixeira Botelho, que representouo segmento industrial; e para o produtor GeraldoMarquez de Macedo, mais conhecido como Ladoca,representante do setor agropecuário (foto).

Novas variedades de feijão

Noite de homenagens

FIQUESABENDO

Está disponível no endereçoeletrônico da Confederação daAgricultura e Pecuária do Brasil

(CNA) e no site da Federação daAgricultura e Pecuária de Goiás

(Faeg), o manual para opagamento de contribuição sindicalrural 2011. A publicação produzidapela equipe da CNA ,traz todas asinformações para que o produtorrural - pessoa física e ou jurídica -necessita para o pagamento da

contribuição anual. O sistemasindical rural é suprido por duas

fontes de recursos queproporcionam as necessárias

condições para atuar em nome dosprodutores rurais, defendendo seusinteresses e reivindicações. A maisexpressiva delas é a contribuição

sindical compulsória, cobradadiretamente pelo sistema por

intermédio da CNA, comoestabelece a Consolidação das Leisdo Trabalho (CLT). A segunda forma

de contribuição são asmensalidades espontâneas dosassociados aos sindicatos rurais.

Além das informações sobre acontribuição, o manual apresenta

todos os programas realizados comos recursos da contribuição e quais

os resultados obtidos em 2010.

Onde adquirir: Site da CNA e(www.canaldoprodutor. com.br) e

da Faeg (www.faeg.com.br)

ARMAZÉM

REGISTRO

PESQUISA

Manual da ContribuiçãoSindical Rural 2011

Edição: CNA

DIVU

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ROZ E FEIJÃO

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CAMPO | 8 | FEVEREIRO/2011

PROSARURAL

Marconi PerilloGovernador do Estado de Goiás

Como o senhor pretende tratar osserviços e as entidades públicasgoianas de assistência técnica,extensão rural e pesquisa agrope-cuária?

As entidades públicas ligadas ao setoragropecuário, de assistência ou pes-quisa, necessitam de uma reformulaçãono que se refere ao quadro de funcioná-rios, estrutura física e, principalmente, de

um planejamento para suas ações, sejamde defesa animal e vegetal, sejam emoferta de programas com caráter a apri-morar a produção de nosso Estado.Precisamos neste momento de um voto

“Vamos buscar um denominador comum”

Buscar investimento na produtividade agrícola para que a produção de alimentos seja garantida e também a continuidade dasgerações com a preservação ambiental. Essa é uma das grandes preocupações do governador Marconi Perillo para a administração

estadual que teve início no dia 1º de janeiro. Em entrevista à Campo, o governador afirma que as propostas apresentadas pelasentidades organizadas do setor agropecuário são válidas e serão readequadas para se chegar a um denominador comum, visando

o prosseguimento da atividade e o desenvolvimento de Goiás. Marconi fala ainda sobre assistência técnica, extensão rural,pesquisa agropecuária, capacitação da mão de obra rural, seguro rural e manutenção da malha rodoviária.

MARIZA SANTANAespecial para a revista Campo / [email protected]

LEOIRAN/FOTOSHOWS

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CAMPO | 9 | FEVEREIRO/2011

A proposta é arrumar a malha viáriagoiana, tanto os trechos asfaltadosquanto os não asfaltados. Este é um tra-balho que terá de ser realizado em todosos anos deste governo, com recursospróprios, recursos federais e também, sefor o caso, de parcerias privadas.

Falar em agropecuária é falar obriga-toriamente em meio ambiente, poissão temas que caminham juntos.Como as questões da produção dealimentos e o meio ambiente serãotratados no governo Marconi?

Este governo tem um compromisso fir-mado com a preservação ambiental.Entendemos ser perfeitamente possívelproduzir preservando o meio ambiente.Esta preocupação já foi repassada, tantoà Secretaria de Agricultura quanto à doMeio Ambiente. Vamos buscar investi-mento na produtividade para que estaprodução seja garantida e também paragarantir a continuidade das geraçõescom a preservação ambiental. Goiás éum dos poucos Estados que ainda temuma massa vegetal nativa em grandequantidade. Estamos empenhados emcontinuar com esta classificação, semdeixar de atingir índices maiores de pro-dutividade.

Seu governo abriu um canal de diá-logo muito produtivo com as enti-dades organizadas do setor. Como ascontribuições dadas pela Faeg pode-rão auxiliar na construção de políti-cas ao segmento?

As contribuições fornecidas pelo setor pri-vado sempre são válidas, uma vez queretratam a situação do campo. Destaforma, faremos as adequações tanto nassugestões quanto nas ações do governopara chegarmos a um denominadorcomum no que se refere a garantir a conti-nuidade da atividade agropecuária e tam-bém a continuidade do desenvolvimentodo Estado de Goiás. É nosso interesse,nosso dever enquanto governante desteEstado, buscar esta integração para garan-tir qualidade de vida ao povo goiano.

‘‘

‘‘A capacitação dotrabalhador ruralsempre foi umapreocupação esabemos que aaplicação detecnologia na

atividade rural exigeuma qualificação

ainda maior

duzir. Qual será a contribuição dogoverno de Goiás nas políticas deseguro rural ao produtor goiano?

Em um trabalho denominadoDocumento Goiás foi apresentada pelaFederação da Agricultura e Pecuária deGoiás (Faeg) proposta de um segurorural em nível de Estado, a qual estamosestudando. Ela é importante e necessá-ria. Porém, na atual conjuntura econô-mica que o governo passa, deve ser clas-sificada como uma proposta de médioprazo. Não faremos um governo irres-ponsável, de promessas não cumpridas.

Os temas infraestrutura e logísticafrequentemente surgem nas discus-sões sobre custo de produção. Amalha rodoviária estadual sofre umprocesso intenso de degradação.Quais são as propostas e ações parasolucionar o problema?

de confiança para que a Casa seja orga-nizada e as metas sejam traçadas emparceria com a iniciativa privada. Assimrealizaremos um trabalho sério, respon-sável e empenhado.

De que forma será possível garantirrecursos para que esses serviços eentidades realmente tenham condi-ções de atender o produtor que delesnecessita?

O Tesouro Estadual dispõe de verbas quenão são suficientes, e iremos buscar estacomplementação junto ao governo fede-ral, nos Ministérios do DesenvolvimentoAgrário (MDA), da Agricultura, Pecuáriae Abastecimento (Mapa), do MeioAmbiente (MMA), dentre outros, e tam-bém junto às entidades privadas, pormeio das parcerias que já estamos ini-ciando.

O agronegócio é inegavelmente umeixo de desenvolvimento de Goiás.Como esse potencial será aprovei-tado em seu governo?

Incentivando ainda mais a produçãoagropecuária e dando suporte para estaprodução, por meio de incentivos diretosà área produtiva e, principalmente, aossetores ligados a esta área produtiva.

Goiás caminha para a iminência deum “apagão” de mão de obra rural.Como o governo contornará essarealidade?

A capacitação do trabalhador rural sem-pre foi uma preocupação que tivemos noprimeiro governo e sabemos que a apli-cação de tecnologia na atividade ruralexige uma qualificação ainda maior. Daía importância de programas ligados àacademia para qualificar a mão de obra.Também são necessárias, neste aspecto,algumas parcerias para treinamentodaquele que está na linha de frente daprodução agropecuária goiana.

Muito se discute a respeito da neces-sidade de o produtor rural ter segu-rança de renda para continuar a pro-

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CAMPO | 10 | FEVEREIRO/2011

LEONARDO [email protected]

MERCADO E PRODUTO

Milho: Especulações no mercadoCom o início da colheita da soja nas principais

regiões produtoras do Estado, começa também o plane-jamento e posterior plantio do milho segunda safra.Após um ano bastante movimentado na cadeia produ-tiva do cereal, tanto no que tange a oferta como ademanda, 2011 inicia com uma grande incógnita paraeste sistema agroindustrial, o que dá margem para asespeculações, principalmente em relação aos preços.Estas especulações trazem grandes dúvidas em relaçãoà comercialização da safra verão e à comercializaçãoantecipada da safrinha. Sendo assim, é necessário quese faça uma análise dos principais fundamentos destemercado para buscar uma decisão em relação à nego-ciação da produção.

Em 2010, o comportamento dos preços do milho foisemelhante ao ano de 2007, fato causado, principalmente,pelo aumento nas exportações brasileiras que ultrapassaram10 milhões de toneladas nos dois anos. Diante desta obser-vação, fica claro que altos montantes de vendas para fora doPaís favorecem os preços do milho no mercado interno.Porém, diferentemente de outros produtos, o milho possuigrande dificuldade para ser exportado, devido ao baixo valore ao alto custo logístico, o chamado “custo Brasil”. Para queocorram exportações deste cereal, é necessário que os pre-ços aumentem no mercado internacional ou o dólar se valo-rize frente o real.

Os altos preços internacionais tem proporcionado umasafra 2010/2011 com altos valores de exportações e possi-velmente a manutenção na tendência de crescimento. Aoferta e a demanda mundial de milho vem sendo marcadapor um aumento no consumo interno, principalmente nospaíses que possuem maior interesse no grão. Na China,devido suas altas taxas de crescimento, o consumo interno

cresceu em 6,57% entre a safra 2008/2009 e safra2010/2011. Da mesma forma, nos EUA, o aumento cres-cente do uso do milho para a produção de etanol registrouuma alta no consumo interno, no mesmo período, de12,47%, de acordo com os dados do Departamento deAgricultura dos EUA (USDA, sigla em inglês).

Todo este consumo não é acompanhado de umaumento da produção, já que esta permaneceu estável, oque reduziu bruscamente os estoques mundiais. É este fatoque vem pressionando os preços internacionais, principal-mente nos EUA, onde os estoques finais da safra2010/2011 são um dos menores já registrados.

Em 2011, tais fundamentos não devem ser diferentes, jáque a manutenção do subsídio aos produtores de etanol nosEUA (US$ 0,13/l) e o aumento do percentual do álcool com-bustível de 10% a 15% na gasolina americana deveminfluenciar o consumo de milho no país norte-americano.Mesmo que ocorra um aumento da área plantada de milhono meio-oeste americano, o próximo aumento na produçãodeste cereal não deve trazer um estoque final confortável, oque possivelmente deve manter os preços firmes no mer-cado internacional.

No Brasil, esta alta ainda pode ser potencializada pelaredução na produção do milho primeira safra e pela escassezatual deste produto no mercado interno. De acordo com aConab, a produção nacional deve ser 7,5% menor que nasafra passada. Neste sentido, o início da colheita poderá cau-sar redução dos preços nos patamares atuais, porém, se osfundamentos de mercado se confirmarem e as exportaçõescontinuarem firmes, reduções bruscas dificilmente ocorrerão.

Os altos preçosinternacionaistêmproporcionadouma safra2010/2011 com altosvalores deexportações epossivelmente a manutenção na tendência de alta.

Antônio Pereira

*Leonardo Machado é engenheiro agrônomo e assessor técnico da Faeg para a área de cereais, fibras e oleaginosas.

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CAMPO | 11 | FEVEREIRO/2011

> COMO PARTICIPAR:Informações sobre como ser um beneficiário do Cartão Produtorpodem ser obtidas no site: www.cartaoprodutor.com.br, na sede doSindicato Rural mais próximo ou pelo telefone: (62) 3096-2200.

Mais vantagens com oCartão Produtor

A coluna Cartão Produtor de fevereiro oferece aos beneficiáriosum mix de estabelecimentos comerciais que oferecem maiores

descontos e comodidade aos produtores rurais.

CASTELO PLAZA HOTEL O Castelo Plaza Hotel, em Goiânia, oferece aosbeneficiários do Cartão Produtor descontos especiais. O hotel fica na Avenida CasteloBranco, nº 1713, Setor Coimbra.Mais informações pelo telefone(62) 3226-4400 ou pelo [email protected].

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POSTO SANTA MARIAO Posto Santa Maria, em Ipameri,oferece 2% de desconto na comprade combustíveis e 5% para outrosprodutos e serviços. Oestabelecimento fica na IntendenteJosé Vaz, nº 42, Centro. Informaçõespelo telefone (64) 3491-1590.

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Page 12: 2011 02 fevereiro

PLANOS E PROJETOS

Novos rumosao setor

O ano de 2011 começou com novas expecta-tivas para a agropecuária goiana, que terárepresentantes nas principais pastas dogoverno, secretariados estaduais e presidên-cias de instituições. As indicações demons-tram que o trabalho realizado junto aosprodutores durante todo o ano de 2010está no rumo certo. Faz parte do quadroexecutivo do atual governo estadual, osecretário de Agricultura, Pecuária eIrrigação de Goiás, Antônio Flávio Camilode Lima; o secretário de Meio Ambiente eRecursos Hídricos, Leonardo Vilela; o presidenteda Agência Goiana de Defesa Sanitária(Agrodefesa), Antenor Nogueira; e o presidenteda Emater, Luiz Humberto Guimarães.

A união e o fortalecimento da categoria tive-ram início com os encontros regionais denomi-nados “O que esperamos do próximo governa-dor”. Momento em que produtores e liderançasdo meio agropecuário apontaram seus principaisproblemas e as possíveis soluções que poderãoser aplicadas pelo governador Marconi Perillo,que na época, ainda candidato, se comprometeua fazer se fosse eleito. As promessas começarama ser cumpridas antes mesmo da gestão ser ini-

Representantes da agropecuária são escolhidos paraadministrar pastas no governoestadual

KARINE [email protected]

CONHEÇA QUEM SÃO OS NOVOS LÍDERES GOIANOS DO SEGMENTO AGROPECUÁRIO E DO MEIO AMBIENTE

ANTÔNIO FLÁVIO CAMILO DE LIMAé engenheiro agrônomo e ex-superintendente do Serviço Nacional deAprendizagem Rural em Goiás (Senar),entidade de profissionalização ecapacitação de mão de obra rural doSistema Faeg/Senar. Ele também épecuarista de corte nos municípios deSenador Canedo e Palmeiras de Goiás epresidente do Fundo de Desenvolvimentoda Agropecuária do Estado de Goiás(Fundepec). O novo secretário deAgricultura segue os caminhos do pai,Antônio Flávio Lima, que foi presidente daFederação da Agricultura e Pecuária deGoiás (Faeg), entre 1978 e 1979 etambém esteve à frente da Secretaria deAgricultura do Estado.

ANTENOR NOGUEIRA é economista por formação e atualmenteassumiu a presidência da Agrodefesa. Éreferência internacional na área depecuária de corte. Atualmente, além depresidir o Fórum Nacional Permanente dePecuária de Corte da Confederação daAgricultura e Pecuária do Brasil (CNA) émembro diretor da AssociaçãoInternacional da Carne (InternationalMeat Association - IMS). Foi vice-presidente da Faeg de 1992 a 1998 , émembro da Comissão de Pecuária deCorte da entidade. Possui um extensocurrículo como presidente e membro dediretorias de importantes entidadesligadas à área de pecuária de corte noBrasil, a exemplo da Associação Brasileirade Criadores de Zebu (ABCZ).

CAMPO | 12 | FEVEREIRO/2011

Antenor NogueiraPresidente da Agrodefesa

l Reorganização do órgão. l Criação de uma nova diretoria, queincluiu a diretoria de fiscalização. l O controle eficaz de fronteiras e dosprodutos de origem animal e vegetal. l Criação de um selo de qualidade dosprodutos de origem goiana. l Informatização de 100% da Agrodefesa.l Criação do cartão magnético do produtorpara emissão de GTA.l Construção de uma nova sede. l Formação de PPP’s.l Diminuição da vacinação em Goiás.l Execução do programa Marco Zero.

Antônio Flávio Camilo de LimaSecretário da Agricultura e Pecuária de Goiás

l Reestruturação de gerência esuperintendências. lAperfeiçoar a comunicação entregerências e superintendências.lA secretaria passará a ser geradora deinformações.l Priorizar a realização de programas deabrangência nacional.lAumentar o número de grandes convêniocom MDA e INCRA. l Formação de PPP’s.l Realização de trabalho em conjunto comentidades ligadas à agropecuária.

CARL

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ciada, com indicação para as principais pastasdo setor.

De acordo com o presidente do SistemaFaeg/Senar, José Mário Schreiner, essa forte par-ticipação de autoridades ligadas ao setor agro-pecuário e ao Sistema Faeg/Senar na composi-ção do secretariado do governo eleito se devehá um eficiente canal de diálogo que foiconstruído durante as eleições e o período detransição. Ele explica que por meses a Federaçãoda Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) seempenhou em levar aos candidatos ao governodo Estado as expectativas do setor agropecuárioquanto à nova gestão.

Schreiner ressalta que o trabalho de mobili-zação política realizado pela Faeg foi além, comresultados nos Legislativos nacional e estadual."Nós também conseguimos eleger 14 deputa-dos estaduais e 10 deputados federais, quereconhecem, respeitam e se comprometeramcom o setor rural", comemora. O presidente daFaeg diz que a entidade irá acompanhar os pas-sos do governador e dos parlamentares eleitos."Nós nos colocamos à disposição dessas autori-dades para estudos que ajudem a elaborar polí-ticas de desenvolvimento à agropecuária", ofe-rece. Ele adianta que, paralelo a esse acompan-hamento, será realizado trabalho semelhantepara o pleito às prefeituras municipais que ocor-rerá em dois anos.

TrabalhoOs secretários estaduais e presidentes da

Agrodefesa e Emater foram unânimes ao dizerque de início, o principal trabalho será a reorgani-zação das instituições que comandam com o pro-pósito de tirar os excessos e aperfeiçoar os proces-sos. Além disso, cada um, à sua maneira, quer tra-balhar em parceria junto às entidades ligadas aosegmento agropecuário e meio ambiente de modoque o atendimento às demandas do setor se tornemais amplo e abrangente, sem esquecer da finali-dade e da competência de cada órgão.

Todos têm no currículo a realização do tra-balho no segmento agropecuário e perfil deadministradores, com qualidades reconhecidasinternacionalmente como é o caso de AntenorNogueira. Leonardo Vilela é deputado federalpela terceira vez e tem experiência no âmbitolegislativo. Antônio Flávio Camilo de Lima foisuperintendente do Serviço Nacional deAprendizagem Rural em Goiás (Senar) por maisde 15 anos e Luiz Humberto foi presidente daSociedade Goiana de Pecuária e Agricultura(SGPA) por dois anos.

CONHEÇA QUEM SÃO OS NOVOS LÍDERES GOIANOS DO SEGMENTO AGROPECUÁRIO E DO MEIO AMBIENTE

LEONARDO VILELA é deputado federal pelo PSDB. É médico deformação, foi suplente da diretoria da Faegdurante o triênio 1991/1994 e vice-presidente da entidade de 1995 a 1998 e de1998 a 2001. Produtor rural no município deMineiros, Vilela foi secretário de Agricultura ede Infraestrutura em mandatos anteriores dogovernador Marconi Perillo. No período emque foi professor universitário na FundaçãoIntegrada Municipal de Ensino Superior(FIMES), em Mineiros, ministrou as disciplinasBiologia Educacional e Ecologia. Adquiriuexperiência na área de meio ambiente ao serum dos fundadores e presidente da ONGEmas, a primeira organização não-governamental na área ambiental de Goiás.

LUIZ HUMBERTO GUIMARÃESé administrador de empresas porformação, é pecuarista de gado decorte em Nova Crixás, criador decavalos e produtor de grãos. Foipresidente da SGPA por doismandatos e é membro do Conselhodo Fundepec.

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Leonardo VilelaSecretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos

l Formação de um grupo de trabalho paralevantar as principais necessidades do setore estudar propostas de modelos deprodução sustentável.lTrabalhar para garantir a sustentabilidadeambiental e a renda da família rural.l Priorizar a educação ambiental. l Primar pelo cumprimento da legislação. lAumentar a proximidade da Semarh como poder legislativo estadual e federal.lTrabalhar em cima de propostas de modelos sustentáveiscom base científica.

Luiz Humberto GuimarãesPresidente da Emater

l Priorizar o atendimento dos agricultores familiares. l Prioridade nos atendimentos no interiordo Estado.l Descentralização do sistema de trabalho. l Fomento de parcerias.lAumento no quadro de funcionários.

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AÇÃO SINDICAL

CAÇÚ E SILVÂNIA

Encerramento de curso Nos dias 15 e 16 de dezembro

foram realizadas as solenidade deencerramento da primeira turma doPrograma Empreendedor Rural (PER),da Fase 1 de Caçú. No primeiro diaforam entregues os certificados, coma presença do presidente do SindicatoRural do município, Lázaro de FreitasPinto. No segundo dia foi ministradauma palestra técnica. Em Silvânia, oencerramento das atividades do PER ea entrega de certificados ocorreu noCentro de Formação da AgriculturaFamiliar Padre Leandro Caliman, nodia 13 de janeiro de 2011.Participaram das turmas da fase I e IIdo PER, 42 pessoas que receberam oscertificados das mãos do presidentedo Sindicato Rural, Vonaldo Antôniode Morais, de diretores da entidade edo consultor do Sistema Faeg/Senar,Arthur Toledo.

GOIÂNIA

Prêmio Destaque SindicalFoi finalizada em janeiro, a avaliação dos 20 Sindicatos Rurais inscritos na segunda edição

Prêmio Destaque Sindical 2011, que é referente aos trabalhos realizados no ano de 2010. Osprêmios das 10 categorias e o destaque sindical serão entregues durante o CongressoSindical que será realizado nos dias 24 e 25 de março, no Oliveira’s Place, em Goiânia.

EMPREENDEDORISMO

Encontro de participantes do PER

São esperadas 300 pessoas no primeiroEncontro de Participantes do ProgramaEmpreendedor Rural (PER), que será realizado dia2 de março, na sede do Sistema Faeg/Senar, emGoiânia. O evento tem por objetivo mostrar, pormeio dos casos de sucesso, os resultados dos PERe do PER Sindical realizados em Goiás ereconhecer o esforço dos participantes através depremiação dos melhores trabalhos. Também serãoproferidas palestras motivacionais e técnicasdurante a programação do evento.

FORMOSA

Leilão de gado de corteO Sindicato Rural de Formosa realizou no dia 27 de

janeiro mais um leilão de corte no parque agropecuárioda cidade. Foram ofertados 700 animais para cria,recria e engorda. A organização e a realização deleilões se transformaram em uma tradição no sindicatoque os promovem com frequência. Mais informaçõessobre os leilões podem ser obtidas pelos telefones (61)9982-2679 / (61) 9978-4866 e (61) 3642-2215.(Colaborou: Cida Spolti)

MARCUS VINICIUS

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BELA VISTA

Ciclo de palestras do PER O Sindicato Rural de Bela Vista, Senar, Sebrae e

a Cooperbelgo promoveram no dia 10 dedezembro um ciclo de palestras sobre o ProgramaEmpreendedor Rural (PER). A primeira palestra foicom o tema “Formação, Manejo e Custo deProdução” e uma palestra motivacional. Naocasião, os produtores receberam um exemplar dodiagnóstico da Cadeia de Leite em Goiás e foramentregues os certificados para as cinco turmas deprodutores e trabalhadores rurais que concluíram oprograma. O presidente do sindicato, Wanderley deSiqueira (foto), foi um dos que entregou ocertificado aos participantes.

POSSES E ELEIÇÕESDIVU

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Itarumã A nova diretoria do Sindicato Rural deItarumã foi empossada em uma grande festarealizada no dia 15 de janeiro. O eventoocorreu no Clube Recreativo do município ereuniu cerca de 280 pessoas entreprodutores, familiares, convidados e oprefeito da cidade, Wilmar Bento Severino. Opresidente, Elson Freitas, vai administrar osindicato no triênio 2011/2014 com o apoiodo vice-presidente, Luiz José Machado, dodiretor-tesoureiro, Edilberto Perez Vilela, e dadiretora-secretária, Mara Silva Rodrigues deFreitas.

Piracanjuba Ricardo Iwasse e a nova diretoria doSindicato Rural de Piracanjuba foramempossados no dia 26 de janeiro. Asolenidade foi realizada na sede da entidade.Este é o segundo mandato de Iwasse, queadministrará o sindicato no triênio2011/2014, em conjunto com a vice-presidente, Tânia Regina Firmino, com odiretor-secretário, Nelson Barbosa, e com odiretor-tesoureiro, Nicanor Peixoto.

SerranópolisO produtor Edivan de Oliveira Lima assumiu nodia 26 de janeiro a presidência do SindicatoRural de Serranópolis. A solenidade ocorreu nasede do sindicato com a presença deautoridades locais e produtores rurais. Esseserá o segundo mandato de Edivan, queadministrará o sindicato no triênio 2011/2014,com apoio do vice-presidente, José Alves deCarvalho Neto, do diretor-tesoureiro,Delermano Virginio Moreira, e a diretora-secretária, Idelma Franco de Carvalho.

Corumbaíba A solenidade de posse da nova diretoria doSindicato Rural de Corumbaíba foi realizadadia 14 de janeiro na sede do sindicato. O presidente Carlos da Silva Carneiro, queinicia seu segundo mandato, realizou asolenidade na sede do sindicato. Junto a eleestavam o diretor-secretário, Maurício BritoDamasceno, e o diretor-tesoureiro, CarlosJosé de Oliveira. A nova diretoria vaiadministrar o sindicato no triênio 2011/2014.

CAÇÚ – O presidente do Sindicato Rural deCaçú, Lázaro de Freitas Pinto, e a diretoria eleitaforam empossados no dia 13 de janeiro emcerimônia solene e festiva. O evento ocorreu noParque de Exposições Leonides DoloresMachado, em Caçú. Aproximadamente 150pessoas participaram do da solenidade. Lázarode Freitas vai comandar o Sindicato durante otriênio 2011/2014 e contará com o vice-presidente, Suelei Freitas da Silva, e com odiretor-tesoureiro, Adelmo Barbosa de Freitas.Na foto, o presidente do Sindicato de Caçú,Lázaro de Freitas Pinto está de camisa branca.

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O Programa Campo Saúde, em seu terceiro ano de existência,não teve limite em 2010. Ele alcançou 23 municípios goianos e rea-lizou mais de 45 mil atendimentos médicos, odontológicos e decidadania. Em 2011, não será diferente. A estimativa da coordena-ção do programa é que 25 cidades recebam a caravana e mais 55mil atendimentos sejam realizados.

Realizado aos sábados, e em algumas vezes no domingo, asfamílias rurais que antes tinham dificuldades para se consultaremcom um profissional da saúde, têm a oportunidade de receber ava-liação gratuita de médicos especialistas nas áreas de clínica geral,pediatria, dermatologia, oftalmologia, ginecologia e cardiologia,além de odontologia.

Laurinda Maria Oliveira, 72, foi uma das atendidas pelos médi-cos que participavam do Campo Saúde em Mineiros, realizado nodia 4 de setembro de 2010. Após passar pelas consultas, ela disseque achou ótimo ver todos os profissionais da saúde reunidos emum mesmo local e ainda poder contar com a realização de examesfeitos na hora. “Muita gente não pode pagar uma consulta e pre-cisa das receitas para os remédios. Este é o meu caso, e aqui foi fácil,rápido e tenho certeza que ajudou muita gente em uma situaçãocomo a minha”, relatou a aposentada.

Com os olhos marejados, a produtora rural, Messias Silva Ferreira,60, contou a felicidade de ter encontrado atendimento médico gra-tuito, no dia 2 de maio de 2010, no município de Cachoeira Alta.Messias se consultou com a ginecologista nos consultórios doPrograma Campo Saúde montados na Escola Municipal RuralEntroncamento, conseguiu aviar os medicamentos receitados peloespecialista gratuitamente e checou como estava a glicemia. A apo-sentada foi um dos cerca de 2,5 mil moradores de comunidades ruraisde Cachoeira Alta e municípios vizinhos atendidos pelo programa.

Messias conhece de perto a dificuldade que os moradores docampo enfrentam para acessar os serviços médicos. Ela disse queraramente encontra à disposição atendimento gratuito e por issonão hesitou em levantar cedo e rodar 40 quilômetros para ser aten-dida no Campo Saúde. “Encurtar a distância do campo aos serviçosde saúde com qualidade e gratuitos é o motivo pelo qual desenvol-vemos o programa”, explicou o presidente do Sistema Faeg/Senar,José Mário Schreiner. Ele comenta também que ainda nos dias dehoje há muitas dificuldades de quem vive no campo, como teracesso aos serviços de saúde gratuitos e de qualidade. "As carên-cias no meio rural ainda persistem. O nosso dever, como represen-tantes dos produtores, é identificar onde estão essas deficiências eajudar nossas autoridades a conhecer onde é preciso melhorar naárea da saúde para o campo", disse.

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Saúde no campoPrograma Campo Saúde, em 2010, visitou 23 municípios goianos e realizou mais de 45 mil atendimentos

ALESSANDRA [email protected]

Odontólogo atende paciente no Campo Saúde em Pirenópolis. Procura é alta pelo profissional Os jovens Carla e Jefferson aproveitaram o Campo Saúde em Orizona para solicitarem documentos pessoais

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Criança se diverte nos braços do palhaço Coisinha Feia, em Gameleira

Além de ser um dia voltado para asaúde, o Campo Saúde é um momentopara dar uma repaginada no visual e cur-tir atrações musicais. Cabeleireiros, mani-cures e pedicures também prestaram ser-viços durante o ano, enquanto atraçõesculturais eram apresentadas. Concursosde dança e canto, orquestra de violeiros,duplas sertanejas e corais se apresenta-ram durante as 23 edições do CampoSaúde, realizadas em 2010.

Em alguns eventos, como os ocorridosem Inaciolândia, Cachoeira Alta eCorumbá de Goiás foi realizado oPrograma Carbono Zero, com a distribui-ção de mudas nativas do Cerrado aos par-ticipantes. Em outros municípios, artesãosque participaram dos cursos do ServiçoNacional de Aprendizagem Rural (Senar)expuseram os seus trabalhos. Em Orizona,por exemplo, a Associação dos Artesãosde Orizona (Asdao) fez uma exposiçãocom todos os trabalhos feitos pelos mem-bros da entidade. Quem passava peloestande, montado dentro do local ondeocorreu o Campo Saúde, pode ver e com-prar os produtos.

Alguns participantes recebe-ram na edição de 2010 doCampo Saúde mais que consul-tas gratuitas, ganharam tambémremédios prescritos pelos médi-cos, fizeram exames e se vacina-ram. Outros preferiram aprovei-tar a oportunidade para solicita-rem documentos pessoais, comoCPF, carteira de trabalho e car-teira de identidade. Este foi ocaso da estudante Carla SilvaRodrigues, 15. Moradora da árearural de Orizona, a jovem che-gou cedo ao Campo Saúde, rea-lizado no dia 9 de outubro de2010 para tirar, pela primeiravez, a carteira de identidade.Ela, que estava acompanhadapela mãe, contou que se nãohouvesse o evento, iria esperarmais tempo para poder fazer odocumento. O mesmo ocorreucom o também estudante,Jefferson Correia de Sousa, 17.Tirando a carteira de identidadepela primeira vez, o morador domunicípio de Orizona conta queprecisaria ir até Ipameri parasolicitar o documento. “Também

solicitei a carteira de trabalho eo CPF”, acrescentou.

A moradora do distritoAparecida de Loyola, emCorumbá de Goiás, Elizangelados Santos Porto, 25, tambémaproveitou a oportunidade parafazer pela primeira vez a carteirade identidade, no dia 20 denovembro de 2010. Segundo ela,a realização do Campo Saúde naregião lhe deu a oportunidade defazer o documento e ainda levara filha, Maria Izabel, de um ano esete meses de idade, ao pediatra.

GarotadaEnquanto os pais se consul-

tavam ou esperavam chegar omomento de serem atendidos,as crianças tinham uma grandedistração. Elas brincavam nopula-pula e participavam dejogos e brincadeiras com o pa-lhaço Coisinha Feia. Se delicia-vam com algodão doce e pipocae, depois que terminavam decomer, iam direto para o escovó-dromo para aprenderem a esco-var os dentes corretamente.

Atrações culturaisOutros atendimentos

Os jovens Carla e Jefferson aproveitaram o Campo Saúde em Orizona para solicitarem documentos pessoais FOTOS: FERNANDO LEITE

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Conexão

Nos meses de setembro a novembro de 2010quatro missões compostas por 100 técnicos afri-canos de vários órgãos ligados à agropecuária deseus respectivos países, visitaram Goiás, Ceará,Paraná, Mato Grosso e Minas Gerais, para conhe-cer a metodologia de trabalho desenvolvida peloServiço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar),Embrapa e Ministério do DesenvolvimentoAgrário (MDA). A visita fez parte do acordo fir-mado entre Sistema CNA/Senar com a AgênciaBrasileira de Cooperação (ABC) do Ministério dasRelações Exteriores.

De acordo com Victor Ferreira, do departa-mento técnico do Senar Central, os técnicosenviados ao Brasil se comprometeram a elabo-rar relatórios para que seus respectivos paísespossam propor projetos de cooperação junto àABC no que tange a Formação ProfissionalRural realizada pelo Senar. Neste caso, haveráintercâmbio entre técnicos brasileiros e africa-nos. A intenção é que instrutores do Senar pos-sam capacitar técnicos de instituições africanasa fim de fortalecer as atividades agrícolas dospaíses representados por meio do conheci-

KARINE [email protected]

RHUDY [email protected]

DIVU

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ÃO/CNA

Comitiva liderada por KátiaAbreu em Lichinga, África

Cooperação entre Brasil eMoçambique

Enquanto o Brasil recebeu a visitade técnicos de vários países africanos,a presidente da CNA, Kátia Abreu reu-niu uma equipe composta por técni-cos e pelos vice-presidentes da enti-dade, Assuero Veronez, Ademar SilvaJúnior, José Mário Schreiner e RuiCarlos Prado, para uma visita aMoçambique, na África. No períodode 15 a 18 de novembro de 2010 elesconheceram o projeto Pró-Savana e opotencial agropecuário do país afri-cano.

Pró-Savana é um programa de par-ceria entre a Agência Brasileira deCooperação (ABC), a AgênciaInternacional de Cooperação do Japão(JICA) e o governo moçambicano parao desenvolvimento da região Savanado país. O objetivo da missão brasileira

foi realizar o primeiro diagnóstico decooperação para o desenvolvimentoagrícola do país, que possui solo, vege-tação e clima semelhantes aos doBrasil. O Moçambique possui o ProdutoInterno Bruto (PIB) de apenas US$ 19,3bilhões e os produtos agrícolas partici-pam com 24% desse valor. De acordocom o técnico do Senar, Victor Ferreira,muitos trabalhos estão sendo realiza-dos sob a coordenação da ABC no

JOÃO

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CAMPO | 18 | FEVEREIRO/2011

Goiás-ÁfricaCerca de 100 técnicosagropecuários africanos visitaram Estados brasileiros para conhecer a metodologia de trabalho do Senar

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As técnicas de montagem decerca foram apresentadas àdelegação africana

mento de novas tecnologias desenvolvidas comsucesso no Brasil.

Antes da vinda das missões africanas, foirealizada uma análise das regiões brasileirascom maior semelhança aos países cujas delega-ções viriam ao Brasil. O Senar selecionou osEstados que possuem regiões com clima, solo esituação fundiária semelhante às dos países daÁfrica, como o Cerrado, Mata Atlântica e Semi-Árido.

Novas informaçõesEm Goiás, participaram da missão três

representantes do Congo, dois de Botsuana,um do Benin, um de São Tomé, um de GuinéBissau e um do Senegal. Durante os cinco diasde visita ao Estado goiano, o grupo visitou pro-priedades nos municípios de Itapuranga,Itaberaí, Jussara, Bela Vista e Silvânia. Em cadamunicípio, o grupo visitou propriedades querepresentam as principais atividades locais etreinamentos que auxiliam no desenvolvimentodestas atividades.

Em Itapuranga, a delegação participou dotreinamento de Pomar Caseiro e do treina-mento em Construção de Cercas. Em Itaberaí, avisita teve início com ida da delegação àFazenda França, onde a delegação conheceu acriação de gado de leite, manejo da ordenhamecânica e a lavoura de milho. No assenta-mento Che Guevara, o grupo acompanhou otreinamento em fruticultura no cultivo de mara-cujá oferecido pelo Senar e acompanhou osresultados do treinamento de produção caseirade alimentos/leite.

No município de Jussara, o grupo observouo treinamento em Doma Racional de Equídeos.Em Bela Vista de Goiás, a comitiva foi apresen-tada ao trabalhado desenvolvido no LaticínioBela Vista onde é desenvolvido o Programa deAssistência Técnica ao Produtor de Leite (Pró-Campo). No último dia de visitas, os técnicosafricanos foram ao município de Silvânia, paraconhecer como funciona o sistema de coopera-tivas. Na Cooperativa dos Produtores Rurais domunicípio (Coopersil), eles tiraram dúvidassobre como funciona este sistema no Brasil.Ainda em Silvânia, o grupo de africanos visitoutambém uma fazenda onde são produzidos ali-mentos orgânicos.

CAMPO | 19 | FEVEREIRO/2011

Brasil e em Moçambique.O assessor técnico da Comissão

Nacional de Cereais, Fibras eOleaginosas da CNA, Gustavo Prado,que esteve em Moçambique, enumeroualguns pontos positivos e negativos daatividade agropecuária no país. Dentreos pontos favoráveis, Moçambique pos-sui extensão de terras com característicasdo Cerrado, passíveis de inserção de tec-nologias desenvolvidas no Brasil, dispo-nibilidade de matérias-primas para afabricação de insumos e sua localização

geográfica. Entre os pontos desfavorá-veis, merece destaque a cultura de colo-nização que ainda vivem, a insegurançajurídica (ausência de legislação), as ter-ras são concedidas por prazo determi-nado, distribuição irregular de chuvas ebaixa precipitação (800 mm a 1.500mm), ausência de mão de obra qualifi-cada e escassez de insumos, máquinas eequipamentos agrícolas e crédito aosprodutores.

O trabalho do Senar consistirá emcontribuir com a formação de recursoshumanos para o setor agropecuáriomoçambicano em diversas áreas, comogrãos, pequenos animais, administra-ção rural, cooperativismo e associati-vismo, mecanização, entre outros. EmMoçambique há potencial para produ-ção de alimentos para o abastecimentointerno e externo, porém, é necessárioinvestimento em infraestrutura (trans-porte, armazenamento, obtenção deinsumos). Os técnicos brasileiros verifi-caram, inclusive, que alguns investi-mentos já estão sendo feitos na área depavimentação de estradas.

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Avançar para produzir maisMARIZA SANTANA / especial para a revista Campo /[email protected]

Setor agropecuário conta com o apoio dos parlamentaresgoianos para superar desafios, objetivando o

desenvolvimento da atividade no Estado

Muitos são os desafios do setor agropecuário goiano para manter o ritmo do crescimento e garantir o aumento da produçãode alimentos para fornecer ao Brasil e ao mundo. Temas relevantes para a atividade e toda a sociedade estão na agenda

legislativa. Por isso, a importância do apoio dos parlamentares estaduais e federais.

DESAFIOS

DE GOVERNAR

Visão de futuro

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Avançar, aumentar a produção agropecuária e consolidar Goiás comogrande fornecedor de alimentos para o Brasil e o mundo. Para concretizaresses objetivos, a atividade primária no Estado necessita ampliar a oferta deprodutos, garantir a renda do produtor e respeitar o meio ambiente. Muitasdas soluções para superar esses desafios, ao lado de medidas e políticas ado-tadas pela presidenta da República, Dilma Rousseff, e pelo governador doEstado, Marconi Perillo, passam pelas agendas da Assembleia Legislativa edo Congresso Nacional. Código Florestal Estadual, em complemento aoCódigo Florestal Brasileiro, Plano Estadual de Recursos Hídricos, projetos delei que reduzam a carga tributária do setor agropecuário, políticas agrícolasadequadas, entre outros assuntos são considerados relevantes pelos produ-tores rurais, que esperam dos parlamentares goianos atuação decisiva, sejapropondo projetos de lei, participando de votações de matérias que já estãotramitando nos Legislativos, ou apoiando proposituras dos Executivos.

No ano passado, a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) reali-zou um trabalho de discussão sobre os temas prioritários do setor com ospresidenciáveis, levando para eles a agenda do produtor rural. Em Goiás,a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), seguindo o exem-plo da entidade, debateu com os candidatos a governador, senador edeputados estaduais e federais a realidade e os desafios da agropecuária.Em abril e maio de 2010 foram realizados seminários em oito regiões doEstado, com o objetivo de refletir e discutir os principais temas ligados aodesenvolvimento da atividade em Goiás.

O resultado desses seminários foi a publicação intitulada DocumentoGoiás – Expectativas do Setor Produtivo ao Próximo Governador –2011/2014, que contemplou os seguintes temas: responsabilidade social;pesquisa, assistência técnica e extensão; infraestrutura e logística; meioambiente; segurança alimentar; política agrícola; e segurança rural.

Embora destinado ao governador eleito – e o escolhido nas urnas foiMarconi Perillo – o documento contém também uma mensagem aos can-didatos ao Legislativo. Segundo a mensagem, há uma grande expectativaquanto à atuação dos próximos deputados estaduais e federais e sena-dores por Goiás, que iniciam sua legislatura no dia 1º de fevereiro. “A sen-sibilização da base política do Estado é indispensável para os novos rumosda agropecuária e para o desenvolvimento do conjunto da sociedadegoiana”, destaca a mensagem.

Conforme o documento elaborado pela Faeg, os produtoresrurais contam com o comprometimento dos parlamentares goia-nos. “Para construirmos juntos, de forma propositiva e proativa,uma visão de futuro que vá além da agropecuária. Trata-se de umavisão de sociedade”, ressalta a mensagem destinada aos parla-mentares.

Com o objetivo de ampliar a representatividade política dosetor, na última campanha eleitoral a Faeg buscou entre os candi-datos à Assembleia Legislativa e ao Congresso Nacional, indepen-dente de partido político, aqueles que estariam comprometidoscom os temas de interesse da agropecuária.

Foram eleitos 14 deputados estaduais, dos quais dois foramincorporados à equipe do governador Marconi Perillo – HenriqueArantes, secretário da Cidadania e Trabalho; e Jânio Darrot, secre-tário extraordinário de Desenvolvimento da Região Metropolitana-, e 10 deputados federais, sendo que Leonardo Vilela passou aocupar a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e RecursosHídricos (Semarh). Os dois senadores eleitos – Demóstenes Torrese Lúcia Vânia Abrão - também contaram com o apoio daFederação. Todos esses parlamentares respeitam e se comprome-teram com o setor rural. Certamente eles serão importantes naproposição, apreciação e votação de projetos de lei que tratam deassuntos considerados relevantes para o setor agropecuário.

Para o consultor da Faeg, Arthur Toledo, o processo legislativopromovido pela Federação na última campanha eleitoral teve doisfocos. O primeiro visou a participação efetiva dos produtores ruraisjunto aos candidatos, que se interagiram durante a campanha elei-toral e debateram as propostas de interesse do meio rural. O pro-cesso foi transparente, simples e objetivo, dentro do jogo democrá-tico. “Pela primeira vez houve um trabalho sistemático de acom-panhamento e busca da representatividade do setor nosLegislativos Estadual e Federal”, salienta Toledo. Segundo ele, issosignifica um grande avanço para o setor.

Dentro deste foco, procurou-se mobilizar a base no apoio aos

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DESAFIOS

DE GOVERNAR

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candidatos alinhados com o setor, estimulando os produtores aengajarem-se nas campanhas em busca de contribuir para aeleição dos mesmos. Na estratégia, procurou-se inclusive orien-tar as formas de contribuições financeiras aos candidatos, deforma legítima e legal, de acordo com determinação do TribunalRegional Eleitoral (TRE). Dessa maneira, o produtor rural podeparticipar politicamente, apoiando seu candidato e buscando ocompromisso dele para a criação de uma bancada que percebaa importância da agricultura e da pecuária para o desenvolvi-mento do Estado e do País.

O segundo foco do processo legislativo conduzido pela Faegfoi o de incentivar produtores rurais a participar do jogo políticocomo candidatos a cargos eletivos, para que eles se tornem pro-tagonistas das políticas públicas que venham contemplar osetor. Ou seja, o próprio setor passa a oferecer seus quadros paraa formação de lideranças políticas.

O interessante na avaliação do consultor é que o setor agro-pecuário goiano tem despertado para o fato de que muitos deseus desafios não dependem exclusivamente dele, mas de suaparticipação nas decisões públicas. “Precisamos buscar repre-

sentatividade no ambiente político, adotar uma visãomais estratégica”, pondera. Com os bons resultadosobtidos no processo legislativo, a Federação cogita inclu-sive promover a mesma sistemática nas próximas elei-ções municipais, de forma a contar também com prefei-tos que reconheçam a importância da agricultura e dapecuária, que estabeleçam compromissos e parceriascom o setor produtivo rural.

Para o gerente Técnico e Econômico da Faeg, EdsonAlves Novaes, o apoio do trabalho parlamentar é signifi-cativo porque deputados estaduais, federais e senadorespodem auxiliar o setor na superação dos desafios elen-cados no Documento Goiás. Os temas podem ser enca-minhados pelos próprios parlamentares em forma deprojetos de lei, ou serem apreciados por meio de maté-rias encaminhadas pelo Executivo. “Estamos abertos aosparlamentares para nos procurarem para discutir assun-tos de interesse do setor. Temos quadros técnicoscapazes de dar suporte e auxiliar na elaboração de pro-jetos e relatórios”, informa.

Solenidade deposse dosparlamentares,na AssembleiaLegislativa.Setor agrope-cuário esperater demandasatendidas

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DESAFIOS

DE GOVERNAR

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Desafios envolvem o setor agropecuário e toda a sociedade

Tanto no Legislativo Estadual quanto no Federal, o setor produtivo agro-pecuário definiu temas muito importantes que merecem atenção, mas abran-gem de certa forma toda a sociedade brasileira, de acordo com Edson AlvesNovaes. Esses temas precisam ser discutidos e votados pelos parlamentarespara garantir o aumento da produção de alimentos, a melhoria da renda doprodutor rural e a ampliação da oferta de alimentos, entre outros benefícios.

Em âmbito estadual é necessário discutir e aprovar o projeto delei que trata das alterações no Código Florestal Estadual, em com-plemento ao Código Florestal Brasileiro. Um Grupo de Trabalho(GT), coordenado pela Faeg, foi criado no ano passado para estudaras alterações no Código Florestal Estadual. Participaram dosdebates representantes das Secretarias da Agricultura e MeioAmbiente, Federação das Indústrias (Fieg), OAB, entre outras enti-dades e instituições. Os próximos passos serão a apreciação do tra-balho do GT pelo Executivo e o posterior encaminhamento de projeto delei para a Assembleia Legislativa, fatos que ainda não se concretizaram.“O setor está aberto ao debate com o Executivo e o Legislativo, assimcomo, com toda a sociedade. Essa é uma ação muito importante que pre-cisa ser resolvida nesta legislatura, de preferência ainda este ano”,afirma Edson Novaes.

Projetos em andamentoTambém no Legislativo Federal muitos são os temas em discussão

considerados prioritários pelo setor agropecuário. O projeto do novoCódigo Florestal Brasileiro já se encontra na Câmara Federal e tem comorelator o deputado federal Aldo Rabelo (PC do B). A matéria trata dareserva legal, das Áreas de Preservação Permanentes (APPs) e deve servotada levando em consideração não a questão ideológica e sim a ques-tão técnica. O grande desafio é buscar o equilíbrio entre a produção de ali-mentos e a preservação do meio ambiente.

A discussão e aprovação de uma reforma tributária que possadesonerar a tributação que incide sobre o setor produtivo rural éoutro anseio. O projeto tramita na Câmara Federal e tem como rela-tor o deputado federal goiano Sandro Mabel (PR), porém enfrentadificuldades para deslanchar. Outro projeto de lei que já se encontrana Câmara Federal e é considerado de suma importância para os pro-dutores rurais goianos trata do processo de integração avícola e desuinocultura e estabelece condições, obrigações e responsabilidadesnas relações contratuais entre produtores integrados e empresasintegradoras.

Vale lembrar que esse modelo de integração está bastante disse-minado em Goiás, envolvendo avicultores, suinocultores e grandesempresas como a BR Foods (Perdigão e Sadia), Nutriza e Superfrango.O relator desse projeto é o deputado Valdir Colatto (PMDB-SC). Amatéria é considerada importante porque tipifica os contratos de inte-gração vertical na agropecuária e estabelece obrigações e responsabi-lidades para produtores integrados e empresas integradoras, garan-tindo assim maior transparência a esse modelo contratual e maiorsegurança aos produtores.

Preocupação com questões sociaisO consultor da Faeg, Arthur Toledo, cita outros temas de inte-

resse da agropecuária que também devem ser olhados com aten-ção pelos deputados estaduais, como a garantia de recursos paraa assistência técnica e agropecuária, por meio do apoio à Emater,assim como à Agrodefesa objetivando a segurança alimentar(sanidade animal e vegetal). Na área social, são consideradasquestões relevantes à adoção de uma política de microcréditoespecífica para o setor rural, por meio da criação do Banco doPovo Rural, crédito para habitação rural, mais segurança nocampo, educação e capacitação profissional, saneamento eacesso à saúde no meio rural.

Na área da infraestrutura, a manutenção das estradas vici-nais e melhoria da malha estadual, regularização fundiária, inclu-são digital no campo e telefonia rural. Segundo Toledo, a Faegpropõe a criação de um Fundo Setorial de DesenvolvimentoRural, cujos recursos seriam destinados à assistência técnica, pes-quisa e promoção de produtos agroindustriais goianos. Tambémseria interessante adotar ações de marketing para produtos goia-nos, como leite e carne, por exemplo, que propiciassem o incre-mento do consumo e acesso a novos mercados.

Na área do conhecimento, ações voltadas à formação profis-sional e promoção social de produtores rurais, merece destaque.O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar, em Goiás)desenvolve um trabalho muito forte neste sentido e tem buscadoaumentar sua atuação na base, ampliando seus serviços naforma de parcerias, onde o governo estadual tem mecanismosimportantíssimos para o fortalecimento nesta área com o obje-tivo de atender a demanda do crescimento econômico e de renda

MAR

CUS VINICIUS

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DemandasOutro tema relevante, não só para o

setor agropecuário, mas para toda a socie-dade goiana, é o Plano Estadual deRecursos Hídricos. Goiás ainda não possuiuma legislação que trate dos recursos hídri-cos de maneira abrangente e que atenda osetor produtivo rural e a sociedade. Essaquestão poderia seguir o modelo doCódigo Florestal Rural e ser debatida porum grupo de trabalho composto por repre-sentantes governamentais e da sociedade,avalia o gerente da Faeg.

Os deputados estaduais têm ainda detratar de políticas complementares refe-rentes ao seguro rural, através delas ogoverno estadual poderá atuar na comple-mentaridade do prêmio do seguro, porexemplo, de forma a garantir a renda doprodutor e o equilíbrio entre a oferta e ademanda de alimentos. Edson Novaes citaainda a necessidade da proposição de pro-jetos de lei que reduzam a carga tributária

que incide sobre o setor agropecuário,medida considerada fundamental para queprodutores possam produzir itens com pre-ços que garantam sua renda e os consumi-dores possam ter boa oferta de alimentos apreços acessíveis.

Ainda no âmbito estadual, é preciso tra-balhar na discussão e aprovação de proje-tos ligados à adequação e melhoria de polí-ticas agrícolas estaduais que possam com-plementar a política agrícola nacional eacompanhar a dinâmica da atividade agro-pecuária. Um exemplo é o programaLavoura Comunitária do governo do Estado,considerado importante, mas não suficientepara atender as necessidades dos pequenosprodutores rurais. Outro exemplo são os ins-trumentos de comercialização agrícola, cujomodelo atual está praticamente exaurido eprecisa ser redefinido para atender o produ-tor no momento em que ele realmentenecessita de recursos financeiros.

Principais desafios doLegislativo No Estadon Alterações no Código Florestal

Estadual, em consonância com oCódigo Florestal Brasileiro

n Plano Estadual dos Recursos Hídricosn Políticas complementares referentes

ao seguro ruraln Redução da carga tributária incidente

sobre o setor produtivo ruraln Fundo Setorial do Desenvolvimento

Ruraln Adequação e melhoria de políticas

agrícolas estaduaisn Dotação de recursos para a

assistência técnica e pesquisaagropecuária

n Educação e capacitação profissionaldo homem do campo

n Saneamento no meio ruraln Criação do Banco do Povo Rural

No País n Novo Código Florestal Brasileiron Reforma tributária

n Processo de integração avícola e desuinocultura

n Política agrícola com a adoção de novosinstrumentos de seguro, custeio ecomercialização

n Destinação de recursos federais paraprogramas sociais nas áreas deeducação, capacitação profissionalizante,saúde, habitação e segurança no meiorural

n Destinação de recursos federais a obrasde infraestrutura e logística (ferrovias,rodovias, linhas de transmissão deenergia elétrica, armazéns, inclusãodigital e telefonia rural)

n Dotação de recursos para a assistênciatécnica e pesquisa agropecuária

CARL

OS COS

TA

Necessidade de um Plano Estadualde Recursos Hídricos. Goiás nãopossui legislação que trate oassunto de forma abrangente

dos goianos e brasileiros.Toledo enfatiza também a formação de profissio-

nais de ciências agrárias de nível médio, principal-mente, onde o governo estadual sinaliza a institucio-nalização dos Colégios Tecnológicos (COTEC) emtodo o Estado. Considerando a importância da pro-dução agropecuária na composição da renda dosmunicípios, o setor destaca a importância do governoestadual optar por um número significativo destesCOTEC’s voltados para a agropecuária e investirsubstancialmente na formação de técnicos para oaumento contínuo da eficiência produtiva rural, sejanoauxílioàs suas famílias na condução das atividadesna propriedade, quanto na atuação como assessorestécnicos aos produtores e trabalhadores rurais.

No âmbito federal, deputados federais e sena-dores precisam acompanhar as questões macroeconô-micos que afetam diretamente o produtor rural, taiscomo políticas de juros e cambial, legislação trabal-hista e reforma tributária; e temas relacionados à infra-estrutura e logística, como as Ferrovias Norte-Sul eLeste-Oeste, aeroporto de Goiânia, hidrovia, eletrifica-ção rural, linhas de transmissão de energia elétrica,armazéns, inclusão digital no campo e telefonia rural.

“As bancadas devem estar sintonizadas com asquestões da agropecuária, seja na AssembléiaLegislativa ou no Congresso Nacional”, diz Toledo. Oconsultor destaca,que o setor produtivo rural “não sepreocupa apenas com o plantio e a criação, mas tam-bém com educação, saúde, habitação e outros”.

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Ovinos em alta

Alta nos preços da carne, redução da importação e demandacrescente movimentam cadeia produtiva

CAPA

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em alta

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A criação de ovinos no Brasil tem presenciado uma reviravoltano mercado, com alta nos preços da carne, redução da importaçãoe demanda em crescimento. Atualmente, o Brasil registra umrebanho de cerca de 17 milhões de ovinos, segundo o InstitutoBrasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o que é considerado umaquantidade insuficiente para atender a procura interna, principal-mente pelo Uruguai, maior exportador de carne para o Brasil, terredirecionado a sua produção para outros mercados e reduzir ematé 50% o volume de produto destinado ao mercado brasileiro. Umfato que abriu uma grande porta para a produção no País.

Por isso, o cordeiro também tem registrado preços crescentes nomercado nacional. Com vistas neste cenário animador, o setorcomeça a se preparar para aumentar o volume de produção e ofe-recer um produto de qualidade e que atenda à demanda do consu-midor. O objetivo é alavancar o consumo de carne de cordeiro entreos brasileiros.

Em Goiás, a tendência é a mesma. Os criadores de ovinos decorte têm se estruturado, o que tem rendido uma qualidade me-lhor dos rebanhos, resultado de um manejo mais eficiente e damaior utilização da genética no setor. Segundo a diretora-finan-ceira da Associação de Caprinos e Ovinos (Capriovino) e criadorana região de Padre Bernardo, Fabiana Cristina, nos últimos qua-tro anos, o mercado consumidor da carne de cordeiro tem cres-cido vertiginosamente. “O consumidor começou a descobrir osabor do alimento, e este mesmo consumidor também tem bus-cado a qualidade”, completa.

Segundo o criador de ovinos, Walter Diesel, o mercado temmudado muito, com a exigência de melhor qualidade do produto.Sócio-proprietário da casa de carne Cordeiro Real, o ovinocultorconta que Goiânia é o maior consumidor da carne vendida em seuestabelecimento, ficando com 80% a 90% do produto vendido noatacado e no varejo. Conforme a Associação Brasileira de Criadoresde Ovinos (Arco), o quilo da carcaça de cordeiro está cotado entreR$ 9 e R$ 14 e o quilo vivo entre R$ 5 e R$ 8,50. O corte mais valo-rizado é o carré, parte do lombo do animal que corresponde apicanha do bovino. O ovinocultor atualmente está investindo, comparceiros, em uma propriedade no Mato Grasso, para uma criaçãode 10 mil matrizes.

Mesmo com esta alta na procura, o consumo brasileiro é muitopequeno se comparado a outros países da América do Sul. Estima-se que o consumo individual da carne de ovino gira em torno de 0,7e 1,5 quilo por habitante/ano. Na Argentina, o consumo é de aproxi-madamente 7 quilos por habitante/ano e no Uruguai é de cerca de6 quilos. A média mundial fica em torno de 4,7 quilos.

No Brasil, o Rio Grande do Sul é o maior criador de ovino, com3,94 milhões de cabeças, o que corresponde a 23,47% da produ-ção nacional. Bahia está em segundo com 3,02 milhões (18,01%),seguido do Ceará com 2,07 milhões (8,85%). Goiás vem na 17ªposição com 186,4 mil cabeças e representa 1,11% do rebanhonacional.

ALESSANDRA [email protected]

JOÃO

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CAPA

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Apesar do processo de desenvolvimentopelo qual a ovinocultura passa, os criadoresenfrentam grandes dificuldades, entre elas afalta de tecnologia, de frigoríficos e processado-ras especializados em abater ovinos, pelomanejo inadequado dos animais.

Para Walter Diesel, um dos grandes entravesda cadeia produtiva é a falta de mão de obraqualificada. Segundo ele, que atua na área emGoiás desde 1997, criar ovinos é fácil, porémtem que saber o que está fazendo. “Ele é umanimal sensível, morre com facilidade quandonão tratado corretamente”, diz. O criadorcomenta também que os ovinos precisam decuidados específicos e que somente um bom tra-tador percebe quando o animal precisa de aten-ção especial. “Os ovinos são muito susceptíveisà verminose, que pode resultar em baixa de cres-cimento, e uma mão despreparada não percebeisto”, acrescenta.

Diesel alerta também para os produtoresque são levados pela empolgação, mas não temexperiência. Segundo ele, se não houver investi-mento em aperfeiçoamento e aptidão para osetor pode acabar tendo prejuízo. “Tem quegostar do que faz”, ressalta. Além disso, o mer-cado exige um produto de melhor qualidade, oque significa animais abatidos com período certoe com o peso ideal. Para ser considerado cor-deiro, o animal deve ser abatido com 120 a 150

Gargalos da produção

Walter Diesel na casa de carne Cordeiro Real. De 80% a 90% dos consumidores são de Goiânia

JOÃO

FAR

IA

dias de idade e peso médio do macho ou fêmeaentre 35 e 40 quilos.

A diretora-financeira da Capriovino, FabianaCristina, lembra também que além dos cuida-dos, o produtor também deve ficar atento aospredadores, uma vez que a ovelha é uma presafácil. “É necessário que os animais fiquem abri-gados em piquetes cercados com telas”,explica. Quanto à falta de mão de obra qualifi-cada, a criadora de ovinos diz que Goiás possuibons tratadores, mas os mais experientes têmvindo do Nordeste brasileiro, devido à produçãonaquela região ser bastante disseminada. Acriadora ressalta também a falta de frigoríficospara o abate. Segundo ela, devido a poucapouca oferta do animal em Goiás, não há escalade criação suficiente, o que não estimula a aber-tura de indústrias para a área.

é o número de ovinosem Goiás. O Estadorepresenta 1,11% daprodução nacional.

186 mil

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Fabiana Cristinaalerta para a faltade frigoríficos e aimportância damão de obraeficiente

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Atualmente, a ovinocultura em Goiás tem sido basica-mente voltada à produção de ovinos de corte. Porém, a cria-ção de animais de elite também tem sido bastante desenvol-vida. Por meio da Exposição Agropecuária de Goiás, realizadatodos os anos no mês de maio, o leilão de ovinos tem gan-hado respaldo nacional. A criadora da região de Itaberaí, CéliaMaria Mendes de Carvalho, é uma das expositoras. Na pro-priedade Cabanha MC, ela cria 300 animais, sendo 200 deelite e 100 de corte.

A criadora conta que ela optou pela raça Dorper por consi-derá-lo um ovino produtor de carne e não ter grandes exigên-cias nutricionais e ambientais. Ela conta também que optoupela raça por não ter espaço suficiente em sua propriedadepara um grande rebanho de abate. “Criando o Dorper, eu

tenho condições de forne-cer animais de genéticapara propriedadesmaiores, que investem nacriação de corte”, com-pleta.

Célia Maria explicaque o tratamento entre osanimais de corte e de elitepossui algumas diferen-ciação. As condições sani-tárias são iguais para asduas modalidades, mas ode elite requer mais tra-balho como casquea-mento e limpeza semanal-

mente, manter as lãs tosadas e uma alimentação diferenciada.“A Santa Inês requer mais cuidado com o manejo, já o Dorperpossui um manejo mais fácil”, ressalta. Ela ressalta tambémque os ovinos Dorper se reproduzem o ano todo. “Comarranjo adequado, o intervalo entre partos pode chegar a oitosmeses, com até três parições em 10 anos. O rendimento decarcaça é em torno de 52% com seu abate em torno de 100a 120 dias”, explica.

Participante assídua de leilões e feiras como a FeiraInternacional de Caprino e Ovinos (Feinco), Célia Maria contaque ingressou no setor há quatro anos e antes de investir nacadeia produtiva, ela buscou informações e se preparou parao mercado. Atualmente, a criadora conta que Goiás ainda seencontra engatinhando se comparado aos outros Estados pro-dutores. “Não temos incentivo por parte do governo, comouma linha de crédito específica”, diz.

Ela ressalta também que além de fomentar o setor, deve-setambém incentivar o consumidor a consumir a carne de cor-deiro. “O consumidor deve aprender a comer a carne de ovinoe saber o quanto ela é saudável, sendo uma das carnes de maisbaixo índice de colesterol e de valor acessível”, acrescenta.

Criação de elite

FOTO

S: JOÃ

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é a média de carne de ovinosconsumida pelo brasileiro por ano

700gramas

CAPA

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Ovinos da raça Santa Inês

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Estudo realizado pelo Ministério do Desenvolvimento,Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e pela Associação Brasileirade Criadores de Ovinos (Arco) e lançado em no segundo semes-tre de 2010 mostra que a exportação de ovinos pode avançar,mas precisa de mudanças estruturais significativas. Conforme oestudo, para ser um importante competidor no segmento, o Brasilprecisa se espelhar no modo como a Austrália, a Nova Zelândiae o Uruguai enfrentam os desafios impostos pelo mercado inter-nacional da carne. Neste caso, a garantia da sanidade dorebanho deve ser aprofundada, para que as barreiras não-tarifá-rias sejam superadas e a carne ovina brasileira possa alcançar osmercados importadores que remunerem melhor o produto.

Ainda conforme o levantamento do MDIC e da Arco, a exportaçãode ovinos está concentrada na Nova Zelândia e Austrália. O rebanhomundial de ovinos diminuiu cerca de 8% nos últimos 20 anos, poréma produção de carne ovina aumentou em 27%. De 1997 a 2008 aimportação de carne ovina passou de um valor de US$ 23 milhões.

Estudo avalia avançona exportação

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Célia Maria écriadora dasraças Dorper eSanta Inês, naregião de Itaberaí

Ovinos da raça Dorper

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Conhecido como uma região que pre-cisa de incentivos, a região Nordeste deGoiás foi beneficiada pelo ProjetoOvinocaprinocultura na Região Reserva daBiosfera Goyaz. Realizado pelo SebraeGoiás e governo estadual, o projeto teve oobjetivo de expandir a produção e tornar aatividade uma alternativa de renda visandoa melhoria da qualidade de vida dospequenos produtores da região.

Em cinco anos, o trabalho envolveu osmunicípios Simolândia, Alvorada, Iaciara,Nova Roma, Posse, Sítio D’Abadia, Guaranide Goiás e Mambaí. Segundo o gestor doprojeto, Arildo Costa, com a implantação deassistência técnica e novos investimentos, osprodutores viram sua renda aumentar com acomercialização dos ovinos e caprinos. “Dototal de produtores participantes, de seis aoito aumentaram a criação para comerciali-zar e render mais”, explica.

Segundo Arildo, o projeto mudou a situa-ção da comunidade, que viu na ovinocapri-nocultura uma oportunidade de abrir novos

Projeto de ovinocaprino expande produçãonegócios e ampliar o que havia começado.No estudo feito para a conclusão do projeto,constatou-se que os produtores tiveram altana produção, apoio financeiro e gerencial, e,aumento no número de empregados. “Háovinocaprinocultores que participam deeventos nacionais afim melhorarem orebanho e oferecer melhor qualidade”,explica. Mas, como em todo o Estado, aregião sofre com a comercialização. Sem fri-goríficos por perto, os animais se deslocamaté 250 quilômetros para serem abatidos.“Por este motivo, muitos produtores desisti-ram”, relata Costa.

O Projeto Ovinocaprinocultura naRegião Reserva da Biosfera Goyaz terminouem abril de 2010, mas os trabalhos conti-nuam. Arildo explica que em Simolândia foiconstruída uma unidade demonstrativa deovinocaprino. No local há piquetes paraapresentação de animais e auditório parapalestras e cursos. “A unidade ainda nãoesta funcionando, mas a expectativa é ini-ciarem as atividades ainda neste ano”, diz. Goiás possui 186,4 mil cabeças de ovinos

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Trigo Queda doQueda do

Produtor é mal remunerado pelacultura e para suprir a necessidadedo mercado nacional, o governofederal recorre às importações

Trigo produzido emCristalina.

IBGE/Conabaponta redução de

12,1% na áreaplantada no Brasil

Goiás está entre os maiores produtores de trigo doBrasil, mas estar nesse ranking não tem sido motivode alegria, devido à dificuldade de comercializar aprodução. A situação é ruim em todo o País, até ametade do mês de janeiro, apenas 35% da safranacional havia sido comercializada, fato que foi ame-nizado com a realização de um leilão do Prêmio deEscoamento de Produto (PEP). Porém, neste PEP os tri-ticultores goianos não puderam participar. A Faegenviou um ofício ao ministro da Agricultura, WagnerRossi, solicitando a utilização de alguma ferramentade apoio na comercialização do trigo, mais ainda nãoobteve resposta. Além da dificuldade para vender, hábaixa competitividade de preço entre os moinhos ins-talados no Estado. O produtor recebe pouco pelo trigoque produz e em muitos casos esse valor não é sufi-

ciente para pagar os custos de produção. Segundo o presidente da Comissão de Cereais,

Fibras e Oleaginosas da Faeg, Alécio Maróstica, den-tre os motivos que levam os produtores a continuar aplantar trigo é o fato do grão fazer a assepsia dospivôs e ser uma cultura de inverno, em que os agricul-tores plantam para não deixar a terra vazia. Conformeo preço praticado no mercado no início de cada ano,é tomada a decisão de plantio para junho e julho. Oque se pode observar é a redução contínua da áreaplantada com trigo, pois o desestímulo para produziré extremo. O último levantamento do IBGE/Conabmostra a queda na área plantada no Estado, que pas-sou de 22,6 mil hectares na safra 2009/2010 para15,8 mil hectares em 2010/2011, redução que corres-ponde a 30%.

KARINE [email protected]

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José Fava tem trigo para vender mas não conseguepreço que pague o custo de produção

Gargalos do segmentoO gerente agrícola da empresa Goiás Verde, situada em

Cristalina, Carmo Spies, diz que a partir da década de 1970, a polí-tica em relação à cultura se desestruturou e até hoje não há nadaque garanta a comercialização da safra. “Hoje o quadro é dife-rente de 40 anos atrás, e realmente é necessário ter uma políticaque propicie condições para o setor se estruturar e ser competi-tivo”, completa. O almejado sonho do Brasil de ser auto-suficientena produção de trigo pode ser plenamente conseguido, mas paraisso é preciso apoio do governo, estimulando a produção internae evitando as importações. Um dos maiores problemas enfrenta-dos é a concorrência com o cereal vindo da Argentina. O produ-tor, José Fava, diz que hoje é impossível competir com o trigoargentino, pois a qualidade dele é imbatível. Carmo Spies com-pleta que no caso goiano, outro agravante é a distância dos por-tos, que não favorece o escoamento da safra. “Ficamos muitasvezes presos a ofertas regionais, porque mandar o trigo paralonge o deixa ainda mais caro”, explica.

Armazéns esvaziadosO triticultor também enfrenta outros problemas como, ter

que esvaziar os armazéns antes do mês de fevereiro para abri-gar milho e soja, o fato de que todo o trigo plantado é paraabastecer o mercado interno e a influência do câmbio, quedeixa o grão de outros países mais competitivos em relação aobrasileiro. Alécio Maróstica ressalta ainda que, os moinhos, aocomprarem trigo fora do País, têm condições de pagamentofacilitadas, com juros mais baixos e financiamento longo.Enquanto para comprar o trigo de produtores brasileiros, osmoinhos têm que pagar à vista. “O Mercosul é interessantepara a indústria brasileira, mas não para os produtores.Importamos trigo e lácteos da Argentina em função das parce-rias do bloco”. Em Goiás, a situação se agrava, porque os doismaiores moinhos garantem o pagamento à vista, os demaisquitam a dívida em prazos que variam de 90 a 120 dias.

Fava, que possui cerca de duas toneladas estocadas desdesetembro de 2010, destaca a necessidade de uma política dereguladora do setor para que os produtores pudessem vender suasafra, ao menos, pelo preço mínimo de referência. Hoje, o valor datonelada da Argentina até Goiânia é de R$ 560. O preço mínimo

utilizado como referência para o leilão do dia 20 de janeiro foi deR$ 477 para o trigo Classe Pão tipo 1.

Maróstica diz ainda que a área plantada de trigo na Argentinanão deve aumentar, enquanto o consumo de trigo no Brasil cresce.“Essa é a oportunidade que temos de conseguir melhores preçose pressionar o governo para que crie uma política adequada parao setor”, esclarece. Spies também diz que é preciso investir empesquisa para desenvolver sementes adaptadas à região.

JOÃO

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Números da triticulturaEm Goiás, uma

boa parte do trigo éproduzida no municí-pio de Cristalina e porser uma cultura deinverno, o cereal é cul-tivado com irrigação, oque lhe confere umaqualidade acima damédia nacional. Mas oúltimo levantamentodo IBGE/Conab apon -ta para a queda naárea plantada noEstado e na produção, mas teve alta emprodutividade. Na produção, a redução pas-sou de 85,1 mil toneladas de 2009/2010para 74,8 mil toneladas em 2010/2011, ouseja, 12,1% a menos. No mesmo período, aprodutividade subiu 25,7%.

O País consome anualmente pratica-mente o dobro do que produz e, parasuprir a demanda, recorre a países comoArgentina, Uruguai, Paraguai, EstadosUnidos e Canadá. Os Estados do Sul são

responsáveis por90% da ofertanacional. Maiorprodutor, o Paranádiminuiu em 11% aárea plantada detrigo em 2010 ecolheu 3,37 mil-hões de toneladas,quase 60% das 5,7milhões de tonela-das da safra nacio-nal. Segundo ooperador de mer-

cado, Paulo Okamoto, para não enfrentardiretamente o problema, muitos produ-tores fazem pré-contrato de venda paragarantir a comercialização do cereal.Outro gargalo é a dificuldade para esto-car, nem todos os triticultores têm arma-zém e quem não tem onde abrigar o trigonão possui condições de esperar por umpreço melhor de venda. Ele relata aindaque, a maior parte dos triticultores goia-nos são pequenos e médios produtores.

a menos na produção. Aredução passou de 85,1 miltoneladas de 2009/2010para 74,8 mil toneladasem 2010/2011.

12,1%

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Sem desperdícios

A aplicação de defensivos agrícolas nas lavourasenvolve mão de obra, fitossanitários e maquinários espe-cíficos. Porém, todos estes fatores não são garantia deaumento de produção. Acompanhado a eles estão oconhecimento do produto trabalhado e a manutençãoregular das maquinas. Estima-se que de 30% a 40% dasperdas da produção agrícola está relacionado às pragase doenças, e grande parte desta perda pode ter relaçãocom a ineficácia das aplicações devido aos maquináriossem manutenção ou erros de aplicação. Apesar de nãoter dados oficiais, a estimativa é que cerca de 40% dosprodutos utilizados durante a pulverização são desperdi-çados, por exemplo, por um bico estragado, por umamangueira rachada ou um filtro danificado.

A melhor definição de tecnologia de aplicação deagrotóxicos é o emprego da correta colocação do produtono alvo, em quantidade necessária, de forma econômica,com o mínimo de contaminação de outras áreas e pes-soas. Conforme os técnicos especialistas, a quantidade doproduto que não atingir o alvo não terá qualquer eficáciae representará aumento do custo de produção.

Para o engenheiro agrícola, Anderson AlvesBrasileiro, o produtor deve conhecer o produto que está

usando e saber como atingir o alvo corretamente. Alémdisso, o especialista orienta quanto à necessidade de termuita atenção quanto ao fator clima, como a umidaderelativa do ar e a temperatura mínima ideal. Deve-seevitar aplicar os agroquímicos quando a temperaturaestiver acima de 30º C e a umidade do ar abaixo de40%. A velocidade do vento também deve ser avaliada,pois a ausência ou presença de vento forte (deriva)pode comprometer a entrada do produto na planta.“Não tendo conhecimento da tecnologia que está utili-zando, assim como aplicar o produto em ambiente comclima desfavorável, pode gera maior perda na aplica-ção”, comenta.

Anderson Alves, que é instrutor dos cursos deAplicação de Defensivos Agrícolas do Senar Goiás,orienta semanalmente os produtores e trabalhadoresrurais quanto à importância de conhecimento para evi-tar perdas desnecessárias e ainda proteger o meioambiente de contaminação com o uso incorreto dosdefensivos agrícolas. Isto porque, conforme o tamanhoda gota e o clima, o vento pode levar o produto parafora da lavoura e contaminar áreas sensíveis situadas aquilômetros do local da aplicação.

Uso correto nas aplicações de defensivos agrícolaspode reduzir custo de produção e potencializar eficácia do produto

ALESSANDRA [email protected]

Máquina pulverizaárea de arroz

CARL

OS COS

TA

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O produtor rural do município de Itaberaí,Carlos Alves de Leles, faz manutenção regu-lar dos maquinários agrícolas. Segundo ele,anualmente as máquinas passam por umarevisão em uma oficina especializada, ondesão averiguadas todas as peças essenciaispara a aplicação dos defensivos agrícolas.Além disso, o produtor e o funcionário desua propriedade rural também fizeram cur-sos do Senar Goiás de Aplicação deDefensivos Agrícolas, onde aprenderammanusear corretamente as peças, a identifi-carem falhas e evitarem desperdícios dosprodutos. “Além da revisão anual na oficina,antes de utilizar as máquinas nas lavouras etambém após cada aplicação ainda avalia-mos os filtros e a calibragem para obtermoso melhor desempenho”, diz.

São técnicas simples e de baixo custo secomparado ao que se pode perder com afalta de manutenção. Grandes impactoseconômicos muitas vezes podem ser provo-cados por problemas de fácil solução. Umexemplo é a troca dos bicos dos pulveriza-dores. Uma peça pequena que custa emmédia R$ 30, mas que se tiver alguma ava-ria o produtor pode perder até 10% docusto de um defensivo.

Segundo o engenheiro agrônomo eassessor técnico para a área de cereais, fibrase oleaginosas da Faeg, Leonardo Machado, oagricultor deve também prestar atenção na

Manutenção preventiva é necessária

hora de definir as características das pontasde pulverização, etapa do trabalho que teráreflexo na produção e no tamanho das gotas.“A escolha da gota é muito importante. Umexemplo é a ferrugem asiática. Quanto maiora gota, menor é a cobertura e vice-versa. Umsimples detalhe pode fazer uma grande dife-rença no resultado da produção”, diz.

Erros comunsAlém da escolha errada dos bicos ou a

falta de reposição do mesmo, outros erroscomuns são identificados nas aplicações dedefensivos agrícolas. Entre eles se encontramerro na taxa de aplicação, perdas com vaza-

mento e com a formação da calda. SegundoLeonardo Machado, a manutenção podecustar ao produtor menos de 1% do valor dopulverizador. Por isso, o técnico ressalta quecalibrar e regular constantemente o maquiná-rio, conferir variação dos bicos, ficar atento àsvariações climáticas, selecionar os bicos corre-tamente e verificar o sistema de pulverização(mangueiras, filtros, entre outras peças)podem significar um trabalho a mais, porém,trará ao agricultor mais benefícios econômicoe financeiro. “A manutenção deve ser feitaantes, durante e após a safra”, recomenda.

As perdas durante a pulverização tambémocorrem por razões como a escolha de produ-

Uso de bicos inadequados para os alvos que se destinam;

Falta ou defeito no manômetro ou equipamento inadequado;

Vazamentos ou entupimentos de bicos;

Altura inadequada das barras durante a aplicação;

Falta de conhecimento para a calibração dos equipamentos;

Ausência ou não funcionamento do tacômetro no trator;

Filtros inadequados para o tipo de bico utilizado;

Desrespeito às condições climáticas no momento da aplicação;

Erros na calibração.

ONDE ESTÃO OS ERROS?

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Muito se fala a respeito da importância dosmaquinários, porém, um outro fator que é fun-damental para a eficiência da aplicação dosdefensivos agrícolas é o volume e a qualidadeda calda, que é a mistura da água e dos produ-tos. Esta, quando utilizada conforme a orienta-ção do técnico agrícola ou das embalagens dosagroquímicos, pode aumentar a capacidadeoperacional dos pulverizadores, além de reduziros riscos de contaminação do solo.

A água de qualidade é fundamental. Asmisturas requerem água livre de impurezas eproblemas com ph e alcalinidade. Além disso,estudos têm demonstrado que água com partí-culas de argila e matéria orgânica reduzem aatividade dos defensivos, o que pode exigiraumento significativo na dosagem para contro-lar as pragas.

Porém, antes de qualquer contato com osdefensivos agrícolas é importante que o manu-seio seja feito com segurança. O trabalhadordeve ser treinado e utilizar os equipamentos desegurança. No caso de acidente ou contamina-ção, procurar ajuda médica. São precauçõessimples que fazem grande diferença.

Qualidade da caldatos muito voláteis,o que pode ocasio-nar a deriva pelaevaporação provo-cada por tempera-turas altas, pelafalta de conheci-mento ou treina-mento do opera-dor, pela presençade vazamento nasmangueiras e nosistema hidráulicoe pelos vazamen-tos dos bicos apóso fechamento das barras.

O produtor Carlos de Leles, quetambém é presidente do SindicatoRural de Itaberaí, conta que na regiãoos agricultores são conscientes quantoà necessidade de cuidar corretamentedos maquinários, com o objetivo denão desperdiçar o produto utilizado.“Eles estão cientes que os produtossão caros e que um erro pode resultarem perdas e prejuízos. Os produtoresrurais estão muito atentos ao que

pode aumentar ou reduzir seus cus-tos”. Além disso, Carlos de Leles diztambém que, pela região ter uma baseeconômica voltada à agricultura, háinvestimentos em tecnologia de ponta.“Tanto os grandes quanto os peque-nos produtores investem em equipa-mentos que visam melhor desem-penho e eficácia”, conta. Entre eles hádesde pulverizadores que possuembicos anti-deriva à equipamentos quepossuem regulagem automática.

Carlos de Leles com um profissional especializado em manutenção depulverizadores. Produtor faz revisão anual no maquinário

JOÃO

FAR

IA

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DELÍCIASDO CAMPO

INGREDIENTES:

MODO DE PREPARO:

RECEITA ELABORADA POR : CRISTIANO FERREIRA DA SILVEIRA, TECNÓLOGO EM GASTRONOMIA E INSTRUTOR DECOZINHA RURAL DO SENAR, EM GOIÁS.

Lombo suínoassado nacerveja preta

1 peça inteira de 2 kg de lombo suínocom a gordura

2 latas de cerveja preta3 pimentas de cheiro3 pimentas bode½ maço de salsinha½ maço de cebolinha3 dentes de alho1 copo de suco de laranja500 g de bacon cortado em cubinhos5 colheres de sopa de azeite de oliva ou

óleo2 cenouras cortadas em pedaços

pequenos1 maço de brócolis20 tomates cerejas inteiros2 cebolas médias picadas 10 dentes de alho com a casca Sal e pimenta do reino a gostoCastanhas de caju, ou de baru ou nozes

para decorar

Para a marinada do lombo:Faça algumas perfurações no lombo pelolado da carne, esfregue bem o sal e apimenta do reino no lombo todo, batatodos os ingredientes restantes noliquidificador, coloque o lombo imersonessa marinada e deixe-o na geladeira nomínimo 12 horas antes do preparo. Apóso período de reserva, em uma panelagrande coloque o azeite e frite o bacon,antes de dourar coloque o lombo e deixe-o fritar de todos os lados até dourar,retire-o e coloque em uma assadeira coma parte da gordura virada para cima. Napanela que fritou o lombo, frite por 1minuto as cenouras, o brócolis, os

tomates, os alhos inteiros e as cebolas.Coloque o líquido da marinada e mechaaté o fundo que se fez na panela sesoutar. Jogue por cima do lombo o líquidoda panela, cubra a assadeira com papelalumínio e leve ao forno pré-aquecido a180ºC por 3 horas. Depois de 2 horas,retire o papel alumínio, aumente o fornopara 220ºC e vá virando o lombo atédourar dos dois lados. Primeiro doure olado da carne, depois o da gordura. Se olíquido da assadeira secar coloque maisum pouco de cerveja preta e vá regandoa carne depois que tirar o papel alumínio.Fatie o lombo e regue por cima o líquidoque se fez na forma e salpique castanhaspor cima para decorar.

> COMO PARTICIPAR: Envie sua sugestão de receita para [email protected] ou ligue: (62) 3096-2200.

Rendimento:

10porções

CRISTIAN

O FERR

EIRA

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O cultivo do maracujá trouxe tranquilidade e bons ren-dimentos para o produtor Márcio Félix da Chagas, deItaberaí. Ele, a família e mais dois funcionários trabalhamno cultivo do fruto em três hectares de terra, que fazemparte do assentamento Che Guevara. Aparentemente, ocultivo do maracujá parece fácil, mas para conseguir colher45 toneladas em um ano em cada hectare, o produtor teveque seguir algumas regras, como ter sempre um pomarnovo, se possível fazer a polinização manual para garantira fecundação das flores e ficar alerta para evitar a conta-minação por doenças.

O melhor resultado do maracujazeiro ocorre no pri-meiro ano de produção, do segundo em diante o rendi-mento cai pela metade. O ideal é deixar que a planta pro-duza no máximo três cargas, é o que recomenda o instru-

KARINE [email protected]

CASOS DESUCESSO

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Em poucos hectares plantados é possível produzirmaracujá em grande escala e obter bons rendimentos

Lucros do

tor de fruticultura do Senar, Lucimar Andrade de Lima. Parase ter uma ideia, no segundo ano de produção o maracu-jazeiro produz cerca de 20 toneladas por hectare e no ter-ceiro ano cai para 10 toneladas, em média. A colheitaocorre a cada quatro meses. Andrade, diz que produtoresexperientes e profissionais, como Márcio, faz o escalona-mento de área para obter maiores resultados e garantir umpomar novo com alta produtividade.

O suco de maracujá é o terceiro mais consumido noBrasil, o primeiro é o de laranja e o segundo é o de caju.Márcio diz que está satisfeito com o trabalho, com os ren-dimentos e acredita que a cultura do maracujá não é dealto risco. “É fácil combater as pragas. A maior perda quejá tive em um hectare plantado foi de mil sacos, cada umtem 12 quilos de maracujá”, calcula. Por meio da rendaobtida com o plantio do maracujá é que Márcio mantém osustento da família. Por enquanto, ele não pensa emaumentar a área plantada e diz que o mercado consumi-dor em Goiás está em expansão e absorve a produção jáexistente.

O preço médio de venda do saco é de R$ 16 e a pro-dução semanal do fruto varia de 200 a 230 sacos. Asmudas são produzidas na própria propriedade, que emsetembro do ano passado abrigou um treinamento de fru-ticultura ministrado pelo Senar, em Goiás. Além do curso defruticultura, Márcio também fez os seguintes treinamentosdo Senar de bovinocultura de leite e qualidade de leite.

maracujá

JOÃO

FAR

IA

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A primeira carga do maracujazeiro é a melhor detodas, se cada planta estiver saudável ela produz 24 qui-los. Ao final da carga não é preciso cortá-la ou fazer oreplantio, basta deixá-la no lugar que ela rebrota. Emcada rama há uma gavinha (uma tipo de espiral), umbotão floral, uma gema ou broto e folhas. O mais comumé que o pomar comece a produzir a partir do oitavo mêsde plantio. Na primeira carga, um pomar pode rendercinco toneladas, cada pé pesa entre 300 a 400 gramas.Como o maracujazeiro é uma trepadeira, a planta deveser sustentada por hastes ou estacas, distância entre asestacas deve ser de seis metros e a altura destas deve serde três metros.

A flor, que é hermafrodita, se abre durante o períodode calor, por volta das 13 horas. A fecundação ocorrepela polinização cruzada e depende das abelhas paragerar fruto. A abelha que mais exerce essa função émamangava. Depois de fecundada a flor, o fruto começaa se desenvolver. Na propriedade, a polinização é manualpara garantir o sucesso da produção.

De acordo com Lucimar, o pomar de maracujá é des-feito após produzir três cargas. Na fase final de produçãohá pressão de pragas e doenças. Uma doença comum aomaracujazeiro é a fusariose, a qual pode atacar o pomar

se as plantas forem arrancadas ou capinadas do solo.Mas se não houver problemas de contágio, a planta podeproduzir até por mais tempo. Ao final da produção da ter-ceira carga, são desfeitas as estruturas que seguram aplanta, os maracujazeiros são deixados sobre a terra eservirão para alimentar o gado. Dessa forma, o solo élimpo dos resíduos dos pés de maracujá. Segundo Márcio,o ideal é que o pomar seja fechado por cinco meses paracompleta limpeza pelo gado.

Os interessados em participardos treinamentos e cursos doSenar em Itaberaí devemprocurar o SindicatoRural pelo telefone:(62) 3375-1533 oupelo e-mail: [email protected]

CAMPO | 39 | FEVEREIRO/2011

Fruticultor mostra a exuberância do

maracujá produzido nopomar da propriedade

Características da planta

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CURSOS ETREINAMENTOS

166EM JANEIRO, O SENAR PROMOVEU CURSOS E TREINAMENTOS DEFORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL

Na área deagricultura

57Em atividade de apoio

agrossilvipastoril

63Na área depecuária

8Na área desilvicultura

1Em

agroindústria

5 Na área deaquicultura

13 Em

atividadesrelativas àprestação deserviços

> COMO PARTICIPAR:Procure o Sindicato Rural, Associação de Produtores e Prefeitura de sua cidade e saibaquais cursos e treinamentos serão ministrados em sua região. (62) 3545-2600

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Mobilização. Visto sob o conceito de movimentar-se emfavor de uma campanha. O ato de mobilizar pessoas noSistema Faeg/Senar consiste, basicamente, em auxiliar aequipe técnica da administração regional de Goiás a identi-ficar as demandas de qualificação de Formação ProfissionalRural (FPR), Promoção Social (PS) e Programas Especiais, erealizar atividades de estruturação dos eventos. Neste sen-tido, entre os dias 10 e 14 de janeiro de 2011, foi realizada

em Goiânia o curso de Formação Inicial de Mobilizadores,com a participação de candidatos a agentes mobilizadoresde 15 municípios goianos. Dentre as atividades da progra-mação, os participantes visitaram a sede do SistemaFaeg/Senar e foram recebidos pelo presidente, José MárioSchreiner, que ressaltou a importância do trabalho destesagentes na atividade agropecuária, no que tange a qualifi-cação da mão de obra e que contribui decisivamente para odesenvolvimento econômico e social do Estado.

FÁTIMA ARAÚ[email protected]

Mobilização no campo

Fátima Araújo é coordenadora pedagógica e supervisora daPromoção Social do Senar, em Goiás.

JOÃO FARIA

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>Para saber maisconsulte nosso site:www.senargo.org.br

27 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL

2.026 PRODUTORES E TRABALHADORESRURAIS CAPACITADOS

10Alimentaçãoe nutrição

3 Prevenção

deacidentes

1Saúde e

alimentação

5Organizaçãocomunitária

8 Artesanato

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Visando buscar melhor qualificação, educadores do SenarGoiás investem em inovação e diversificação das técnicas utilizadaspara ministrar seus treinamentos. Por iniciativa própria, os educa-dores Antônio Geraldo, Elza Moreira, Maria Carvalho e ElimarGomes organizaram uma missão técnica para aprimoramento nonoroeste e no norte de Minas Gerais. Visitaram tecelagem artesa-nal com algodão e aprenderam a confeccionar artesanato comburiti, matéria-prima seca e descartada pela palmeira originária dasveredas daquela região, bem como do território goiano. Dentre aspeças possíveis de serem confeccionadas destacam-se, dentreoutros: vasos, quadros, baús, sofás, estantes, mesas. Iniciativa comoesta é motivada pelo Programa de Formação Continuada deAgentes, do qual participam supervisores, mobilizadores e educa-dores da administração regional do Senar. Das ações em anda-mento são promovidos encontros de formação continuada de edu-cadores, realizados entre os meses de janeiro e abril de 2011. Osprestadores de serviço de instrutoria são distribuídos em seis tur-mas por áreas afins e em cada turma são discutidos assuntoscomo: educação financeira, ginástica laboral e primeiros socorros.Desta forma, espera-se que o Sistema Faeg/Senar contribua paragradativa melhoria dos serviços prestados aos produtores e trabal-hadores rurais de todo o Estado, no que tange às ações deFormação Profissional Rural e Promoção Social.

FÁTIMA ARAÚ[email protected]

Procura por aprimoramento

Fátima Araújo é coordenadora pedagógica e supervisora da Promoção Social do Senar, em Goiás.

JOÃO

FAR

IA

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CAMPOABERTO

ARQU

IVO PESS

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DÉBORA MARIA [email protected]

A agricultura orgânica é um sistema que visa a produção agrícola pormeio da aplicação de técnicas diferentes da agricultura convencional. Aatividade segue os fundamentos agroecológicos, preconiza a redução deentrada de insumos no sistema, aproveita resíduos orgânicos de origemanimal e vegetal como meio de aumentar o nível de matéria orgânica efertilidade do solo, diversifica as espécies exploradas e utiliza manejo sem usode defensivos agrícolas e adubos químicos de alta solubilidade. Não se trataapenas de substituir insumos químicos por outros de origem orgânica,alternativa ou ecologicamente correto. O objetivo principal é promover ummanejo equilibrado nos múltiplos aspectos da propriedade e introduzir e/ourestaurar tecnologias que possam assegurar a sustentabilidade dos sistemasagrícolas ao longo do tempo.

A produção orgânica propõe a sustentabilidade dos sistemas agrícolas, orespeito ao meio ambiente, o resgate da dignidade social no meio rural, aredução da exposição dos trabalhadores a produtos tóxicos, que preserva asaúde humana e o meio ambiente, e atende aos requisitos de segurançaalimentar no respeito ao consumidor e outras demandas estabelecidas pelaLei 10.831, de dezembro de 2003.

O desenvolvimento da agricultura orgânica em Goiás tem sidoincentivado por instituições ligadas ao setor público, privado, associações,sindicatos e entidades. O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) temdado apoio ao setor, com a capacitação, por meio dos cursos de OlericulturaOrgânica e Cultivo Orgânico de Plantas Medicinais, de mais de 2.800integrantes da família rural. Eles se tornarão multiplicadores desta atividade,que estreia um marco para o setor agrícola. A capacitação é responsável pelaascensão social, redução da pobreza no meio rural e, consequentemente, adiminuição do êxodo rural. Além disso, a consciência ambiental e social éfortalecida, pois valoriza os recursos naturais e o cidadão.

A demanda por alimentos saudáveis, o aumento da incidência dedoenças humanas provocadas pela má alimentação, a insegurança alimentare a insustentabilidade dos sistemas agrícolas atuais têm despertado o

reconhecimento das práticas orgânicas como um modelo para produção dealimentos seguros de um modo geral. Outros aspectos a serem considerados éa credibilidade quanto à qualidade do produto orgânico, o sabor diferenciadodevido à presença equilibrada de sólidos solúveis totais, destacando as frutascomo morango, banana e manga, que apresentam um sabor mais adocicadoe que gera uma aceitação que tem contribuído para o aumento da demandadesses alimentos.

A capacitação rural na área de produção orgânica tem sido um fortealiado para a ampliação das perspectivas de produção agrícola em Goiás,difundindo tecnologia e promovendo uma conscientização para umaprodução sustentável. Segundo relato dos participantes dos cursos do Senar, acapacitação forneceu ferramentas palpáveis de acesso a tecnologias, quepermitirão aos produtores almejar resultado tanto para o consumo familiarquanto para comercialização em oportunidades como programas defornecimento de produtos para merendas escolares e restaurantes populares,em parceria com as prefeituras municipais, apoiados pelo governo federal.

A educação rural por meio dos cursos do Senar tem impelido uma visãoholística da produção agrícola, introduzindo conceitos de sustentabilidade,cidadania, alimentação saudável, higiene, respeito ao consumidor edesmistifica analogias sobre a produção orgânica estar ligada somente àprática agrícola sem uso de defensivos agrícolas. A identidade do sistema deprodução orgânico está no respeito à vida e cerca o aspecto social,ambiental, cultural, econômico e político do meio rural e dos que usufruemdos seus resultados. Sua persistente ascensão dependerá da consolidaçãonos preceitos de ética e respeito aos princípios que elegeram esse sistemacomo o futuro das cadeias produtivas e do suporte alimentar parapopulação mundial. (Colaborou: Álvaro Pessoa, engenheiro agrônomo einstrutor do Senar, em Goiás)

Orgânicos em Goiás

Débora Maria Zoccoli é engenheira agrônoma, doutora em Fitopatologia einstrutora da Senar nas áreas de olericultura orgânica e cultivo orgânico de plantas medicinais.

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