104
RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES) CONSTANTES NESTA PAUTA: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL ACLIMAR NASCIMENTO TIMBOÍBA-21 ADEIR RODRIGUES VIANA-79 ADENILSON VIANA NERY-12, 13, 19, 2, 7, 99 ADMILSON TEIXEIRA DA SILVA-100 ADRIANA ZANDONADE-35, 38, 70 ALAN ROVETTA DA SILVA-100 Aleksandro Honrado Vieira-95 ALEX DE FREITAS ROSETTI-90 ALEXANDRE ABEL XAVIER ARAGÃO-24 ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO-5 ALINE SOUZA TOLEDO DA SILVA-11 Allan Titonelli Nunes-30, 33, 62 AMANDA MACEDO TORRES MOULIN OLMO-22 ANDERSON MACOHIN SIEGEL-82, 83, 89 ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES-13, 2, 50, 7 ANDREA CARIAS DA SILVA DEGENARIO-54 ANDREA M. SANTOS SANTANA-26 ANDREIA DADALTO LIMA-111 ANETIL LINS DO NASCIMENTO FERNANDES-55 ANTONIO CARLOS BORLOTT-53 ARNALDO EUSTAQUIO CUNHA PRATTI-45 Bruno Abrahão Gobbi-84 BRUNO DE CASTRO QUEIROZ-78 BRUNO MIRANDA COSTA-46, 47, 5, 87, 93 BRUNO PERSICI-79 BRUNO SANTOS ARRIGONI-81 CARLOS AUGUSTO MENDES PEREIRA-56 CARLOS BERKENBROCK-91 Carolina Augusta da Rocha Rosado-3, 44 CLEBSON DA SILVEIRA-15, 24, 29, 55, 82, 85, 92 DANIELE PELA BACHETI-15 DIOGO MORAES DE MELLO-79 DURVAL BRAGA NETO-107 EDGARD VALLE DE SOUZA-10 EDSON ROBERTO SIQUEIRA JUNIOR-95 EDUARDO JOSÉ TEIXEIRA DE OLIVEIRA-29 ELADIR MONTENEGRO DE O. COUTO-54 ELINARA FERNANDES SOARES-102 ELISANDRA DE OLIVEIRA OLIMPIO-65 ELZA ELENA BOSSOES ALEGRO OLIVEIRA-80, 86 EMILENE ROVETTA DA SILVA-100 ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA-104, 108, 21, 4 EUSTÁQUIO DOMICIO LUCCHESI RAMACCIOTTI-3 FABIO BARRETO-20 FÁBIO THOMÉ MATOS-24 FELIPE ZANOTTI BRUMATTI-30, 31, 32, 33, 34, 35, 36, 37, 38, 39 FLAVIA AQUINO DOS SANTOS-15 FREDERICO AUGUSTO MACHADO-85 GUSTAVO DE RESENDE RAPOSO-31, 45, 57, 59, 60, 61, 67, 68, 69, 73, 76, 97 GUSTAVO HENRIQUE TEIXEIRA DE OLIVEIRA-64, 74 GUSTAVO LUIZ BUSSULAR-45 HELTON FRANCIS MARETTO-14 HENRIQUE SOARES MACEDO-81

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Page 1: 2011.143 SESSÃO DIA 19-07-2011

RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES) CONSTANTES NESTA PAUTA:

ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL

ACLIMAR NASCIMENTO TIMBOÍBA-21ADEIR RODRIGUES VIANA-79ADENILSON VIANA NERY-12, 13, 19, 2, 7, 99ADMILSON TEIXEIRA DA SILVA-100ADRIANA ZANDONADE-35, 38, 70ALAN ROVETTA DA SILVA-100Aleksandro Honrado Vieira-95ALEX DE FREITAS ROSETTI-90ALEXANDRE ABEL XAVIER ARAGÃO-24ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO-5ALINE SOUZA TOLEDO DA SILVA-11Allan Titonelli Nunes-30, 33, 62AMANDA MACEDO TORRES MOULIN OLMO-22ANDERSON MACOHIN SIEGEL-82, 83, 89ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES-13, 2, 50, 7ANDREA CARIAS DA SILVA DEGENARIO-54ANDREA M. SANTOS SANTANA-26ANDREIA DADALTO LIMA-111ANETIL LINS DO NASCIMENTO FERNANDES-55ANTONIO CARLOS BORLOTT-53ARNALDO EUSTAQUIO CUNHA PRATTI-45Bruno Abrahão Gobbi-84BRUNO DE CASTRO QUEIROZ-78BRUNO MIRANDA COSTA-46, 47, 5, 87, 93BRUNO PERSICI-79BRUNO SANTOS ARRIGONI-81CARLOS AUGUSTO MENDES PEREIRA-56CARLOS BERKENBROCK-91Carolina Augusta da Rocha Rosado-3, 44CLEBSON DA SILVEIRA-15, 24, 29, 55, 82, 85, 92DANIELE PELA BACHETI-15DIOGO MORAES DE MELLO-79DURVAL BRAGA NETO-107EDGARD VALLE DE SOUZA-10EDSON ROBERTO SIQUEIRA JUNIOR-95EDUARDO JOSÉ TEIXEIRA DE OLIVEIRA-29ELADIR MONTENEGRO DE O. COUTO-54ELINARA FERNANDES SOARES-102ELISANDRA DE OLIVEIRA OLIMPIO-65ELZA ELENA BOSSOES ALEGRO OLIVEIRA-80, 86EMILENE ROVETTA DA SILVA-100ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA-104, 108, 21, 4EUSTÁQUIO DOMICIO LUCCHESI RAMACCIOTTI-3FABIO BARRETO-20FÁBIO THOMÉ MATOS-24FELIPE ZANOTTI BRUMATTI-30, 31, 32, 33, 34, 35, 36, 37, 38, 39FLAVIA AQUINO DOS SANTOS-15FREDERICO AUGUSTO MACHADO-85GUSTAVO DE RESENDE RAPOSO-31, 45, 57, 59, 60, 61, 67, 68, 69, 73, 76, 97GUSTAVO HENRIQUE TEIXEIRA DE OLIVEIRA-64, 74GUSTAVO LUIZ BUSSULAR-45HELTON FRANCIS MARETTO-14HENRIQUE SOARES MACEDO-81

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Isabela Boechat B. B. de Oliveira-83IZAIAS CORREA BARBOZA JUNIOR-101JAMILSON SERRANO PORFIRIO-4JANAINA RODRIGUES LIMA-49JARDEL CIPRIANO RAMOS-108JARDEL OLIVEIRA LUCIANO-103JEFERSON XAVIER KOBI-24JEFFERSON R. MOURA-49JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS-107JOAO FELIPE DE MELO CALMON HOLLIDAY-86, 92, 98JOAO LUIZ DA SILVA JUNIOR-56JOAO MIGUEL ARAUJO DOS SANTOS-1JOSÉ DE OLIVEIRA GOMES-9JOSE IRINEU DE OLIVEIRA-94JOSE NASCIMENTO-9JOSE OLIVEIRA DE SOUZA-28JOSUE DEGENARIO DO NASCIMENTO-54JULIANA NIMER-80JULIANE BORLINI COUTINHO-51KARLA EUGENIA PITTOL DE CARVALHO-63, 71Kenia Pim Silva Bento-24Kleison Ferreira-77LEONARDO PIZZOL VINHA-3LUCIANO PEREIRA CHAGAS-53Luis Guilherme Nogueira Freire Carneiro-103, 18, 95LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA-8LUIZ CLAUDIO SOBREIRA-51, 53LYZIA PRETTI FARIAS-51MANOEL FERNANDES ALVES-50MARCELA REIS SILVA-101, 16MARCELO MATEDI ALVES-3, 40, 41, 42MARCELO ZAN NASCIMENTO-46MARCIA RIBEIRO PAIVA-25, 56, 89MARCILIO ALVES TEIXEIRA-107MARCO ANTONIO BRUNELI PESSOA-11Marcos Figueredo Marçal-106, 81, 88, 91MARCUS VINÍCIUS CHAGAS SARAIVA-109, 111, 32, 36, 39, 72MARGARETH MARILLAC SOUZA BISPO-84MARIA DA PENHA BARBOSA BRITO-17MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI-109, 110, 27, 57, 58, 59, 60, 61, 62, 63, 64, 65, 66, 67, 68, 69, 70, 71, 72, 73, 74, 75,MARIA DE FATIMA MONTEIRO-23, 56MARIA ISABEL PONTINI-22, 94MARIA REGINA COUTO ULIANA-48MICHELA JACOMELI MARTINS-101NANCI APARECIDA DOMINGUES CARVALHO-84NEIDE DEZANE MARIANI-40, 41NILSON ARAUJO DA SILVA-6ODILON MARTINS SILVEIRA-51OLÍVIA BRAZ VIEIRA DE MELO-100OSIAS ALVES PENHA-52PATRÍCIA DIAS MORAES-88Paulo Henrique Vaz Fidalgo-20PEDRO INOCENCIO BINDA-22PRISCILLA FERREIRA DA COSTA-15RAFAEL ALMEIDA DE SOUZA-106Rafael Antônio Freitas-17

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RAFAEL LUIZ BUSSULAR-45RAQUEL COLA GREGGIO-52RAUL DIAS BORTOLINI-82, 83, 87, 89, 93RENAN DA SILVA PEREIRA-24RENATA GUIMARAES SOARES BECHARA-26RENATA PEDRO DE MORAES SENTO-SÉ REIS-102RENATO TOGNERE FERRON-47RICARDO PIROVANI DE ALMEIDA-105RODOLPHO RANDOW DE FREITAS-52RODRIGO BARBOSA DE BARROS-110, 27, 34, 37, 58, 66, 96RODRIGO COSTA BUARQUE-78RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA-10, 12, 19, 48, 94, 99ROSE MARY GRAHL-88ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA-23, 79, 98SABRINA SIMAO FONTANA-8SÂMIA OLIVIER-51SERGIO DE LIMA FREITAS JUNIOR-18SHASA CAMPOS SALES-97SIDINÉIA DE FREITAS DIAS-17SILVANO JOSÉ ALVES-104SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI-14, 8, 90TADEU JOSE DE SA NASCIMENTO-6UBIRATAN CRUZ RODRIGUES-1, 105, 11, 28, 49, 6URBANO LEAL PEREIRA-9Valber Cruz Cereza-16VANUZA VIDAL SAMPAIO-29VERA LUCIA SAADE RIBEIRO-43VILMAR LOBO ABDALAH JR.-42VINICIUS DINIZ SANTANA-82, 83, 87, 89Vinícius de Lacerda Aleodim Campos-9WAGNER BUFFON DAS VIRGENS-104

1ª Turma RecursalJUIZ(a) FEDERAL DR(a). ROGERIO MOREIRA ALVES

Nro. Boletim 2011.000143 DIRETOR(a) DE SECRETARIA AUGUSTO S. F. RANGEL

20/07/2011Expediente do dia

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL

1 - 0000236-78.2010.4.02.5053/01 (2010.50.53.000236-0/01) MARIA RODRIGUES CARDOSO (ADVOGADO: JOAOMIGUEL ARAUJO DOS SANTOS.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: UBIRATANCRUZ RODRIGUES.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. INCAPACIDADE LABORATIVA NÃOCOMPROVADA.

A sentença julgou improcedente o pedido de condenação do INSS a conceder auxílio-doença ou aposentadoria porinvalidez.

A recorrente alegou que é portadora de doença degenerativa e que não possui grau de escolaridade suficiente parareabilitação, razão pela qual está definitivamente incapacitada. Em primeiro lugar, a perita do juízo expressamente atestounão se tratar de doença degenerativa (quesito 2, fl. 55). Em segundo lugar, não tendo sido comprovada a incapacidade paraa atividade habitual, é desnecessária a análise de fatores pessoais e sociais que possam impedir a reinserção de seguradono mercado de trabalho.

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A recorrente arguiu que o laudo pericial baseou-se em atestados de médicos assistentes, que reconhecem a existência dedoenças. Ocorre que os atestados de médicos assistentes anexados aos autos não certificam a existência de incapacidadelaborativa. Ademais, o diagnóstico firmado em atestado de médico assistente não vincula a perícia judicial, não se tratandode fonte segura da existência da incapacidade para o trabalho. O médico assistente diagnostica e trata. Não lhe cabeaveriguar a veracidade dos fatos narrados pelo paciente, mas acreditar (esta é a base da relação médico-paciente), fazendoo diagnóstico nosológico e propondo o tratamento que considere mais indicado. Já o médico perito se preocupa em buscarevidências de que a queixa de doença incapacitante é verdadeira.

O laudo pericial reconheceu que a recorrente é portadora de doença, mas negou incapacidade para o trabalho. Não hánisso nenhuma contradição. Para ter direito ao auxílio-doença ou à aposentadoria por invalidez, não basta ao seguradocomprovar estar doente: é preciso ficar comprovado que a doença tenha causado alterações morfopsicofisiológicas queimpeçam o desempenho das funções específicas de uma atividade ou ocupação. Somente o médico detém conhecimentostécnicos para aquilatar se a doença diagnosticada inabilita o segurado para o trabalho. Não há motivo para descartar aaplicação da conclusão exposta no laudo pericial.

Recurso improvido. A recorrente, embora sucumbente, está isenta de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiáriada assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

2 - 0000854-94.2008.4.02.5052/01 (2008.50.52.000854-1/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES.) x EDNESIO MOREIRA CAMPOS x PATRICIAMOREIRA CAMPOS x JOSILENE MOREIRA CAMPOS (ADVOGADO: ADENILSON VIANA NERY.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. VALOR DA CAUSA SUPERIOR A 60 SALÁRIOS MÍNINOS. NULIDADE DARENÚNCIA À PARCELA DO CRÉDITO EXCEDENTE AO TETO DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS. JULGAMENTOCONVERTIDO EM DILIGÊNCIA.

Na data do ajuizamento da ação, a expectativa de benefício econômico ultrapassava o limite de 60 salários mínimos. AContadoria demonstrou que o somatório das diferenças, sem nenhuma correção monetária, atingia R$ 24.074,33 (fl. 124).Com correção monetária, o crédito certamente ultrapassava o limite de R$ 24.900,00, vigente na data da propositura daação.

A aferição do valor da causa é questão de ordem pública, porque serve de critério para a determinação da competênciaabsoluta dos Juizados Especiais Federais (art. 3º, § 3º, da Lei nº 10.259/2001).

A situação pode ser ajustada à alçada do Juizado Especial Federal caso a parte autora renuncie à parcela do créditoexcedente a 60 salários mínimos no momento da propositura da ação.

O advogado da parte autora havia manifestado renúncia (fl. 92). A renúncia, porém, é inválida, porque a procuração nãooutorgou ao advogado poderes especiais para renunciar (fl. 5).

Julgamento convertido em diligência, para que a parte autora seja intimada a manifestar renúncia expressa à parcela docrédito excedente a 60 salários mínimos no momento do ajuizamento da ação, sob pena de incompetência absoluta dojuizado especial federal. A renúncia deve ser pessoalmente manifestada pelos autores ou pelo advogado, desde quemunido de procuração com poderes especiais para renunciar. Para assegurar a celeridade processual, a intimação deveser providenciada pela secretaria da turma recursal, sem baixa dos autos ao juizado de origem.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo converter o julgamento em diligência.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator para acórdão

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3 - 0000179-28.2008.4.02.5054/01 (2008.50.54.000179-5/01) FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE - FUNASA (PROCDOR:Carolina Augusta da Rocha Rosado.) x JOAO MARTA (ADVOGADO: EUSTÁQUIO DOMICIO LUCCHESI RAMACCIOTTI,LEONARDO PIZZOL VINHA, MARCELO MATEDI ALVES.).E M E N T A

REFORMATIO IN PEJUS. ERRO MANIFESTO. NULIDADE ABSOLUTA. CORREÇÃO DE OFÍCIO.

A sentença recorrida condenou a Funasa a pagar diferenças de GDASST nos termos do art. 6º da MP 198/2004. E essanorma jurídica fixa como termo inicial o dia 1º/5/2004. Somente a Funasa interpôs recurso em face da sentença. O acórdãoda turma recursal, porém, decidiu que a GDASST é também devida sobre 40 pontos no período de 1º/4/2002 a 30/4/2004.A Funasa interpôs embargos de declaração arguindo a ocorrência de reformatio in pejus. A turma recursal negouprovimento aos embargos mediante decisão genérica, omitindo-se em enfrentar a alegação de reformatio in pejus. AFunasa interpôs recurso extraordinário alegando ofensa ao contraditório e à ampla defesa em razão da reformatio in pejus.

É manifesta a ocorrência de reformatio in pejus. A reformatio in pejus constitui nulidade absoluta, passível de correção deofício. A correção de ofício do erro prejudica parcialmente o recurso extraordinário.

Acórdão corrigido de ofício, desconstituindo-se a condenação da recorrente a pagar diferenças de GDASST no período de1º/4/2002 a 30/4/2004.

O recurso extraordinário deverá oportunamente ter a admissibilidade analisada pelo presidente da turma recursal no que serefere às demais questões suscitadas pelo recorrente.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo corrigir o acórdão recorrido.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

4 - 0000651-95.2009.4.02.5053/01 (2009.50.53.000651-0/01) VERGINIA HELENA BOONE DE ALMEIDA (ADVOGADO:JAMILSON SERRANO PORFIRIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ERIN LUÍSALEITE VIEIRA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. PREVALÊNCIA DO LAUDO PERICIAL SOBRE ATESTADO DE MÉDICOASSISTENTE. INCAPACIDADE LABORATIVA NÃO COMPROVADA.

A sentença julgou improcedente o pedido de condenação do INSS a conceder auxílio-doença.

A recorrente alegou que foram apresentados atestados de médicos assistentes que comprovam a incapacidade para otrabalho. O atestado médico equipara-se a mero parecer de assistente técnico, de forma que eventual divergência deopiniões deve ser resolvida em favor do parecer do perito do juízo. De acordo com o Enunciado nº 8 da Turma Recursal doEspírito Santo, “o laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, emprincípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre oparticular”. O médico assistente diagnostica e trata. Não lhe cabe averiguar a veracidade dos fatos narrados pelo paciente,mas acreditar (esta é a base da relação médico-paciente), fazendo o diagnóstico nosológico e propondo o tratamento queconsidere mais indicado. Já o médico perito se preocupa em buscar evidências de que a queixa de doença incapacitante éverdadeira. Por isso, o diagnóstico emitido pelo médico assistente não é fonte segura da existência da incapacidade para otrabalho.

A avaliação da aptidão para o trabalho é questão técnica que deve necessariamente ser analisada por médico.Preferencialmente, o médico nomeado deve ser habilitado na especialidade médica pertinente à doença incapacitante daqual se queixa o segurado. Trata-se, porém, de mera preferência. Salvo casos excepcionais, o médico inscrito no órgão declasse competente tem habilitação técnica legal para opinar sobre questões de natureza clínica afetas a qualquerespecialidade. Não se tratando de quadro clínico complexo, a perícia médica pode ser conduzida por médico de qualquerespecialidade. A perita, especialista em Cardiologia, pode não ter a habilitação técnica ideal para conduzir o tratamentoclínico da doença diagnosticada – lombalgia e dores no corpo -, mas detém conhecimentos suficientes para avaliarexistência de incapacidade para o trabalho.

O fato de o INSS ter concedido auxílio-doença em momento anterior não implica reconhecimento de incapacidade atual. Oresultado da perícia administrativa antiga não vincula a conclusão da perícia judicial atual, até porque o quadro clínico e aaptidão laboral são dinâmicos, alteram-se com o tempo. O que importa é que, atualmente, a perita não confirmou inaptidão

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para o trabalho.

Recurso improvido. A recorrente, embora sucumbente, está isenta de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiáriada assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

5 - 0000295-12.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000295-1/01) IRANI MARIA DE SOUZA (DEF.PUB: ALINE FELLIPEPACHECO SARTÓRIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDACOSTA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. PREVALÊNCIA DO LAUDO PERICIAL SOBRE ATESTADO DE MÉDICOASSISTENTE. INCAPACIDADE LABORATIVA NÃO COMPROVADA.

A sentença julgou improcedente o pedido de condenação do INSS a conceder auxílio-doença ou aposentadoria porinvalidez.

A recorrente alegou que foram apresentados atestados de médicos assistentes que comprovam a incapacidade para otrabalho. O atestado médico equipara-se a mero parecer de assistente técnico, de forma que eventual divergência deopiniões deve ser resolvida em favor do parecer do perito do juízo. De acordo com o Enunciado nº 8 da Turma Recursal doEspírito Santo, “o laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, emprincípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre oparticular”. O médico assistente diagnostica e trata. Não lhe cabe averiguar a veracidade dos fatos narrados pelo paciente,mas acreditar (esta é a base da relação médico-paciente), fazendo o diagnóstico nosológico e propondo o tratamento queconsidere mais indicado. Já o médico perito se preocupa em buscar evidências de que a queixa de doença incapacitante éverdadeira. Por isso, o diagnóstico emitido pelo médico assistente não é fonte segura da existência da incapacidade para otrabalho.

A recorrente alegou que, mesmo após a cirurgia, não obteve melhora do quadro álgico. A alegação, porém, não estácomprovada. O laudo pericial expressamente descartou a existência de incapacidade. E os poucos atestados de médicosassistentes anexados aos autos foram subscritos antes da realização da cirurgia.

O fato de o perito ter diagnosticado patologia no punho direito e recomendado a realização de cirurgia não necessariamenteimplica existência de incapacidade. Para ter direito ao auxílio-doença ou à aposentadoria por invalidez, não basta aosegurado comprovar estar doente: é preciso ficar comprovado que a doença tenha causado alteraçõesmorfopsicofisiológicas que impeçam o desempenho das funções específicas de uma atividade ou ocupação. Somente omédico detém conhecimentos técnicos para aquilatar se a doença diagnosticada inabilita o segurado para o trabalho. Nãohá motivo para descartar a aplicação da conclusão exposta no laudo pericial.

A recorrente alegou que o perito não realizou exame complementar. Somente o médico pode decidir, conforme o exameclínico, sobre a necessidade de exames complementares para definição da conclusão do laudo pericial. A falta derealização de exames complementares não necessariamente prejudica o laudo pericial.

O fato de o INSS ter concedido auxílio-doença em momento anterior não implica reconhecimento de incapacidade atual. Oresultado da perícia administrativa antiga não vincula a conclusão da perícia judicial atual, até porque o quadro clínico e aaptidão laboral são dinâmicos, alteram-se com o tempo. O que importa é que, atualmente, o perito não confirmou inaptidãopara o trabalho.

Recurso improvido. A recorrente, embora sucumbente, está isenta de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiáriada assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

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ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

6 - 0000349-69.2009.4.02.5052/01 (2009.50.52.000349-3/01) BENTO DANTAS DE JESUS (ADVOGADO: NILSONARAUJO DA SILVA, TADEU JOSE DE SA NASCIMENTO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: UBIRATAN CRUZ RODRIGUES.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. INCAPACIDADE LABORATIVA NÃO COMPROVADA.

A sentença julgou improcedente o pedido de condenação do INSS a conceder auxílio-doença. O recorrente alegou que olaudo pericial, ao destacar o diagnóstico de diabetes mellitus, comprovaria a incapacidade para o trabalho. Além disso,alegou que haveria necessidade de afastar-se do exercício da atividade habitual para realizar o tratamento da patologia.

O laudo pericial confirmou o diagnóstico de diabetes mellitus, mas expressamente descartou a existência de incapacidadepara o desempenho da atividade habitual. Para ter direito ao auxílio-doença ou à aposentadoria por invalidez, não basta aosegurado comprovar estar doente: é preciso ficar comprovado que a doença tenha causado alteraçõesmorfopsicofisiológicas que impeçam o desempenho das funções específicas de uma atividade ou ocupação. Somente omédico detém conhecimentos técnicos para aquilatar se a doença diagnosticada inabilita o segurado para o trabalho. Nãohá motivo para descartar a aplicação da conclusão exposta no laudo pericial.

O perito do juízo certificou que o recorrente encontra-se em tratamento para o diabetes, mas mesmo assim concluiu pelaaptidão laboral. Não há prova de que o recorrente necessite afastar-se do trabalho para realizar o controle clínico dadoença.

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiárioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

7 - 0000261-31.2009.4.02.5052/01 (2009.50.52.000261-0/01) JONAS DO NASCIMENTO ARAUJO (ADVOGADO:ADENILSON VIANA NERY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANDRE COUTINHO DAFONSECA FERNANDES GOMES.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. INCAPACIDADE NÃO COMPROVADA. DESNECESSIDADE DE ANALISARPOSSIBILIDADE DE REINSERÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO.

Trata-se de recurso interposto em face de sentença que julgou improcedente o pedido de condenação do INSS a concederauxílio-doença. A recorrente alegou apenas que não possui condições de disputar vaga de trabalho, em razão de estarincapacitada, possuir idade avançada e baixo grau de instrução.

O laudo pericial constatou varizes nas pernas, sem úlceras ou processos inflamatórios, e descartou a existência deincapacidade laborativa. Não tendo sido comprovada a inaptidão para o exercício da atividade habitual, é desnecessárioanalisar a possibilidade de reinserção do segurado no mercado de trabalho. Fatores como idade e grau de instruçãosomente servem para aferir se o segurado definitivamente incapacitado para a atividade habitual tem possibilidade de serreabilitado para exercer novo ofício. Não é esse o caso dos autos.

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiárioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Page 8: 2011.143 SESSÃO DIA 19-07-2011

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

8 - 0004446-55.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.004446-1/01) EUNICE RODRIGUES DE SOUZA (ADVOGADO: LUIZCARLOS DE OLIVEIRA, SABRINA SIMAO FONTANA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. PREVALÊNCIA DO LAUDO PERICIAL EM FACE DE ATESTADO DE MÉDICOASSISTENTE. DOENÇA DEGENERATIVA. INCAPACIDADE NÃO COMPROVADA. ARGÜIÇÃO DE CERCEAMENTO DEDEFESA. DESNECESSÁRIA DESIGNAÇÃO DE NOVA PERÍCIA OU AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO.

A sentença julgou improcedente o pedido de condenação do INSS a conceder aposentadoria por invalidez ouauxílio-doença.

A recorrente alegou que a sentença desprezou atestados de médicos assistentes anexados aos autos. Ocorre que oatestado médico equipara-se a mero parecer de assistente técnico, de forma que eventual divergência de opiniões deve serresolvida em favor do parecer do perito do juízo. De acordo com o Enunciado nº 8 da Turma Recursal do Espírito Santo, “olaudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial.O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”. O médicoassistente diagnostica e trata. Não lhe cabe averiguar a veracidade dos fatos narrados pelo paciente, mas acreditar (esta éa base da relação médico-paciente), fazendo o diagnóstico nosológico e propondo o tratamento que considere maisindicado. Já o médico perito se preocupa em buscar evidências de que a queixa de doença incapacitante é verdadeira. Porisso, o diagnóstico emitido pelo médico assistente não é fonte segura da existência da incapacidade para o trabalho.

A recorrente alegou que a limitação para realizar esforço físico não foi verificada na perícia judicial, uma vez que o peritoapenas analisou a amplitude de movimentos dos membros superiores. Não assiste razão à recorrente. O peritoexpressamente analisou a declaração do médico assistente no sentido de impossibilidade de realizar esforço físico (fl. 93,parte final). Todavia, o perito considerou que a limitação apontada pelo médico assistente não diz respeito à impossibilidadede realizar esforço físico, mas, sim, ao risco de ferimentos. Não há limitação para o exercício da atividade habitual deempregada doméstica.

O caráter degenerativo da patologia não garante que ela tenha atingido intensidade suficiente para causar incapacidadelaboral. O fato de a doença ser degenerativa significa que a mesma pode sofrer agravamento progressivo, de forma que, nofuturo, a recorrente poderá ficar incapacitada, mas, no momento do exame pericial, o perito ainda não havia constatadoesse estado.

A recorrente alegou que necessita fazer uso de transporte coletivo todos os dias e que, devido à lotação, passa todo otrajeto em pé, realizando esforço físico com os braços. Além disso, sente tontura e náuseas. A alegação, porém, não estácomprovada. Ademais, o perito não confirmou a existência de inaptidão para realizar esforço físico.

A recorrente arguiu cerceamento de defesa, tendo em vista que a sentença não analisou os requerimentos de realização denova perícia e de audiência de instrução. A realização de nova perícia só tem cabimento quando a matéria não parecersuficientemente esclarecida ao juiz (art. 437 do CPC) ou quando houver nulidade. Nenhuma das duas hipóteses ocorreu. Olaudo pericial examinou todas as queixas relatadas pela recorrente e, mesmo assim, foi contundente em atestar a aptidãopara o exercício da atividade habitual. Também não houve alegação de nenhum fato que caracterizasse nulidade daperícia.

Também não havia necessidade de designação de audiência de instrução, uma vez que a prova oral seria inútil. O juiz nãodetém conhecimento técnico para elucidar a questão de fato à luz da prova testemunhal. A incapacidade para o trabalho équestão de natureza técnica, que só pode ser esclarecida por médico habilitado, exigindo, portanto, prova pericial. Deacordo com o art. 400, II, do CPC, o juiz deve indeferir a prova testemunhal sobre fatos que só possam ser provados porexame pericial.

Recurso improvido. A recorrente, embora sucumbente, está isenta de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiáriada assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

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ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

9 - 0000619-67.2007.4.02.5051/01 (2007.50.51.000619-1/01) ELSON LOURA DE OLIVEIRA (ADVOGADO: URBANO LEALPEREIRA, JOSÉ DE OLIVEIRA GOMES, JOSE NASCIMENTO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: Vinícius de Lacerda Aleodim Campos.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. ARGUIÇÃO DE INCOMPETÊNCIA. INCAPACIDADE DECORRENTE DEACIDENTE DE TRABALHO NÃO COMPROVADA. PERÍCIA REALIZADA POR MÉDICO DE ESPECIALIDADE DIVERSADA PATOLOGIA RELATADA.

A sentença julgou improcedente o pedido para condenar o INSS a conceder aposentadoria por invalidez.

O recorrente arguiu a incompetência absoluta da Justiça Federal, por se tratar de acidente de trabalho, tendo em vista queo perito afirmou que o recorrente sofreu queda ao transportar tora de madeira. Não assiste razão ao recorrente. Emprimeiro lugar, o laudo pericial, em sua parte introdutória, apenas relatou a declaração prestada pelo recorrente de que teriasofrido acidente de trabalho, sem confirmar a veracidade da alegação. Em segundo lugar, o perito atestou tratar-se depatologia de natureza degenerativa, que não implica inaptidão laboral. Não estando comprovado o acidente de trabalho,persiste a competência do Juizado Especial Federal.

O recorrente alegou que deveria ter sido avaliado por médico ortopedista. Queixou-se de dores lombares. A avaliação daaptidão para o trabalho é questão técnica que deve necessariamente ser analisada por médico. Preferencialmente, omédico nomeado deve ser habilitado na especialidade médica pertinente à doença incapacitante da qual se queixa osegurado. Trata-se, porém, de mera preferência. Salvo casos excepcionais, o médico inscrito no órgão de classecompetente tem habilitação técnica legal para opinar sobre questões de natureza clínica afetas a qualquer especialidade.Não se tratando de quadro clínico complexo, a perícia médica pode ser conduzida por médico de qualquer especialidade. Operito, especialista em Clínica Médica e Cirurgia Geral, pode não ter a habilitação técnica ideal para conduzir o tratamentoclínico do paciente, mas detém conhecimentos suficientes para avaliar existência de incapacidade para o trabalho.

O perito diagnosticou doença degenerativa da coluna lombar e hipertensão arterial. Os laudos de exames complementaresprovidenciados pelo recorrente também diagnosticaram problemas lombares e cardíacos. A confirmação de doenças nãoautoriza presumir incapacidade para o trabalho. Para ter direito ao auxílio-doença ou à aposentadoria por invalidez, nãobasta ao segurado comprovar estar doente: é preciso ficar comprovado que a doença tenha causado alteraçõesmorfopsicofisiológicas que impeçam o desempenho das funções específicas de uma atividade ou ocupação. Somente omédico detém conhecimentos técnicos para aquilatar se a doença diagnosticada inabilita o segurado para o trabalho. Nãohá motivo para descartar a aplicação da conclusão exposta nos laudos periciais.

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiárioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

10 - 0000326-60.2008.4.02.5052/01 (2008.50.52.000326-9/01) REINALDO MIRANDA DOS REIS (ADVOGADO: EDGARDVALLE DE SOUZA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DEALMEIDA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. INDEFERIMENTO DE PROVATESTEMUNHAL E DE REQUISIÇÃO DE DOCUMENTO EM PROCESSO ADMINISTRATIVO. CERCEAMENTO DEDEFESA.

O perito diagnosticou “epilepsia de pequeno mal”, caracterizada apenas por crises de ausência, que fazem o portador ficar“fora da realidade” por alguns instantes, sem risco de queda ou de crises convulsivas. Concluiu que o tipo de epilepsia queacomete o recorrente não causa espasmos musculares ou quedas. Ressalvou que somente em caso de “epilepsia degrande mal”, com crises clônico-tônicas, é que haveria limitação para certas atividades, como trabalho em alturas.

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Para definir o tipo de epilepsia que estaria acometendo o recorrente, o perito levou em consideração os seguintes fatos:mesmo expressamente questionado, o recorrente não alegou sofrer crises convulsivas, mas apenas crises de ausência; oatestado de médico assistente não detalhou o tipo de crise convulsiva apresentada pelo recorrente. O atestado de médicoassistente realmente não especifica o tipo de crise convulsiva, mas certifica que o recorrente era portador de criseconvulsiva de difícil controle (fl. 41). A omissão do recorrente em confirmar para o perito a ocorrência de crises convulsivasnão garante que essas crises não ocorram: o recorrente não confirmou as crises, mas também não confessouexpressamente estar isento delas.

A dúvida sobre se o recorrente sofria crises convulsivas poderia ser elucidada por prova testemunhal. A prova testemunhalnão tem pertinência para resolver diretamente sobre a existência incapacidade para o trabalho – questão técnica quedepende de prova pericial -, mas é útil para revelar fatos que possam servir de subsídio para o médico perito formular suaconclusão sobre essa questão técnica.

Tendo em conta a peculiaridade do caso concreto, o indeferimento da prova testemunhal causou cerceamento de defesa.Se for comprovado, por documento ou por depoimento de testemunhas, que a epilepsia causa espasmos musculares ecrises convulsivas, o laudo pericial já produzido daria suporte para concluir pela existência de incapacidade para o trabalho.

De igual modo, os atestados médicos que podem ter ficado retidos nos autos do processo administrativo teriam relevânciapara confirmar, contemporaneamente à data de entrada do requerimento administrativo, o acometimento por crisesconvulsivas.

Recurso provido para anular a sentença, reabrindo a instrução processual, para efeito de colheita de prova testemunhal erequisição dos atestados de médico assistente juntados pelo recorrente no processo administrativo.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo DAR PROVIMENTO AO RECURSO para anular a sentença e reabrir a instruçãoprocessual.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

11 - 0000789-62.2009.4.02.5053/01 (2009.50.53.000789-6/01) PENHA BERGAMASCHI CONFOLONIERI (ADVOGADO:MARCO ANTONIO BRUNELI PESSOA, ALINE SOUZA TOLEDO DA SILVA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGUROSOCIAL - INSS (PROCDOR: UBIRATAN CRUZ RODRIGUES.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. RESTABELECIMENTO DE AUXÍLIO-DOENÇA POR ACIDENTE DE TRABALHO. NEXO DECAUSALIDADE ENTRE A PATOLOGIA INCAPACITANTE E O TRABALHO DO SEGURADO. INCOMPETÊNCIAABSOLUTA DA JUSTIÇA FEDERAL.

A recorrente ajuizou ação em face do INSS, pedindo a condenação do réu a restabelecer o auxílio-doença por acidente detrabalho (fl. 20). O INSS arguiu a incompetência absoluta do Juizado Especial Federal. A sentença afastou a arguição deincompetência, por ser irrelevante o fato de o trabalho agravar a doença e porque não houve um acidente específico,faltando emissão de Comunicação de Acidente do Trabalho.

A incompetência absoluta é questão de ordem pública, podendo ser conhecida de ofício pelo juiz e argüida a qualquertempo pelas partes.

O laudo pericial mostrou-se confuso no que se refere ao nexo etiológico da doença incapacitante. Por um lado, qualificou adoença incapacitante como degenerativa (quesito 2, fl. 134; quesito 2, fl. 135). Por outro, atestou expressamente que existenexo de causalidade entre a patologia e o trabalho da recorrente (quesito 5, fl. 136). Apesar de a doença ter naturezadegenerativa, o trabalho, de alguma forma, concorreu para o agravamento do quadro clínico, a ponto de consolidar aincapacidade para o trabalho. Caracteriza-se o acidente do trabalho mesmo nos casos em que o trabalho não seja a causaprincipal para o surgimento da patologia, mas apenas uma causa paralela ou concomitante (concausa) que sirva paraagravar a doença incapacitante (art. 21, I, da Lei nº 8.213/91).

A ausência de Comunicação de Acidente do Trabalho não descaracteriza o caráter acidentário da patologia. O acidente detrabalho também pode ser caracterizado mesmo sem a ocorrência de um acidente específico, haja vista a possibilidade dedoença profissional ou doença do trabalho (art. 20, I e II, da Lei nº 8.213/91).

Em convergência com a conclusão do laudo pericial sobre a questão acidentária, o INSS havia concedido, no período de

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7/9/2007 a 15/4/2008, auxílio-doença por acidente do trabalho.

O artigo 109, I, da Constituição Federal, exclui da competência material dos juízes federais as causas de acidente detrabalho. Segundo entendimento consolidado pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça, a justiçacomum estadual é competente para processar e julgar litígios decorrentes de acidente do trabalho, tanto para conceder obenefício previdenciário quanto para proceder à sua revisão. Continuam valendo a Súmula 501 do STF e a Súmula 15 doSTJ.

Declarada a incompetência absoluta do Juizado Especial Federal. Declinada a competência em favor da vara competentena Comarca de Linhares.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo DECLINAR DA COMPETÊNCIA em favor da Justiça Estadual.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

12 - 0000447-88.2008.4.02.5052/01 (2008.50.52.000447-0/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA.) x ISMAEL SIQUEIRA (ADVOGADO: ADENILSON VIANA NERY.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. DATA DE INÍCIO DO BENEFÍCIO.

A sentença condenou o INSS a conceder aposentadoria por invalidez, com data de início em 1º/8/2008. O recorrente alegouque extrato do CNIS teria comprovado exercício de atividade laboral até 30/9/2009. Assim, pediu a reforma da sentençapara que a DIB da aposentadoria por invalidez seja fixada após o encerramento do último vínculo empregatício.

O extrato do CNIS revela que o último vínculo de emprego foi rescindido em julho/2008 e que a última remuneraçãorecebida do empregador também se refere àquela mesma competência (fls. 26/27). Não há prova de que o recorridocontinuou trabalhando após julho/2008.

Alternativamente, o recorrente pediu para fixar a DIB da aposentadoria por invalidez em 25/1/2009, data em que o recorridofoi atropelado e na qual o perito estimou o dia de início da incapacidade (quesito 6, fl. 32). Ocorre que, além das sequelasortopédicas decorrentes do atropelamento, o perito também diagnosticou espondilodiscoartrose e hérnia discal (quesito 1, fl.31). O perito apenas não pôde averiguar a incapacidade decorrente destas patologias ortopédicas pelo fato de que oacidente havia ocorrido recentemente (fl. 30). Considerando tratar-se de patologias de evolução lenta e gradual (quesito 2,fl. 31) e considerando que o recorrido, entre 09/2008 e 07/2009, recebeu diversos auxílios-doença sucessivamente, éinverossímil que a incapacidade laborativa tenha sofrido solução de continuidade nesse ínterim.

Os valores de auxílio-doença recebidos pelo recorrido, em sede administrativa, no período posterior a 1º/8/2008 deverão sersubtraídos do somatório dos proventos da aposentadoria por invalidez concedida por força da sentença.

Recurso parcialmente provido apenas para declarar que o INSS poderá compensar no crédito do recorrido os valores deauxílio-doença pagos a partir de 1º/8/2008.

Sem custas. Ante a sucumbência recíproca, compensam-se os honorários advocatícios.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

13 - 0000024-31.2008.4.02.5052/01 (2008.50.52.000024-4/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES.) x RITA DE CÁSSIA BOTAZINI PASTORIM(ADVOGADO: ADENILSON VIANA NERY.).E M E N T A

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PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. DATA DE INÍCIO DO BENEFÍCIO.

A sentença condenou o INSS a pagar auxílio-doença desde 24/9/2007, data do requerimento administrativo, convertendo-oem aposentadoria por invalidez a partir de 15/8/2009, data do exame pericial judicial. O INSS interpôs recurso, pedindo areforma da sentença, a fim de que seja concedido apenas auxílio-doença com DIB na data do laudo pericial judicial.

O perito do juízo certificou tratar-se de incapacidade parcial definitiva (quesito 5, fl. 51). Afirmou que a recorrida poderealizar atividades leves, que não exijam esforço físico (quesito 7, fl. 50). Ocorre que, em se tratando de pessoa radicada nomeio rural, é difícil imaginar a disponibilidade de atividade compatível com as restrições físicas diagnosticadas que possagarantir o sustento do segurado. Sob o ponto de vista físico, a recorrida poderia ser reabilitada para atividade urbana leve,mas a reabilitação profissional deve se limitar às atividades disponíveis no local em que o segurado vive. Por isso, arecorrida faz jus à aposentadoria por invalidez.

O perito do juízo atestou que o exame de cintilografia miocárdica realizado em 8/9/2007 já identificava a existência dapatologia incapacitante. Logo, restou comprovada a existência de incapacidade laborativa na data do requerimentoadministrativo. Não há motivo para fixar a DIB da aposentadoria por invalidez somente na data do exame pericial judicial.

Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honoráriosadvocatícios arbitrados em dez por cento do valor da condenação.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

14 - 0002036-87.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.002036-9/01) GERALDO DO CARMO DE SOUZA SILVA (ADVOGADO:HELTON FRANCIS MARETTO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONELENGRUBER DARROZ ROSSONI.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. ACRÉSCIMO DE 25%. NÃO COMPROVADA NECESSIDADEDE ASSISTÊNCIA PERMANENTE DE OUTRA PESSOA.

A sentença julgou improcedente o pedido de condenação do INSS a pagar o acréscimo de 25% sobre o valor dos proventosde aposentadoria por invalidez, nos termos do art. 45 da Lei nº 8.213/91.

O perito do juízo atestou que o recorrente não necessita da assistência permanente de terceiros para as atividadescotidianas (quesito 20). O recorrente alegou que a resposta do perito é evasiva, e não levou em consideração a doençadiagnosticada, tampouco o fato de ter sido verificada a incapacidade multiprofissional.

O laudo pericial, embora lacônico, não é nulo, porque esclareceu satisfatoriamente a matéria fática. Nos juizados especiais,os atos processuais são regidos pela simplicidade e pela informalidade (art. 2º da Lei nº 9.099/95), razão pela qual o laudopericial não precisa conter fundamentação detalhada. Ademais, o fato de o recorrente ser portador de doença degenerativada coluna lombar não necessariamente implica necessidade de auxílio contínuo de outra pessoa.

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiárioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

15 - 0002406-03.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.002406-1/01) ROBERTA MAGDA SILVA DINIZ (ADVOGADO: DANIELEPELA BACHETI, PRISCILLA FERREIRA DA COSTA, FLAVIA AQUINO DOS SANTOS.) x INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.).

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E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-ACIDENTE. REDUÇÃO DA CAPACIDADE PARA O TRABALHO NÃO COMPROVADA.

A sentença julgou improcedente o pedido de condenação do INSS a conceder auxílio-acidente.

A recorrente alegou que sofreu acidente de trânsito, com sequela de fratura viciosa do osso do antebraço, e que osmovimentos e a força muscular jamais voltariam ao normal.

Nos termos do art. 86 da Lei nº 8.213/91, o auxílio-acidente somente é devido quando resultarem seqüelas que impliquemredução da capacidade para o trabalho que o segurado habitualmente exercia. O perito do juízo expressamente atestou queas seqüelas do acidente não implicam redução da capacidade para o exercício da atividade habitual de vendedoraautônoma. Certificou que o exame físico da recorrente foi normal, tendo sido verificada ausência de contratura muscular,ausência de edema nos membros inferiores e superiores, movimentos livres do pescoço, braços e mãos, e manutenção daforça das mãos. Não há prova de que a recorrente, após o acidente, tenha sofrido redução da capacidade para a atividadehabitual.

Recurso improvido. A recorrente, embora sucumbente, está isenta de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiáriada assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

16 - 0000395-61.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.000395-2/01) ANAIR SANT ANNA LIBERATO (ADVOGADO: Valber CruzCereza.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCELA REIS SILVA.).E M E N T A

LOAS. RENDA FAMILIAR PER CAPITA. APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 34, PARÁGRAFO ÚNICO, DO ESTATUTODO IDOSO. IDOSO QUE RECEBE BENEFÍCIO COM RENDA SUPERIOR AO SALÁRIO MÍNIMO. AUSÊNCIA DESEMELHANÇA ENTRE A HIPÓTESE LEGAL E O CASO CONCRETO.

O amparo assistencial é reservado às pessoas cuja família não tenha condições financeiras de lhe prover a subsistência.Considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa portadora de deficiência a família cuja renda mensal per capitaseja inferior a ¼ do salário mínimo (art. 20, § 3º, da Lei nº 8.742/93).

A recorrente mora junto com o marido. Têm sete filhos, todos casados e com vida independente. O marido é beneficiário deaposentadoria por idade com renda mensal estimada em R$ 507,67 em 2009. Na época, o salário mínimo correspondia aR$ 465,00. A renda mensal per capita é superior a ½ salário mínimo.

O art. 34, parágrafo único, da Lei nº 10.741/2003 (Estatuto do Idoso) dispõe que o benefício assistencial de prestaçãocontinuada já concedido a qualquer membro da família que seja idoso e que tenha pelo menos 65 anos de idade não deveser computado para os fins do cálculo da renda familiar per capita a que se refere a LOAS.

O marido da recorrente é idoso, tinha 71 anos de idade em 2009. Entretanto, aufere benefício que não tem nem a mesmanatureza que o benefício assistencial de prestação continuada: trata-se de aposentadoria com valor superior a um saláriomínimo. Em se tratando de benefício previdenciário com renda mensal superior ao salário mínimo, não cabe aplicar poranalogia o art. 34, parágrafo único, da Lei nº 10.741/2003, por falta de equivalência entre o caso concreto e a situaçãohipotética prevista em lei.

A recorrente propôs utilizar a analogia para descontar da renda mensal do marido a parcela equivalente ao salário mínimo.Dessa forma, a renda familiar per capita corresponderia apenas à parcela que extrapola o valor do salário mínimo (R$507,67 – R$ 465,00 = R$ 42,67). Como esse resíduo é inferior a ¼ do salário mínimo, estaria cumprido o requisitofinanceiro previsto na LOAS.

A analogia fornece igualdade de tratamento, pois as situações semelhantes passam a ser disciplinadas da mesma forma.Não há, porém, semelhança objetiva entre a situação do idoso que recebe benefício de renda mínima e a do idoso queaufere proventos em valor superior ao salário mínimo, ainda que por pequena diferença.

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Recurso improvido. A recorrente, embora sucumbente, está isenta de custas e de honorários advocatícios por serbeneficiária da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

17 - 0000663-18.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.000663-1/01) CELEDI INACIO SIMAO (ADVOGADO: Rafael AntônioFreitas, SIDINÉIA DE FREITAS DIAS.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARIA DAPENHA BARBOSA BRITO.).E M E N T A

ASSISTÊNCIA SOCIAL. LOAS. RENDA MENSAL PER CAPITA SUPERIOR A ¼ DO SALÁRIO MÍNIMO. ESTADO DEMISERABILIDADE NÃO COMPROVADO.

A sentença julgou improcedente o pedido de condenação do INSS a conceder o benefício assistencial de prestaçãocontinuada. Considerou que não restaram comprovados o estado de miserabilidade e a incapacidade para o trabalho e paraa vida independente.

O relatório de visita domiciliar elaborado pela assistente social revelou que, em 12/2009, a recorrente residia com o maridoe um filho, os quais respectivamente auferiam rendimentos estimados em R$ 494,50 e R$ 451,02. No recurso inominado, arecorrente afirmou que, atualmente, o filho deixou de residir com o casal. Ocorre que, já na data de elaboração do relatório,o filho possuía mais de 21 anos de idade. Logo, nos termos do art. 20, § 1º, da Lei nº 8.742/93, com redação dada pela Leinº 9.720/98 (redação vigente na época do requerimento administrativo), desde aquela época o filho já não integrava o grupofamiliar para os fins de concessão do benefício assistencial.

O grupo familiar é composto por duas pessoas, a recorrente e o marido. O salário do marido faz a renda familiar per capitaficar superior a ½ salário mínimo. Sob o critério objetivo definido em lei, a família tem condições de sustentar a recorrente.

A Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do REsp 1.112.557/MG pelo rito dos recursos repetitivos,pacificou o entendimento de que o critério de aferição da renda mensal previsto no art. 20, § 3º, da Lei nº 8.742/93 deve serconsiderado apenas como um limite mínimo de renda, sem descartar, porém, a possibilidade de o juiz levar emconsideração outros fatores referentes à situação econômico-financeira do beneficiário e que tenham o condão decomprovar a condição de miserabilidade da parte e de sua família. Assim, ainda que a renda familiar mensal per capita sejasuperior a ¼ do salário mínimo, é possível a aferição da condição de hipossuficiência econômica por outros meios.

O relatório de visita domiciliar não comprova estado de miserabilidade. Do somatório de gastos mensais relatados, devemser excluídos o valor referente a pagamento de empréstimo bancário, por configurar antecipação de renda, o valor deprestação de financiamento da moto, por ser paga pelo filho, e o valor do exame de ultrassonografia do ombro, por se tratarde despesa eventual. O valor das demais despesas não supera o salário mensal auferido pelo marido da recorrente. Afamília é pobre, habita em condições simples, mas possui renda mensal que descaracteriza estado de miserabilidade.

Prejudicada a análise da existência de incapacidade para o trabalho e para a vida independente.

Recurso improvido. A recorrente, embora sucumbente, está isenta de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiáriada assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

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18 - 0001450-81.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.001450-7/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: Luis Guilherme Nogueira Freire Carneiro.) x LUZIA PALERMO DA SILVA (ADVOGADO: SERGIO DE LIMAFREITAS JUNIOR.).EMENTA

LOAS. RENDA DE NETOS NÃO É CONSIDERADA PARA CÁLCULO DA RENDA FAMILIAR NA CONCESSÃO DEBENEFÍCIO ASSISTENCIAL.O art. 1.696 do Código Civil prevê que o direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todosos ascendentes. Essa norma jurídica deve regular as relações de Direito Civil. No âmbito da Assistência Social, existenorma especial, que dispensa a aplicação do Código Civil.

O conceito legal de família, para efeito de benefício assistencial, é definido pelo art. 20, § 1º, da Lei nº 8.742/1993. Os netosnão são considerados para efeito de aferição da renda mensal per capita. Precedentes da TNU.

Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honoráriosadvocatícios, arbitrados em dez por cento do valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

19 - 0000618-50.2005.4.02.5052/01 (2005.50.52.000618-0/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA.) x VILMA CHAGAS POSSMOSER (ADVOGADO: ADENILSON VIANANERY.).EMENTA

LOAS. RENDA DE FILHO CASADO E MAIOR DE 21 ANOS NÃO É CONSIDERADA PARA CÁLCULO DA RENDAFAMILIAR NA CONCESSÃO DE BENEFÍCIO ASSISTENCIAL. MODIFICAÇÃO DA DATA DE INÍCIO DO BENEFÍCIO.O art. 1.696 do Código Civil prevê que o direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todosos ascendentes. Essa norma jurídica deve regular as relações de Direito Civil. No âmbito da Assistência Social, existenorma especial, que dispensa a aplicação do Código Civil.

O conceito legal de família, para efeito de benefício assistencial, é definido pelo art. 20, § 1º, da Lei nº 8.742/1993. Os filhoscasados e maiores de 21 anos não são considerados para efeito de aferição da renda mensal per capita. Precedentes daTNU.

Faltam subsídios idôneos para suprir a lacuna do laudo pericial judicial sobre a data de início da incapacidade e para afastara presunção de veracidade do parecer da perícia médica do INSS. A data de início do benefício, fixada na data de entradado requerimento administrativo, deve ser alterada para o dia do exame pericial judicial que confirmou a existência deincapacidade para o trabalho.

Recurso parcialmente provido. Ante a sucumbência recíproca, compensam-se os honorários advocatícios (art. 21 do CPC).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

20 - 0000799-06.2009.4.02.5054/01 (2009.50.54.000799-6/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: Paulo Henrique Vaz Fidalgo.) x IDALINA BARCELOS CHAGAS (ADVOGADO: FABIO BARRETO.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. CÔNJUGE. SEPARAÇÃO DE FATO NÃO COMPROVADA.

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A recorrida era casada com o segurado falecido desde 1970. Não se separaram judicialmente nem se divorciaram. Osegurado faleceu em 1998. O INSS negou a concessão de pensão por morte sob a alegação de que o casal estavaseparado de fato. A sentença recorrida considerou provado que a recorrido e o esposo não se separaram.

O INSS interpôs recurso alegando que, na data do óbito do segurado, a recorrida vivia em endereço diferente do marido. Acertidão de óbito relatou que o marido morava em Colatina, ao passo que a pesquisa de campo realizada por servidor doINSS revelou que a recorrida era inquilina de um imóvel no bairro Aparecida, em São Gabriel da Palha. A locadora doimóvel situado em São Gabriel da Palha foi ouvida como testemunha em juízo. Declarou não ter conhecido o marido darecorrida, que morava sozinha na casa alugada. Essa declaração indica que a recorrida não morava junto com o marido naépoca em que a testemunha a conheceu. Entretanto, a testemunha declarou que conhecia a recorrida havia apenas dozeanos (ou seja, desde 1998). A testemunha, portanto, somente conheceu a recorrida depois que o marido desta já haviafalecido. Em convergência com esse depoimento, a terceira testemunha ouvida em juízo declarou que a recorrida se mudoupara o bairro Aparecida, em São Gabriel da Palha, cerca de dois meses depois do falecimento do marido. Dessa forma, ofato de a recorrida morar sozinha em São Gabriel da Palha não comprova separação de fato entre ela e o marido.

Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honoráriosadvocatícios, arbitrados em dez por cento do valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

21 - 0000693-47.2009.4.02.5053/01 (2009.50.53.000693-4/01) VANUZA APARECIDA CESCHINI (ADVOGADO: ACLIMARNASCIMENTO TIMBOÍBA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ERIN LUÍSA LEITEVIEIRA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. SALÁRIO-MATERNIDADE. SEGURADO ESPECIAL. AUSÊNCIA DE INÍCIO DE PROVA MATERIALCONTEMPORÂNEO.

De acordo com o art. 39, parágrafo único, da Lei n 8.213/91, conjugado com o inciso III do art. 25 da mesma lei (incluídopela Lei nº 9.876/99), a segurada especial tem direito a salário-maternidade no valor de um salário mínimo, bastando quecomprove o exercício de atividade rural, ainda que descontínua, nos dez meses imediatamente anteriores ao do início dobenefício.

A comprovação do exercício de atividade rural e da respectiva duração mínima depende de início de prova material, sendovedada a prova exclusivamente testemunhal (art. 55, § 3º, da Lei nº 8.213/91). Súmula nº 149 do STJ: “A provaexclusivamente testemunhal não basta à comprovação da atividade rurícola, para efeito da obtenção de benefícioprevidenciário”.

A filha da recorrente nasceu em 31/3/2006. A recorrente tem o ônus de provar que exerceu atividade rural pelo menosdurante os dez meses anteriores ao parto. O único documento apresentado como início de prova material foi uminstrumento particular de contrato de parceria agrícola, no qual a recorrente e o irmãos estão qualificados como parceirosoutorgados. O documento foi celebrado em 10/3/2006, poucos dias antes do nascimento da filha da recorrente, período emque se presume o resguardo da grávida.

Falta contemporaneidade entre o documento e o período em que a recorrente precisa provar exercício de atividade rural.De acordo com a Súmula nº 34 da Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência dos Juizados Especiais Federais,“para fins de comprovação do tempo de labor rural, o início de prova material deve ser contemporâneo à época dos fatos aprovar”.

Recurso improvido. A recorrente, embora sucumbente, está isenta de custas e de honorários advocatícios por serbeneficiária da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

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ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

22 - 0000422-69.2008.4.02.5054/01 (2008.50.54.000422-0/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: PEDRO INOCENCIO BINDA.) x ABILIO NUNES LIMA (ADVOGADO: AMANDA MACEDO TORRES MOULINOLMO, MARIA ISABEL PONTINI.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. TRABALHADOR RURAL. INÍCIO DE PROVA MATERIAL.CONTEMPORANEIDADE. SEGUNDA VIA DE CERTIDÃO DE CASAMENTO.

A sentença condenou o INSS a conceder aposentadoria por idade de trabalhador rural com DIB em 28/11/2006. O INSSinterpôs recurso alegando que o documento mais antigo, a certidão de casamento, não pode ser utilizada para provaratividade rural em período anterior a 1994, data de expedição do documento.

A segunda via da certidão de casamento foi expedida em 1994, mas se refere a fato ocorrido em 1973. O documentoexpedido por tabelião goza de fé pública e tem lastro em base de dados contemporânea à época da celebração docasamento.

O início de prova material foi complementado por prova testemunhal, que afirmou ter o recorrido trabalhado na roça durantetoda a vida.

Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honoráriosadvocatícios, arbitrados em dez por cento do valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

23 - 0006157-95.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.006157-4/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA.) x MARIA DO CARMO CHAGAS DOS SANTOS (ADVOGADO: MARIADE FATIMA MONTEIRO.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. JUROS DE MORA. SÚMULA 204 DO STJ. CORREÇÃOMONETÁRIA. LEI Nº 11.960/2009. APLICAÇÃO IMEDIATA.

A sentença condenou o INSS a pagar ao recorrido proventos de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez, com juros demora de 1% ao mês, a contar da cessação do benefício, e correção monetária, expressamente afastando a aplicação daLei nº 11.960/2009. O INSS interpôs recurso pedindo a reforma da sentença apenas quanto aos critérios fixados paracorreção monetária e juros de mora.

Nos termos da Súmula nº 204 do STJ, "os juros de mora nas ações relativas a benefícios previdenciários incidem a partir dacitação válida”.

A Lei nº 11.960/2009 modificou a redação do art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, passando a dispor que em todas as condenaçõesimpostas à Fazenda Pública, independentemente de sua natureza e para fins de atualização monetária e compensação damora, incidem os índices oficiais de remuneração básica e juros aplicados à caderneta de poupança. Segundo a orientaçãodo Supremo Tribunal Federal, a lei que modifica taxa de juros moratórios tem aplicação imediata sobre os processospendentes, independentemente da data de ajuizamento da ação (RE 559.445 – Rel. Ellen Gracie – DJe 10/06/2009; AI761.137 AgR/PR - Rel. Carmem Lúcia- DJ 24/9/2010; AI-AgR 767.094 – Rel. Ricardo Lewandowski; AI-AgR 776.497, Rel.Gilmar Mendes). No julgamento do AI 842.063, em 17/6/2011, o STF reconheceu a existência de repercussão geral sobre amatéria e, no mérito, reafirmou a jurisprudência dominante quanto à aplicabilidade imediata do artigo 1º-F da Lei 9.494/97 –com alteração dada pela Medida Provisória 2.180-35/2001 -, em relação às ações ajuizadas antes de sua entrada em vigor.Essa orientação se aplica de idêntica maneira no caso da posterior alteração introduzida na mesma Lei nº 9.497/97 pela Leinº 11.960/2009.

Recurso provido para reformar a sentença, fixando o termo inicial dos juros de mora na data da citação e atrelando acorreção monetária e os juros de mora aos índices oficiais da caderneta de poupança (art. 5º da Lei nº 11.960/2009).

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Sem custas. Só haveria condenação em honorários advocatícios se o vencido fosse o recorrente.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo DAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

24 - 0000840-82.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000840-0/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.) x LAURENI GONÇALVES DA SILVA (ADVOGADO: Kenia Pim Silva Bento,JEFERSON XAVIER KOBI, RENAN DA SILVA PEREIRA, FÁBIO THOMÉ MATOS, ALEXANDRE ABEL XAVIERARAGÃO.).E M E N T A

JUROS DE MORA. TERMO INICIAL. SÚMULA 204 DO STJ. CORREÇÃO MONETÁRIA. LEI Nº 11.960/2009. APLICAÇÃOIMEDIATA. DECLARAÇÃO INCIDENTAL DE INCONSTICIONALIDADE.

A sentença condenou o INSS a pagar ao recorrido proventos de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez, com juros demora à taxa de 1% ao mês, a contar da cessação do benefício, mais correção monetária. Afastou-se a aplicação da Lei nº11.960/2009. O INSS interpôs recurso pedindo a reforma da sentença apenas quanto aos critérios fixados para correçãomonetária e juros de mora.

Nos termos da Súmula nº 204 do STJ, "os juros de mora nas ações relativas a benefícios previdenciários incidem a partir dacitação válida”. Entretanto, o recurso pediu a fixação do termo inicial dos juros na data de ajuizamento da ação.Respeitados os limites da impugnação recursal, o termo inicial dos juros de mora deve ser fixado na data da propositura daação.

A Lei nº 11.960/2009 modificou a redação do art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, passando a dispor que em todas as condenaçõesimpostas à Fazenda Pública, independentemente de sua natureza e para fins de atualização monetária e compensação damora, incidem os índices oficiais de remuneração básica e juros aplicados à caderneta de poupança. Segundo a orientaçãodo Supremo Tribunal Federal, a lei que modifica taxa de juros moratórios tem aplicação imediata sobre os processospendentes, independentemente da data de ajuizamento da ação (RE 559.445 – Rel. Ellen Gracie – DJe 10/06/2009; AI761.137 AgR/PR - Rel. Carmem Lúcia- DJ 24/9/2010; AI-AgR 767.094 – Rel. Ricardo Lewandowski; AI-AgR 776.497, Rel.Gilmar Mendes). No julgamento do AI 842.063, em 17/6/2011, o STF reconheceu a existência de repercussão geral sobre amatéria e, no mérito, reafirmou a jurisprudência dominante quanto à aplicabilidade imediata do artigo 1º-F da Lei 9.494/97 –com alteração dada pela Medida Provisória 2.180-35/2001 -, em relação às ações ajuizadas antes de sua entrada em vigor.Essa orientação se aplica de idêntica maneira no caso da posterior alteração introduzida na mesma Lei nº 9.497/97 pela Leinº 11.960/2009.

Considerando que o STF, a quem cabe assegurar o respeito às normas constitucionais, tem reiteradamente aplicado a Leinº 11.960/2009, afasta-se a declaração incidental de inconstitucionalidade da referida.

Recurso provido para reformar a sentença, fixando o termo inicial dos juros de mora na data do ajuizamento da ação eatrelando a correção monetária e os juros de mora, a partir de 30/6/2009, aos índices oficiais da caderneta de poupança.

Sem custas. Só haveria condenação em honorários advocatícios se o vencido fosse o recorrente.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo DAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

25 - 0001007-36.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.001007-4/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: MARCIA RIBEIRO PAIVA.) x ELSON LUIZ ZANETTI.E M E N T A

JUROS DE MORA. CORREÇÃO MONETÁRIA. LEI Nº 11.960/2009. APLICAÇÃO IMEDIATA. DECLARAÇÃO INCIDENTALDE INCONSTICIONALIDADE.

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A Lei nº 11.960/2009 modificou a redação do art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, passando a dispor que em todas as condenaçõesimpostas à Fazenda Pública, independentemente de sua natureza e para fins de atualização monetária e compensação damora, incidem os índices oficiais de remuneração básica e juros aplicados à caderneta de poupança. Segundo a orientaçãodo Supremo Tribunal Federal, a lei que modifica taxa de juros moratórios tem aplicação imediata sobre os processospendentes, independentemente da data de ajuizamento da ação (RE 559.445 – Rel. Ellen Gracie – DJe 10/06/2009; AI761.137 AgR/PR - Rel. Carmem Lúcia- DJ 24/9/2010; AI-AgR 767.094 – Rel. Ricardo Lewandowski; AI-AgR 776.497, Rel.Gilmar Mendes). No julgamento do AI 842.063, em 17/6/2011, o STF reconheceu a existência de repercussão geral sobre amatéria e, no mérito, reafirmou a jurisprudência dominante quanto à aplicabilidade imediata do artigo 1º-F da Lei 9.494/97 –com alteração dada pela Medida Provisória 2.180-35/2001 -, em relação às ações ajuizadas antes de sua entrada em vigor.Essa orientação se aplica de idêntica maneira no caso da posterior alteração introduzida na mesma Lei nº 9.497/97 pela Leinº 11.960/2009.

Considerando que o STF, a quem cabe assegurar o respeito às normas constitucionais, tem reiteradamente aplicado a Leinº 11.960/2009, afasta-se a declaração incidental de inconstitucionalidade da referida.

Recurso provido para reformar a sentença quanto à taxa de juros de mora e ao critério de correção monetária, que, a partirde 30/06/2009, devem seguir os índices oficiais de remuneração básica e juros aplicados à caderneta de poupança.

Sem custas. Só haveria condenação em honorários advocatícios se o vencido fosse o recorrente.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo DAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

26 - 0000342-71.2009.4.02.5054/01 (2009.50.54.000342-5/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: ANDREA M. SANTOSSANTANA.) x RENATO PAGANI SOARES (ADVOGADO: RENATA GUIMARAES SOARES BECHARA.).E M E N T A

SERVIDOR PÚBLICO. GDASST. GRATIFICAÇÃO GENÉRICA. EQUIPARAÇÃO ENTRE SERVIDORES ATIVOS EINATIVOS. DIFERENÇAS DE GDASST NO PERÍODO DE 01/06/2002 A 30/04/2004.

Para os servidores ativos, a GDASST tinha como limites máximo e mínimo, respectivamente, 100 e 10 pontos (art. 5º da Leinº 10.483/2002). Não obstante, enquanto não fosse regulamentada a avaliação de desempenho, a GDASST deveria serpaga aos servidores ocupantes de cargos efetivos ou cargos e funções comissionadas e de confiança nos valorescorrespondentes a 40 pontos (art. 11 da Lei nº 10.483/2002). Em contrapartida, para as aposentadorias e pensões, a leipreviu o pagamento da gratificação em valor equivalente a 10 pontos (art. 8º, parágrafo único, da Lei nº 10.483/2002).Como a avaliação de desempenho individual não foi implementada, a gratificação manteve a natureza de vantagemgenérica, devendo ser estendida em igualdade de condições aos aposentados e pensionistas.

O recurso limitou-se a impugnar a condenação ao pagamento de diferenças no período de 01/06/2002 a 30/04/2004.Diferentemente da GDATA, a decisão do STF não adotou como valor de referência para a gratificação estendida aosaposentados e pensionistas a pontuação equivalente a 10 pontos no período de 01/06/2002 a 30/04/2004. A decisão daExcelsa Corte abrangeu apenas o período decorrido a partir de 01/05/2004. Não se aplica, portanto, o Enunciado nº 44 daTurma Recursal do Espírito Santo (que não reconhece diferenças em favor dos aposentados e pensionistas no período de01/06/2002 a 30/04/2004), que se refere apenas à GDATA.

Desnecessário analisar os demais fundamentos do recurso: inexistência de violação ao art. 40, § 8º, da ConstituiçãoFederal; inexistência de violação ao princípio da isonomia; inobservância do princípio da legalidade; ofensa a outrasconstitucionais: art. 37; art. 2º; art. 61, § 1º, II, a; art. 169, § 1º, da Constituição Federal. Todos esses argumentos denatureza constitucional ficaram suplantados com a decisão proferida pelo STF no RE 572.052/RN.

Recurso improvido. Condenação em honorários advocatícios arbitrada em dez por cento do valor da condenação.Recorrente isenta de custas.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

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ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

27 - 0007589-52.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.007589-5/01) AIRTON SILVA (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMADOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: RODRIGO BARBOSA DE BARROS.).E M E N T A

AUSÊNCIA DE CORRELAÇÃO LÓGICA ENTRE A SENTENÇA E OS LIMITES OBJETIVOS DA DEMANDA.INADMISSIBILIDADE DO RECURSO.

Na petição inicial, o autor pediu restituição de imposto de renda incidente sobre verbas indenizatórias auferidas em rescisãode contrato de trabalho. A sentença pronunciou a prescrição quinquenal da pretensão. O autor interpôs recursopressupondo equivocadamente que a demanda se referia à restituição de imposto de renda sobre contribuição para fundode previdência privada no período de 1989 a 1995. Alegou que se cuida de relação de trato sucessivo, de forma que otermo inicial do prazo de prescrição renova-se mês a mês, não havendo prescrição de fundo de direito.

Um dos pressupostos de admissibilidade dos recursos é a regularidade formal, isto é, o recurso deve obedecer às regrasformais exigidas pela lei. O art. 514, II, do CPC, aplicável subsidiariamente ao rito dos juizados especiais, prescreve que orecurso seja interposto por petição que contenha “os fundamentos de fato e de direito” da impugnação. Recurso cujasrazões não têm correlação lógica com os limites objetivos da demanda equivale, na prática, a recurso sem fundamentação.

Recurso não conhecido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e de honorários advocatícios por serbeneficiário da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NÃO CONHECER DO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

28 - 0000508-46.2008.4.02.5052/01 (2008.50.52.000508-4/01) MANOEL CHAVES DA COSTA (ADVOGADO: JOSEOLIVEIRA DE SOUZA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: UBIRATAN CRUZRODRIGUES.).E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. ATIVIDADE RURAL DESCONTÍNUA.AUSÊNCIA DE OMISSÃO. EMBARGOS IMPROVIDOS.

O acórdão embargado condenou o INSS a conceder aposentadoria por idade de trabalhador rural. Considerou que o fato deo requerente ter se afastado do meio rural para exercer atividade urbana por período inferior a três anos não prejudica odireito à aposentadoria. Considerou também que o recorrido exerceu atividade rural entre 1974 e 2005, de forma que odesconto do período de menos de três anos de atividade urbana não seria significativo.

O INSS interpôs embargos de declaração alegando omissão do acórdão em analisar o depoimento pessoal do requerente ede sua esposa, que seria conflitante com a premissa de que o tempo total de atividade urbana não ultrapassaria três anos.

No depoimento pessoal, ficou confirmado que o requerente exerceu atividade urbana em São Paulo nos seguintesperíodos: 8/10/84 a 27/1/85, 4/7/85 a 23/8/85, 2/5/90 a 31/7/90, 1/3/91 a 26/5/92, 21/11/95 a 10/10/96 e de 2001 a 2004.Não houve comprovação do afastamento da atividade rural durante período contínuo superior a três anos. Como osperíodos de atividade rural descontínuos seguramente completam tempo mais que suficiente para completar a carência, orequerente tem direito ao benefício previsto no art. 143 da Lei nº 8.213/91.

Embargos de declaração improvidos.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS.

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ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

29 - 0007714-54.2007.4.02.5050/01 (2007.50.50.007714-0/01) CARLA ISABELLA SALGUES DE VASCONCELLOSLAURIA (DEF.PUB: EDUARDO JOSÉ TEIXEIRA DE OLIVEIRA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.) x CRISTINA CASSIA AGUIA LOBÃO (ADVOGADO: VANUZA VIDAL SAMPAIO.).E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. NULIDADE DA INTIMAÇÃO DA DEFENSORIA PÚBLICA PARA A SESSÃO DEJULGAMENTO. AUSÊNCIA DE PREJUÍZO.

A Defensoria Pública da União arguiu a nulidade do acórdão por não ter sido pessoalmente intimada da pauta dejulgamento. O art. 44, inciso I, da Lei Complementar 80/94 realmente prevê como prerrogativa dos membros da defensoriapública a intimação pessoal. Entretanto, a defensoria não explicou qual teria sido o prejuízo causado pela falta de intimação.A ausência de intimação não causa prejuízo porque a presença do defensor na sessão de julgamento é destituída desentido prático, uma vez que não há oportunidade para sustentação oral no julgamento informal da turma recursal. Segundoart. 249, § 1º, do CPC, “o ato não se repetirá nem se lhe suprirá a falta quando não prejudicar a parte”.

Embargos de declaração improvidos.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

30 - 0002067-73.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.002067-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) DACIO FERREIRA DESOUZA (ADVOGADO: FELIPE ZANOTTI BRUMATTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: Allan Titonelli Nunes.).PROCESSO Nº 0002067-73.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.002067-0/01)RECORRENTE: DACIO FERREIRA DE SOUZARECORRIDO: UNIÃO FEDERALRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE DÉCIMO-TERCEIRO SALÁRIO. CÁLCULO EM SEPARADO. LEGALIDADEAPÓS EDIÇÃO DA LEI Nº 8.620/93.

A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, sob o rito do artigo 543-C do Código de Processo Civil, decidiu serlegítimo, a partir da vigência da Lei nº 8.620/93, o cálculo em separado da contribuição previdenciária sobre o décimoterceiro salário. “TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543-C, DO CPC.CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE O DÉCIMO-TERCEIRO SALÁRIO. DECRETO Nº 612/92. LEI FEDERAL Nº8.212/91. CÁLCULO EM SEPARADO. LEGALIDADE APÓS EDIÇÃO DA LEI FEDERAL Nº 8.620/93. 1. A Lei nº 8.620/93,em seu art. 7º, § 2º autorizou expressamente a incidência da contribuição previdenciária sobre o valor bruto do 13º salário,cuja base de cálculo deve ser calculada em separado do salário-de-remuneração do respectivo mês de dezembro(Precedentes: REsp 868.242/RN, DJe 12/06/2008; EREsp 442.781/PR, DJ 10/12/2007; REsp n.º 853.409/PE, DJU de29.08.2006; REsp n.º 788.479/SC, DJU de 06.02.2006; REsp n.º 813.215/SC, DJU de 17.08.2006). 2. Sob a égide da Lei n.º8.212/91, o E. STJ firmou o entendimento de ser ilegal o cálculo, em separado, da contribuição previdenciária sobre agratificação natalina em relação ao salário do mês de dezembro, tese que restou superada com a edição da Lei n.º8.620/93, que estabeleceu expressamente essa forma de cálculo em separado. 3. In casu, a discussão cinge-se àpretensão da repetição do indébito dos valores pagos separadamente a partir de 1994, quando vigente norma legal arespaldar a tributação em separado da gratificação natalina. 4. Recurso especial provido. Acórdão submetido ao regime doart. 543-C do CPC e da Resolução STJ 08/2008” (RESP 1.066.682, Rel. Luiz Fux, Primeira Seção, DJ 01/02/2010).

O voto do relator do referido recurso especial representativo de controvérsia destacou: “Impende salientar que o art. 1º daLei 8.870/94, ao estabelecer que o 13º salário integra o salário-de-contribuição, ressalvado o cálculo de benefício, nãoimportou ab-rogação da Lei 8.630/93 na parte em que prevê a tributação em separado da gratificação natalina. São normasque tratam de matéria diversa e que, por isso mesmo, têm sua vigência resguardada”.

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e de honorários advocatícios por ser

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beneficiário da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

31 - 0001601-79.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.001601-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MANOEL COUTINHO FILHO(ADVOGADO: FELIPE ZANOTTI BRUMATTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: GUSTAVO DE RESENDE RAPOSO.).PROCESSO Nº 0001601-79.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.001601-0/01)RECORRENTE: MANOEL COUTINHO FILHORECORRIDO: UNIÃO FEDERALRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE DÉCIMO-TERCEIRO SALÁRIO. CÁLCULO EM SEPARADO. LEGALIDADEAPÓS EDIÇÃO DA LEI Nº 8.620/93.

A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, sob o rito do artigo 543-C do Código de Processo Civil, decidiu serlegítimo, a partir da vigência da Lei nº 8.620/93, o cálculo em separado da contribuição previdenciária sobre o décimoterceiro salário. “TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543-C, DO CPC.CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE O DÉCIMO-TERCEIRO SALÁRIO. DECRETO Nº 612/92. LEI FEDERAL Nº8.212/91. CÁLCULO EM SEPARADO. LEGALIDADE APÓS EDIÇÃO DA LEI FEDERAL Nº 8.620/93. 1. A Lei nº 8.620/93,em seu art. 7º, § 2º autorizou expressamente a incidência da contribuição previdenciária sobre o valor bruto do 13º salário,cuja base de cálculo deve ser calculada em separado do salário-de-remuneração do respectivo mês de dezembro(Precedentes: REsp 868.242/RN, DJe 12/06/2008; EREsp 442.781/PR, DJ 10/12/2007; REsp n.º 853.409/PE, DJU de29.08.2006; REsp n.º 788.479/SC, DJU de 06.02.2006; REsp n.º 813.215/SC, DJU de 17.08.2006). 2. Sob a égide da Lei n.º8.212/91, o E. STJ firmou o entendimento de ser ilegal o cálculo, em separado, da contribuição previdenciária sobre agratificação natalina em relação ao salário do mês de dezembro, tese que restou superada com a edição da Lei n.º8.620/93, que estabeleceu expressamente essa forma de cálculo em separado. 3. In casu, a discussão cinge-se àpretensão da repetição do indébito dos valores pagos separadamente a partir de 1994, quando vigente norma legal arespaldar a tributação em separado da gratificação natalina. 4. Recurso especial provido. Acórdão submetido ao regime doart. 543-C do CPC e da Resolução STJ 08/2008” (RESP 1.066.682, Rel. Luiz Fux, Primeira Seção, DJ 01/02/2010).

O voto do relator do referido recurso especial representativo de controvérsia destacou: “Impende salientar que o art. 1º daLei 8.870/94, ao estabelecer que o 13º salário integra o salário-de-contribuição, ressalvado o cálculo de benefício, nãoimportou ab-rogação da Lei 8.630/93 na parte em que prevê a tributação em separado da gratificação natalina. São normasque tratam de matéria diversa e que, por isso mesmo, têm sua vigência resguardada”.

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e de honorários advocatícios por serbeneficiário da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

32 - 0001600-94.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.001600-9/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MAURO LUIZ PEDRONI(ADVOGADO: FELIPE ZANOTTI BRUMATTI.) x FAZENDA NACIONAL (PROCDOR: MARCUS VINÍCIUS CHAGASSARAIVA.).PROCESSO Nº 0001600-94.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.001600-9/01)RECORRENTE: MAURO LUIZ PEDRONI

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RECORRIDO: FAZENDA NACIONALRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE DÉCIMO-TERCEIRO SALÁRIO. CÁLCULO EM SEPARADO. LEGALIDADEAPÓS EDIÇÃO DA LEI Nº 8.620/93.

A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, sob o rito do artigo 543-C do Código de Processo Civil, decidiu serlegítimo, a partir da vigência da Lei nº 8.620/93, o cálculo em separado da contribuição previdenciária sobre o décimoterceiro salário. “TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543-C, DO CPC.CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE O DÉCIMO-TERCEIRO SALÁRIO. DECRETO Nº 612/92. LEI FEDERAL Nº8.212/91. CÁLCULO EM SEPARADO. LEGALIDADE APÓS EDIÇÃO DA LEI FEDERAL Nº 8.620/93. 1. A Lei nº 8.620/93,em seu art. 7º, § 2º autorizou expressamente a incidência da contribuição previdenciária sobre o valor bruto do 13º salário,cuja base de cálculo deve ser calculada em separado do salário-de-remuneração do respectivo mês de dezembro(Precedentes: REsp 868.242/RN, DJe 12/06/2008; EREsp 442.781/PR, DJ 10/12/2007; REsp n.º 853.409/PE, DJU de29.08.2006; REsp n.º 788.479/SC, DJU de 06.02.2006; REsp n.º 813.215/SC, DJU de 17.08.2006). 2. Sob a égide da Lei n.º8.212/91, o E. STJ firmou o entendimento de ser ilegal o cálculo, em separado, da contribuição previdenciária sobre agratificação natalina em relação ao salário do mês de dezembro, tese que restou superada com a edição da Lei n.º8.620/93, que estabeleceu expressamente essa forma de cálculo em separado. 3. In casu, a discussão cinge-se àpretensão da repetição do indébito dos valores pagos separadamente a partir de 1994, quando vigente norma legal arespaldar a tributação em separado da gratificação natalina. 4. Recurso especial provido. Acórdão submetido ao regime doart. 543-C do CPC e da Resolução STJ 08/2008” (RESP 1.066.682, Rel. Luiz Fux, Primeira Seção, DJ 01/02/2010).

O voto do relator do referido recurso especial representativo de controvérsia destacou: “Impende salientar que o art. 1º daLei 8.870/94, ao estabelecer que o 13º salário integra o salário-de-contribuição, ressalvado o cálculo de benefício, nãoimportou ab-rogação da Lei 8.630/93 na parte em que prevê a tributação em separado da gratificação natalina. São normasque tratam de matéria diversa e que, por isso mesmo, têm sua vigência resguardada”.

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e de honorários advocatícios por serbeneficiário da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

33 - 0001633-84.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.001633-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MANOEL SIQUEIRA DEMIRANDA NETO (ADVOGADO: FELIPE ZANOTTI BRUMATTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: Allan Titonelli Nunes.).PROCESSO Nº 0001633-84.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.001633-2/01)RECORRENTE: MANOEL SIQUEIRA DE MIRANDA NETORECORRIDO: UNIÃO FEDERALRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE DÉCIMO-TERCEIRO SALÁRIO. CÁLCULO EM SEPARADO. LEGALIDADEAPÓS EDIÇÃO DA LEI Nº 8.620/93.

A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, sob o rito do artigo 543-C do Código de Processo Civil, decidiu serlegítimo, a partir da vigência da Lei nº 8.620/93, o cálculo em separado da contribuição previdenciária sobre o décimoterceiro salário. “TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543-C, DO CPC.CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE O DÉCIMO-TERCEIRO SALÁRIO. DECRETO Nº 612/92. LEI FEDERAL Nº8.212/91. CÁLCULO EM SEPARADO. LEGALIDADE APÓS EDIÇÃO DA LEI FEDERAL Nº 8.620/93. 1. A Lei nº 8.620/93,em seu art. 7º, § 2º autorizou expressamente a incidência da contribuição previdenciária sobre o valor bruto do 13º salário,cuja base de cálculo deve ser calculada em separado do salário-de-remuneração do respectivo mês de dezembro(Precedentes: REsp 868.242/RN, DJe 12/06/2008; EREsp 442.781/PR, DJ 10/12/2007; REsp n.º 853.409/PE, DJU de29.08.2006; REsp n.º 788.479/SC, DJU de 06.02.2006; REsp n.º 813.215/SC, DJU de 17.08.2006). 2. Sob a égide da Lei n.º8.212/91, o E. STJ firmou o entendimento de ser ilegal o cálculo, em separado, da contribuição previdenciária sobre a

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gratificação natalina em relação ao salário do mês de dezembro, tese que restou superada com a edição da Lei n.º8.620/93, que estabeleceu expressamente essa forma de cálculo em separado. 3. In casu, a discussão cinge-se àpretensão da repetição do indébito dos valores pagos separadamente a partir de 1994, quando vigente norma legal arespaldar a tributação em separado da gratificação natalina. 4. Recurso especial provido. Acórdão submetido ao regime doart. 543-C do CPC e da Resolução STJ 08/2008” (RESP 1.066.682, Rel. Luiz Fux, Primeira Seção, DJ 01/02/2010).

O voto do relator do referido recurso especial representativo de controvérsia destacou: “Impende salientar que o art. 1º daLei 8.870/94, ao estabelecer que o 13º salário integra o salário-de-contribuição, ressalvado o cálculo de benefício, nãoimportou ab-rogação da Lei 8.630/93 na parte em que prevê a tributação em separado da gratificação natalina. São normasque tratam de matéria diversa e que, por isso mesmo, têm sua vigência resguardada”.

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e de honorários advocatícios por serbeneficiário da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

34 - 0001968-06.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.001968-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) EVALDO LUIZ DIOGO(ADVOGADO: FELIPE ZANOTTI BRUMATTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: RODRIGO BARBOSA DE BARROS.).PROCESSO Nº 0001968-06.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.001968-0/01)RECORRENTE: EVALDO LUIZ DIOGORECORRIDO: UNIÃO FEDERALRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE DÉCIMO-TERCEIRO SALÁRIO. CÁLCULO EM SEPARADO. LEGALIDADEAPÓS EDIÇÃO DA LEI Nº 8.620/93.

A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, sob o rito do artigo 543-C do Código de Processo Civil, decidiu serlegítimo, a partir da vigência da Lei nº 8.620/93, o cálculo em separado da contribuição previdenciária sobre o décimoterceiro salário. “TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543-C, DO CPC.CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE O DÉCIMO-TERCEIRO SALÁRIO. DECRETO Nº 612/92. LEI FEDERAL Nº8.212/91. CÁLCULO EM SEPARADO. LEGALIDADE APÓS EDIÇÃO DA LEI FEDERAL Nº 8.620/93. 1. A Lei nº 8.620/93,em seu art. 7º, § 2º autorizou expressamente a incidência da contribuição previdenciária sobre o valor bruto do 13º salário,cuja base de cálculo deve ser calculada em separado do salário-de-remuneração do respectivo mês de dezembro(Precedentes: REsp 868.242/RN, DJe 12/06/2008; EREsp 442.781/PR, DJ 10/12/2007; REsp n.º 853.409/PE, DJU de29.08.2006; REsp n.º 788.479/SC, DJU de 06.02.2006; REsp n.º 813.215/SC, DJU de 17.08.2006). 2. Sob a égide da Lei n.º8.212/91, o E. STJ firmou o entendimento de ser ilegal o cálculo, em separado, da contribuição previdenciária sobre agratificação natalina em relação ao salário do mês de dezembro, tese que restou superada com a edição da Lei n.º8.620/93, que estabeleceu expressamente essa forma de cálculo em separado. 3. In casu, a discussão cinge-se àpretensão da repetição do indébito dos valores pagos separadamente a partir de 1994, quando vigente norma legal arespaldar a tributação em separado da gratificação natalina. 4. Recurso especial provido. Acórdão submetido ao regime doart. 543-C do CPC e da Resolução STJ 08/2008” (RESP 1.066.682, Rel. Luiz Fux, Primeira Seção, DJ 01/02/2010).

O voto do relator do referido recurso especial representativo de controvérsia destacou: “Impende salientar que o art. 1º daLei 8.870/94, ao estabelecer que o 13º salário integra o salário-de-contribuição, ressalvado o cálculo de benefício, nãoimportou ab-rogação da Lei 8.630/93 na parte em que prevê a tributação em separado da gratificação natalina. São normasque tratam de matéria diversa e que, por isso mesmo, têm sua vigência resguardada”.

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e de honorários advocatícios por serbeneficiário da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

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ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

35 - 0001476-14.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.001476-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MARCOS TEIXEIRA DOSSANTOS (ADVOGADO: FELIPE ZANOTTI BRUMATTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: ADRIANA ZANDONADE.).PROCESSO Nº 0001476-14.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.001476-1/01)RECORRENTE: MARCOS TEIXEIRA DOS SANTOSRECORRIDO: UNIÃO FEDERALRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE DÉCIMO-TERCEIRO SALÁRIO. CÁLCULO EM SEPARADO. LEGALIDADEAPÓS EDIÇÃO DA LEI Nº 8.620/93.

A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, sob o rito do artigo 543-C do Código de Processo Civil, decidiu serlegítimo, a partir da vigência da Lei nº 8.620/93, o cálculo em separado da contribuição previdenciária sobre o décimoterceiro salário. “TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543-C, DO CPC.CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE O DÉCIMO-TERCEIRO SALÁRIO. DECRETO Nº 612/92. LEI FEDERAL Nº8.212/91. CÁLCULO EM SEPARADO. LEGALIDADE APÓS EDIÇÃO DA LEI FEDERAL Nº 8.620/93. 1. A Lei nº 8.620/93,em seu art. 7º, § 2º autorizou expressamente a incidência da contribuição previdenciária sobre o valor bruto do 13º salário,cuja base de cálculo deve ser calculada em separado do salário-de-remuneração do respectivo mês de dezembro(Precedentes: REsp 868.242/RN, DJe 12/06/2008; EREsp 442.781/PR, DJ 10/12/2007; REsp n.º 853.409/PE, DJU de29.08.2006; REsp n.º 788.479/SC, DJU de 06.02.2006; REsp n.º 813.215/SC, DJU de 17.08.2006). 2. Sob a égide da Lei n.º8.212/91, o E. STJ firmou o entendimento de ser ilegal o cálculo, em separado, da contribuição previdenciária sobre agratificação natalina em relação ao salário do mês de dezembro, tese que restou superada com a edição da Lei n.º8.620/93, que estabeleceu expressamente essa forma de cálculo em separado. 3. In casu, a discussão cinge-se àpretensão da repetição do indébito dos valores pagos separadamente a partir de 1994, quando vigente norma legal arespaldar a tributação em separado da gratificação natalina. 4. Recurso especial provido. Acórdão submetido ao regime doart. 543-C do CPC e da Resolução STJ 08/2008” (RESP 1.066.682, Rel. Luiz Fux, Primeira Seção, DJ 01/02/2010).

O voto do relator do referido recurso especial representativo de controvérsia destacou: “Impende salientar que o art. 1º daLei 8.870/94, ao estabelecer que o 13º salário integra o salário-de-contribuição, ressalvado o cálculo de benefício, nãoimportou ab-rogação da Lei 8.630/93 na parte em que prevê a tributação em separado da gratificação natalina. São normasque tratam de matéria diversa e que, por isso mesmo, têm sua vigência resguardada”.

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e de honorários advocatícios por serbeneficiário da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

36 - 0001596-57.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.001596-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JUSTINIANO PEREIRANOVAES (ADVOGADO: FELIPE ZANOTTI BRUMATTI.) x FAZENDA NACIONAL (PROCDOR: MARCUS VINÍCIUSCHAGAS SARAIVA.).PROCESSO Nº 0001596-57.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.001596-0/01)RECORRENTE: JUSTINIANO PEREIRA NOVAESRECORRIDO: FAZENDA NACIONALRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

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CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE DÉCIMO-TERCEIRO SALÁRIO. CÁLCULO EM SEPARADO. LEGALIDADE

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APÓS EDIÇÃO DA LEI Nº 8.620/93.

A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, sob o rito do artigo 543-C do Código de Processo Civil, decidiu serlegítimo, a partir da vigência da Lei nº 8.620/93, o cálculo em separado da contribuição previdenciária sobre o décimoterceiro salário. “TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543-C, DO CPC.CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE O DÉCIMO-TERCEIRO SALÁRIO. DECRETO Nº 612/92. LEI FEDERAL Nº8.212/91. CÁLCULO EM SEPARADO. LEGALIDADE APÓS EDIÇÃO DA LEI FEDERAL Nº 8.620/93. 1. A Lei nº 8.620/93,em seu art. 7º, § 2º autorizou expressamente a incidência da contribuição previdenciária sobre o valor bruto do 13º salário,cuja base de cálculo deve ser calculada em separado do salário-de-remuneração do respectivo mês de dezembro(Precedentes: REsp 868.242/RN, DJe 12/06/2008; EREsp 442.781/PR, DJ 10/12/2007; REsp n.º 853.409/PE, DJU de29.08.2006; REsp n.º 788.479/SC, DJU de 06.02.2006; REsp n.º 813.215/SC, DJU de 17.08.2006). 2. Sob a égide da Lei n.º8.212/91, o E. STJ firmou o entendimento de ser ilegal o cálculo, em separado, da contribuição previdenciária sobre agratificação natalina em relação ao salário do mês de dezembro, tese que restou superada com a edição da Lei n.º8.620/93, que estabeleceu expressamente essa forma de cálculo em separado. 3. In casu, a discussão cinge-se àpretensão da repetição do indébito dos valores pagos separadamente a partir de 1994, quando vigente norma legal arespaldar a tributação em separado da gratificação natalina. 4. Recurso especial provido. Acórdão submetido ao regime doart. 543-C do CPC e da Resolução STJ 08/2008” (RESP 1.066.682, Rel. Luiz Fux, Primeira Seção, DJ 01/02/2010).

O voto do relator do referido recurso especial representativo de controvérsia destacou: “Impende salientar que o art. 1º daLei 8.870/94, ao estabelecer que o 13º salário integra o salário-de-contribuição, ressalvado o cálculo de benefício, nãoimportou ab-rogação da Lei 8.630/93 na parte em que prevê a tributação em separado da gratificação natalina. São normasque tratam de matéria diversa e que, por isso mesmo, têm sua vigência resguardada”.

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e de honorários advocatícios por serbeneficiário da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

37 - 0001594-87.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.001594-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) CARLOS ALBERTO COELHO(ADVOGADO: FELIPE ZANOTTI BRUMATTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: RODRIGO BARBOSA DE BARROS.).PROCESSO Nº 0001594-87.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.001594-7/01)RECORRENTE: CARLOS ALBERTO COELHORECORRIDO: UNIÃO FEDERALRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE DÉCIMO-TERCEIRO SALÁRIO. CÁLCULO EM SEPARADO. LEGALIDADEAPÓS EDIÇÃO DA LEI Nº 8.620/93.

A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, sob o rito do artigo 543-C do Código de Processo Civil, decidiu serlegítimo, a partir da vigência da Lei nº 8.620/93, o cálculo em separado da contribuição previdenciária sobre o décimoterceiro salário. “TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543-C, DO CPC.CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE O DÉCIMO-TERCEIRO SALÁRIO. DECRETO Nº 612/92. LEI FEDERAL Nº8.212/91. CÁLCULO EM SEPARADO. LEGALIDADE APÓS EDIÇÃO DA LEI FEDERAL Nº 8.620/93. 1. A Lei nº 8.620/93,em seu art. 7º, § 2º autorizou expressamente a incidência da contribuição previdenciária sobre o valor bruto do 13º salário,cuja base de cálculo deve ser calculada em separado do salário-de-remuneração do respectivo mês de dezembro(Precedentes: REsp 868.242/RN, DJe 12/06/2008; EREsp 442.781/PR, DJ 10/12/2007; REsp n.º 853.409/PE, DJU de29.08.2006; REsp n.º 788.479/SC, DJU de 06.02.2006; REsp n.º 813.215/SC, DJU de 17.08.2006). 2. Sob a égide da Lei n.º8.212/91, o E. STJ firmou o entendimento de ser ilegal o cálculo, em separado, da contribuição previdenciária sobre agratificação natalina em relação ao salário do mês de dezembro, tese que restou superada com a edição da Lei n.º8.620/93, que estabeleceu expressamente essa forma de cálculo em separado. 3. In casu, a discussão cinge-se àpretensão da repetição do indébito dos valores pagos separadamente a partir de 1994, quando vigente norma legal arespaldar a tributação em separado da gratificação natalina. 4. Recurso especial provido. Acórdão submetido ao regime doart. 543-C do CPC e da Resolução STJ 08/2008” (RESP 1.066.682, Rel. Luiz Fux, Primeira Seção, DJ 01/02/2010).

O voto do relator do referido recurso especial representativo de controvérsia destacou: “Impende salientar que o art. 1º da

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Lei 8.870/94, ao estabelecer que o 13º salário integra o salário-de-contribuição, ressalvado o cálculo de benefício, nãoimportou ab-rogação da Lei 8.630/93 na parte em que prevê a tributação em separado da gratificação natalina. São normasque tratam de matéria diversa e que, por isso mesmo, têm sua vigência resguardada”.

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e de honorários advocatícios por serbeneficiário da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

38 - 0001477-96.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.001477-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) RAIMUNDO NONATORODRIGUES (ADVOGADO: FELIPE ZANOTTI BRUMATTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: ADRIANA ZANDONADE.).PROCESSO Nº 0001477-96.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.001477-3/01)RECORRENTE: RAIMUNDO NONATO RODRIGUESRECORRIDO: UNIÃO FEDERALRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE DÉCIMO-TERCEIRO SALÁRIO. CÁLCULO EM SEPARADO. LEGALIDADEAPÓS EDIÇÃO DA LEI Nº 8.620/93.

A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, sob o rito do artigo 543-C do Código de Processo Civil, decidiu serlegítimo, a partir da vigência da Lei nº 8.620/93, o cálculo em separado da contribuição previdenciária sobre o décimoterceiro salário. “TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543-C, DO CPC.CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE O DÉCIMO-TERCEIRO SALÁRIO. DECRETO Nº 612/92. LEI FEDERAL Nº8.212/91. CÁLCULO EM SEPARADO. LEGALIDADE APÓS EDIÇÃO DA LEI FEDERAL Nº 8.620/93. 1. A Lei nº 8.620/93,em seu art. 7º, § 2º autorizou expressamente a incidência da contribuição previdenciária sobre o valor bruto do 13º salário,cuja base de cálculo deve ser calculada em separado do salário-de-remuneração do respectivo mês de dezembro(Precedentes: REsp 868.242/RN, DJe 12/06/2008; EREsp 442.781/PR, DJ 10/12/2007; REsp n.º 853.409/PE, DJU de29.08.2006; REsp n.º 788.479/SC, DJU de 06.02.2006; REsp n.º 813.215/SC, DJU de 17.08.2006). 2. Sob a égide da Lei n.º8.212/91, o E. STJ firmou o entendimento de ser ilegal o cálculo, em separado, da contribuição previdenciária sobre agratificação natalina em relação ao salário do mês de dezembro, tese que restou superada com a edição da Lei n.º8.620/93, que estabeleceu expressamente essa forma de cálculo em separado. 3. In casu, a discussão cinge-se àpretensão da repetição do indébito dos valores pagos separadamente a partir de 1994, quando vigente norma legal arespaldar a tributação em separado da gratificação natalina. 4. Recurso especial provido. Acórdão submetido ao regime doart. 543-C do CPC e da Resolução STJ 08/2008” (RESP 1.066.682, Rel. Luiz Fux, Primeira Seção, DJ 01/02/2010).

O voto do relator do referido recurso especial representativo de controvérsia destacou: “Impende salientar que o art. 1º daLei 8.870/94, ao estabelecer que o 13º salário integra o salário-de-contribuição, ressalvado o cálculo de benefício, nãoimportou ab-rogação da Lei 8.630/93 na parte em que prevê a tributação em separado da gratificação natalina. São normasque tratam de matéria diversa e que, por isso mesmo, têm sua vigência resguardada”.

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e de honorários advocatícios por serbeneficiário da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

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39 - 0001474-44.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.001474-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JOSE ROBERTORODRIGUES (ADVOGADO: FELIPE ZANOTTI BRUMATTI.) x FAZENDA NACIONAL (PROCDOR: MARCUS VINÍCIUSCHAGAS SARAIVA.).PROCESSO Nº 0001474-44.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.001474-8/01)RECORRENTE: JOSE ROBERTO RODRIGUESRECORRIDO: FAZENDA NACIONALRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE DÉCIMO-TERCEIRO SALÁRIO. CÁLCULO EM SEPARADO. LEGALIDADEAPÓS EDIÇÃO DA LEI Nº 8.620/93.

A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, sob o rito do artigo 543-C do Código de Processo Civil, decidiu serlegítimo, a partir da vigência da Lei nº 8.620/93, o cálculo em separado da contribuição previdenciária sobre o décimoterceiro salário. “TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543-C, DO CPC.CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE O DÉCIMO-TERCEIRO SALÁRIO. DECRETO Nº 612/92. LEI FEDERAL Nº8.212/91. CÁLCULO EM SEPARADO. LEGALIDADE APÓS EDIÇÃO DA LEI FEDERAL Nº 8.620/93. 1. A Lei nº 8.620/93,em seu art. 7º, § 2º autorizou expressamente a incidência da contribuição previdenciária sobre o valor bruto do 13º salário,cuja base de cálculo deve ser calculada em separado do salário-de-remuneração do respectivo mês de dezembro(Precedentes: REsp 868.242/RN, DJe 12/06/2008; EREsp 442.781/PR, DJ 10/12/2007; REsp n.º 853.409/PE, DJU de29.08.2006; REsp n.º 788.479/SC, DJU de 06.02.2006; REsp n.º 813.215/SC, DJU de 17.08.2006). 2. Sob a égide da Lei n.º8.212/91, o E. STJ firmou o entendimento de ser ilegal o cálculo, em separado, da contribuição previdenciária sobre agratificação natalina em relação ao salário do mês de dezembro, tese que restou superada com a edição da Lei n.º8.620/93, que estabeleceu expressamente essa forma de cálculo em separado. 3. In casu, a discussão cinge-se àpretensão da repetição do indébito dos valores pagos separadamente a partir de 1994, quando vigente norma legal arespaldar a tributação em separado da gratificação natalina. 4. Recurso especial provido. Acórdão submetido ao regime doart. 543-C do CPC e da Resolução STJ 08/2008” (RESP 1.066.682, Rel. Luiz Fux, Primeira Seção, DJ 01/02/2010).

O voto do relator do referido recurso especial representativo de controvérsia destacou: “Impende salientar que o art. 1º daLei 8.870/94, ao estabelecer que o 13º salário integra o salário-de-contribuição, ressalvado o cálculo de benefício, nãoimportou ab-rogação da Lei 8.630/93 na parte em que prevê a tributação em separado da gratificação natalina. São normasque tratam de matéria diversa e que, por isso mesmo, têm sua vigência resguardada”.

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e de honorários advocatícios por serbeneficiário da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

91002 - RECURSO/MEDIDA URGÊNCIA CÍVEL

40 - 0005375-20.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.005375-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) FUNDAÇÃO NACIONAL DESAÚDE - FUNASA (PROCDOR: NEIDE DEZANE MARIANI.) x JOSE FURTADO DE SOUZA (ADVOGADO: MARCELOMATEDI ALVES.).RECORRENTE: FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE - FUNASARECORRIDO: JOSE FURTADO DE SOUZARELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

EMENTA

RECURSO. MEDIDA DE URGÊNCIA. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA EM JUIZADO ESPECIAL FEDERAL. CESSAÇÃO DEDESCONTOS EM VENCIMENTO DE SERVIDOR PÚBLICO. VANTAGEM RECEBIA DE BOA-FÉ. ERRO OPERACIONAL.OBRIGATORIEDADE DE REPOSIÇÃO AO ERÁRIO.

A decisão recorrida não concedeu aumento de remuneração a servidor público. Apenas proibiu a cobrança dos valores que,embora indevidamente, foram recebidos a maior em virtude de erro administrativo. Não há contrariedade ao teor da Súmula

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339 do STF. Também não há ofensa ao art. 61, § 1º, II, a, da Constituição Federal. Afastada a arguição de impossibilidadejurídica do pedido.

A jurisprudência dominante tem diferenciado os casos de ilegalidade manifesta daqueles cujo equívoco se dá emdecorrência de má interpretação e aplicação da legislação pela Administração, concluindo ser incabível a restituição dosvalores indevidamente recebidos de boa-fé pelo servidor somente na segunda hipótese.

A recorrida recebeu, durante certo tempo, recebeu a maior a vantagem prevista no art. 184, II, da Lei nº 8.112/90, emfunção de um erro no SIAPE, que indevidamente incluía na base de cálculo da vantagem o valor da Gratificação deAtividade de Combate e Controle de Endemias. Como se trata de erro operacional, é obrigatória a reposição ao erário,independentemente de estar ou não caracterizada a boa-fé no recebimento das verbas.

Cassada a decisão recorrida.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo DAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

41 - 0005373-50.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.005373-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) FUNDAÇÃO NACIONAL DESAÚDE - FUNASA (PROCDOR: NEIDE DEZANE MARIANI.) x MAXIMO RIBEIRO DA PAIXAO (ADVOGADO: MARCELOMATEDI ALVES.).RECORRENTE: FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE - FUNASARECORRIDO: MAXIMO RIBEIRO DA PAIXÃORELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

EMENTA

RECURSO. MEDIDA DE URGÊNCIA. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA EM JUIZADO ESPECIAL FEDERAL. CESSAÇÃO DEDESCONTOS EM VENCIMENTO DE SERVIDOR PÚBLICO. VANTAGEM RECEBIA DE BOA-FÉ. ERRO OPERACIONAL.OBRIGATORIEDADE DE REPOSIÇÃO AO ERÁRIO.

A decisão recorrida não concedeu aumento de remuneração a servidor público. Apenas proibiu a cobrança dos valores que,embora indevidamente, foram recebidos a maior em virtude de erro administrativo. Não há contrariedade ao teor da Súmula339 do STF. Também não há ofensa ao art. 61, § 1º, II, a, da Constituição Federal. Afastada a arguição de impossibilidadejurídica do pedido.

A jurisprudência dominante tem diferenciado os casos de ilegalidade manifesta daqueles cujo equívoco se dá emdecorrência de má interpretação e aplicação da legislação pela Administração, concluindo ser incabível a restituição dosvalores indevidamente recebidos de boa-fé pelo servidor somente na segunda hipótese.

A recorrida recebeu, durante certo tempo, recebeu a maior a vantagem prevista no art. 184, II, da Lei nº 8.112/90, emfunção de um erro no SIAPE, que indevidamente incluía na base de cálculo da vantagem o valor da Gratificação deAtividade de Combate e Controle de Endemias. Como se trata de erro operacional, é obrigatória a reposição ao erário,independentemente de estar ou não caracterizada a boa-fé no recebimento das verbas.

Cassada a decisão recorrida.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo DAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado Eletronicamente

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Art. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

42 - 0005369-13.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.005369-9/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) FUNDAÇÃO NACIONAL DESAÚDE - FUNASA (PROCDOR: VILMAR LOBO ABDALAH JR..) x BERNADETH MARIA ANTUNES PINTO (ADVOGADO:MARCELO MATEDI ALVES.).RECORRENTE: FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE - FUNASARECORRIDO: BERNADETH MARIA ANTUNES PINTORELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

EMENTA

RECURSO. MEDIDA DE URGÊNCIA. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA EM JUIZADO ESPECIAL FEDERAL. CESSAÇÃO DEDESCONTOS EM VENCIMENTO DE SERVIDOR PÚBLICO. VANTAGEM RECEBIA DE BOA-FÉ. ERRO OPERACIONAL.OBRIGATORIEDADE DE REPOSIÇÃO AO ERÁRIO.

A decisão recorrida não concedeu aumento de remuneração a servidor público. Apenas proibiu a cobrança dos valores que,embora indevidamente, foram recebidos a maior em virtude de erro administrativo. Não há contrariedade ao teor da Súmula339 do STF. Também não há ofensa ao art. 61, § 1º, II, a, da Constituição Federal. Afastada a arguição de impossibilidadejurídica do pedido.

A jurisprudência dominante tem diferenciado os casos de ilegalidade manifesta daqueles cujo equívoco se dá emdecorrência de má interpretação e aplicação da legislação pela Administração, concluindo ser incabível a restituição dosvalores indevidamente recebidos de boa-fé pelo servidor somente na segunda hipótese.

A recorrida recebeu, durante certo tempo, recebeu a maior a vantagem prevista no art. 184, II, da Lei nº 8.112/90, emfunção de um erro no SIAPE, que indevidamente incluía na base de cálculo da vantagem o valor da Gratificação deAtividade de Combate e Controle de Endemias. Como se trata de erro operacional, é obrigatória a reposição ao erário,independentemente de estar ou não caracterizada a boa-fé no recebimento das verbas.

Cassada a decisão recorrida.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo DAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL

43 - 0001568-26.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001568-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) FUNDAÇÃO NACIONAL DESAÚDE - FUNASA (PROCDOR: VERA LUCIA SAADE RIBEIRO.) x DADIR MONTEIRO LIMA.PROCESSO Nº 0001568-26.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001568-4/01)RECORRENTE: FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE - FUNASARECORRIDO: DADIR MONTEIRO LIMARELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

SERVIDOR PÚBLICO. GDASST. GRATIFICAÇÃO GENÉRICA. EQUIPARAÇÃO ENTRE SERVIDORES ATIVOS EINATIVOS.

Desde 1º/05/2004 a GDASST passou a ser devida no valor equivalente a 60 pontos (art. 6º da Lei nº 10.971/2004) paratodos os servidores ativos da Carreira da Seguridade Social e do Trabalho, independentemente do desempenho individual,pelo menos enquanto não fossem estabelecidos os critérios individualizados de avaliação. A gratificação assumiu carátergenérico, devendo, pois, ser paga aos servidores inativos e pensionistas no mesmo valor. Mas a lei previu para eles opagamento em valor equivalente a apenas 30 pontos. Com base no art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003, osaposentados e pensionistas têm direito a receber a diferença entre o que lhes foi pago (30 pontos) e o valor de referência

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adotado para os servidores ativos (60 pontos).

A questão está absolutamente pacificada na jurisprudência conforme julgamento do RE 572.052/RN pelo Supremo TribunalFederal: “RECURSO EXTRAORDINÁRIO. GRATIFICAÇÃO DE DESEMPENHO DE ATIVIDADE DE SEGURIDADESOCIAL E DO TRABALHO - GDASST, INSTITUÍDA PELA LEI 10.483/2002. EXTENSÃO. SERVIDORES INATIVOS.POSSIBILIDADE. RECURSO DESPROVIDO. I - Gratificação de desempenho que deve ser estendida aos inativos no valorde 60 (sessenta) pontos, a partir do advento da Medida Provisória 198/2004, convertida na Lei 10.971/2004, que alterou asua base de cálculo. II - Embora de natureza pro labore faciendo, a falta de regulamentação das avaliações dedesempenho, transmuda a GDASST em uma gratificação de natureza genérica, extensível aos servidores inativos. III -Inocorrência, na espécie, de violação ao princípio da isonomia. IV - Recurso extraordinário desprovido”.

No julgamento do RE 597.154 RG-QO/PB, o Supremo Tribunal Federal autorizou as Turmas Recursais a adotar osprocedimentos relacionados à repercussão geral, incluindo a decisão de inadmissibilidade dos recursos extraordinários.

Com a decisão proferida em última instância jurisdicional com repercussão geral, torna-se desnecessário aprofundar oexame de todas as questões suscitadas no recurso (ofensa à Súmula nº 339 do STF; ofensa a normas constitucionais: art.37; art. 2º; art. 61, § 1º, II, a; 169, § 1º; aferição do conteúdo do princípio da paridade, a fim de saber se a majoração dagratificação dos inativos em proporção superior à dos ativos é suficiente). Eventual insistência da recorrente poderácaracterizar recurso protelatório.

PERÍODO DE 01/06/2002 A 30/04/2004. A sentença condenou a recorrente a pagar GDASST sobre 40 pontos desde01/04/2002 até 31/05/2002 ou enquanto os servidores da ativa tiverem recebido essa pontuação genérica. Para osservidores ativos, a GDASST tinha como limites máximo e mínimo, respectivamente, 100 e 10 pontos (art. 5º da Lei nº10.483/2002). Não obstante, enquanto não fosse regulamentada a avaliação de desempenho, a GDASST deveria ser pagaaos servidores ocupantes de cargos efetivos ou cargos e funções comissionadas e de confiança nos valorescorrespondentes a 40 pontos (norma transitória constante do art. 11 da Lei nº 10.483/2002). Em contrapartida, para asaposentadorias e pensões, a lei previu o pagamento da gratificação em valor equivalente a 10 pontos (art. 8º, parágrafoúnico, da Lei nº 10.483/2002). Como a avaliação de desempenho individual não foi implementada, continuou em vigor anorma transitória que previa pagamento da gratificação com natureza de vantagem genérica aos servidores em atividade,devendo ser estendida em igualdade de condições aos aposentados e pensionistas. Diferentemente da GDATA, a decisãodo STF não adotou como valor de referência para a gratificação estendida aos aposentados e pensionistas a pontuaçãoequivalente a 10 pontos no período de 01/06/2002 a 30/04/2004. A decisão da Excelsa Corte abrangeu apenas o períododecorrido a partir de 01/05/2004. Não se aplica, portanto, o Enunciado nº 44 da Turma Recursal do Espírito Santo (que nãoreconhece diferenças em favor dos aposentados e pensionistas no período de 01/06/2002 a 30/04/2004), que se refereapenas à GDATA.

O art. 39 da Lei nº 11.784/2008, ao modificar a redação do art. 5º, § 1º, da Lei nº 11.355/2006, extinguiu a GDASST para osservidores da Carreira da Previdência, da Saúde e do Trabalho a partir de 1º/3/2008. Esse fato não foi considerado nasentença recorrida.

Recurso parcialmente provido para reformar a sentença, fixando em 29/2/2008 o termo final dos efeitos da condenação.Ante a sucumbência recíproca, compensam-se os honorários advocatícios (art. 21 do CPC).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

44 - 0003842-60.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.003842-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) FUNDAÇÃO NACIONAL DESAÚDE - FUNASA (PROCDOR: Carolina Augusta da Rocha Rosado.) x MARIA JOSE RAMOS EUSTACHIO.PROCESSO Nº 0003842-60.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.003842-8/01)RECORRENTE: FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE - FUNASARECORRIDO: MARIA JOSE RAMOS EUSTACHIORELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

SERVIDOR PÚBLICO. GDASST. GRATIFICAÇÃO GENÉRICA. EQUIPARAÇÃO ENTRE SERVIDORES ATIVOS E

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INATIVOS.

Desde 1º/05/2004 a GDASST passou a ser devida no valor equivalente a 60 pontos (art. 6º da Lei nº 10.971/2004) paratodos os servidores ativos da Carreira da Seguridade Social e do Trabalho, independentemente do desempenho individual,pelo menos enquanto não fossem estabelecidos os critérios individualizados de avaliação. A gratificação assumiu carátergenérico, devendo, pois, ser paga aos servidores inativos e pensionistas no mesmo valor. Mas a lei previu para eles opagamento em valor equivalente a apenas 30 pontos. Com base no art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003, osaposentados e pensionistas têm direito a receber a diferença entre o que lhes foi pago (30 pontos) e o valor de referênciaadotado para os servidores ativos (60 pontos).

A questão está absolutamente pacificada na jurisprudência conforme julgamento do RE 572.052/RN pelo Supremo TribunalFederal: “RECURSO EXTRAORDINÁRIO. GRATIFICAÇÃO DE DESEMPENHO DE ATIVIDADE DE SEGURIDADESOCIAL E DO TRABALHO - GDASST, INSTITUÍDA PELA LEI 10.483/2002. EXTENSÃO. SERVIDORES INATIVOS.POSSIBILIDADE. RECURSO DESPROVIDO. I - Gratificação de desempenho que deve ser estendida aos inativos no valorde 60 (sessenta) pontos, a partir do advento da Medida Provisória 198/2004, convertida na Lei 10.971/2004, que alterou asua base de cálculo. II - Embora de natureza pro labore faciendo, a falta de regulamentação das avaliações dedesempenho, transmuda a GDASST em uma gratificação de natureza genérica, extensível aos servidores inativos. III -Inocorrência, na espécie, de violação ao princípio da isonomia. IV - Recurso extraordinário desprovido”.

No julgamento do RE 597.154 RG-QO/PB, o Supremo Tribunal Federal autorizou as Turmas Recursais a adotar osprocedimentos relacionados à repercussão geral, incluindo a decisão de inadmissibilidade dos recursos extraordinários.

Com a decisão proferida em última instância jurisdicional com repercussão geral, torna-se desnecessário aprofundar oexame de todas as questões suscitadas no recurso (ofensa à Súmula nº 339 do STF; ofensa a normas constitucionais: art.37; art. 2º; art. 61, § 1º, II, a; 169, § 1º; aferição do conteúdo do princípio da paridade, a fim de saber se a majoração dagratificação dos inativos em proporção superior à dos ativos é suficiente). Eventual insistência da recorrente poderácaracterizar recurso protelatório.

PERÍODO DE 01/06/2002 A 30/04/2004. A sentença condenou a recorrente a pagar GDASST sobre 40 pontos desde01/04/2002 até 31/05/2002 ou enquanto os servidores da ativa tiverem recebido essa pontuação genérica. Para osservidores ativos, a GDASST tinha como limites máximo e mínimo, respectivamente, 100 e 10 pontos (art. 5º da Lei nº10.483/2002). Não obstante, enquanto não fosse regulamentada a avaliação de desempenho, a GDASST deveria ser pagaaos servidores ocupantes de cargos efetivos ou cargos e funções comissionadas e de confiança nos valorescorrespondentes a 40 pontos (norma transitória constante do art. 11 da Lei nº 10.483/2002). Em contrapartida, para asaposentadorias e pensões, a lei previu o pagamento da gratificação em valor equivalente a 10 pontos (art. 8º, parágrafoúnico, da Lei nº 10.483/2002). Como a avaliação de desempenho individual não foi implementada, continuou em vigor anorma transitória que previa pagamento da gratificação com natureza de vantagem genérica aos servidores em atividade,devendo ser estendida em igualdade de condições aos aposentados e pensionistas. Diferentemente da GDATA, a decisãodo STF não adotou como valor de referência para a gratificação estendida aos aposentados e pensionistas a pontuaçãoequivalente a 10 pontos no período de 01/06/2002 a 30/04/2004. A decisão da Excelsa Corte abrangeu apenas o períododecorrido a partir de 01/05/2004. Não se aplica, portanto, o Enunciado nº 44 da Turma Recursal do Espírito Santo (que nãoreconhece diferenças em favor dos aposentados e pensionistas no período de 01/06/2002 a 30/04/2004), que se refereapenas à GDATA.

O art. 39 da Lei nº 11.784/2008, ao modificar a redação do art. 5º, § 1º, da Lei nº 11.355/2006, extinguiu a GDASST para osservidores da Carreira da Previdência, da Saúde e do Trabalho a partir de 1º/3/2008. Esse fato não foi considerado nasentença recorrida.

Recurso parcialmente provido para reformar a sentença, fixando em 29/2/2008 o termo final dos efeitos da condenação.Ante a sucumbência recíproca, compensam-se os honorários advocatícios (art. 21 do CPC).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

45 - 0001235-74.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001235-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) UNIÃO FEDERAL(PROCDOR: GUSTAVO DE RESENDE RAPOSO.) x GERALDO LUIZ BUSSULAR (ADVOGADO: GUSTAVO LUIZBUSSULAR, ARNALDO EUSTAQUIO CUNHA PRATTI, RAFAEL LUIZ BUSSULAR.).

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PROCESSO Nº 0001235-74.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001235-0/01)RECORRENTE: UNIÃO FEDERALRECORRIDO: GERALDO LUIZ BUSSULARRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA. ISEÇÃO. NEOPLASIA MALIGNA. NECESSIDADE DE LAUDO PERICIAL EMITIDOPOR SERVIÇO MÉDICO OFICIAL. DOCUMENTOS PRODUZIDOS UNILATERALMENTE. CONTRADITÓRIO E AMPLADEFESA.

A Lei nº 9.250/95 prevê isenção do imposto de renda incidente sobre os proventos de aposentadoria percebidos porportadores de neoplasia maligna. Entretanto, exige que a moléstia seja comprovada mediante laudo pericial emitido porserviço médico oficial, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Apesar da literalidade da norma jurídica, a jurisprudência admite que a moléstia seja demonstrada em juízo por outrosmeios de prova, que não o laudo médico oficial. Não obstante, sem o prévio requerimento administrativo de isenção, nãohouve oportunidade para elaboração de laudo pericial emitido por serviço médico oficial. E o juizado de origem não deferiu orequerimento de prova pericial judicial (fl. 49), tendo julgado antecipadamente a lide, exclusivamente com base em laudosde exames e em atestados de médicos particulares apresentados pelo autor.

Todos os documentos admitidos na sentença para efeito de comprovação da doença foram produzidos unilateralmente pelaparte autora. Podem até ser valorados com base no princípio do livre convencimento do juiz. Entretanto, admiti-los emcaráter de exclusividade, sem que a Administração tenha tido a oportunidade de produzir laudo pericial por meio de serviçomédico oficial ou sem que tenha sido produzida prova pericial judicial, implica ofensa ao contraditório e à ampla defesa.

Recurso provido para anular a sentença, reabrindo-se a instrução processual com a concessão de oportunidade paraapresentação de laudo pericial por serviço médico oficial ou para produção de prova pericial em juízo.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo DAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

46 - 0001425-08.2007.4.02.5050/01 (2007.50.50.001425-7/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: BRUNO MIRANDA COSTA.) x VICENTE ELIAS DO COUTO (ADVOGADO: MARCELO ZAN NASCIMENTO.).

E M E N T A

SERVIDOR PÚBLICO – EXERCÍCIO DE ATIVIDADE INSALUBRE NO REGIME CELETISTA – ATENDENTE DEENFERMAGEM – ALTERAÇÃO PARA REGIME ESTATUTÁRIO – EFETIVO EXERCÍCIO – CERTIDÃO DE TEMPO DESERVIÇO –UTILIZAÇÃO – RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls. 85/89, que julgou procedente o pedidoautoral, condenando a autarquia previdenciária à obrigação de expedir certidão de tempo de serviço especial convertido emcomum, do tempo de serviço prestado para a Universidade Federal do Espírito Santo – UFES, no período de 24/05/1985 a12/12/1990, sob o regime celetista, aplicando-se o índice de conversão de 1,4. Alega o recorrente que, à época em que oautor exerceu atividades insalubres, ainda não havia adquirido direito à aposentação no regime celetista, não podendo,assim, contar o referido período com o acréscimo previsto na legislação anterior a fim de obter a aposentadoria estatutária.Ademais, aduz que no serviço público inexiste aposentadoria especial, com redução ou conversão de tempo de serviço.Não foram apresentadas contrarrazões pelo recorrido.O autor ingressou no serviço público federal sob a égide do regime trabalhista celetista em 25/04/1985, recolhendocontribuições previdenciárias ao INSS. Posteriormente foi transposto para o regime estatutário (12/12/1990). Conforme

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anotação em sua CTPS foi admitido para exercer a função de “auxiliar operacional de serviços diversos” (fl. 30), com C.B.O.não preenchida. Em sua CTPS (fl. 36 – Anotações Gerais), o recorrido foi reclassificado para “Atendente de Enfermagem”com efeitos a partir de 01/04/1987. O Perfil Profissiográfico Previdenciário – PPP do autor indica que o mesmo exerceuatividade de “Auxiliar de Serviços Diversos” no período de 25/04/1985 a 31/03/1987 e atividade de “Atendente deEnfermagem” no período de 01/04/1987 a 11/12/1990. Informa ainda, que no último período citado, o autor realizouassistência de enfermagem geral a pacientes internados na clínica médica, sob supervisão do enfermeiro.O tempo de contagem especial para fins de aposentadoria foi instituído pela Lei 3.807, de 26/08/1960, destinado aostrabalhadores que laboram em condições peculiares, submetidos a certo grau de risco e comprometimento à saúde ouintegridade física, para os quais prescrevia a redução do tempo de serviço (quinze, vinte ou vinte e cinco anos de atividade)para a sua concessão. Com o advento do Decreto n.º 53.831, de 25/03/1964, foi estabelecida uma relação das atividadesprofissionais conforme os agentes químicos, físicos e biológicos, assim como um elenco de serviços e atividadesprofissionais classificadas como insalubres, penosas ou perigosas.Depreende-se das informações contidas nos autos, que o autor esteve submetido a agentes biológicos no períodocompreendido entre 01/04/1987 a 11/12/1990, enquadrando-se no item 1.3.2 do Decreto n.º 53.831, de 25/03/1964, abaixotranscrito:

1.3.2 – Trabalhos permanentes expostos ao contato com doentes ou materiais infecto-contagiantes, assistência médica,odontológica, hospitalar e outras atividades afins.

É possível a utilização de tempo de serviço especial prestado em regime celetista, assim considerado em lei vigente àépoca de sua prestação, para fins de aposentadoria estatutária. Nesse sentido:

PREVIDENCIÁRIO. TRABALHO EM CONDIÇÕES INSALUBRES. APOSENTADORIA ESPECIAL. PERÍODO EM QUE OAUTOR ERA REGIDO PELA CLT. MUDANÇA DE REGIME PARA ESTATUTÁRIO. DIREITO ADQUIRIDO. I. O Autor temdireito adquirido à contagem do tempo trabalhado em condicões insalubres, sob o regime da CLT, acrescido de 40%, nostermos do disposto no art. 64 do Decreto n° 611/95. II. A mudança de regime (de celetista para estatutário) não tem ocondão de afastar situação já consolidada, fazendo não incidir a norma trabalhista que trata da contagem de tempoespecial. II. Perfazendo o total do 35 anos de serviço, o Autor faz jus à aposentadoria com proventos integrais. III. Apelaçãoa que se nega provimento. IV. Peças liberadas pelo Relator em 19.11.99 para publicação do acórdão.�(AC 9601219870,JUIZ RICARDO MACHADO RABELO (CONV.), TRF1 - PRIMEIRA TURMA, 06/12/1999).

Servidor público. Exercício de atividade insalubre no regime celetista. Comprovação. Súmula 7. Dissídio jurisprudencialincomprovado. Direito à contagem especial do tempo de serviço para fins de aposentadoria. Precedentes. Agravoregimental improvido.�(AGA 200701102650, NILSON NAVES, STJ - SEXTA TURMA, 24/03/2008).

ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. EX-CELETISTA. CONTAGEM DO TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL.TRANSPOSIÇÃO PARA O REGIME ESTATUTÁRIO. LEI 8.112/90. POSSIBILIDADE. DEMONSTRAÇÃO CABAL DAEXPOSIÇÃO A AGENTES INSALUBRES. FORMULÁRIO. AVERBAÇÃO DO LAPSO PARA FINS DE APOSENTADORIA.1. É entendimento pacífico nesta Corte e no STJ que o servidor público, ex-celetista, que exerceu atividade especial, assimconsiderada em lei vigente à época de sua prestação, tem direito adquirido à contagem de tempo de serviço com o devidoacréscimo legal. 2. O direito à conversão do tempo de serviço especial prestado no regime celetista é assegurado aoservidor se comprovada a especialidade da atividade desenvolvida. 3. Demonstrada nos autos a exposição do impetrante a"produtos de classe toxicológica de I a III (inseticidas, fungicidas herbicidas e gases fumigantes) e gases tóxicos, além deácidos industriais e combustíveis e poeiras tóxicas de fertilizantes nas indústrias" (conforme o formulário da fl.15),substâncias essas que encontram enquadramento no Anexo III, Código 1.2.11 do Decreto nº 53.831/64 e Anexo I, 1.2.10 doDecreto nº 83.080/79, deve ser acolhido o pedido inicial, para que seja convertido o lapso postulado com a utilização dofator de conversão 1,40 (homem) e averbado o mesmo na ficha funcional do servidor, para fins de aposentadoria. 4.Demanda sem honorários, na forma da Súmula 105 do STJ. Custas ex lege.�(AMS 200670000286088, VÂNIA HACK DEALMEIDA, TRF4 - TERCEIRA TURMA, 24/10/2007).

Porém, o tempo de atividade especial a ser computado, para efeitos de expedição de certidão de tempo de serviço, será operíodo compreendido entre 01/04/1987 a 11/12/1990, em que restou comprovado que o autor foi submetido à agentenocivo biológico.Diante do exposto, conheço do presente recurso e dou-lhe parcial provimento, reformando a sentença prolatada pelo Juízoa quo para que seja computado como especial apenas o período de 01/04/1987 a 11/12/1990.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios diante da sucumbência recíproca.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO, na forma daementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

47 - 0005880-16.2007.4.02.5050/01 (2007.50.50.005880-7/01) PAULO JOAQUIM DOS SANTOS (ADVOGADO: RENATOTOGNERE FERRON.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDA COSTA.).EMENTA

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EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – DECRETO N.º 3.048/99 – RECOLHIMENTODE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA – MÊS IMEDIATAMENTE POSTERIOR – EMBARGOS CONHECIDOS EIMPROVIDOS.

1. Trata-se de embargos de declaração interpostos pelo INSS em face da decisão colegiada de fls.109/111, que deuprovimento ao recurso inominado e julgou procedente o pedido de concessão do benefício de auxílio-doença à parte autora.Aduz o embargante, em síntese, que mesmo que se admita a incapacidade da parte autora, não restou comprovada aqualidade de segurado.2. A interposição do recurso de embargos declaratórios possui função corretiva, exigindo que o próprio prolator da decisãoexerça sua função jurisdicional com acerto e precisão. In casu, verifico que inexiste qualquer vício no acórdão proferido poresta Turma Recursal.3. Transcorrido o período de graça, se o segurado desejar manter essa qualidade, deverá providenciar o recolhimento dacontribuição previdenciária referente ao mês imediatamente posterior ao do final dos prazos fixados no art. 15 da Lei nº8.213/91. Portanto, a perda da qualidade de segurado ocorrerá no dia seguinte ao do vencimento da contribuição docontribuinte individual relativa ao mês imediatamente posterior ao término daqueles prazos.4. No caso em questão, o termo final do prazo seria 08/2006. O segurado teria até o dia 15/10/2006 para fazer orecolhimento do mês posterior ao término do prazo (setembro/2006), conforme art. 30, II da Lei 8.212/91. Portanto, em27/09/2006 (data do requerimento administrativo – fl. 33), ainda era segurado da Previdência Social.5. Embargos de declaração conhecidos e não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado, restandodemonstrada tão-somente a inconformidade do embargante com o provimento jurisdicional.6. A autarquia ré, em 31/01/2011, opôs nova petição de embargos declaratórios. Analisando o teor dos embargos (fls.123/125), verifico não haver pertinência lógica entre o recurso interposto e o processo em epígrafe. Ademais, houvepreclusão consumativa em 11/05/2010 com a protocolização dos presentes embargos. Assim, julgo prejudicada a análisedos embargos declaratórios opostos em 31/01/2011.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

48 - 0000777-85.2008.4.02.5052/01 (2008.50.52.000777-9/01) JACI COSTA SOARES (ADVOGADO: MARIA REGINACOUTO ULIANA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DEALMEIDA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – AUSÊNCIA DE INÍCIO DE PROVAMATERIAL E DE COMPROVAÇÃO DA QUALIDADE DE SEGURADO ESPECIAL – INEXISTÊNCIA DE INCAPACIDADELABORAL – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls.52/53, que julgou improcedente oseu pedido de restabelecimento do benefício de auxílio-doença e conversão em aposentadoria por invalidez. Alega arecorrente, em suas razões recursais, que se encontra incapacitada para o trabalho, por apresentar lesão que a impede dedesempenhar sua atividade habitual. O INSS apresentou contrarrazões, pugnando pela manutenção da sentença.2. Sabe-se que o auxílio-doença será devido ao segurado que, tendo cumprido a carência pela lei exigida, ficar incapacitadopara o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos (artigo 59 da Lei 8.213/91).Já o art. 42 da mesma lei, diz: “A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida,será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível dereabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nestacondição”.3. Ao se analisar o conjunto probatório presente nos autos, verifica-se que a autora declarou exercer o trabalho rural emregime de economia familiar. Para ter o benefício previdenciário concedido na condição de segurada especial, a recorrenteprecisava comprovar o exercício rurícola. Entretanto, não há nos autos documentos que confirmem o exercício do laborrural pela parte autora.4. Com relação à existência de incapacidade laborativa, verifica-se, por meio da perícia médica judicial (fls. 32/35), quemesmo sendo constatadas sequelas da cirurgia do câncer de mama, a autora (49 anos de idade) não se encontraincapacitada para o trabalho, sendo recomendado apenas evitar esforços físicos no membro superior direito.5. Não havendo comprovação da qualidade de segurada especial e inexistindo condição de incapacidade laboral, arecorrente não faz jus ao recebimento dos benefícios previdenciários pleiteados.6. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.7. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que a recorrente é beneficiária da assistênciajudiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

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49 - 0000806-98.2009.4.02.5053/01 (2009.50.53.000806-2/01) MARIA ANASTÁCIO FAGUNDES (ADVOGADO:JEFFERSON R. MOURA, JANAINA RODRIGUES LIMA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: UBIRATAN CRUZ RODRIGUES.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – PENSÃO POR MORTE – NÃO COMPROVADA DEPENDÊNCIA ECONÔMICA ENTRE MÃE E FILHOFALECIDO – FILHO COM 16 ANOS NO PRIMEIRO EMPREGO HÁ QUATRO MESES - SALÁRIO CARACTERIZADOCOMO AUXÍLIO FINANCEIRO – AUSÊNCIA DE PROVA MATERIAL – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDOE IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 44/46, que julgou improcedente opedido de concessão do benefício de pensão por morte. Alega a recorrente, em suas razões recursais, que, mesmo nãosendo de forma exclusiva, necessitava da ajuda do filho para manter as despesas domésticas. Aduz, ainda, que astestemunhas foram unânimes em afirmar a dependência econômica existente entre ela e o seu filho, instituidor da pensãopor morte. Pugna, por tais razões, pela reforma da sentença. O INSS apresentou contrarrazões pugnando pela manutençãoda sentença.2. A concessão do benefício de pensão por morte pressupõe que o falecido, à época do óbito, estivesse vinculado àPrevidência Social na qualidade de segurado (arts. 10 e 11 da Lei nº 8.213/91), sendo tal requisito indispensável para que opostulante, que se encontra no conjunto de dependentes do segurado, faça jus ao benefício. Com exceção dos casosprevistos pelo art. 16, inciso I e parágrafo 4º dessa mesma lei, casos de presunção da dependência, esta deve serefetivamente comprovada.3. In casu, dois aspectos importantes merecem destaque: no momento do óbito, o filho da autora havia completado 4meses em seu primeiro emprego como menor aprendiz (fl. 16), e contava com 16 anos de idade (fl. 37). O núcleo familiarera composto pela autora, que trabalhava como gari e pelo filho falecido. Embora evidente que a colaboração financeira dode cujus, equivalente a meio salário mínimo, fosse importante para quitar as despesas de casa, tal auxílio não era suficientepara classificação da dependência econômica, pois não se demonstrou essencial para a sobrevivência do núcleo familiar,servindo apenas para melhorar as condições de vida da família, sendo certo que a autora sobrevivia com os rendimentosprovenientes de sua atividade laboral exercida há 26 anos (gari).4. A prova testemunhal, de fato, comprovou que o de cujus auxiliava com algumas despesas da casa. Contudo, não restoucaracterizada a situação de dependência econômica da autora. O que não significa dizer que o salário recebido pelo filhonão era essencial para a subsistência do grupo familiar, mas que consistia apenas um acréscimo no orçamento, nãocaracterizando a necessária relação de dependência econômica.5. Apesar de o de cujus ajudar economicamente a autora, tal auxílio não se demonstrou substancial e indispensável parasobrevivência da mesma, o que inviabiliza a classificação da dependência econômica. Assim, tomo como razões adicionaisde decidir os fundamentos da sentença recorrida.6. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.7. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que a recorrente é beneficiária da assistênciajudiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

50 - 0000551-46.2009.4.02.5052/01 (2009.50.52.000551-9/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES.) x CLEUZA SANTOS DE SA (ADVOGADO:MANOEL FERNANDES ALVES.) x OS MESMOS.E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – PENSÃO POR MORTE – NÃO COMPROVADA DEPENDÊNCIA ECONÔMICA ENTRE MÃE E FILHOFALECIDO – SALÁRIO CARACTERIZADO COMO AUXÍLIO FINANCEIRO – INSUFICIÊNCIA DE PROVA MATERIAL –RECURSO DA PARTE AUTORA CONHECIDO E IMPROVIDO – RECURSO DO INSS CONHECIDO E PROVIDO –SENTENÇA REFORMADA.

1. Trata-se de recursos inominados interpostos pelo INSS e pela parte autora em face da sentença de piso (fls.77/81), quejulgou parcialmente procedente o pedido autoral para conceder o benefício de pensão por morte desde a data dorequerimento administrativo até a data em que a parte autora completar 65 anos de idade. Alega o INSS, em suas razõesrecursais, que as provas materiais constantes nos autos não são capazes de demonstrar a existência da dependênciaeconômica entre a parte autora e o seu filho falecido. Afirma, ainda, que a dependência econômica da autora se dá emrelação ao seu cônjuge, pois o mesmo recebe benefício de aposentadoria por idade com valor superior ao salário mínimo.Em contraposição, a parte autora alega, em sede recursal, que o benefício de pensão por morte é vitalício não sendodevido condicioná-lo até a data em que completará 65 anos de idade.2. A concessão do benefício de pensão por morte pressupõe que o falecido, à época do óbito, estivesse vinculado àPrevidência Social na qualidade de segurado (arts. 10 e 11 da Lei nº. 8.213/91), sendo tal requisito indispensável para que opostulante, que se encontra no conjunto de dependentes do segurado, faça jus ao benefício. Com exceção dos casosprevistos pelo art. 16, inciso I e parágrafo 4º dessa mesma lei, casos de presunção da dependência, esta deve ser

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efetivamente comprovada.3. A qualidade de segurado do falecido companheiro da autora é incontroversa nos autos, restando averiguar, assim, adependência econômica.4. As provas documentais trazidas não são suficientes para demonstrar que a autora dependia economicamente do filho,pelo contrário, evidenciam que o de cujus utilizava a sua remuneração com gastos pessoais. Nos autos há comprovantes(fl. 25) de compras de produtos de valores elevados, do qual se presume que o falecido utilizava ao menos parte do seusalário para adquirir produtos onerosos, não repassando necessariamente para a mãe, autora, a renda auferidamensalmente.5. Ao verificar o CNIS (fl. 39) do de cujus, percebe-se que seus vínculos trabalhistas eram de curta duração, bem comohavia períodos consideráveis de desemprego. Isso possibilita descaracterizar a dependência econômica entre a autora eseu filho falecido, pois este não trabalhava ininterruptamente para o sustento da família.6. Como alegado, o esposo da autora recebe o benefício de aposentadoria por idade em valor superior a um salário mínimo(fl. 72). Diante dessa renda mensal e dos períodos em que o de cujus não laborava, entende-se que a dependênciaeconômica era do cônjuge da autora, pois a família se mantinha com este benefício previdenciário.7. A prova testemunhal comprovou que o de cujus auxiliava nas despesas da casa. Contudo, não restou caracterizada asituação de dependência econômica da autora, o que não significa dizer que o salário recebido pelo filho não era importantepara o grupo familiar, mas que consistia apenas um acréscimo no orçamento, não caracterizando a necessária relação dedependência econômica.8. Não estando comprovada a dependência econômica da autora em relação ao de cujus, não faz jus a mesma ao benefícioda pensão por morte.9. Recurso da parte autora conhecido e improvido. Recurso do INSS conhecido e provido. Sentença reformada. Tutelaantecipada revogada.10. Dado o caráter alimentar dos valores recebidos, os mesmos não deverão ser restituídos, (Enunciado nº 52 da TR/ES).11. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo DAR PROVIMENTO AO RECURSO DO INSS E NEGARPROVIMENTO AO RECURSO DA PARTE AUTORA, na forma do voto e ementa constantes dos autos, que ficam fazendoparte integrante do presente julgado.

51 - 0009889-21.2007.4.02.5050/01 (2007.50.50.009889-1/01) ANDERSON MORESCHI (ADVOGADO: JULIANE BORLINICOUTINHO, ODILON MARTINS SILVEIRA, LYZIA PRETTI FARIAS, SÂMIA OLIVIER.) x CAIXA ECONÔMICA FEDERAL(ADVOGADO: LUIZ CLAUDIO SOBREIRA.).E M E N T A

RESPONSABILIDADE CIVIL – CEF – CONTRATO DE CONSÓRCIO – DIFICULDADES FINANCEIRAS – DESISTÊNCIADO CONSÓRCIO – RESTITUIÇÃO DOS VALORES PAGOS – DEVOLUÇÃO APÓS O TÉRMINO DO CONSÓRCIO –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 42/45, que julgou parcialmenteprocedente o pedido, condenando a Caixa Econômica Federal a restituir os valores pagos pelo autor referentes ao contratode consórcio, no prazo de até 30 dias, a partir da realização da última assembléia de contemplação. Alega o recorrente, emsuas razões recursais, que, por motivos de dificuldades financeiras, não conseguiu adimplir suas obrigações contratuais.Requer, em razão dos problemas econômicos, que seja feita a restituição imediata do valor pago.2. O consórcio é um contrato em que um número determinado de pessoas formaliza uma associação de interesses, visandoa criar obrigações recíprocas e condições definidas para atingir uma finalidade comum. Assim, entende-se que é umsistema de compra programada de um bem, no qual um grupo de participantes, organizados por uma empresaadministradora, rateia o valor do bem desejado pelo número de vezes que parcelarão o bem para sua aquisição.3. A controvérsia dos autos está na viabilidade de devolução contígua do valor pago até a desistência do contrato deconsórcio. O autor requer que seja efetuado imediato pagamento pela CEF, entretanto, entende-se que a restituição édevida somente quando findado o contrato de consórcio. Não há possibilidade de executar imediatamente a restituição, sobpena de serem frustrados os objetivos do grupo, uma vez que o valor pago pelo participante que desiste já foi utilizado naaquisição de bens que já foram entregues e pagos. Nesse sentido:

RECURSO ESPECIAL - CONSÓRCIO - DESISTÊNCIA - RETENÇÃO DOS VALORES PAGOS - IMPOSSIBILIDADE -RESTITUIÇÃO EM ATÉ 30 (TRINTA) DIAS CONTADOS DO TÉRMINO DO PLANO, MOMENTO A PARTIR DO QUALINCIDEM OS JUROS DE MORA - PRECEDENTES - RECURSO PARCIALMENTE PROVIMENTO. 1. A restituição dosvalores vertidos por consorciado ao grupo consorcial é medida que se impõe, sob pena de enriquecimento ilícito dos demaisparticipantes e da própria instituição administradora. 2. O reembolso, entretanto, é devido em até 30 (trinta) dias após oencerramento do grupo, data esta que deve ser considerada como aquela prevista no contrato para a entrega do últimobem. 3. Os juros de mora, na espécie, incidem, tão-somente, a partir de quando se esgota o prazo para a administradoraproceder ao reembolso e, por qualquer motivo, não o faz, momento em que sua mora resta caracterizada. 4. Recursoparcialmente provido. (RESP 200800366622, MASSAMI UYEDA, STJ - TERCEIRA TURMA, 01/08/2008)

RECURSO ESPECIAL REPETITIVO. JULGAMENTO NOS MOLDES DO ART. 543-C DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL.CONSÓRCIO. DESISTÊNCIA. DEVOLUÇÃO DAS PARCELAS PAGAS PELO CONSORCIADO. PRAZO. TRINTA DIAS

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APÓS O ENCERRAMENTO DO GRUPO. 1. Para efeitos do art. 543-C do Código de Processo Civil: é devida a restituiçãode valores vertidos por consorciado desistente ao grupo de consórcio, mas não de imediato, e sim em até trinta dias acontar do prazo previsto contratualmente para o encerramento do plano. 2. Recurso especial conhecido e parcialmenteprovido. (RESP 200900133272, LUIS FELIPE SALOMÃO, STJ - SEGUNDA SEÇÃO, 27/08/2010)

4. Como exposto, na hipótese de ser efetuado o pagamento imediato, a desistência de um participante pode acarretarprejuízos repentinos para o grupo, como um aumento do prazo do consórcio, ou mesmo um reajuste no valor dasprestações.5. Resta, por conseguinte, lícita a devolução das prestações adimplidas apenas no final do prazo contratual, considerandoque o consórcio é constituído por um grupo de pessoas que não pode ser prejudicado pelo interesse individual de cada umde seus formadores. Portanto, não é possível a restituição das parcelas pagas antes do término do contrato de consórcio.6. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.7. Custas ex lege. Condeno o recorrente ao pagamento dos honorários advocatícios, que ora fixo em R$ 100,00 (cemreais).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

52 - 0001211-51.2006.4.02.5050/01 (2006.50.50.001211-6/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: OSIAS ALVES PENHA.) xMAURICIO VIANNA VESCOVI (ADVOGADO: RAQUEL COLA GREGGIO, RODOLPHO RANDOW DE FREITAS.).E M E N T A

RESPONSABILIDADE CIVIL – JUSTIÇA DO TRABALHO – PENHORA ONLINE – JUNTA COMERCIAL DO ESTADO DOESPÍRITO SANTO – INFORMAÇÕES PRESTADAS DE MANEIRA INCORRETA – RESPONSABILIDADE DE INDENIZARDA UNIÃO FEDERAL – DANO COMPROVADO – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO IMPROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pela União Federal em face da sentença de fls.95/101, que julgou procedente opedido autoral para conceder indenização por dano moral em face de erro da Administração Pública. Alega a recorrente, emsuas razões recursais, que não pode ser responsabilizada, pois a Junta Comercial detém a culpa exclusiva pela condutaque ensejou os danos morais. Requer, ainda, caso seja condenada, que o valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais) sejareduzido. Pugna, então, pela reforma da sentença.Na 3ª Vara do Trabalho de Vitória tramita um processo em face da empresa IMPERTEK IMPERMEABILIZAÇÕESTÉCNICAS LTDA. Por essa razão, o Juízo da 3ª Vara determinou a penhora online, via BACENJUD, de todos os créditosbancários dos sócios desta empresa. Entretanto, a fim de obter os dados necessários para realização da penhora, a VaraTrabalhista expediu ofício à Junta Comercial do Estado do Espírito Santo, que, em resposta, remeteu certidão com a razãosocial de outra sociedade empresária, a IMPERFLEX IMPERMEABILIZAÇÕES LTDA. Tal erro ocasionou a determinaçãode bloqueio indevido de todos os créditos bancários existentes em nome dos sócios desta empresa.Diante disso, a parte autora, sócio da empresa IMPERFLEX IMPERMEABILIZAÇÕES LTDA, ajuizou ação em face daUnião Federal, requerendo indenização por danos morais, já que seus bens ficaram bloqueados, indevidamente, por maisde um mês.A União afirma que não pode ser responsabilizada, uma vez que as informações prestadas pela Junta Comercial induziramo Juízo a erro e que tais documentos gozam de legitimidade e veracidade. Não obstante o órgão da Justiça do Trabalho tersido induzido a erro pela informação da Junta Comercial, a conduta que provocou o dano foi praticada pela União Federal(comunicação da ordem de penhora), e não por terceiro.A responsabilidade de indenizar da Administração Pública está prevista no artigo 37, § 6º da Constituição Federal que assimestatui:

“As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado, prestadoras de serviços públicos responderão pelos danosque seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casosde dolo ou culpa”.

Portanto, no caso dos autos, a conduta foi praticada pela União Federal, embora levada a erro por terceiro, logo, não afeta onexo causal, nem exime a responsabilidade, uma vez que a mesma é objetiva e independe da aferição de culpa naverificação da correção das informações. Com efeito, sempre que se verificar uma estreita relação entre o fato ocorrido e asconsequências por ele provocadas, torna-se possível o acionamento do Estado para a recomposição dos prejuízos, sem anecessidade de comprovação de culpa ou dolo para a caracterização de sua responsabilidade.No caso concreto, verifica-se que o recorrido foi lesado ao ter sua conta bloqueada, devido a um erro cometido pela VaraTrabalhista, que efetivou o bloqueio de sua conta corrente sem cotejar os dados informados pela Junta Comercial com areclamação trabalhista.Nota-se, portanto, a relação entre o fato e o dano causado ao recorrido, que ficou impossibilitado de movimentar o valor deR$ 17.835,39 (dezessete mil, oitocentos e trinta e cinco reais e trinta e nove centavos) pelo período de 07/03/2005 (fl. 16) a04/04/2005 (fl. 34). Assim, a condenação do recorrente ao pagamento de indenização por danos morais ao recorrido é justae devida.Ademais, deve-se ressaltar que o valor referente ao dano moral (R$ 2.000,00) deve ser mantido, visto que a empresa

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IMPERFLEX IMPERMEABILIZAÇÕES LTDA peticionou nos autos do processo trabalhista informando o equívoco ocorrido,e, mesmo assim, não foram tomadas providências imediatas para efetivar o desbloqueio.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Condenação da recorrente ao pagamento de honorários advocatícios fixados em 10% do valor dacondenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

53 - 0006494-55.2006.4.02.5050/01 (2006.50.50.006494-3/01) BRUNO NUNES BORLOTT (ADVOGADO: ANTONIOCARLOS BORLOTT.) x CAIXA ECONÔMICA FEDERAL (ADVOGADO: LUIZ CLAUDIO SOBREIRA, LUCIANO PEREIRACHAGAS.).EMENTA

RESPONSABILIDADE CIVIL – INDENIZAÇÃO – ATO ILÍCITO – DANO MORAL –FIXAÇÃO DO QUANTUMINDENIZATÓRIO – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor em face da sentença de fls. 52/54, que julgou parcialmenteprocedente o seu pedido, condenando a CEF a lhe indenizar no valor de R$ 1.000,00 (hum mil reais). Alega o recorrente,em síntese, que o quantum fixado se mostra insuficiente para indenizar o dano moral sofrido, ressalvando que houve culpaexclusiva da Caixa Econômica Federal.2. A relação estabelecida entre o requerente e a CEF é uma relação de consumo, presente, portanto, a responsabilidadeobjetiva da Caixa quando o seu serviço oferecido se mostra defeituoso.3. É certo que houve ato ilícito praticado pela CEF quando o sistema de débito on line disponibilizado pela mesma falhou,gerando para o recorrente a impossibilidade de efetuar o pagamento de sua conta na casa noturna em que se encontrava.No entanto, importante salientar que o demandante, apesar de estar de boa-fé, ao entrar na boate contando apenas com oseu cartão de débito para realizar o pagamento assumiu certo risco, caracterizando, pois, a culpa concorrente.4. Desta feita, o quantum indenizatório fixado se mostra adequado, uma vez que compensa o autor e pune a ré, sem quehaja a ocorrência do chamando enriquecimento ilícito.5. Não se deve olvidar ainda que, ao se analisar o presente caso, as particularidades do autor são consideradas, muitoembora não se consiga enxergar a diferença da repercussão do ilícito ocorrido para um trabalhador braçal e para umestudante de medicina, conforme tenta demonstrar o recorrente em sua peça recursal.6. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.7. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

54 - 0011846-57.2007.4.02.5050/01 (2007.50.50.011846-4/01) FLAVIO TELES FILOGONIO (ADVOGADO: ANDREACARIAS DA SILVA DEGENARIO, JOSUE DEGENARIO DO NASCIMENTO.) x CAIXA ECONÔMICA FEDERAL(ADVOGADO: ELADIR MONTENEGRO DE O. COUTO.) x OS MESMOS.E M E N T A

RESPONSABILIDADE CIVIL – CLÁUSULA ABUSIVA EM CONTRATO DE CRÉDITO ROTATIVO EM CONTA CORRENTE– DANO MORAL CONFIGURADO – CULPA CONCORRENTE, TENDO EM VISTA A DESÍDIA DO AUTOR – RECURSODO AUTOR CONHECIDO E IMPROVIDO E RECURSO DO RÉU CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO –SENTENÇA REFORMADA.

1. Trata-se de recurso interposto pela parte autora e pela CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, em face da sentença de fls.118/122 que julgou procedente o pleito autoral de extinção da dívida e de indenização por danos morais.2. O instituto da responsabilidade civil está previsto no artigo 927 do Código Civil de 2002, o qual possui a seguinte redação:“Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.”. Por sua vez, o artigo 186 domesmo diploma normativo dispõe como ato ilícito a ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, que violardireito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral.3. O autor alegou que a CEF cometeu ato ilícito, pois teria exigido a abertura de uma conta corrente na empresa para fazerum contrato de financiamento imobiliário, fato que caracterizaria uma “venda casada”. Não há, porém, prova nenhuma nosautos capaz de comprovar o afirmado.4. A conduta da CEF só ficou caracterizada como ilícita a partir do vencimento do contrato de abertura da conta, qual sejadia 04/01/2006 (fl. 76), tendo em vista que a cláusula de prorrogação automática a cada 180 dias, sem qualquermovimentação pelo correntista, é considerada abusiva. Precedentes: AC 200238000041020, JUÍZA FEDERAL MARIAMAURA MARTINS MORAES TAYER (CONV.), TRF1 - QUINTA TURMA, 11/12/2009.5. Entende-se, portanto, que a CEF, ao incluir uma cláusula abusiva no contrato, agiu com abuso de direito, já que possui o

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direito de contratar livremente, mas deveria sempre observar os ditames da boa-fé e da função social dos contratos.6. Certa é a obrigação de indenizar da CEF, tendo em vista que, após o vencimento do contrato de abertura de conta, semhaver nenhuma movimentação durante a vigência do mesmo, a empresa deveria ter enviado algum tipo de correspondênciaquestionando o autor sobre o interesse em continuar ou não com sua conta corrente, tendo em vista a ausência demovimentações bancárias.7. Dívida extinta no que tange ao saldo devedor a partir do dia 05/01/2006 (fl. 76), devendo o autor pagar a quantia devidaaté esta data, pois até aquele momento a conduta da empresa pública era lícita. Condenação da CEF em danos morais,diante do ato ilícito cometido a partir do dia 05/01/2006. Tendo em vista a culpa concorrente do autor para a ocorrência doevento danoso, fixo-a, ao final, em R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais).8. Recurso do autor conhecido e improvido. Recurso do réu conhecido e parcialmente provido.9. Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido (autor) ao pagamento de honorários advocatícios no montante de R$200,00.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DOS RECURSOS E, NO MÉRITO, JULGARIMPROCEDENTE O RECURSO DO AUTOR E DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO DO RÉU, na forma do voto eda ementa constantes dos autos, que passam a integrar o presente julgado.

55 - 0004470-54.2006.4.02.5050/01 (2006.50.50.004470-1/01) JOSE CICERO PINTO (ADVOGADO: ANETIL LINS DONASCIMENTO FERNANDES.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: CLEBSON DASILVEIRA.).E M E N T A

RESPONSABILIDADE CIVIL – APOSENTADORIA DE EX-COMBATENTE – EQUIPARAÇÃO COM O SALÁRIOAUFERIDO NA INICIATIVA PRIVADA – IMPOSSIBILIDADE – DESCONTO DEVIDO – ATO LÍCITO – SENTENÇAMANTIDA – RECURSO IMPROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls.41/43, que julgou improcedente opedido autoral que visava a impedir a Autarquia Previdenciária de descontar qualquer valor do seu benefício deaposentadoria. Alega o recorrente, em suas razões recursais, que recebeu os valores em questão de boa-fé e que nãopode ter sua aposentadoria diminuída por um ato a que não deu causa. Requer, ainda, a condenação do INSS em danosmorais. Pugna, então, pela reforma da sentença.O autor aufere o benefício previdenciário de aposentadoria de ex-combatente e afirma que ocorreram descontos indevidosem seu benefício. Afirma que a Autarquia, durante certo período, lhe pagou o mesmo valor que recebia quando atuava nainiciativa privada. Posteriormente, percebeu que deveria pagar apenas o teto do benefício previdenciário, corrigindo o valorpor ele auferido. A parte autora afirma, ainda, que mesmo que o valor tenha sido pago de maneira indevida (de 06/2003 a07/2006 - fl. 49), não pode ser alvo de repetição por se tratar de verba alimentar.É matéria controversa o fato de a Autarquia poder efetivar descontos de valores pagos a maior, ou seja, se o benefício podeser alvo de repetição. Entretanto, in casu, verifico que apesar de o autor ter recebido essa quantia de boa-fé, o mesmo deveressarcir os cofres públicos, uma vez que tais valores não podem ser fonte de enriquecimento sem causa. Ademais, aconstatação da boa-fé gera a limitação do percentual de desconto mensal em até 30% do valor do benefício. Nesse sentido:

PREVIDENCIÁRIO. RECEBIMENTO DE VALORES INDEVIDOS A TÍTULO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO.DESCONTO PARCELADO AUTORIZADO POR LEI. ART. 115 DA LEI 8.213/91. RECURSO DESPROVIDO. I – O presentemandamus foi impetrado com o objetivo de compelir a autarquia previdenciária a suspender os descontos que vinhamsendo promovidos nos proventos do Impetrante, a título de ressarcimento pelo fato de o segurado ter recebido, durantecerto período, valores superiores ao teto constitucional (EC nº 41/2003) em sua aposentadoria por tempo de serviço deex-combatente. II – Uma vez comprovado o recebimento a maior de parcelas a que o Impetrante não fazia jus, a Lei nº8.213/91 autoriza expressamente, em seu artigo 115, inciso II, que tais valores sejam descontados do benefício, estando,assim, o procedimento adotado pelo INSS plenamente amparado em lei. Precedentes do STJ. III – O Decreto nº 3.048/99(Regulamento da Previdência Social) assevera, em seu art. 154, §3º, que “caso o débito seja originário de erro daprevidência social, o segurado, usufruindo de benefício regularmente concedido, poderá devolver o valor de formaparcelada, atualizado nos moldes do art. 175, devendo cada parcela corresponder, no máximo, a trinta por cento do valordo benefício em manutenção, e ser descontado em número de meses necessários à liquidação do débito”. IV – Agravointerno desprovido. (AC 200951018057343, Desembargador Federal ALUISIO GONCALVES DE CASTRO MENDES, TRF2- PRIMEIRA TURMA ESPECIALIZADA, 18/11/2010)

Não havendo dano a ser ressarcido, não é devida a condenação em danos morais.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários de sucumbência, ora fixados em R$500,00 (quinhentos reais).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa

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constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

56 - 0002659-54.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.002659-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) PENHA REGINA DEAZEVEDO GUIMARAES (ADVOGADO: MARIA DE FATIMA MONTEIRO, JOAO LUIZ DA SILVA JUNIOR, CARLOSAUGUSTO MENDES PEREIRA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCIA RIBEIROPAIVA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 2009.50.50.002659-1/01

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – CONVERSÃO – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – INCAPACIDADEPARCIAL E TEMPORÁRIA – POSSIBILIDADE DE REABILITAÇÃO/READAPTAÇÃO – RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora contra a sentença de fls.81/82, que julgou parcialmenteprocedente o pedido autoral, apenas para conceder o benefício de auxílio-doença no período de 01/12/2008 a 31/03/2009.Em suas razões recursais, alega a recorrente que apesar de ter se submetido a procedimento cirúrgico, encontra-se total edefinitivamente incapacitada para exercer suas funções laborativas, motivo pelo qual faria jus à percepção do benefício deaposentadoria por invalidez. Ademais, requer a correção monetária e os juros de mora, de modo que incidam desde a dataem que foram efetivamente sonegados pelo recorrido.2. Para a concessão da aposentadoria por invalidez, mister se faz que o demandante atenda aos requisitos legais ditadospelo art. 42 da Lei nº 8.213/91, quais sejam: ostentar a qualidade de segurado, atender a carência de 12 contribuiçõesmensais e ter sido constatada a incapacidade total e permanente para o exercício de atividade profissional que lhe garantaa subsistência com insuscetibilidade de reabilitação.3. O laudo médico pericial produzido em juízo (fls. 57/63) atestou que a autora (46 anos de idade) é portadora detendinopatia extensora do polegar esquerdo, o que gera a incapacidade parcial e temporária para a sua função habitual,qual seja, a de médica. Afirma o expert que a recorrente está temporariamente incapacitada para exercer suas atividadeshabituais, sendo que, para recuperar sua capacidade laboral, precisa se submeter a novo procedimento cirúrgico (quesitos02, 03 e 05). Porém, não há norma obrigando o segurado a se submeter a processo cirúrgico para reversão de quadroclínico incapacitante. Nesse sentido, se a recuperação da parte autora for apenas possível mediante nova cirurgia, e nãopodendo obrigá-la a se submeter ao referido procedimento, considera-se devido o benefício de auxílio-doença até que amesma seja reabilitada para outra função.4. Com efeito, à luz do art. 42 da Lei nº 8.213/91, vislumbro que a parte autora não faz jus ao recebimento de aposentadoriapor invalidez, uma vez que a mesma pode ser reabilitada para desempenhar outras atividades laborativas que secompatibilizem com sua enfermidade e sua realidade funcional.5. Vale ressaltar que a cirurgia que a recorrente alega ter se submetido ocorreu em 2007, momento anterior ao recebimentodo benefício de auxílio-doença. Essa afirmação não significa necessariamente que a parte autora esteja total edefinitivamente incapacitada ao ponto de receber o benefício de aposentadoria por invalidez.6. Quanto aos juros de mora, de acordo com a súmula nº 204 do STJ, “os juros de mora nas ações relativas a benefíciosprevidenciários incidem a partir da citação válida”.7. Ante o exposto, não lhe é devido o benefício de aposentadoria por invalidez, por não estarem preenchidos os requisitosnecessários à sua concessão. Por tais motivos, a sentença a quo não merece qualquer reparo.8. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.9. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que a recorrente é beneficiária da assistênciajudiciária.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

57 - 0002567-76.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.002567-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ALCY DA SILVA GOMESLANES (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: GUSTAVO DE RESENDERAPOSO.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0002567-76.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.002567-7/01)

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E M E N T A

TRIBUTÁRIO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA –REPETIÇÃO DE INDÉBITO – BIS INIDEM – INCIDÊNCIA DE PRESCRIÇÃO –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO

1- Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença (fls. 22/26) que julgou extinto o feito,com resolução de mérito, com base no art. 295, IV, c/c art. 269, IV, ambos do Código de Processo Civil. A recorrente requerque se dê provimento ao recurso inominado, condenando a recorrida a restituir os valores contribuídos como imposto derenda, em duplicidade, no período de 01/01/1989 a 31/12/1995. A recorrida apresentou contrarrazões pedindo,preliminarmente, a nulidade da sentença, em razão da falta de citação válida e, no mérito, pugna pela manutenção dasentença.

2- Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competêncianº 101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.

3- O prazo prescricional das ações de compensação/repetição de indébito, relativamente às contribuições efetuadas entre01/01/89 e 31/12/95 ou entre 01/01/89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, deve ser contadoda seguinte forma: para quem se aposentou a partir de 09/06/2005 (vigência da Lei Complementar 118/2005), o prazo parase pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data da aposentadoria; quem se aposentou antes de 09/06/2005, deveobedecer ao regime previsto no sistema anterior (10 anos), limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos a contar davigência da novel lei complementar.4- O termo inicial da prescrição é a data de início do benefício correspondente à aposentadoria complementar, sempreposterior a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir de janeiro de 1996.5- A data de início da aposentadoria do beneficiário é 06/07/1995 (fl. 17). A presente ação foi ajuizada em 01/04/2009 (fl.01). Assim, está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.6- Observa-se que a União Federal não foi regularmente citada para apresentar defesa. Apesar de tal vício gerar nulidadeabsoluta, verifica-se que o direito de pleitear a restituição do imposto de renda pago em duplicidade está prescrito e, destemodo, não haverá prejuízo para a União, motivo pelo qual não deve prosperar a anulação da sentença.

7- Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.

8- Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, visto que o recorrente é beneficiário da assistênciajudiciária gratuita.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma daementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

58 - 0002073-17.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.002073-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JULIO ALBERTO PINHEIRO(ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: RODRIGO BARBOSA DEBARROS.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0002073-17.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.002073-4/01)

E M E N T ATRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA – BIS INIDEM – MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU – NÃO INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA – LEIS 7.713/88 E9.250/95 – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, em face da sentença (fls. 33/37) que julgou extinto o feito, comresolução de mérito, com base no art. 269, IV, do Código de Processo Civil. O recorrente requer que se dê provimento aorecurso inominado, reformando a sentença de primeiro grau, para condenar a recorrida na restituição do imposto de rendaque teria sido pago em duplicidade, no período de 01/01/1989 a 31/12/1995. A recorrida apresentou contrarrazõespugnando pela manutenção da sentença.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveito

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econômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dos JuizadosEspeciais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos a partir dejaneiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte da parte autora noperíodo de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 e (2) que esteja aposentado. No caso dos autos os documentoscolacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quais sejam: contribuições no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 39/40) e aposentadoria em 02/08/1999 (fl. 39).O prazo prescricional das ações de compensação/repetição de indébito, relativamente às contribuições efetuadas entre01/01/89 e 31/12/95 ou entre 01/01/89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, deve ser contadoda seguinte forma: para quem se aposentou a partir de 09/06/2005 (vigência da Lei Complementar 118/2005), o prazo parase pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data da aposentadoria; quem se aposentou antes de 09/06/2005, deveobedecer ao regime previsto no sistema anterior (10 anos), limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos a contar davigência da novel lei complementar.O termo inicial da prescrição é a data de início do benefício correspondente à aposentadoria complementar, sempreposterior a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir de janeiro de 1996.A data de início da aposentadoria do beneficiário é 02/08/1999 (fl. 39). A presente ação foi ajuizada em 18/03/2009 (fl. 01).Assim, não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.A apuração do indébito observará o seguinte:As contribuições efetuadas pela parte autora, no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995,deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do Manual de Orientação de Procedimentos para osCálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal, referenteàs ações condenatórias em geral, até o mês de abril do ano seguinte ao recolhimento do tributo (ano-base).O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído, devidamente corrigido pela Taxa SELIC, a partir de maio de cada ano, com aexclusão de outro índice de correção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda,Primeira Seção, julgado em 25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278).Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por consequência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”Em prosseguimento, é importante frisar que a operação mencionada acima deve ser repetida sucessivamente, até oesgotamento do crédito. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldocredor pode ser efetuada diretamente na base de cálculo das declarações de imposto de renda referentes aos futurosexercícios financeiros, atualizada pelos índices da tabela de Precatórios da Justiça Federal até a data do acerto anual.Assim, o beneficiário não pagará IR sobre o complemento de benefício até o esgotamento do saldo a ser deduzido, ou oque tiver sido pago será objeto de repetição.Em face do exposto, DOU PROVIMENTO AO RECURSO, para reformar a sentença e reconhecer a não incidência doimposto de renda sobre os benefícios de previdência privada até o limite do que foi recolhido exclusivamente pela parteautora (excluídos os aportes das patrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ouentre 01.01.89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, e CONDENAR A UNIÃO FEDERAL àrestituição/compensação do respectivo indébito, de acordo com a sistemática estabelecida nesta ementa e as instruçõesque se seguem.A UNIÃO deverá efetuar, no prazo de 60 (sessenta) dias, a revisão administrativa das declarações anuais do imposto derenda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido a parcela relativa ao crédito docontribuinte, na forma fixada por esta ementa, ciente o autor que deverá providenciar junto à sua patrocinadora a soma dasimportâncias vertidas pelo beneficiário durante o período pleiteado judicialmente.Efetuada a revisão na forma estabelecida nesta ementa, deverá a ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, sendo que, pelo fato de a parte autora ter optado pelo rito dos Juizados Especiais Federais, o valor total darestituição não poderá ultrapassar o patamar de 60 (sessenta) salários mínimos (valor vigente por ocasião do ajuizamentoda ação). Caso contrário, o Juízo a quo e esta Turma Recursal estariam decidindo sobre matéria para a qual seriamabsolutamente incompetentes.Custas ex lege. Sem honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que o recorrente é vencido, na formado art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01.A C Ó R D Ã O

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, DAR-LHE PROVIMENTO, na forma daementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

59 - 0002064-55.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.002064-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ANGELA MARIA CROCEPINHEIRO (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: GUSTAVO DERESENDE RAPOSO.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0002064-55.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.002064-3/01)

E M E N T ATRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA – BIS INIDEM – MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU – NÃO INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA – LEIS 7.713/88 E9.250/95 – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, em face da sentença (fls. 33/38) que julgou extinto o feito, comresolução de mérito, com base no art. 269, IV, c/c art. 295, IV, ambos do Código de Processo Civil. A recorrente requer quese dê provimento ao recurso inominado, reformando a sentença de primeiro grau, para condenar a recorrida na restituiçãodo imposto de renda que teria sido pago em duplicidade, no período de 01/01/1989 a 31/12/1995. A recorrida apresentoucontrarrazões pugnando pela manutenção da sentença.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dos JuizadosEspeciais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos a partir dejaneiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte da parte autora noperíodo de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 e (2) que esteja aposentado. No caso dos autos os documentoscolacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quais sejam: contribuições no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995 (fl. 24) e aposentadoria em 25/07/2003 (fl. 24).O prazo prescricional das ações de compensação/repetição de indébito, relativamente às contribuições efetuadas entre01/01/89 e 31/12/95 ou entre 01/01/89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, deve ser contadoda seguinte forma: para quem se aposentou a partir de 09/06/2005 (vigência da Lei Complementar 118/2005), o prazo parase pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data da aposentadoria; quem se aposentou antes de 09/06/2005, deveobedecer ao regime previsto no sistema anterior (10 anos), limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos a contar davigência da novel lei complementar.O termo inicial da prescrição é a data de início do benefício correspondente à aposentadoria complementar, sempreposterior a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir de janeiro de 1996.A data de início da aposentadoria da beneficiária é 25/07/2003 (fl. 24). A presente ação foi ajuizada em 18/03/2009 (fl. 01).Assim, não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.A apuração do indébito observará o seguinte:As contribuições efetuadas pela parte autora, no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995,deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do Manual de Orientação de Procedimentos para osCálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal, referenteàs ações condenatórias em geral, até o mês de abril do ano seguinte ao recolhimento do tributo (ano-base).O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído, devidamente corrigido pela Taxa SELIC, a partir de maio de cada ano, com aexclusão de outro índice de correção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda,Primeira Seção, julgado em 25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278).Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, este

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último valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por consequência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”Em prosseguimento, é importante frisar que a operação mencionada acima deve ser repetida sucessivamente, até oesgotamento do crédito. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldocredor pode ser efetuada diretamente na base de cálculo das declarações de imposto de renda referentes aos futurosexercícios financeiros, atualizada pelos índices da tabela de Precatórios da Justiça Federal até a data do acerto anual.Assim, o beneficiário não pagará IR sobre o complemento de benefício até o esgotamento do saldo a ser deduzido, ou oque tiver sido pago será objeto de repetição.Em face do exposto, DOU PROVIMENTO AO RECURSO, para reformar a sentença e reconhecer a não incidência doimposto de renda sobre os benefícios de previdência privada até o limite do que foi recolhido exclusivamente pela parteautora (excluídos os aportes das patrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ouentre 01.01.89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, e CONDENAR A UNIÃO FEDERAL àrestituição/compensação do respectivo indébito, de acordo com a sistemática estabelecida nesta ementa e as instruçõesque se seguem.A UNIÃO deverá efetuar, no prazo de 60 (sessenta) dias, a revisão administrativa das declarações anuais do imposto derenda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido a parcela relativa ao crédito docontribuinte, na forma fixada por esta ementa, ciente o autor que deverá providenciar junto à sua patrocinadora a soma dasimportâncias vertidas pelo beneficiário durante o período pleiteado judicialmente.Efetuada a revisão na forma estabelecida nesta ementa, deverá a ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, sendo que, pelo fato de a parte autora ter optado pelo rito dos Juizados Especiais Federais, o valor total darestituição não poderá ultrapassar o patamar de 60 (sessenta) salários mínimos (valor vigente por ocasião do ajuizamentoda ação). Caso contrário, o Juízo a quo e esta Turma Recursal estariam decidindo sobre matéria para a qual seriamabsolutamente incompetentes.Custas ex lege. Sem honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que o recorrente é vencido, na formado art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, DAR-LHE PROVIMENTO, na forma daementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

60 - 0000789-71.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000789-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JACIRA GOMES NOVAES(ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: GUSTAVO DE RESENDERAPOSO.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0000789-71.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000789-4/01)

E M E N T ATRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA – BIS INIDEM – MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU – NÃO INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA – LEIS 7.713/88 E9.250/95 – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, em face da sentença (fls. 52/56) que julgou extinto o feito, comresolução de mérito, com base no art. 269, IV, do Código de Processo Civil. A recorrente requer que se dê provimento aorecurso inominado, reformando a sentença de primeiro grau, para condenar a recorrida na restituição do imposto de rendaque teria sido pago em duplicidade, no período de 01/01/1989 a 31/12/1995. Não foram apresentadas contrarrazões.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dos JuizadosEspeciais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos a partir dejaneiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte da parte autora no

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período de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 e (2) que esteja aposentado. No caso dos autos os documentoscolacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quais sejam: contribuições no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995 (fl. 47/48) e aposentadoria em 01/05/2001 (fl. 46).O prazo prescricional das ações de compensação/repetição de indébito, relativamente às contribuições efetuadas entre01/01/89 e 31/12/95 ou entre 01/01/89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, deve ser contadoda seguinte forma: para quem se aposentou a partir de 09/06/2005 (vigência da Lei Complementar 118/2005), o prazo parase pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data da aposentadoria; quem se aposentou antes de 09/06/2005, deveobedecer ao regime previsto no sistema anterior (10 anos), limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos a contar davigência da novel lei complementar.O termo inicial da prescrição é a data de início do benefício correspondente à aposentadoria complementar, sempreposterior a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir de janeiro de 1996.A data de início da aposentadoria da beneficiária é 01/05/2001 (fl. 46). A presente ação foi ajuizada em 21/01/2009 (fl. 19).Assim, não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.A apuração do indébito observará o seguinte:As contribuições efetuadas pela parte autora, no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995,deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do Manual de Orientação de Procedimentos para osCálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal, referenteàs ações condenatórias em geral, até o mês de abril do ano seguinte ao recolhimento do tributo (ano-base).O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído, devidamente corrigido pela Taxa SELIC, a partir de maio de cada ano, com aexclusão de outro índice de correção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda,Primeira Seção, julgado em 25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278).Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por consequência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”Em prosseguimento, é importante frisar que a operação mencionada acima deve ser repetida sucessivamente, até oesgotamento do crédito. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldocredor pode ser efetuada diretamente na base de cálculo das declarações de imposto de renda referentes aos futurosexercícios financeiros, atualizada pelos índices da tabela de Precatórios da Justiça Federal até a data do acerto anual.Assim, o beneficiário não pagará IR sobre o complemento de benefício até o esgotamento do saldo a ser deduzido, ou oque tiver sido pago será objeto de repetição.Em face do exposto, DOU PROVIMENTO AO RECURSO, para reformar a sentença e reconhecer a não incidência doimposto de renda sobre os benefícios de previdência privada até o limite do que foi recolhido exclusivamente pela parteautora (excluídos os aportes das patrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ouentre 01.01.89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, e CONDENAR A UNIÃO FEDERAL àrestituição/compensação do respectivo indébito, de acordo com a sistemática estabelecida nesta ementa e as instruçõesque se seguem.A UNIÃO deverá efetuar, no prazo de 60 (sessenta) dias, a revisão administrativa das declarações anuais do imposto derenda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido a parcela relativa ao crédito docontribuinte, na forma fixada por esta ementa, ciente o autor que deverá providenciar junto à sua patrocinadora a soma dasimportâncias vertidas pelo beneficiário durante o período pleiteado judicialmente.Efetuada a revisão na forma estabelecida nesta ementa, deverá a ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, sendo que, pelo fato de a parte autora ter optado pelo rito dos Juizados Especiais Federais, o valor total darestituição não poderá ultrapassar o patamar de 60 (sessenta) salários mínimos (valor vigente por ocasião do ajuizamentoda ação). Caso contrário, o Juízo a quo e esta Turma Recursal estariam decidindo sobre matéria para a qual seriamabsolutamente incompetentes.Custas ex lege. Sem honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que o recorrente é vencido, na formado art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, DAR-LHE PROVIMENTO, na forma daementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

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61 - 0001216-68.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001216-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) NELSON FERREIRA MAIA(ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: GUSTAVO DE RESENDERAPOSO.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0001216-68.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001216-6/01)

E M E N T ATRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA – BIS INIDEM – MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU – NÃO INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA – LEIS 7.713/88 E9.250/95 – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, em face da sentença (fls. 43/48) que julgou extinto o feito, comresolução de mérito, com base no art. 269, IV, do Código de Processo Civil. O recorrente requer que se dê provimento aorecurso inominado, reformando a sentença de primeiro grau, para declarar a inexigibilidade do imposto de renda incidentesobre as contribuições pagas pelo participante no período de vigência da Lei nº 7713/88, bem como condenar a recorrida narestituição do imposto de renda que teria sido pago em duplicidade, no período de 01/01/1989 a 31/12/1995. A recorridaapresentou contrarrazões pugnando pela manutenção da sentença.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dos JuizadosEspeciais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos a partir dejaneiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte da parte autora noperíodo de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 e (2) que esteja aposentado. No caso dos autos os documentoscolacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quais sejam: contribuições no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 26/27) e aposentadoria em 20/10/2003 (fl. 19).O prazo prescricional das ações de compensação/repetição de indébito, relativamente às contribuições efetuadas entre01/01/89 e 31/12/95 ou entre 01/01/89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, deve ser contadoda seguinte forma: para quem se aposentou a partir de 09/06/2005 (vigência da Lei Complementar 118/2005), o prazo parase pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data da aposentadoria; quem se aposentou antes de 09/06/2005, deveobedecer ao regime previsto no sistema anterior (10 anos), limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos a contar davigência da novel lei complementar.O termo inicial da prescrição é a data de início do benefício correspondente à aposentadoria complementar, sempreposterior a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir de janeiro de 1996.A data de início da aposentadoria do beneficiário é 20/10/2003 (fl. 19). A presente ação foi ajuizada em 06/02/2009 (fl. 01).Assim, não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.A apuração do indébito observará o seguinte:As contribuições efetuadas pela parte autora, no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995,deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do Manual de Orientação de Procedimentos para osCálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal, referenteàs ações condenatórias em geral, até o mês de abril do ano seguinte ao recolhimento do tributo (ano-base).O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído, devidamente corrigido pela Taxa SELIC, a partir de maio de cada ano, com aexclusão de outro índice de correção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda,Primeira Seção, julgado em 25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278).Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por consequência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”Em prosseguimento, é importante frisar que a operação mencionada acima deve ser repetida sucessivamente, até o

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esgotamento do crédito. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldocredor pode ser efetuada diretamente na base de cálculo das declarações de imposto de renda referentes aos futurosexercícios financeiros, atualizada pelos índices da tabela de Precatórios da Justiça Federal até a data do acerto anual.Assim, o beneficiário não pagará IR sobre o complemento de benefício até o esgotamento do saldo a ser deduzido, ou oque tiver sido pago será objeto de repetição.Em face do exposto, DOU PROVIMENTO AO RECURSO, para reformar a sentença e reconhecer a não incidência doimposto de renda sobre os benefícios de previdência privada até o limite do que foi recolhido exclusivamente pela parteautora (excluídos os aportes das patrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ouentre 01.01.89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, e CONDENAR A UNIÃO FEDERAL àrestituição/compensação do respectivo indébito, de acordo com a sistemática estabelecida nesta ementa e as instruçõesque se seguem.A UNIÃO deverá efetuar, no prazo de 60 (sessenta) dias, a revisão administrativa das declarações anuais do imposto derenda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido a parcela relativa ao crédito docontribuinte, na forma fixada por esta ementa, ciente o autor que deverá providenciar junto à sua patrocinadora a soma dasimportâncias vertidas pelo beneficiário durante o período pleiteado judicialmente.Efetuada a revisão na forma estabelecida nesta ementa, deverá a ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, sendo que, pelo fato de a parte autora ter optado pelo rito dos Juizados Especiais Federais, o valor total darestituição não poderá ultrapassar o patamar de 60 (sessenta) salários mínimos (valor vigente por ocasião do ajuizamentoda ação). Caso contrário, o Juízo a quo e esta Turma Recursal estariam decidindo sobre matéria para a qual seriamabsolutamente incompetentes.Custas ex lege. Sem honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que o recorrente é vencido, na formado art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, DAR-LHE PROVIMENTO, na forma daementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

62 - 0007464-84.2008.4.02.5050/02 (2008.50.50.007464-7/02) (PROCESSO ELETRÔNICO) SHIRLEY JULIA DEMONER(ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: Allan Titonelli Nunes.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0007464-84.2008.4.02.5050/02 (2008.50.50.007464-7/02)

E M E N T A

TRIBUTÁRIO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA –REPETIÇÃO DE INDÉBITO – BIS INIDEM – INCIDÊNCIA DE PRESCRIÇÃO – PRESCRIÇÃO RECONHECIDA DE OFÍCIO – RECURSO PREJUDICADO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença (fls. 56/58) que, entendendo pelacomplexidade da causa, extinguiu o feito sem resolução do mérito. A recorrente requer que se dê provimento ao recursoinominado, condenando a União a restituir os valores contribuídos como imposto de renda em duplicidade no período de01/01/1989 a 31/12/1995. Foram apresentadas contrarrazões pela União Federal.

2. Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competêncianº 101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.

3. O prazo prescricional das ações de compensação/repetição de indébito, relativamente às contribuições efetuadas entre01/01/89 e 31/12/95 ou entre 01/01/89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, deve ser contadoda seguinte forma: para quem se aposentou a partir de 09/06/2005 (vigência da Lei Complementar 118/2005), o prazo parase pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data da aposentadoria; quem se aposentou antes de 09/06/2005, deveobedecer ao regime previsto no sistema anterior (10 anos), limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos a contar davigência da novel lei complementar.

4. O termo inicial da prescrição é a data de início do benefício correspondente à aposentadoria complementar, sempreposterior a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir de janeiro de 1996.

5. A data de início da aposentadoria do beneficiário é 04/11/1998 (fl. 35). A presente ação foi ajuizada em 03/12/2008 (fl.04). Assim, está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.

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6. Sentença reformada de ofício, reconhecendo a prescrição, motivo pelo qual o processo deve ser extinto com resoluçãode mérito, nos termos do artigo 269, IV, do Código de Processo Civil. Recurso prejudicado.

7. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, EXTINGUIR O PROCESSO COM JULGAMENTO DE MÉRITO, NOS TERMOS DOART. 269, IV, DO CPC, RECONHECENDO, DE OFÍCIO, A PRESCRIÇÃO E JULGAR PREJUDICADO O RECURSO, naforma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

63 - 0000849-44.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000849-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ANTONIO AUGUSTOZORZAL (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: KARLA EUGENIAPITTOL DE CARVALHO.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0000849-44.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000849-7/01)

E M E N T ATRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA – BIS INIDEM – MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU – NÃO INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA – LEIS 7.713/88 E9.250/95 – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, em face da sentença (fls. 49/53) que julgou extinto o feito, comresolução de mérito, com base no art. 269, IV, do Código de Processo Civil. O recorrente requer que se dê provimento aorecurso inominado, reformando a sentença de primeiro grau, para condenar a recorrida na restituição do imposto de rendaque teria sido pago em duplicidade, no período de 01/01/1989 a 31/12/1995. Não foram apresentadas contrarrazões.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dos JuizadosEspeciais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos a partir dejaneiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte da parte autora noperíodo de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 e (2) que esteja aposentado. No caso dos autos os documentoscolacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quais sejam: contribuições no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 44/45) e aposentadoria em 05/10/1999 (fl. 15).O prazo prescricional das ações de compensação/repetição de indébito, relativamente às contribuições efetuadas entre01/01/89 e 31/12/95 ou entre 01/01/89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, deve ser contadoda seguinte forma: para quem se aposentou a partir de 09/06/2005 (vigência da Lei Complementar 118/2005), o prazo parase pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data da aposentadoria; quem se aposentou antes de 09/06/2005, deveobedecer ao regime previsto no sistema anterior (10 anos), limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos a contar davigência da novel lei complementar.O termo inicial da prescrição é a data de início do benefício correspondente à aposentadoria complementar, sempreposterior a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir de janeiro de 1996.A data de início da aposentadoria do beneficiário é 05/10/1999 (fl. 15). A presente ação foi ajuizada em 22/01/2009 (fl. 17).Assim, não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.A apuração do indébito observará o seguinte:As contribuições efetuadas pela parte autora, no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995,deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do Manual de Orientação de Procedimentos para osCálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal, referenteàs ações condenatórias em geral, até o mês de abril do ano seguinte ao recolhimento do tributo (ano-base).O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cada

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exercício, valor este que deverá ser restituído, devidamente corrigido pela Taxa SELIC, a partir de maio de cada ano, com aexclusão de outro índice de correção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda,Primeira Seção, julgado em 25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278).Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por consequência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”Em prosseguimento, é importante frisar que a operação mencionada acima deve ser repetida sucessivamente, até oesgotamento do crédito. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldocredor pode ser efetuada diretamente na base de cálculo das declarações de imposto de renda referentes aos futurosexercícios financeiros, atualizada pelos índices da tabela de Precatórios da Justiça Federal até a data do acerto anual.Assim, o beneficiário não pagará IR sobre o complemento de benefício até o esgotamento do saldo a ser deduzido, ou oque tiver sido pago será objeto de repetição.Em face do exposto, DOU PROVIMENTO AO RECURSO, para reformar a sentença e reconhecer a não incidência doimposto de renda sobre os benefícios de previdência privada até o limite do que foi recolhido exclusivamente pela parteautora (excluídos os aportes das patrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ouentre 01.01.89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, e CONDENAR A UNIÃO FEDERAL àrestituição/compensação do respectivo indébito, de acordo com a sistemática estabelecida nesta ementa e as instruçõesque se seguem.A UNIÃO deverá efetuar, no prazo de 60 (sessenta) dias, a revisão administrativa das declarações anuais do imposto derenda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido a parcela relativa ao crédito docontribuinte, na forma fixada por esta ementa, ciente o autor que deverá providenciar junto à sua patrocinadora a soma dasimportâncias vertidas pelo beneficiário durante o período pleiteado judicialmente.Efetuada a revisão na forma estabelecida nesta ementa, deverá a ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, sendo que, pelo fato de a parte autora ter optado pelo rito dos Juizados Especiais Federais, o valor total darestituição não poderá ultrapassar o patamar de 60 (sessenta) salários mínimos (valor vigente por ocasião do ajuizamentoda ação). Caso contrário, o Juízo a quo e esta Turma Recursal estariam decidindo sobre matéria para a qual seriamabsolutamente incompetentes.Custas ex lege. Sem honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que o recorrente é vencido, na formado art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, DAR-LHE PROVIMENTO, na forma daementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

64 - 0001028-32.2010.4.02.5053/01 (2010.50.53.001028-9/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) UNIÃO FEDERAL(PROCDOR: GUSTAVO HENRIQUE TEIXEIRA DE OLIVEIRA.) x ROSANA FRANCISCA DIAS CIPRIANO (ADVOGADO:MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0001028-32.2010.4.02.5053/01 (2010.50.53.001028-9/01)E M E N T ATRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA – BIS INIDEM – MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU – NÃO INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA – LEIS 7.713/88 E9.250/95 – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela União em face da sentença (fls. 35/38) que julgou procedente o pedido inicialda autora. A recorrente requer que se dê provimento ao seu recurso reconhecendo, preliminarmente, a prescrição, ou anulidade da sentença. No mérito, pugna pela reforma da sentença a fim de que sejam julgados totalmente improcedentesos pedidos iniciais. A autora apresentou contrarrazões pugnando pela manutenção da sentença.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.

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Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a nulidade suscitada nas razõesrecursais.Matéria pacificada pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dos JuizadosEspeciais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos a partir dejaneiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte da parte autora noperíodo de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 e (2) que esteja aposentado. No caso dos autos os documentoscolacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quais sejam: contribuições no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 18/19) e aposentadoria em 17/02/2007 (fl. 17).O prazo prescricional das ações de compensação/repetição de indébito, relativamente às contribuições efetuadas entre01/01/89 e 31/12/95 ou entre 01/01/89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, deve ser contadoda seguinte forma: para quem se aposentou a partir de 09/06/2005 (vigência da Lei Complementar 118/2005), o prazo parase pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data da aposentadoria; quem se aposentou antes de 09/06/2005, deveobedecer ao regime previsto no sistema anterior (10 anos), limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos a contar davigência da novel lei complementar.O termo inicial da prescrição é a data de início do benefício correspondente à aposentadoria complementar, sempreposterior a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir de janeiro de 1996.A data de início da aposentadoria da beneficiária é 17/02/2007 (fl. 17). A presente ação foi ajuizada em 13/12/2010 (fl. 22).Assim, não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.Em face do exposto, NEGO PROVIMENTO AO RECURSO DA UNIÃO FEDERAL.Custas ex lege. Condenação da Recorrente ao pagamento de honorários advocatícios que ora fixo em R$ 200,00 (duzentosreais).A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma daementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

65 - 0001135-22.2009.4.02.5050/02 (2009.50.50.001135-6/02) (PROCESSO ELETRÔNICO) YVANETE GASPAR(ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: ELISANDRA DE OLIVEIRAOLIMPIO.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0001135-22.2009.4.02.5050/02 (2009.50.50.001135-6/02)

E M E N T ATRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA – BIS INIDEM – MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU – NÃO INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA – LEIS 7.713/88 E9.250/95 – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença (fls. 73/75) que, entendendo pelacomplexidade da causa, extinguiu o feito sem resolução do mérito. A recorrente requer que se dê provimento ao recursoinominado, condenando a União a restituir os valores contribuídos como imposto de renda em duplicidade no período de01/01/1989 a 31/12/1995. Foram apresentadas contrarrazões pela União Federal.2. A priori, insta salientar a possibilidade de acolhimento das provas exaradas dos autos às fls. 47/52. Destarte, ancoradonos arts. 130, 283 e 284 do Código de Processo Civil, bem como orientado pelo critério da informalidade que rege osJuizados Especiais (art. 2º da Lei 9.099/95), não há óbice à apreciação das referidas provas apresentadas, haja vista,sobretudo, o respeito ao Contraditório e à Ampla Defesa.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dos JuizadosEspeciais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos a partir dejaneiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.

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Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte da parte autora noperíodo de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 e (2) que esteja aposentada. No caso dos autos os documentoscolacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quais sejam: contribuições no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 48/49) e aposentadoria em 01/12/2000 (fl. 17).O prazo prescricional das ações de compensação/repetição de indébito, relativamente às contribuições efetuadas entre01/01/89 e 31/12/95 ou entre 01/01/89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, deve ser contadoda seguinte forma: para quem se aposentou a partir de 09/06/2005 (vigência da Lei Complementar 118/2005), o prazo parase pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data da aposentadoria; quem se aposentou antes de 09/06/2005, deveobedecer ao regime previsto no sistema anterior (10 anos), limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos a contar davigência da novel lei complementar.O termo inicial da prescrição é a data de início do benefício correspondente à aposentadoria complementar, sempreposterior a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir de janeiro de 1996.A data de início da aposentadoria do beneficiário é 01/12/2000 (fl. 17). A presente ação foi ajuizada em 02/02/2009 (fl. 18).Assim, não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.A apuração do indébito observará o seguinte:As contribuições efetuadas pela parte autora, no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995,deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do Manual de Orientação de Procedimentos para osCálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal, referenteàs ações condenatórias em geral, até o mês de abril do ano seguinte ao recolhimento do tributo (ano-base).O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído, devidamente corrigido pela Taxa SELIC, a partir de maio de cada ano, com aexclusão de outro índice de correção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda,Primeira Seção, julgado em 25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278).Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por consequência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”Em prosseguimento, é importante frisar que a operação mencionada acima deve ser repetida sucessivamente, até oesgotamento do crédito. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldocredor pode ser efetuada diretamente na base de cálculo das declarações de imposto de renda referentes aos futurosexercícios financeiros, atualizada pelos índices da tabela de Precatórios da Justiça Federal até a data do acerto anual.Assim, o beneficiário não pagará IR sobre o complemento de benefício até o esgotamento do saldo a ser deduzido, ou oque tiver sido pago será objeto de repetição.Em face do exposto, DOU PROVIMENTO AO RECURSO, para reformar a sentença e reconhecer a não incidência doimposto de renda sobre os benefícios de previdência privada até o limite do que foi recolhido exclusivamente pela parteautora (excluídos os aportes das patrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ouentre 01.01.89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, e CONDENAR A UNIÃO FEDERAL àrestituição/compensação do respectivo indébito, de acordo com a sistemática estabelecida nesta ementa e as instruçõesque se seguem.A UNIÃO deverá efetuar, no prazo de 60 (sessenta) dias, a revisão administrativa das declarações anuais do imposto derenda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido a parcela relativa ao crédito docontribuinte, na forma fixada por esta ementa, ciente o autor que deverá providenciar junto à sua patrocinadora a soma dasimportâncias vertidas pelo beneficiário durante o período pleiteado judicialmente.Efetuada a revisão na forma estabelecida nesta ementa, deverá a ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, sendo que, pelo fato de a parte autora ter optado pelo rito dos Juizados Especiais Federais, o valor total darestituição não poderá ultrapassar o patamar de 60 (sessenta) salários mínimos (valor vigente por ocasião do ajuizamentoda ação). Caso contrário, o Juízo a quo e esta Turma Recursal estariam decidindo sobre matéria para a qual seriamabsolutamente incompetentes.Custas ex lege. Sem honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que o recorrente é vencido, na formado art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, DAR-LHE PROVIMENTO, na forma daementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira Junior

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Juiz Federal Relator

66 - 0000870-20.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000870-9/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) RAIMUNDO RODRIGUESBATISTA (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: RODRIGO BARBOSADE BARROS.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0000870-20.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000870-9/01)

E M E N T ATRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA – BIS INIDEM – MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU – NÃO INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA – LEIS 7.713/88 E9.250/95 – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, em face da sentença (fls. 43/48) que julgou extinto o feito, comresolução de mérito, com base no art. 269, IV, do Código de Processo Civil. O recorrente requer que se dê provimento aorecurso inominado, reformando a sentença de primeiro grau, para condenar a recorrida na restituição do imposto de rendaque teria sido pago em duplicidade, no período de 01/01/1989 a 31/12/1995. Não foram apresentadas contrarrazões.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dos JuizadosEspeciais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos a partir dejaneiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte da parte autora noperíodo de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 e (2) que esteja aposentado. No caso dos autos os documentoscolacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quais sejam: contribuições no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 37/38) e aposentadoria em 30/06/2000 (fl. 36).O prazo prescricional das ações de compensação/repetição de indébito, relativamente às contribuições efetuadas entre01/01/89 e 31/12/95 ou entre 01/01/89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, deve ser contadoda seguinte forma: para quem se aposentou a partir de 09/06/2005 (vigência da Lei Complementar 118/2005), o prazo parase pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data da aposentadoria; quem se aposentou antes de 09/06/2005, deveobedecer ao regime previsto no sistema anterior (10 anos), limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos a contar davigência da novel lei complementar.O termo inicial da prescrição é a data de início do benefício correspondente à aposentadoria complementar, sempreposterior a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir de janeiro de 1996.A data de início da aposentadoria do beneficiário é 30/06/2000 (fl. 36). A presente ação foi ajuizada em 22/01/2009 (fl. 01).Assim, não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.A apuração do indébito observará o seguinte:As contribuições efetuadas pela parte autora, no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995,deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do Manual de Orientação de Procedimentos para osCálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal, referenteàs ações condenatórias em geral, até o mês de abril do ano seguinte ao recolhimento do tributo (ano-base).O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído, devidamente corrigido pela Taxa SELIC, a partir de maio de cada ano, com aexclusão de outro índice de correção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda,Primeira Seção, julgado em 25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278).Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por consequência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”Em prosseguimento, é importante frisar que a operação mencionada acima deve ser repetida sucessivamente, até oesgotamento do crédito. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldo

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credor pode ser efetuada diretamente na base de cálculo das declarações de imposto de renda referentes aos futurosexercícios financeiros, atualizada pelos índices da tabela de Precatórios da Justiça Federal até a data do acerto anual.Assim, o beneficiário não pagará IR sobre o complemento de benefício até o esgotamento do saldo a ser deduzido, ou oque tiver sido pago será objeto de repetição.Em face do exposto, DOU PROVIMENTO AO RECURSO, para reformar a sentença e reconhecer a não incidência doimposto de renda sobre os benefícios de previdência privada até o limite do que foi recolhido exclusivamente pela parteautora (excluídos os aportes das patrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ouentre 01.01.89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, e CONDENAR A UNIÃO FEDERAL àrestituição/compensação do respectivo indébito, de acordo com a sistemática estabelecida nesta ementa e as instruçõesque se seguem.A UNIÃO deverá efetuar, no prazo de 60 (sessenta) dias, a revisão administrativa das declarações anuais do imposto derenda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido a parcela relativa ao crédito docontribuinte, na forma fixada por esta ementa, ciente o autor que deverá providenciar junto à sua patrocinadora a soma dasimportâncias vertidas pelo beneficiário durante o período pleiteado judicialmente.Efetuada a revisão na forma estabelecida nesta ementa, deverá a ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, sendo que, pelo fato de a parte autora ter optado pelo rito dos Juizados Especiais Federais, o valor total darestituição não poderá ultrapassar o patamar de 60 (sessenta) salários mínimos (valor vigente por ocasião do ajuizamentoda ação). Caso contrário, o Juízo a quo e esta Turma Recursal estariam decidindo sobre matéria para a qual seriamabsolutamente incompetentes.Custas ex lege. Sem honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que o recorrente é vencido, na formado art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, DAR-LHE PROVIMENTO, na forma daementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

67 - 0006507-49.2009.4.02.5050/02 (2009.50.50.006507-9/02) (PROCESSO ELETRÔNICO) VIRGINIA MARIARODRIGUES SARDEMBERG DE ALMEIDA (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL(PROCDOR: GUSTAVO DE RESENDE RAPOSO.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0006507-49.2009.4.02.5050/02 (2009.50.50.006507-9/02)

E M E N T ATRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA – BIS INIDEM – MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU – NÃO INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA – LEIS 7.713/88 E9.250/95 – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença (fls. 40/42) que, entendendo pelacomplexidade da causa, extinguiu o feito sem resolução do mérito. A recorrente requer que se dê provimento ao recursoinominado, condenando a União a restituir os valores contribuídos como imposto de renda em duplicidade no período de01/01/1989 a 31/12/1995. Foram apresentadas contrarrazões pela União Federal.A priori, insta salientar a possibilidade de acolhimento das provas exaradas dos autos às fls. 20/24. Destarte, ancorado nosarts. 130, 283 e 284 do Código de Processo Civil, bem como orientado pelo critério da informalidade que rege os JuizadosEspeciais (art. 2º da Lei 9.099/95), não há óbice à apreciação das referidas provas apresentadas, haja vista, sobretudo, orespeito ao Contraditório e à Ampla Defesa.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dos JuizadosEspeciais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos a partir dejaneiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte da parte autora noperíodo de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 e (2) que esteja aposentada. No caso dos autos os documentoscolacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quais sejam: contribuições no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 21/22) e aposentadoria em 27/06/2005 (fl. 23).O prazo prescricional das ações de compensação/repetição de indébito, relativamente às contribuições efetuadas entre01/01/89 e 31/12/95 ou entre 01/01/89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, deve ser contado

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da seguinte forma: para quem se aposentou a partir de 09/06/2005 (vigência da Lei Complementar 118/2005), o prazo parase pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data da aposentadoria; quem se aposentou antes de 09/06/2005, deveobedecer ao regime previsto no sistema anterior (10 anos), limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos a contar davigência da novel lei complementar.O termo inicial da prescrição é a data de início do benefício correspondente à aposentadoria complementar, sempreposterior a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir de janeiro de 1996.A data de início da aposentadoria do beneficiário é 27/06/2005 (fl. 23). A presente ação foi ajuizada em 29/10/2009 (fl. 01).Assim, não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.A apuração do indébito observará o seguinte:As contribuições efetuadas pela parte autora, no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995,deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do Manual de Orientação de Procedimentos para osCálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal, referenteàs ações condenatórias em geral, até o mês de abril do ano seguinte ao recolhimento do tributo (ano-base).O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído, devidamente corrigido pela Taxa SELIC, a partir de maio de cada ano, com aexclusão de outro índice de correção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda,Primeira Seção, julgado em 25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278).Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por consequência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”Em prosseguimento, é importante frisar que a operação mencionada acima deve ser repetida sucessivamente, até oesgotamento do crédito. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldocredor pode ser efetuada diretamente na base de cálculo das declarações de imposto de renda referentes aos futurosexercícios financeiros, atualizada pelos índices da tabela de Precatórios da Justiça Federal até a data do acerto anual.Assim, o beneficiário não pagará IR sobre o complemento de benefício até o esgotamento do saldo a ser deduzido, ou oque tiver sido pago será objeto de repetição.Em face do exposto, DOU PROVIMENTO AO RECURSO, para reformar a sentença e reconhecer a não incidência doimposto de renda sobre os benefícios de previdência privada até o limite do que foi recolhido exclusivamente pela parteautora (excluídos os aportes das patrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ouentre 01.01.89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, e CONDENAR A UNIÃO FEDERAL àrestituição/compensação do respectivo indébito, de acordo com a sistemática estabelecida nesta ementa e as instruçõesque se seguem.A UNIÃO deverá efetuar, no prazo de 60 (sessenta) dias, a revisão administrativa das declarações anuais do imposto derenda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido a parcela relativa ao crédito docontribuinte, na forma fixada por esta ementa, ciente o autor que deverá providenciar junto à sua patrocinadora a soma dasimportâncias vertidas pelo beneficiário durante o período pleiteado judicialmente.Efetuada a revisão na forma estabelecida nesta ementa, deverá a ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, sendo que, pelo fato de a parte autora ter optado pelo rito dos Juizados Especiais Federais, o valor total darestituição não poderá ultrapassar o patamar de 60 (sessenta) salários mínimos (valor vigente por ocasião do ajuizamentoda ação). Caso contrário, o Juízo a quo e esta Turma Recursal estariam decidindo sobre matéria para a qual seriamabsolutamente incompetentes.Custas ex lege. Sem honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que o recorrente é vencido, na formado art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, DAR-LHE PROVIMENTO, na forma daementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

68 - 0005792-07.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.005792-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) LYDIA REGINA PAIVACOUTINHO (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: GUSTAVO DERESENDE RAPOSO.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

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1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0005792-07.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.005792-7/01)

E M E N T ATRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA – BIS INIDEM – MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU – NÃO INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA – LEIS 7.713/88 E9.250/95 – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, em face da sentença (fls. 22/27) que julgou extinto o feito, comresolução de mérito, com base no art. 269, IV, c/c art. 295, IV, ambos do Código de Processo Civil. A recorrente requer quese dê provimento ao recurso inominado, reformando a sentença de primeiro grau, para condenar a recorrida na restituiçãodo imposto de renda que teria sido pago em duplicidade, no período de 01/01/1989 a 31/12/1995. A recorrida apresentoucontrarrazões pugnando pela manutenção da sentença.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dos JuizadosEspeciais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos a partir dejaneiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte da parte autora noperíodo de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 e (2) que esteja aposentado. No caso dos autos os documentoscolacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quais sejam: contribuições no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995 (fl. 19) e aposentadoria em 11/06/2003 (fl. 19).O prazo prescricional das ações de compensação/repetição de indébito, relativamente às contribuições efetuadas entre01/01/89 e 31/12/95 ou entre 01/01/89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, deve ser contadoda seguinte forma: para quem se aposentou a partir de 09/06/2005 (vigência da Lei Complementar 118/2005), o prazo parase pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data da aposentadoria; quem se aposentou antes de 09/06/2005, deveobedecer ao regime previsto no sistema anterior (10 anos), limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos a contar davigência da novel lei complementar.O termo inicial da prescrição é a data de início do benefício correspondente à aposentadoria complementar, sempreposterior a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir de janeiro de 1996.A data de início da aposentadoria da beneficiária é 11/06/2003 (fl. 19). A presente ação foi ajuizada em 25/09/2009 (fl. 01).Assim, não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.A apuração do indébito observará o seguinte:As contribuições efetuadas pela parte autora, no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995,deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do Manual de Orientação de Procedimentos para osCálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal, referenteàs ações condenatórias em geral, até o mês de abril do ano seguinte ao recolhimento do tributo (ano-base).O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído, devidamente corrigido pela Taxa SELIC, a partir de maio de cada ano, com aexclusão de outro índice de correção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda,Primeira Seção, julgado em 25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278).Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por consequência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”Em prosseguimento, é importante frisar que a operação mencionada acima deve ser repetida sucessivamente, até oesgotamento do crédito. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldocredor pode ser efetuada diretamente na base de cálculo das declarações de imposto de renda referentes aos futurosexercícios financeiros, atualizada pelos índices da tabela de Precatórios da Justiça Federal até a data do acerto anual.Assim, o beneficiário não pagará IR sobre o complemento de benefício até o esgotamento do saldo a ser deduzido, ou oque tiver sido pago será objeto de repetição.Em face do exposto, DOU PROVIMENTO AO RECURSO, para reformar a sentença e reconhecer a não incidência do

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imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada até o limite do que foi recolhido exclusivamente pela parteautora (excluídos os aportes das patrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ouentre 01.01.89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, e CONDENAR A UNIÃO FEDERAL àrestituição/compensação do respectivo indébito, de acordo com a sistemática estabelecida nesta ementa e as instruçõesque se seguem.A UNIÃO deverá efetuar, no prazo de 60 (sessenta) dias, a revisão administrativa das declarações anuais do imposto derenda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido a parcela relativa ao crédito docontribuinte, na forma fixada por esta ementa, ciente o autor que deverá providenciar junto à sua patrocinadora a soma dasimportâncias vertidas pelo beneficiário durante o período pleiteado judicialmente.Efetuada a revisão na forma estabelecida nesta ementa, deverá a ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, sendo que, pelo fato de a parte autora ter optado pelo rito dos Juizados Especiais Federais, o valor total darestituição não poderá ultrapassar o patamar de 60 (sessenta) salários mínimos (valor vigente por ocasião do ajuizamentoda ação). Caso contrário, o Juízo a quo e esta Turma Recursal estariam decidindo sobre matéria para a qual seriamabsolutamente incompetentes.Custas ex lege. Sem honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que o recorrente é vencido, na formado art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, DAR-LHE PROVIMENTO, na forma daementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

69 - 0001127-45.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001127-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) UNIÃO FEDERAL(PROCDOR: GUSTAVO DE RESENDE RAPOSO.) x JOSE CARLOS FERREIRA RODRIGUES (ADVOGADO: MARIA DEFÁTIMA DOMENEGHETTI.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0001127-45.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001127-7/01)

E M E N T ATRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA – BIS INIDEM – MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU – NÃO INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA – LEIS 7.713/88 E9.250/95 – RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO – SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela União Federal em face da sentença (fls. 42/46) que julgou improcedente opedido da parte autora, no que se refere à declaração de inexigibilidade do imposto de renda contribuído no período da Leinº 7.713/88; e procedente o pedido autoral, no que concerne à restituição dos valores cobrados sobre a complementaçãoda sua aposentadoria. A recorrente requer que se dê provimento ao recurso inominado, declarando a nulidade da sentençaou a prescrição da presente ação. Subsidiariamente, pugna pela reforma da sentença, para que o pedido do autor sejajulgado totalmente improcedente, ou ainda, que seja alterado o critério de devolução dos valores. A autora apresentoucontrarrazões pugnando pela manutenção da sentença.Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a nulidade suscitada nas razõesrecursais.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dos JuizadosEspeciais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos a partir dejaneiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte da parte autora noperíodo de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 e (2) que esteja aposentado. No caso dos autos os documentoscolacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quais sejam: contribuições no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 25/26) e aposentadoria em 13/11/2007 (fl. 16).O prazo prescricional das ações de compensação/repetição de indébito, relativamente às contribuições efetuadas entre01/01/89 e 31/12/95 ou entre 01/01/89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, deve ser contadoda seguinte forma: para quem se aposentou a partir de 09/06/2005 (vigência da Lei Complementar 118/2005), o prazo parase pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data da aposentadoria; quem se aposentou antes de 09/06/2005, deveobedecer ao regime previsto no sistema anterior (10 anos), limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos a contar da

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vigência da novel lei complementar.O termo inicial da prescrição é a data de início do benefício correspondente à aposentadoria complementar, sempreposterior a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir de janeiro de 1996.A data de início da aposentadoria da beneficiária é 13/11/2007 (fl. 16). A presente ação foi ajuizada em 02/02/2009 (fl. 18).Assim, não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.A apuração do indébito observará o seguinte:As contribuições efetuadas pela parte autora, no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995,deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do Manual de Orientação de Procedimentos para osCálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal, referenteàs ações condenatórias em geral, até o mês de abril do ano seguinte ao recolhimento do tributo (ano-base).O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído, devidamente corrigido pela Taxa SELIC, a partir de maio de cada ano, com aexclusão de outro índice de correção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda,Primeira Seção, julgado em 25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278).Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por consequência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”Em prosseguimento, é importante frisar que a operação mencionada acima deve ser repetida sucessivamente, até oesgotamento do crédito. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldocredor pode ser efetuada diretamente na base de cálculo das declarações de imposto de renda referentes aos futurosexercícios financeiros, atualizada pelos índices da tabela de Precatórios da Justiça Federal até a data do acerto anual.Assim, o beneficiário não pagará IR sobre o complemento de benefício até o esgotamento do saldo a ser deduzido, ou oque tiver sido pago será objeto de repetição.Em face do exposto, DOU PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO DA UNIÃO FEDERAL, para reformar a sentençaapenas no que tange à forma de apuração do indébito e liquidação do julgado.A UNIÃO deverá efetuar, no prazo de 60 (sessenta) dias, a revisão administrativa das declarações anuais do imposto derenda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido a parcela relativa ao crédito docontribuinte, na forma fixada por esta ementa, ciente o autor que deverá providenciar junto à sua patrocinadora a soma dasimportâncias vertidas pelo beneficiário durante o período pleiteado judicialmente.Efetuada a revisão na forma estabelecida nesta ementa, deverá a ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, sendo que, pelo fato de a parte autora ter optado pelo rito dos Juizados Especiais Federais, o valor total darestituição não poderá ultrapassar o patamar de 60 (sessenta) salários mínimos (valor vigente por ocasião do ajuizamentoda ação). Caso contrário, o Juízo a quo e esta Turma Recursal estariam decidindo sobre matéria para a qual seriamabsolutamente incompetentes.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que o recorrente évencido, na forma do art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, DAR-LHE PARCIAL PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

70 - 0001341-36.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001341-9/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) GEMINIANA MARIA DEAZEVEDO CASTILHOS DOS REIS (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL(PROCDOR: ADRIANA ZANDONADE.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0001341-36.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001341-9/01)

E M E N T ATRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA – BIS INIDEM – MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU – NÃO INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA – LEIS 7.713/88 E

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9.250/95 – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença (fls. 42/46) que extinguiu o feito comresolução de mérito conforme o art. 269, IV, do Código de Processo Civil. A recorrente requer que se dê provimento aorecurso inominado, condenando a União a restituir os valores contribuídos como imposto de renda em duplicidade noperíodo de 01/01/1989 a 31/12/1995. Foram apresentadas contrarrazões pela União Federal.A priori, insta salientar a possibilidade de acolhimento das provas exaradas dos autos às fls. 22/26. Destarte, ancorado nosarts. 130, 283 e 284 do Código de Processo Civil, bem como orientado pelo critério da informalidade que rege os JuizadosEspeciais (art. 2º da Lei 9.099/95), não há óbice à apreciação das referidas provas apresentadas, haja vista, sobretudo, orespeito ao Contraditório e à Ampla Defesa.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dos JuizadosEspeciais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos a partir dejaneiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte da parte autora noperíodo de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 e (2) que esteja aposentada. No caso dos autos os documentoscolacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quais sejam: contribuições no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 23/24) e aposentadoria em 01/10/2000 (fl. 16).O prazo prescricional das ações de compensação/repetição de indébito, relativamente às contribuições efetuadas entre01/01/89 e 31/12/95 ou entre 01/01/89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, deve ser contadoda seguinte forma: para quem se aposentou a partir de 09/06/2005 (vigência da Lei Complementar 118/2005), o prazo parase pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data da aposentadoria; quem se aposentou antes de 09/06/2005, deveobedecer ao regime previsto no sistema anterior (10 anos), limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos a contar davigência da novel lei complementar.O termo inicial da prescrição é a data de início do benefício correspondente à aposentadoria complementar, sempreposterior a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir de janeiro de 1996.A data de início da aposentadoria do beneficiário é 01/10/2000 (fl. 16). A presente ação foi ajuizada em 17/02/2009 (fl. 01).Assim, não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.A apuração do indébito observará o seguinte:As contribuições efetuadas pela parte autora, no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995,deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do Manual de Orientação de Procedimentos para osCálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal, referenteàs ações condenatórias em geral, até o mês de abril do ano seguinte ao recolhimento do tributo (ano-base).O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído, devidamente corrigido pela Taxa SELIC, a partir de maio de cada ano, com aexclusão de outro índice de correção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda,Primeira Seção, julgado em 25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278).Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por consequência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”Em prosseguimento, é importante frisar que a operação mencionada acima deve ser repetida sucessivamente, até oesgotamento do crédito. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldocredor pode ser efetuada diretamente na base de cálculo das declarações de imposto de renda referentes aos futurosexercícios financeiros, atualizada pelos índices da tabela de Precatórios da Justiça Federal até a data do acerto anual.Assim, o beneficiário não pagará IR sobre o complemento de benefício até o esgotamento do saldo a ser deduzido, ou oque tiver sido pago será objeto de repetição.Em face do exposto, DOU PROVIMENTO AO RECURSO, para reformar a sentença e reconhecer a não incidência doimposto de renda sobre os benefícios de previdência privada até o limite do que foi recolhido exclusivamente pela parteautora (excluídos os aportes das patrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ouentre 01.01.89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, e CONDENAR A UNIÃO FEDERAL àrestituição/compensação do respectivo indébito, de acordo com a sistemática estabelecida nesta ementa e as instruções

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que se seguem.A UNIÃO deverá efetuar, no prazo de 60 (sessenta) dias, a revisão administrativa das declarações anuais do imposto derenda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido a parcela relativa ao crédito docontribuinte, na forma fixada por esta ementa, ciente o autor que deverá providenciar junto à sua patrocinadora a soma dasimportâncias vertidas pelo beneficiário durante o período pleiteado judicialmente.Efetuada a revisão na forma estabelecida nesta ementa, deverá a ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, sendo que, pelo fato de a parte autora ter optado pelo rito dos Juizados Especiais Federais, o valor total darestituição não poderá ultrapassar o patamar de 60 (sessenta) salários mínimos (valor vigente por ocasião do ajuizamentoda ação). Caso contrário, o Juízo a quo e esta Turma Recursal estariam decidindo sobre matéria para a qual seriamabsolutamente incompetentes.Custas ex lege. Sem honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que o recorrente é vencido, na formado art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, DAR-LHE PROVIMENTO, na forma daementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

71 - 0001149-06.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001149-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) SONIA MARIA FARIAS DEALMEIDA (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: KARLA EUGENIAPITTOL DE CARVALHO.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0001149-06.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001149-6/01)

E M E N T ATRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA – BIS INIDEM – MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU – NÃO INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA – LEIS 7.713/88 E9.250/95 – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença (fls. 49/53) que julgou extinto o feito, comresolução de mérito, com base no art. 269, IV, do Código de Processo Civil. A recorrente requer que se dê provimento aorecurso inominado, reformando a sentença de primeiro grau, para condenar a recorrida na restituição do imposto de rendaque teria sido pago em duplicidade, no período de 01/01/1989 a 31/12/1995. Não foram apresentadas contrarrazões.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dos JuizadosEspeciais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos a partir dejaneiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte da parte autora noperíodo de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 e (2) que esteja aposentado. No caso dos autos os documentoscolacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quais sejam: contribuições no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 25/26) e aposentadoria em 01/12/1999 (fl. 17).O prazo prescricional das ações de compensação/repetição de indébito, relativamente às contribuições efetuadas entre01/01/89 e 31/12/95 ou entre 01/01/89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, deve ser contadoda seguinte forma: para quem se aposentou a partir de 09/06/2005 (vigência da Lei Complementar 118/2005), o prazo parase pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data da aposentadoria; quem se aposentou antes de 09/06/2005, deveobedecer ao regime previsto no sistema anterior (10 anos), limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos a contar davigência da novel lei complementar.O termo inicial da prescrição é a data de início do benefício correspondente à aposentadoria complementar, sempreposterior a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir de janeiro de 1996.A data de início da aposentadoria do beneficiário é 01/12/1999 (fl. 17). A presente ação foi ajuizada em 02/02/2009 (fl. 01).Assim, não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.A apuração do indébito observará o seguinte:As contribuições efetuadas pela parte autora, no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995,deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do Manual de Orientação de Procedimentos para osCálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal, referenteàs ações condenatórias em geral, até o mês de abril do ano seguinte ao recolhimento do tributo (ano-base).

Page 61: 2011.143 SESSÃO DIA 19-07-2011

O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído, devidamente corrigido pela Taxa SELIC, a partir de maio de cada ano, com aexclusão de outro índice de correção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda,Primeira Seção, julgado em 25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278).Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por consequência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”Em prosseguimento, é importante frisar que a operação mencionada acima deve ser repetida sucessivamente, até oesgotamento do crédito. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldocredor pode ser efetuada diretamente na base de cálculo das declarações de imposto de renda referentes aos futurosexercícios financeiros, atualizada pelos índices da tabela de Precatórios da Justiça Federal até a data do acerto anual.Assim, o beneficiário não pagará IR sobre o complemento de benefício até o esgotamento do saldo a ser deduzido, ou oque tiver sido pago será objeto de repetição.Em face do exposto, DOU PROVIMENTO AO RECURSO, para reformar a sentença e reconhecer a não incidência doimposto de renda sobre os benefícios de previdência privada até o limite do que foi recolhido exclusivamente pela parteautora (excluídos os aportes das patrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ouentre 01.01.89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, e CONDENAR A UNIÃO FEDERAL àrestituição/compensação do respectivo indébito, de acordo com a sistemática estabelecida nesta ementa e as instruçõesque se seguem.A UNIÃO deverá efetuar, no prazo de 60 (sessenta) dias, a revisão administrativa das declarações anuais do imposto derenda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido a parcela relativa ao crédito docontribuinte, na forma fixada por esta ementa, ciente o autor que deverá providenciar junto à sua patrocinadora a soma dasimportâncias vertidas pelo beneficiário durante o período pleiteado judicialmente.Efetuada a revisão na forma estabelecida nesta ementa, deverá a ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, sendo que, pelo fato de a parte autora ter optado pelo rito dos Juizados Especiais Federais, o valor total darestituição não poderá ultrapassar o patamar de 60 (sessenta) salários mínimos (valor vigente por ocasião do ajuizamentoda ação). Caso contrário, o Juízo a quo e esta Turma Recursal estariam decidindo sobre matéria para a qual seriamabsolutamente incompetentes.Custas ex lege. Sem honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que o recorrente é vencido, na formado art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, DAR-LHE PROVIMENTO, na forma daementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

72 - 0004125-83.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.004125-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) FATIMA REGINA NOLASCODE CARVALHO (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: MARCUSVINÍCIUS CHAGAS SARAIVA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0004125-83.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.004125-7/01)

E M E N T ATRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA – BIS INIDEM – MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU – NÃO INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA – LEIS 7.713/88 E9.250/95 – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença (fls. 24/28) que extinguiu o feito comresolução de mérito conforme o art. 269, IV, do Código de Processo Civil. A recorrente requer que se dê provimento aorecurso inominado, condenando a União a restituir os valores contribuídos como imposto de renda em duplicidade noperíodo de 01/01/1989 a 31/12/1995. Foram apresentadas contrarrazões pela União Federal.

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Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dos JuizadosEspeciais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos a partir dejaneiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte da parte autora noperíodo de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 e (2) que esteja aposentada. No caso dos autos os documentoscolacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quais sejam: contribuições no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995 (fl. 20) e aposentadoria em 19/05/2004 (fl. 20).O prazo prescricional das ações de compensação/repetição de indébito, relativamente às contribuições efetuadas entre01/01/89 e 31/12/95 ou entre 01/01/89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, deve ser contadoda seguinte forma: para quem se aposentou a partir de 09/06/2005 (vigência da Lei Complementar 118/2005), o prazo parase pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data da aposentadoria; quem se aposentou antes de 09/06/2005, deveobedecer ao regime previsto no sistema anterior (10 anos), limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos a contar davigência da novel lei complementar.O termo inicial da prescrição é a data de início do benefício correspondente à aposentadoria complementar, sempreposterior a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir de janeiro de 1996.A data de início da aposentadoria do beneficiário é 19/05/2004 (fl. 20). A presente ação foi ajuizada em 26/06/2009 (fl. 01).Assim, não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.A apuração do indébito observará o seguinte:As contribuições efetuadas pela parte autora, no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995,deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do Manual de Orientação de Procedimentos para osCálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal, referenteàs ações condenatórias em geral, até o mês de abril do ano seguinte ao recolhimento do tributo (ano-base).O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído, devidamente corrigido pela Taxa SELIC, a partir de maio de cada ano, com aexclusão de outro índice de correção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda,Primeira Seção, julgado em 25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278).Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por consequência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”Em prosseguimento, é importante frisar que a operação mencionada acima deve ser repetida sucessivamente, até oesgotamento do crédito. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldocredor pode ser efetuada diretamente na base de cálculo das declarações de imposto de renda referentes aos futurosexercícios financeiros, atualizada pelos índices da tabela de Precatórios da Justiça Federal até a data do acerto anual.Assim, o beneficiário não pagará IR sobre o complemento de benefício até o esgotamento do saldo a ser deduzido, ou oque tiver sido pago será objeto de repetição.Em face do exposto, DOU PROVIMENTO AO RECURSO, para reformar a sentença e reconhecer a não incidência doimposto de renda sobre os benefícios de previdência privada até o limite do que foi recolhido exclusivamente pela parteautora (excluídos os aportes das patrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ouentre 01.01.89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, e CONDENAR A UNIÃO FEDERAL àrestituição/compensação do respectivo indébito, de acordo com a sistemática estabelecida nesta ementa e as instruçõesque se seguem.A UNIÃO deverá efetuar, no prazo de 60 (sessenta) dias, a revisão administrativa das declarações anuais do imposto derenda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido a parcela relativa ao crédito docontribuinte, na forma fixada por esta ementa, ciente o autor que deverá providenciar junto à sua patrocinadora a soma dasimportâncias vertidas pelo beneficiário durante o período pleiteado judicialmente.Efetuada a revisão na forma estabelecida nesta ementa, deverá a ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, sendo que, pelo fato de a parte autora ter optado pelo rito dos Juizados Especiais Federais, o valor total darestituição não poderá ultrapassar o patamar de 60 (sessenta) salários mínimos (valor vigente por ocasião do ajuizamentoda ação). Caso contrário, o Juízo a quo e esta Turma Recursal estariam decidindo sobre matéria para a qual seriamabsolutamente incompetentes.

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Custas ex lege. Sem honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que o recorrente é vencido, na formado art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, DAR-LHE PROVIMENTO, na forma daementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

73 - 0000818-24.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000818-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) UNIÃO FEDERAL(PROCDOR: GUSTAVO DE RESENDE RAPOSO.) x PAULO ROBERTO CALMON DE ALMEIDA PINHEIRO (ADVOGADO:MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0000818-24.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000818-7/01)

E M E N T ATRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA – BIS INIDEM – MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU – NÃO INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA – LEIS 7.713/88 E9.250/95 – RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO – SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela União Federal em face da sentença (fls. 42/47) que julgou procedente aação, no que concerne à restituição dos valores cobrados sobre a complementação da aposentadoria da parte autora,declarando a inexistência da relação jurídico-tributária entre as partes. A União Federal, em suas razões recursais, emcaráter preliminar, pugna pela nulidade da sentença a quo por ter sido a lide decidida fora dos seus limites. Em carátermeritório, pugna pela reforma da sentença para julgar o pedido improcedente, ou, em caso de êxito da demanda, requer aapuração do indébito de forma diversa. Foram apresentadas contrarrazões pela parte autora.O tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº 101.969/ES, DJE12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventual necessidade de perícia nãoexclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveito econômico não exceda sessentasalários mínimos”.Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a nulidade declarada pelorecorrido.Matéria pacificada pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dos JuizadosEspeciais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos a partir dejaneiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte da parte autora noperíodo de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 e (2) que esteja aposentada. No caso dos autos os documentoscolacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quais sejam: contribuições no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 38/39) e aposentadoria em 12/09/2005 (fl. 37).O prazo prescricional das ações de compensação/repetição de indébito, relativamente às contribuições efetuadas entre01/01/89 e 31/12/95 ou entre 01/01/89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, deve ser contadoda seguinte forma: para quem se aposentou a partir de 09/06/2005 (vigência da Lei Complementar 118/2005), o prazo parase pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data da aposentadoria; quem se aposentou antes de 09/06/2005, deveobedecer ao regime previsto no sistema anterior (10 anos), limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos a contar davigência da novel lei complementar.O termo inicial da prescrição é a data de início do benefício correspondente à aposentadoria complementar, sempreposterior a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir de janeiro de 1996.A data de início da aposentadoria do beneficiário é 12/09/2005 (fl. 37). A presente ação foi ajuizada em 21/01/2009 (fl. 18).Assim, não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.A apuração do indébito observará o seguinte:As contribuições efetuadas pela parte autora, no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995,deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do Manual de Orientação de Procedimentos para osCálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal, referenteàs ações condenatórias em geral, até o mês de abril do ano seguinte ao recolhimento do tributo (ano-base).O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído, devidamente corrigido pela Taxa SELIC, a partir de maio de cada ano, com aexclusão de outro índice de correção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda,

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Primeira Seção, julgado em 25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278).Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por consequência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”Em prosseguimento, é importante frisar que a operação mencionada acima deve ser repetida sucessivamente, até oesgotamento do crédito. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldocredor pode ser efetuada diretamente na base de cálculo das declarações de imposto de renda referentes aos futurosexercícios financeiros, atualizada pelos índices da tabela de Precatórios da Justiça Federal até a data do acerto anual.Assim, o beneficiário não pagará IR sobre o complemento de benefício até o esgotamento do saldo a ser deduzido, ou oque tiver sido pago será objeto de repetição.Em face do exposto, DOU PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO DA UNIÃO FEDERAL, para reformar a sentençaapenas no que tange à forma de apuração do indébito e liquidação do julgado.A UNIÃO deverá efetuar, no prazo de 60 (sessenta) dias, a revisão administrativa das declarações anuais do imposto derenda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido a parcela relativa ao crédito docontribuinte, na forma fixada por esta ementa, ciente o autor que deverá providenciar junto à sua patrocinadora a soma dasimportâncias vertidas pelo beneficiário durante o período pleiteado judicialmente.Efetuada a revisão na forma estabelecida nesta ementa, deverá a ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, sendo que, pelo fato de a parte autora ter optado pelo rito dos Juizados Especiais Federais, o valor total darestituição não poderá ultrapassar o patamar de 60 (sessenta) salários mínimos (valor vigente por ocasião do ajuizamentoda ação). Caso contrário, o Juízo a quo e esta Turma Recursal estariam decidindo sobre matéria para a qual seriamabsolutamente incompetentes.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que o recorrente évencido, na forma do art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, DAR-LHEPARCIAL PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

74 - 0000792-26.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000792-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) UNIÃO FEDERAL(PROCDOR: GUSTAVO HENRIQUE TEIXEIRA DE OLIVEIRA.) x MARIA LUCIA GALLON BARCELOS (ADVOGADO:MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0000792-26.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000792-4/01)

E M E N T ATRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA – BIS INIDEM – MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU – NÃO INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA – LEIS 7.713/88 E9.250/95 – RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO – SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela União Federal em face da sentença (fls. 42/47) que julgou procedente aação, no que concerne à restituição dos valores cobrados sobre a complementação da aposentadoria da parte autora,declarando a inexistência da relação jurídico-tributária entre as partes. A União Federal, em suas razões recursais, emcaráter preliminar, alega a incompetência dos Juizados Especiais e a inépcia da inicial. Em caráter meritório, pugna pelareforma da sentença para julgar o pedido improcedente, ou, em caso de êxito da demanda, requer a apuração do indébitode forma diversa. Foram apresentadas contrarrazões pela parte autora.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a inépcia declarada pelorecorrido.

Page 65: 2011.143 SESSÃO DIA 19-07-2011

Matéria pacificada pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dos JuizadosEspeciais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos a partir dejaneiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte da parte autora noperíodo de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 e (2) que esteja aposentada. No caso dos autos os documentoscolacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quais sejam: contribuições no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 38/39) e aposentadoria em 02/09/2005 (fl. 35).O prazo prescricional das ações de compensação/repetição de indébito, relativamente às contribuições efetuadas entre01/01/89 e 31/12/95 ou entre 01/01/89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, deve ser contadoda seguinte forma: para quem se aposentou a partir de 09/06/2005 (vigência da Lei Complementar 118/2005), o prazo parase pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data da aposentadoria; quem se aposentou antes de 09/06/2005, deveobedecer ao regime previsto no sistema anterior (10 anos), limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos a contar davigência da novel lei complementar.O termo inicial da prescrição é a data de início do benefício correspondente à aposentadoria complementar, sempreposterior a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir de janeiro de 1996.A data de início da aposentadoria do beneficiário é 02/09/2005 (fl. 35). A presente ação foi ajuizada em 21/01/2009 (fl. 18).Assim, não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.A apuração do indébito observará o seguinte:As contribuições efetuadas pela parte autora, no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995,deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do Manual de Orientação de Procedimentos para osCálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal, referenteàs ações condenatórias em geral, até o mês de abril do ano seguinte ao recolhimento do tributo (ano-base).O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído, devidamente corrigido pela Taxa SELIC, a partir de maio de cada ano, com aexclusão de outro índice de correção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda,Primeira Seção, julgado em 25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278).Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por consequência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”Em prosseguimento, é importante frisar que a operação mencionada acima deve ser repetida sucessivamente, até oesgotamento do crédito. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldocredor pode ser efetuada diretamente na base de cálculo das declarações de imposto de renda referentes aos futurosexercícios financeiros, atualizada pelos índices da tabela de Precatórios da Justiça Federal até a data do acerto anual.Assim, o beneficiário não pagará IR sobre o complemento de benefício até o esgotamento do saldo a ser deduzido, ou oque tiver sido pago será objeto de repetição.Em face do exposto, DOU PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO DA UNIÃO FEDERAL, para reformar a sentençaapenas no que tange à forma de apuração do indébito e liquidação do julgado.A UNIÃO deverá efetuar, no prazo de 60 (sessenta) dias, a revisão administrativa das declarações anuais do imposto derenda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido a parcela relativa ao crédito docontribuinte, na forma fixada por esta ementa, ciente o autor que deverá providenciar junto à sua patrocinadora a soma dasimportâncias vertidas pelo beneficiário durante o período pleiteado judicialmente.Efetuada a revisão na forma estabelecida nesta ementa, deverá a ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, sendo que, pelo fato de a parte autora ter optado pelo rito dos Juizados Especiais Federais, o valor total darestituição não poderá ultrapassar o patamar de 60 (sessenta) salários mínimos (valor vigente por ocasião do ajuizamentoda ação). Caso contrário, o Juízo a quo e esta Turma Recursal estariam decidindo sobre matéria para a qual seriamabsolutamente incompetentes.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que o recorrente évencido, na forma do art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, DAR-LHEPARCIAL PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

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Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

75 - 0001132-67.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001132-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) UNIÃO FEDERAL x DELMAROZINDO DA SILVA (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0001132-67.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001132-0/01)

E M E N T ATRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA – BIS INIDEM – MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU – NÃO INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA – LEIS 7.713/88 E9.250/95 – RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO – SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela União Federal em face da sentença (fls. 40/48) que julgou parcialmenteprocedente o pedido inicial da autora. A recorrente requer que se dê provimento ao recurso inominado, declarando anulidade da sentença ou a prescrição da presente ação. Subsidiariamente, pugna pela reforma da sentença, para que opedido autoral seja julgado totalmente improcedente, ou ainda, que seja alterado o critério de devolução dos valores. Aautora apresentou contrarrazões pugnando pela manutenção da sentença.Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a nulidade suscitada nas razõesrecursais.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dos JuizadosEspeciais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos a partir dejaneiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte da parte autora noperíodo de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 e (2) que esteja aposentado. No caso dos autos os documentoscolacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quais sejam: contribuições no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 23/25) e aposentadoria em 13/02/2001 (fl. 17).O prazo prescricional das ações de compensação/repetição de indébito, relativamente às contribuições efetuadas entre01/01/89 e 31/12/95 ou entre 01/01/89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, deve ser contadoda seguinte forma: para quem se aposentou a partir de 09/06/2005 (vigência da Lei Complementar 118/2005), o prazo parase pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data da aposentadoria; quem se aposentou antes de 09/06/2005, deveobedecer ao regime previsto no sistema anterior (10 anos), limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos a contar davigência da novel lei complementar.O termo inicial da prescrição é a data de início do benefício correspondente à aposentadoria complementar, sempreposterior a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir de janeiro de 1996.A data de início da aposentadoria da beneficiária é 13/02/2001 (fl. 17). A presente ação foi ajuizada em 02/02/2009 (fl. 18).Assim, não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.A apuração do indébito observará o seguinte:As contribuições efetuadas pela parte autora, no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995,deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do Manual de Orientação de Procedimentos para osCálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal, referenteàs ações condenatórias em geral, até o mês de abril do ano seguinte ao recolhimento do tributo (ano-base).O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído, devidamente corrigido pela Taxa SELIC, a partir de maio de cada ano, com aexclusão de outro índice de correção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda,Primeira Seção, julgado em 25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278).Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997

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correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por consequência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”Em prosseguimento, é importante frisar que a operação mencionada acima deve ser repetida sucessivamente, até oesgotamento do crédito. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldocredor pode ser efetuada diretamente na base de cálculo das declarações de imposto de renda referentes aos futurosexercícios financeiros, atualizada pelos índices da tabela de Precatórios da Justiça Federal até a data do acerto anual.Assim, o beneficiário não pagará IR sobre o complemento de benefício até o esgotamento do saldo a ser deduzido, ou oque tiver sido pago será objeto de repetição.Em face do exposto, DOU PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO DA UNIÃO FEDERAL, para reformar a sentençaapenas no que tange à forma de apuração do indébito e liquidação do julgado.A UNIÃO deverá efetuar, no prazo de 60 (sessenta) dias, a revisão administrativa das declarações anuais do imposto derenda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido a parcela relativa ao crédito docontribuinte, na forma fixada por esta ementa, ciente o autor que deverá providenciar junto à sua patrocinadora a soma dasimportâncias vertidas pelo beneficiário durante o período pleiteado judicialmente.Efetuada a revisão na forma estabelecida nesta ementa, deverá a ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, sendo que, pelo fato de a parte autora ter optado pelo rito dos Juizados Especiais Federais, o valor total darestituição não poderá ultrapassar o patamar de 60 (sessenta) salários mínimos (valor vigente por ocasião do ajuizamentoda ação). Caso contrário, o Juízo a quo e esta Turma Recursal estariam decidindo sobre matéria para a qual seriamabsolutamente incompetentes.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que o recorrente évencido, na forma do art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, DAR-LHE PARCIAL PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

76 - 0001101-47.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001101-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) UNIÃO FEDERAL(PROCDOR: GUSTAVO DE RESENDE RAPOSO.) x ELSA VENTURA TRUGILHO (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMADOMENEGHETTI.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0001101-47.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001101-0/01)

E M E N T ATRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA – BIS INIDEM – MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU – NÃO INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA – LEIS 7.713/88 E9.250/95 – RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO – SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela União Federal em face da sentença (fls. 42/46) que julgou procedente opedido inicial da autora. A recorrente requer que se dê provimento ao seu recurso reconhecendo, preliminarmente, aprescrição, ou a nulidade da sentença. No mérito, requer a reforma da sentença, a fim de que sejam julgados totalmenteimprocedentes os pedidos iniciais. Subsidiariamente, caso seja mantida a sentença, pugna pela alteração do critério dedevolução dos valores. A autora apresentou contrarrazões pugnando pela manutenção da sentença.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a nulidade suscitada nas razõesrecursais.Matéria pacificada pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dos JuizadosEspeciais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos a partir dejaneiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte da parte autora noperíodo de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 e (2) que esteja aposentado. No caso dos autos os documentoscolacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quais sejam: contribuições no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 25/26) e aposentadoria em 12/07/2005 (fl. 17).O prazo prescricional das ações de compensação/repetição de indébito, relativamente às contribuições efetuadas entre

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01/01/89 e 31/12/95 ou entre 01/01/89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, deve ser contadoda seguinte forma: para quem se aposentou a partir de 09/06/2005 (vigência da Lei Complementar 118/2005), o prazo parase pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data da aposentadoria; quem se aposentou antes de 09/06/2005, deveobedecer ao regime previsto no sistema anterior (10 anos), limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos a contar davigência da novel lei complementar.O termo inicial da prescrição é a data de início do benefício correspondente à aposentadoria complementar, sempreposterior a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir de janeiro de 1996.A data de início da aposentadoria da beneficiária é 12/07/2005 (fl. 17). A presente ação foi ajuizada em 02/02/2009 (fl. 01).Assim, não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.A apuração do indébito observará o seguinte:As contribuições efetuadas pela parte autora, no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995,deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do Manual de Orientação de Procedimentos para osCálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal, referenteàs ações condenatórias em geral, até o mês de abril do ano seguinte ao recolhimento do tributo (ano-base).O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído, devidamente corrigido pela Taxa SELIC, a partir de maio de cada ano, com aexclusão de outro índice de correção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda,Primeira Seção, julgado em 25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278).Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por consequência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”Em prosseguimento, é importante frisar que a operação mencionada acima deve ser repetida sucessivamente, até oesgotamento do crédito. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldocredor pode ser efetuada diretamente na base de cálculo das declarações de imposto de renda referentes aos futurosexercícios financeiros, atualizada pelos índices da tabela de Precatórios da Justiça Federal até a data do acerto anual.Assim, o beneficiário não pagará IR sobre o complemento de benefício até o esgotamento do saldo a ser deduzido, ou oque tiver sido pago será objeto de repetição.Em face do exposto, DOU PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO DA UNIÃO FEDERAL, para reformar a sentençaapenas no que tange à forma de apuração do indébito e liquidação do julgado.A UNIÃO deverá efetuar, no prazo de 60 (sessenta) dias, a revisão administrativa das declarações anuais do imposto derenda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido a parcela relativa ao crédito docontribuinte, na forma fixada por esta ementa, ciente o autor que deverá providenciar junto à sua patrocinadora a soma dasimportâncias vertidas pelo beneficiário durante o período pleiteado judicialmente.Efetuada a revisão na forma estabelecida nesta ementa, deverá a ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, sendo que, pelo fato de a parte autora ter optado pelo rito dos Juizados Especiais Federais, o valor total darestituição não poderá ultrapassar o patamar de 60 (sessenta) salários mínimos (valor vigente por ocasião do ajuizamentoda ação). Caso contrário, o Juízo a quo e esta Turma Recursal estariam decidindo sobre matéria para a qual seriamabsolutamente incompetentes.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que o recorrente évencido, na forma do art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, DAR-LHE PARCIAL PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

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Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

77 - 0001079-86.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001079-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) UNIÃO FEDERAL(PROCDOR: Kleison Ferreira.) x IZABEL MARIA SELVATICI (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0001079-86.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001079-0/01)

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E M E N T ATRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA – BIS INIDEM – MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU – NÃO INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA – LEIS 7.713/88 E9.250/95 – RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO – SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela União Federal em face da sentença (fls. 55/59) que julgou procedente opedido autoral, declarando a inexistência da relação jurídico-tributária entre as partes e condenando a recorrente a restituirà parte autora o que fora recolhido de imposto de renda, indevidamente, sobre sua aposentadoria complementar. Arecorrente requer que se dê provimento ao recurso inominado, declarando a nulidade da sentença ou a prescrição dapresente ação. Subsidiariamente, pugna pela reforma da sentença, para que o pedido do autor seja julgado totalmenteimprocedente, ou ainda, que seja alterado o critério de devolução dos valores.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dos JuizadosEspeciais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos a partir dejaneiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte da parte autora noperíodo de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 e (2) que esteja aposentada. No caso dos autos os documentoscolacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quais sejam: contribuições no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 36/37) e aposentadoria em 12/07/2005 (fl. 17).O prazo prescricional das ações de compensação/repetição de indébito, relativamente às contribuições efetuadas entre01/01/89 e 31/12/95 ou entre 01/01/89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, deve ser contadoda seguinte forma: para quem se aposentou a partir de 09/06/2005 (vigência da Lei Complementar 118/2005), o prazo parase pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data da aposentadoria; quem se aposentou antes de 09/06/2005, deveobedecer ao regime previsto no sistema anterior (10 anos), limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos a contar davigência da novel lei complementar.O termo inicial da prescrição é a data de início do benefício correspondente à aposentadoria complementar, sempreposterior a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir de janeiro de 1996.A data de início da aposentadoria do beneficiário é 12/07/2005 (fl. 17). A presente ação foi ajuizada em 02/02/2009 (fl. 18).Assim, não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.A apuração do indébito observará o seguinte:As contribuições efetuadas pela parte autora, no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995,deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do Manual de Orientação de Procedimentos para osCálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal, referenteàs ações condenatórias em geral, até o mês de abril do ano seguinte ao recolhimento do tributo (ano-base).O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído, devidamente corrigido pela Taxa SELIC, a partir de maio de cada ano, com aexclusão de outro índice de correção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda,Primeira Seção, julgado em 25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278).Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por consequência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”Em prosseguimento, é importante frisar que a operação mencionada acima deve ser repetida sucessivamente, até oesgotamento do crédito. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldocredor pode ser efetuada diretamente na base de cálculo das declarações de imposto de renda referentes aos futurosexercícios financeiros, atualizada pelos índices da tabela de Precatórios da Justiça Federal até a data do acerto anual.Assim, o beneficiário não pagará IR sobre o complemento de benefício até o esgotamento do saldo a ser deduzido, ou oque tiver sido pago será objeto de repetição.Em face do exposto, DOU PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO DA UNIÃO FEDERAL, para reformar a sentençaapenas no que tange à forma de apuração do indébito e liquidação do julgado.A UNIÃO deverá efetuar, no prazo de 60 (sessenta) dias, a revisão administrativa das declarações anuais do imposto derenda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido a parcela relativa ao crédito do

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contribuinte, na forma fixada por esta ementa, ciente o autor que deverá providenciar junto à sua patrocinadora a soma dasimportâncias vertidas pelo beneficiário durante o período pleiteado judicialmente.Efetuada a revisão na forma estabelecida nesta ementa, deverá a ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, sendo que, pelo fato de a parte autora ter optado pelo rito dos Juizados Especiais Federais, o valor total darestituição não poderá ultrapassar o patamar de 60 (sessenta) salários mínimos (valor vigente por ocasião do ajuizamentoda ação). Caso contrário, o Juízo a quo e esta Turma Recursal estariam decidindo sobre matéria para a qual seriamabsolutamente incompetentes.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que o recorrente évencido, na forma do art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, DAR-LHEPARCIAL PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

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Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

78 - 0006820-10.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.006820-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO COSTA BUARQUE.) x LUZEMBERG JOSE SOARES DA LUZ(ADVOGADO: BRUNO DE CASTRO QUEIROZ.).Processo nº 2009.50.50.006820-2/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido : LUZEMBERG JOSE SOARES DA CRUZ

E M E N T A

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RMI. APLICAÇÃO DO ART. 29, II, DA LEI Nº 8.213/91.REDAÇÃO CONFERIDA PELA LEI 9.876/99. INAPLICABILIDADE DO ART. 32, § 2º DO DECRETO 3.048/99. SENTENÇAMANTIDA. RECURSO IMPROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pela autarquia-ré, ora recorrente, contra sentença proferida pelo juiz a quo quejulgou procedente a pretensão externada na inicial desta ação, determinando a revisão da RMI Doauxílio-doença/aposentadoria por invalidez e o pagamento das diferenças correspondentes. Em suas razões recursais,sustenta o recorrente a não aplicação do inciso II art. 29 da Lei de Benefícios na hipótese. Alega que o cálculo do benefíciodeve ser realizado com base no art. 32, § 2º do Decreto 3.048/99, o qual encontra autorização no artigo 3º da Lei 9.876/99.Dessa forma, requer seja conhecido e provido o presente recurso, julgando-se improcedente o pedido deduzido na inicial.

O parâmetro utilizado pela autarquia para a apuração da RMI do benefício da parte autora contraria a legislaçãoprevidenciária, em especial, o art. 29, II, da Lei nº 8.213/91, segundo o qual o “salário-de-benefício consiste na médiaaritmética simples dos maiores salários-de-contribuição correspondentes a oitenta por cento de todo o período contributivo."

A Lei nº 9.876/99, por seu turno, estabelece critérios para o cálculo dos benefícios previdenciários: "Art. 3º - Para osegurado filiado à Previdência Social até o dia anterior à data de publicação desta Lei, que vier a cumprir as condiçõesexigidas para a concessão dos benefícios do Regime Geral da Previdência Social, no cálculo do salário-de-benefício seráconsiderada a média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição, correspondentes a, no mínimo, oitenta porcento de todo o período contributivo decorrido desde a competência julho de 1994, observado o disposto nos incisos I e IIdo § 6º, do art. 29, da Lei n. 8.213/91, com a redação dada por esta Lei."

Na verdade, o art. 3º da Lei n.º 9.876/99 trouxe ao sistema previdenciário regra de transição para os segurados já filiados àPrevidência Social à época de sua vigência e determina que, para apuração do cálculo do salário-de-benefício, se considerea média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição, correspondentes a, no mínimo, 80% de todo o períodocontributivo decorrido desde a competência julho/94, observado o disposto nos incisos I e II do caput do art. 29 da Lei n.º8.213/91. Assim, apurada a mencionada média, deveria incidir um divisor, correspondente a um percentual (nunca inferior a60%) sobre o número de meses compreendidos entre julho/94 e a data do requerimento.

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O Enunciado n. 47 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais desta SJES dispõe que, para a aposentadoria porinvalidez e para o auxílio-doença concedido sob a vigência da Lei nº 9.876/99, o salário-de-benefício deve ser apurado combase na média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição correspondentes a 80% do período contributivo,independentemente da data de filiação do segurado e do número de contribuições mensais no período contributivo, frisandoque é ilegal o art. 32, § 20, do Decreto nº 3.048/99, acrescentado pelo Decreto nº 5.545/2005.

Denota-se, assim, que há ilegalidade no critério utilizado pelo INSS, que tem como base o Decreto nº 3.048/99. O art. 32, §20, do Decreto nº 3.048/99 elege como fator objetivo para considerar 100% dos salários-de-contribuição (em vez de apenas80%) o número de contribuições no período contributivo (menos de 144 contribuições), fator esse que não tem previsão nalei. Com efeito, para obtenção da RMI do benefício previdenciário já referido, deveria, nos termos da legislação supracitada,ter efetuado a média aritmética simples quantos aos 80% (oitenta por cento) maiores salários-de-contribuiçãodesconsiderando os 20% (vinte por cento) menores.

Tendo em vista a utilização de todos os salários (100%), torna-se evidente o prejuízo ocasionado no valor do benefício doautor, merecendo acolhimento sua pretensão.

Por fim, cumpre registrar que, como o ato de concessão do benefício previdenciário está submetido a controle jurisdicionalde legalidade, a constitucionalidade da legislação que lhe deu suporte, isto é, a MP 242, pode e deve ser incidentalmenteanalisada pelo magistrado, de ofício.

9. Não merece reparo a sentença proferida pelo juízo “a quo”, devendo ser mantida pelos próprios fundamentos (art. 46 daLei 9.099/95).10. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.11.Sem custas, nos termos da Lei. Honorários devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor da condenação,com fulcro no art. 20, §3º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

79 - 0004357-61.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.004357-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) EMERSON OLYMPIO DOSSANTOS (ADVOGADO: DIOGO MORAES DE MELLO, BRUNO PERSICI, ADEIR RODRIGUES VIANA.) x INSTITUTONACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA.).Processo nº 2010.50.50.004357-8/01

Recorrente : EMERSON OLYMPIO DOS SANTOSRecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – RMI – CONSTITUCIONALIDADE DA APLICAÇÃO DO FATOR PREVIDENCIÁRIO INSERIDOPELA LEI N. 9.986/99 – ENTENDIMENTO DO E. STF - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor, ora recorrente, em face da sentença que julgou improcedente apretensão externada na inicial, em que se pleiteava a revisão do seu benefício previdenciário com a exclusão do fatorprevidenciário, sob a alegação de que este é inconstitucional. Em suas razões, reitera a tese apresentada na peçavestibular.

A partir da promulgação da Carta Constitucional de 1988, o período de apuração dos benefícios de prestação continuada,como a aposentadoria, correspondia à média dos 36 últimos salários-de-contribuição (art. 202, caput). Com a EmendaConstitucional n. 20, de 1998, o número de contribuições integrantes do Período Básico de Cálculo deixou de constar dotexto constitucional, que atribuiu essa responsabilidade ao legislador ordinário (art. 201, § 3º). Em seguida, veio à lume a Lein. 9.876, cuja entrada em vigor se deu em 29.11.1999. Instituiu-se assim o fator previdenciário no cálculo da aposentadoria

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e ampliou-se o período de apuração dos salários-de-contribuição.

Conforme a nova Lei, para aqueles que se filiassem à Previdência a partir da Lei n. 9.876/1999, o período de apuraçãoenvolveria os salários-de-contribuição desde a data da filiação até a Data de Entrada do Requerimento - DER, isto é, todo operíodo contributivo do segurado. De outra parte, para os já filiados antes da edição da aludida Lei, o período de apuraçãopassou a ser o interregno entre julho de 1994 e a DER. O período básico de cálculo dos segurados foi ampliado pelodisposto no artigo 3º, caput, da Lei n. 9.876/1999. Essa alteração legislativa veio em benefício dos segurados. Porém, sólhes beneficia se houver contribuições.

Na verdade, desde 29/11/1999 (dia da publicação da Lei 9.876/99), a aposentadoria por tempo de contribuição e por idadedeixaram de ter o salário-de-benefício apurado pela média dos 36 últimos salários-de-contribuição, para abarcar 80% detodo o período contributivo, multiplicado ainda o resultado pelo fator previdenciário, cuja forma de cálculo foi devidamenteespecificada, contemplando a utilização, como divisor em uma das operações da equação, da expectativa de vida, obtida apartir da tábua completa de mortalidade construída pelo IBGE.

O Supremo Tribunal Federal já sinalizou no sentido da constitucionalidade do fator previdenciário, considerando, à primeiravista, não estar caracterizada violação ao art. 201, § 7º, da CF, dado que, com o advento da EC 20/98, os critérios para ocálculo do benefício foram delegados ao legislador ordinário (ADInMC 2.110-DF e ADInMC 2.111-DF, rel. Min. SydneySanches, 16.3.2000 - Informativo 181 - 13 a 17 de março de 2000).

Assim sendo, não se vislumbra inconstitucionalidade na aplicação do fator previdenciário inserido pela Lei n. 9.876/1999.

Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo ‘”a quo”.

Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

Sem custas e honorários advocatícios, ante o deferimento do pedido de assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

80 - 0003777-02.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.003777-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MARILZA DA PENHAFERREIRA MARCOS (ADVOGADO: JULIANA NIMER.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ELZA ELENA BOSSOES ALEGRO OLIVEIRA.).Processo nº 0003777-02.2008.4.02.5050/01

Recorrente : MARILZA DA PENHA FERREIRA MARCOSRecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO DOENÇA– AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORAL–CONDIÇÕES PESSOAIS EM COTEJO COM OS DEMAIS ELEMENTOS DE PROVA NÃO TEM O CONDÃO DEALTERAR A CONCLUSÃO JURISIDICIONAL ADOTADA- RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela autora, ora recorrente, em face de sentença que julgou improcedente apretensão de restabelecimento de auxílio-doença e posterior conversão em aposentadoria por invalidez. Sustenta orecorrente, em suas razões recursais, que houve cerceamento de defesa na hipótese, visto que não se aguardou otranscurso do prazo para manifestação sobre o último laudo pericial, quando então seria pertinente a prolação da sentença.Alega, ainda, que não possui condições de trabalhar e que o fato de ter sido submetida a procedimento cirúrgico durante atramitação do processo é prova de que a situação só vem agravando. Dessa forma, requer seja reformada a sentençaproferida pelo Juízo “a quo”, julgando-se procedente o pedido deduzido na inicial.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 do

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mesmo diploma legal, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ounão em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de qualqueratividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.Desnecessária a análise da condição de segurado e do período de carência, já que constatada a capacidade do recorrente.Com efeito, na análise pericial do Juízo (fls. 53/55), a parte recorrente (51 anos) foi diagnosticada com tendinopatia leve nosombros e espondilouncoartrose cervical, que, no entanto, não a incapacitam para o ofício habitual de ascensorista (respostaao quesito nº 10- fl. 54). Ao ser questionado sobre as razões pelas quais entende que tais doenças não incapacitam arecorrente para a função de ascensorista, elucidou o perito que este ofício não necessita de esforço físico intenso, já quenão utiliza os membros superiores acima da linha dos ombros e não provoca a posição de pinça ou garra com as mãos portempo prolongado (resposta ao 1º quesito complementar – fl. 104).Importante gizar que o repouso articular não traria benefícios em relação à síndrome do túneo do carpo, pois o seutratamento é cirúrgico. Por outro lado, seria inócua tal medida com relação às demais doenças, já que apenas a limitaçãoda elevação do membro superior acima dos ombros e a prevenção quanto ao manejo de objetos pesados traria benefícios,atividades que não são requisitadas pela função de ascensorista (resposta ao 4º quesito complementar – fl. 104).A recorrente informa às fls. 112/115, inclusive, que já se submeteu à procedimento cirúrgico para tratamento da síndromedo túneo do carpo, caso em que se supõe superada a doença, notadamente em face da ausência de laudos médicosatestando o insucesso da operação. .Por certo, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos. E, em seu art. 437, a lei processual não exige, mas, simplesmente, atribui ao juiz o poder dedeterminar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Na hipótese emapreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízo entende que omaterial probatório acostado aos autos sinaliza o desmérito da pleiteante ao pretendido benefício.Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade da recorrente, importadestacar a existência do Enunciado de nº 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária doEspírito Santo, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzidopelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há deprevalecer sobre o particular”.Não vislumbro o alegado cerceamento de defesa, porquanto o sistema processual brasileiro somente acolhe a configuraçãode nulidade de ato processual acaso demonstrado efetivo prejuízo às partes litigantes (art. 249, § 1º, do CPC). Constatadoque o magistrado lastreou seu convencimento no conjunto probatório acostado aos autos e não apenas no último laudopericial, não merece prosperar o pedido de anulação da sentença.Importa ressaltar que, na hipótese vertente, as condições pessoais da recorrente (idade, condição social, grau de instrução,etc), em cotejo com os demais elementos de prova dos autos, não tem o condão de alterar a conclusão jurisdicionaladotada pelo magistrado.Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

81 - 0004903-53.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.004903-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Marcos Figueredo Marçal.) x ALICE PEREIRA TAVARES (ADVOGADO: BRUNOSANTOS ARRIGONI, HENRIQUE SOARES MACEDO.).Processo n.º 2009.50.50.004903-7/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIALRecorrido : ALICE PEREIRA TAVARES

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO - APOSENTADORIA POR IDADE RURAL- REQUISITOS LEGAISPREENCHIDOS – INEXISTÊNCIA DE DECADÊNCIA-SENTENÇA MANTIDA - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.. Trata-se de recurso inominado interposto pela autarquia-ré, ora recorrente, contra sentença que julgou procedente apretensão externada na inicial desta ação, que objetivava a concessão de aposentadoria por idade rural. Em suas razõesrecursais, sustenta o recorrente que não há nos autos prova de que a recorrida tenha exercido atividade rural como

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segurada especial pelo período de carência exigido para a concessão do benefício; alega também que a autora carece dedireito a revisão do ato de indeferimento do benefício, tendo em vista a ocorrência de decadência.Dessa forma, requer sejaconhecido e provido o presente recurso, julgando-se improcedente o pedido deduzido na exordial.

2. Em se tratando de aposentadoria rural por idade, o ordenamento jurídico exige tão somente que o trabalhador ruralpreencha o requisito referente à idade (60 anos se homem e 55 se mulher), bem como comprove o exercício de atividaderural, ainda que descontínua, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do benefíciopretendido (§ 2º do art. 48 da Lei nº 8.213/91), carência esta que deverá obedecer à tabela consignada no art. 142 da Lei nº8.213/91.

3. A perda da qualidade de segurado não impede a concessão da aposentadoria por idade, visto que o art. 102 da Lei nº8.213/91 não exige a simultaneidade no implemento dos requisitos necessários ao deferimento do benefício. Nesse mesmosentido, o enunciado nº 14 desta Turma Recursal.

4. A recorrida nasceu em 10/03/1930 (fls. 17) e veio a requerer o benefício de aposentadoria rural por idade em 18/03/1998(fls. 26), indeferido ao argumento de que não foi comprovado o exercício de atividade rural pelo período necessário àcarência exigida.

5. Para a comprovação da atividade rural em regime de economia familiar, a recorrida juntou aos autos: certidão decasamento, realizado em 1961, constando a profissão de seu marido como lavrador (fls. 70); certidão de nascimento de umdos filhos datada em 1970 constando o marido da recorrida como lavrador (fls.87);Contrato de Comodato constando arecorrida como comodatária, firmado em 1997.

6. A certidão de casamento, contendo a qualificação profissional do marido como lavrador, extensiva à esposa, constituiinício de prova material contemporâneo à época dos fatos. A prova testemunhal tem o condão de ampliar o início de provamaterial, abrangendo todo o período necessário à concessão do benefício.

7. Ademais, entendo que deve ser abrandado o rigor processual na interpretação do conceito de documento novo quandose trata de comprovação de atividade rurícola, em função do caráter social e alimentar que reveste o beneplácito judicial,nos termos do art. 5º da Lei de Introdução ao Código Civil, segundo o qual “na aplicação da lei, o juiz atenderá aos finssociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum”.

8. É necessário ter cautela e bom senso para se analisar provas de trabalho rural, em face da prática de contratos verbaisno campo e da falta de fiscalização efetiva do cumprimento das obrigações trabalhistas. Se a prova acostada aos autos écontemporânea à data do requerimento administrativo – DER – e se refere ao período exigido pela lei, deve ser reputaválida como início de prova material, sendo mister, entretanto, que seja corroborada por prova testemunhal.

9. As provas testemunhais colhidas em audiência confirmaram o exercício de atividade rural pela recorrida pelo temponecessário ao adimplemento da carência exigida, 60 meses, consoante a tabela consignada no art. 142 da Lei nº 8.213/91.

10. Cabe salientar, nos termos do art. 103 da Lei 8.213/91 (redação conferida pela Lei 10.839/2004), que o atoadministrativo indeferitório do benefício deve necessariamente ensejar a notificação do segurado para que se lhe facultemos meios de impugnação, seja na via administrativa ou judicial. In casu, a Autarquia Ré não se desincumbiu de seu ônusprobatório, deixando de comprovar nos autos a notificação da parte recorrida. Não há falar em decadência, portanto.

11.Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo juízo “a quo”.12. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.13. Sem custas, nos termos da Lei. Honorários devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor dacondenação, com fulcro no art. 20, §3º, do CPC.

ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO,mantendo-se a sentença, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

82 - 0005984-03.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.005984-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.) x SEBASTIAO JOSE BALARINI (ADVOGADO: RAULDIAS BORTOLINI, ANDERSON MACOHIN SIEGEL, VINICIUS DINIZ SANTANA.).Processo nº 0005984-03.2010.4.02.5050/01Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido : SEBASTIÃO JOSÉ BALARINI

E M E N T A

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PREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO – EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20/1998 e41/2003 – DECISÃO DO STF SUBMETIDA À SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL - RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela Autarquia-Ré, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente apretensão externada na inicial, em que se pleiteava a revisão do benefício previdenciário, consoante o art. 14 da EC nº20/98 e art. 5º da EC nº 41/2003. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que não há direito subjetivo de qualquersegurado a uma renda mensal superior ao limite máximo. Alega, ainda, que o acolhimento da pretensão autoral implicarána violação expressa de diversos dispositivos constitucionais e que o princípio “tempus regit actum” torna inoperante todasas alterações legislativas posteriores, a menos que a própria lei contemple a possibilidade de retroação. Sustenta, por fim,que o atendimento do pedido envereda na adoção de indevida equivalência salarial, por via oblíqua. Dessa forma, requerseja reformada a sentença proferida pelo Juízo a quo, julgando-se improcedente o pedido externado na inicial.

Muito embora meu entendimento pessoal seja pela não incidência dos mencionados preceptivos na revisão de benefícioprevidenciário obtido sob a égide de regime diverso, o Supremo Tribunal Federal decidiu, em processo submetido àsistemática da repercussão geral (sessão plenária realizada em 08.09.2010), que o novo limite máximo para o valor dosbenefícios do RGPS instituído pelo art. 14 da Emenda Constitucional nº 20/98 e sucessivamente pela EmendaConstitucional nº 41/2003 deve ser aplicado aos benefícios previdenciários concedidos anteriormente à sua vigência. Valetranscrever o aresto jurisprudencial:

“DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Hápelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituição daRepública demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada. 2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art.5º da Emenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional. 3. Negadoprovimento ao recurso extraordinário.” (RE 564.354/SE, rel. Min. Cármen Lúcia, 8.9.2010, DJE 15/02/2011)

A decisão do STF afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre aconstitucionalidade da aplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à emenda constitucional,razão por que reputo como inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no recurso.

Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

Sem custas, nos termos da Lei. Honorários devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor da condenação,com fulcro no art. 20, §3º, do CPC.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

83 - 0005990-10.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.005990-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Isabela Boechat B. B. de Oliveira.) x YOCHIMASSA FUJIHARA (ADVOGADO:RAUL DIAS BORTOLINI, ANDERSON MACOHIN SIEGEL, VINICIUS DINIZ SANTANA.).Processo nº 0005990-10.2010.4.02.5050/01Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido : YOCHIMASSA FUJIHARA

E M E N T APREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO – EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20/1998 e41/2003 – DECISÃO DO STF SUBMETIDA À SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL - RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela Autarquia-Ré, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente apretensão externada na inicial, em que se pleiteava a revisão do benefício previdenciário, consoante o art. 14 da EC nº

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20/98 e art. 5º da EC nº 41/2003. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que não há direito subjetivo de qualquersegurado a uma renda mensal superior ao limite máximo. Alega, ainda, que o acolhimento da pretensão autoral implicarána violação expressa de diversos dispositivos constitucionais e que o princípio “tempus regit actum” torna inoperante todasas alterações legislativas posteriores, a menos que a própria lei contemple a possibilidade de retroação. Sustenta, por fim,que o atendimento do pedido envereda na adoção de indevida equivalência salarial, por via oblíqua. Dessa forma, requerseja reformada a sentença proferida pelo Juízo a quo, julgando-se improcedente o pedido externado na inicial.

Muito embora meu entendimento pessoal seja pela não incidência dos mencionados preceptivos na revisão de benefícioprevidenciário obtido sob a égide de regime diverso, o Supremo Tribunal Federal decidiu, em processo submetido àsistemática da repercussão geral (sessão plenária realizada em 08.09.2010), que o novo limite máximo para o valor dosbenefícios do RGPS instituído pelo art. 14 da Emenda Constitucional nº 20/98 e sucessivamente pela EmendaConstitucional nº 41/2003 deve ser aplicado aos benefícios previdenciários concedidos anteriormente à sua vigência. Valetranscrever o aresto jurisprudencial:

“DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Hápelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituição daRepública demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada. 2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art.5º da Emenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional. 3. Negadoprovimento ao recurso extraordinário.” (RE 564.354/SE, rel. Min. Cármen Lúcia, 8.9.2010, DJE 15/02/2011)

A decisão do STF afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre aconstitucionalidade da aplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à emenda constitucional,razão por que reputo como inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no recurso.

Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

Sem custas, nos termos da Lei. Honorários devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor da condenação,com fulcro no art. 20, §3º, do CPC.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

84 - 0005972-86.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.005972-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) WALDIR FIGUEIRA(ADVOGADO: MARGARETH MARILLAC SOUZA BISPO, Bruno Abrahão Gobbi.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGUROSOCIAL - INSS (PROCDOR: NANCI APARECIDA DOMINGUES CARVALHO.).Processo nº. 2010.50.50.005972-0/01

Recorrente : WALDIR FIGUEIRARecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – RMI – RENÚNCIA À APOSENTADORIA – DESAPOSENTAÇÃO – FALTA DE AMPARO LEGAL- RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor, ora recorrente, em face da sentença que julgou improcedente apretensão externada na inicial,em que se pleiteava a cessação do benefício de aposentadoria por tempo de contribuição eposterior concessão de novo benefício de aposentadoria por contribuição, com o computo de mais onze anos, ou

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aposentaria por idade. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que não há falar em restituição, uma vez que ocusteio é realizado dentro do sistema de pacto intergeracional, com a população ativa sustentando os benefícios dos hojeinativos. Alega, ainda, que o STJ já decidiu que não é preciso devolver os valores havidos quando do primeiro período deaposentação. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o presente recurso, julgando-se i mprocedente o pedidodeduzido na inicial.

A legislação previdenciária brasileira não contém o termo desaposentação. Com efeito, a desaposentação é uma situaçãojurídica inusitada, decorrente de um ato de renúncia do aposentado à sua situação de inativo, certamente mais vantajosa,porquanto haveria de considerar não somente o tempo de contribuição posterior à concessão do antigo benefício, mastambém todo o tempo de contribuição utilizado como base para a concessão da aposentadoria desfeita.

Além de não haver previsão legal para a realização do ato de desaposentação, uma vez consumado o ato jurídico perfeito,não pode ele ser restituído. Por óbvio, se a CF/88 não autoriza a lei ordinária desconstituí-lo, também a vontade das partesnão o pode alterar.

Em hipótese semelhante, o Egrégio STF editou o verbete 1 de sua súmula vinculante: “ofende a garantia constitucional doato jurídico perfeito a decisão que, sem ponderar as circunstâncias do caso concreto, desonsidera a validez e a eficácia deacordo constante de termo de adesão instituído pela lei complementar nº 110/2001”.

Nota-se que em ambos os casos, o particular deseja reverter um ato de vontade do qual participou uma Pessoa Jurídica deDireito Público interno sujeita a regime jurídico de Direito Administrativo.

Ademais, as Turmas Recursais da Seção Judiciária do Rio de Janeiro já se manifestaram sobre o tema, no enunciado 70de sua Súmula:“É inviável a desaposentação no Regime Geral de Previdência Social para fins de aproveitamento do tempo de contribuiçãoanterior para uma nova aposentadoria neste mesmo regime.” (Publicado em 08/03/2010, no DOERJ, pág. 78/79, parte III).

Muito embora a jurisprudência do STJ venha se posicionando pela possibilidade de renúncia para fins de ingresso em outroregime previdenciário, não se pode relegar ao esquecimento que para que tal ato dispositivo opere com efeitos “ex tunc”,com o cômputo do período que ensejou o primeiro benefício, é preciso a devolução do valor atualizado das prestaçõesdeste, na forma da recente jurisprudência da TNU (PEDILEF 2007.72.55.000054-0, Rel. Juiz Federal Sebastião Ogê Muniz– DJ 15.09.2009).

Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo juízo “a quo”.

Por todo o exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o disposto no art. 55 da Lei9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

85 - 0006174-34.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.006174-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.) x ROBERTO GORDIANO DE OLIVEIRA (ADVOGADO:FREDERICO AUGUSTO MACHADO.).Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido : ROBERTO GORDIANO DE OLIVEIRA

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – RMI – RENÚNCIA À APOSENTADORIA – DESAPOSENTAÇÃO – FALTA DE AMPARO LEGAL- RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela autarquia-ré, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente a

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pretensão externada na inicial, em que se pleiteava a cessação do benefício de aposentadoria por tempo de serviço eposterior concessão do benefício de aposentadoria por tempo de contribuição com DIB em 01/09/2008, com o devidopagamento das parcelas vencidas, acrescidas de juros legais e atualização monetária. Sustenta o recorrente, em suasrazões recursais, que o art. 18, §2º da Lei 8.213/91 veda a utilização das contribuições dos trabalhadores em gozo deaposentadoria para a obtenção de nova aposentação ou elevação da já auferida, havendo ofensa aos arts. 40, 194 e 195 daContituição Federal e à decisão do STF, caso se entenda de forma contrária; que a aposentadoria foi uma escolha dorecorrido, que optou por uma renda inferior ao salário convencional, mas recebida por mais tempo; e, por fim, que aaposentadoria é um ato jurídico perfeito, de modo que não pode ser alterado unilateralmente. Dessa forma, requer sejaconhecido e provido o presente recurso, julgando-se improcedente o pedido.

A legislação previdenciária brasileira não contém o termo desaposentação. Com efeito, a desaposentação é uma situaçãojurídica inusitada, decorrente de um ato de renúncia do aposentado à sua situação de inativo, certamente mais vantajosa,porquanto haveria de considerar não somente o tempo de contribuição posterior à concessão do antigo benefício, mastambém todo o tempo de contribuição utilizado como base para a concessão da aposentadoria desfeita.

Além de não haver previsão legal para a realização do ato de desaposentação, uma vez consumado o ato jurídico perfeito,não pode ele ser restituído. Por óbvio, se a CF/88 não autoriza a lei ordinária desconstituí-lo, também a vontade das partesnão o pode alterar.

Em hipótese semelhante, o Egrégio STF editou o verbete 1 de sua súmula vinculante: “ofende a garantia constitucional doato jurídico perfeito a decisão que, sem ponderar as circunstâncias do caso concreto, desonsidera a validez e a eficácia deacordo constante de termo de adesão instituído pela lei complementar nº 110/2001”.

Nota-se que em ambos os casos, o particular deseja reverter um ato de vontade do qual participou uma Pessoa Jurídica deDireito Público interno sujeita a regime jurídico de Direito Administrativo.

Ademais, as Turmas Recursais da Seção Judiciária do Rio de Janeiro já se manifestaram sobre o tema, no enunciado 70de sua Súmula:“É inviável a desaposentação no Regime Geral de Previdência Social para fins de aproveitamento do tempo de contribuiçãoanterior para uma nova aposentadoria neste mesmo regime.” (Publicado em 08/03/2010, no DOERJ, pág. 78/79, parte III).

Merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo juízo “a quo”.

Por todo o exposto, conheço do recurso e a ele dou provimento para desconstituir a condenação da AutarquiaPrevidenciária na concessão de aposentadoria por tempo de contribuição. Eventuais valores percebidos a título deantecipação da tutela encontram-se salvaguardados, nos termos do Enunciado 52 da Súmula da Turma Recursal.

Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o disposto no art. 55 da Lei9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E A ELE DAR PROVIMENTO,reformando-se a sentença, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

86 - 0006371-18.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.006371-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ELZA ELENA BOSSOES ALEGRO OLIVEIRA.) x LUCILA TAVARES (ADVOGADO:JOAO FELIPE DE MELO CALMON HOLLIDAY.).Processo nº 2010.50.50.006371-1/01Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido : LUCILA TAVARES

E M E N T APREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO – EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20/1998 e41/2003 – DECISÃO DO STF SUBMETIDA À SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL - RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela Autarquia-Ré, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente apretensão externada na inicial, em que se pleiteava a revisão do benefício previdenciário, consoante o art. 14 da EC nº20/98 e art. 5º da EC nº 41/2003. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que não há direito subjetivo de qualquer

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segurado a uma renda mensal superior ao limite máximo. Alega, ainda, que o acolhimento da pretensão autoral implicarána violação expressa de diversos dispositivos constitucionais e que o princípio “tempus regit actum” torna inoperante todasas alterações legislativas posteriores, a menos que a própria lei contemple a possibilidade de retroação. Sustenta, por fim,que o atendimento do pedido envereda na adoção de indevida equivalência salarial, por via oblíqua. Dessa forma, requerseja reformada a sentença proferida pelo Juízo a quo, julgando-se improcedente o pedido externado na inicial.

Muito embora meu entendimento pessoal seja pela não incidência dos mencionados preceptivos na revisão de benefícioprevidenciário obtido sob a égide de regime diverso, o Supremo Tribunal Federal decidiu, em processo submetido àsistemática da repercussão geral (sessão plenária realizada em 08.09.2010), que o novo limite máximo para o valor dosbenefícios do RGPS instituído pelo art. 14 da Emenda Constitucional nº 20/98 e sucessivamente pela EmendaConstitucional nº 41/2003 deve ser aplicado aos benefícios previdenciários concedidos anteriormente à sua vigência. Valetranscrever o aresto jurisprudencial:

“DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Hápelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituição daRepública demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada. 2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art.5º da Emenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional. 3. Negadoprovimento ao recurso extraordinário.” (RE 564.354/SE, rel. Min. Cármen Lúcia, 8.9.2010, DJE 15/02/2011)

A decisão do STF afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre aconstitucionalidade da aplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à emenda constitucional,razão por que reputo como inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no recurso.

Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

Sem custas, nos termos da Lei. Honorários devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor da condenação,com fulcro no art. 20, §3º, do CPC.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

87 - 0005200-26.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.005200-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDA COSTA.) x MADSON BARBOZA CUNHA (ADVOGADO: RAULDIAS BORTOLINI, VINICIUS DINIZ SANTANA.).Processo nº 0005200-26.2010.4.02.5050/01Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido : VINICIUS DINIZ SANTANA

E M E N T APREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO – EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20/1998 e41/2003 – DECISÃO DO STF SUBMETIDA À SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL - RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela Autarquia-Ré, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente apretensão externada na inicial, em que se pleiteava a revisão do benefício previdenciário, consoante o art. 14 da EC nº20/98 e art. 5º da EC nº 41/2003. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que não há direito subjetivo de qualquersegurado a uma renda mensal superior ao limite máximo. Alega, ainda, que o acolhimento da pretensão autoral implicarána violação expressa de diversos dispositivos constitucionais e que o princípio “tempus regit actum” torna inoperante todasas alterações legislativas posteriores, a menos que a própria lei contemple a possibilidade de retroação. Sustenta, por fim,que o atendimento do pedido envereda na adoção de indevida equivalência salarial, por via oblíqua. Dessa forma, requerseja reformada a sentença proferida pelo Juízo a quo, julgando-se improcedente o pedido externado na inicial.

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Muito embora meu entendimento pessoal seja pela não incidência dos mencionados preceptivos na revisão de benefícioprevidenciário obtido sob a égide de regime diverso, o Supremo Tribunal Federal decidiu, em processo submetido àsistemática da repercussão geral (sessão plenária realizada em 08.09.2010), que o novo limite máximo para o valor dosbenefícios do RGPS instituído pelo art. 14 da Emenda Constitucional nº 20/98 e sucessivamente pela EmendaConstitucional nº 41/2003 deve ser aplicado aos benefícios previdenciários concedidos anteriormente à sua vigência. Valetranscrever o aresto jurisprudencial:

“DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Hápelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituição daRepública demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada. 2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art.5º da Emenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional. 3. Negadoprovimento ao recurso extraordinário.” (RE 564.354/SE, rel. Min. Cármen Lúcia, 8.9.2010, DJE 15/02/2011)

A decisão do STF afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre aconstitucionalidade da aplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à emenda constitucional,razão por que reputo como inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no recurso.

Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

Sem custas, nos termos da Lei. Honorários devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor da condenação,com fulcro no art. 20, §3º, do CPC.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

88 - 0005943-36.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.005943-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Marcos Figueredo Marçal.) x ABRAHAO FELIPPE DA COSTA (ADVOGADO:PATRÍCIA DIAS MORAES, ROSE MARY GRAHL.).Processo nº 0005943-36.2010.4.02.5050/01Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido : ABRAHAO FELIPPE DA COSTA

E M E N T APREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO – EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20/1998 e41/2003 – DECISÃO DO STF SUBMETIDA À SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL - RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela Autarquia-Ré, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente apretensão externada na inicial, em que se pleiteava a revisão do benefício previdenciário, consoante o art. 14 da EC nº20/98 e art. 5º da EC nº 41/2003. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que não há direito subjetivo de qualquersegurado a uma renda mensal superior ao limite máximo. Alega, ainda, que o acolhimento da pretensão autoral implicarána violação expressa de diversos dispositivos constitucionais e que o princípio “tempus regit actum” torna inoperante todasas alterações legislativas posteriores, a menos que a própria lei contemple a possibilidade de retroação. Sustenta, por fim,que o atendimento do pedido envereda na adoção de indevida equivalência salarial, por via oblíqua. Dessa forma, requerseja reformada a sentença proferida pelo Juízo a quo, julgando-se improcedente o pedido externado na inicial.

Muito embora meu entendimento pessoal seja pela não incidência dos mencionados preceptivos na revisão de benefícioprevidenciário obtido sob a égide de regime diverso, o Supremo Tribunal Federal decidiu, em processo submetido àsistemática da repercussão geral (sessão plenária realizada em 08.09.2010), que o novo limite máximo para o valor dosbenefícios do RGPS instituído pelo art. 14 da Emenda Constitucional nº 20/98 e sucessivamente pela EmendaConstitucional nº 41/2003 deve ser aplicado aos benefícios previdenciários concedidos anteriormente à sua vigência. Valetranscrever o aresto jurisprudencial:

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“DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Hápelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituição daRepública demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada. 2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art.5º da Emenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional. 3. Negadoprovimento ao recurso extraordinário.” (RE 564.354/SE, rel. Min. Cármen Lúcia, 8.9.2010, DJE 15/02/2011)

A decisão do STF afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre aconstitucionalidade da aplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à emenda constitucional,razão por que reputo como inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no recurso.

Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

Sem custas, nos termos da Lei. Honorários devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor da condenação,com fulcro no art. 20, §3º, do CPC.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

89 - 0005909-61.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.005909-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCIA RIBEIRO PAIVA.) x VALDIRA DOS SANTOS FRAGA (ADVOGADO:RAUL DIAS BORTOLINI, ANDERSON MACOHIN SIEGEL, VINICIUS DINIZ SANTANA.).Processo nº 0005909-61.2010.4.02.5050/01Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido : VALDIRA DOS SANTOS FRAGA

E M E N T APREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO – EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20/1998 e41/2003 – DECISÃO DO STF SUBMETIDA À SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL - RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela Autarquia-Ré, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente apretensão externada na inicial, em que se pleiteava a revisão do benefício previdenciário, consoante o art. 14 da EC nº20/98 e art. 5º da EC nº 41/2003. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que não há direito subjetivo de qualquersegurado a uma renda mensal superior ao limite máximo. Alega, ainda, que o acolhimento da pretensão autoral implicarána violação expressa de diversos dispositivos constitucionais e que o princípio “tempus regit actum” torna inoperante todasas alterações legislativas posteriores, a menos que a própria lei contemple a possibilidade de retroação. Sustenta, por fim,que o atendimento do pedido envereda na adoção de indevida equivalência salarial, por via oblíqua. Dessa forma, requerseja reformada a sentença proferida pelo Juízo a quo, julgando-se improcedente o pedido externado na inicial.

Muito embora meu entendimento pessoal seja pela não incidência dos mencionados preceptivos na revisão de benefícioprevidenciário obtido sob a égide de regime diverso, o Supremo Tribunal Federal decidiu, em processo submetido àsistemática da repercussão geral (sessão plenária realizada em 08.09.2010), que o novo limite máximo para o valor dosbenefícios do RGPS instituído pelo art. 14 da Emenda Constitucional nº 20/98 e sucessivamente pela EmendaConstitucional nº 41/2003 deve ser aplicado aos benefícios previdenciários concedidos anteriormente à sua vigência. Valetranscrever o aresto jurisprudencial:

“DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Há

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pelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituição daRepública demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada. 2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art.5º da Emenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional. 3. Negadoprovimento ao recurso extraordinário.” (RE 564.354/SE, rel. Min. Cármen Lúcia, 8.9.2010, DJE 15/02/2011)

A decisão do STF afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre aconstitucionalidade da aplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à emenda constitucional,razão por que reputo como inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no recurso.

Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

Sem custas, nos termos da Lei. Honorários devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor da condenação,com fulcro no art. 20, §3º, do CPC.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

90 - 0000856-65.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.000856-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.) x SERGIO BRUZZI DEFIGUEIREDO (ADVOGADO: ALEX DE FREITAS ROSETTI.).Processo nº 0000856-65.2011.4.02.5050/01Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido : SERGIO BRUZZI FIGUEIREDO

E M E N T APREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO – EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20/1998 e41/2003 – DECISÃO DO STF SUBMETIDA À SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL - RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela Autarquia-Ré, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente apretensão externada na inicial, em que se pleiteava a revisão do benefício previdenciário, consoante o art. 14 da EC nº20/98 e art. 5º da EC nº 41/2003. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que não há direito subjetivo de qualquersegurado a uma renda mensal superior ao limite máximo. Alega, ainda, que o acolhimento da pretensão autoral implicarána violação expressa de diversos dispositivos constitucionais e que o princípio “tempus regit actum” torna inoperante todasas alterações legislativas posteriores, a menos que a própria lei contemple a possibilidade de retroação. Sustenta, por fim,que o atendimento do pedido envereda na adoção de indevida equivalência salarial, por via oblíqua. Dessa forma, requerseja reformada a sentença proferida pelo Juízo a quo, julgando-se improcedente o pedido externado na inicial.

Muito embora meu entendimento pessoal seja pela não incidência dos mencionados preceptivos na revisão de benefícioprevidenciário obtido sob a égide de regime diverso, o Supremo Tribunal Federal decidiu, em processo submetido àsistemática da repercussão geral (sessão plenária realizada em 08.09.2010), que o novo limite máximo para o valor dosbenefícios do RGPS instituído pelo art. 14 da Emenda Constitucional nº 20/98 e sucessivamente pela EmendaConstitucional nº 41/2003 deve ser aplicado aos benefícios previdenciários concedidos anteriormente à sua vigência. Valetranscrever o aresto jurisprudencial:

“DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Hápelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituição daRepública demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmente

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vedada. 2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art.5º da Emenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional. 3. Negadoprovimento ao recurso extraordinário.” (RE 564.354/SE, rel. Min. Cármen Lúcia, 8.9.2010, DJE 15/02/2011)

A decisão do STF afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre aconstitucionalidade da aplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à emenda constitucional,razão por que reputo como inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no recurso.

Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

Sem custas, nos termos da Lei. Honorários devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor da condenação,com fulcro no art. 20, §3º, do CPC.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

91 - 0006641-42.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.006641-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Marcos Figueredo Marçal.) x JOAO CESAR RODRIGUES MENEGAZ(ADVOGADO: CARLOS BERKENBROCK.).Processo nº 0006641-42.2010.4.02.5050/01Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido : JOAO CESAR RODRIGUES MENEGAZ

E M E N T APREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO – EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20/1998 e41/2003 – DECISÃO DO STF SUBMETIDA À SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL - RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela Autarquia-Ré, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente apretensão externada na inicial, em que se pleiteava a revisão do benefício previdenciário, consoante o art. 14 da EC nº20/98 e art. 5º da EC nº 41/2003. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que não há direito subjetivo de qualquersegurado a uma renda mensal superior ao limite máximo. Alega, ainda, que o acolhimento da pretensão autoral implicarána violação expressa de diversos dispositivos constitucionais e que o princípio “tempus regit actum” torna inoperante todasas alterações legislativas posteriores, a menos que a própria lei contemple a possibilidade de retroação. Sustenta, por fim,que o atendimento do pedido envereda na adoção de indevida equivalência salarial, por via oblíqua. Dessa forma, requerseja reformada a sentença proferida pelo Juízo a quo, julgando-se improcedente o pedido externado na inicial.

Muito embora meu entendimento pessoal seja pela não incidência dos mencionados preceptivos na revisão de benefícioprevidenciário obtido sob a égide de regime diverso, o Supremo Tribunal Federal decidiu, em processo submetido àsistemática da repercussão geral (sessão plenária realizada em 08.09.2010), que o novo limite máximo para o valor dosbenefícios do RGPS instituído pelo art. 14 da Emenda Constitucional nº 20/98 e sucessivamente pela EmendaConstitucional nº 41/2003 deve ser aplicado aos benefícios previdenciários concedidos anteriormente à sua vigência. Valetranscrever o aresto jurisprudencial:

“DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Hápelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituição daRepública demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada. 2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art.5º da Emenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional. 3. Negadoprovimento ao recurso extraordinário.” (RE 564.354/SE, rel. Min. Cármen Lúcia, 8.9.2010, DJE 15/02/2011)

A decisão do STF afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre a

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constitucionalidade da aplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à emenda constitucional,razão por que reputo como inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no recurso.

Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

Sem custas, nos termos da Lei. Honorários devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor da condenação,com fulcro no art. 20, §3º, do CPC.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

92 - 0006594-68.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.006594-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.) x KALERGIS MÁRCIO DO AMARAL SILVA(ADVOGADO: JOAO FELIPE DE MELO CALMON HOLLIDAY.).Processo nº 0006594-68.2010.4.02.5050/01Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido : CLEBSON DA SILVEIRA

E M E N T APREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO – EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20/1998 e41/2003 – DECISÃO DO STF SUBMETIDA À SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL - RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela Autarquia-Ré, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente apretensão externada na inicial, em que se pleiteava a revisão do benefício previdenciário, consoante o art. 14 da EC nº20/98 e art. 5º da EC nº 41/2003. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que não há direito subjetivo de qualquersegurado a uma renda mensal superior ao limite máximo. Alega, ainda, que o acolhimento da pretensão autoral implicarána violação expressa de diversos dispositivos constitucionais e que o princípio “tempus regit actum” torna inoperante todasas alterações legislativas posteriores, a menos que a própria lei contemple a possibilidade de retroação. Sustenta, por fim,que o atendimento do pedido envereda na adoção de indevida equivalência salarial, por via oblíqua. Dessa forma, requerseja reformada a sentença proferida pelo Juízo a quo, julgando-se improcedente o pedido externado na inicial.

Muito embora meu entendimento pessoal seja pela não incidência dos mencionados preceptivos na revisão de benefícioprevidenciário obtido sob a égide de regime diverso, o Supremo Tribunal Federal decidiu, em processo submetido àsistemática da repercussão geral (sessão plenária realizada em 08.09.2010), que o novo limite máximo para o valor dosbenefícios do RGPS instituído pelo art. 14 da Emenda Constitucional nº 20/98 e sucessivamente pela EmendaConstitucional nº 41/2003 deve ser aplicado aos benefícios previdenciários concedidos anteriormente à sua vigência. Valetranscrever o aresto jurisprudencial:

“DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Hápelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituição daRepública demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada. 2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art.5º da Emenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional. 3. Negadoprovimento ao recurso extraordinário.” (RE 564.354/SE, rel. Min. Cármen Lúcia, 8.9.2010, DJE 15/02/2011)

A decisão do STF afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre aconstitucionalidade da aplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à emenda constitucional,razão por que reputo como inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no recurso.

Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

Sem custas, nos termos da Lei. Honorários devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor da condenação,

Page 85: 2011.143 SESSÃO DIA 19-07-2011

com fulcro no art. 20, §3º, do CPC.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

93 - 0000835-89.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.000835-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDA COSTA.) x MARIA HELENA DE ALMEIDA DUTRA(ADVOGADO: RAUL DIAS BORTOLINI.).Processo nº 0000835-89.2011.4.02.5050/01Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido : BRUNO MIRANDA COSTA

E M E N T APREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO – EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20/1998 e41/2003 – DECISÃO DO STF SUBMETIDA À SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL - RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela Autarquia-Ré, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente apretensão externada na inicial, em que se pleiteava a revisão do benefício previdenciário, consoante o art. 14 da EC nº20/98 e art. 5º da EC nº 41/2003. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que não há direito subjetivo de qualquersegurado a uma renda mensal superior ao limite máximo. Alega, ainda, que o acolhimento da pretensão autoral implicarána violação expressa de diversos dispositivos constitucionais e que o princípio “tempus regit actum” torna inoperante todasas alterações legislativas posteriores, a menos que a própria lei contemple a possibilidade de retroação. Sustenta, por fim,que o atendimento do pedido envereda na adoção de indevida equivalência salarial, por via oblíqua. Dessa forma, requerseja reformada a sentença proferida pelo Juízo a quo, julgando-se improcedente o pedido externado na inicial.

Muito embora meu entendimento pessoal seja pela não incidência dos mencionados preceptivos na revisão de benefícioprevidenciário obtido sob a égide de regime diverso, o Supremo Tribunal Federal decidiu, em processo submetido àsistemática da repercussão geral (sessão plenária realizada em 08.09.2010), que o novo limite máximo para o valor dosbenefícios do RGPS instituído pelo art. 14 da Emenda Constitucional nº 20/98 e sucessivamente pela EmendaConstitucional nº 41/2003 deve ser aplicado aos benefícios previdenciários concedidos anteriormente à sua vigência. Valetranscrever o aresto jurisprudencial:

“DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Hápelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituição daRepública demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada. 2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art.5º da Emenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional. 3. Negadoprovimento ao recurso extraordinário.” (RE 564.354/SE, rel. Min. Cármen Lúcia, 8.9.2010, DJE 15/02/2011)

A decisão do STF afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre aconstitucionalidade da aplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à emenda constitucional,razão por que reputo como inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no recurso.

Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

Sem custas, nos termos da Lei. Honorários devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor da condenação,com fulcro no art. 20, §3º, do CPC.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

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Bruno DutraJuiz Federal Relator

94 - 0000936-28.2008.4.02.5052/01 (2008.50.52.000936-3/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA.) x VALDIR MESSIAS MACEDO (ADVOGADO: JOSE IRINEU DEOLIVEIRA, MARIA ISABEL PONTINI.).Processo nº 2008. 50.52.000936-3/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido : VALDIR MESSIAS MACEDO

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO - APOSENTADORIA POR IDADE – APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DAPRIMAZIA DA REALIDADE- REQUISITOS LEGAIS PREENCHIDOS - SENTENÇA MANTIDA - RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO.. Trata-se de recurso inominado interposto pela Autarquia-Ré, ora recorrente, em face de sentença que julgou procedente apretensão de concessão de aposentadoria rural por idade. Em suas razões recursais, sustenta o recorrente, em síntese,que o primeiro requerimento administrativo foi indeferido em razão de todos os documentos juntados pela parte trazeremcomo data de nascimento do autor a data de 09.11.1947. Informa que o autor demandou judicialmente a mudança da suadata de nascimento, conseguindo alterá-la para 18.11.1945, motivo pelo qual foi concedido o pretendido benefício com DIBem 09.11.2007, data do novo requerimento administrativo. Alega, ainda, que não pode ser prejudicado pelo erro do autor.Dessa forma, requer seja conhecido e provido o presente recurso, julgando-se improcedente o pedido.

2. Questiona a Autarquia Previdenciária a correção da sentença que fixou a DIB do benefício de aposentadoria por idaderural em 04.04.2006, data do primeiro requerimento administrativo.

3. A questão parece ociosa à luz do princípio da primazia da realidade. Com efeito, o que realmente importa na apreciaçãodo pedido é a realidade fática do autor, desconsiderando-se aspectos formais destituídos de veracidade.

4. Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo juízo “a quo”.5. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.6. Sem custas, nos termos da Lei. Honorários devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor da condenação,com fulcro no art. 20, §3º, do CPC.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO,mantendo-se a sentença, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

95 - 0000814-81.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.000814-7/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: Luis Guilherme Nogueira Freire Carneiro.) x ISMAEL SOARES BITENCOURT (ADVOGADO: AleksandroHonrado Vieira, EDSON ROBERTO SIQUEIRA JUNIOR.).Processo nº 2009.50.51.000814-7/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIALRecorrido : ISMAEL SOARES BITENCOURT

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO - APOSENTADORIA POR IDADE – EXISTÊNCIA DE TRABALHADORURAL EM REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR ANTERIORMENTE AO PEDIDO DE APOSENTADORIA - REQUISITOSLEGAIS PREENCHIDOS - SENTENÇA MANTIDA - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.. Trata-se de recurso inominado interposto pela autarquia-ré, ora recorrente, contra sentença proferida pelo juiz a quo quejulgou procedente a pretensão externada na inicial desta ação, que objetivava a concessão de aposentadoria rural poridade. Em suas razões recursais, sustenta o recorrente, que não há início de prova material apto a demonstrar a condiçãode segurado especial e que tampouco foram atingidos os pressupostos exigidos para antecipação dos efeitos de tutela.

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Dessa forma, requer seja conhecido e provido o presente recurso, julgando-se improcedente o pedido.

2. Em se tratando de aposentadoria rural por idade, o ordenamento jurídico exige tão somente que o trabalhador ruralpreencha o requisito referente à idade (60 anos se homem e 55 se mulher), bem como comprove o exercício de atividaderural, ainda que descontínua, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do benefíciopretendido (§ 2º do art. 48 da Lei nº 8.213/91), carência esta que deverá obedecer à tabela consignada no art. 142 da Lei nº8.213/91.

3. A perda da qualidade de segurado não impede a concessão da aposentadoria por idade, visto que o art. 102 da Lei nº8.213/91 não exige a simultaneidade no implemento dos requisitos necessários ao deferimento do benefício. Nesse sentido,o enunciado nº 14 desta Turma Recursal.

4. O recorrido nasceu em 20/12/1945 (fls. 14) e veio a requerer o benefício de aposentadoria rural por idade em 14/01/2009(fls. 8), indeferido ao argumento de que não foi comprovado o exercício de atividade rural pelo período necessário àcarência exigida.

5. Para a comprovação da atividade rural em regime de economia familiar, o recorrido juntou aos autos: Declaração deexercício de atividade rural, emitida pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Iúna e Irupi em 14/01/2009 (fls. 12/13);Carteira do Sindicato, com filiação em 05/12/2008 (fl. 14); Certidão da Justiça Eleitoral, datada de 06/01/2009, em que foiqualificado como “agricultor” (fl. 19); Contrato de parceria agrícola, firmando em 08/12/2008, constando o autor comooutorgado, mencionando a existência de contrato verbal desde 19/10/1992 (fls. 25/27); e Certidão de casamento, realizadoem 03/07/1977, em que se atesta sua profissão de “lavrador” (fls. 28).

6. A certidão de casamento, contendo a qualificação profissional como lavrador, constitui início de prova materialcontemporâneo à época dos fatos. A prova testemunhal tem o condão de ampliar o início de prova material, abrangendotodo o período necessário à concessão do benefício.

7. Ademais, entendo que deve ser abrandado o rigor processual na interpretação do conceito de documento novo quandose trata de comprovação de atividade rurícola, em função do caráter social e alimentar que reveste o beneplácito judicial,nos termos do art. 5º da Lei de Introdução ao Código Civil, segundo o qual “na aplicação da lei, o juiz atenderá aos finssociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum”.

8. É necessário ter cautela e bom senso para se analisar provas de trabalho rural, em face da prática de contratos verbaisno campo e da falta de fiscalização efetiva do cumprimento das obrigações trabalhistas. Se a prova acostada aos autos écontemporânea à data do requerimento administrativo – DER – e se refere ao período exigido pela lei, deve ser reputaválida como início de prova material, sendo mister, entretanto, que seja corroborada por prova testemunhal.

9. As provas testemunhais colhidas em audiência confirmaram o exercício de atividade rural pela recorrida pelo temponecessário ao adimplemento da carência exigida, 144 meses, consoante a tabela consignada no art. 142 da Lei nº 8.213/91.

10. Presentes os requisitos peculiares para a concessão da liminar pleiteada, que possui o requisito do “convencimento deverossimilhança” e “fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação” (CPC, art. 273), este imanente ao caráteralimentar das prestações previdenciárias.

11. Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo juízo “a quo”.12. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.13. Sem custas, nos termos da Lei. Honorários devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor dacondenação, com fulcro no art. 20, §3º, do CPC.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO,mantendo-se a sentença, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

96 - 0006060-95.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.006060-0/01) JOSE DO CARMO FAJOLI (ADVOGADO: MARIA DEFÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: RODRIGO BARBOSA DE BARROS.).Processo nº 2008.50.50.006060-0/01RECORRENTE: JOSÉ DO CARMO FAJOLIRECORRIDO: UNIÃO FEDERAL

E M E N T A

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RECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. BIS IN IDEM. INEXISTÊNCIA DE PRESCRIÇÃO. MÉRITO NO PEDIDO. RECURSO CONHECIDO EPROVIDO. SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor em face de sentença que julgou improcedente a pretensão externadana inicial desta ação, pela prescrição. O recorrente requer que seja dado provimento ao recurso inominado, condenando-seo recorrido a restituir os valores contribuídos como imposto de renda em duplicidade no período de 01/01/1989 a31/12/1995. Convocada a se manifestar sobre os documentos juntados posteriormente à interposição do recurso arequerimento deste Juízo, a União Federal, ora recorrida, alega que a apresentação destas provas violou os comandosinsertos no CPC e na Lei 9.099/95, requerendo o desentranhamento dos mesmos.A priori, insta salientar a possibilidade de acolhimento das provas exaradas dos autos às fls. 72-214. Este conjuntoprobatório foi solicitado por este Juízo em despacho de fls. 70, em virtude da impossibilidade do julgamento da matériadiscutida nos autos sem o conhecimento do mesmo. Destarte, ancorado nos arts. 130, 283 e 284 do Código de ProcessoCivil, bem como orientado pelo critério da informalidade que rege os Juizados Especiais (art. 2º da Lei 9.099/95), não háóbice à apreciação das referidas provas apresentadas, haja vista, sobretudo, o respeito ao Contraditório e à Ampla Defesa.Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a inépcia declarada pelorecorrido.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do C. Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dosJuizados Especiais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos apartir de janeiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte do autor no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995, sendo desnecessária a exibição integral da documentação comprobatória eis que aaferição do valor do bis in idem tributário poderá ser feita na fase de cumprimento da sentença e (2) que esteja aposentado.No caso dos autos os documentos colacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quaissejam: contribuições no período de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 212-213) e aposentadoria em 20/08/2007 (fl.211).Em se tratando de tributos sujeitos a lançamento por homologação, entre os quais se situa o imposto de renda, o “prazoprescricional das ações de compensação/repetição de indébito, do ponto de vista prático, deve ser contado da seguinteforma: relativamente aos pagamentos efetuados a partir da vigência da Lei Complementar 118/2005 (09.06.05), o prazopara se pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data do recolhimento indevido; e relativamente aos pagamentosanteriores, a prescrição obedece ao regime previsto no sistema anterior, limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos acontar da vigência da novel lei complementar (Precedente da Primeira Seção submetido ao rito do artigo 543-C, do CPC:RESP 1.002.932/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em 25.11.2009)” (AgRg no REsp 891.312/SP, Rel.Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 19/10/2010, DJe 04/11/2010).“O termo inicial da prescrição é o mês em que o beneficiário efetivamente passou a perceber o benefício correspondente àaposentadoria complementar, sempre posteriormente a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir dejaneiro de 1996” (AgRg no REsp 1042540/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/05/2010, DJe14/06/2010).8. Como o recorrente aposentou-se em 20/08/2007 (fl. 211) e a presente ação foi ajuizada em 10/10/2008 (fl. 01), não estáprescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.9. A apuração do indébito observará o seguinte:10. As contribuições efetuadas pela parte autora no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do item IV.2 Manual de Orientação de Procedimentospara os Cálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal,referente às ações condenatórias em geral, até o mês de abril de cada ano (referente ao ano-base anterior em que houvertido recolhimento do tributo)..11. O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído, devidamente corrigido pela Taxa SELIC, com a exclusão de outro índice decorreção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Seção, julgado em25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278), com data de início em maio de cada ano (referente ao ano-base anterior em que hajatido o recolhimento indevido do tributo).12. Após a realização do referido cálculo, havendo saldo em favor da Autora tal procedimento bem como as respectivasatualizações / correções monetárias deverão ser realizadas nos exercícios seguintes, até o completo exaurimento docrédito, de acordo com os itens 10 e 11.13. Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que o

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beneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por conseqüência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”14. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldo pode ser efetuadadiretamente nas prestações mensais do benefício. Assim, o beneficiário não pagará IR até o esgotamento do saldo a serdeduzido ou o que tiver sido pago será objeto de repetição.15. Em face do exposto, DOU PROVIMENTO AO RECURSO, para reformar a sentença e reconhecer a não incidência doimposto de renda sobre os benefícios de previdência privada até o limite do que foi recolhido exclusivamente pela parteautora (excluídos os aportes das patrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ouentre 01.01.89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, e CONDENAR A UNIÃO FEDERAL àrestituição/compensação do respectivo indébito, de acordo com a sistemática estabelecida nesta ementa e as instruçõesque se seguem16. A UNIÃO deverá efetuar, no prazo de 60 (sessenta dias), a revisão administrativa das declarações anuais do imposto derenda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido nas declarações anuais o montantereferente à previdência complementar, ciente o Autor que deverá providenciar junto à sua patrocinadora a soma dasimportâncias vertidas pelo beneficiário durante o período pleiteado judicialmente.17. Efetuada a revisão na forma do parágrafo anterior, deverá a Ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, limitada esta ao patamar de 60 (sessenta salários) mínimos (valor aferido por ocasião da propositura dademanda).18. Após a revisão das declarações anuais do imposto de renda e apuração do valor a ser requisitado, no caso de aindahaver saldo de créditos em favor do contribuinte, oficie-se à entidade de previdência privada que administra o benefício daparte autora informando o saldo do crédito, bem como determinando que exclua da base de cálculo do imposto de renda docontribuinte o saldo de crédito apurado até o seu esgotamento, cabendo à União, na forma do art. 150 do CTN, ahomologação ou revisão de cada operação.19. Custas isentas, nos termos do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/96. Sem honorários advocatícios, consoante disposição contidano art. 55 da Lei nº 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E A ELE DAR PROVIMENTO, na formada ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

97 - 0015156-24.2007.4.02.5001/01 (2007.50.01.015156-6/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: GUSTAVO DE RESENDERAPOSO.) x DEVELOPERS TEAM INFORMÁTICA LTDA-ME x INTERSUM TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO LTDA xTRUE BUILDERS TECNOLOGIA EM INFORMÁTICA LTDA x TREVIST SISTEMAS LTDA EPP (ADVOGADO: SHASACAMPOS SALES.).Processo nº. 2007.50.01.015156-6/01

Recorrente : UNIÃO FEDERALRecorrida : DEVELOPERS TEAM INFORMÁTICA LTDA-ME E OUTROS

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – RETENÇÃO DE ONZE POR CENTO SOBRE O VALOR DAS NOTAS FISCAIS - OBJETOSOCIAL DIVERSO DAS ATIVIDADES ELENCADAS PELA IN MSP/ SRP Nº 03/2005 – ISENÇÃO - RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.Trata-se de recurso inominado interposto pela ré, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente a pretensãoexternada na inicial desta ação para declarar a inexistência de relação jurídico-tributária, no que diz respeito à obrigação dereter contribuição previdenciária no importe de 11% (onze por cento) sobre o valor das notas fiscais emitidas emdecorrência da execução de contratos de prestação de serviços especializados com o BANESTES S/A. Sustenta arecorrente, em suas razões recursais, que com a modificação do art. 31 da Lei 8.212/91 pela Lei 9.711/98 foi suprimida afigura da responsabilidade solidária e prevista a retenção de 11% do valor da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços.Alega, também, que não se aplicam ao caso concreto as disposições da OS 203/99 expedida pelo INSS, tendo em vistaque a prestação de serviços estampada nos instrumentos contratuais não pode ser caracterizada como empreitada,encontrando-se tal ordem de serviço superada pela IN MPS/SRP nº 03/05. Dessa forma, requer seja reformada a sentença

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proferida pelo juízo “a quo”, julgando-se improcedente o pedido deduzido na inicial. Eventualmente, requer seja determinadaa comprovação da inocorrência de compensação dos depósitos com os recolhimentos mensais de contribuiçõesprevidenciárias.A retenção de 11% (onze por cento) a título de contribuição previdenciária, na forma do art. 31 da Lei 8.212/91, nãoconfigura nova modalidade de tributo, mas tão-somente alteração na sua forma de recolhimento, não havendo qualquerilegalidade nessa nova sistemática de arrecadação.

Contudo, no caso em apreço, ainda que sob os auspícios da IN MSP/ SRP nº 03/2005, regulamentadora da Lei 8.212/91,não se vislumbra tipicidade entre o objeto social das empresas recorridas (fls. 52/90) e as atividades elencadas no rol dosartigos 145 e 146 da aludida instrução normativa.

Os artigos 145 e 146 da IN MSP/ SRP nº 03/2005, taxativos por expressa disposição ínsita deste diploma (art. 147),sujeitam à retenção alguns serviços.

Quanto ao serviço “treinamento e ensino para a capacitação de pessoas”, item X do art. 146 da IN supracitada, como bemsalientou a magistrada prolatora da sentença, há que se distinguir treinamentos propriamente ditos e aqueles que, naverdade, traduzem apenas na linguagem cotidiana, os serviços de transferência de tecnologia para o usuário final referenteà implantação de novos softwares, que são ministrados pela empresa que os forneceu, sendo acessório destes. Ou seja, ofornecimento do software contempla também a explicação do seu funcionamento, sem a qual aquele teria pouca serventia.

Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo juízo “a quo”, devendo ser mantida pelos seus própriosfundamentos (ar. 46 da Lei 9.099/95).

Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

Sem custas, na forma da lei. Honorários devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor da condenação, comfulcro no art. 20, §3º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

98 - 0003857-63.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.003857-6/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA.) x JOEL PEREIRA DE PAULO (ADVOGADO: JOAO FELIPE DE MELOCALMON HOLLIDAY.).Processo nº 2008.50.50.003857-6/01

Embargante : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSEmbargado : JOEL PEREIRA DE PAULO

E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ– OMISSÃO - INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NOACÓRDÃO EMBARGADO – RECURSO CONHECIDO, MAS REJEITADO.

Trata-se de embargos de declaração opostos pelo INSS em face de acórdão que deu parcial provimento ao recursoinominado. Alega o embargante que a decisão seria omissa ao não considerar o fato de que a perícia judicial reconheceu aexistência de incapacidade laborativa apenas temporária.Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissões, aportar clareza ou retificareventuais contradições existentes no bojo da decisão recorrida, nada mais. In casu, pela leitura das argumentações doembargante, verifica-se que este aponta a existência de omissão na decisão proferida por este Juízo.Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamenteanalisados na decisão colegiada.Ressalte-se que os embargos de declaração não se prestam a materializar nítido questionário dirigido ao julgador, pois oprocesso, enquanto instrumento de distribuição da justiça, não tem a pretensão de viabilizar verdadeiros diálogos entre oslitigantes e as magistraturas.Embargos de declaração conhecidos, mas rejeitados, em razão da inexistência de vício a ser sanado.

A C Ó R D Ã O

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER, MAS REJEITAR OS EMBARGOS DEDECLARAÇÃO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

99 - 0000736-55.2007.4.02.5052/01 (2007.50.52.000736-2/01) JOVITA FRANCISCA SILVANO (ADVOGADO: ADENILSONVIANA NERY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DEALMEIDA.).Processo nº. 2007.50.52.000736-2/01

Recorrente : JOVITA FRANCISCA SILVANORecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO –AUXÍLIO- APOSENTADORIA POR INVALIDEZ- INCAPACIDADELABORAL VERIFICADA – PERÍCIA FAVORÁVEL – CONDIÇÕES PESSOAIS EM COTEJO COM O QUADRO CLÍNICOAPRESENTADO DÃO AMPARO À PRETENSÃO AUTORAL- RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, PROVIDO –SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela autora, ora recorrente, em face da sentença que julgou improcedente apretensão de concessão de auxílio-doença. Sustenta a recorrente, em suas razões recursais, que apresenta quadrodegenerativo no joelho esquerdo que a incapacita de forma total e definitiva para o exercício de suas atividades laborativas,notadamente se levado em consideração o seu grau de instrução. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o presenterecurso, julgando-se procedente a pretensão deduzida na inicial.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 domesmo diploma legal, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ounão em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade quelhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.Na análise pericial (fls.34/37), a parte recorrente foi examinada e diagnosticada com gonoartrose no joelho direito ehipertensão arterial que a incapacitam em definitivo para o exercício de sua atividade profissional habitual, qual seja, a detrabalhadora rural, bem como para o exercício de qualquer atividade que lhe garanta a subsistência (resposta ao quesito nº04 – fl. 35).Malgrado o parecer favorável da perícia médica, o magistrado prolator da sentença não acolheu a pretensão autoral aoargumento de que o depoimento de uma das testemunhas infundiu dúvida quanto à efetiva incapacidade da recorrente,porquanto vez ou outra esta foi vista trabalhando na propriedade da família Caminati, fazendo “bicos” na colheita domaracujá.Com a devida venia, não comungo de tal entendimento.A constatação de vínculos laborais, notadamente quando de curta duração, não pode constituir óbice a benefício decorrentede incapacidade. Obviamente a recorrente, se coagida a trabalhar, sob pena de indigência, irá exercer alguma atividade,mas isso não é argumento aceitável para excluir-se sua pretensão.A incapacidade para o trabalho é requisito que deve ser analisado à luz dos princípios basilares que norteiam a Constituiçãoda República, como o da dignidade da pessoa humana, da justiça social e da redução das desigualdades, e, igualmente,sob a ótica da proteção ao direito fundamental à saúde (CF, art. 6º).Assim, o quadro clínico apresentado pela recorrente, aliado às suas condições pessoais (socioeconômicas, profissionais eculturais), notadamente a idade avançada (65 anos) e o baixíssimo grau de instrução, rende ensejo à concessão dobenefício de aposentadoria por invalidez.Merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “a quo”.Presentes os requisitos peculiares para a antecipação tutelar, quais sejam, o “convencimento de verossimilhança” e“fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação” (CPC, art. 273), este imanente ao caráter alimentar dasprestações previdenciárias.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele dou provimento para condenar o INSS a implantar o benefício de aposentadoriapor invalidez em favor da parte recorrente, no prazo de 30 dias da intimação deste julgado, comprovando-se a implantaçãoaté o decurso final do mencionado prazo. Não são devidos atrasados a título de auxílio-doença na hipótese, tendo em vistao caráter constitutivo do presente provimento.Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o disposto no art. 55 da Lei9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado

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Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE DAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

100 - 0000326-29.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.000326-5/01) VIRGILIO MACHADO DIAS (ADVOGADO: ADMILSONTEIXEIRA DA SILVA, EMILENE ROVETTA DA SILVA, ALAN ROVETTA DA SILVA.) x INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: OLÍVIA BRAZ VIEIRA DE MELO.) x OS MESMOS.Processo nº 2009.50.51.000326-5/01

Recorrente : VIRGILIO MACHADO DIAS E INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

Recorrido : OS MESMOS

E M E N T A

RECURSOS INOMINADOS - PREVIDENCIÁRIO - AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ -EXISTÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORAL TOTAL E PERMANENTE – CONDIÇÕES PESSOAIS EM COTEJO COM OQUADRO CLÍNICO APRESENTADO DÃO AMPARO À PRETENSÃO AUTORAL – RECURSO DA PARTE AUTORACONHECIDO E, NO MÉRITO, PROVIDO – RECURSO DA PARTE RÉ CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO –SENTENÇA REFORMADA.

Insurgem-se as partes autora e ré em face da sentença que julgou parcialmente procedente a pretensão externada nainicial desta ação, que pugnava pelo restabelecimento de auxílio-doença, com sua posterior conversão em aposentadoriapor invalidez.O INSS (primeiro recorrente), em suas razões recursais de fls.131/136, alega que não deve ser condenado a pagarauxílio-doença no período de 26/09/2007 a 23/03/2009, mas sim a partir da prova pericial produzida em Juízo.Não merece prosperar tal alegação. Há elementos de prova nos autos que permitem a este magistrado inferir daincapacidade laborativa no mencionado período (fls. 37/47 e 113).O autor (segundo recorrente), de sua parte, em recurso de fls. 138/148, alega que apresenta doença cardíaca e psíquica eque, não obstante o laudo pericial do juízo tenha concluído que esta doença o incapacita parcial e definitivamente para oexercício de sua atividade habitual, pela profissão do recorrente (serrador) dificilmente irá reempregar-se no mercado detrabalho em outra atividade laborativa, notadamente em vista dos problemas psiquiátricos que lhe acometem e suascondições pessoais desfavoráveis.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a Aposentadoria por Invalidez, por força do disposto no art. 42 domesmo diploma legal, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ounão em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade quelhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.Na análise pericial do Juízo (fls. 108/109), o autor foi examinado e diagnosticado com insuficiência aórtica (com cirurgiacardíaca para troca de válvula aórtica em 23/05/2005). Entretanto, em resposta aos quesitos do Juízo de números 9, 10 e11, ficou evidenciada somente a incapacidade parcial e definitiva para o trabalho habitual do recorrente. É importante frisarque, em resposta ao quesito do INSS de nº 12 (fl. 109), elucidou o perito que o autor pode ser reabilitado para exerceroutras atividades laborativas, mas considera isto muito difícil devido a sua doença psiquiátrica.O magistrado prolator da sentença não acolheu a pretensão de aposentadoria por invalidez ao argumento de que trata ahipótese de incapacidade parcial e definitiva, razão porque o pedido não encontra amparo no ordenamento jurídico pátrio.Com a devida venia, não comungo de tal entendimento.Forte corrente jurisprudencial encampada pelo STJ tem entendido que para a concessão de aposentadoria por invalidezdevem ser considerados outros aspectos relevantes, além dos elencados no art. 42 da Lei 8.213/91, tais como a idade,condição socieconomica, profissional e cultural do segurado (STJ, AgRg no Ag 1011387/MG, Rel. Ministro Napoleão NunesMaia Filho, Quinta Turma, julgado em 23.04.2009, DJE 25.05.2009).Com efeito, seria utopia defender a reinserção da recorrente no mercado de trabalho para iniciar uma nova atividadeprofissional, posto que pelas limitações impostas pela idade (57 anos), pouca instrução escolar, histórico laboral limitado aatividades braçais no setor de rochas ornamentais (servente, operador de diastar, laminador e serrador – fls. 23/27),torna-se pouco provável, senão impossível, sua recolocação, mormente quando cotejadas suas condições pessoais com osevero quadro psiquiátrico de transtorno do Humor, para o qual as diversas internações em clínica psiquiátrica e amedicação prescrita não surtiram os efeitos desejados (fl. 113).Não se pode relegar ao esquecimento que a incapacidade para o trabalho é requisito que deve ser analisado à luz dosprincípios basilares que norteiam a Constituição da República, como o da dignidade da pessoa humana, da justiça social eda redução das desigualdades, e, igualmente, sob a ótica da proteção ao direito fundamental à saúde (CF, art. 6º).

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Acresce a isso o fato de autor percebido o benefício de auxílio-doença por mais de três anos em razão do mesmo quadroclínico (fls. 87 e 98/101), caso em que deve ser aplicado por analogia o disposto no art. 188, §2º da Lei 8.112/90, com aconversão do auxílio-doença em aposentadoria por invalidez.Merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “a quo”.Presentes os requisitos peculiares para a concessão da antecipação tutelar, quais sejam, o “convencimento deverossimilhança” e “fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação” (CPC, art. 273), este imanente ao caráteralimentar das prestações previdenciárias.Pelo exposto, conheço do recurso do autor e a ele dou provimento para condenar o INSS a converter o auxílio-doença emaposentadoria por invalidez em favor da parte recorrente, no prazo de 30 dias da intimação deste julgado, comprovando-sea implantação até o decurso final do mencionado prazo. Conheço do recurso do réu e a ele nego provimento.Sem custas, nos termos da Lei. Honorários advocatícios devidos pela Autarquia Previdenciária, fixados em 10% sobre ovalor da condenação, com fulcro no art. 20, §3º, do CPC.Sem condenação em honorários advocatícios pela parte autora,tendo em vista o disposto no art. 55 da Lei 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DE AMBOS OS RECURSOS, PARA DARPROVIMENTO AO RECURSO DO AUTOR E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO DO RÉU, na forma da ementaconstante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

101 - 0001575-49.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.001575-5/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: MARCELA REIS SILVA.) x CARLOS ALBERTO DE PAULA (ADVOGADO: MICHELA JACOMELI MARTINS,IZAIAS CORREA BARBOZA JUNIOR.).Processo nº. 2008.50.51.001575-5/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSSRecorrido : CARLOS ALBERTO DE PAULA

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO DOENÇA–INCAPACIDADE LABORAL VERIFICADA - -RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face de sentença que julgou procedente apretensão de concessão de auxílio-doença com data de início retroativo ao primeiro requerimento administrativo,17.05.2007, até a data de concessão do benefício em 21.01.2008. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que orecorrido apresentou pedido de auxílio-doença em 02.05.2007, indeferido em razão da desistência do requerente,consoante extrato de fls. 35/37. Alega que a médica dos quadros do INSS solicitou ao autor que apresentasse documentopara avaliação da incapacidade, o que não foi atendido. Dessa forma, requer seja reformada a sentença proferida peloJuízo “a quo”, julgando-se improcedente o pedido deduzido na inicial.Convém não confundir os conceitos de renúncia e desistência. Como é cediço, a desistência é ato dispositivo da parte quenão implica, de forma alguma, renúncia ao status jurídico do detentor de um direito subjetivo.Ainda que a parte recorrida “renunciasse” às prestações de auxílio-doença no aludido período perante a agênciaprevidenciária, tal ato estaria despido de legalidade ante a natureza indisponível dos alimentos.A par disso, o art. 40 da Lei nº 9.784/99 claramente direciona-se à Administração Pública, não surtindo qualquer efeito emâmbito judicial.Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, nos termos da Lei. Honorários advocatícios devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor dacondenação, com fulcro no art. 20, §3º, do CPC.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

102 - 0000071-71.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.000071-9/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: RENATA PEDRO DE MORAES SENTO-SÉ REIS.) x JOAO GERALDO SCHIFLER (ADVOGADO: ELINARAFERNANDES SOARES.).Processo nº. 2009.50.51.000071-9/01

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Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSSRecorrido : JOÃO GERALDO SCHIFLER

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO DOENÇA– FIXAÇÃO DA DIB EM DATA DIVERSA DO PEDIDO –INEXISTÊNCIA DE JULGAMENTO EXTRA-PETITA - RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face de sentença que julgou procedente apretensão de concessão de auxílio-doença e posterior conversão em aposentadoria por invalidez. Sustenta o recorrente,em suas razões recursais, que o autor requereu a concessão do benefício a contar de outubro de 2008 e não da data daindevida cessação administrativa, conforme fixou o magistrado. Alega, assim, que houve julgamento extra petita. Dessaforma, requer seja conhecido e provido o presente recurso, para que seja reformada a sentença no que toca a DIB doreferido benefício.O magistrado prolator da sentença, ao apreciar a pretensão vertida nos presentes autos, fixou a DIB do auxílio-doença em28.04.2007, data da indevida cessação administrativa, e não em 10.10.2008, como pediu o recorrido.Em que pese a dissociação do decisum com o pedido inicial, não se pode perder de vista que o recorrido, de fato, poderiaingressar com nova ação a fim de pleitear os valores não pagos a título de auxílio-doença no período compreendido entre28.04.2007 e 10.10.2008.Não é razoável, contudo, notadamente pelos elementos de prova dos autos e unidade do suporte fático, que o recorridopercorra novamente o mesmo iter procedimental, onerando a Administração Pública e sobrecarregando o Poder Judiciáriocom demandas visivelmente desnecessárias.Assim, as objeções feitas pela Autarquia Previdenciária traduzem divergências mais formais do que de substância, sendooportuno rememorar os princípios orientadores dos Juizados Especiais, em destaque o da simplicidade, informalidade,celeridade, e economia processual (art. 2º da Lei 9.099/95), que dão amparo à decisão proferida pelo Juízo “a quo”.Ademais, o STJ já decidiu que, in verbis:“Cuidando de matéria previdenciária, o pleito contido na peça inaugural deve ser analisado com certa flexibilidade. In casu,postulada na inicial a concessão de aposentadoria por invalidez ou auxílio-doença, incensurável a decisão judicial quereconhece o preenchimento dos requisitos e concede ao autor o benefício assistencial de prestação continuada. (STJ,REsp 847587/SP, Rel. Ministro Arnaldo Esteves Lima, Quinta Turma, DJE 01.12.2008)”“Não há nulidade por julgamento extra petita na sentença que, constatando o preenchimento dos requisitos legais paratanto, concede aposentadoria por invalidez ao segurado que havia requerido o pagamento de auxílio-doença. Precedentes.Recurso não conhecido. (STJ, REsp 293659/SC, Rel. Ministro Felix Fischer, Quinta Turma, DJ 19.03.2001, p. 138)”Ora, se e é lícita a concessão de benefício previdenciário diverso do pleiteado na inicial da ação, com maior razão sepermite o elastecimento do período de gozo do benefício previdenciário escorreitamente pedido.Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, nos termos da Lei. Honorários advocatícios devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor dacondenação, com fulcro no art. 20, §3º, do CPC.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

103 - 0001524-38.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.001524-0/01) JOEL PALACIO (ADVOGADO: JARDEL OLIVEIRALUCIANO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Luis Guilherme Nogueira FreireCarneiro.).Processo nº. 2008.50.51.001524-0/01

Recorrente : JOEL PALÁCIORecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO DOENÇA– APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – AUSENTEINCAPACIDADE LABORAL - CONDIÇÕES PESSOAIS EM COTEJO COM OS DEMAIS ELEMENTOS DE PROVA NÃOTEM O CONDÃO DE ALTERAR A CONCLUSÃO JURISIDICIONAL ADOTADA NA HIPÓTESE - RECURSO CONHECIDOE, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor, ora recorrente, em face de sentença que julgou improcedente apretensão de concessão de auxílio-doença e/ou aposentadoria por invalidez. Sustenta o recorrente, em suas razõesrecursais, que as doenças cardíacas crônicas de que padece o incapacitam para o trabalho rural. Alega, ainda, que já foiinternado em virtude de insuficiência coronariana, ao contrário do que afirmou o perito judicial. Dessa forma, requer seja

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reformada a sentença proferida pelo Juízo “a quo”, julgando-se procedente o pedido deduzido na inicial.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 domesmo diploma legal, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ounão em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de qualqueratividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condiçãoDesnecessária a análise da condição de segurado e do período de carência, já que constatada a capacidade do recorrente.Com efeito, na análise pericial do Juízo (fl. 183), a parte recorrente (49 anos) foi diagnosticada com doença isquêmicacrônica cardíaca, que, no entanto, não a incapacita para o ofício habitual de trabalhador rural (resposta ao quesito nº 12- fl.183).Ademais, o exame ergométrico realizado em 12.12.2008, em sintonia com a conclusão técnica do perito judicial, atesta queo autor apresentou resposta normal ao esforço físico, sendo oportuno rememorar que a doença, por si só, não garante obenefício – o evento deflagrador é a incapacidade.Por certo, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos. E, em seu art. 437, a lei processual não exige, mas, simplesmente, atribui ao juiz o poder dedeterminar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Na hipótese emapreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízo entende que omaterial probatório acostado aos autos sinaliza o desmérito da pleiteante ao pretendido benefício.Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade da recorrente, importadestacar a existência do Enunciado de nº 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária doEspírito Santo, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzidopelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há deprevalecer sobre o particular”.Descabida a realização de nova perícia médica por especialista, sob pena de se negar vigência à legislação queregulamenta a profissão de médico, que não exige especialização para o diagnóstico de doenças ou para a realização deperícias.Por derradeiro, na hipótese vertente, as condições pessoais da recorrente (idade, condição social, grau de instrução, etc),em cotejo com os demais elementos de prova dos autos, não tem o condão de alterar a conclusão jurisdicional adotadapelo magistrado.Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

104 - 0000483-93.2009.4.02.5053/01 (2009.50.53.000483-4/01) ISRAEL BORGHI (ADVOGADO: SILVANO JOSÉ ALVES,WAGNER BUFFON DAS VIRGENS.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ERIN LUÍSALEITE VIEIRA.).Processo nº. 2009.50.53.000483-4/01

Recorrente : ISRAEL BORGHIRecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – AUSENTE INCAPACIDADELABORAL - RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor, ora recorrente, em face de sentença que julgou improcedente apretensão de conversão de auxílio-doença em aposentadoria por invalidez. Sustenta o recorrente, em suas razõesrecursais, que apresenta aterosclerose generalizada, hipertensão arterial sistêmica severa e refratária, dislipidemia e outrasdoenças do aparelho circulatório, que o incapacitam em definitivo para qualquer atividade laborativa. Alega, ainda, que areabilitação profissional deve ser repelida, já que conta com 43 anos de idade e acometido por diversas moléstias. Fazconstar que será submetido a procedimento cirúrgico, que limitará ainda mais suas condições físicas.Dessa forma, requerseja reformada a sentença proferida pelo Juízo “a quo”, julgando-se procedente o pedido deduzido na inicial.A aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 da Lei 8.213/91, uma vez cumprida, quando for o caso, a

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carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz einsusceptível de reabilitação para o exercício de qualquer atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á pagaenquanto permanecer nesta condiçãoCumpridos os requisitos de carência e qualidade de segurado, a controvérsia está adstrita à incapacidade laboral.Na análise pericial do Juízo (fls. 44/49), a parte recorrente (43 anos) foi examinada e diagnosticada com diabetes mellitustipo 2, hipertensão arterial sistêmica e doença das artérias coronárias, doenças que a incapacitam temporariamente para oofício habitual de motorista (resposta ao quesito nº 4 – fl. 46).Importante mencionar que a esta conclusão técnica também chegaram os peritos da Autarquia Previdenciária. De fato, orecorrente encontra-se em gozo do auxílio-doença NB 534.191.149-1, com DIB em 05.02.2009 (fl. 07).Em que pese a severidade das condições clínicas do recorrente, a prescrição de medicação adequada tem efeitosterapêuticos, atenuando e, até mesmo, eliminando os sintomas apresentados, motivo pelo qual a aposentadoria, via deregra, deve ser a última ratio, devida somente quando tal medida acautelatória revela-se ineficaz.Assim, não vislumbro no presente momento óbice à reabilitação profissional. Ainda que o beneficiário necessite damedicação prescrita em caráter permanente, se adaptado a uma nova atividade laboral que não comprometa a estabilidadedo seu quadro clínico, pode viver condignamente, sendo oportuno rememorar que a doença, por si só, não garante obenefício – o evento deflagrador é a incapacidade.Ademais, há notícia nos autos de que o beneficiário submeteu-se a procedimento cirúrgico, caso em que se pode aventar apossibilidade de recuperação. A concessão de aposentadoria por invalidez seria efetivamente prematura.Por derradeiro, na hipótese vertente, as condições pessoais da recorrente (idade, condição social, grau de instrução, etc),em cotejo com os demais elementos de prova dos autos, não tem o condão de alterar a conclusão jurisdicional adotadapelo magistrado.Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

105 - 0000768-86.2009.4.02.5053/01 (2009.50.53.000768-9/01) NAIR BARBOZA BARBEITO (ADVOGADO: RICARDOPIROVANI DE ALMEIDA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: UBIRATAN CRUZRODRIGUES.).Processo nº. 2009.50.53.000768-9/01

Recorrente : NAIR BARBOZA BARBEITORecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO DOENÇA– AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORAL–CONDIÇÕES PESSOAIS EM COTEJO COM OS DEMAIS ELEMENTOS DE PROVA NÃO TEM O CONDÃO DEALTERAR A CONCLUSÃO JURISIDICIONAL ADOTADA - RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor, ora recorrente, em face de sentença que julgou improcedente apretensão de concessão de auxílio-doença e posterior conversão em aposentadoria por invalidez. Sustenta o recorrente,em suas razões recursais, que houve cerceamento de defesa em razão do indeferimento da petição de audiência para oesclarecimento do laudo pericial. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o presente recurso, para que seja anuladaa sentença proferida pelo Juízo “ a quo”.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 domesmo diploma legal, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ounão em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de qualqueratividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.Desnecessária a análise da condição de segurado e do período de carência, já que constatada a capacidade do recorrente.Com efeito, na análise pericial do Juízo (fls. 53/57), a parte recorrente (47 anos) foi diagnosticada com hipertensão arterialsistêmica, que, no entanto, não a incapacita para o ofício habitual de empregada doméstica. Ademais, a recorrenteencontra-se medicada, lúcida, com bons relatos verbais e boa deambulação, caso em que se supõe superado o acidente

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vascular cerebral, notadamente pelo longo período em que esteve em gozo de auxílio-doença em decorrência desseepisódio (quatro anos).Por certo, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos. E, em seu art. 437, a lei processual não exige, mas, simplesmente, atribui ao juiz o poder dedeterminar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Na hipótese emapreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízo entende que omaterial probatório acostado aos autos sinaliza o desmérito do pleiteante ao pretendido benefício.Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade da recorrente, importadestacar a existência do Enunciado de nº 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária doEspírito Santo, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzidopelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há deprevalecer sobre o particular”.Descabida a realização de nova perícia médica por especialista, sob pena de se negar vigência à legislação queregulamenta a profissão de médico, que não exige especialização para o diagnóstico de doenças ou para a realização deperícias.Por derradeiro, na hipótese vertente, as condições pessoais da recorrente (idade, condição social, grau de instrução, etc),em cotejo com os demais elementos de prova dos autos, não têm o condão de alterar a conclusão jurisdicional adotadapelo magistrado.Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

106 - 0001347-77.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.001347-6/01) ANGELITA SOUZA OLIVEIRA NOVAIS (ADVOGADO:RAFAEL ALMEIDA DE SOUZA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS.Processo nº 2008.50.50.001347-6/01

Recorrente : ANGELITA SOUZA OLIVEIRA NOVAIS

Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO DOENÇA– AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORAL–CONDIÇÕES PESSOAIS EM COTEJO COM OS DEMAIS ELEMENTOS DE PROVA NÃO TEM O CONDÃO DEALTERAR A CONCLUSÃO JURISIDICIONAL ADOTADA NA HIPÓTESE - RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO,IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela autora, ora recorrente, em face da sentença que julgou improcedente apretensão de aposentadoria por invalidez ou manutenção do benefício de auxílio-doença. Sustenta a recorrente, em suasrazões recursais, que apresenta espondilodiscopatia degenerativa lombosacra incipiente e abaulamento difuso discoinvertebral L4-L5, e que, não obstante o laudo pericial do juízo tenha concluído que esta doença não a incapacita para oexercício de suas atividades, dificilmente poderá exercer a profissão de operadora de caixa. Dessa forma, requer sejareformada a sentença proferida pelo “juízo a quo”, julgando-se procedente o pedido deduzido na inicial.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 domesmo diploma legal, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ounão em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de qualqueratividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.Desnecessária a análise da condição de segurado e do período de carência, já que constatada a capacidade do recorrente.Com efeito, na análise pericial do Juízo (fl. 81), a parte recorrente (45 anos) foi diagnosticada com protusão discal cervicalC6-C7 e protusão discal L5-S1, que, no entanto, não a incapacitam para o ofício habitual de operadora de caixa (resposta

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ao quesito nº 04 – fl. 81). Elucidou o perito que a protusão do disco intervertebral, tanto cervical quanto lombar, podeprovocar sintomas neurológicos periféricos; contudo, ao exame físico realizado na data da perícia, a recorrente apresentoureflexos normais nos membros inferiores e superiores, movimentos e marcha normais, e ausência de sinais ou sintomasque a incapacitem para suas atividades habituais.Por certo, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos. E, em seu art. 437, a lei processual não exige, mas, simplesmente, atribui ao juiz o poder dedeterminar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Na hipótese emapreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízo entende que omaterial probatório acostado aos autos sinaliza o desmérito da pleiteante ao pretendido benefício.Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade da recorrente, importadestacar a existência do Enunciado de nº 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária doEspírito Santo, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzidopelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há deprevalecer sobre o particular”.Por derradeiro, na hipótese vertente, as condições pessoais da recorrente (idade, condição social, grau de instrução, etc),em cotejo com os demais elementos de prova dos autos, não têm o condão de alterar a conclusão jurisdicional adotada.Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

107 - 0001668-31.2009.4.02.5001/01 (2009.50.01.001668-4/01) VALTERLEY STORCH (ADVOGADO: DURVAL BRAGANETO, MARCILIO ALVES TEIXEIRA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOAOCARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.).Processo nº 2009.50.01.001668-4/01

Recorrente : VALTERLEY STORCHRecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO DOENÇA– AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORAL–CONDIÇÕES PESSOAIS EM COTEJO COM OS DEMAIS ELEMENTOS DE PROVA NÃO TEM O CONDÃO DEALTERAR A CONCLUSÃO JURISIDICIONAL ADOTADA- RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor, ora recorrente, em face de sentença que julgou improcedente apretensão de concessão de auxílio-doença e posterior conversão em aposentadoria por invalidez. Sustenta o recorrente,em suas razões recursais, que o laudo pericial desconsiderou os documentos probatórios juntados na inicial, prevalecendocomo elemento absoluto de convicção do juiz. Alega, ainda, cerceamento de defesa pelo indeferimento da petição de novaperícia por médico especialista em reumatologia. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o presente recurso, paraanular a sentença proferida pelo Juízo “ a quo”.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 domesmo diploma legal, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ounão em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de qualqueratividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.Desnecessária a análise da condição de segurado e do período de carência, já que constatada a capacidade do recorrente.Com efeito, na análise pericial do Juízo (fls. 46/48), a parte recorrente (36 anos) foi diagnosticada comespondilodiscoartrose da coluna cervical, que, no entanto, não a incapacita para o ofício habitual de auxiliar de produção daChocolates Garoto (resposta ao quesito nº 7 – fl. 46). Baseou-se o laudo pericial em exame clínico, além de exames deressonância magnética da coluna cervical e lombar.Por certo, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos. E, em seu art. 437, a lei processual não exige, mas, simplesmente, atribui ao juiz o poder de

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determinar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Na hipótese emapreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízo entende que omaterial probatório acostado aos autos sinaliza o desmérito do pleiteante ao pretendido benefício.Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade da recorrente, importadestacar a existência do Enunciado de nº 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária doEspírito Santo, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzidopelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há deprevalecer sobre o particular”.Descabida a realização de nova perícia médica por especialista, sob pena de se negar vigência à legislação queregulamenta a profissão de médico, que não exige especialização para o diagnóstico de doenças ou para a realização deperícias.Por derradeiro, na hipótese vertente, as condições pessoais da recorrente (idade, condição social, grau de instrução, etc),em cotejo com os demais elementos de prova dos autos, não têm o condão de alterar a conclusão jurisdicional adotadapelo magistrado.Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

108 - 0000132-23.2009.4.02.5053/01 (2009.50.53.000132-8/01) AURINO GONÇALVES DA SILVA (ADVOGADO: JARDELCIPRIANO RAMOS.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA.).Processo nº. 2009.50.53.000132-8/01

Recorrente : AURINO GONÇALVES DA SILVARecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO DOENÇA– APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – AUSENTEINCAPACIDADE LABORAL CERCEAMENTO DE DEFESA NÃO RECONHECIDO - RECURSO CONHECIDO E, NOMÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor, ora recorrente, em face de sentença que julgou improcedente apretensão de concessão de auxílio-doença e sua conversão em aposentadoria por invalidez. Sustenta o recorrente, emsuas razões recursais, que a documentação acostada aos autos comprova que possui estrabismo e catarata em grauelevado, sendo equivocada a conclusão técnica do perito judicial. Alega ainda que é necessária a anulação da sentença afim de propiciar “ampla defesa” em seu favor. Dessa forma, requer seja reformada a sentença proferida pelo Juízo “a quo”,julgando-se procedente o pedido deduzido na inicial.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 domesmo diploma legal, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ounão em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de qualqueratividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condiçãoDesnecessária a análise da condição de segurado e do período de carência, já que constatada a capacidade do recorrente.Com efeito, na análise pericial do Juízo (fls. 55/59), a parte recorrente (40 anos) foi diagnosticada com estrabismoconvergente e catarata, que, no entanto, não a incapacitam para o ofício habitual de auxiliar técnico (resposta ao quesito nº4- fl. 56).Ademais, os laudos particulares de fls. 16 e 34, em sintonia com a conclusão técnica do perito judicial, atestam que o autorfoi submetido à cirurgia para correção do estrabismo, com resultado considerado excelente. A solicitação de afastamentorefere-se tão-somente a atividades de risco, como o trabalho com máquinas cortantes.Por certo, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos. E, em seu art. 437, a lei processual não exige, mas, simplesmente, atribui ao juiz o poder dedeterminar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Na hipótese emapreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízo entende que omaterial probatório acostado aos autos sinaliza o desmérito da pleiteante ao pretendido benefício.

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Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade da recorrente, importadestacar a existência do Enunciado de nº 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária doEspírito Santo, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzidopelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há deprevalecer sobre o particular”.Descabida a realização de nova perícia médica por especialista, sob pena de se negar vigência à legislação queregulamenta a profissão de médico, que não exige especialização para o diagnóstico de doenças ou para a realização deperícias.Por derradeiro, na hipótese vertente, as condições pessoais da recorrente (idade, condição social, grau de instrução, etc),em cotejo com os demais elementos de prova dos autos, não tem o condão de alterar a conclusão jurisdicional adotadapelo magistrado.Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

109 - 0005708-40.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.005708-0/01) MARIA ODETE MOSCHEN (ADVOGADO: MARIA DEFÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: MARCUS VINÍCIUS CHAGAS SARAIVA.).EMENTATRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA SOBRE COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. PRESCRIÇÃO. RECURSO NÃO PROVIDO.1. Recurso inominado interposto pela parte autora contra sentença que julgou improcedente pedido de repetição deparcelas recolhidas a título de imposto de renda incidente sobre complemento de aposentadoria. Sustenta o recorrente, emsíntese, que (a) o complemento de aposentadoria não configura acréscimo patrimonial, não devendo haver incidência doimposto de renda; (b) a matéria proposta é exclusivamente de direito, de modo que as contribuições exclusivamentevertidas pelo recorrente, distintas daquelas recolhidas pela recorrida, devem ser apuradas em fase de liquidação; (c) nãohaveria que se falar em prescrição no caso dos autos. Nesses termos, pugna pela reforma da decisão.2. A Lei 9250 / 95 alterou, com efeitos a partir de 01.01.1996, a sistemática de cobrança do imposto de renda incidentesobre complementação de aposentadoria paga por entidades de previdência privada. Revogou a norma de isenção previstano art. 6 - VII da Lei 7713 / 88 e impôs a incidência do tributo, na fonte, sobre o pagamento da complementação. Autorizoua dedução, porém, da base de cálculo do imposto de renda, do valor das contribuições pagas às entidades (art. 4 - V), oque antes não ocorria. Ou seja, apenas inverteu a sistemática da arrecadação: antes se tributava na própria aquisição dadisponibilidade da qual sairiam as contribuições; agora se permite o abatimento das contribuições da base de cálculo doimposto de renda mas tributa-se a própria prestação de complementação.3. Não há como afirmar a perfeita identidade entre os valores que o contribuinte verteu ao fundo privado com aqueles quedele receberá por ocasião do benefício complementar (razão pela qual não se pode afastar a conclusão de que constituemproventos para fins de imposto de renda). Os valores vertidos ao fundo pelo empregado são objeto de aplicação einvestimentos destinados a obter a melhor remuneração possível do capital – acréscimo que deve se sujeitar ao imposto derenda. Outro aspecto que inviabiliza a não incidência de imposto de renda sobre os benefícios de complementação pagosaos aposentados decorre da constatação de que, em tais casos, há parcela de contribuição da própria empresa para aformação do fundo responsável pelo pagamento das complementações, o que afasta, ao menos em sua completude, a tesede que não constitui a complementação aquisição de disponibilidade econômica ou jurídica e afasta, ainda, a tese da duplaincidência de imposto de renda sobre o mesmo fato gerador. Ainda que se admitisse a pretensão do autor, seria necessáriodistinguir, dentro dos valores que recebe a título de complementação de aposentadoria, o que corresponderia aos valoresvertidos ao fundo: (1) exclusivamente pelo trabalhador e (2) antes da Lei 9250 / 95 (pois a partir dela os valoresdesembolsados pelo trabalhador passaram a ser utilizados como abatimento no cálculo do imposto de renda).4. Poder-se-ia cogitar de solução para o contribuinte nos seguintes moldes: pleitear a restituição do imposto de rendaincidente sobre as parcelas de contribuição vertidas ao fundo na sistemática da Lei 7713 / 88 ou requerer sua compensaçãocom valores a serem recolhidos atualmente. Aliás, esse foi o entendimento afirmado pelo STJ no julgamento do recursorepetitivo 1012903, Rel. Min. Teoria Albino Zavascki. Veja-se a ementa do agravo regimental no recurso especial 1090322,Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 23.02.2010:

TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTAÇÃO DEAPOSENTADORIA. LEI 7.713/88. COBRANÇA INDEVIDA NO PERÍODO DE 1º/1/1989 A 31/12/1995. RECURSOESPECIAL REPETITIVO N. 1.012.903-RJ. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR

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HOMOLOGAÇÃO. PRESCRIÇÃO. APLICAÇÃO DA TESE DOS "CINCO MAIS CINCO". RECURSO ESPECIALREPETITIVO RESP N. 1.002.932-SP. APLICAÇÃO DO ARTIGO 543-C DO CPC. 1. Agravo regimental interposto contradecisão que deu provimento ao recurso especial, reconhecendo a não incidência de imposto de renda sobre o valor dacomplementação de aposentadoria, bem como aplicou a tese dos "cinco mais cinco", consoante metodologia legalpreconizada pela Lei 11.672/2008, que acrescentou o artigo 543-C ao CPC. 2. Hipótese em que a agravante alega que anão incidência do imposto de renda sobre o valor da complementação de aposentadoria, bem como sobre o resgate decontribuições correspondentes a recolhimentos para entidade de previdência privada ocorridos no período de 1º/1/89 a31/12/95, deve ser somente até o limite do imposto pago sobre as contribuições, conforme o entendimento do recursoespecial repetitivo 1.012.903/RJ. 3. Quanto ao ponto, assiste razão à agravante, uma vez que a não incidência do impostode renda sobre ulterior resgate ou recebimento do benefício deve ser até o limite do que foi recolhido pelo beneficiário sob aégide da Lei n. 7.713/88. 4. No que diz respeito à insurgência quanto a aplicação da tese dos "cinco mais cinco" para acontagem do prazo prescricional, o recurso especial n. 1.002.932-SP, por ser representativo da matéria em discussão, cujoentendimento encontra-se pacificado nesta Corte, foi considerado recurso repetitivo e submetido ao regime de julgamentoprevisto pelo artigo 543-C do Código de Processo Civil, regulamentado pela Resolução n. 8 do dia 7 de agosto de 2008, doSTJ. 5. O mencionado recurso, da relatoria do eminente Ministro Luiz Fux, foi submetido a julgamento pela Primeira Seçãona data de 25/11/2009, no qual o STJ ratificou orientação no sentido de que o princípio da irretroatividade impõe a aplicaçãoda LC n. 118/05 aos pagamentos indevidos realizados após a sua vigência e não às ações propostas posteriormente aoreferido diploma legal, porquanto é norma referente à extinção da obrigação e não ao aspecto processual da açãocorrespectiva. 6. Agravo regimental parcialmente provido.

5. Contudo, para que possa haver restituição, ou mesmo compensação entre o que foi recolhido na égide da Lei 7713 / 88 eo imposto devido sob a égide da Lei 9250 / 95, é preciso que as verbas das quais o contribuinte é credor não estejamalcançadas pela prescrição. Créditos prescritos não podem ser compensados com débitos atuais e exigíveis. Indaga-se:quando nasceu para o contribuinte a pretensão de exigibilidade das verbas recolhidas a título de imposto de renda sob aégide da Lei 7713 / 88? Essa pretensão somente surgiu no ordenamento a partir da Lei 9250 / 95 – o que fixaria o termoinicial do prazo prescricional do recolhimento para a entrada em vigor da citada lei, para os que se aposentaram antes desua entrada em vigor. Para os que se aposentaram depois, a partir da data da aposentadoria. Decorridos mais de dez anosdesde a edição da Lei 9250 / 95 – norma que inverteu a sistemática tributária e a partir da qual os recolhimentos anteriorespassaram a ser indevidos -, e tendo a aposentadoria do autor ocorrido antes de 01.01.1996 (fls. 38 e 72), inviável se tornaesta pretensão pelo decurso do prazo prescricional de 10 anos (ação ajuizada em 18.09.2008).6. A sentença proferida pelo juízo a quo não merece qualquer reparo, devendo ser mantida, também, por seus própriosfundamentos (Lei 9099 / 95 – art. 46).

7. Recurso não provido. Sem custas. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios fixados em R$250,00, com observância à regra do art. 12, da Lei 1060 / 50.ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO ao recurso interposto, nos termos da ementa que integra este julgado.

110 - 0007241-34.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.007241-9/01) ROSY MARY CAMPANHA BARCELOS (ADVOGADO:MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: RODRIGO BARBOSA DE BARROS.).EMENTATRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA SOBRE COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. PRESCRIÇÃO. RECURSO NÃO PROVIDO.1. Recurso inominado interposto pela parte autora contra sentença que julgou improcedente pedido de repetição deparcelas recolhidas a título de imposto de renda incidente sobre complemento de aposentadoria. Sustenta o recorrente, emsíntese, que (a) o complemento de aposentadoria não configura acréscimo patrimonial, não devendo haver incidência doimposto de renda; (b) a matéria proposta é exclusivamente de direito, de modo que as contribuições exclusivamentevertidas pelo recorrente, distintas daquelas recolhidas pela recorrida, devem ser apuradas em fase de liquidação; (c) nãohaveria que se falar em prescrição no caso dos autos. Nesses termos, pugna pela reforma da decisão.2. A Lei 9250 / 95 alterou, com efeitos a partir de 01.01.1996, a sistemática de cobrança do imposto de renda incidentesobre complementação de aposentadoria paga por entidades de previdência privada. Revogou a norma de isenção previstano art. 6 - VII da Lei 7713 / 88 e impôs a incidência do tributo, na fonte, sobre o pagamento da complementação. Autorizoua dedução, porém, da base de cálculo do imposto de renda, do valor das contribuições pagas às entidades (art. 4 - V), oque antes não ocorria. Ou seja, apenas inverteu a sistemática da arrecadação: antes se tributava na própria aquisição dadisponibilidade da qual sairiam as contribuições; agora se permite o abatimento das contribuições da base de cálculo doimposto de renda mas tributa-se a própria prestação de complementação.3. Não há como afirmar a perfeita identidade entre os valores que o contribuinte verteu ao fundo privado com aqueles quedele receberá por ocasião do benefício complementar (razão pela qual não se pode afastar a conclusão de que constituemproventos para fins de imposto de renda). Os valores vertidos ao fundo pelo empregado são objeto de aplicação einvestimentos destinados a obter a melhor remuneração possível do capital – acréscimo que deve se sujeitar ao imposto derenda. Outro aspecto que inviabiliza a não incidência de imposto de renda sobre os benefícios de complementação pagosaos aposentados decorre da constatação de que, em tais casos, há parcela de contribuição da própria empresa para aformação do fundo responsável pelo pagamento das complementações, o que afasta, ao menos em sua completude, a tesede que não constitui a complementação aquisição de disponibilidade econômica ou jurídica e afasta, ainda, a tese da duplaincidência de imposto de renda sobre o mesmo fato gerador. Ainda que se admitisse a pretensão do autor, seria necessáriodistinguir, dentro dos valores que recebe a título de complementação de aposentadoria, o que corresponderia aos valoresvertidos ao fundo: (1) exclusivamente pelo trabalhador e (2) antes da Lei 9250 / 95 (pois a partir dela os valores

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desembolsados pelo trabalhador passaram a ser utilizados como abatimento no cálculo do imposto de renda).4. Poder-se-ia cogitar de solução para o contribuinte nos seguintes moldes: pleitear a restituição do imposto de rendaincidente sobre as parcelas de contribuição vertidas ao fundo na sistemática da Lei 7713 / 88 ou requerer sua compensaçãocom valores a serem recolhidos atualmente. Aliás, esse foi o entendimento afirmado pelo STJ no julgamento do recursorepetitivo 1012903, Rel. Min. Teoria Albino Zavascki. Veja-se a ementa do agravo regimental no recurso especial 1090322,Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 23.02.2010:

TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTAÇÃO DEAPOSENTADORIA. LEI 7.713/88. COBRANÇA INDEVIDA NO PERÍODO DE 1º/1/1989 A 31/12/1995. RECURSOESPECIAL REPETITIVO N. 1.012.903-RJ. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO PORHOMOLOGAÇÃO. PRESCRIÇÃO. APLICAÇÃO DA TESE DOS "CINCO MAIS CINCO". RECURSO ESPECIALREPETITIVO RESP N. 1.002.932-SP. APLICAÇÃO DO ARTIGO 543-C DO CPC. 1. Agravo regimental interposto contradecisão que deu provimento ao recurso especial, reconhecendo a não incidência de imposto de renda sobre o valor dacomplementação de aposentadoria, bem como aplicou a tese dos "cinco mais cinco", consoante metodologia legalpreconizada pela Lei 11.672/2008, que acrescentou o artigo 543-C ao CPC. 2. Hipótese em que a agravante alega que anão incidência do imposto de renda sobre o valor da complementação de aposentadoria, bem como sobre o resgate decontribuições correspondentes a recolhimentos para entidade de previdência privada ocorridos no período de 1º/1/89 a31/12/95, deve ser somente até o limite do imposto pago sobre as contribuições, conforme o entendimento do recursoespecial repetitivo 1.012.903/RJ. 3. Quanto ao ponto, assiste razão à agravante, uma vez que a não incidência do impostode renda sobre ulterior resgate ou recebimento do benefício deve ser até o limite do que foi recolhido pelo beneficiário sob aégide da Lei n. 7.713/88. 4. No que diz respeito à insurgência quanto a aplicação da tese dos "cinco mais cinco" para acontagem do prazo prescricional, o recurso especial n. 1.002.932-SP, por ser representativo da matéria em discussão, cujoentendimento encontra-se pacificado nesta Corte, foi considerado recurso repetitivo e submetido ao regime de julgamentoprevisto pelo artigo 543-C do Código de Processo Civil, regulamentado pela Resolução n. 8 do dia 7 de agosto de 2008, doSTJ. 5. O mencionado recurso, da relatoria do eminente Ministro Luiz Fux, foi submetido a julgamento pela Primeira Seçãona data de 25/11/2009, no qual o STJ ratificou orientação no sentido de que o princípio da irretroatividade impõe a aplicaçãoda LC n. 118/05 aos pagamentos indevidos realizados após a sua vigência e não às ações propostas posteriormente aoreferido diploma legal, porquanto é norma referente à extinção da obrigação e não ao aspecto processual da açãocorrespectiva. 6. Agravo regimental parcialmente provido.

5. Contudo, para que possa haver restituição, ou mesmo compensação entre o que foi recolhido na égide da Lei 7713 / 88 eo imposto devido sob a égide da Lei 9250 / 95, é preciso que as verbas das quais o contribuinte é credor não estejamalcançadas pela prescrição. Créditos prescritos não podem ser compensados com débitos atuais e exigíveis. Indaga-se:quando nasceu para o contribuinte a pretensão de exigibilidade das verbas recolhidas a título de imposto de renda sob aégide da Lei 7713 / 88? Essa pretensão somente surgiu no ordenamento a partir da Lei 9250 / 95 – o que fixaria o termoinicial do prazo prescricional do recolhimento para a entrada em vigor da citada lei, para os que se aposentaram antes desua entrada em vigor. Para os que se aposentaram depois, a partir da data da aposentadoria. Decorridos mais de dez anosdesde a edição da Lei 9250 / 95 – norma que inverteu a sistemática tributária e a partir da qual os recolhimentos anteriorespassaram a ser indevidos -, e tendo a aposentadoria do autor ocorrido antes de 01.01.1996 (fls. 36 e 68), inviável se tornaesta pretensão pelo decurso do prazo prescricional de 10 anos (ação ajuizada em 24.11.2008).6. A sentença proferida pelo juízo a quo não merece qualquer reparo, devendo ser mantida, também, por seus própriosfundamentos (Lei 9099 / 95 – art. 46).

7. Recurso não provido. Sem custas. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios fixados em R$250,00, com observância à regra do art. 12, da Lei 1060 / 50.ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO ao recurso interposto, nos termos da ementa que integra este julgado.

111 - 0013395-55.2007.4.02.5001/02 (2007.50.01.013395-3/02) WILSON BAIOCO (ADVOGADO: ANDREIA DADALTOLIMA.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: MARCUS VINÍCIUS CHAGAS SARAIVA.).EMENTATRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA SOBRE COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. PRESCRIÇÃO. RECURSO NÃO PROVIDO.1. Recurso inominado interposto pela parte autora contra sentença que julgou improcedente pedido de repetição deparcelas recolhidas a título de imposto de renda incidente sobre complemento de aposentadoria. Sustenta o recorrente, emsíntese, que (a) o complemento de aposentadoria não configura acréscimo patrimonial, não devendo haver incidência doimposto de renda; (b) a matéria proposta é exclusivamente de direito, de modo que as contribuições exclusivamentevertidas pelo recorrente, distintas daquelas recolhidas pela recorrida, devem ser apuradas em fase de liquidação; (c) nãohaveria que se falar em prescrição no caso dos autos. Nesses termos, pugna pela reforma da decisão.2. A Lei 9250 / 95 alterou, com efeitos a partir de 01.01.1996, a sistemática de cobrança do imposto de renda incidentesobre complementação de aposentadoria paga por entidades de previdência privada. Revogou a norma de isenção previstano art. 6 - VII da Lei 7713 / 88 e impôs a incidência do tributo, na fonte, sobre o pagamento da complementação. Autorizoua dedução, porém, da base de cálculo do imposto de renda, do valor das contribuições pagas às entidades (art. 4 - V), oque antes não ocorria. Ou seja, apenas inverteu a sistemática da arrecadação: antes se tributava na própria aquisição dadisponibilidade da qual sairiam as contribuições; agora se permite o abatimento das contribuições da base de cálculo doimposto de renda mas tributa-se a própria prestação de complementação.3. Não há como afirmar a perfeita identidade entre os valores que o contribuinte verteu ao fundo privado com aqueles que

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dele receberá por ocasião do benefício complementar (razão pela qual não se pode afastar a conclusão de que constituemproventos para fins de imposto de renda). Os valores vertidos ao fundo pelo empregado são objeto de aplicação einvestimentos destinados a obter a melhor remuneração possível do capital – acréscimo que deve se sujeitar ao imposto derenda. Outro aspecto que inviabiliza a não incidência de imposto de renda sobre os benefícios de complementação pagosaos aposentados decorre da constatação de que, em tais casos, há parcela de contribuição da própria empresa para aformação do fundo responsável pelo pagamento das complementações, o que afasta, ao menos em sua completude, a tesede que não constitui a complementação aquisição de disponibilidade econômica ou jurídica e afasta, ainda, a tese da duplaincidência de imposto de renda sobre o mesmo fato gerador. Ainda que se admitisse a pretensão do autor, seria necessáriodistinguir, dentro dos valores que recebe a título de complementação de aposentadoria, o que corresponderia aos valoresvertidos ao fundo: (1) exclusivamente pelo trabalhador e (2) antes da Lei 9250 / 95 (pois a partir dela os valoresdesembolsados pelo trabalhador passaram a ser utilizados como abatimento no cálculo do imposto de renda).4. Poder-se-ia cogitar de solução para o contribuinte nos seguintes moldes: pleitear a restituição do imposto de rendaincidente sobre as parcelas de contribuição vertidas ao fundo na sistemática da Lei 7713 / 88 ou requerer sua compensaçãocom valores a serem recolhidos atualmente. Aliás, esse foi o entendimento afirmado pelo STJ no julgamento do recursorepetitivo 1012903, Rel. Min. Teoria Albino Zavascki. Veja-se a ementa do agravo regimental no recurso especial 1090322,Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 23.02.2010:

TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTAÇÃO DEAPOSENTADORIA. LEI 7.713/88. COBRANÇA INDEVIDA NO PERÍODO DE 1º/1/1989 A 31/12/1995. RECURSOESPECIAL REPETITIVO N. 1.012.903-RJ. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO PORHOMOLOGAÇÃO. PRESCRIÇÃO. APLICAÇÃO DA TESE DOS "CINCO MAIS CINCO". RECURSO ESPECIALREPETITIVO RESP N. 1.002.932-SP. APLICAÇÃO DO ARTIGO 543-C DO CPC. 1. Agravo regimental interposto contradecisão que deu provimento ao recurso especial, reconhecendo a não incidência de imposto de renda sobre o valor dacomplementação de aposentadoria, bem como aplicou a tese dos "cinco mais cinco", consoante metodologia legalpreconizada pela Lei 11.672/2008, que acrescentou o artigo 543-C ao CPC. 2. Hipótese em que a agravante alega que anão incidência do imposto de renda sobre o valor da complementação de aposentadoria, bem como sobre o resgate decontribuições correspondentes a recolhimentos para entidade de previdência privada ocorridos no período de 1º/1/89 a31/12/95, deve ser somente até o limite do imposto pago sobre as contribuições, conforme o entendimento do recursoespecial repetitivo 1.012.903/RJ. 3. Quanto ao ponto, assiste razão à agravante, uma vez que a não incidência do impostode renda sobre ulterior resgate ou recebimento do benefício deve ser até o limite do que foi recolhido pelo beneficiário sob aégide da Lei n. 7.713/88. 4. No que diz respeito à insurgência quanto a aplicação da tese dos "cinco mais cinco" para acontagem do prazo prescricional, o recurso especial n. 1.002.932-SP, por ser representativo da matéria em discussão, cujoentendimento encontra-se pacificado nesta Corte, foi considerado recurso repetitivo e submetido ao regime de julgamentoprevisto pelo artigo 543-C do Código de Processo Civil, regulamentado pela Resolução n. 8 do dia 7 de agosto de 2008, doSTJ. 5. O mencionado recurso, da relatoria do eminente Ministro Luiz Fux, foi submetido a julgamento pela Primeira Seçãona data de 25/11/2009, no qual o STJ ratificou orientação no sentido de que o princípio da irretroatividade impõe a aplicaçãoda LC n. 118/05 aos pagamentos indevidos realizados após a sua vigência e não às ações propostas posteriormente aoreferido diploma legal, porquanto é norma referente à extinção da obrigação e não ao aspecto processual da açãocorrespectiva. 6. Agravo regimental parcialmente provido.

5. Contudo, para que possa haver restituição, ou mesmo compensação entre o que foi recolhido na égide da Lei 7713 / 88 eo imposto devido sob a égide da Lei 9250 / 95, é preciso que as verbas das quais o contribuinte é credor não estejamalcançadas pela prescrição. Créditos prescritos não podem ser compensados com débitos atuais e exigíveis. Indaga-se:quando nasceu para o contribuinte a pretensão de exigibilidade das verbas recolhidas a título de imposto de renda sob aégide da Lei 7713 / 88? Essa pretensão somente surgiu no ordenamento a partir da Lei 9250 / 95 – o que fixaria o termoinicial do prazo prescricional do recolhimento para a entrada em vigor da citada lei, para os que se aposentaram antes desua entrada em vigor. Para os que se aposentaram depois, a partir da data da aposentadoria. Decorridos mais de dez anosdesde a edição da Lei 9250 / 95 – norma que inverteu a sistemática tributária e a partir da qual os recolhimentos anteriorespassaram a ser indevidos -, e tendo a aposentadoria do autor ocorrido em 02.05.1995 (fl. 23), inviável se torna estapretensão pelo decurso do prazo prescricional.6. A sentença proferida pelo juízo a quo não merece qualquer reparo, devendo ser mantida, também, por seus própriosfundamentos (Lei 9099 / 95 – art. 46).

7. Recurso não provido. Sem custas. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios fixados em R$250,00, com observância à regra do art. 12, da Lei 1060 / 50.ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO ao recurso interposto, nos termos da ementa que integra este julgado.

Dar parcial provimentoTotal 12 : Dar provimentoTotal 23 : Dar provimento ao rec. do autor e negar o do réuTotal 1 : Dar provimento ao rec. do réu e negar o do autorTotal 1 : Extinguir o processo com resolução de méritoTotal 1 : Não conhecer o recursoTotal 4 : Negar provimentoTotal 66 :

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Rejeitar os embargosTotal 3 :