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1º ´CAPÍTULO REVOLUÇÃO FRANCESA A Revolução Francesa é um dos capítulos da História mais discutidos sob o ponto de vista IDEOLÓGICO E SOCIAL. O que torna a Revolução Francesa tão especial, a ponto de torná-la um marco na divisão historiográfica, o final da Modernidade e o início da Contemporaneidade? Na sociedade de hoje, princípios como liberdade e igualdade são pilares contra a irracionalidade, extremismos e revanchismos e xenofobismo. Fatos e documentos produzidos durante a Revolução influenciaram movimentos em todo o mundo. A FRANÇA PRÉ-REVOLUCIONÁRIA: SOCIEDADE O início do processo revolucionário francês, inicia-se a partir de 1789 Observe a caricatura abaixo:

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1º ´CAPÍTULO REVOLUÇÃO FRANCESAA Revolução Francesa é um dos capítulos da História mais discutidos sob o ponto de vista IDEOLÓGICO E SOCIAL.

O que torna a Revolução Francesa tão especial, a ponto de torná-la um marco na divisão historiográfica, o final da Modernidade e o início da Contemporaneidade?Na sociedade de hoje, princípios como liberdade e igualdade são pilares contra a irracionalidade, extremismos e revanchismos e xenofobismo. Fatos e documentos produzidos durante a Revolução influenciaram movimentos em todo o mundo.A FRANÇA PRÉ-REVOLUCIONÁRIA: SOCIEDADEO início do processo revolucionário francês, inicia-se a partir de 1789Observe a caricatura abaixo:

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A caricatura é datada de 1789, nela se vê um homem carregando outros dois, esta imagem é típica de uma sociedade do Antigo Regime, período de transição feudo-capitalista.Observamos uma divisão social em três ordens ou estados. Assim era a França,pela força da lei e dos costumes, dividida em três ordens: CLERO, NOBREZA E O POVO.Esta divisão social era baseada em princípios religiosos. Segundo a igreja Deus dividiu os homens em três categorias diferentes mais solidárias:PRIMEIRO ESTADO – O CLERO que era isento de impostos. O clero era dividido em alto e baixo.Alto clero – Bispos, arcebispos e abades tinha sua origem social na nobreza.

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Baixo clero – padres, vigários e frades tinham sua origem social nas camadas inferiores da sociedade.O baixo Clero estava agrupado no terceiro Estado.

SEGUNDO ESTADO A NOBREZA – Havia uma hierarquia de nascimento e de função.• Nobreza de Espada, de sangue, cortesã ou palaciana, eram os nascidos nobres, detentores de títulos nobiliárquicos e de terra, ocupando funções palacianas. • Nobre provincial, eram os senhores feudais e que exerciam funções administrativas locais ou regionais.•Nobreza de toga, eram aqueles que, tinham riqueza e propriedade (burguesia) e adquiriam títulos de nobreza.

TERCEIRO ESTADO – composto pelo restante da população, eram os únicos que pagavam impostos. ( burguesia, camponeses, sans-culottes, servos, trabalhadores)

A FRANÇA PRÉ-REVOLUCIONÁRIA: POLÍTICAA França no século XVIII, era uma monarquia absolutista.O governante era severo, disciplinado, tinha o poder de: legislar, executar e julgar.O rei detinha todo o poder, mas na prática o rei estava nas mãos das forças

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Sociais que os sustentava-os.A França possuía um sistema tributário precário, os meios de comunicações eram lentos ultrapassados, a política não era organizada.

O rei era um manipulador.Havia uma oposição ao absolutismo, onde eles defendem, a legitimidade do poder por meio da participação popular, defendiam a liberdade individual; igualdade jurídica; divisão dos poderes, o Estado liberal e a defesa dos direitos naturais do homem, como a vida, a liberdade, a igualdade e a propriedade.

FRANÇA PRÉ-REVOLUCIONÁRIO: ECONOMIAA França economicamente estava atrasada em relação a Inglaterra sua rival.A Inglaterra já iniciava sua industrialização enquanto a França tinha uma economia agrária.O déficit público era elevado, sendo considerado uma das causas da Revolução.A prática Mercantilista adotada, pela Monarquia Absolutista, caracterizaram-se pelo:• Intervencionismo estatal na economia que concedia privilégios, cobrava impostos. Essas práticas eram comum na França o que impedia o acumulo de capital. A burguesia queria ampliar e acumular capital sem a intervenção do Estado na economia.

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A França embora frágil economicamente, ela mantinha um certo status.No governo de Luís XVI, a França parecia calma, feliz e abundante.Dentro da divisão social o terceiro estado estava imobilizado.

Os gastos dos reis cresciam, devido a gastos militares e para sustentar o primeiro e o segundo estado. De 1756 a 1763 a França travou guerra com a Inglaterra Guerra dos sete anos, a França foi derrotada onde ela perdeu os territórios do Canadá e Índia, esta guerra custou para França 2 bilhões de libras, onde eles recebiam aproximadamente 500 milhões de libras. Em 1786 a França fez uma acordo comercial com a Inglaterra que veio prejudicar o comércio francês. Esse acordo provocou: prejuízo, desemprego e salários reduzidos. Em 1787 foi autorizado a livre exportação de grãos o que causou prejuízo pra os camponeses. O salário médio de um trabalhador era 18 soldos diários o que dificultava sua sobrevivência.Todos os ministros das finanças de Luís XVI tentaram resolver os problemas econômicos da França. Turgot – tentou impor um imposto fundiário sobre todas as propriedades, acabou demitido em 1776.

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Necker – recorreu a impostos, foi demitido pela Rainha Maria Antonieta por divulgar as despesas da corte. Isso custava a impopularidade da Rainha.

Alexandre de Calonne – propôs que todos os Estados 1º , 2º e 3º , mais as provinciais pagassem impostos. Calonne, também sugeriu ao rei que convocasse a Assembléia dos Notáveis para convencer a aristocracia da necessidade da tributação. Esta Assembléia aconteceu mas não foi votada. Calonne também foi demitido. Em 1787, foi nomeado o Arcebispo Toulouse Brienne, como Ministro das Finanças que retoma o projeto do Imposto a todos, que foi rejeitado pelos notáveis.Fome, desemprego e a miséria na escola levou a população a se opor ao governo. ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTEO Rei tinha medo, desta Assembléia pelo motivo: Levar a França a um regime constitucional, portanto limitar seu poder.Esta assembléia foi o sinal para que a população se rebelasse, contra o Rei.Em 14/07/1789, a população tomou a Bastilha. A Bastilha era uma prisão francesa, símbolo da época áurea do absolutismo, a Bastilha era uma fortaleza que eles acreditavam que nunca seria derrubada.

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A queda da Bastilha marca o início da Revolução.A Assembléia Constituinte destaca duas posições políticas:1. A maioria dos deputados eram a favor da Monarquia

Constitucional.

2. O líder Robespierre defendia: República, Igualdade e a Democracia.Os acontecimentos espalharam-se por toda a França, assim camponeses passaram a saquear castelos e terras da nobreza, cartórios eram incendiados destruindo documentos, registros etc.Membros da Nobreza e do Clero estavam com medo, de perder seus poderes.A Assembléia foi aprovada em 04/08/1789 onde:• aboliu os privilégios feudais;• fim do direito de caça para os nobres;• isenção de impostos.Ficou estabelecido que a nobreza cobrasse uma indenização aos camponeses pelo tempo que eles permaneceram em suas terras.Em 26/08/1789 – foi aprovada a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.Segundo o historiador Eric Hobsbawm, dizia que: Este documento era um manifesto contra a sociedade hierárquica de privilégios dos nobres, mas não um manifesto em favor de uma sociedade igualitária.Esta declaração rompia com o modelo de sociedade estamental, assim todos são iguais perante as leis. Mas esta Declaração não eliminou as desigualdades sociais.

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A resistência do rei em aprovar os documentos elaborados pela Assembléia, provocou manifestações por parte da população.Em 15/10/1789 o povo caminhou até Paris para protestar contra o preço do pão, guardas parisienses aderiram ao manifesto, e o Rei aprovou os decretos.

Economicamente – os trabalhadores enfatizaram a liberdade de produção e de comercialização, abolindo o monopólio ou seja aboliram as medidas mercantilista.Em julho de 1791, foi aprovado a Lei Le Chapelier, que proibia a existência de toda associação, aboliu as corporações de ofício. Antes de concluir os textos constitucionais, em junho de 1791, o Rei fugiu de Paris, seu objetivo era contar com o apoio de outras monarquias que estavam assustadas com a situação revolucionária da França.A família Real retorna a Paris como prisioneiros. Os deputados precisavam do Rei para ratificarem a Constituição.A Igreja, também sofreu, várias medidas atingiram os interesses da Igreja.A Assembléia em 02/11/1789, decretou o fim dos dízimos e o confisco das terras colocando a venda para extinguir as dividas do Estado. Em 12/07/1790 foi aprovado a Constituição Civil do Clero que transformou o clero em funcionários públicos eleitos pelo povo e pagos pelo governo.O Papa Pio VI, condenava toda a obra realizada pela Assembléia Constituinte.A Constituição francesa instituiu:• Monarquia Constitucional – baseada na sabedoria popular.

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• Separação dos três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário.• Igualdade dos cidadãos perante os impostos e a descentralização administrativa.• Voto censitário - Mulher não vota.

Na Justiça – os juízes seriam eleitos em todos os níveis.Aboliram as torturas, a marcação de ferro.A guilhotina persistiu.Esta Constituição não poderia ser mudada por 10 anos, ela atendia os interessesda burguesia que estava no comando político da Assembléia Legislativa.ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA – empossada em outubro de 1791 até setembro de 1792, a explicação para este curto período explica-se devido os desdobramentos internos e externos à Revolução.Internamente – a França vivia um período de instabilidade. A economia conseguia estabilizar-se, gêneros de primeiras necessidades que estavam faltando e eram caras. Os salários eram baixos, elevado índices de desemprego.A fome, a carestia, carência de produtos desorganização da produção.A Revolução não conseguia salvar a França.Politicamente o rei agora um Monarca Constitucional, não era confiável.A oposição ao Rei e a Monarquia era grande e as propostas Republicanas já eram ouvidas.

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Havia aqueles que defendiam a Monarquia Constitucional e ParlamentarOs Republicanos estavam divididos em:Girondinos – representavam os interesses da burguesia que estava preocupado em assegurar o direito à propriedade privada e estavam amedrontados com a participação popular.

Os girondinos eram republicanos mas não democratas.Jacobinos – representados pela camada média com idéias radicais onde destacam-se: Robespierre, Marat, Saint-Just e Danton, defendiam um governo forte, centralizador, subordinando as instituições e as liberdades. Eles pretendiam radicalizar a Revolução com reformas econômicas. A Revolução Francesa ultrapassou as fronteiras e outros países iniciaram sua revolução Holanda, Bélgica e Suíça.Os países que eram contra a revolução,planejavam a invasão da França. Luís XVI estava envolvido nestas invasões.Os partidos políticos reagiram e destituíram o rei de suas funções e foram aprisionados com sua família.Em 22/09/1792, foi proclamada a República na França.A CONVENÇÃO NACIONAL – Nova fase da revolução que durou de 22/09/1792 a 26/07/1794.A Convenção Nacional ficou encarregada de elaborar uma Nova Constituição que foi aprovada em 1793 durante o governo dos Jacobinos.

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A primeira república foi exercida pelos Girondinos, durante esta República houve o julgamento de Luís XVI, os Girondinos temiam a condenação do Rei.Luís XVI foi condenado e executado na guilhotina.

Os girondinos temerosos do avanço das forças populares, não adotaram medidas para combater o desemprego, a fome, o elevado custo de vida.A república dos Jacobinos durou um ano. Durante este período foi aprovada uma nova constituição que estabelecia a República e o voto Universal.O radicalismo revolucionário foi marcante durante este período, onde foi criado o Comitê de Salvação Pública.DIRETÓRIO – Uma nova constituição foi elabora. Nesse período temos o encerramento da revolução com o golpe de 18 Brumário, golpe de estado de Napoleão Bonaparte.