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GUIA INFORMATIVO PEC DAS DOMÉSTICAS Emenda Constitucional nº 72, de 2 de abril de 2013. Altera a redação do parágrafo único do art. 7º da Constituição Federal para estabelecer a igualdade de direitos trabalhistas entre os trabalhadores domésticos e os demais trabalhadores urbanos e rurais. O Congresso Nacional promulgou no dia 02.04.2013, A Emenda Constitucional foi publicada nesta quarta feira, dia 03 de abril de 2013, no Diário Oficial da União. 1

2013.04.04 Mr.RH Guia Informativo PEC Domesticos2 · “Proteção e Legalização do Empregador(a) ... que iguala os direitos dos trabalhadores domésticos aos dos demais trabalhadores

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GUIA INFORMATIVO PEC DAS DOMÉSTICAS

Emenda Constitucional nº 72, de 2 de abril de 2013.

Altera a redação do parágrafo único do art. 7º da Constituição Federal para

estabelecer a igualdade de direitos trabalhistas entre os trabalhadores domésticos

e os demais trabalhadores urbanos e rurais.

O Congresso Nacional promulgou no dia 02.04.2013,

A Emenda Constitucional foi publicada nesta quarta feira, dia 03 de abril de 2013, no

Diário Oficial da União.

1

Índice Itens Assuntos Fls. 01 Apresentação 04

02 Plano denominado “Proteção e Legalização do Empregador(a) Doméstico(a)” 05

03 Introdução - Emenda Constitucional nº 72, de 2 de abril de 2013. 06

04 Da Publicação 06

4.1 Direitos previstos e já aprovados –PEC das Domesticas 06

05 Quem pode ser considerado empregado(a) domestico(a)? 07

5.1 Como distinguir um trabalho doméstico de outro trabalho? 07

5.2 Quais atividades que podem integrar o trabalho doméstico? 07

5.3 Exemplos de atividades que integram a categoria dos Empregados Domésticos 07

06 Redação dada a Emenda Constitucional 72/13 08

6.1 Emenda Constitucional No-72 08

6.2 Como o Texto era antes - Texto constitucional antigo que foi alterado pela “PEC das Domésticas” 08

07 Como ficou? Onde este parágrafo vai ser introduzido na Constituição da Republica Federativa do Brasil? 09

7.1 Esta é a nova redação dada ao texto 09

08 Como ficou o texto constitucional após redação dada ao novo parágrafo único do artigo 7° 10

Examinamos à Constituição 10

Constituição da Republica Federativa do Brasil – Artigo 7° 10

09 Novos direitos começam a valer quando? 12

9.1 Direitos do(a) Empregado(a) Doméstico(a) antes da Emenda Constitucional 72 12

9.2 Relembrando o que foi conquistado com a Emenda Constitucional 72/2013 13

10 Como Empregador Domestico o que devo fazer de imediato? 14

10.1 Sugerimos as seguintes providências para o Empregador Doméstico 15

11 Perguntas e Respostas 16

11.1 As principais dúvidas dos Empregadores sobre o tema 16

11.2 Outras Perguntas 20

12 Fontes pesquisadas 24

Perguntas e Respostas

As principais dúvidas dos Empregadores sobre o tema

N° Perguntas Fls.

01 Qual a punição para quem não cumprir a PEC após a promulgação? 16

02 Quais são os direitos que devem ser cumpridos de imediato, e que já estão em vigor? 16

03 Quais são os novos direitos previstos na Emenda Constitucional, que precisarão de regulamentação para passar a valer?

17

04 Quais são os direitos que os domésticos já tinham mesmo antes da PEC? 17

05 Como será feito o controle da jornada de trabalho? 17

06 Quais direitos terão os empregados que já trabalham há muitos anos em uma residência e forem mandados embora?

17

07 Qual procedimento a ser adotado no caso dos domésticos que trabalham menos que 8 horas diárias e menos que 44 horas semanais.

18

08 Há um máximo de horas extras permitido por lei ao dia? 18

2

N° Perguntas Fls.

09 Muda algo em relação a folgas semanais? Como é o período de descanso? 18

10 Quanto ao pagamento do FGTS será obrigatório de imediato? De quanto é o recolhimento? 18

11 O pagamento obrigatório de FGTS será retroativo à data de admissão? Ou à data do inicio da vigência da PEC?

18

12 Pode-se trocar uma folga por semana por duas e adicionar às 4 horas da jornada aos 5 dias trabalhados, cumprindo-se aproximadamente 8 horas e 40 minutos ao dia?

18

13 No período noturno, como fica o intervalo para refeição se o contratado começa a trabalhar a partir das 22h?

19

14 Como será o pagamento de adicional noturno? 19

15 Como se calcula o valor do adicional noturno? Há diferença no cálculo de hora extra e adicional noturno nos finais de semana ou feriados?

19

16 Quais as recomendações para estar legalizado e gerar transparência nas relações de trabalho com o empregado domestico?

19

17 Como Empregador Domestico devo me preocupar neste momento com os demais benefícios? Como auxilio creche? Seguro desemprego? Indenização em caso de despedida sem justa causa?

19

18 Quanto vai custar a mais para O EMPREGADOR DOMESTICO? 20

19 Os domésticos já têm direito ao seguro desemprego atualmente, mesmo antes da PEC? 20

20 Quanto às DIARISTAS, foram contempladas com algum direito novo? 20

21 Como se estabelecerá o salário de uma diarista? 20

Outras Perguntas.

N° Pergunta Fls.

22 Tenho um motorista e uma faxineira, ambos trabalham 44 horas semanais. O salário do motorista é mais alto, pois, como as funções são diferentes, uma requer habilitação e responsabilidade diferente da outra, que, por sua vez, tem outras qualificações para o cargo. É legal, neste caso, pagar salários diferentes?

20

23 É possível dar ao funcionário duas horas de intervalo para refeição? Nesse período, ele pode permanecer dentro da residência ou tem que sair?

21

24 Como fica o caso da doméstica que dorme no trabalho? O período em que ela está dormindo conta como adicional noturno?

21

25 Podem ser descontados os 6% relativos ao vale-transporte? 21

26 Como ficará o trabalho de caseiro que reside na chácara? O patrão pode exigir que o funcionário abra uma microempresa de prestação de serviços? A moradia pode ser cobrada?

21

27 Cuidadoras de idosos deverão seguir as mesmas regras? 21

28 Sou cozinheira, cuido da cozinha, compras, feira etc.-- e durmo no trabalho (chego na segunda-feira e vou embora no sábado). Levanto às 6h e geralmente termino o serviço da cozinha às 23h. Fui contratada para café da manhã e jantar, mas faço almoço para mim e para a doméstica que faz o serviço da casa. Às vezes também cozinho para a filha do patrão. Fico à disposição dos patrões por cerca de 17 horas por dia. Tenho direito a hora extra? Como fica o meu caso?

21

29 Tenho uma empregada com registro em carteira para trabalhar 12 horas diárias, seis dias por semana, com salário de R$ 1.500. Pela nova legislação, poderia reduzir o trabalho para 44 horas semanais, reduzindo o salário proporcionalmente para R$ 917,40? Nesse caso, qualquer trabalho a mais seria considerado hora extra.

22

30 Quem já paga valor bem acima do salário mínimo registrado em carteira poderá fazer alguma espécie de ajuste desse valor para baixo e transformar parte do salário atual em hora extra?

22

31 Uma babá que dorme no local do emprego e atende a criança durante a noite deverá receber hora extra? E se a mãe cuidar da criança à noite?

22

3

32 Tenho duas cuidadoras de idosos trabalhando em minha casa, cuidando de minha mãe. Cada uma delas trabalha uma semana e folga na outra semana. Elas dormem na minha casa, no mesmo quarto que minha mãe e, muitas vezes, têm que acordar para atender minha mãe que é doente. Ou seja, podem passar a noite inteira dormindo ou acordadas, o que raramente acontece. Porém, apesar de estarem dormindo, se minha mãe acorda e necessita de cuidados, elas estarão à disposição dela. Como fica esta situação? Tenho que pagar hora extra e adicional noturno?

22

33 Se uma empregada doméstica trabalha 3 dias semanais, ou seja, 24 horas por semana, com a carteira assinada com o salário mínimo, ela terá direito ao FGTS e férias de 30 dias e outros direitos de um empregado com 44 horas semanais?

22

34 É possível que o trabalhador cumpra uma jornada mista, parte diurna e parte noturna? 22

35 Um empregador que paga R$ 1.800 por mês, mas só registra na carteira R$ 1.200, pode considerar a diferença como pagamento de hora extra?

23

36 O empregador pode descontar do salário um valor referente à moradia e à alimentação quando o empregado mora no emprego?

23

37 Uniforme, vale-transporte, assistência médica e seguro de vida e de acidente pessoal contam como salário?

23

38 Se uma empregada for demitida, ela pode ser recontratada depois por um salário menor? Há prazo de carência para a recontratação?

23

39 O que é considerado justa causa para demissão? "Ineficiência" pode ser considerada para a justa causa? 23

40 O que é considerado justa causa para demissão? "Ineficiência" pode ser considerada para a justa causa? 23

41 Hoje pago a parte do INSS da minha doméstica, por opção minha. Posso passar a descontar dela o valor, uma vez que pagarei obrigatoriamente os 8% do FGTS?

23

01. Apresentação A Mr.RH, é uma empresa moderna, dinâmica, que propõe soluções adequadas e objetivas

com uso de procedimentos corretos, para o cumprimento das exigências legais da rotina

trabalhista, proporcionando serviços de alta qualidade e com exatidão.

Atuamos no mercado de processamento de dados decorrentes de rotinas trabalhistas,

entre outros, com uso de tecnologia avançada e elevado padrão técnico operacional.

Nosso objetivo é a satisfação do cliente, através da excelência do bom atendimento, com

qualidade.

Este GUIA INFORMATIVO é resultado de uma coletânea de informações vinculadas na

mídia sobre o tema e tem apenas o objetivo de esclarecimento para o leitor interessado.

4

02. Plano denominado “Proteção e Legalização do Empregador(a) Doméstico(a)” Refere-se ao conjunto de serviços a serem prestados pela Mr.RH, focados na PROTEÇÃO

E LEGALIZAÇÃO DO EMPREGADOR(A) DOMÉSTICO(A). Em síntese oferecemos serviços de

apoio na administração das rotinas trabalhistas de seu(s) empregados(as) domésticos(as),

na forma da lei, de acordo com um dos planos de serviços escolhido para atender a sua

necessidade.

Nosso trabalho preventivo e de inclusão social se opõe à informalidade da relação de

trabalho que expõe tanto o(a) empregador(a) como o(a) empregado(a) a sérios riscos e

transtornos desnecessários, como o de uma eventual reclamação trabalhista ou ainda um

fato mais grave.

03. Introdução Emenda Constitucional nº 72, de 2 de abril de 2013. O Congresso Nacional promulgou no dia 02 de abril de 2013, a proposta de emenda à

Constituição conhecida como PEC das Domésticas, que iguala os direitos dos

trabalhadores domésticos aos dos demais trabalhadores urbanos e rurais.

Para dezenas de senadores que discursaram no Plenário durante a votação da PEC

66/2012, na última terça (26 de abril de 2013), que terminou com 66 votos a favor e

nenhum contra, a Emenda Constitucional é um momento histórico que determina o fim

de um resquício escravagista.

Segundo os Congressistas, a aprovação desta PEC vem quitar uma antiga dívida social

que o país tinha com mais de 7,7 milhões de trabalhadores e trabalhadoras, retirando-os

das relações regidas pela servidão.

5

04. Da Publicação. A Emenda Constitucional foi publicada nesta quarta feira, dia 03 de abril de 2013, no

Diário Oficial da União, e em decorrência, 09 (nove) direitos entrarão em vigor a partir da

publicação da lei, os outros direitos, vigência somente a partir da regulamentação, que

deverá ocorrer nos próximos meses.

4.1 Direitos Previstos e já aprovados –PEC das Domésticas

01 Indenização em caso de despedida sem justa causa; Dependente de Regulamentação

02 Seguro Desemprego; Dependente de Regulamentação

03 FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço; Dependente de Regulamentação

04 Garantia de Salário Mínimo, para quem recebe remuneração variável; Vigência imediata

05 Adicional Noturno; Dependente de Regulamentação

06 Proteção do Salário, sendo crime a retenção dolosa de salário; Vigência imediata

07 Salário Família; Dependente de Regulamentação

08 Jornada de trabalho de 8 horas diárias e 44 semanais; Vigência imediata

09 Hora Extra; Vigência imediata

10 Observância de normas de higiene, saúde e segurança do trabalho; Vigência imediata

11 Auxilio creche e pré-escola para filhos e dependentes menores de 5 anos Dependente de Regulamentação

12 Reconhecimento dos acordos e convenções coletivas; Vigência imediata

13 Seguro contra acidente do trabalho, Dependente de Regulamentação

14 Proibição de discriminação de salário, de função e de critério de admissão; Vigência imediata

15 Proibição de discriminação em relação à pessoa com deficiência; Vigência imediata

16 Proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre, para menores de 16 anos

Vigência imediata

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05. Quem pode ser considerado empregado(a) domestico(a)? Por definição legal, considera-se empregado(a) doméstico(a) aquele(a) maior de 16 anos que presta serviços de natureza contínua (frequente, constante) e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas.

5.1 Como distinguir um trabalho doméstico de outro trabalho? O fundamental elemento diferenciador do emprego doméstico é o caráter não econômico da atividade (não possuir finalidade lucrativa), e ser exercida no âmbito residencial do(a) empregador(a). O empregado doméstico é contratado para trabalhar para uma pessoa física ou família, em um ambiente residencial e familiar.

5.2 Quais atividades que podem integrar o trabalho doméstico? A lista de atividades que podem integrar a categoria é muito grande de acordo com o CBO - Código Brasileiro de Ocupações, apenas para conhecimento destacamos as seguintes atividades:

5.3. Exemplo de atividades que integram a categoria dos Empregados Domésticos.

� Acompanhante de Idoso � Arrumadeira

� Babá � Caseiro

� Caseiro de Chácara * � Caseiro de Sitio *

� Cozinheira(o) � Cuidador de Criança

� Dama de Companhia � Enfermeira(o)

� Empregada Doméstica � Faxineira(o)

� Garçom * � Governanta

� Jardineiro � Lavadeira

� Mordomo � Motorista Particular

� Passadeira de Roupas � Vigia

� Piloto Particular � Assistente Assuntos Domésticos (*) quando a chácara, estância ou sítio ou local onde exerce a sua atividade não possui finalidade lucrativa.

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06.Redação dada a Emenda Constitucional 72/13. 6.1 Como o Texto era antes Texto constitucional antigo que foi alterado pela “PEC das Domésticas”

Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VIII, XV, XVII, XVIII, XIX, XXI e XXIV, bem como a sua integração à previdência social.

06.2 Reproduzimos abaixo o texto publicado no Diário Oficial da União, no dia 03 de abril de 2013.

Emenda Constitucional No-72

Altera a redação do parágrafo único do art. 7º da Constituição Federal para estabelecer a

igualdade de direitos trabalhistas entre os trabalhadores domésticos e os demais

trabalhadores urbanos e rurais.

As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, nos termos do § 3º do art. 60

da Constituição Federal, promulgam a seguinte Emenda ao texto constitucional:

Artigo único. O parágrafo único do art. 7º da Constituição Federal passa a vigorar com a

seguinte redação:

8

"Art. 7º .................................................................................................................................. Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência social." (NR) Brasília, em 2 de abril de 2013.

Mesa da Câmara dos Deputados Mesa do Senado Federal Deputado HENRIQUE EDUARDO ALVES Senador RENAN CALHEIROS Presidente Presidente Deputado ANDRÉ VARGAS Senador JORGE VIANA 1º Vice-Presidente 1º Vice-Presidente Deputado FÁBIO FARIA Senador ROMERO JUCÁ 2º Vice-Presidente 2º Vice-Presidente Deputado SIMÃO SESSIM Senador FLEXA RIBEIRO 2º Secretário 1º Secretário Deputado MAURÍCIO QUINTELLA LESSA Senadora ANGELA PORTELA 3º Secretário 2ª Secretária Deputado ANTONIO CARLOS BIFFI Senador CIRO NOGUEIRA 4º Secretário 3º Secretário Senador JOÃO VICENTE CLAUDINO 4º Secretário

07. Como ficou? Onde este parágrafo vai ser introduzido na Constituição? Esta é a nova redação dada ao Texto Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos

previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI,

XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a

simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e acessórias,

decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III,

IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência social." (NR)

9

08. Como ficou o texto constitucional após redação dada ao novo parágrafo único do artigo 7° em decorrência da Emenda Constitucional 72/13. Examinamos à Constituição:

Constituição da Republica Federativa do Brasil

Título II

Dos Direitos e Garantias Fundamentais Capítulo II

Dos Direitos Sociais Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:

I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;

II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; III - fundo de garantia do tempo de serviço; IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender

às suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;

V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho; VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo

coletivo; VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem

remuneração variável; VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da

aposentadoria; IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa; XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e,

excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;

10

XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa

renda nos termos da lei; XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e

quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;

XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;

XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em

cinquenta por cento à do normal; XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do

que o salário normal; XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração

de cento e vinte dias; XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei; XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos

específicos, nos termos da lei; XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta

dias, nos termos da lei; XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde,

higiene e segurança; XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou

perigosas, na forma da lei; XXIV - aposentadoria; XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5

(cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho; XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei; XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem

excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;

XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho;

a) (Revogada). b) (Revogada). XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério

de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de

admissão do trabalhador portador de deficiência;

11

XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos;

XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;

XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso.

Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os

direitos previstos nos incisos IV, VI, VIII, XV, XVII, XVIII, XIX, XXI e XXIV, bem como a sua integração à previdência social.

Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os

direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência social. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 72, de 2013).

09. Novos direitos começam a valer quando?

Em síntese, com a emenda constitucional 72 de 03 de abril de 2013, já publicada, foram

assegurados à categoria dos empregados domésticos a equiparação com os direitos dos

trabalhadores urbanos e rurais, alguns dos direitos adquiridos terão aplicação imediata,

outros, depende de regulamentação legal e especifica para cada caso.

9.1 Direitos do(a) Empregado(a) Doméstico(a) antes da Emenda

Constitucional 72.

Vale lembrar que a categoria já possuía direitos reconhecidos legalmente senão vejamos:

Texto reproduzido do Manual TRABALHO DOMESTICO – Direitos e Deveres - Ministério do

12

Trabalho e Emprego 3ª Edição – janeiro – 2007 - Edição e Distribuição: Secretaria de Inspeção do

Trabalho (SIT).

01. Carteira de Trabalho e Previdência Social, devidamente anotada. 02. Salário mínimo fixado em lei. 03. Irredutibilidade salarial. 04. 13º (décimo terceiro) salário. 05. Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos. 06. Feriados civis e religiosos. 07. Férias de 30 (trinta) dias remuneradas. 08. Férias proporcionais, no término do contrato de trabalho. 09. Estabilidade no emprego em razão da gravidez. 10. Licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário. 11. Licença-paternidade de 5 dias corridos. 12. Auxílio-doença pago pelo INSS. 13. Aviso prévio de, no mínimo, 30 dias. 14. Aposentadoria. 15. Integração à Previdência Social. 16. Vale-Transporte. 17. Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), benefício opcional. 18. Seguro-Desemprego concedido, exclusivamente, ao (à) empregado(a) incluído(a) no FGTS.

9.2 Relembrando o que foi conquistado com a Emenda Constitucional 72/2013.

01. Indenização em caso de despedida sem justa causa; 02. Seguro Desemprego; 03. FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço; (Beneficio Obrigatório) 04. Garantia de Salário Mínimo, para quem recebe remuneração variável; 05. Adicional Noturno; 06. Proteção do Salário, sendo crime a retenção dolosa de salário; 07. Salário Família; 08. Jornada de trabalho de 8 horas diárias e 44 semanais; 09. Hora Extra; 10. Observância e cumprimento de normas de higiene, saúde e segurança do trabalho;

13

11. Auxilio creche e pré-escola para filhos e dependentes menores de 5 anos; 12. Reconhecimento dos acordos e convenções coletivas; 13. Seguro contra acidente do trabalho; 14. Proibição de discriminação de salário, de função e de critério de admissão; 15. Proibição de discriminação em relação à pessoa com deficiência; 16. Proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre, para menores de 16 anos;

Finalizando esta parte expositiva, concluímos reportando às palavras proferidas por

dezenas de senadores que discursaram no Plenário durante a votação da PEC 66/2012, na

última terça 26 de abril de 2013: a Emenda Constitucional é a reparação de uma “injustiça

histórica” e a garantia de tratamento igualitário para os empregados domésticos.

10. Como Empregador Doméstico o que devo fazer de imediato? De acordo com o preceito constitucional conhecido como: “Principio da legalidade” -

Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei

(artigo 5º, inciso II, da Constituição Federal), no caso em questão, em síntese, conforme

exposto neste trabalho, visualizamos a seguinte situação hoje, 03.04.2013:

a. Direitos decorrentes da PEC (EC72), que tem aplicação imediata; (Empregador

Doméstico deve passar a cumprir de imediato). *vide fls. 06 tabela 4.1.

b. Direitos decorrentes da PEC (EC72), que não tem aplicação imediata pois dependem

de regulamentação e normatização da matéria; (empregador não esta obrigado a

cumprir de imediato). *vide fls. 06 tabela 4.1.

c. Direitos existentes para a categoria dos empregados domésticos, anterior à PEC

(alguns de cumprimento opcional). (direitos que provavelmente já vinham sendo

cumpridos, ainda que alguns eram opcionais). *vide fls. 12 tabela 9.1.

14

10.1 Sugerimos as seguintes providências para

o Empregador Doméstico:

Sempre contrate empregado de acordo com as normas legais vigentes e cumpra as

rotinas trabalhistas, fiscais e previdenciárias no prazo.

� De imediato sugerimos a regularização do contrato de trabalho com o(a) seu(ua)

empregado(a) doméstico(a), no caso de informalidade. Neste caso, o contrato de

trabalho deve ser providenciado devendo constar no mínimo, os requisitos básicos

exigidos por lei, e por consequência, as devidas anotações na CTPS do(a)

empregado(a);

� Todavia se a relação de emprego está devidamente regularizada por um contrato

escrito, será necessario adequa-lo às novas regras introduzidas pela EC72, caso

não o esteja. Esta formalização poderá ser feita de imediato, através de um

adendo contratual que aperfeiçoe o contrato anterior, ou se preferir, aguarde

uma norma regulamentadora do Ministerio do Trabalho a respeito;

� De imediato: Adequar na forma da lei e estabelecer um contrôle de jornada de

trabalho, de preferência por escrito, (sugerimos uma folha diária de ponto). *A

Mr.RH possui um modelo padronizado, será disponíbilizada no site.

� Pagamentos de salários, e outras verbas, sempre mediante recibo devidamente

assinado, contendo descrições das verbas pagas, de forma inequívocas.

� Cumprir rotinas tributarias, previdenciarias e trabalhistas, no prazo legal;

Lembramos que alguns direitos decorrentes da PEC dos Domésticos, como Horas Extras,

Adicional Noturno, entre outros, ainda dependerá de regulamentação de procedimentos

15

Para sua aplicabilidade, nada impede porem, que estes, sejam pagos por ora, por

equiparação às normas vigentes para outras categorias profissionais.

Contrate, se julgar necessário, um serviço de assessoria e apoio ao cumprimento das

rotinas trabalhistas, fiscais e previdenciárias, decorrentes da relação de emprego,

ficando despreocupado(a) nesta parte, evitando surpresas desagradáveis.

11. Perguntas e Respostas Apresentaremos nesta segunda parte deste trabalho, uma coletânea de perguntas e

respostas, contendo as principais duvidas dos Empregadores(as) e também dos

Empregados Domésticos(as), objetivando melhor esclarecimento do assunto.

As principais dúvidas sobre o tema

1) Qual a punição para quem não cumprir a PEC após a promulgação?

A punição é a mesma relativa aos demais empregados. O empregador pode se sujeitar a ações trabalhistas e o juiz do

trabalho pode determinar que o Ministério do Trabalho proceda fiscalização para autuá-lo. O valor da multa dependerá

da infração dos direitos, o que também depende de regulamentação.

2) Quais são os direitos que devem ser cumpridos de imediato, e que já estão em vigor?

� O pagamento mensal não inferior que um salário mínimo vigente na sua região para a categoria dos “Empregados

Domésticos”, inclusive a quem recebe remuneração variável;

� reconhecimento de acordos e convenções coletivas dos trabalhadores; (atenção aos acordos salariais do Sindicato da

categoria e ao piso salarial da categoria vigente na sua região);

� jornada de trabalho de 8 horas diárias, totalizando 44 horas semanais;

� pagamento de horas-extras;

� observação, respeito e cumprimento das normas de higiene, saúde e segurança do trabalho;

� proibição do trabalho noturno, perigoso ou insalubre ao trabalhador menor de 16 anos;

� proibição da discriminação de diferenças de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivos de

sexo, idade, cor ou estado civil ou para portador de deficiência;

� com a proteção do salário, o pagamento é garantido por lei (sendo crime a retenção dolosa de salário).

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3) Quais são os novos direitos previstos na Emenda Constitucional, que precisarão de regulamentação para passar a

valer?

� Indenização em caso de despedida sem justa causa;

� Seguro Desemprego;

� Obrigatoriedade do recolhimento do FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço;

� Adicional Noturno;

� Salário Família;

� Auxilio creche e pré-escola para filhos e dependentes menores de 5 anos;

� Seguro contra acidente do trabalho

4) Quais são os direitos que os domésticos já tinham mesmo antes da PEC?

� Carteira de Trabalho e Previdência Social, devidamente anotada; � Salário mínimo fixado em lei; � Irredutibilidade salarial; � 13º (décimo terceiro) salário; � Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; � Feriados civis e religiosos; � Férias de 30 (trinta) dias remuneradas; � Férias proporcionais, no término do contrato de trabalho; � Estabilidade no emprego em razão da gravidez; � Licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário; � Licença-paternidade de 5 dias corridos; � Auxílio-doença pago pelo INSS; � Aviso prévio de, no mínimo, 30 dias; � Aposentadoria; � Integração à Previdência Social; � Vale-Transporte; � Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), benefício opcional; � Seguro-Desemprego concedido, exclusivamente, ao (à) empregado(a) incluído(a) no FGTS;

5) Como será feito o controle da jornada de trabalho?

� A jornada de trabalho diária é de 8 horas com intervalo de refeição de no mínimo 1 hora e não superior a 2 horas, e

totalizando uma jornada semanal de 44 horas.

� Importante: A jornada estabelece apenas as horas de trabalho. O período destinado a descanso para repouso e

alimentação de intervalo de almoço não é incluído e deve ser contado à parte.

� a remuneração prevista por hora extra é de, no mínimo, 50% a mais da hora normal.

� A melhor sugestão para o controle das horas trabalhadas é adoção de uma folha de controle de ponto. O empregado

deve anotar, diariamente, a hora de entrada e de saída do trabalho, além do período de intervalo de almoço realizado.

A folha de controle de ponto deve ser assinada todos os dias, pelo empregado e vistada pelo empregador. (O controle

de ponto com equipamento somente é obrigatório para mais de 10 funcionários).

6) Quais direitos terão os empregados que já trabalham há muitos anos em uma residência e forem mandados embora?

� Com relação aos novos direitos dos empregados domésticos previstos pela PEC (saiba aqui quais são), eles só terão

validade a partir da promulgação (e alguns ainda dependerão de regulamentação). As novas mudanças aprovadas não

são retroativas ao tempo trabalhado anteriormente à PEC. Contudo, mesmo antes da PEC, já eram previstos aos

domésticos os seguintes direitos: receber, ao menos, um salário mínimo ao mês; integração à Previdência Social (por

meio do recolhimento do INSS); um dia de repouso remunerado (folga) por semana, preferencialmente aos domingos;

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� férias anuais remuneradas; 13ª salário; aposentadoria; irredutibilidade dos salários (o salário não pode ser reduzido, a

não ser que isso seja acordado em convenções ou acordos coletivos) e licença gestante e licença-paternidade e aviso

prévio, além de carteira de trabalho (CTPS) assinada.

7) Qual procedimento a ser adotado no caso dos domésticos que trabalham menos que 8 horas diárias e menos que 44

horas semanais.

� Não existe impedimento algum, devendo neste caso, a jornada menor estar especificada no contrato. O horário

trabalhado que exceder o horário descrito na carteira devera ser pago como hora extra.

� O valor da hora será calculado com base no salário mínimo ou piso regional da categoria vigente e poderá pagar um

salário proporcional. (Exemplo citado pelo advogado Paulo Salvador Ribeiro Perrotti, ao portal G1: levando em conta

o salário mínimo federal de R$ 678. Esse valor dividido por 176 horas mensais dá R$ 3,85 por hora. Se o doméstico for

trabalhar 22 horas semanais, o salário deverá ser de, no mínimo R$ 339).

� O empregador se preferir poderá registrar em contrato a jornada de 8 horas diárias e 44 horas semanais e dispensar o

doméstico mais cedo, sem descontar do seu salário e exigir o cumprimento das 8 horas diárias quando precisar e da

mesma forma pagar horas extra sobre o que exceder o horário descrito na carteira.

8) Há um máximo de horas extras permitido por lei ao dia?

� Sim. O funcionário só pode fazer duas horas extras ao dia, no máximo, além da jornada de 8 horas diárias. Em casos de

exceção (uma festa, por exemplo), o empregador pode solicitar mais que esse limite de horas extras, mas é preciso

respeitar o descanso mínimo de 11 horas para que o funcionário retorne ao trabalho após a saída nesse dia.

9) Muda algo em relação a folgas semanais? Como é o período de descanso?

� Pela CLT, o trabalhador tem direito a um período de descanso de, no mínimo, 11 horas entre cada jornada de trabalho. � O descanso semanal é de 24 horas seguidas. � Ainda segundo a CLT, o trabalhador tem direito a uma hora de descanso por dia se a jornada diária for maior que seis

horas. � Se a jornada diária for de até seis horas, o descanso deverá ser de 15 minutos após quatro horas de trabalho. � Os intervalos não contam como hora trabalhada.

10) Quanto ao pagamento do FGTS será obrigatório de imediato? De quanto é o recolhimento?

� Não . O deposito obrigatório de FGTS para a categoria dos domésticos somente passara a ser exigido apenas após

regulamentação legal.

� Hoje, o depósito é opcional. Ele corresponde a 8% do salário e deve ser pago integralmente pelo empregador. Em caso

de demissão sem justa causa, o empregador também é obrigado a pagar 40% sobre o montante de todos os depósitos

realizados durante a vigência do contrato, devidamente atualizados, na conta vinculada do empregado.

11) O pagamento obrigatório de FGTS será retroativo à data de admissão? Ou à data do inicio da vigência da PEC?

� Não, o depósito não será retroativo. A obrigatoriedade passará a valer apenas após a data da regulamentação, de

acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego.

12) Pode-se trocar uma folga por semana por duas e adicionar as 4 horas da jornada aos 5 dias trabalhados, cumprindo-

se aproximadamente 8 horas e 40 minutos ao dia?

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� Da forma como ficou determina na Emenda Constitucional, a jornada máxima de trabalho por dia é de 8 horas,

prevendo pagamento de hora extra no que ultrapassar o limite.

� Entendemos sim, que é possível. O objetivo da lei em questão é proteger o trabalhador e não criar entraves prejudiciais,

devendo ser feito um acordo prévio entre as partes.

� Por ora o comentário com cautela é este: Pode haver compensação de horas dentro de uma mesma semana quando a jornada não ultrapassar 44 horas semanais nem 8 horas diárias, desde que haja concordância do empregado. Em alguns casos de convenção coletiva (acordo feito com o sindicato dos trabalhadores), existe a permissão de extensão da jornada diária para até 10 horas, mas isso não se aplica, ao menos por enquanto, à categoria dos domésticos.

13) No período noturno, como fica o intervalo para refeição se o contratado começa a trabalhar a partir das 22h?

� Da mesma forma: jornada até 6 horas com intervalo de 15 minutos e superior a 6 horas, com intervalo de, no mínimo, 1

hora. As partes devem convencionar quando o descanso ocorrerá.

14) Como será o pagamento de adicional noturno?

� Dependera das orientações que vai disciplinar a matéria, não sendo possível responder agora. Quanto a legislação,

atual e aplicável as demais categorias profissionais, prevê que o trabalho noturno, nas atividades urbanas, é o

realizado entre 22h e 5h.

15) Como se calcula o valor do adicional noturno? Há diferença no cálculo de hora extra e adicional noturno nos finais de semana ou feriados?

� O adicional noturno é de 20% sobre o valor da hora normal e vale para o trabalho realizado das 22h às 5h. � A hora noturna também é computada com quantidade reduzida, ou seja, a hora noturna equivale a 52 minutos e 30 e

não 60 minutos, o que caracteriza outro acréscimo. � No domingo e em feriados, a legislação, tanto federal quanto CLT, estipula acréscimo de 100%, em vez dos 50%, da

hora extra. Mas como o tema depende de regulamentação, vai depender do que o Ministério entender como trabalho sobrejornada.

� Algumas categorias, como a dos comerciários, podem trabalhar no domingo e folgar na semana, e isso não é entendido como hora extra.

16) Quais as recomendações para estar legalizado e gerar transparência nas relações de trabalho com o empregado

domestico?

� Que o contrato de trabalho entre o empregador e o empregado seja feito preferencialmente por escrito e com duas

vias no mínimo.

� Que seja feito dentro dos requisitos legais, contendo as informações básicas e necessárias, como: horário de trabalho,

cargo, salário entre outros.

� Que seja implantado um controle de horário transparente para ambas as partes.

� Que os encargos legais sejam devidamente recolhidos na forma da lei. (os existentes hoje e os que hão de vir após

regulamentação).

� Que os pagamentos de salários e demais verbas sejam efetuados no prazo e mediante recibo.

� Que sejam cumpridas as obrigações e os deveres de cada parte contratante.

17) Como Empregador Domestico devo me preocupar neste momento com os demais benefícios? Como auxilio creche? Seguro desemprego? Indenização em caso de despedida sem justa causa?

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� Não. Entendemos que não é o momento desta preocupação até porque ainda não é certo que o patrão terá que

desembolsar o benefício. Para o consultor legislativo Senado Eduardo Modena, é possível que o governo arque com essa despesa para não inviabilizar a contratação dos domésticos.

18) Quanto vai custar a mais para O EMPREGADOR DOMESTICO? � Os cálculos simulados com base nos direitos do trabalhador urbano indicam sim um aumento das despesas para o

empregador. Existem projeções diversas e especulativas de diversas maneiras, que indicam desembolso ao empregador de 10% a 45%) Quanto ao valor real ainda não é possível ser calculado pela falta de regulamentação de diversas matérias.

19) Os domésticos já têm direito ao seguro desemprego atualmente, mesmo antes da PEC?

� Somente se o patrão optou recolher o FGTS do empregado que era opcional.

� A exigência legal para receber o seguro desemprego, que deve ter ocorrido pelo menos 15 meses de recolhimento nos

últimos 24 meses contados da dispensa sem justa causa.

� O funcionário não pode, ainda, estar em gozo de qualquer benefício previdenciário de prestação continuada

(excetuados auxílio-acidente e pensão por morte e nem possuir renda própria de qualquer natureza).

� Porque depende de regulamentação então? Antes da PEC e ate regulamentação da matéria especifica, o domestico tem

a garantia de apenas três parcelas do seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário. Todo trabalhador

urbano e rural demitido sem justa causa tem direito de 05 parcelas.

20) Quanto às DIARISTAS, foram contempladas com algum direito novo?

� Nenhum direito novo, se a diarista trabalha duas vezes por semana no mesmo local.

Diaristas são aqueles profissionais que vão à residência de uma família prestar algum tipo de serviço uma ou duas vezes por

semana. Em algumas decisões, a Justiça do trabalho tem entendido que o funcionário passa a ser empregado

doméstico quando o serviço é prestado em caráter contínuo, mais de duas vezes por semana, e pode ser caracterizado

o vínculo empregatício, neste caso sim.

21) Como se estabelecerá o salário de uma diarista?

A nova lei se aplica apenas a trabalhadores com vínculo empregatício, que existe quando a frequência de trabalho é superior a dois dias por semana. Portanto, as diaristas não estão enquadradas.

Outras Perguntas.

22) Tenho um motorista e uma faxineira, ambos trabalham 44 horas semanais. O salário do motorista é mais alto, pois,

como as funções são diferentes, uma requer habilitação e responsabilidade diferente da outra, que, por sua vez, tem

outras qualificações para o cargo. É legal, neste caso, pagar salários diferentes?

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� A equiparação salarial prevista na lei diz respeito a trabalhos idênticos, de igual valor e igual produtividade. A alteração

da lei não quer dizer que os salários do motorista e da faxineira precisam ser igualados, mas prevê que ambos precisam

ganhar pelo menos o salário mínimo.

23) É possível dar ao funcionário duas horas de intervalo para refeição? Nesse período, ele pode permanecer dentro da

residência ou tem que sair?

� É possível conceder duas horas de intervalo, a legislação autoriza. Esse intervalo independe se o funcionário fica dentro

da casa ou sai dela. O que não pode acontecer é o empregador usar a força de trabalho na hora do intervalo.

24) Como fica o caso da doméstica que dorme no trabalho? O período em que ela está dormindo conta como adicional

noturno?

� O período de sono não conta. O que conta é o trabalho efetivo. Cabe ao empregador manter o controle dessa jornada

25) Podem ser descontados os 6% relativos ao vale-transporte?

� Sim, é previsto o desconto de até 6% do salário contratado por causa do benefício de vale-transporte. O valor, contudo,

é limitado ao total de vale-transporte recebido (ou seja, não pode ser superior ao valor do benefício, apenas inferior).

26) Como ficará o trabalho de caseiro que reside na chácara? O patrão pode exigir que o funcionário abra uma

microempresa de prestação de serviços? A moradia pode ser cobrada?

� Não se poderá exigir a abertura de empresa, pois o funcionário exerce um trabalho pessoal. Nesse caso, a abertura de

uma empresa seria uma fraude a legislação. A questão também dependerá de regulamentação, mas o caseiro terá que

ter jornada estipulada, o restante será entendido como descanso, pois ele não fica, de fato, 24 horas trabalhando.

27) Cuidadoras de idosos deverão seguir as mesmas regras?

� Sim. Elas valem para todo trabalhador atrelado ao serviço de uma residência, independente da nomenclatura.

28) Sou cozinheira, cuido da cozinha, compras, feira etc-- e durmo no trabalho (chego na segunda-feira e vou embora no sábado). Levanto às 6h e geralmente termino o serviço da cozinha às 23h. Fui contratada para café da manhã e jantar, mas faço almoço para mim e para a doméstica que faz o serviço da casa. Às vezes também cozinho para a filha do patrão. Fico à disposição dos patrões por cerca de 17 horas por dia. Tenho direito a hora extra? Como fica o meu caso?

� O empregador precisa fazer um registro que preveja uma jornada que não ultrapasse 8 horas diárias e 44 horas

semanais. O que ultrapassar é hora extra e precisará ser pago como tal. As horas extras, pela CLT (Consolidação das Leis

do Trabalho), estão limitadas a 2 por dia. Mais do que isso seria possível só por acordo coletivo (entre sindicatos

patronal e dos empregados) aceito pelo Ministério do Trabalho.

O artigo 59 da CLT permite que o empregado trabalhe 2 horas a mais, mas o compensa através de acordo individual. O que deve ser uma exceção. Quem fica à disposição tem outra modalidade de hora extra.

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29) Tenho uma empregada com registro em carteira para trabalhar 12 horas diárias, seis dias por semana, com salário de

R$ 1.500. Pela nova legislação, poderia reduzir o trabalho para 44 horas semanais, reduzindo o salário

proporcionalmente para R$ 917,40? Nesse caso, qualquer trabalho a mais seria considerado hora extra.

� A redução do valor do salário é proibida pela Constituição e pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). No caso

citado, a jornada deverá ser adaptada para 44 horas, mas o salário não poderá ser diminuído. Ou seja, a empregada vai

trabalhar menos horas, mas ganhando o mesmo valor. E se a empregada ultrapassar a jornada máxima de 44 horas

semanais, o que exceder vai ser pago como hora extra além do salário atual.

30) Quem já paga valor bem acima do salário mínimo registrado em carteira poderá fazer alguma espécie de ajuste desse

valor para baixo e transformar parte do salário atual em hora extra?

� Não. Essa medida é vedada pela Constituição. Se o empregador fizer isso, poderá ser alvo de uma reclamação

trabalhista.

31) Uma babá que dorme no local do emprego e atende a criança durante a noite deverá receber hora extra? E se a mãe

cuidar da criança à noite?

� Caso atenda durante a noite, a babá deve receber hora extra pelo trabalho noturno, que, inclusive, será mais cara que a

hora extra diurna (pelo adicional noturno), a menos que tenha uma jornada que comece mais tarde (nesse caso, o

adicional noturno continua valendo sobre o valor da hora regular). O mesmo não acontece se a mãe cuidar do bebê.

32) Tenho duas cuidadoras de idosos trabalhando em minha casa, cuidando de minha mãe. Cada uma delas trabalha uma

semana e folga na outra semana. Elas dormem na minha casa, no mesmo quarto que minha mãe e, muitas vezes, têm

que acordar para atender minha mãe que é doente. Ou seja, podem passar a noite inteira dormindo ou acordadas, o

que raramente acontece. Porém, apesar de estarem dormindo, se minha mãe acorda e necessita de cuidados, elas

estarão à disposição dela. Como fica esta situação? Tenho que pagar hora extra e adicional noturno?

� Sim, pois, embora a necessidade de trabalho não seja contínua, o cuidador tem que estar disponível também à noite.

33) Se uma empregada doméstica trabalha 3 dias semanais, ou seja 24 horas por semana, com a carteira assinada com o

salário mínimo, ela terá direito ao FGTS e férias de 30 dias e outros direitos de um empregado com 44 horas

semanais?

� Sim, pois passa a haver vínculo empregatício quando a jornada do trabalhador é superior a 2 dias por semana. Se o

contrato já estiver assinado, não será possível redução do salário ainda que a jornada de trabalho seja inferior à de 44

horas semanais, pois a Constituição e a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) proíbem redução salarial. Se for uma

contratação nova, é possível fazer um contrato de menos horas, com salário proporcional --desde que não seja inferior

ao salário mínimo estabelecido.

34) É possível que o trabalhador cumpra uma jornada mista, parte diurna e parte noturna?

� Sim. Nesse caso, é preciso observar as especificidades de remuneração de horas diurnas e noturnas. A hora noturna

vale para trabalho das 22h às 5h, tem valor 20% maior que o da hora diurna normal e vale 52 minutos e 30 segundos,

em vez de 60 minutos. Essa diferenciação é feita para dar uma compensação ao funcionário com jornada noturna,

considerada mais penosa.

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35) Um empregador que paga R$ 1.800 por mês, mas só registra na carteira R$ 1.200, pode considerar a diferença como

pagamento de hora extra?

� Não. O que pode se fazer é pagar os R$ 1.200 e fazer o cálculo das horas que ultrapassam a jornada, que passam a ser

pagas como hora extra.

36) O empregador pode descontar do salário um valor referente à moradia e à alimentação quando o empregado mora

no emprego?

� Não pode.

37) Uniforme, vale-transporte, assistência médica e seguro de vida e de acidente pessoal contam como salário?

� Não. Pela proposta, vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos aos empregados e usados no local de

trabalho não podem ser considerados salários. O mesmo vale para os demais benefícios. Mas quanto ao vale-

transporte, até 6% do valor que é gasto com o salário pode ser descontado.

38) Se uma empregada for demitida, ela pode ser recontratada depois por um salário menor? Há prazo de carência para

a recontratação?

� Não. O que pode acontecer é o empregado demitido hoje voltar, no mínimo, seis meses após a demissão. Haverá

necessidade, inclusive, de enquadrá-lo em outra função.

39) O que é considerado justa causa para demissão? "Ineficiência" pode ser considerado para a justa causa?

� A regra da justa causa não muda muito com a aprovação da PEC -vale para abandono de emprego, insubordinação,

lesão à honra, ofensas contra o empregador etc. No caso da empregada, o mau serviço pode sim gerar justa causa. Mas

deve ser observada a gradação da pena. Se o empregado nunca foi advertido, tem um histórico bom, e no primeiro

problema é demitido, ocorre um desequilíbrio. A justa causa deve ser a pena máxima.

40) A que o trabalhador tem direito na demissão por justa causa?

� Segundo o Ministério do Trabalho, apenas ao saldo de salário e à indenização das férias não gozadas, acrescidas do

terço constitucional. Ele perde o direito de sacar o dinheiro do FGTS e não recebe a multa de 40% sobre o saldo do

Fundo de Garantia. Se optar por pedir demissão, o empregado tem o direito de receber o saldo de salário, a indenização

das férias integrais não gozadas e proporcionais, acrescidas do terço constitucional e ao 13º salário proporcional.

41) Hoje pago a parte do INSS da minha doméstica, por opção minha. Posso passar a descontar dela o valor, uma vez que pagarei obrigatoriamente os 8% do FGTS?

� Não há relação entre as duas coisas. O INSS sempre foi obrigatório. O empregador deve arcar com 12%, e a doméstica,

8%. O que muda é que o empregador também é obrigado a recolher o pagamento do Fundo de Garantia.

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12- Fontes pesquisadas:

http://www2.planalto.gov.br/presidencia/a-constituicao-federal

http://www.senado.gov.br/legislacao/const/con1988/CON1988_29.11.2012/art_7_.shtm

http://www12.senado.gov.br/noticias/materias/2013/03/15/pec-das-domesticas-podera-ser-votada-em-plenario-na-terca-feira

http://portal.in.gov.br/

http://portal.mte.gov.br/trab_domestico/

http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1034514/emenda-constitucional-72-13

http://pndt.jusbrasil.com.br/noticias/100434370/novos-direitos-das-domesticas-entram-em-vigor-nesta-quarta-feira

http://g1.globo.com/politica/noticia/2013/04/congresso-promulga-emenda-que-amplia-direitos-das-domesticas.html

http://search.folha.com.br/search?q=pec%20domestico&site=online

http://economia.terra.com.br/noticias/noticia.aspx?idNoticia=201304022211_TRR_82118847

http://www.jdia.com.br/pagina.php?pg=exibir_not&idnoticia=60988

http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1034514/emenda-constitucional-72-13 https://www.google.com.br.

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