13 JUN 2014 2 1:00 SALA SUGGIA

ORQUESTRA SINFNICADO PORTO CASA DA MSICA

1 Parte

Anatoli LiadovO lago encantado [1908;c.8min.]

Lowell Liebermann Concerto para flauta e orquestra [1992;c.25min.]

1. Moderato2. Molto adagio3. Presto

2 Parte

Nicolai RimskiKorsakoffXerazade [1888;c.42min.]1. O mar e o barco de Sinbad 2. A histria do prncipe Kalender3. O jovem prncipe e a princesa4. A festa em Bagdade; O mar; Naufrgio sobre os rochedos

Cibermsica | 20:15Palestra prconcerto por Rui Pereira

ChRISTOPh KNIg dIreco mUSIcAL PAULO BARROS fLAUtA

3ANATOLI LIADOv

so petersburgo, 11 de maio de 1855

poli novka, 28 de agosto de 1914

Anatoli Liadov iniciou os estudos musicais com o pai, um conceituado maestro. Ingressou depois no Conservatrio de So Petersburgo, onde primeiramente estudou piano e violino e depois se veio a formar em composio. Prximo ao chamado Grupo dos Cinco, compositores que cultivavam um estilo nacionalista de composio, foi sempre considerado um conservador. Pertenceu ao crculo de Mitrofan Belyayev, um importante mecenas que impulsionou um movimento defensor da msica russa [vide nota sobre Glazunov]. Alm de compositor, foi um reconhecido maestro e professor. O seu aluno mais famoso foi Prokofieff, cujas inovaes eram sempre desencorajadas nas aulas.A leitura que hoje se faz do seu percurso

pouco consensual. muitas vezes considerado desleixado e preguioso, um compositor com falta de auto estima. Essa fama deve se ao episdio de ter sido expulso do Conservatrio, enquanto estudante, por ultrapassar o limite de faltas, bem como ao facto de muitas das suas msicas, geralmente breves, serem baseadas em temas populares ou de outros compositores. No entanto, Liadov convertia esses temas em msicas de ambiente mgico, deixando trs notveis exemplares nas obras BabaYaga, Kikimora, apresentada pela Orquestra Sinfnica em 2013, e O lago encantado. Escrita em 1908 e estreada no ano seguinte em So Petersburgo, O lago encantado insere se na tradio muito russa das peas apelidadas de tableau (quadro), neste caso

uma fbula quadro, representando uma msica descritiva, com elementos pictricos, mas que no segue necessariamente uma narrativa como um poema sinfnico. O cenrio deste quadro so as estrelas cintilantes sobre a quietude das guas de um lago profundo com todo o mistrio que podemos associar a esta imagem. Liadov descreveu o ambiente como frio, malevolente e fantstico como um conto de fadas.

LOwELL LIEBERMANN

nova iorque, 22 de fevereiro de 1961

O compositor, maestro e pianista Lowell Liebermann comeou a marcar a vida musical nova iorquina desde muito cedo, estreando a sua prpria Sonata para piano opus 1 no prestigiado Carnegie Hall com apenas 16 anos. Senhor de uma obra vasta e eclctica, que abarca diversos gneros, um dos compositores da actualidade mais tocado nos Estados Unidos. A sua escrita obedece aos princpios da harmonia funcional, explorando por vezes a simultaneidade de tonalidades diferentes, e goza de uma grande receptividade junto do grande pblico. Entre as suas obras mais conhecidas encontram se a Sonata para piano e flauta, de 1987, e o Concerto para flauta e orquestra, de 1992. Este concerto, assim como outras obras concertantes que incluem a flauta como instrumento solista, est intimamente ligado carreira do flautista norte irlands James Galgway, que o estreou em St. Louis, no Missouri, sob a direco de Leonard Slatkin. A flauta est em destaque desde o incio,

apresentando um tema que facilmen

orieNte 2014

PATROCINADOR ANO ORIENTE

APOIO ANO ORIENTE

A CASA DA MSICA MEMBRO DE

4 5

cardo de O conto do czar Saltan, ou composies orquestrais como Capricho Espanhol e Xerazade. Este famoso poema sinfnico foi inspirado na compilao de contos populares rabes As mil e uma noites e constitui um exemplo superlativo da representao do orientalismo na msica orquestral. No entanto, e apesar dos ttulos dos seus quatro andamentos serem sugestivos e indicativos de episdios da famosa narrativa, a inteno do compositor foi, mais do que contar histrias especficas, criar atmosferas que os ouvintes associassem ao Oriente e a um sentido de aventura fantstica. F lo atravs do rico colorido orquestral e de escalas oriundas da msica oriental num sentido lato. Nas notas de programa para a estreia de

Xerazade, o prprio compositor escreveu: O sulto Xariar, convencido de que todas as mulheres so falsas e infiis, jurou matar todas as suas mulheres aps a noite de npcias. Mas Xerazade conseguiu salvar a vida entretendo o sulto com contos fantsticos durante mil e uma noites. Tomado por uma enorme curiosidade, o sulto adiou a execuo noite aps noite, acabando por repudiar a sua sangrenta promessa. O sentido orientalizante da msica est

presente desde o primeiro tema que representa o sulto, um motivo descendente com base na escala de tons inteiros. num solo de violino acompanhado pela harpa que nos surge o tema de Xerazade, a herona da histria. A obra tem diversos solos para o violino, momentos que retratam a contadora de histrias e que servem como elemento unificador. Estes dois temas dominam o primeiro andamento, intitulado O mar e o barco de Sinbad, onde tambm representada uma agita

te conectado com msica de raiz norteamericana, um estilo cultivado desde o final do sculo XIX e que encontra exemplos notveis em msica de cinema. O concerto tem uma forte componente meldica, suscitando vrios dilogos entre o solista e outros instrumentos da orquestra. O virtuosismo requerido ao flautista exprime se no s na velocidade e articulao de certas passagens mas sobretudo no elevado controlo sonoro e dinmico em toda a tessitura do instrumento, dos graves aos agudos. A obra requer igualmente grande capacidade de endurance. O segundo andamento, num tradicional tempo mais lento, coloca a flauta em acrescido destaque desde o incio mas reserva para o naipe das cordas a conduo para o primeiro grande clmax. O presto final um tour de force para o solista, constituindo uma forma aparentada com o rond, recorrendo a ritmos populares de dana e encerrando com uma veloz coda que constitui um desafio para qualquer virtuoso. A utilizao dos metais na orquestrao novamente muito caracterstica da msica norte americana.

NIKOLAI RIMSKI KORSAKOFF

tikhvine (rssia), 6 de maro de 1844

liubensk, 8 de junho de 1908

Rimski Korsakoff, considerado um genial orquestrador e membro do chamado Grupo dos Cinco, foi um dos maiores compositores russos de todos os tempos. Entre as suas obras mais clebres contamse quinze peras, de onde se destaca um trecho to clebre quanto O voo do mos

da tempestade. O segundo andamento inspirado na lenda de um prncipe que se disfara de vagabundo. O terceiro andamento, de um intenso lirismo, marcado por dois temas que representam, respectivamente, um jovem prncipe e uma princesa, sendo que uma cadncia para o violino a solo representa Xerazade contando a sua histria. O ltimo andamento comea com a alternncia dos temas do sulto e de Xerazade e o mais variado, recolhendo motivos dos andamentos anteriores. O prprio ttulo (A festa em Bagdade; O mar; Naufrgio sobre os rochedos) reflecte essa diversidade. A obra conclui com o tema de Xerazade num registo sereno em sintonia com o final feliz da verso literria. A msica de Xerazade foi estreada em

1889, em So Petersburgo, e foi coreografada por Michel Fokine para uma produo dos Ballets Russes na Opra Garnier, em Paris, em 1910.

rui pereira [2014]

ChRISTOPh KNIg dIreco mUSIcAL

A profunda musicalidade de Christoph Knig marcada por uma abordagem enrgica e sria, comprometendo se com uma programao reflectida e estimulante. Maestro Titular da Orquestra Sinfnica do Porto Casa da Msica e Maestro Titular e Director Musical dos Solistes Europens Luxembourg.Knig muito requisitado como maestro

convidado. Apresentou se recentemente com a Staatskapelle de Dresden, Orquestra de Paris, Sinfnica Nacional Dinamarquesa, Filarmnica dos Pases Baixos, Royal Phi

lharmonic Orchestra, Orquestra Nacional de Gales/BBC, Orquestra da Rdio Norueguesa, Orquestra Mozarteum de Salzburgo, Beethoven Orchester de Bona, Sinfnica de Barcelona, Filarmnica de Tampere, Real Filharmona de Galicia, Orquestra da Rdio (RTVE) de Madrid, Orquestra e Coro da Comunidade de Madrid, Sinfnica da Nova Zelndia, Orquestra de Cmara Escocesa e Sinfnica Escocesa da BBC, orquestra que dirigiu numa bem sucedida digresso pela China (2008). Desde a sua estreia nos EUA em 2010, dirigiu as Sinfnicas de Pittsburgh, Toronto, Nova Jrsia, Houston, Indianpolis, Baltimore, Vancouver, Oregon, Milwaukee e Colorado e a Filarmnica de Los Angeles.Nesta temporada tem agendadas es

treias com as Sinfnicas de Calgary e Cincinnati, e dirige tambm a Orquestra do Pas Basco, Filarmnica de Dresden e Sinfnica de St. Gallen. Regressa ainda Royal Philharmonic Orchestra, Filarmnica de Estugarda, Sinfnica Escocesa da BBC, Orquestra Nacional de Gales/BBC, Orquestra da Comunidade de Madrid, Real Filharmona de Galicia e Sinfnica de Pittsburgh.A discografia de Christoph Knig inclui

obras de Gsta Nystroem (BIS), Schnberg e Prokofieff (Romeu e Julieta), Saariaho e Sibelius (Sinfonia n 7) com a Orquestra Sinfnica do Porto Casa da Msica, Melcer com a Orquestra Sinfnica Escocesa da BBC (Hyperion), Sinfonias de Beethoven com a Orquestra Sinfnica de Malm (DB Productions) e Prokofieff e Mozart com os Solistes Europens Luxembourg (SEL Classics).

6 7

PAULO BARROS fLAUtA

Paulo Barros solista chefe de naipe da Orquestra Sinfnica do Porto Casa da Msica. Iniciou os estudos de flauta transversal aos sete anos, tornando se bolseiro da Fundao Calouste Gulbenkian. Licenciou se na Escola Superior de Msica e Artes do Espectculo do Porto com a classificao mxima, tendo recebido o Prmio Engenheiro Antnio de Almeida pela melhor mdia de Licenciatura. Frequentou vrias masterclasses e cursos de aperfeioamento e foi aluno de Aurle Nicolet em Oberwil, na Sua. Foi laureado com o 1 Prmio na Juventude Musical Portuguesa e no Prmio Jovens Msicos.Integrou vrias orquestras como a Escola

da Orquestra dos Jovens da Comunidade Europeia (ECYO), Orquestra Luso Alem, Orquestra Clssica do Porto, entre outras. Apresentou se a solo com inmeras orquestras, em concertos de msica de cmara e masterclasses, expandindo a sua actividade internacional por pases como Luxemburgo, Sua, Frana, Espanha, Macau, Colmbia, ustria e Brasil, entre outros.Foi Docente na Escola Superior de

Msica e Artes do Espectculo do Porto (ESMAE), Escola Superior de Artes Aplicadas de Castelo Branco (ESART) e Universidade Catlica do Porto. Actualmente, professor de flauta transversal na Escola Profissional de Msica de Espinho.Tem vrios CDs gravados, como solis

ta com orquestra, em msica de cmara e como membro de orquestra (EMI Classics, Koch Schwann, Tradisom, Skarbo, Vintage Records e Numrica).

ORQUESTRA SINFNICA DO PORTO CASA DA MSICA

Christoph Knig maestro titular

A Orquestra Sinfnica do Porto Casa da Msica tem sido dirigida por reputados maestros, de entre os quais se destacam Baldur Brnnimann, Olari Elts, Leopold Hager, Michail Jurowski, Andris Nelsons, Vasily Petrenko, Emilio Pomrico, Jrmie Rohrer, Peter Rundel, Michael Sanderling, Tugan Sokhiev, John Storgrds, Joseph Swensen, Gilbert Varga, Antoni Wit, Takuo Yuasa ou Lothar Zagrosek. Entre os solistas que colaboraram recentemente com a orquestra constam os nomes de Midori, Viviane Hagner, Natalia Gutman, Truls Mrk, Steven Isserlis, Kim Kashkashian, Ana Bela Chaves, Felicity Lott, Christian Lindberg, Antnio Meneses, Simon Trpeski, Sequeira Costa, Jean Efflam Bavouzet, Lise de la Salle, Cyprien Katsaris, Alban Gerhardt ou o Quarteto Arditti. Diversos compositores trabalharam tambm com a orquestra, destacando se os nomes de Emmanuel Nunes, Jonathan Harvey, Kaija Saariaho, Magnus Lindberg, Pascal Dusapin e Luca Francesconi. Nas ltimas temporadas apresentou se

nas mais prestigiadas salas de concerto de Viena, Estrasburgo, Luxemburgo, Anturpia, Roterdo, Valladolid, Madrid e no Brasil, e regularmente convidada a tocar em Santiago de Compostela e no Auditrio Gulbenkian. A interpretao da integral das sinfonias de Mahler marcou as temporadas de 2010 e 2011. A gravao ao vivo com obras de Pascal Dusapin foi Escolha dos Crticos 2013 na revista Gramophone. Na temporada de 2014, a Orquestra

dirigida pela primeira vez por maestros como Peter Etvs e Ilan Volkov, e interpreta uma nova obra de Unsuk Chin em estreia mundial.A origem da Orquestra remonta a 1947,

ano em que foi constituda a Orquestra Sinfnica do Conservatrio de Msica do Porto. Actualmente engloba um nmero permanente de 94 instrumentistas e parte integrante da Fundao Casa da Msica desde Julho de 2006.

Violino IZofia Wycicka Jos Pereira*Radu Ungureanu Vadim Feldblioum Jos DespujolsIanina KhmelikTnde HadadiMaria KaganAndras BuraiEmlia VanguelovaArlindo SilvaAlan GuimaresAna Madalena Ribeiro*Jorman Hernandez*

Violino IINancy Frederick Tatiana Afanasieva Lilit DavtyanPaul AlmondDomingos LopesVtor TeixeiraPedro RochaJos SentieiroMariana Costa Germano SantosNikola VasiljevJos Paulo Jesus

ViolaAnna Gonera Hazel VeitchJean Loup LecomteTheo EllegiersLus Norberto SilvaBiliana ChamlievaFrancisco MoreiraBeata Costa*Sara Barros*Manuel Costa*

ViolonceloVicente Chuaqui Feodor Kolpachnikov Michal KiskaSharon Kinder Gisela NevesHrant YeranosyanAmrico Martins*Vanessa Pires*

ContrabaixoSlawomir Marzec Florian Pertzborn Nadia ChoiAltino CarvalhoTiago Pinto RibeiroAngel Luis Martinez*

FlautaAna Maria Ribeiro Angelina RodriguesAlexander Auer

OboTams Bartk Jean Michel Garetti

ClarineteLus Silva Carlos Alves Gergely Suto Antnio Rosa

FagoteGavin Hill Robert Glassburner

TrompaAbel Pereira Hugo Carneiro Bohdan Sebestik Jos Bernardo Silva

TrompeteSrgio Pacheco Lus Granjo

TromboneSevero Martinez Ricardo Pereira*Nuno Martins

TubaSrgio Carolino

TmpanosJean Franois Lz

PercussoPaulo Oliveira Nuno Simes Andr Dias*Sandro Andrade*Marcelo Pinho*Ricardo Coelho*

HarpaIlaria Vivan

PianoLus Filipe S*

CelestaLus Filipe S*

DILIVA Sociedade de Investimentos Imobilirios, S.A., patrono do Maestro Titular da Orquestra Sinfnica do Porto Casa da Msica

MECENAS PRINCIPAL CASA DA MSICA

APOIO INSTITUCIONALMECENAS CASA DA MSICAMECENAS PROGRAMAS DE SALA