20150000895537

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  • 7/25/2019 20150000895537

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    TRIBUNAL DE JUSTIA

    PODER JUDICIRIOSo Paulo

    Registro: 2015.0000895537

    ACRDO

    Vistos, relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento n

    2053879-63.2015.8.26.0000, da Comarca de So Paulo, em que agravante

    ADALBERTO BANDEIRA DE CARVALHO, so agravados CALDAS E DEZOTTI -

    ADVOGADOS ASSOCIADOS, ANTONIO VIANA DE JESUS, MARCO ANTONIO

    BARBOSA CALDAS e ROSENIR DEZOTTI.

    ACORDAM, em 32 Cmara de Direito Privado do Tribunal de Justia

    de So Paulo, proferir a seguinte deciso: "Negaram provimento ao recurso. V. U.", deconformidade com o voto do Relator, que integra este acrdo.

    O julgamento teve a participao dos Exmo. Desembargadores

    FRANCISCO OCCHIUTO JNIOR (Presidente), LUIS FERNANDO NISHI E CAIO

    MARCELO MENDES DE OLIVEIRA.

    So Paulo, 26 de novembro de 2015.

    FRANCISCO OCCHIUTO JNIOR

    RELATORAssinatura Eletrnica

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    TRIBUNAL DE JUSTIA

    PODER JUDICIRIOSo Paulo

    Agravo de Instrumento n 2053879-63.2015.8.26.0000

    Voto n - Agravo de Instrumento n 2053879-63.2015.8.26.0000

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    COMARCA: SO PAULO 3 VARA CVEL Foro Regional da Lapa

    (Juza Dra. Adriana Genin Fiore Basso)

    AGRAVANTE:ADALBERTO BANDEIRA DE CARVALHO

    AGRAVADO: CALDAS E DEZOTTI ADVOGADOS ASSOCIADOS; MARCOS

    ANTONIO BARBOSA CALDAS; ROSENIR DEZOTTI; ANTONIO VIANA DE

    JESUS

    VOTO N 19.086

    Agravo de instrumento. Prestao de contas. Cumprimento desentena. Sociedade de Advogados. Deciso do magistrado aquo que considerou prematuro o pedido de afastamento doscio retirante, ora agravante, de qualquer medida que possaatingir o seu patrimnio. Alegao do agravante que j sedesligou do quadro societrio desde 2002. Irrelevncia. Aoproposta em 1998, quando ainda integrava quadro societrio dasociedade de advogados. Exegese do art. 1032 do CC.Instrumento de dissoluo parcial da sociedade que prev aresponsabilidade do agravante. Deciso mantida. Recursoimprovido.

    Cuida-se de agravo de instrumento tirado contra a r. deciso aqui

    por cpia a fl. 15 -- fl. 1016 dos originais -- que, em autos de ao de prestao de

    contas, decorrente de servios advocatcios, entendeu que o patrimnio do scio

    retirante Adalberto Bandeira de Carvalho, ainda que no componha o polo passivo

    da ao, poder vir a ser atingido em razo de sua responsabilidade pelas dvidas

    contradas pela sociedade.

    Pretende a concesso de efeito suspensivo ao recurso e, a final, o

    seu provimento, a fim de que a r. deciso agravada seja integralmente reformada,

    impossibilitando, na sede dos autos em tela, a penhora sobre bens de propriedade

    do Agravante, tendo em vista no ser parte e no possuir responsabilidade sobre o

    dbito objeto da ao, conforme artigos 1.003 e 1.032, pargrafo nico, do Cdigo

    Civil (fl. 6).

    Com a inicial vieram os docs. de fls. 12/167.

    O despacho de fl. 196 concedeu efeito suspensivo ao recurso,

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    Agravo de Instrumento n 2053879-63.2015.8.26.0000

    Voto n - Agravo de Instrumento n 2053879-63.2015.8.26.0000

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    solicitou informaes, vindas a fls. 250/252 e docs. de fls. 253/278 e determinou aintimao dos agravados para resposta, juntada a fls. 201/205 e fls. 206/212, esta

    ltima complementada pela petio de fl. 238.

    o relatrio do necessrio.

    Em que pese o inconformismo do agravante, seu recurso no merece

    acolhida.

    Inicialmente, cumpre esclarecer, que em momento algum foi afirmadono v. aresto mencionado pelo agravante a fl. 5, que ele deveria ser excludo do polo

    passivo da demanda, como pretende fazer crer em suas razes recursais,

    transcrevendo trechos isolados daquela deciso, dando a eles a interpretao que

    melhor lhe convm. Ao contrrio, constou claramente do decisum que: Em momento

    algum foi determinado excluso do polo passivo da ao o Dr. Adalberto Bandeira

    de Carvalho, mas sim acolhida a renncia do patrono da agravante Dr. Adalberto

    Bandeira de Carvalho, como requerido a fls. 44/53. (cfr. cpias aqui a fl. 144).

    Da porque no vislumbro motivos para reforma da deciso ora

    guerreada, que em nada contradiz o acrdo acima citado. O agravante, em

    princpio, poder responder pela dvida em questo, por fora do disposto no artigo

    1032 do Cdigo Civil, porquanto integrava a sociedade de advogados quando

    ocorridos os fatos que ensejaram o ajuizamento da ao de prestao de contas,

    mas, sobretudo porque integrava a sociedade quando a prpria ao de prestao de

    contas foi movida no ano de 1998, retirando-se do quadro societrio apenas no ano

    de 2002, conforme instrumento particular de dissoluo parcial de sociedade de fato

    e partilha de bens comuns (fls. 55/62).

    Portanto, irrelevante que o agravante esteja desligado da sociedade

    desde 2002, pois a sua retirada, nas condies em que se apresenta, no o exime da

    responsabilidade pelo dbito. clara a redao do art. 1032 do CC ao dizer que: A

    retirada, excluso ou morte do scio, no o exime da responsabilidade pelas

    obrigaes sociais anteriores, at (dois) anos aps averbada a resoluo da

    sociedade; nem nos dois primeiros casos, pelas posteriores e em igual prazo,

    enquanto no se requerer a averbao..

    Ainda, no se pode olvidar da clusula 13 do instrumento particular de

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    dissoluo parcial de sociedade de fato e partilha de bens comuns (fls. 55/62), inverbis: 13. Se tornarem-se as PARTES, seja individual seja conjuntamente,

    devedoras de custas processuais, impostos e honorrios advocatcios, assim como de

    quaisquer outras verbas decorrentes de condenao em processos promovidos por

    terceiros ou pelas prprias PARTES em nome prprio ou de clientes e desde que se

    relacionem a fatos e negcios jurdicos ocorridos na vigncia da sociedade (abril de

    1991 a 31.01.2002), o montante correlato devido ser apurado, rateado e pago entre

    as PARTES na proporo de 1/3 (um tero) para cada uma, independentemente em

    nome de quem esteja(m) o(s) processo(s). (fl. 61).Assim, como bem observou a magistrada a quo em sede de

    informaes, juntadas a fls. 250/252 e docs. de fls. 253/278, prematuro o afastamento

    pretendido pelo recorrente, considerado que em se tratando de empresa r sem

    personalidade, a responsabilidade pela dvida objeto dos autos seria de todos os

    scios ilimitada e solidariamente. (fl. 252).

    Dessarte, inconsistentes as alegaes do agravante, fica mantida a r.

    deciso atacada, tal como lanada, revogado o efeito suspensivo aqui concedido.

    Ante o exposto, nego provimento ao agravo de instrumento.

    FRANCISCO OCCHIUTO JNIOR

    Relator