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2.1 COMPOSTOS AROMÁTICOS: LEI DE HUCKEL · substrato benzeno e o eletrófilo, esta é a etapa lenta do mecanismo e se forma o intermediário, ... Estabilidade dos intermediários

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  • 47 Mecanismo de Reaes de Compostos Aromticos

    Qumica Orgnica II. Licenciatura em Qumica. Professora Ana Jlia Silveira. UEAP, JAN 2015

    2.1 COMPOSTOS AROMTICOS: LEI DE HUCKEL

    O anel aromtico (benzeno) formado pela conexo de seis carbonos sp2. No interior do anel aromtico, existem seis eltrons pi, ocupando seis orbitais p, e formando trs ligaes duplas alternadas por uma simples. Os seis eltrons tornam o anel aromtico por obedecer a Lei de Huckel, que considera aromtico todos os anis monocclicos que contenham 4n + 2eltrons , onde n pode assumir valores de zero at o infinito. Anis monocclicos que contenham 2, 6, 10.......... eltrons pi, esto em acordo com a lei de Huckel, e so considerados aromticos.

    Exemplos de anis aromticos.

  • 48 Mecanismo de Reaes de Compostos Aromticos

    Qumica Orgnica II. Licenciatura em Qumica. Professora Ana Jlia Silveira. UEAP, JAN 2015

    Exemplos de anis no aromticos

    A substituo eletroflica aromtica (SEA), utiliza como substrato o anel benznico, e tem como finalidade formar derivados do benzeno. Dependendo do eletrfilo, utilizado na substituio do hidrognio do anel, formado um derivado benznico diferente. Os eltrofilos utilizados na substituio eletroflica aromtica so:

    NO2+, Cl+, ou Br+, R+ (R= representa um carboction alquila);

    SO3 e R-+C=O, esses eletrfilos formam respectivamente, o

    nitrobenzeno, cloro ou bromobenzeno, alquilbenzeno, cido benzeno sulfnico e alquil fenil cetona.

  • 49 Mecanismo de Reaes de Compostos Aromticos

    Qumica Orgnica II. Licenciatura em Qumica. Professora Ana Jlia Silveira. UEAP, JAN 2015

    2.2 ALQUILAO DE FRIEDEL-CRAFTS

    O mecanismo apresenta trs etapas. Na primeira etapa o catalisador ajuda na preparao do eletrfilo. A segunda etapa mostra a interao entre o substrato benzeno e o eletrfilo, esta a etapa lenta do mecanismo e se forma o intermedirio, finalmente na terceira etapa recuperada a aromaticidade do anel benznico. No mecanismo de alquilao, um halogeneto de alquila utilizado para alquilar o anel benznico. A primeira etapa do mecanismo mostra o halogeneto de alquila (cloreto de metila) sendo transformado no eletrfilo carboction metila, pela ao do catalisador, em uma reao cido-base. Nesta reao o halogeneto de alquila uma base de Lewis e o catalisador, cloreto de alumnio um cido de Lewis.

    Visualizao no modelo molecular

  • 50 Mecanismo de Reaes de Compostos Aromticos

    Qumica Orgnica II. Licenciatura em Qumica. Professora Ana Jlia Silveira. UEAP, JAN 2015

    A segunda etapa, a etapa determinante da velocidade da reao, etapa lenta do mecanismo. Nesta etapa um par de eltrons pi do anel, faz a conexo com o eletrfilo CH3

    +, esta formao de ligao entre o anel e o carboction metila, promove a quebra da aromaticidade do anel benznico. Nesse processo, formado o intermedirio carboction arnio, que pode ser estabilizado por ressonncia.

    Aps a quebra da aromaticidade, o anel passou a conter cinco carbonos sp2 e um carbono sp3, onde se encontra conectado o grupo metila. A ressonncia desloca os eltrons pi nos cinco carbonos sp2. O carbono sp3 no participa do processo de ressonncia. A ressonncia nos cinco carbonos sp2, pode ser representada por uma linha pontilhada que tangencia os cinco carbonos sp2. Visualizao da etapa lenta no modelo molecular.

  • 51 Mecanismo de Reaes de Compostos Aromticos

    Qumica Orgnica II. Licenciatura em Qumica. Professora Ana Jlia Silveira. UEAP, JAN 2015

    Etapa rpida, no modelo molecular.

  • 52 Mecanismo de Reaes de Compostos Aromticos

    Qumica Orgnica II. Licenciatura em Qumica. Professora Ana Jlia Silveira. UEAP, JAN 2015

    2.3 HALOGENAO DO BENZENO

    O segundo mecanismo trata da halogenao do anel aromtico, as etapas do mecanismo, so semelhantes as desenvolvidas no mecanismo de alquilaa de Friedel-Crafts. Na primeira etapa, ocorre a preparao do eletrfilo com a ajuda do catalisador. Na segunda etapa ocorre a conexo do eletrfilo no anel provocando a quebra da aromaticidade do anel, e finalmente na ltima etapa mostrada a recuperao da aromaticidade do anel e do catalisador.

  • 53 Mecanismo de Reaes de Compostos Aromticos

    Qumica Orgnica II. Licenciatura em Qumica. Professora Ana Jlia Silveira. UEAP, JAN 2015

    2.4 ACILAO DE FRIEDEL-CRAFTS

    A reao se processa entre o substrato benzeno e o reagente cloreto de acila, tambm conhecido como cloreto de cido. Este reagente facilmente obtido pela reao entre um acido carboxlico e o cloreto de tionila (SOCl2) ou pentacloreto de fsforo (PCl5).

    A reao de formao do cloreto de acido, utilizando o cloreto de tionila, em temperatura de 80oC, produz um rendimento de aproximadamente 90%. A acilao de Friedel-Crafts tem como objetivo a obteno de uma cetona aromtica.

    No desenvolvimento do mecanismo o catalisador cloreto de alumnio tem duas funes: na forma de acido de Lewis prepara o eletrfilo e na forma de base de Lewis recupera a aromaticidade do anel . Na etapa lenta do mecanismo, o eletrfilo capturado por um par de eltrons pi do anel. a conexo do eletrfilo no anel leva a quebra da aromaticidade do anel, que passa a ser formado por cinco carbonos sp2 e um carbono sp3. Primeira etapa: preparao do eletrfilo com a ajuda do catalisador.

  • 54 Mecanismo de Reaes de Compostos Aromticos

    Qumica Orgnica II. Licenciatura em Qumica. Professora Ana Jlia Silveira. UEAP, JAN 2015

    Segunda etapa: conexo do eletrfilo ction aclio no anel. Um par de eltrons pi do anel captura o eletrfilo ction aclio. A reao lenta e ocorre a quebra da aromaticidade do anel.

    O intermedirio traz um hidrognio, conectado em carbono sp3 vicinal a um centro catinico. Este centro eletroflico (catinico) capaz de puxar para si os eltrons sigma da ligao carbono-hidrognio, esta ao, deixa o hidrognio do carbono sp3 com carga parcial positiva, podendo ser capturado por uma base de Lewis. Os carbonos catinicos, puxam eltrons sigma para si e geram hidrognio ionizvel em seus carbonos vicinais. Na reao de eliminao unimolecular, o carboction ao puxar os eltrons sigma da ligao, promove a formao de hidrognios ionizveis em seus carbonos vicinais, esta reao ser estudada ainda neste capitulo.

    Terceira etapa: Recuperao da aromaticidade do anel e recuperao do catalisador. A base de Lewis (complexo aninico) captura o hidrognio ionizvel do anel. Este hidrognio ao sair deixa o par de eltrons que devolvido ao anel, desta forma a aromaticidade recuperada.

  • 55 Mecanismo de Reaes de Compostos Aromticos

    Qumica Orgnica II. Licenciatura em Qumica. Professora Ana Jlia Silveira. UEAP, JAN 2015

    2.5 NITRAO DO BENZENO

    Reao do processo.

    Preparao do eletrforo e do complexo aninico (base de Lewis).

    O cido mais forte (cido sulfrico) recebe o par de eltrons do oxignio do cido ntrico (cido mais fraco). O cido ntrico protonado atravs da ciso heteroltica na ligao oxignio-nitrognio, libera para o meio reacional uma molcula de gua.

    Conexo do eletrfilo on nitrnio no anel aromtico.

  • 56 Mecanismo de Reaes de Compostos Aromticos

    Qumica Orgnica II. Licenciatura em Qumica. Professora Ana Jlia Silveira. UEAP, JAN 2015

    Recuperao da aromaticidade do anel.No meio reacional existem duas bases para recuperar a aromaticidade do anel, o nion hidrogenosulfato e a gua. A base mais forte a gua e ser utilizada para recuperar a aromaticidade do anel.

    2.6 SULFONAO DO BENZENO

    Preparao do eletrfilo.

    As duas molculas de cido sulfrico atravs de um processo de autoionizao fornecem o eletrfilo SO3, que possui um centro eletroflico no tomo de enxofre.

  • 57 Mecanismo de Reaes de Compostos Aromticos

    Qumica Orgnica II. Licenciatura em Qumica. Professora Ana Jlia Silveira. UEAP, JAN 2015

    Conexo do eletrfilo no anel.

    Recuperao da aromaticidade do anel. Ser realizada pela base nion hidrogenosulfato.

    O nion benzenosulfonato atravs de uma reao cido-base recebe um prton e forma o cido benzenosulfnico.

  • 58 Mecanismo de Reaes de Compostos Aromticos

    Qumica Orgnica II. Licenciatura em Qumica. Professora Ana Jlia Silveira. UEAP, JAN 2015

    Diagrama de energia para a reao de substituio eletroflica aromtica.

    2.7 ATIVADORES E DESATIVADORES DE ANEL

    O anel benznico pode receber dois tipos de substituintes: substituintes ativantes e desativantes. O substituinte ativante por ressonncia desloca eltrons para o interior do anel, aumentando a densidade eletrnica do anel. So considerados ativadores fortes os seguintes substituintes de anel:

  • 59 Mecanismo de Reaes de Compostos Aromticos

    Qumica Orgnica II. Licenciatura em Qumica. Professora Ana Jlia Silveira. UEAP, JAN 2015

    A colocao dos substituintes no anel benznico, favorece a presena de dois efeitos eletrnicos: o efeito indutivo ocasionado pela eletronegatividade que puxa eltrons e o efeito de ressonncia que doa eltrons para o anel benznico. O efeito que prevalece o efeito de ressonncia, que indica as posies orto e para como a posio de maior densidade eletrnica, sendo por esse motivo, a posio preferencial para a conexo do eletrforo no anel benznico. Assim os substituintes ativantes vo orientar o eletrforo para as posies orto e para. Veja como acontece, atravs da ressonncia, o aumento da densidade eletrnica nas posies orto e para.

  • 60 Mecanismo de Reaes de Compostos Aromticos

    Qumica Orgnica II. Licenciatura em Qumica. Professora Ana Jlia Silveira. UEAP, JAN 2015

    A carga negativa gerada nessas posies permite a entrada preferencial do eletrfilo no substrato fenol.

    A energia envolvida na reao, quando se trata de benzenos com substituintes ativadores de anel, indica as posies orto e para como preferenciais. A energia envolvida para entrada do eletrforo em posio meta maior. A energia envolvida na reao de nitrao do fenol mostrada a seguir.

    Os intermedirios gerados para a orientao orto e para do eletrfilo so

    mais estveis.

    Estabilidade dos intermedirios formados. Intermedirio com eletrforo conectado em posio para.

  • 61 Mecanismo de Reaes de Compostos Aromticos

    Qumica Orgnica II. Licenciatura em Qumica. Professora Ana Jlia Silveira. UEAP, JAN 2015

    Intermedirio com eletrfilo conectado em posio orto.

    Observe que a possibilidade de conexo do eletrfilo na posio meta desfavorvel, pelo fato de formar menos contribuintes de ressonncia.

    O grupo metila um substituinte de anel que orienta a entrada do eletrforo para as posies orto e para. Isso se deve a formao de intermedirios estveis para essas posies. A reao de nitrao do tolueno um bom exemplo.

    Os intermedirios formados mostram a carga positiva do interior do anel

    em carbono tercirio, o que garante boa estabilidade. Intermedirio com eletrfilo conectado em posio orto.

  • 62 Mecanismo de Reaes de Compostos Aromticos

    Qumica Orgnica II. Licenciatura em Qumica. Professora Ana Jlia Silveira. UEAP, JAN 2015

    Intermedirio com eletrfilo conectado em posio para. Novamente ser formado um contribuinte de ressonncia com carga positiva em carbono tercirio, garantindo maior estabilidade.

    A posio meta desfavorvel para a entrada do eletrfilo, pelo fato de formar contribuintes de ressonncia com carga positiva em carbono secundrio.

    Nesse momento, vamos analisar a velocidade de reao para a nitrao do tolueno, quando comparada ao benzeno. A velocidade de nitrao do tolueno maior, pois os substituintes ativadores de anel aumentam a velocidade da reao de substituio eletroflica aromtica.

    Energia de ativao envolvida na nitrao do tolueno se torna maior para a entrada do eletrfilo em posio meta. Quando a entrada preferencial do eletrforo a posio orto a energia de ativao menor, por esse motivo, esse produto se forma em maior quantidade (63%).

  • 63 Mecanismo de Reaes de Compostos Aromticos

    Qumica Orgnica II. Licenciatura em Qumica. Professora Ana Jlia Silveira. UEAP, JAN 2015

    Os substituintes desativadores de anel puxam eltrons do anel atravs do efeito de ressonncia e ocasionam uma diminuio na densidade eletrnica do anel benznico. Os substituintes desativantes orientam a entrada do eletrfilo para a posio meta. Os halognios, no entanto, so desativadores de anel e orientam a entrada do eletrfilo para as posies orto e para, so portanto,desativadores orto-para dirigentes. A nitrao do clorobenzeno um bom exemplo.

    Intermedirios formados para a entrada do eletrforo em orto.

    Intermedirios formados para a entrada do eletrforo em meta.

  • 64 Mecanismo de Reaes de Compostos Aromticos

    Qumica Orgnica II. Licenciatura em Qumica. Professora Ana Jlia Silveira. UEAP, JAN 2015

    Intermedirios formados para a entrada do eletrforo em para.

    Os contribuintes de ressonncia formados em cada uma das orientaes propostas para o eletrforo, indicou que houve maior quantidade de contribuintes de ressonncia para a orientao orto-para.

    2.8 SUBSTITUIO ELETROFLICA NO NAFTALENO Sugesto de Leitura SOLOMONS, Graham; FRYHLE, Craig. Qumica Orgnica. Traduo da 10

    a edio

    americana, vols 1 e 2. Rio de Janeiro: Livros Tcnicos e Cientficos Editora S. A., 2012. 815p.

    BRUICE, Paula. Qumica Orgnica. Traduo da quarta edio. So Paulo: Pearson Prentice

    Hall, 2006. 547p.