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24 Julho - 6 Agosto 2000 Vol. I, No. 12 Tais Timor é um serviço de informação da Administração Transitória das Nações Unidas em Timor Leste (UNTAET) O recém-nomeado Governo de Transição de Timor Leste - formado por quatro timo- renses e quatro funcionários internacionais - realizou recentemente as suas duas primeiras reuniões, o que representou a primeira vez na história em que líderes timo- renses participaram, como parceiros iguais, na governação do seu país. A primeira sessão seguiu-se ao histórico anúncio e cerimónia de juramento do Governo de Transição de Timor Leste, a 15 de Junho, na Sede da UNTAET. Foi discutida uma série de questões de organização, incluindo os pro- cedimentos do governo, um código de conduta e a frequência das reuniões. Na segunda reunião, o Governo decidiu nomear Mari Akatiri, que tem a seu cargo os Assuntos Económicos, e Peter Galbraith, que é responsável pelos Assuntos Políticos, para o Conselho de Ministros para a Zona de Cooperação no Timor Gap. "Doravante, podemos proporcionar à pop- ulação timorense, bem como aos nossos par- ceiros internacionais, um único ponto de entrada; um único elemento coordenador em cada um dos principais sectores da actividade pública do governo de Timor Leste", afirmou o Chefe da Administração de Transição, Sérgio Vieira de Mello, após a cerimónia. Os membros internacionais do governo, para além do Sr. Galbraith, são: Jean- Christian Cady, Representante Especial Adjunto do Secretário-Geral, que será respon- sável pela pasta da Polícia e Serviços de Emergência, a Juíza Gita Honwana-Welch, que superintenderá à Justiça, e Michael Francino, responsável pelas Finanças. Para além do Sr. Akatiri, os membros do governo timorenses são: a Juíza Ana Pessoa, que tem a seu cargo a Administração Interna; João Carrascalão, responsável pelas Infra- estruturas; e o Padre Filomeno Jacob, respon- sável pelos Assuntos Sociais. Mariano Lopes da Cruz foi nomeado Inspector-Geral do Governo. Entretanto, o Conselho Consultivo Nacional (CCN) aprovou um regulamento que cria um Conselho Nacional, o órgão legislati- vo que lhe sucede. No Conselho, foram intro- duzidas alterações menores ao projecto de regulamento, incluindo a alteração do nome original, Conselho Legislativo Nacional, para sublinhar a natureza consultiva do órgão. O actual CCN, composto por 15 membros, será dissolvido na primeira reunião do Conselho Nacional, que será formado por 33 membros timorenses dos sectores político, religioso e privado. O Chefe da Administração de Transição terá a última palavra na aprovação de qualquer projecto de regula- mento apresentado ao governo pelo CN. UNTAET, Timor Leste dá forma a novo governo e órgão legislativo Publicado quinzenalmente em tétum, inglês, português e bahasa indonésia e distribuído gratuitamente A ltos funcionários das Nações Unidas e líderes timorenses juntaram-se para prestar tributo, numa cerimónia fúnebre, a um soldado neozelandês da Força de Manutenção de Paz das Nações Unidas morto num confronto recente com elementos sus- peitos de pertencerem às milícias. "Obrigado por nos teres ajudado, Leonard", disse o Presidente do CNRT, Xanana Gusmão, num comovente elogio fúnebre do soldado Leonard William Manning, o primeiro soldado das Nações Unidas morto em combate desde a colocação no ter- reno das forças da ONU, a 1 de Fevereiro. Manning morreu a 24 de Julho, perto de Suai, devido a feri- mentos provocados por tiros de arma de fogo, depois de um grupo armado ter disparado contra a sua patrulha, composta por cinco elementos. "Lutámos durante 24 anos, morremos por este país, por este povo", disse o Sr. Gusmão aos fiéis que se comprimiam na Igreja de Motael, em Díli. Agora, pela primeira vez, "um soldado da força de manutenção de paz morreu por nós". Como comandante de um pequeno exército de guerrilha, lembrou o Sr. Gusmão, a lição que apren- dera era não chorar os mortos, mas sim honrá-los. "Obrigado a todos vós que perdestes a vida aqui em Timor Leste", afirmou, no seu tributo. "Todos vós vivereis para sempre na nossa história, na nossa luta pela libertação e nos nossos esforços para recon- struir um novo país com paz e democracia". O Chefe da Administração de Transição, Sérgio Vieira de Mello, sublinhou que "dentro destas pare- des, não cabe a vingança - seja ela qual for". Havia necessidade de justiça e ele pediria a extradição dos assassinos, caso estes fossem encontrados do outro lado da fronteira. Esperava-se que a morte do soldado Manning ajudasse a atingir o objectivo "que estamos aqui todos para atingir - afastar a violência das vidas de todos os timorenses", acrescentou o Sr. Vieira de Mello. O Tenente-Coronel Dransfield, comandante do Real Regimento de Infantaria da Nova Zelândia, prometeu que o assassínio do soldado Manning não iria dissuadir os membros da Força de Manutenção de Paz das Nações Unidas. "Devemos ao Len não abandonarmos Timor Leste". Iriam levar por diante o trabalho que ele e outros haviam iniciado. "Podem ter a certeza de que seguiremos em frente com uma determinação renovada de vencer", prometeu, antes de os soldados neozelandeses cantarem um hino de combate maori, com acompanhamento de violas. Segundo o porta-voz da Força de Manutenção de Paz das Nações Unidas (UN-PKF), um grupo armado disparou contra a equipa do soldado Manning, de uma distância de cerca de 10 metros, obrigando os soldados da Força de Manutenção de Paz a recuar. Depois de o grupo neozelandês se ter reunido de novo, verificou-se que faltava o soldado Manning. O seu corpo foi encontrado perto do local do tiroteio. O porta-voz, Tenente-Coronel Brynjar Nymo, afirmou que os assaltantes agiram como se tivessem recebido algum tipo de formação militar. A patrulha do soldado Manning estava a inves- tigar uma informação relacionada com a existência de nove indivíduos armados usando uniformes verdes e máscaras de lã na cabeça. A patrulha deslocara-se de sul para norte, seguindo o rasto dos indivíduos suspeitos de pertencerem às milícias. Segundo o Tenente-Coronel Nymo, não é claro se se trata de um grupo de membros das milícias pró-integração que atravessou a fronteira vindo de Timor Ocidental ou de um grupo que está a operar em Timor Leste há algum tempo. Timor Leste chora a morte de soldado da Força de Manutenção de Paz das Nações Unidas Dizendo adeus: Membros do Real Regimento de Infantaria da Nova Zelândia (em cima) na cerimó- nia religiosa em memória do soldado Leonard William Manning, o primeiro soldado das Nações Unidas morto em acção em Timor Leste desde a colo- cação no terreno das tropas da ONU, a 1 de Fevereiro. O Presidente do CNRT, Xanana Gusmão (à dire- ita), num comovente tributo, agradeceu ao soldado Manning e a todos quantos morreram para ajudar o povo de Timor Leste durante «a nossa luta pela liber- tação e nos nossos esforços para reconstruirmos um novo país com paz e democracia". Fotos: OCPI-UNTAET

24 Julho - 6 Agosto 2000 Vol. I, No. 12 UNTAET, TTimor ... · pela primeira vez, "um soldado da força de manutenção de paz morreu por nós". Como comandante de um pequeno exército

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24 Julho - 6 Agosto 2000 Vol. I, No. 12

Tais Timor é um serviço de informação da Administração Transitória das Nações Unidas em Timor Leste (UNTAET)

Orecém-nomeado Governo de Transição deTimor Leste - formado por quatro timo-

renses e quatro funcionários internacionais -realizou recentemente as suas duasprimeiras reuniões, o que representou aprimeira vez na história em que líderes timo-renses participaram, como parceiros iguais,na governação do seu país.

A primeira sessão seguiu-se ao históricoanúncio e cerimónia de juramento do Governode Transição de Timor Leste, a 15 de Junho,na Sede da UNTAET. Foi discutida uma sériede questões de organização, incluindo os pro-cedimentos do governo, um código de condutae a frequência das reuniões.

Na segunda reunião, o Governo decidiunomear Mari Akatiri, que tem a seu cargo osAssuntos Económicos, e Peter Galbraith, queé responsável pelos Assuntos Políticos, para oConselho de Ministros para a Zona deCooperação no Timor Gap.

"Doravante, podemos proporcionar à pop-ulação timorense, bem como aos nossos par-ceiros internacionais, um único ponto deentrada; um único elemento coordenador emcada um dos principais sectores da actividadepública do governo de Timor Leste", afirmouo Chefe da Administração de Transição,Sérgio Vieira de Mello, após a cerimónia.

Os membros internacionais do governo,para além do Sr. Galbraith, são: Jean-Christian Cady, Representante EspecialAdjunto do Secretário-Geral, que será respon-sável pela pasta da Polícia e Serviços deEmergência, a Juíza Gita Honwana-Welch,que superintenderá à Justiça, e MichaelFrancino, responsável pelas Finanças.

Para além do Sr. Akatiri, os membros dogoverno timorenses são: a Juíza Ana Pessoa,que tem a seu cargo a Administração Interna;João Carrascalão, responsável pelas Infra-estruturas; e o Padre Filomeno Jacob, respon-sável pelos Assuntos Sociais.

Mariano Lopes da Cruz foi nomeadoInspector-Geral do Governo.

Entretanto, o Conselho ConsultivoNacional (CCN) aprovou um regulamento quecria um Conselho Nacional, o órgão legislati-vo que lhe sucede. No Conselho, foram intro-duzidas alterações menores ao projecto deregulamento, incluindo a alteração do nomeoriginal, Conselho Legislativo Nacional, parasublinhar a natureza consultiva do órgão.

O actual CCN, composto por 15 membros,será dissolvido na primeira reunião doConselho Nacional, que será formado por 33membros timorenses dos sectores político,religioso e privado. O Chefe da Administraçãode Transição terá a última palavra naaprovação de qualquer projecto de regula-mento apresentado ao governo pelo CN.

UNTAET, TTimor LLeste ddáforma aa nnovo ggovernoe óórgão llegislativo

Publicado quinzenalmente em tétum, inglês, português e bahasa indonésia e distribuído gratuitamente

Altos funcionários das Nações Unidas e líderestimorenses juntaram-se para prestar tributo,

numa cerimónia fúnebre, a um soldado neozelandêsda Força de Manutenção de Paz das Nações Unidasmorto num confronto recente com elementos sus-peitos de pertencerem às milícias.

"Obrigado por nos teres ajudado, Leonard",disse o Presidente do CNRT, Xanana Gusmão, numcomovente elogio fúnebre do soldado LeonardWilliam Manning, o primeiro soldado das NaçõesUnidas morto em combate desde a colocação no ter-reno das forças da ONU, a 1 de Fevereiro. Manningmorreu a 24 de Julho, perto de Suai, devido a feri-mentos provocados por tiros de arma de fogo, depoisde um grupo armado ter disparado contra a suapatrulha, composta por cinco elementos.

"Lutámos durante 24 anos, morremos por estepaís, por este povo", disse o Sr. Gusmão aos fiéis quese comprimiam na Igreja de Motael, em Díli. Agora,pela primeira vez, "um soldado da força demanutenção de paz morreu por nós".

Como comandante de um pequeno exército deguerrilha, lembrou o Sr. Gusmão, a lição que apren-dera era não chorar os mortos, mas sim honrá-los."Obrigado a todos vós que perdestes a vida aqui emTimor Leste", afirmou, no seu tributo. "Todos vósvivereis para sempre na nossa história, na nossaluta pela libertação e nos nossos esforços para recon-struir um novo país com paz e democracia".

O Chefe da Administração de Transição, SérgioVieira de Mello, sublinhou que "dentro destas pare-des, não cabe a vingança - seja ela qual for". Havianecessidade de justiça e ele pediria a extradição dosassassinos, caso estes fossem encontrados do outrolado da fronteira.

Esperava-se que a morte do soldado Manningajudasse a atingir o objectivo "que estamos aqui

todos para atingir - afastar a violência das vidas detodos os timorenses", acrescentou o Sr. Vieira deMello.

O Tenente-Coronel Dransfield, comandante doReal Regimento de Infantaria da Nova Zelândia,prometeu que o assassínio do soldado Manning nãoiria dissuadir os membros da Força de Manutençãode Paz das Nações Unidas. "Devemos ao Len nãoabandonarmos Timor Leste". Iriam levar por dianteo trabalho que ele e outros haviam iniciado. "Podemter a certeza de que seguiremos em frente com umadeterminação renovada de vencer", prometeu, antesde os soldados neozelandeses cantarem um hino decombate maori, com acompanhamento de violas.

Segundo o porta-voz da Força de Manutençãode Paz das Nações Unidas (UN-PKF), um grupoarmado disparou contra a equipa do soldadoManning, de uma distância de cerca de 10 metros,obrigando os soldados da Força de Manutenção dePaz a recuar. Depois de o grupo neozelandês se terreunido de novo, verificou-se que faltava o soldadoManning. O seu corpo foi encontrado perto do localdo tiroteio.

O porta-voz, Tenente-Coronel Brynjar Nymo,afirmou que os assaltantes agiram como se tivessemrecebido algum tipo de formação militar.

A patrulha do soldado Manning estava a inves-tigar uma informação relacionada com a existênciade nove indivíduos armados usando uniformesverdes e máscaras de lã na cabeça. A patrulhadeslocara-se de sul para norte, seguindo o rasto dosindivíduos suspeitos de pertencerem às milícias.

Segundo o Tenente-Coronel Nymo, não é clarose se trata de um grupo de membros das milíciaspró-integração que atravessou a fronteira vindo deTimor Ocidental ou de um grupo que está a operarem Timor Leste há algum tempo.

Timor LLeste cchora aa mmorte dde ssoldado dda FForçade MManutenção dde PPaz ddas NNações UUnidas

Dizendo aadeus: Membros do Real Regimentode Infantaria da Nova Zelândia (em cima) na cerimó-nia religiosa em memória do soldado LeonardWilliam Manning, o primeiro soldado das NaçõesUnidas morto em acção em Timor Leste desde a colo-cação no terreno das tropas da ONU, a 1 deFevereiro.

O Presidente do CNRT, Xanana Gusmão (à dire-ita), num comovente tributo, agradeceu ao soldadoManning e a todos quantos morreram para ajudar opovo de Timor Leste durante «a nossa luta pela liber-tação e nos nossos esforços para reconstruirmos umnovo país com paz e democracia".

Fotos: OCPI-UNTAET

24 Julho - 6 Agosto 2000 Tais Timor

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Segundo de uma série

Que é uma constituição? Os manuaisdizem que é a lei superior de um país,

com mais autoridade e força. No entanto,nem sempre é assim. Por vezes, é apenas umpapel que todos ignoram sem correr o menorrisco. Mas quando resultam de decisões ecompromissos verdadeiros, então, as consti-tuições têm uma importância genuína.

Muitas pessoas têm a impressão de queuma constituição é algo que se escreve, comoum artigo no Tais Timor. Se sabem bastantesobre constituições, podem referir também ocaso britânico como uma excepção interes-sante: uma constituição não escrita. O factode a Grã-Bretanha ter uma constituição nãoescrita significa apenas que não existe umpedaço de papel isolado com o título "AConstituição da Grã-Bretanha". Mas a Grã-Bretanha está comprometida com algunsprincípios básicos de governo, alguns dosquais se encontram escritos na lei, e é isso aconstituição britânica. O facto de uma coisaestar escrita num papel não é assim tãoimportante: uma constituição é algo que aspessoas têm de decidir. Uma decisão e umempenhamento são fundamentais. Escreve-se apenas para que exista um registo claro doque foi decidido. Mas, geralmente, é escrita. Éum documento, um texto escrito em papel.

Os Haitianos costumam dizer que as con-stituições são papel, mas as baionetas sãoferro. Num conflito entre as duas, as baione-tas vencerão. Então, que valor têm as consti-tuições? Não muito, se ficarem no papel, comoacontece com muitas. Nesses casos, não sãoregistos de decisões e empenhamentos, massim, geralmente, documentos de propagandaque podem ser ignorados sem o menor risco.

Por outro lado, se uma constituição for oproduto de uma verdadeira decisão, poderáser o alicerce da vossa futura independência,um alicerce do Direito.

Para se tornar independente, um paíspassa muitas vezes por duas fases: uma lutapela independência, a que se segue um perío-do de construção da independência. Primeiro,há que libertar-se do domínio estrangeiro.Mas o caos pode substituir facilmente odomínio estrangeiro e, por isso, uma naçãotem de criar também as instituiçõesnecessárias para se governar a si própria.Tem de ser capaz de tomar decisões e agir.

As mais importantes dessas instituiçõessão criadas pela constituição. Essas fasespodem ser chamadas a fase da guerrilha e afase da constituição. Timor Leste encontra-se, neste momento, precisamente na tran-sição entre essas duas fases.

A fase da luta tem uma tarefa fundamen-tal: livrar-se do domínio estrangeiro. A fasede construção, pelo contrário, tem muitastarefas. As duas fases são muito diferentes e,em toda a partem as pessoas acharam muitodifícil a transição de uma para outra. Uma

CCOONNSSTTIITTUUIIÇÇÃÃOO EE IINNDDEEPPEENNDDÊÊNNCCIIAAgrande diferença é a seguinte: o empen-hamento na luta, durante a primeira fase, éevidenciado, acima de tudo, pela disposiçãopara fazer sacrifícios imediatos. Mas, durantea fase de construção, tem de se pensar a longoprazo.

É como construir uma casa grande e sóli-da. Começa-se pelos alicerces. Eles são a con-stituição. "Constituição" vem da palavra lati-na que significa "criar" ou "construir". O quese pretende é construir uma casa que não sedesmorone amanhã. Há que pensar em todosos perigos que a casa terá de enfrentar nosanos futuros: chuva, vento, fogo, talvez até umterramoto. Vocês também querem construiruma constituição assim, de modo a poderenfrentar quaisquer perigos que o vosso paísvenha a enfrentar. Quais poderiam ser essesperigos? Infelizmente, qualquer país enfrentamuitos perigos possíveis, no futuro: o perigode invasão do exterior, mas também o perigode guerra civil, o perigo do impasse e da par-alisação de modo que o governo não podeexercer funções, ou o perigo da corrupçãoquando os funcionários públicos vão atrás dosganhos pessoais a expensas do bem público. Eexiste sempre o perigo de um grupo armadotentar assumir o poder. Uma boa constituiçãodeveria reduzir todos estes perigos.

Assim, uma grande diferença entre a fasede luta e a fase de construção é a seguinte:quando se está a lutar, pensa-se nos perigosimediatos, mas quando se está a construir,

pensa-se também nos perigos no futuro alongo prazo.

Existe outra diferença importante entreestas duas fases. Na fase da luta, a unidadeé crucial e muitas discordâncias podem seradiadas. Existe uma tarefa clara, pôr fim aodomínio estrangeiro. Na fase de construção,há muitas tarefas e as discordâncias nãopodem ser adiadas. Por isso, todos têm deaprender a discordar entre si. Durante a fasede luta, "unidade" é o slogan certo. No está-gio de construção, penso que o melhor sloganfoi o adoptado pelo Primeiro Congresso dasMulheres de Timor Leste: "Unidade naDiversidade".

Agora, tendes perante vós muitas dis-cordâncias que não poderão ser adiadasmais: é o lado da "diversidade". Mas aindapoderá haver um elemento de unidade se nãopermitirdes que as discordâncias vos divi-dam.

Unidade na diversidade quer dizer queos dois elementos estão presentes: as dis-cordâncias existem, mas não dividem com-pletamente as pessoas. A unidade na diversi-dade é uma ideia maravilhosa em muitasesferas da vida, Fiquei muito comovido quan-do o vi como tema do Congresso dasMulheres. Parece-me o termo perfeito, nomomento em que passais da fase de luta pelaindependência para a fase da sua construção,começando por uma constituição.

PPrrooffeessssoorreess ccoomm VViissããoo:: Após uma equipade optometristas australianos ter feito testes devisão aos professores timorenses, num programaconjunto UNICEF-OMS, 70 experimentaram osseus novos óculos numa cerimónia realizada a 28de Julho. Trinta professores receberam tambémformação para detectarem os alunos com dificul-dades de visão. A UNICEF está a apoiar tambémum programa de cirurgia oftálmica correctiva, noHospital do CICV, em Díli, para crianças timorens-es que dela necessitem.

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Para as últimas notícias einformação sobre Timor

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Tais Timor 24 Julho - 6 Agosto 2000

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RReessuummoo ddee NNoottíícciiaassLiquiçá; o massacre da Igreja de Suai; o ataqueà casa de Manuel Carrascalão; o ataque ao com-plexo residencial de D. Ximenes Belo; e o assas-sínio do jornalista holandês Sander Thoenes.

A visita, de dez dias, é consequência daprimeira reunião de trabalho entre os represen-tantes jurídicos e políticos da UNTAET e osseus homólogos indonésios, em Jacarta, a 8 deJunho.

A equipa indonésia é formada por 15 inves-tigadores, dois assessores jurídicos, dois dactiló-grafos e dois intérpretes. São acompanhadospor 15 jornalistas indonésios.

A Associação de Editores de Jornais da Área doPacífico (PANPA) lançou um Website con-junto para todos os meios de comunicaçãosocial impressos de Timor Leste, na 31ª con-ferência anual da organização, em Sydney.

O Projecto Web da Imprensa de TimorLeste é mantido e albergado pelo pessoal ealunos da Escola de Meios de ComunicaçãoSocial e Jornalismo da Universidade deTecnologia de Queensland.

O site será transferido para a gestão de jor-nalistas timorenses, em Díli, no início do próxi-mo ano. Os jornalistas locais irão receber for-mação e apoio no domínio da criação deWebsites proporcionada pela Unidade deDesenvolvimento de Meios de ComunicaçãoSocial, da UNTAET, e pela Universidade deTecnologia de Queensland.

Dois jornais, o Timor Post e o Lalenok,estarão em linha no endereço: www.easttimorpress.qut.edu.au

A 21 de Julho, a Televisão UNTAET iniciou assuas emissões todas as Sextas-feiras, a par-tir das 6 da tarde. O novo horário, que mudou

O Governo do Japão, a UNTAET e o Programadas Nações Unidas para o Desenvolvimento(PNUD) assinaram recentemente seis acordosde financiamento de projectos no valor de 27,5milhões de dólares - a maior contribuição dadaaté hoje para a recuperação de infra-estru-turas em Timor Leste.

Os projectos incluem a recuperação e mel-horia do sistema de distribuição de água, paradar acesso a água potável à população daregião de Díli; recuperação da estrada Díli-Ainaro-Cassa, que irá melhorar a distribuiçãode ajuda humanitária e outros bens e impul-sionar a recuperação económica; recuperaçãoda irrigação em Manatuto, o que irá aumentara produtividade agrícola e melhorar a segu-rança alimentar; restauro dos dispositivosauxiliares de navegação e do sistema de atra-cação no porto de Díli; e recuperação das cen-trais eléctricas e das redes de distribuição emDíli e em 13 zonas rurais.

O Chefe de Pessoal da UNTAET,Paramesweran Nagalingam, encontrou-secom o ex-líder das milícias Aitarak, EuricoGuterres, em Kupang, Timor Ocidental, emJulho. A reunião estendeu-se a mais seislíderes pró-autonomia do Fórum para aUnidade da Democracia e Justiça (FPDK) e daFrente para o Povo de Timor Leste (BRTT).

Os sete dirigentes disseram estar interes-sados em fazer uma viagem "venham ver" aDíli. A UNTAET está presentemente a trabal-har com o CNRT para promover a viagem e oescritório da UNTAET em KUPANG está emestreita ligação com o Comandante indonésioem Timor Ocidental, Major-General KikiSyahnakari, neste processo de reconciliação.Os pormenores relativos à segurança estão aser estudados pela UNTAET. Ainda não foifixada uma data para a visita.

Entretanto, o General Syahnakari, falan-do em Oecussi a 12 de Julho, exortou os natu-rais de Timor Leste a ultrapassarem a violên-cia do não passado e receberem de braços aber-tos os refugiados, incluindo os ex-membros dasmilícias. O General afirmou que estava con-vencido de que milhares de refugiados emTimor Ocidental queriam regressar a casamas temiam pela sua segurança.

A primeira entrega de fundos de emprés-timos a empresas de Timor Leste foi feitarecentemente, no âmbito do Projecto PequenasEmpresas, financiado pelo Fundo Especialpara Timor Leste administrado pelo BancoMundial. O banco português, Banco NacionalUltramarino (BNU), é o organismo responsáv-el pela execução.

Vinte candidatos de Díli receberamempréstimos num valor total de 307 000dólares para projectos que vão desde umaempresa de transportes e uma carpintaria atéuma boutique e uma pensão. Os projectos irãocriar cerca de 250 postos de trabalho. Dez dosempréstimos foram concedidos a mulheresempresárias.

Uma equipa do Gabinete do Procurador-Geralindonésio chegou a Díli, a 19 de Julho, parainterrogar testemunhas e recolher quais-quer provas materiais resultantes rela-cionadas com os cinco casos penais pri-oritários apresentados pelos indonésios.

Os cinco casos são o massacre da Igreja de

das Quintas-feiras às 5 da tarde, foi adoptadona sequência de inúmeros pedidos para que asemissões fossem atrasadas de modo a permitirque os trabalhadores chegassem a casa paraverem o programa. A emissão semanal de umahora irá continuar até ao início de Setembro,quando as instalações do novo complexo derádio e televisão tornarem possível o início detransmissões mais alargadas.

Devido a problemas de segurança, o Alto

Comissariado das Nações Unidas para osRefugiados (ACNUR) fechou o seu escritórioem Betun, mas continuará a prestar serviçosbásicos, tais como distribuição de ajuda ali-mentar e a proporcionar serviços de repatri-ação aos 120 000 refugiados que se encontramem Timor Ocidental. A decisão foi tomadanuma reunião em Denpasar, Indonésia, comorganismos das Nações Unidas e organizaçõesnão governamentais que prestam serviço emTimor Ocidental. O pessoal do ACNUR foi rein-stalado em Atambua, onde irá desempenhar assuas funções no distrito de Belu.

No distrito de Aileu, foi realizada uma avaliaçãodo estado da produção de café. O pessoal agríco-la da UNTAET e do CNRT visitou sete aldeias nossubdistritos produtores de café e entrevistou 21agricultores. Os resultados irão ser utilizados noplaneamento da intervenção a curto e médioprazo no cultivo do café.

As celebrações do santo padroeiro de Baucau,Santo António, realizaram-se a 8 de Julho. Emborase trate de um ritual anual, este anos o distritocelebrou a data com especial vigor, com váriosacontecimentos culturais tradicionais e procissõesreligiosas.

Cerca de 500 participantes, de 12 organizações,estiveram presentes no Congresso da Juventude,em Díli, em meados de Julho. O encontro expres-sou o apoio ao português como língua oficial e otétum como língua nacional, e à bandeira daFretilin e o Hino Nacional de 1975 como símbolosnacionais.

O Comandante da Força de Manutenção de Pazdas Nações Unidas (UN-PKF), Jaime de los Santos,visitou Ermera, no início de Julho, e participou nainauguração das duas pontes Bailey, na Estrada deHatolia. O batalhão de engenharia doBangladesh, com a ajuda de mão-de-obra local,reparou as duas pontes, que irão permitir que osorganismos humanitários recomecem as suasactividades na zona.

Por outro lado, 90 búfalos, 84 vacas Bali e7690 galinhas serão distribuídos no distrito, noâmbito do projecto financiado pelo BancoMundial. Os agricultores mais pobres terão priori-dade na distribuição.

Notícias ddos DDistritos O primeiro Congresso, em Lautem, do ConselhoNacional da Resistência Timorense (CNRT) reali-zou-se em Lospalos, de 3 a 6 de Julho. Os partic-ipantes de todo o distrito discutiram questõespolíticas, de segurança, de educação, de saúde eagrícolas. O Estado-nação e a escolha do sistemapolítico foram analisados longamente, tendo amaioria dos participantes concordado que TimorLeste deveria adoptar uma constituição republi-cana e democrática.

A Rádio Same (99.3 FM), de Manufahi, encontra-se agora no ar, durante o horário nocturno.Também podem ser recebidos sinais de televisão.

No subdistrito de Pante Makkasar, em Oecussi,um caso que se suspeita ser de febre tifóide resul-tou numa morte, na aldeia de Bunei. Uma orga-nização não governamental (ONG) de cuidadosde saúde está a vigiar a aldeia e zonas circun-dantes para detectar novos casos.

A reconstrução de uma escola secundária e a exe-cução de um novo edifício para um comunitárioforam iniciadas recentemente no subdistrito deFohorem, em Suai, no âmbito do Projecto deEmprego Temporário (PET). Espera-se que o tra-balho de reconstrução esteja terminado no finalde Agosto. Devido ao mau estado da estrada,após as fortes chuvadas de há algumas semanas,a UNTAET de Suai e os trabalhadores do PET nosubdistrito utilizaram cavalos para trazer os mate-riais do subdistrito de Tilomar para Fohorem. Atéagora, foram despendidos cerca de 3,8 milhõesde dólares no financiamento de PET em TimorLeste. A 31 de Agosto, terão sido gastos 4,5 mil-hões de dólares. Presentemente, cerca de 50 000pessoas, em todo o território, trabalham noâmbito dos TEP.

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24 Julho - 6 Agosto 2000 Tais Timor

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O nome Tais Timor conjura a image do cuidadoso e laboroso processo envolvido na tecelagem do tecido tradicional Timorense usado em todas as ocasiões especiais. Os diferentes “ingredientes” que constituemTimor Leste unem-se durante o tempo de transição para a recontrução do país. Tais Timor tem como objectivo documentar e reflectir todos aqueles eventos que tecem a beleza da tapeçaria que é Timor Lorosa’e.Um serviço público de informação bi-semanal publicado pela Administração Transitória das Nações Unidas em Timor Leste (UNTAET). Publicado em tetum, indonésio, português e inglês. Escrito, editado edesenhado pelo Gabinete de Comunicação e Informação Pública. Circulação 75,000.UNTAET-OCPI c/ - PO Box 2436 Darwin, NT 0801 Austrália Telefone: +61-8-8942-2203 Fax +61-8-8981-5157 e-mail [email protected] não é um documento oficial. Apenas para informação.

Caros leitores, sei que muitos de vocês, emTimor Lorosa'e, ainda têm perguntas ou

estão confusos com a ideia de governo de "col-igação". Sobre aspectos como saber como iráser posto em execução. Quando começará?Como é que os timorenses irão participarneste "co-governo"?

Bem, alguns de vocês passaram pelo meuescritório e falámos sobre o assunto. Oiçam aminha conversa com alguns jovens que queri-am aprender mais sobre a nova parceria entrea UNTAET e Timor Leste.Alau: Olá, Tiu. Diak ka la'e?Tiu: Estou bem, e vocês? Que fazem aqui tu eos teus amigos? Digam-me o que vos preocu-pa.Aniku: Bem, Tiu, lembras-te da última vezem que estive aqui com os meus amigos a dis-cutir a UNTAET e o que está fazer por TimorLorosa'e? Desta vez, os meus colegas e eugostaríamos de falar sobre este novo governode coligação. Importas-te de nos ajudar aperceber o que isso quer dizer?Tiu: Claro, digam.Ameu: Bem, pode ser uma pergunta estúpi-da, mas que quer dizer exactamente coli-gação?Tiu: Ameu, não existem perguntas estúpidas.Na vida, existem muitas coisas que não com-preendemos e é muito importante quefaçamos um esforço para garantir que sejamclaras para nós, tanto por nossa causa comopara o bem do país.

Uma coligação, neste caso, é uma parceriaentre a UNTAET e os líderes políticos deTimor Leste. De facto, a UNTAET está atransferir posições de direcção e a dar aos tim-orenses uma participação na forma comoTimor Lorosa'e é governado, enquanto os tim-orenses ficarão com alguma responsabilidadenas políticas e decisões tomadas pela admin-istração. Portanto, como vêem, ambos os ladosestão a pôr finalmente em prática o que foimuitas vezes afirmado publicamente que que-riam.Aje: Mas, Tiu, porquê agora? Porque não ofizeram desde o início da missão? Agora,

Timor Leste estaria muito diferente, não é ver-dade?Tiu: Podes ter razão, Timor Leste poderiaestar muito diferente, agora. Mas, lembrem-se,a UNTAET está aqui nos termos da Resolução1272 do Conselho de Segurança das NaçõesUnidas, que sublinhava a necessidade de aAdministração de Transação consultar e colab-orar estreitamente com os Timorenses e procu-rar desenvolver as instituições democráticaslocais.

Em menos de um ano após a sua chegada aTimor Lorosa'e, o processo de tomada dedecisões da UNTAET evoluiu do contributo dosTimorenses através do Conselho ConsultivoNacional (CCN) - que tinha apenas 15 mem-bros e incluía representantes internacionais -para um governo em que quatro membros tim-orenses e quatro internacionais irão partilhar aresponsabilidade pela condução do governo. OCCN foi transformado também num ConselhoNacional, com 33 membros, que é totalmentetimorense e representa todos os segmentos dasociedade - grupos de mulheres, organizaçõesde estudantes, cada um dos 13 distritos, parareferir apenas alguns.

A transformação destes órgãos é um ver-dadeiro esforço para preparar os Timorensespara assumirem a governação do territórioquando a UNTAET partir.Atoi: Podes dizer-nos quais são os outros objec-tivos da UNTAET para trazer mais timorensespara a governação?Tiu: Claro. Vocês podem ter ouvido a entre-vista em directo a Sérgio Vieira de Mello, maRádio UNTAET, a 14 de Julho. Ele disse queiriam ser contratados até 10 000 timorensespara o funcionalismo do novo governo. Irãoreceber formação e trabalhar ao lado do pessoalinternacional, a fim de adquirirem experiência.Os Timorenses irão também ser postos grad-ualmente à frente de determinados departa-mentos do governo.

Vocês têm de perceber que se trata daprimeira vez na história das Nações Unidasque a Organização está a partilhar o governode transição com os líderes da comunidade

local.Dua Kay: Está bem, é óptimo. Mas por querazão não pode ser feito mais depressa?Esperámos 500 anos para podermos controlarfinalmente as nossas próprias vidas.Tiu: Jovem, é muito fácil dizer isso, mas jánão é tão fácil, claro, transformar realmenteos sonhos em realidade. É preciso todo umprocesso de organização e gestão. O que éimportante quanto à duração do período detransição, como disse o Sr. Vieira de Mello nasua entrevista à rádio, é existir o perigo de seestar a ir demasiado depressa ou demasiadodevagar. Afirmou que a cronologia sugeridapelo Presidente do CNRT, Xanana Gusmão, epelo Vice-Presidente Ramos Horta para arealização de eleições e a proclamação de umestado independente de Timor Leste erarazoável. Isso significa que, algures no próxi-mo ano, Timor Lorosa'e iniciará o processo decriação do seu país.

Bem, rapazes, oiçam, é muito importanteobter informação sobre o que se está a passaraqui em Timor Lorosa'e.

E todos vocês sabem que as reuniões doCCN são abertas ao público e, por isso, deve-riam ir até lá e ouvir as discussões, eaveriguar se a vossa voz está a ser represen-tada. E, a partir daí, poderão apresentar asvossas críticas ou sugestões.

De qualquer modo, rapazes, sinto muito,mas tenho de me despachar porque hojetenho uma reunião no escritório. Mas have-mos de falar mais, em breve.

Adeus!

TTiiuu rreessppoonnddee aa ppeerrgguunnttaass......

O ggoverno dde ccoligação

POLÍCIA CÍVIL DA ONU24 HORAS

NÚMERO DE EMERGÊNCIA EM DILI

0408039978

Timor LLesteO Zebra BBaucau e o Kakkusan dis-putaram uma partida sem golosna final da primeira edição daCopa Voz de Esperança e foi deci-dido que seriam os vencedoresconjuntos da competição. O BlackkStone recebeu o troféu"desportivismo" e o avançadoJeka, do Kakkusan, foi considera-do o melhor jogador. O melhormarcador do torneio foi oavançado do Zebra, Victor, com19 golos. A cerimónia de entregade prémios realizou-se a 30 deJulho.

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Para não se deixar ultrapassar pelorival Roma, a Lazio subiu o recordecontratando Hernan Crespo, do AC

Parma, por 54,6 milhões dedólares. Então, a 24 de Julho, omédio português Luís Figo tornou-se o jogador mais caro do mundo,transferindo-se do Barcelona parao Real MMadrid por 56 milhões dedólares.

O Manchhester UUnited recusouofertas do Milão e do Barcelonapelo lateral direito DavidBeckham. O Man UU afirmourepetidamente que Beckham nãoestá à venda. A nova direcção doBarça também levantou a questãode convencer Zinedine Zidane ajogar no Nou Camp, enquanto osirmãos De Boer parecem estar

entre os jogadores que figuram nalista de jogadores "para venda" doclube.

A JJuventus concluiu um negóciopara comprar o avançado daselecção francesa, David Trezequet,ao Mónaco.

PugilismoLennox Lewis manteve o título decampeão mundial dos pesos pesa-dos e autoproclamou-se o melhorpugilista do mundo após ter derro-tado o sul-africano François Botha,ao segundo assalto, em Londres, a15 de Julho.