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26/3/2004
X Congresso Brasileiro de Energia 1
Reformas e inovação tecnológica no setor elétrico
brasileiroJoão Lizardo R. H. de Araújo,
CEPEL
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Paradigma Tradicional• Indústria de suprimento de eletricidade foi
construída sobre– Fortes economias de integração, densidade e co-
ordenação– Condições financeiras favoráveis
• isto levou a – Indústria coordenada e verticalmente integrada– Decisões centralizadas e cooperação– Expansão capaz de atender a demanda em
crescimento rápido– Tecnologia pouco dinâmica
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Paradigmas mudaram
• Nos anos recentes, a ISE tem sofrido revoluções em sua estrutura e operação– Decisões descentralizadas– Pressões competitivas
• Contextos econômico e financeiro também se alteraram de forma significativa– Mas existem grandes diferenças entre países
desenvolvidos e em desenvolvimento
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Aspectos comuns dos novos contextos
• Maiores riscos e incertezas• Piores condições de financiamento• Em conseqüência, caíram os investimentos
em relação às receitas• Confiabilidade e segurança foram
prejudicadas• Atividades de Pesquisa e Desenvolvimento
foram particularmente afetadas, por requererem continuidade de longo prazo, apesar de representarem pequena fração dos investimentos
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Parcela de eletricidade aumentou no consumo de energia
• Entre 1970 e 2002, no Brasil – Intensidade energética total caiu 12%– Intensidade elétrica aumentou 75%!
• Entre 1970 e 2002, nos EUA– Intensidade energética total caiu 47%!– Intensidade elétrica permaneceu constante
• Além disto, a eletricidade permeia todas as atividades e produtos
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X Congresso Brasileiro de Energia 6Fonte: EPRI
(In the USA)
… Mas o investimento caiu
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As despesas com P&D caíram
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E a confiabilidade caiu
• Nos EUA, de 1991-1995 a 1996-2000 (EPRI, 2003)– Falhas afetando 50.000 consumidores ou
mais cresceram 41%– Na média, 15% a mais de consumidores
foram afetados– Falhas de mais de 100 MW aumentaram
15%– Carga média perdida aumentou 34%
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Contexto para países em desenvolvimento é pior
• Condições financeiras mais desfavoráveis• Sistemas imaturos ainda mostram ganhos
significativos de coordenação e integração, • Também têm menos folga para haver
competição efetiva• Alto potencial de crescimento da demanda• Em conseqüência, sistemas estão mais
exigidos e sob piores condições
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Investimento/Consumo na ISE Brasileira (R$ constantes de 2000)
0
0,05
0,1
0,15
0,2
0,25
1978
1979
1980
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
year
MR
$/G
Wh
Fonte: Araujo 2002, BEN
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Existe hiato mundial em P&D no setor elétrico
• P&D é atividade de longo prazo, com significativos ganhos de rede e cooperação
• Mudanças de paradigma e contexto afetaram atividades de P&D, quando são mais necessárias:– Há novos desafios, que não podem ser enfrentados
meramente aumentando investimentos em expansão, duplicação e manutenção de instalações
– Os problemas são comuns a todas as empresas de eletricidade, que raramente são capazes de desenvolver pesquisas próprias
– Mas o novo contexto tornou muito mais difícil às empresas cooperarem entre si
• Paradoxo: necessidade não leva a inovações?!
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As empresas elétricas podem ser empresários Schumpeterianos?
• Em competição monopolística, P&D ajuda na disputa por mercado entre líderes da indústria e competidores
• Isto pressupõe que empresas individuais – tenham escala para fazer P&D – e possam apropriar-se dos retornos, – que existam oportunidades de expansão e
competição efetiva• Este seria o motor da inovação• Em que medida isto ocorre no setor elétrico?
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Obstáculos à P&D elétrica em ambiente competitivo
• Empresas elétricas formaram sua cultura num ambiente não competitivo.
• Sua escala e operações não se transferem facilmente ao teatro global, em contraste com outros setores
• Instalações de pesquisa são grandes relativas ao tamanho das empresas, e muitos resultados (especialmente em T&D) beneficiam o SISTEMA – não são internalizáveis pela empresa que os faz– Exceção: indústria de equipamentos
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Mais ainda,• O mercado elétrico não tem o dinamismo de
telecomunicações e informática, ou o alcance global da indústria do petróleo
• É pois improvável que a ISE siga trajetórias Schumpeterianas no futuro previsível
• Ou seja, P&D em EE requer coordenação e cooperação, principalmente com respeito ao sistema
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Desafios à frente • Confiabilidade e segurança (em suas várias acepções) são
cruciais num sistema interdependente, com múltiplos agentes e múltiplas ameaças, no qual falhas têm impactos muito mais graves que no passado, pela crescente importância da eletricidade para a economia e a sociedade– Respostas tecnológicas embutem novos riscos : uma
“internet de energia” é necessária mas deverá enfrentar potenciais ataques de “hackers”
• Qualidade do fornecimento de eletricidade deve adequar-se às necessidades de uma economia digital, na qual aparelhos processadores de informação estarão em toda a parte
• O sistema deve desenvolver e acomodar uma variedade de recursos distribuídos, com características e implicações distintas
• A indústria deve reduzir os danos ao meio ambiente, visando alcançar uma trajetória tecnológica sustentável
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Problemas do Brasil • Hidreletricidade garante resposta instantânea mas tem
problemas de– Reservas de energia– Segurança de barragens
• Sistema imaturo requer expansão rápida para dar confiabilidade, mas capital é escasso
• Desafio: incorporar geração distribuída numa rede com baixa redundância
• Desigualdade social e regional requer soluções tecnológicas específicas para complementar políticas sócio-econômicas
• Temos competência técnica, mas falta de apoio coordenado pôs em risco as instituições e instalações de pesquisa existentes
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Conclusão• Temas tecnológicos do setor elétrico requerem
cooperação entre empresas, especialmente no que diz respeito ao sistema
• Dado o contexto competitivo, o Governo deve agir como facilitador e articulador de políticas
• Esta ação deve levar em conta as estratégias empresariais de empresas elétricas, públicas e privadas
• Competências e instalações existentes devem ser fortalecidas, numa rede baseada em coordenação e complementaridade
• Deve utilizar-se a base de conhecimentos disponível, nacional e internacional