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X Congresso Brasileiro de Energia 1

Reformas e inovação tecnológica no setor elétrico

brasileiroJoão Lizardo R. H. de Araújo,

CEPEL

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Paradigma Tradicional• Indústria de suprimento de eletricidade foi

construída sobre– Fortes economias de integração, densidade e co-

ordenação– Condições financeiras favoráveis

• isto levou a – Indústria coordenada e verticalmente integrada– Decisões centralizadas e cooperação– Expansão capaz de atender a demanda em

crescimento rápido– Tecnologia pouco dinâmica

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Paradigmas mudaram

• Nos anos recentes, a ISE tem sofrido revoluções em sua estrutura e operação– Decisões descentralizadas– Pressões competitivas

• Contextos econômico e financeiro também se alteraram de forma significativa– Mas existem grandes diferenças entre países

desenvolvidos e em desenvolvimento

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Aspectos comuns dos novos contextos

• Maiores riscos e incertezas• Piores condições de financiamento• Em conseqüência, caíram os investimentos

em relação às receitas• Confiabilidade e segurança foram

prejudicadas• Atividades de Pesquisa e Desenvolvimento

foram particularmente afetadas, por requererem continuidade de longo prazo, apesar de representarem pequena fração dos investimentos

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Parcela de eletricidade aumentou no consumo de energia

• Entre 1970 e 2002, no Brasil – Intensidade energética total caiu 12%– Intensidade elétrica aumentou 75%!

• Entre 1970 e 2002, nos EUA– Intensidade energética total caiu 47%!– Intensidade elétrica permaneceu constante

• Além disto, a eletricidade permeia todas as atividades e produtos

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(In the USA)

… Mas o investimento caiu

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As despesas com P&D caíram

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E a confiabilidade caiu

• Nos EUA, de 1991-1995 a 1996-2000 (EPRI, 2003)– Falhas afetando 50.000 consumidores ou

mais cresceram 41%– Na média, 15% a mais de consumidores

foram afetados– Falhas de mais de 100 MW aumentaram

15%– Carga média perdida aumentou 34%

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Contexto para países em desenvolvimento é pior

• Condições financeiras mais desfavoráveis• Sistemas imaturos ainda mostram ganhos

significativos de coordenação e integração, • Também têm menos folga para haver

competição efetiva• Alto potencial de crescimento da demanda• Em conseqüência, sistemas estão mais

exigidos e sob piores condições

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Investimento/Consumo na ISE Brasileira (R$ constantes de 2000)

0

0,05

0,1

0,15

0,2

0,25

1978

1979

1980

1981

1982

1983

1984

1985

1986

1987

1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

year

MR

$/G

Wh

Fonte: Araujo 2002, BEN

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Existe hiato mundial em P&D no setor elétrico

• P&D é atividade de longo prazo, com significativos ganhos de rede e cooperação

• Mudanças de paradigma e contexto afetaram atividades de P&D, quando são mais necessárias:– Há novos desafios, que não podem ser enfrentados

meramente aumentando investimentos em expansão, duplicação e manutenção de instalações

– Os problemas são comuns a todas as empresas de eletricidade, que raramente são capazes de desenvolver pesquisas próprias

– Mas o novo contexto tornou muito mais difícil às empresas cooperarem entre si

• Paradoxo: necessidade não leva a inovações?!

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As empresas elétricas podem ser empresários Schumpeterianos?

• Em competição monopolística, P&D ajuda na disputa por mercado entre líderes da indústria e competidores

• Isto pressupõe que empresas individuais – tenham escala para fazer P&D – e possam apropriar-se dos retornos, – que existam oportunidades de expansão e

competição efetiva• Este seria o motor da inovação• Em que medida isto ocorre no setor elétrico?

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Obstáculos à P&D elétrica em ambiente competitivo

• Empresas elétricas formaram sua cultura num ambiente não competitivo.

• Sua escala e operações não se transferem facilmente ao teatro global, em contraste com outros setores

• Instalações de pesquisa são grandes relativas ao tamanho das empresas, e muitos resultados (especialmente em T&D) beneficiam o SISTEMA – não são internalizáveis pela empresa que os faz– Exceção: indústria de equipamentos

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Mais ainda,• O mercado elétrico não tem o dinamismo de

telecomunicações e informática, ou o alcance global da indústria do petróleo

• É pois improvável que a ISE siga trajetórias Schumpeterianas no futuro previsível

• Ou seja, P&D em EE requer coordenação e cooperação, principalmente com respeito ao sistema

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Desafios à frente • Confiabilidade e segurança (em suas várias acepções) são

cruciais num sistema interdependente, com múltiplos agentes e múltiplas ameaças, no qual falhas têm impactos muito mais graves que no passado, pela crescente importância da eletricidade para a economia e a sociedade– Respostas tecnológicas embutem novos riscos : uma

“internet de energia” é necessária mas deverá enfrentar potenciais ataques de “hackers”

• Qualidade do fornecimento de eletricidade deve adequar-se às necessidades de uma economia digital, na qual aparelhos processadores de informação estarão em toda a parte

• O sistema deve desenvolver e acomodar uma variedade de recursos distribuídos, com características e implicações distintas

• A indústria deve reduzir os danos ao meio ambiente, visando alcançar uma trajetória tecnológica sustentável

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Problemas do Brasil • Hidreletricidade garante resposta instantânea mas tem

problemas de– Reservas de energia– Segurança de barragens

• Sistema imaturo requer expansão rápida para dar confiabilidade, mas capital é escasso

• Desafio: incorporar geração distribuída numa rede com baixa redundância

• Desigualdade social e regional requer soluções tecnológicas específicas para complementar políticas sócio-econômicas

• Temos competência técnica, mas falta de apoio coordenado pôs em risco as instituições e instalações de pesquisa existentes

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Conclusão• Temas tecnológicos do setor elétrico requerem

cooperação entre empresas, especialmente no que diz respeito ao sistema

• Dado o contexto competitivo, o Governo deve agir como facilitador e articulador de políticas

• Esta ação deve levar em conta as estratégias empresariais de empresas elétricas, públicas e privadas

• Competências e instalações existentes devem ser fortalecidas, numa rede baseada em coordenação e complementaridade

• Deve utilizar-se a base de conhecimentos disponível, nacional e internacional