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HISTÓRIA DAS IDÉIAS Grupo Cartografias da Linguagem – CNPq Núcleo Linguagem e Fronteira Centro de Estudos e Pesquisa em Linguagem – CEPEL - UNEMAT

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História e memória / Jacques Le Goff; tradução Bernardo Leitão ... [et al.] -- Campinas, SP Editora da UNICAMP, 1990. (Coleção Repertórios).

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Ahmadinejad chama 11 de setembro de ‘uma grande invenção’

Posted By Priscila On 8 de março de 2010 @ 6:03 In Mundo|14 Comments

“O 11 de setembro foi uma grande invenção, um pretexto para a campanha contra o terrorismo e o prelúdio das invasões contra o Afeganistão.”

Mahmoud Ahmadinejad

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O conceito de história parece colocar hoje seis tipos de problemas:

1- Que relações existem entre a história vivida, a história

"natural", senão "objetiva", das sociedades humanas, e o esforço científico para descrever, pensar e explicar esta evolução, a ciência histórica?

O afastamento de ambas tem, em especial, permitido a

existência de uma disciplina ambígua: a filosofia da história. Desde o início do século, e sobretudo nos últimos vinte anos, vem se desenvolvendo um ramo da ciência histórica que estuda a evolução da própria ciência histórica no interior do desenvolvimento histórico global: a historiografia, ou história da história.

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2. Que relações tem a história com o tempo, com a duração, tanto com o tempo "natural' e cíclico do clima e das estações quanto com o tempo vivido e naturalmente registrado dos indivíduos e das sociedades? Por um lado, para domesticar o tempo natural, as diversas sociedades e culturas inventaram um instrumento fundamental, que é também um dado essencial da história: o Calendário; por outro, hoje os historiadores se interessam cada vez mais pelas relações entre história e memória.

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3. A dialética da história parece resumir-se numa oposição – ou num diálogo – passado/presente (e/ou presente/passado). Em geral, esta oposição não é neutra mas subentende, ou exprime, um sistema de atribuição de valores, como por exemplo nos pares antigo/moderno, progresso/reação. Da Antiguidade ao século XVIII desenvolveu-se, ao redor do conceito de decadência, uma visão pessimista da história, que voltou a apresentar-se em algumas ideologias da história no século XX. Já com o Iluminismo afirmou-se uma visão otimista da história a partir da idéia de progresso, que agora conhece, na segunda metade do século XX, uma crise. Tem, pois, a história um sentido? E existe um sentido da história?

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4. A história é incapaz de prever e de predizer o futuro. Então como se coloca ela em relação a uma nova "ciência", a futurologia? Na realidade, a história deixa de ser científica quando se trata do início e do fim da história do mundo e da humanidade. Quanto à origem, ela tende ao mito: a idade de ouro, as épocas míticas ou, sob aparência científica, a recente teoria do big bang. Quanto ao final, ela cede o lugar à religião e, em particular, às religiões de salvação que construíram um "saber dos fins últimos" – a escatologia –, ou às utopias do progresso, sendo a principal o marxismo, que justapõe uma ideologia do sentido e do fim da história (o comunismo, a sociedade sem classes, o internacionalismo). Todavia, no nível da práxis dos historiadores, vem sendo desenvolvida uma crítica do conceito de origens e a noção de gênese tende a substituir a idéia de origem.

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5. Em contato com outras ciências sociais, o historiador tende hoje a distinguir diferentes durações históricas. Existe um renascer do interesse pelo evento, embora seduza mais a perspectiva da longa duração. Esta conduziu alguns historiadores, tanto através do uso da noção de estrutura quanto mediante o diálogo com a antropologia, a elaborar a hipótese da existência de uma história "quase imóvel". Mas pode existir uma história imóvel? E que relações tem a história com o estruturalismo (ou os estruturalismos)? E não existirá também um movimento mais amplo de "recusa da história"?

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6. A idéia da história como história do homem foi substituída pela idéia da história como história dos homens em sociedade. Mas será que existe, se é que pode existir, somente uma história do homem? Já se desenvolveu uma história do clima – não se deveria escrever também uma história da natureza?

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Guimarães

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“A dualidade da história como história-realidade e história-estudo desta realidade”.

(Le Goff, 1990, p. 21).

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“A história é quer uma série de acontecimentos, quer a

narração desta série de acontecimentos”.

Paul Veyne

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“A história é essencialmente equívoca, no sentido de que é virtualmente acontecimental e virtualmente estrutural”.

P. Ricoeur

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A história não pode escolher entre ser ou ciência ou

literatura. Ela só pode ser, ao um só tempo, ciência e

literatura. Rancière (1992)

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A História é “o inventário completo das diferenças”.

P. Veyne (1983)E isto pensado de um lugar não positivista, ou seja, as diferentes histórias que se contam não são

narrativas parciais de um todo, elas se constituem por uma tomada de

posição do historiador que colocará o narrado numa série específica que lhe

dá sentido.

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Fazer História é compreender os acontecimentos humanos ao contá-los. Em outras palavras, é compreender os sentidos dos acontecimentos humanos. Uma História

é, então, de um lado, o relato de fatos acontecidos com certos personagens, e de

outro, é a compreensão destes fatos quando tomados como acontecimentos, retirados do plano indiferente do cenário, e enquanto tais

contados. (Guimarães, 2010)

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Fazer História é, então, em certo sentido, constituir, por um método próprio, uma temporalidade. Em outras palavras, é

estabelecer procedimentos de identificação de acontecimentos por suas temporalidades.

Em certa medida reencontro por outra via a posição de Paul Veyne, para quem “A História

não estuda o homem no tempo; estuda os materiais humanos subsumidos nos conceitos” .

(Paul Veyne, 1983, 44)

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Cabe à história não dizer o que continua, mas na contínua seqüência de fatos da

vida humana compreender, ao contar, que algo sempre pode se tornar diferente.

(Guimarães, 2010)

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Um aspecto fundamental nesta tomada de posição é que não se

pretende reduzir esta abordagem a uma observação das teorias estabelecidas, nem se quer

desconhecer que a história dos saberes e dos saberes científicos se constituem no tempo por caminhos diversos e em

ritmos diversos, em virtude de condições diversas.

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Colocamo-nos na posição de quem se

“propõe levar em conta saberes construídos em estados de sociedades diferentes, pertencendo a áreas culturais eventualmente diferentes, é necessário assumir uma concepção do objeto (os saberes construídos sobre a linguagem e as línguas) o menos normalizado possível no plano epistemológico.”

(Colombat, Puech, Fournier, 2010, 11).

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O termo ideia tem a vantagem de ser menos engajado epistemologicamente, abordar saberes, mesmo que eles não se apresentem sob a forma das teorias e das instituições dominantes. (Guimarães, 2010)

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De modo mais específico, considero que a história das ideias envolve três aspectos: as instituições, os

acontecimentos nestas instituições que organizam as práticas de produção de conhecimento, as

obras que formulam este conhecimento.

(Guimarães, 2010)

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A história das instituições leva à produção de condições

particulares capazes de afetar a história do próprio campo do

saber. (Guimarães, 2010)

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