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1 3. A Função Produção 3.1. Tipos de processos da produção na industria e nos serviç No que concerne aos processos de produção, há que distinguir entre os utilizados por empresas industriais e de serviços. Industria Serviços Natureza e consumo do output Tangível Intangível Uniformidade do input Baixa Alta Intensidade de trabalho Baixa Alta Uniformidade do output Alta Baixa Medição da produtividade Fácil Difícil Produção Industrial- caracteriza-se por transformar inputs físicos em outputs físicos geralmente em ambiente próprio e sem contacto directo com o cliente no momento da produção; Actividade Serviços- o cliente não está só presente como, em grande parte das vezes, é parte integrante do processo produtivo, sendo os aspectos qualitativos essenciais; ESGT INTROD. Á GESTÃO Sousa, António de. Introdução à Gestão: Uma Abordagem Sistémica, Editorial Verbo, Lisboa.

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3. A Função Produção

3.1. Tipos de processos da produção na industria e nos serviços

No que concerne aos processos de produção, há que distinguir entre os

utilizados por empresas industriais e de serviços.

Industria Serviços

Natureza e consumo do output Tangível Intangível

Uniformidade do input Baixa Alta

Intensidade de trabalho Baixa Alta

Uniformidade do output Alta Baixa

Medição da produtividade Fácil Difícil

Produção Industrial- caracteriza-se por transformar inputs físicos em outputs físicos

geralmente em ambiente próprio e sem contacto directo com o cliente no momento da

produção;

Actividade Serviços- o cliente não está só presente como, em grande parte das vezes, é

parte integrante do processo produtivo, sendo os aspectos qualitativos essenciais;

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3.2. Selecção do Processo Produtivo

A função fulcral do gestor de operações será o desenho do sistema produtivo que

concerne a definição da capacidade a instalar, do layout das operações, do planeamento

da produção e da tecnologia e equipamentos específicos a utilizar.

Note-se porém, que o desenho do sistema vai influenciar substancialmente grande

parte dos parâmetros operativos deste em termos de pessoal necessário, das matérias

primas utilizadas e também do tipo, qualidade e quantidade do output produzido.

3.2.1. A Dimensão da Capacidade Produtiva

É resultante da analise feita pela empresa do que poderá ser a quantidade do

output escoado em termos economicamente aceitáveis pela empresa no momento

actual e, também, em função das perspectivas de evolução.

Realce-se, porém, que a definição da dimensão limita o nível de custos fixos que a

empresa irá sustentar e, logo, o seu ponto morto das vendas.

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3.2.2. TecnologiaA empresa terá que se basear numa análise económica para tomar a decisão sobre

qual a solução técnica que vai utilizar, pois existe um grande número à sua disposição.

A empresa terá que ter em conta o posicionamento estratégico e os custos e proveitos

na selecção da tecnologia escolhida, quer em termos de output produzido, quer dos

níveis qualitativos e quantitativos produzidos.

3.2.3. LayoutLayout – será o planeamento da localização das máquinas, empregados, postos de

trabalho, áreas de serviço para clientes, armazéns e o padrão de fluxos de pessoas e

materiais em redor, dentro e nas movimentações de entradas e saídas das instalações

produtivas.

Será dependente deste, a boa utilização dos equipamentos e recursos humanos

existentes e o output real, qualquer que seja a capacidade teórica instalada, que a

empresa poderá vir a atingir.

Esta será uma tarefa do gestor de operações, pois da definição e da gestão

dinâmica do layout fabril vai depender a eficiência do processo produtivo.

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3.2.4. Gestão do SistemaEsta consiste na analise continua dos processos utilizados e dos inputs

necessários à produção dos outputs definidos, bem como da forma como eles são

combinados na empresa- o seu layout interno.

O balanceamento das linhas de produção, será a questão central, sendo este o

esforço de optimização conjunta dos equipamentos e pessoas envolvidos no ciclo

produtivo com a pretensão de diminuir a capacidade não utilizada em cada posto

de trabalho ou equipamento individual.

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3.3. Controle de Qualidade

3.3.1. Política de Qualidade

Cada vez mais, a qualidade inserida nos outputs é essencial para a sua venda. Logo a

elaboração de uma boa política de qualidade do output seja uma questão central para a

definição e gestão do sistema produtivo interno da empresa.

A qualidade de um produto envolve, normalmente, três qualidades:

Aspecto (forma sob a qual é apresentado ao cliente)

Operacionalidade (para que serve e como se utiliza)

Fiabilidade (possibilidade de desempenhar correctamente as suas funções)

Política de Qualidade Da Empresa – a definição do nível, do grau de importância

atribuída a esta característica do seu output tendo em consideração o posicionamento no

mercado que visa atingir e o nível de custos que se dispõe a aceitar.

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Para além dos custos, também existem proveitos que lhe podem ser directamente

imputáveis para além dos que resultam da possibilidade de colocar o produto a um

preço mais elevado no mercado.

Porém, a produtividade e os próprios custos de produção podem ser melhorados

pelo aumento do nível de qualidade ao longo de todo o processo de fabrico.

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3.3.2.Implementação do Controle de Qualidade

A qualidade da empresa tem de ser uma filosofia, uma noção de gestão largamente

divulgada e absorvida por todos na empresa de maneira a tornar-se parte integrante da

cultura da empresa.

Para além deste esforço, e constatada a relevância da qualidade para os custos

e proveitos da empresa, a sua inspecção e controlo têm uma importância muito

particular, é preciso reter que o controlo da qualidade é uma actividade cara e que

pode mesmo afectar o output global da empresa.

A definição de um programa de inspecção e controle implica a decisão

quanto às seguintes questões:

- Quanto e com que frequência inspeccionar;

- Em que fase ou fases do processo produtivo;

- Onde efectuar o controle;

- Inspecção por atributos ou variáveis;

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Considerado o processo de inspecção e controle e a análise a elaborar,

será necessário fixar as regras de decisão que irão parametrizar o que é

considerado como aceitável ou não face à política de qualidade que a

empresa definiu;

Após decidida a dimensão da amostra, define-se em termos estratégicos

o número de produtos defeituosos que constitui o máximo aceitável para

essa amostra;

Existe a probabilidade de se cometer erros do tipo I (α - rejeitar lotes cuja

qualidade é aceitável) – que designamos por risco do produtor – ou erros do

tipo II (β - aceitar lotes cuja qualidade o não é), que será o risco do

consumidor;

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Note-se que a curva depende da dimensão da amostra e do numero de defeitos que foi considerado com aceitável. Se variarmos estes α e β serão alterados;

ββ

Pro

ba

bil

ida

de

D

e A

ce

lera

çã

o

Qualidade do lote analisado(percentagem de defeituosos)

α1.0

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3.4. Produtividade

Produtividade- a quantidade de outputs obtida a partir de uma dada quantidade de

inputs; produtividade é o grau de eficiência na utilização de recursos;

Melhorar a produtividade é, pois, utilizar ou combinar de forma tal que os recursos

envolvidos levem a um aumento do output resultante, sem acréscimo de inputs.

Conscientes da complexidade e da consequente fragilidade das medidas para

aumentar a produtividade, é no entanto usual, utilizar nas empresas medidas de

produtividade dos factores trabalho e capital;

Relativamente ao factor trabalho, a sua produtividade é normalmente avaliada com base

na relação entre vendas, em quantidades ou valores, e o custo do factor trabalho ou

alguma medida da sua quantidade;

Produtividade do trabalho = Número de horas de trabalhoProdução em quantidades

Despesas com pessoalVendas em valores

(Dá-nos o numero de horas trabalhadas por unidades de produto fabricadas)

(Dá-nos quantos euros em custos do factor trabalho são necessários por euro de vendas)

Produtividade do trabalho =

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Relativamente ao factor capital considera-se que as melhores medidas são as que

relacionam as vendas com o total de meios financeiros que a empresa utiliza (Activo);

VendasActivo

Vendas (valor da produção)Imobilizado Técnico

Produtividade do capital =

Produtividade do capital =

Tem surgido programas de melhoramento de produtividade com soluções para as

empresas empenhadas nesta questão, visando estes, consciencializar os gestores e

trabalhadores da empresa para a necessidade de analisarem a produtividade do seu

trabalho.

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4. A Função Financeira4.1. O papel e posição da Função Financeira

4.1.1. O Facto financeiro

A empresa baseia a sua actividade na produção e venda de bens e serviços.

Processo continuo e renovado de transacções com o meio envolvente.

Fluxos Reais

Fluxos Financeiros

Reais

Fluxos Financeiros

EMPRESA

O dinheiro, nesta visão, não é mais que um meio de pagamento, mas a verdadeira

importância e papel do facto financeiro do dinheiro é a forma que assume como

CAPITAL – Conjunto de recursos económicos acumulados que

permitem a produção de bens e serviços adicionais.

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Fluxos financeiros de Contrapartida

a) Imediatos Fluxo Real (t0)

Fluxo Financeiro

(t0)

A B

Fluxo Real (t1)

Fluxo Financeiro (t1)

A B

b) Diferidos

Em b) rompeu-se o equilíbrio dos stocks.

Este desequilíbrio é anulado através da criação de um bem financeiro, diferente do

dinheiro – Um crédito.

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Ao crédito de A corresponde em B um débito ou divida.

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Fluxo real (t1)A B

C

Fluxo Financeiro (t2)Fluxo Financeiro (t1)

c)Múltiplos

A venda a C o crédito que detém sobre B para B igual (mantém a divida).

Fluxos Financeiros Autónomos

São os que não têm contrapartida directa, sendo originados em operações

desenvolvidas no mercado financeiro. (Concessão e obtenção de créditos).

As operações financeiras não alteram os activos físicos das empresas

Dinheiro Dinheiro

A B

DébitoCrédito

A empresta a B

Reembolso (diversos)

Escalonados no tempo.....

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4.1.2. Objecto da Função Financeira

Independentemente da natureza económica onde a empresa se insere, o

investidor ou empresário manterá sempre uma certa expectativa de lucro.

Rendibilidade !?

De que intervém o responsável financeiro?

a) Minimizar os encargos financeiros dos capitais alheios.

(escolhendo diferentes fontes para diferentes taxas de juro...?)

- Definição na: Política de preços; Margem de lucro; Política de AR

- Avaliação da rentabilidade dos novos investimentos. (Aceitação / Rejeição)

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b) Equilíbrio Financeiro

A empresa deve dispor de uma estrutura financeira que lhe permita o

desenvolvimento normal e regular das suas operações.

c) Autonomia Financeira

Recursos Financeiros Alheios / (>50% do total das origens de fundos).

- Cria uma excessiva dependência de capitais alheios arrastando consigo a

perda de autonomia, perdendo-se o controle sobre as condições de

funcionamento normal da empresa e do seu crescimento e expansão.

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Direcção Geral

Direcção Comercial

Direcção de Pessoal

Direcção de Produção

Direcção Administ.

Financeira

4.1.3. Posição da Função Financeira na Estrutura da Empresa

A medida que aumenta a dimensão da empresa, cada vez mais o âmbito funcional da F.F., englobará actividades como:

1.A gestão de Tesouraria;

2.A gestão de créditos e outros activos circulantes;

3.A realização de operações financeiras;

4.A preparação das decisões de investimento e financiamento;

5.A análise e planeamento financeiro;

6.A política de resultados;

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Só em empresas de grande dimensão é possível a criação de órgãos

totalmente especializados naquelas funções.

Direcção Financeira

Estudos de Rentabilidade

Análise e Planeamento

Financeiro

Tesouraria Controle de Créditos

Operações Financeiras

(Bancos)

Preparação para análise

Quer o Balanço quer a Demonstração de Resultados Líquidos necessitam de uma

preparação prévia com vista a adaptarem-se ás necessidades da análise financeira.

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BALANÇOBALANÇO

1ºMembro 2ºMembro

-Valores Imobilizados - Capitais Próprios-Stocks - Exigível a m/l prazo-Realização a curto prazo - Exigível a curto prazo-Disponível

Ainda pode ser mais condensada:

Capitais Circulantes = Disponível + Realizável a Curto prazo + Stocks

Capitais Permanentes = Exigível a Médio e Longo Prazo + Capitais Próprios

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4.2. As Peças Contabilísticas

A função financeira não dispõe de registos próprios. Utiliza documentos de natureza

contabilística:

-Balanço

-Demonstração de Resultados

Uma das tarefas do analista financeiro é a preparação e tratamento das

informações contabilísticas.

O Balanço

É elaborado, em regra, anualmente e reportado ao último dia d ano civil, no qual se encontra

expressa a situação patrimonial da empresa.

Activo = Capital Próprio + PassivoDuas grandes classes e valores:

- Activo;

- Passivo;

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A Demonstração De Resultados Líquidos

O balanço é uma peça estática

Através dos capitais próprios é possível identificar o resultado liquido apurado pela

Empresa, mas faltam os elementos que nos permitiriam conhecer a forma como se

desenrolou a actividade da empresa ao longo do exercício e o processo de formação

dos seus resultados.

Estas informações são obtidas através da Demonstração de Resultados Líquidos.

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Quando o activo é inferior ao passivo, então os bens e direitos que a empresa possui

não cobrem o conjunto das suas dividas; os capitais próprios tornam-se negativos. A

empresa encontra-se numa situação de insolvência ou falência técnica, quando

apresenta capitais próprios negativos.

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4.3. O Equilíbrio Financeiro

4.3.1. Condições Genéricas

A estrutura financeira só estará equilibrada se o montante dos capitais circulantes for

pelo menos igual ao do exigível a curto prazo.

Regra do Equilíbrio Financeiro Mínimo “Os capitais utilizados por uma

empresa para financiar uma imobilização, stock, ou outro elemento do activo,

devem ficar à disposição as empresa durante um período de tempo que

corresponda, pelo menos, ao da duração da imobilização, stock ou outro

elemento do ano.

Na prática, não é suficiente:

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Ciclo das Origens de Fundos

Ciclo das Aplicações de

Fundos

Compra Crédito fornecedor

Exigibilidade

Compra Stocks de matérias

Produção

Stocks de Produtos fabricados

Venda (Clientes)

Disponibilidade

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4.3.2. O Fundo de Maneio Liquido

É a parcela dos Capitais Permanentes em excesso sobre os valores

imobilizados, e que assegura o financiamento de parte dos activos

circulantes.

FML

Capitais Circulantes Exigível a Curto Prazo

Valores Imobilizados Capitais Permanentes

FML = CP – VI

FML = CC – ECP

OU

Um FML excessivo também apresenta aspectos negativos – capitais ociosos –

passíveis de aplicações em outras oportunidades de investimento (além disso

variação juros variação Emp. MLP)

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Factores que condicionam o montante de FML:- Politica de crédito a clientes (PMR)

- Politica de Stocks

- Politica de Aprovisionamentos (22) (PMP)

A LIQUIDEZ – é a capacidade da empresa solver os seus compromissos no curto prazo

(até um ano).

Além do FML, existem os rácios (ou “ratios”)

> 1LIQUIDEZ GERAL = Capitais Circulantes

Exigível a Curto Prazo

LIQUIDEZ GERAL = Disponível + Realizável a Curto Prazo Exigível a Curto Prazo

Como Melhorar a Liquidez?

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LIQUIDEZ

Rotação dos Stocks

Prazo do Crédito a Clientes

Prazo do Crédito a

Fornecedores

PRAZO MÉDIO DE RECEBIMENTO =

Sal. Cont. clientes + Letras rec.(em carteira e descontadas)

Vendas Anuais

X 12

PRAZO MÉDIO DE PAGAMENTO =

Sal. Cont. forneced. + Letras pagar

Valor do stock médio no ano

X 12

Estes rácios são expressos em meses.

ROTAÇÃO DOS STOCKS = Valor das vendas anuais ao preço custo

Valor do stock médio no ano

É normal calcular-se o Valor o Stock Médio no Ano através da expressão

Valor o Stock Médio no Ano =

Valor dos Stocks Valor dos Stocks Inicio do ano Final do ano

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4.3.3. A Solvabilidade

É a capacidade da empresa para solver os seus compromissos a médio e longo prazo.

Depende:- Cobertura do activo por Cap. Pp.

- Gerar lucros (a empresa)

OUActivo

Capitais próprios Capitais próprios

Passivo 0,5 0,33

Se os valores encontrados forem <, a empresa encontra-se demasiadamente

dependente dos seus credores.

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4.4. AUTO FINANCIAMENTO E RENTABILIDADE

4.4.1. O Papel do Autofinanciamento

Através do recebimento das vendas, a empresa recupera o dinheiro dispendido

nas operações produtivas (mat. Primas, MOD, energia, etc.), como ainda

dispõe de um remanescente:

- No Lucro (custos-proveitos)

- Em custos não monetários (AR/Ajust.)

Será a chamada Margem Bruta de Autofinanciamento ou Meios Libertos Líquidos

PROVEITOS

MBA

Matérias-primas

Pessoal

Outros Custos

Amortizações

Ajustamentos

Resultados Líquidos

Impostos s/ Lucros

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A M.B.A pode ser encarada como oferta interna de dinheiro, cujo destino

fundamental é:

- Reembolso de empréstimos contraídos anteriormente

- Financiamento de Stocks e créditos, por um aumento de actividade

- Novos investimentos

O planeamento da M.B.A é uma decisão de

Natureza Estratégica Política de investimento

Política de financiamento

Só parte deverá ser considerada:

AUTO FINANCIAMENTO = MBA - Dividendos

pois parte do resultado é distribuído aos proprietários a titulo de dividendos.

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4.4.2. O Cash – Flow

O Cash – Flow operacional traduz a capacidade da empresa para, através da sua

actividade, gerar os fundos necessários à manutenção do equilíbrio financeiro e ao

financiamento do seu crescimento.

O ponto de partida para o cálculo da C.F.O é o Resultado Bruto de

Exploração, ou seja, considerando apenas os custos e proveitos directos de

exploração.Deste modo não são considerados:

- AR

- Ajust.

- Custos/Proveitos de natureza financeira

R.B.O. = Resultado Corrente + Despesas Financeiras + Amortizações – Receitas

Financeiras Correntes – Receitas de Aplicações Financeiras

De notar que é uma grandeza de natureza económica e não financeira (não

corresponde a fluxos de dinheiro) não considerar Variação Stocks/ Variação

Créditos/ Variação do Ciclo de Exploração

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INICIO DO EXERCICIO 100

CRÉDITO SOBRE CLIENTES 80

COBRANÇA REALIZADA

VENDAS DO EXERCICIO 1000

RECEBIMENTOS DO EXERCICIO 900

TOTAL DE RECEBIMENTOS 980

BALANÇO INCICIAL FINAL

CONTA CLIENTES 100 120

RECEBIMENTO DE VENDAS = VENDAS + SALDO INICIAL DE CLIENTES – SALDO FINAL

DE CLIENTES = VENDAS – CLIENTES = 1000 – (120 – 100) = 980

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4.4.3. O Estudo da Rentabilidade

Rentabilidade consiste na aptidão para gerar lucro. Este último é relacionado

com os capitais utilizados.

Rentabilidade dos Capitais Próprios = Lucro LiquidoCapitais Próprios

Outro indicador de rentabilidade é o que relaciona o resultado com as vendas

(Será apresentado mais à frente)

Em todos os indicadores da rentabilidade poder-se-á substituir o resultado

liquido pela Margem Bruta de Autofinanciamento (MBA), ficando garantido a

consistência da grandeza utilizada para traduzir o resultado nas comparações

entre exercícios sucessivos, ou entre diferentes empresas e sectores.

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Além do rácio da rentabilidade dos capitais próprios, deveremos calcular, os

valores de outros rácios.

(1) Rendibilidade das vendas =

(2) Rotação dos capitais próprios =

Lucro Operativo

Valor liquido das vendas anuais

E

Valor liquido das vendas anuais

Capitais próprios

(1) Permite-nos conhecer a margem que as vendas estão a produzir e como tem

evoluído essa margem

Valor baixo ?? Causas ??

- Preço líquido de vendas baixo

- Custos de produção/distribuição elevados

- Encargos Financeiros muito elevados

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(2) É conveniente conseguir que o aumento das vendas seja

proporcionalmente mais elevado que o dos capitais próprios para que assim

aquelas provoquem uma rentabilidade acrescida para estes.

COMO MELHORAR A RENTABILIDADE

(1)- Preços praticados

(2)- Custos

(1)Depende do mercado.....

Preço de venda / margem de venda

CUSTOS DIRECTOS

OU

CUSTOS VARIÁVEIS

(2)

MATÉRIAS

ENERGIA

MÃO-DE-OBRA- DIRECTA

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MÃO-DE-OBRA-INDIRECTA

AMORTIZAÇÕES

ALUGUERES

CONSERV.DE INSTALAÇÕES

E EQUIPAMENTOS

CUSTOS DIRECTOSOU

ENCARGOS DE

ESTRUTURA

TIPOS DE MEDIDAS PARA REDUZIR:

(1) Custos variáveis - Melhorar produtividade dos factores

- Reduzir desperdícios

(2) Custos Fixos - Utilização (absorção de custos fixos....)

- Racionalizar a estrutura

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MEIOS LIBERTOS BRUTOS

Representam os excedentes financeiros brutos gerados pela exploração da

empresa que, portanto, não são absorvidos pela cobertura dos custos totais de

exploração, incluindo os custos financeiros de funcionamento.

Têm uma origem exclusivamente económica, dado que dependem

unicamente do nível dos custos e proveitos de exploração e da eficiência da

gestão económica da empresa nos diversos estádios do seu ciclo de

exploração.

Os MLBT correspondem ao somatório dos resultados antes de custos

financeiros de financiamento e impostos sobre o rendimento (RAJI) e das

amortizações e provisões de exploração e extra-exploração, identificando-se,

portanto, com os resultados anuais antes de amortizações, provisões, custos

financeiros de financiamento e imposto sobre o rendimento (RAJIAR).

MLB = RAJIAR = AR + PR + CFF + IRC + RL

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OS RESULTADOS DE EXPLORAÇÃO

Resultam dos Meios Libertos Brutos de Exploração Anuais e são afectados pelas

politicas de amortizações do Imobilizado de Exploração e de constituição de

Provisões para cobertura dos diversos riscos e encargos associados à sua

actividade operacional.

Para que a empresa ultrapasse o seu limiar mínimo de viabilidade económica, é

necessário que o nível anual de Meios Libertos Brutos de Exploração seja

sistematicamente suficiente para permitir ADEQUADAS POLITICAS DE

AMORTIZAÇÕES das imobilizações e de constituição das provisões.

A ocorrência esporádica (um ou dois anos) de resultados de exploração

negativos pode não colocar a empresa numa situação económica difícil, desde que a

situação preexistente tenha sido normal e as origens da negatividade dos resultados

sejam meramente conjunturais e explicáveis.

Os Resultados de Exploração devem situar-se a um nível adequado e que permita

a cobertura do custo do capital , i.e., do custo da divida (Custos Financeiros de

Financiamento) e do Custo dos Capitais Próprios.

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OS RESULTADOS LIQUIDOS

São um dos indicadores absolutos da rendibilidade global mais importante, pois

constituem a base da remuneração dos Capitais Próprios ou, quando retidos,

contribuem para aumentar o valor contabilístico da empresa e consolidar a sua

Autonomia Financeira.

Os Resultados de Exploração Anuais pressupõem a Amortização Técnica e

economicamente mais adequada das Imobilizações de Exploração e a correcta

constituição de Provisões para a cobertura de todos os riscos e encargos

decorrentes da actividade operacional e constituem a base mais sólida dos

Resultados Líquidos.

A existência de Resultados Líquidos positivos ao longo do tempo, graças aos

resultados extra-exploração, oculta geralmente uma realidade económica endémica

que os gestores não querem, não sendo de aceitar, em condições normais, estas

situações.

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OS MEIOS LIBERTOS LIQUIDOS (MLL)

São o Somatório das Amortizações, das Provisões e dos Resultados Líquidos.

São um indicador de natureza simultaneamente económica e financeira, pois são

afectados respectivamente, pela EXPLORAÇÃO (proveitos e custos de exploração)

e pela estrutura política FINANCEIRA (custos financeiros de financiamento), além

do enquadramento fiscal da empresa (Nível da taxa de IRC) e da actuação de

outros factores (nível de resultados extra-explor.).

OS MEIOS LIBERTOS LIQUIDOS RETIDOS (MLLR)

Também designados por AUTOFINANCIEMNTO ANUAL, são compostos pelos

MLL anuais, deduzidos dos resultados distribuídos aos sócios.

Do ponto de vista da tesouraria da empresa, os MLLR têm o mesmo significado

que os Meios Libertos Líquidos Totais, apenas com a diferença de que a

remuneração dos Capitais próprios (lucros distribuídos) já se encontra coberta.

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