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Poder JudiciárioJustiça do TrabalhoTribunal Superior do Trabalho
PROCESSO Nº TST-RR-18160-90.2013.5.16.0020
Firmado por assinatura digital em 16/03/2016 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP
2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.
A C Ó R D Ã O
(8ª Turma)
GMDMC/Jj/Vb/tp/lp
RECURSO DE REVISTA. COMPETÊNCIA DA
JUSTIÇA DO TRABALHO. CONTRATO NULO. O
Tribunal Regional consignou que o
presente caso não trata de nenhuma
modalidade de contratação especial,
mas, sim, de ingresso no serviço
público, sem prévia aprovação em
concurso público, com violação do art.
37, II, da Constituição Federal, o que
enseja a nulidade absoluta do contrato.
Ademais, registrou o Tribunal a quo a
ausência de prova quanto à contratação
excepcional prevista no art. 37, IX, da
CF/88. Assim, o reconhecimento da
competência da Justiça do Trabalho,
pelo Tribunal Regional, não ofende o
art. 114 da Constituição Federal.
Arestos inservíveis. Recurso de revista
não conhecido.
Vistos, relatados e discutidos estes autos de Recurso
de Revista n° TST-RR-18160-90.2013.5.16.0020, em que é Recorrente
MUNICÍPIO DE GOVERNADOR EUGÊNIO BARROS e Recorrida MARIA JURACI DIAS DOS
SANTOS.
O Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região,
mediante o acórdão de fls. 90/95, negou provimento ao recurso ordinário
interposto pelo Município reclamado.
Irresignado, o reclamado interpôs recurso de revista,
às fls. 98/103, postulando a revisão do julgado.
O recurso de revista foi admitido às fls. 107/109, por
violação do art. 114, I, da CF/88.
Contrarrazões apresentadas às fls. 111/114.
A Procuradoria-Geral do Trabalho manifestou-se pelo
não conhecimento do recurso de revista.
É o relatório.
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V O T O
CONHECIMENTO
Satisfeitos os pressupostos comuns de
admissibilidade, passo aos específicos do recurso de revista.
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. CONTRATO NULO.
Assim decidiu o Regional:
“Preliminar de incompetência da Justiça do Trabalho suscitada
pelo recorrente
O Município recorrente argúi a incompetência da Justiça do Trabalho
para apreciar ação trabalhista, haja vista que se trata relação de índole
administrativa. Todavia, o caso em tela não trata de qualquer modalidade de
contratação especial, mais sim, conforme declarado pela instância a quo,de
ingresso no serviço público, sem prévia aprovação em concurso público,
violando o art. 37, inc. II, da CF, o que enseja a nulidade absoluta.
Com efeito, a contratação temporária decorre de lei, devendo ser
comprovada a efetiva necessidade da contratação excepcional, nos termos do
art. 37, IX, da CF, seja por ato motivado da autoridade, seja pelo contrato no
qual estejam explanadas as razões que o originaram e que se encontrem
dentre aquelas definidas legalmente, o que não restou demonstrado na
demanda, haja vista que sequer foi juntada a lei mencionada no apelo.
Outrossim, a reclamante empregou sua força de trabalho ao recorrente por
mais de sete anos, conforme certidão de tempo de serviço, o que
desconfigura a natureza temporária da avença.
Nesse contexto, declarada a nulidade do contrato pactuado entre as
partes, configurada está a competência da Justiça Trabalhista para o
julgamento da causa. Nesse sentido já se posicionou, de forma pacífica, o
TST:
"CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA - DECISÃO DO
EXCELSO STF DEFININDO A COMPETÊNCIA DESTA
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JUSTIÇA ESPECIAL PARA APRECIAR E JULGAR A
CAUSA - CONTRATO NULO - EFEITOS - SÚMULA Nº 363
DO TST. Os autos retornaram a este TST em virtude de
determinação do excelso STF que, decidindo conflito negativo
de competência suscitado entre o Tribunal Superior do Trabalho
e o Juízo da 5ª Vara da Fazenda Pública Estadual, concluiu pela
competência desta Justiça Especial para apreciar e julgar a lide.
A decisão regional manteve a sentença que deferira parcelas de
natureza trabalhista ao autor, não obstante a declaração de
nulidade do contrato de trabalho desvirtuado, contrariando a
Súmula n° 363 do TST, verbis: "A contratação de servidor
público, após a Constituição de 1988, sem prévia aprovação em
concurso público, encontra óbice no seu artigo 37, II, e §2°,
somente conferindo-lhe direito ao pagamento da
contraprestação pactuada, em relação ao número de horas
trabalhadas, respeitado o salário- mínimo/hora e, dos valores
referentes aos depósitos do FGTS, excluída a multa. Recurso de
revista conhecido e provido. (RR - 39500-42.2007.5.04.0018 ,
Relator Ministro: Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, Data de
Julgamento: 22/08/2012, 4ª Turma, Data de Publicação:
31/08/2012)."
"RECURSO DE REVISTA. CONTRATO NULO.
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. O Tribunal
Regional, amparado no conjunto-fático probatório acostado aos
autos, concluiu que -não se trata de cargo em comissão, de livre
nomeação e exoneração, nem de situação de necessidade
temporária, de excepcional interesse público-, pelo que não
poderia ser deslocada a competência desta Justiça
Especializada para processar e julgar a presente demanda, até
porque se discute matéria de natureza trabalhista, inscrita na
competência da Justiça do Trabalho. Dessa forma, não viola o
art. 37, II, da Constituição Federal, decisão que reconhece a
competência da Justiça do Trabalho para processar e julgar
demanda quando há irregularidade de contratação de
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empregado por ente público, devido à previsão contida no art.
114, I, da Constituição Federal. (AIRR -
1160/2007-092-03-40.7, Min. Re. Walmir Oliveira da Costa, 1ª
Turma, DEJT 15/05/2009).
"RECURSO DE REVISTA. CONTRATO NULO.
AUSÊNCIA DE APROVAÇÃO PRÉVIA EM CERTAME
PÚBLICO. RELAÇÃO DE NATUREZA
JURÍDICO-ADMINISTRATIVA NÃO DEMONSTRADA.
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. O Pleno do
STF referendou liminar concedida pelo Ministro Nelson Jobim
no julgamento da Medida Cautelar na ADI 3.395-6/DF, no
sentido de que, mesmo após a EC nº 45/2004, a Justiça do
Trabalho não tem competência para processar e julgar causas
instauradas entre o Poder Público e o servidor que a ele seja
vinculado por relação jurídico-administrativa. Entretanto, no
caso concreto, a discussão acerca da competência da Justiça do
Trabalho deve ser dirimida sob outro enfoque. É que o Tribunal
Regional rejeitou a preliminar de incompetência da Justiça do
Trabalho, sob o fundamento de que, não demonstrada a
submissão da Reclamante à aprovação prévia em certame
público, é nulo o contrato de trabalho havido, afastando-se a
tese da aplicabilidade da Lei Municipal 407/98, disciplinadora
do regime jurídico único alegado pelo Reclamado. Recurso de
Revista não conhecido. (RR - 517-54.2011.5.05.0131 , Relator
Ministro: Mauricio Godinho Delgado, Data de Julgamento:
18/12/2012, 3ª Turma, Data de Publicação: 01/02/2013).
Destarte, ante a nulidade do contrato, o que afasta o vínculo
tipicamente administrativo, rejeito a preliminar de incompetência da Justiça
Trabalhista.” (fls. 91/93)
Nas razões de revista, às fls. 99/103, o reclamado
defende a incompetência material desta Especializada para julgamento da
lide. Conforme sustenta, por existir questão pretérita, alusiva à
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existência de relação empregatícia, caberia à Justiça Comum constatar
a natureza do vínculo, e não à Justiça do Trabalho.
Aponta violação dos arts. 114, I, da CF/88 e 113 do
CPC e divergência jurisprudencial.
Examina-se.
Extrai-se do acórdão regional que o presente caso não
se refere a nenhuma modalidade de contratação especial, mas, sim, de
ingresso no serviço público, sem prévia aprovação em concurso público,
violando o inciso II do art. 37 da CF/88, o que enseja a nulidade absoluta
do contrato. Ademais, registrou o Tribunal a quo a ausência de prova
quanto à contratação excepcional prevista no art. 37, IX, da CF/88.
Assim, o reconhecimento da competência da Justiça do
Trabalho, pelo Tribunal Regional, não ofende o art. 114 da Constituição
Federal.
Sobre o tema, os seguintes precedentes:
“A) AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE
REVISTA. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. GESTANTE.
CONTRATO NULO. AUSÊNCIA DE CONCURSO PÚBLICO. Em
face da possível contrariedade à Súmula nº 363 do TST, dá-se provimento ao
agravo de instrumento para determinar o processamento do recurso de
revista. Agravo de instrumento conhecido e provido. B) RECURSO DE
REVISTA. 1. INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO.
CONTRATO NULO. O Tribunal Regional consignou que o presente caso
não trata de nenhuma modalidade de contratação especial, mas, sim, de
ingresso no serviço público, sem prévia aprovação em concurso público,
com violação do art. 37, II, da Constituição Federal, o que enseja a nulidade
absoluta do contrato. Assim, o reconhecimento da competência da Justiça do
Trabalho pelo Tribunal Regional não ofende o art. 114, I, da Constituição
Federal. Precedentes. Recurso de revista não conhecido. (...)” (RR -
118-12.2014.5.22.0110 , Relatora Ministra: Dora Maria da Costa, Data de
Julgamento: 09/12/2015, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT 11/12/2015)
“RECURSO DE REVISTA. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO
TRABALHO. RELAÇÃO JURÍDICO-ADMINISTRATIVA NÃO
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CONSTATADA. CONTRATO NULO. Trata-se de contratação após a
Constituição Federal de 1988, sem prévia aprovação em concurso público e
de que não há notícia de que essa contratação tenha decorrido de autorização
de lei municipal para atender a necessidade temporária de excepcional
interesse público por tempo determinado. Assim, não se constata ofensa ao
artigo 114, I, da Constituição Federal, uma vez que não há vínculo jurídico
administrativo entre o autor e o Município, que corresponda ao exercício de
cargo em comissão, cargo efetivo por aprovação em concurso público ou
contratação temporária na forma do artigo 37, IX, da Constituição Federal.
Divergência jurisprudencial inservível, à luz do art. 896, alínea "a", da CLT e
inespecífica. Recurso de revista não conhecido. (...)” (RR -
56-18.2011.5.11.0551 , Relator Ministro: Alexandre de Souza Agra
Belmonte, Data de Julgamento: 29/06/2015, 3ª Turma, Data de Publicação:
DEJT 02/07/2015)
“RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO EM FACE DE
DECISÃO PUBLICADA ANTERIORMENTE À VIGÊNCIA DA LEI
13.015/2014. 1. TRABALHADOR ADMITIDO SEM CONCURSO
PÚBLICO APÓS A PROMULGAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL DE 1988. ACÓRDÃO REGIONAL EM QUE NÃO
REGISTRADA A EXISTÊNCIA DE CONTRATAÇÃO
TEMPORÁRIA (ART. 37, IX DA CF) OU DE VINCULAÇÃO DO
RECLAMANTE AO REGIME ESTATUÁRIO INSTITUÍDO PELO
ENTE PÚBLICO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO.
Definida pela Suprema Corte a incompetência da Justiça do Trabalho para
processar e julgar os conflitos na relação jurídica de caráter administrativo
celebrada entre o Poder Público e seus servidores, bem como para apreciar as
ações propostas por trabalhadores contratados sob a égide da Lei 8.745/93
c/c o inciso IX do art. 37 da CF (RE 573.202/AM, julgado em 21/8/2008),
não há espaço para a adoção de posicionamento distinto por parte dos demais
órgãos do Poder Judiciário. Todavia, não necessariamente toda relação
estabelecida entre trabalhador e Administração Pública Direta será
submetida à apreciação da Justiça Comum, mas, tão somente, aquelas
tipicamente jurídico-administrativas, mantendo esta Justiça Especializada a
competência para processar e julgar controvérsia envolvendo pessoal
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contratado por ente público sob o regime da CLT. Registrando o Tribunal
Regional a ausência de submissão a concurso público e não comprovada a
natureza temporária ou estatutária do contrato, inexiste, no quadro fático
delimitado, subsídio que permita o enquadramento do trabalhador na
hipótese do art. 37, IX, da CF ou que permita constatar sua subordinação a
regime jurídico-administrativo, como sustenta o Reclamado, o recurso de
revista do Município encontra óbice na Súmula 126/TST, que impede o
reexame de fatos e provas nesta instância recursal. Recurso de revista não
conhecido. (...)” (RR - 1200-31.2013.5.05.0193 , Relator Ministro: Douglas
Alencar Rodrigues, Data de Julgamento: 24/06/2015, 7ª Turma, Data de
Publicação: DEJT 26/06/2015)
“COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO.
CONTRATO NULO. ARTIGO 37, INCISO I E § 2º, DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL. PEDIDO DE DEPÓSITOS PARA O
FGTS. Depreende-se, da decisão regional, que a natureza do vínculo havido
entre as partes é empregatícia, tendo sido pleiteado depósitos para o FGTS,
situação que atrai a competência desta Justiça especializada para julgar o
feito. Embora o reclamado insista no argumento de que o caso diz respeito a
relação jurídico-administrativa, o Tribunal Regional concluiu, com base no
acervo probatório dos autos, "que a embargada foi contratada sem prévia
aprovação em concurso público e o ente público não acostou aos autos prova
da instituição de regime estatutário ou jurídico-administrativo, logo, há de
prevalecer a vigência do regime celetista no período laboral reconhecido em
juízo". Desse modo, como não se trata de contratação temporária de caráter
jurídico administrativo para atender necessidade temporária de excepcional
interesse público, nos termos do artigo 37, IX, da Constituição Federal, nem
de servidor submetido a regime jurídico único (estatutário), e sim de
contratação de trabalhadora sem a realização de concurso público, em
desobediência ao comando do artigo 37, inciso II, § 2º, da Constituição
Federal, nos termos registrados pelo Tribunal a quo, não há falar em
incompetência desta Justiça especializada e em ofensa ao artigo 114, inciso I,
da Constituição Federal. Recurso de revista não conhecido.” (RR -
49300-48.2013.5.16.0019 , Relator Ministro: José Roberto Freire Pimenta,
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Data de Julgamento: 17/06/2015, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT
19/06/2015)
“RECURSO DE REVISTA. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO
TRABALHO. CONTRATAÇÃO SEM PRÉVIA APROVAÇÃO EM
CONCURSO PÚBLICO. ALEGAÇÃO DO MUNICÍPIO DE QUE O
RECLAMANTE TERIA SIDO ADMITIDO PARA TRABALHO
TEMPORÁRIO. SILÊNCIO DO V. ACÓRDÃO RECORRIDO A
RESPEITO. 1. O Supremo Tribunal Federal, ao julgamento da Medida
Cautelar na ADI nº 3.395-6/DF, afastou qualquer interpretação do artigo
114, I, da Constituição Federal que inclua na competência da Justiça do
Trabalho a apreciação de demandas instauradas entre a Administração
Pública e os servidores a ela vinculados por relação de ordem estatutária ou
de caráter jurídico-administrativo. 2. No caso concreto, o TRT afastou
expressamente a hipótese de contratação nos moldes do art. 37, IX, da
Constituição da República, sem informar, contudo, para que cargo a
reclamante fora contratada, nem o período de referida contratação,
limitando-se a concluir pela inexistência do regime jurídico-administrativo a
partir da ausência de prévia aprovação do Reclamante em concurso público e
ainda de inexistência de comprovação da publicação e vigência da lei
municipal que supostamente teria instituído o regime jurídico estatutário dos
servidores municipais. 3. Na revista ora sub judice, o Município insiste na
preliminar de incompetência da Justiça do Trabalho ao argumento de que o
Reclamante "ingressou no serviço público para trabalho temporário ou
exercício de cargo comissionado". 4. Ora, nesse contexto, somente seria
possível cogitar-se de violação do artigo 114, I, da Constituição Federal de
1988 mediante reexame dos fatos e provas alusivos à data ou à
fundamentação jurídica da contratação do Reclamante sem concurso,
procedimento esse, porém, vedado pela Súmula nº 126 do TST. Recurso de
revista não conhecido, no tema. (...)” (RR - 42200-42.2013.5.16.0019,
Relator Ministro: Hugo Carlos Scheuermann, Data de Julgamento:
20/05/2015, 1ª Turma, Data de Publicação: DEJT 29/05/2015)
“RECURSO DE REVISTA. INTERPOSIÇÃO ANTERIOR À
VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. ADMISSIBILIDADE.
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2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.
INCOMPETÊNCIA MATERIAL DA JUSTIÇA DO TRABALHO.
SERVIDOR CONTRATADO SOB O CELETISTA SEM CONCURSO
PÚBLICO. AUXILIAR ADMINISTRATIVO. AUSÊNCIA DE
NATUREZA ESTATUTÁRIA OU JURÍDICO ADMINISTRATIVA.
Não se olvida que o Supremo Tribunal Federal tem se pronunciado no
sentido de que a Justiça do Trabalho é incompetente para processar e julgar
demandas que envolvam o Poder Público e possível desvirtuamento da
relação jurídico-administrativa pela qual o trabalhador se vincula ao Ente
Público, uma vez que ações nesse sentido não envolvem a relação de trabalho
aludida no artigo 114, inciso I, da Constituição Federal. Entretanto, no
presente caso, os elementos de prova demonstram à evidência uma relação
jurídica contratual, celetista, e ao arrepio do artigo 37, II, da Lei Maior,
caracterizando-se como contrato de trabalho nulo (Sumula 363 do TST),
preservando-se a competência desta Especializada. Nesse cenário, incide o
óbice da Súmula 126 do TST. Recurso de revista não conhecido.” (RR -
369-43.2013.5.05.0464 , Relator Ministro: Emmanoel Pereira, Data de
Julgamento: 29/04/2015, 5ª Turma, Data de Publicação: DEJT 08/05/2015)
Frise-se, ainda, que não se divisa ofensa direta ao
artigo 113, caput, do CPC, uma vez que houve análise nos autos quanto
à preliminar de incompetência arguida pela parte. Incidência do art. 896,
"c", da CLT.
Por derradeiro, os arestos colacionados às fls.
100/102 desservem ao fim colimado, porque oriundos de Turma do TST, órgão
jurisdicional não elencado no art. 896, “a”, da CLT, e do mesmo Tribunal
Regional prolator da decisão, o que encontra óbice na OJ nº 111 da
SDI-1/TST.
Não conheço.
ISTO POSTO
ACORDAM os Ministros da Oitava Turma do Tribunal
Superior do Trabalho, por unanimidade, não conhecer do recurso de
revista.
Brasília, 16 de Março de 2016.
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DORA MARIA DA COSTA Ministra Relatora
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