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SINDICÂNCIA ORDEM DE SERVIÇO N° 26/CMDO G/76 Elaboração de Sindicância 1. Conceito Sindicância é a apuração sumária de fato irregular, sem prévia confirmação de crime, militar ou comum, sobre cuja natureza e circunstâncias necessitem a autoridade de esclarecimentos, a fim de orientar e fundamentar sua decisão. 2. Sindicante A designação para proceder a sindicância recairá sobre oficial ou Aspirante-Oficial, ou, em casos excepcionais, em subunidades destacadas e a juízo de seu comandante, subtenente ou sargento. Poderá, também, ser procedida "ex-offício" pela própria autoridade. 3. Prazo A sindicância deverá ser concluída em oito (8) dias, a partir do recebimento do ofício ou memorando de designação, se outro prazo não for estipulado pela autoridade, de acordo com as circunstâncias do fato. O prazo poderá, ainda, ser prorrogado por tempo razoável, a juízo da autoridade. 4. Sigilo A sindicância terá caráter sigiloso. 5. Determinação A determinação para instauração de sindicância deverá ser

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SINDICÂNCIA

ORDEM DE SERVIÇO N° 26/CMDO G/76 Elaboração de Sindicância 1. Conceito

Sindicância é a apuração sumária de fato irregular, sem prévia confirmação de crime, militar ou comum, sobre cuja natureza e circunstâncias necessitem a autoridade de esclarecimentos, a fim de orientar e fundamentar sua decisão.

2. Sindicante

A designação para proceder a sindicância recairá sobre oficial ou Aspirante-Oficial, ou, em casos excepcionais, em subunidades destacadas e a juízo de seu comandante, subtenente ou sargento. Poderá, também, ser procedida "ex-offício" pela própria autoridade.

3. Prazo

A sindicância deverá ser concluída em oito (8) dias, a partir do recebimento do ofício ou memorando de designação, se outro prazo não for estipulado pela autoridade, de acordo com as circunstâncias do fato. O prazo poderá, ainda, ser prorrogado por tempo razoável, a juízo da autoridade.

4. Sigilo

A sindicância terá caráter sigiloso.

5. Determinação

A determinação para instauração de sindicância deverá ser feita diretamente ao oficial designado, em ofício ou memorando, providenciando-se logo a respectiva publicação em Boletim Interno da OPM.

6. Procedimento

Recebidos os documentos, o sindicante procederá às investigações necessárias, ouvindo as pessoas que saibam ou tenham razão de saber do fato e colhendo outros elementos de prova.

Os depoimentos serão reduzidos a tempo escrito ou datilografados pelo próprio sindicante.

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A redução a termo poderá ser dispensada quando a natureza do fato não aconselhar o contrário, devendo entretanto, em seu parecer mencionar o sindicante, de modo claro e completo, as fontes das informações.

7. Reunião das Peças da Sindicância

As peças da sindicância serão reunidas em ordem cronológica, numeradas e rubricadas em todas as suas folhas, pelo sindicante, a partir da capa.

8. Parecer

Concluídas as investigações, o sindicante emitirá parecer que constará de relatório, em que fará a narração sucinta do fato mencionando as diligências efetuadas e as pessoas ouvidas, e de conclusão, em que se pronunciar sobre a natureza do fato, dizendo, afinal, de acordo com as provas colhidas, se há ou não irregularidade, em que consiste e a quem deve ser imputada.

9. Solução

A sindicância concluída será encaminhada à autoridade que a determinou, a qual dará a solução que lhe competir. Em caso de indício de crime militar, determinará a instauração de Inquérito Policial Militar. Se a solução escapar à área de sua competência, a encaminhará à autoridade superior.

10. Modelos

10.1. Inquirição de TestemunhasASSENTADA

Aos .... dias do mês de ............. do ano de mil novecentos e ..................... no local, passei a inquirir as testemunhas, pela maneira que se segue.

Em, (Ass), Sindicante.

1ª Testemunha

F............., (idade, estado civil, residência, profissão e lugar e onde exerce sua atividade). Se houver a quem esteja sendo imputado o fato irregular, esclarecer se a testemunha é seu parente, e em que grau, amigo ou inimigo). Inquirido sobre os fatos que deram origem à presente sindicância, respondeu: que ................; nada mais disse.Lido e achado conforme, assina comigo (Ass), sindicante, que o datilografei (ou escrevi). (Ass)

2ª Testemunha

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F ..............., (prosseguir como acima). (ass)

Observação: As testemunhas inquiridas num mesmo período serão incluídas na mesma assentada. Para cada novo período, nova assentada será lavrada.

10.2. Acareação

ACAREAÇÃO

Aos ..... dias do mês de .......... Do ano de mil novecentos e ................, no (local), compareceram as testemunhas F e F, as quais foram por mim reinquiridas à vista das divergências (ou contradições) de seus depoimentos de Fls ..... e..... lidos os depoimentos referidos, nos pontos divergentes (ou contraditórios), pela testemunha F. foi dito que (modifica ou reafirma seu depoimento, em razão de) e pela testemunha, F. foi dito que ...... e nada mais disseram. Lido achado conforme, vai o presente termo assinado pelas testemunhas e por mim (Ass). Sindicante, que datilografei (ou escrevi).

POLÍCIA MILITAR(OPM)

S I N D I C Â N C I A

Sindicante: ..................................

Termo de Abertura

Aos .... dias do mês de ....... do ano de mil novecentos e ..........., em cumprimento à determinação do (ofício ou memorando) que adiante se vê, dei início à presente sindicância. Em (Ass) sindicante.

PARECER

Dando cumprimento à determinação constante do (ofício ou memorando) de Fls....(relatar as diligências realizadas, indicando as pessoas ouvidas e outros elementos de prova colhida).

Dos elementos acima colhidos, verifica-se que (narrar o fato, de forma concisa, mas clara e completa).

Do exposto, e salvo melhor juízo, sou de parecer que o fato acima narrado (constitui transgressão militar ou comum, ou não constitui crime nem transgressão, ou, no caso de outra irregularidade, dizer qual a natureza, sempre indicando o (s) responsável (eis), se for o caso).

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Quartel em ............., ..... de ......... de 19.......(Ass)

Sindicante

Observação: As conclusões do sindicante deverão ser sempre confirmadas pela referência aos pontos da prova que, a seu ver, autorizam tal ou qual conclusão.

(Fica revogada a NGA n° 60/70, Publicado BCG n° 107, de 10 de junho de 1977)

Sindicância

1. ORDEM AOS ENCARREGADOS DE IPM E/OU SINDICANTES

Conforme preceitua o artigo 315 c/c o 318 do CPPM os Encarregados de IPM e os Sindicante que necessitarem de perícias e exames para esclarecimentos de fatos duvidosos, deverão dirigir seus pedidos às autoridades superiores, em que se encontram subordinados os peritos.

(NB nº 061/AG J/87, Publicado BCG nº 107, de 23 de setembro de 1987)

2. PROCEDIMENTOS SINDICANCIA PARA IPM

Nota n.º 003/Correg./99

Senhores Comandantes, Chefes e Diretores

Com os meus cumprimentos e conforme determinação do Sr. Cel PM Ch EM Resp. p/ Cmdo G da PMSC, e:

1. Considerando o disposto no art. 9.º do CPPM, que assim estabelece:

"O inquérito policial militar é a apuração sumária de fato, que, nos termos legais, configure crime militar, e de sua autoria. Tem o caráter de instrução provisória, cuja finalidade precípua é a de ministrar elementos necessários a propositura da ação penal". 2. Considerando a alternativa da letra “ f ” do art. 10 do CPPM:

"Art. 10. O inquérito é iniciado mediante portaria:f. quando, de sindicância feita em âmbito de jurisdição militar, resulte indício da existência de infração penal militar".

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3. Considerando as disposições do art. 28, “ a “, do CPPM, in verbis:

“O inquérito poderá ser dispensado sem prejuízo de diligência requisitada pelo Ministério Público:a) quando o fato e sua autoria já estiverem esclarecidos por documentos ou outras provas materiais”;

4. Considerando que a jurisprudência dos Tribunais Militares tem se pautado na seguinte direção:

"SINDICÂNCIA - Irregularidades nas apurações - conseqüências Crime Militar - Irregularidade de apuração em sindicância. Parcialidade da autoridade militar. É o IPM o único procedimento cabível para apuração sumária de crime militar, sendo imprestável e ilegal a investigação em sindicância. Cabe ao Oficial apurar os fatos judiciosamente (art. 9.º do CPPM), competindo exclusivamente à Justiça pronunciar-se sobre a responsabilidade penal do agente, mesmo que a autoridade policial constate circunstâncias que suponha configurar excludente de criminalidade.Não pode a autoridade administrativa elidir a ação do Poder Judiciário, desclassificando, ao seu alvedrio, crime para simples transgressão disciplinar. Tais situações, bem como a parcialidade da apuração e seu retardamento, podem ensejar a responsabilidade criminal de quem os pratica, atentos para isso os Promotores que oficiam junto à Justiça Militar e os Juízes Militares (Ap. 1.501. Rel. Juiz Cel PM Laurentino de Andrade Filocre. Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça Militar de Minas Gerais - vol. 1 - Repertório de Ementas de 1964 a 1988 - Belo Horizonte - 1989)."

5. Considerando as interpretações equivocadas desses dispositivos que vêm provocando distorções e irregularidades de procedimentos de atos e fatos da mesma natureza;

6. Por fim, considerando a necessidade de padronização e controle dos processos, bem como, para que no futuro, comandantes de OPM não venham a ser responsabilizados, apresento a seguinte orientação:

1) Havendo indícios de crime militar na origem, deverá ser instaurado IPM;

2) Se na origem os fatos não apresentarem indícios de crime militar e após instaurada a sindicância surgirem tais indícios, o encarregado fará um relatório e deverá ser instaurado o IPM;

3) Se instaurada a sindicância e a conclusão apresentar também indício

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de crime comum, os autos (original) deverão ser encaminhados à AJM, através da Corregedoria.

__________________________________PEDRO ROHRBACHERTen Cel PM Corregedor interino da PMSC