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2 HIDRODINÂMICA A Hidrodinâmica é a ciência que estuda a água em movimento. Considerando um fluido perfeito, somente teremos o movimento deste perfeitamente determinado se, em qualquer instante, forem conhecidas a grandeza e a direção da velocidade relativa a qualquer ponto. Além disso, há que se considerar também os valores de pressão e massa especifica, que caracterizam as condições do fluido em cada ponto considerado Temos então 5 incógnitas que são funções das direções e do tempo. Para resolução destas incógnitas, precisamos de 5 equações.: Três equações gerais do movimento, relativas a cada um dos eixos, a equação da continuidade e uma equação complementar que leva em consideração a natureza do fluido. Existem dois métodos para a solução deste problema: o de Lagrange que acompanha as partículas em movimento ao longo de suas trajetórias, e o de Euler que estudo no decorrer do tempo e em determinado ponto, a variação das grandezas mencionadas. 2.1 CLASSIFICAÇÃO DOS MOVIMENTOS DOS FLUÍDOS 2.1.1 Sob o aspecto geométrico a) Escoamento unidimensional (uma dimensão) É aquele cujas grandezas do escoamento (velocidades, pressão e massa específica) podem exprimir-se em função do tempo e de apenas uma coordenada. b) Escoamento bidimensional (duas dimensões) Se as grandezas do escoamento variarem em 2 dimensões, isto é, se o escoamento puder definir-se complemente, por linhas de corrente continuas em um plano, o escoamento se chamará bidimensional. c) Escoamento tridimensional (três dimensões)

3 HIDRODINÂMICA

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2 HIDRODINÂMICA

A Hidrodinâmica é a ciência que estuda a água em movimento.

Considerando um fluido perfeito, somente teremos o movimento deste perfeitamente determinado se, em qualquer instante, forem conhecidas a grandeza e a direção da velocidade relativa a qualquer ponto.

Além disso, há que se considerar também os valores de pressão e massa especifica, que caracterizam as condições do fluido em cada ponto considerado Temos então 5 incógnitas que são funções das direções e do tempo.

Para resolução destas incógnitas, precisamos de 5 equações.:

Três equações gerais do movimento, relativas a cada um dos eixos, a equação da continuidade e uma equação complementar que leva em consideração a natureza do fluido.

Existem dois métodos para a solução deste problema: o de Lagrange que acompanha as partículas em movimento ao longo de suas trajetórias, e o de Euler que estudo no decorrer do tempo e em determinado ponto, a variação das grandezas mencionadas.

2.1 CLASSIFICAÇÃO DOS MOVIMENTOS DOS FLUÍDOS

2.1.1 Sob o aspecto geométricoa) Escoamento unidimensional (uma dimensão)

É aquele cujas grandezas do escoamento (velocidades, pressão e massa específica) podem exprimir-se em função do tempo e de apenas uma coordenada.

b) Escoamento bidimensional (duas dimensões)

Se as grandezas do escoamento variarem em 2 dimensões, isto é, se o escoamento puder definir-se complemente, por linhas de corrente continuas em um plano, o escoamento se chamará bidimensional.

c) Escoamento tridimensional (três dimensões)

Se as grandezas do escoamento variam em 3 dimensões, ou seja, segundo as 3 coordenadas.

2.1.2 Quanto à variação no tempo

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a) Movimento Permanente

Se ao longo do tempo o vetor velocidade não se alterar em grandeza e direção, em qualquer ponto determinado de um liquido em movimento, o escoamento é permanente. Neste caso as características hidráulicas em cada seção independem do tempo. Com o movimento permanente a vazão é constante. Ex. Canal com mesma declividade, rugosidade e vazão, mas com diferentes seções.

b) Movimento Permanente Uniforme (MPU)

O movimento permanente é uniforme quando a velocidade media permanece constante ao longo da corrente. Neste caso as seções transversais da corrente são iguais. Ex. Canal com mesma declividade, rugosidade, seção e vazão.

No caso contrário o movimento é permanente variado (MPV)

c ) Movimento Não Permanente

Neste caso a velocidade varia com o tempo. Varia também de um ponto a outro. Ex. Durante uma cheia num rio ocorre o movimento não permanente.

2.2 EQUAÇÃO DA CONTINUIDADE -VAZÃOSuponhamos um fluido ideal em escoamento permanente, através de um tubo de corrente. Na entrada do tubo temos:

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A1 = área da seção transversal do tubo,

1 = massa especifica do fluido,

V1 = velocidade media das partículas.

Decorrido uma certa unidade de tempo, teremos a saída do tubo (a direita na figura) A2, 2

e V2 que são os novos valores das grandezas acima indicadas.

Ou seja, a vazão em volume é constante em todas as seções transversais, a qualquer instante, no escoamento permanente e conservativo de fluído incompressível.

De modo geral a equação (8) fica:

QVA Equação da Continuidade para Líquidos Incompressíveis.

onde

Q é a vazão, m3/s

V é a velocidade média na seção, m/s

A é a área da seção do escoamento, m2.

2.3 EQUAÇÃO DE BERNOULLI PARA FLUÍDOS IDEAISNo interior da massa fluída, em escoamento permanente consideramos dois pontos quaisquer:

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onde

H = Energia Total ou Carga Total

p/= Energia de Pressão

V2/2g = Energia Cinética

Z = Energia de Posição

Exemplo: Sabendo que: P1 = 1,5 kgf/cm2, V1 = 0,6 m/s, D1 = 250 mm, D2 = 200 mm, Fluído perfeito e diferença de altura entre 1 e 2 é de 10 m

Determine:

a) A vazão na tubulação

b) A pressão no ponto 2

2.4 EQUAÇÃO DE BERNOULLI PARA FLUÍDOS REAISA experiência mostra que, no escoamento dos fluídos reais, uma parte de sua energia se dissipa em forma de calor e nos turbilhões que se formam na corrente fluída. Isto ocorre devido a viscosidade do fluído e a rugosidade da parede em que o fluído está em contato. A parte da energia dissipada é chamada perda de carga (hp).

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onde

H = Energia Total ou Carga Total

p/= Energia de Pressão

V2/2g = Energia Cinética

Z = Energia de Posição.

hp = Perda de Carga ou de Energia

Exemplo: No esquema a seguir, a água flui do reservatório para o aspersor. O aspersor funciona com uma pressão de 3 kgf/cm2 e vazão de 5 m3/h. A tubulação tem 25 mm de diâmetro. Determine a perda de energia entre os pontos A e B.

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3 ORIFÍCIOS

3.1 DEFINIÇÃO e FINALIDADEOrifícios são aberturas ou perfurações, geralmente de forma geométrica, feita abaixo da superfície livre do líquido, em paredes de reservatórios, tanques, canais ou canalizações. A finalidade principal dos orifícios é medir, controlar vazões e o esvaziamento do recipiente.

3.2 CLASSIFICAÇÃO

3.2.1 Quanto à forma geométricaa) Retangulares;

b) Triangulares;

c) Circulares.

3.2.2 Quanto às dimensões relativasa) Pequenas (d 1/3 h)

b) Grandes (d 1/3 h)

a) Orifícios pequenos

São aqueles que cuja dimensão na vertical é inferior ou igual a 1/3 da profundidade, em relação à superfície livre.

d 1/3h

b) Orifícios grandes

Quando temos d 1/3h dizemos que o orifício é grande ou de grande dimensões.

d 1/3h

3.2.3 Quanto a natureza das paredes

a) parede delgada (fina) (ed)

b) parede espessa (e d)

a) Orifício em parede delgada

Seja “e” a espessura da parede onde está situado o orifício. Temos o orifício em parede delgada ou de borda viva quando ed. Neste caso, o líquido escoa tocando apenas a abertura, seguindo uma linha de ( perímetro do orifício ). Para verificar se isto vem a ocorrer na prática é usual biselar a parede no contorno do orifício.

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b) Orifício em Parede Espessa

É aquele que ed. Neste caso o líquido escoa tocando quase toda a superfície da abertura.

Trataremos deste tipo quando estudarmos os bocais.

3.3 CARACTERÍSTICAS DO ESCOAMENTO NOS ORIFÍCIOS PEQUENOS EM PAREDE DELGADA

Obs: Para orifícios pequenos de área inferior a 1/10 da superfície do recipiente, pode-se desprezar a velocidade v1 do líquido. (Quando A10*a v1≈ 0 ).

Partindo da equação de Bernoulli, para fluídos ideais:

Traçando o plano de referência no centro do orifício temos:

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3.4 COEFICIENTE DE VELOCIDADE ( Cv )Devido a viscosidade do líquido, a velocidade real do jato é um pouco menor que 2gh , a qual deve ser afetada de um coeficiente denominado coeficiente de velocidade ( Cv 1 ).

Valor médio de Cv=0,985 para a H2O e outros líquidos de viscosidades semelhantes.

3.4.1 Coeficiente de Contração da Veia Líquida (Cc)

A veia líquida sofre uma contração após o orifício, produzindo a chamada “seção contraída”.

Denomina – se coeficiente de contração a relação entre a área de seção contraída do jato e a seção do orifício.

Valor médio Cc =0,62 para H2O e viscosidades semelhantes.

3.4.2 Coeficiente de Descarga ou de Vazão (Cd )

É designado o coeficiente de descarga ou de vazão ao produto entre Cc. Cv,

Cd = Cc.Cv

Valor médio Cd = 0,61 (para a H2O e outros líquidos de viscosidades semelhantes).

3.4.3 Vazão do Orifício

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Partindo da Equação da Continuidade:

onde Q = m³/s (vazão);

a = m² (área do orifício);

Cd = coeficiente de descarga;

3.5 ORIFÍCIOS AFOGADOS EM PAREDES VERTICAIS

onde Q = m³/s (vazão);

a = m² (área do orifício);

Cd = coeficiente de descarga;

h3 = m (diferença de cota entre os dois reservatórios).

Obs.Cd é um pouco menor do que o caso anterior, geralmente esta diferença é desprezível.

3.6 ESCOAMENTO EM ORIFÍCIOS DE GRANDES DIMENSÕES EM RELAÇÃO À CARGA - Parede Delgada Fluído Real

3.6.1 Caso Geral

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3.6.1 Orifícios retangulares de grandes dimensões

dimensões.

onde Q = m³/s (vazão);

b = m (é a base do retângulo);

Cd = coeficiente de descarga;

h1 = m (altura da borda superior do orifício até a superfície livre da água.).

h2 = m (altura da borda inferior do orifício até a superfície livre da água.).

3.7 INFLUÊNCIA DA CONTRAÇÃO INCOMPLETA DA VEIAPara posições particulares dos orifícios, a contração da veia pode ser afetada, modificada, ou mesmo suprimida, alterando–se a vazão.

Nos casos de orifícios abertos junto ao fundo ou às paredes laterais, é indispensável uma correção. Nessas condições, aplica–se um coeficiente de descarga d Ccorrigido.

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3.7.1 Orifícios Retangulares – Posições Particulares

3.7.2 Orifícios Circulares – Posições Particulares

Valores de k

K = 0,25 para orifício junto à parede lateral ou junto ao fundo.

K = 0,50 para orifício junto ao fundo e uma parede lateral.

K = 0,75 para orifício junto ao fundo e as duas paredes laterais.

3.8 ESCOAMENTO COM NÍVEL VARIÁVELTempo necessário ao escoamento por orifício em recipiente com nível variável, no caso de reservatório de paredes verticais.

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Suponhamos que não haja entrada de água no reservatório (Q1= 0 ). Então, o nível será variável e a carga sobre o orifício será decrescente

Equação válida para determinar o tempo gasto para o líquido baixar do nível h1 até o nível h2 (valor em segundos).

onde: t = tempo gasto para o líquido baixar do nível h1 até o nível h2, dado em segundos

h1 = altura no início do escoamento (t = 0), dado em (m)

h2 = altura depois de um certo tempo t, dado em (m)

A = área da seção do reservatório, m²

a = m² (área do orifício);

Cd = coeficiente de descarga;

g = 9,81 m²/s (gravidade).

Para o esvaziamento total, h2= 0, neste caso a expressão fica :

Adotando Cd = 0,61

g = 9,81 m²/s

Equação válida para determinar o tempo de esvaziamento total

onde: t = tempo, em segundos

A = área da seção do reservatório, m²

a = área do orifício, m²

h1= altura no início do escoamento (t = 0), dado em (m)

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3.9 PERDA DE CARGA EM ORIFICIOS

Perda de carga em orifícios (quando se conhece a velocidade)

onde: hp é a perda de carga no orifício, m

Cv é o coeficiente de velocidade (Cv=0,98 para a água)

v é a velocidade no orifício, m/s.

Outra forma é:

4 BOCAIS

4.1 DEFINIÇÃOBocais são pequenos tubos adaptados a orifícios em paredes delgadas, pelos quais escoam os líquidos dos reservatórios.

4.2 FINALIDADEA principal finalidade do bocal é dirigir o jato de água e regular a vazão.

4.3 LEI DO ESCOAMENTOA equação teórica do escoamento é a mesma dos orifícios. Os coeficientes de velocidade, de contração e o de descarga é que mudam, em função da forma, deposição e dimensão do bocal.

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onde Q = m³/s (vazão);

a = m² (área da seção do bocal – quando variável menor seção);

Cd = coeficiente de descarga do bocal;

h = m (carga do bocal – centro do bocal até a superfície livre).

Obs. O estudo de orifícios em parede espessa é feito do mesmo modo que o estudo dos bocais.

4.4 CLASSIFICAÇÃO DOS BOCAIS

4.5 BOCAL CURTOSejam L e d, respectivamente, o comprimento e o diâmetro de um bocal cilíndrico. O bocal é curto quando L<d. Neste caso estamos dentro da condição de orifício delgado e < d, portanto ele funciona como tal (Cd = 0,61 - Valor médio)

4.6 BOCAL LONGO

O bocal é longo quando L d.

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Neste caso, podemos ter as seguintes hipóteses:

a d L 2d

O escoamento oscila entre o do tipo orifício em parede delgada e o do orifício em parede espessa, conforme a altura de água no reservatório.

b 2d L 3d

O escoamento é característico do bocal longo, funcionando à semelhança de orifício em parede espessa (Cd=0,82).

c 3d L 100d

Este tipo é conhecido como tubo curto.

L 5d 10d 12d 24d 36d 48d 60d 75d 100dCd 0,79 0,78 0,75 0,73 0,68 0,63 0,6 0,57 0,5

d L 100d

O tubo é considerado como encanamento, merecendo estudo à parte.

e Há ainda outras classificações, como:

3d L 500d – tubos muito curtos

500d L 4000d – tubulação curta

L 4000d – tubulação longa

f Bocal padrão

Existe também a denominação de bocal padrão para aquele em que L=2,5d (Cd =0,82).

4.6 BOCAL CÔNICO CONVERGENTENeste caso tem duas contrações (ab e cd). Desta forma tem dois coeficientes sendo um igual a 0,62 e outro dependendo do ângulo (tabelado).

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Tabela 4.1 Coeficientes de contração para os bocais cônicos convergentes.

4.8 PERDA DE CARGA EM BOCAIS

onde: hp é a perda de carga no bocal, m

Cv é o coeficiente de velocidade (Cv=0,98 para a água)

v é a velocidade no eixo do jato do bocal, m/s.

ou

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5 VERTEDORES

5.1 DEFINIÇÃOOs vertedouros ou vertedores podem ser definidos como simples aberturas ou entalhes sobre

os quais um líquido escoa. O termo aplica – se, também, a obstáculos à passagem da corrente e aos

extravasores das represas. Os vertedores são, por assim dizer, orifícios sem o bordo superior.

5.2 FINALIDADEMedição de vazão de pequenos cursos de água e condutos livres, assim como no controle do escoamento em galerias, canais e barragens.

5.3 TERMINOLOGIA

A borda horizontal denomina – se crista ou soleira. As bordas verticais constituem as faces do vertedor. A carga do vertedor, H, é a altura atingida pelas águas, a contar da cota da soleira do vertedor. Devido a depressão (abaixamento ) da lâmina vertente junto ao vertedor a carga H deve ser medida a montante, a uma distância aproximadamente igual ou superior a 5H.

Onde H : carga do vertedor, m

L : largura do vertedor, m

e : espessura do vertedor, m

p : altura ou profundidade do vertedor, m

p’: altura de água a jusante do vertedor, m

5.3 CLASSIFICAÇÃO DOS VERTEDORESOs vertedores podem ter qualquer forma, mas são preferíveis as seguintes:

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5.3.1 Quanto à forma

5.3.2 Quanto à altura relativa da soleiraa) vertedores livres ( p p’)

b) vertedores afogados ( pp’)

5.3.3 Quanto à natureza da paredea) vertedores em paredes delgadas

b) vertedores em parede espessa ( e 0,66H )

5.3.4 Quanto à largura relativaa) vertedores sem contração lateral ( L = B )

b) vertedores com uma contração lateral ( L B )

c) vertedores com duas contrações laterais ( L B )

5.4 VERTEDORES DE PAREDE DELGADA5.5.1 Vertedor retangular de parede delgada sem contração

onde

Q: vazão, m3/s

L : largura do vertedor, m

H : carga do vertedor, m

Cd: coeficiente de descarga do vertedor (Valor médio para H2O) = 0,62

5.5.2 Outras Fórmulas para Vertedores Retangulares

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5.5.3 Influência da contração lateral

As contrações ocorrem quando a largura do vertedor é inferior a do canal.

onde: L é a distância entre as contrações, m

L’ é a largura da veia líquida após passar pelas contrações, m

B é largura do canal,m

Obs. Nos casos b) e c) devemos corrigir o valor de L para L’.

Caso b) Para uma contração L’ = L – 0,10H

Caso c) Para duas contrações L’ = L – 0,20H

Nestes casos ( b e c ) a vazão será determinada pela expressão :

5.5.4 Vertedores triangulares

Os vertedores triangulares possibilitam maior precisão na medida de descargas correspondentes a vazão reduzida (Q 0,03 m³/s), porque é mais fácil medir a altura H do que nos vertedores retangulares. Na prática somente são empregados os que tem forma isócele, sendo mais usuais os de 90.

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onde: H é a carga do vertedor, m

Q é a vazão, m3/s

5.5.5 Vertedores trapezoidais

onde: H é a carga do vertedor, m

Q é a vazão, m3/s

L é a largura do vertedor, m (base menor do trapézio)

Cd é coeficiente de descarga do vertedor (valor médio para H2O) = 0,62

/2 é o ângulo, em graus.

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5.5.6 Vertedor Cipolletti

Trapezoidal isóscele com inclinação de 1:4

5.5 INFLUÊNCIA DA FORMA DA VEIANos vertedores em que o ar não penetra abaixo da lâmina vertente pode ocorrer uma

depressão modificando – se a posição da veia e alterando – se a vazão.

Tipos de Lâminas que podem ocorrer:

Obs.

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1) Vazão em (b) e (c) são que a vazão calculada pelas fórmulas vistas (caso a). Nestes casos as diferenças são pequenas, não necessita de ajustes.

2) Afogados caso (d), vazão que a vazão calculada pelas fórmulas vistas (caso a), neste caso que temos que ajustar a vazão através da Tabela 5.1..

Tabela 5.1 – Coeficiente de correção de descarga.

h/H Ccorreção h/H Ccorreção

0,1 0,991 0,5 0,9370,2 0,983 0,6 0,9070,3 0,972 0,7 0,8560,4 0,956 0,8 0,778

0,9 0,621

Sendo h p'p

Neste caso a fórmula simplificada DU BAUT

5.6 VERTEDOR RETANGULAR DE PAREDE ESPESSAUm vertedor é considerado de parede espessa quando a soleira é suficientemente espessa para que na veia aderente se estabeleça o paralelismo dos filetes.

5.7 INFLUÊNCIA DA VELOCIDADE DE CHEGADA D’ÁGUAQuando a velocidade da água no canal é elevada, a mesma deve ser levada em conta no cálculo da vazão num vertedor. Neste caso fica :

5.10 VERTEDORES OU EXTRAVASORES DAS BARRAGENS–VERTEDOR CREAGER

O vertedor deve ser projetado para uma vazão máxima esperada.

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Tabela 5.2 - Valores para serem multiplicados pelo Hd encontrado

X Y X Y X Y0,0 0,126 0,6 0,06 1,7 0,8700,1 0,036 0,8 0,142 2,0 1,2200,2 0,007 1,0 0,257 2,5 1,9600,3 0,000 1,2 0,397 3,0 2,8200,4 0,007 1,4 0,565 3,5 3,820

O traçado da crista deve ser feito para a vazão máxima esperada, isto é, para a maior carga admissível.

De acordo com as experiências de Creager e Escande, podem ser adotados os valores da figura a seguir para H = 1m. Para outros valores de H, basta multiplicar as coordenadas indicadas pelos mesmos. Nas condições ideais de projeto, pode-se aplicar a seguinte expressão:

Tabela 5.3 – Coeficientes de descargas para o Vertedor Creager

H/Hd 0,1 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0Cd 0,57 0,598 0,65 0,687 0,717 0,74

20,767 0,785 0,80

30,818 0,832