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DIAGNÓSTICO TURÍSTICO DOS MUNICÍPIOS DE
FERVEDOURO E PEDRA BONITA – MG
Viçosa-MG Dezembro/2006
Elaboração e fotografias Frederico Queiroz Brumano Pinto (Engenheiro Florestal) CREA: MG0000087319D. [email protected] Técnica (coordenação dos trabalhos de campo) Ana Paula Wendling Gomes (Técnica do PDA) [email protected] Condutores Ambientais (guias locais) Jackson Ângelo da Silva (Fervedouro) Kleideane Gomes de Souza (Fervedouro) Esmeralda Paiva Valentim (Fervedouro) Eliane Martins Paiva (Fervedouro) João Bosco Nepomuceno (Pedra Bonita) Ronnie Dias Marques (Pedra Bonita) Getúlio Vitor Júnior (Pedra Bonita) Iraci Serafim Gomes (Pedra Bonita) Laudemir Lopes Fernandes (Pedra Bonita)
CONTEÚDO
1 – APRESENTAÇÃO.....................................................................1 2 – REFERENCIAL TEÓRICO........................................................3 3 – OS MUNICÍPIOS......................................................................24
3.1 – FERVEDOURO................................................................24 3.1.2 – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO.........................24
3.1.3 – MEIOS DE HOSPEDAGEM E RETAURANTES..........28 3.1.4 – ATRATIVOS.................................................................45
3. 2 – PEDRA BONITA.............................................................63 3.2.2 – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO..........................63 3.2.3 – MEIOS DE HOSPEDAGEM E RETAURANTES..........68 3.3.4 – ATRATIVOS.................................................................71
4 – CONSIDERAÇOES FINAIS.....................................................94 5 – FONTES E BIBLIOGRAFIA....................................................99
6 – ANEXOS................................................................................103
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1 – APRESENTAÇÃO
A realização do Diagnóstico Turístico dos Municípios de Fervedouro e Pedra Bonita
integra o conjunto de ações que o Ambiente Brasil Centro de Estudos/ABCDE, com sede
em Viçosa-MG, tem realizado no projeto denominado “Rede cooperativa de conservação da
Mata Atlântica por meio da educação ambiental, ecoturismo, sensibilização e mobilização
de grupos de atores sociais das comunidades de Fervedouro e Pedra Bonita, do Entorno do
Parque Estadual da Serra do Brigadeiro/MG”, implantado nessas localidades. Projeto este
que integra o Subprograma Projetos Demonstrativos (PDA) Mata Atlântica, realizado pelo
Ministério do Meio Ambiente em parceria com o governo da Alemanha.
Fervedouro e Pedra Bonita são cidades pequenas, localizadas na zona da mata mineira,
que abrigam em comum a economia voltada aos produtos agropecuários, com ênfase na
cafeicultura; histórias; muitas serras que formam belas paisagens; inúmeras cachoeiras de
água límpida; rios e nascentes; tradições culturais; gastronomia; um pouco de artesanato
que pode ser resgatado; grandes áreas verdes (matas) e toda a riqueza do ambiente rural.
Na Figura1 estão localizados os Municípios estudados.
Figura 1: Localização da área de estudo.
Fonte: Ambiente Brasil Centro de Estudos/ABCDE, 2005.
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Durante o período de execução das ações propostas pelo projeto, que tiveram início em
dezembro de 2005, foram formados grupos de pessoas que tinham em comum o interesse
em trabalhar com turismo ecológico. Foram então selecionados proprietários rurais com
algum atrativo em suas propriedades, donos de hotéis, pensões, pousadas e campings da
região, assim como um outro grupo de guias locais que passaram por oficinas de
treinamento e sensibilização. Sendo assim, os trabalhos deste diagnóstico, realizado em
dezembro de 2006, foram de certa forma facilitados pelo fato dos proprietários dos atrativos
e os guias já estarem envolvidos, informados e com isso puderam, inclusive, participar
auxiliando nos trabalhos de campo nos dois Municípios.
Este documento tem como objetivo levantar informações, identificando os pontos fortes e
possíveis deficiências do campo pesquisado, a fim de elaborar um documento que
sistematize informações sobre os dois Municípios de forma a contribuir com futuras ações
voltadas para o turismo na região. O documento foi dividido da seguinte forma: a primeira
parte é um referencial teórico que aborda temas relacionados aos conceitos em turismo, as
políticas públicas (programa nacional de regionalização do turismo - Circuitos Turísticos) e a
legislação referente ao assunto. A segunda parte apresenta os dois Municípios. Cada
Município com seu histórico e uma descrição dos aspectos socioculturais e ambientais;
segue a relação dos meios de hospedagem e restaurantes existentes, e por fim, dos
atrativos que foram pré-selecionados para este trabalho. Em todos os locais visitados foram
feitas fotografias digitais, marcados a localização geográfica com GPS e preenchidas, no
local, planilhas (ANEXOS) para o levantamento dos dados e posterior análise individual,
que foi feita levando-se em conta o acesso, os pontos fortes e pontos fracos do local, as
potencialidades, os possíveis esportes de aventura que podem ser realizados, as questões
ambientais. A terceira parte são as considerações finais, e, por fim, em anexos, estão um
quadro esquemático com os principais aspectos analisados nos dois Municípios, assim
como as planilhas utilizadas na metodologia para a coleta dos dados de campo e outras
informações citadas durante os textos.
Pretende-se com esse trabalho, propor diretrizes que orientem projetos de
desenvolvimento sustentável da atividade que tenha como foco o desenvolvimento da
comunidade. Sendo assim, este documento visa preencher de forma simples e real uma
lacuna existente em um grande número de informações não sistematizadas e analisadas,
3
até então. De posse deste trabalho será possível às instituições interessadas no
desenvolvimento sustentável do turismo nos Municípios, assim como o empresariado local e
potenciais investidores, o conhecimento mais efetivo dos dados de cada atividade ali
instalada, para que seja possível traçar estratégias que possibilitem a maximização dos
equipamentos e recursos naturais da região.
2 – REFERENCIAL TEÓRICO
A expressão turista é relativamente recente. Começou a ser utilizada no início do século
XIX para designar aqueles que “viajavam por prazer”. Mas, atualmente, a expressão turista
tem um sentido mais amplo. De acordo com MATHIESON & WALL (1982), citados por
BARROCO (2002), a definição mais completa e correta nos parece ser: “o turismo é o
movimento temporário de pessoas para destinos fora dos seus locais normais de trabalho e
de residência; as atividades desenvolvidas durante a sua permanência nesses destinos e as
facilidades criadas para satisfazer as suas necessidades”. Esta definição enfatiza a
complexidade da atividade turística e deixa perceber, implicitamente, as relações
envolvidas.
Os diferentes comportamentos dos turistas e as motivações que estão na origem das
suas deslocações, de acordo com BARROCO (2002), permitem-nos distinguir entre turismo
de minorias, a que é hábito chamar, enfaticamente, turismo de qualidade, e o turismo de
massas.
O turismo de minorias pode ser tomado em dois sentidos, isto é, quantitativo e qualitativo.
O primeiro ocorre quando os turistas são quantificados em relação à totalidade dos turistas
recebidos por determinado país, ou dos que saíram do país de que procedam. Tomada
nesta acepção, a expressão “turismo de minorias” pouco nos diz e, então, preferimos tomá-
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la no sentido qualitativo, isto é, do turismo realizado por indivíduos isolados (o turismo
individual) ou formado por pequenos grupos caracterizando-se por um princípio de seleção
econômica ou cultural.
O turismo de massas é o realizado pelas pessoas de menor nível de rendimentos,
viajando, na sua maioria, em grupos, sendo escassos os seus gastos, a sua permanência
de curta duração, ocupando, em regra, os estabelecimentos hoteleiros de menor categoria e
os meios complementares de alojamento (parques de campismo, apartamentos, quartos
particulares, etc.).
Neste sentido, com relação à massificação da atividade turística, BARROCO (2002),
afirma que se por um lado o acesso às viagens corresponde a um direito inalienável dos
homens (a todos deve ser reconhecido o direito ao usufruto dos bens a que só o turismo dá
acesso); por outro, o acesso indiscriminado e massificado a esses bens pode destruí-los ou
danificá-los irremediavelmente. Portanto, turismo tem de ser, cada vez mais, um ato de
cultura e um ato cívico que se alcança com a educação e com a informação.
Segundo ROCHA (1997), em função da própria competitividade instaurada entre as
empresas que atuam no ramo, bem como devido às novas exigências da demanda, a
atividade turística foi segmentando-se. Neste contexto, o ecoturismo destaca-se como um
importante segmento, pois envolve o turista diretamente com o meio ambiente e vem
apresentando crescimento em ritmo significativo, tanto no volume quanto na importância.
Estimativas oficiais chamam atenção para o fato de atualmente 10% dos viajantes serem
ecoturistas.
Muitos segmentos certamente serão identificados ao longo do tempo, à medida que
aumentam as opções de lazer. Presentemente, segundo ARAÚJO (2000), vários deles já
foram identificados, dentre os quais seguidos dos respectivos conceitos, citam-se como
exemplos:
Turismo de férias: realizado na época em que há cessação de trabalho habitual, ocasião
em que predominam o repouso e o lazer (férias). Exemplo: praia.
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Turismo de aventura: procurado por pessoas que buscam vivenciar emoções fortes,
como a prática de esportes radicais. Exemplo: asa-delta, escalada.
Turismo cultural: tem por objetivo conhecer, analisar, pesquisar dados, obras ou fatos em
suas mais variadas manifestações. Exemplo: cidades históricas.
Turismo de negócios: caracteriza-se pelas atividades de viagens com finalidades
comerciais, mas com hospedagem e lazer, realizadas por pessoas que viajam a negócios.
Exemplo: empresários a negócios em grandes centros como São Paulo e Rio de Janeiro.
Turismo de saúde: objetiva manter ou adquirir um bom funcionamento do estado físico e
mental. Exemplo: repouso em estâncias hidrominerais como Araxá, Poços de Caldas e
outras.
Turismo religioso: realizado por pessoas que buscam locais que expressem sentimentos
místicos ou que despertem a fé. Exemplo: visitas a Aparecida do Norte, Congonhas do
Campo e outras.
No Brasil, é no meio rural que estão localizados os principais atrativos naturais, é
também, onde vive grande parte da nossa população, onde a cultura, o modo de vida, os
implementos e todo um universo especial podem ser vivenciados. MARTINS (1986), citado
por ALENTEJANO (2000), considera que ainda há lugar para o rural como elemento de
descrição e explicação da realidade, mas seu significado atual mudou. Para este autor é
fundamental demonstrar que, apesar das inegáveis transformações sociais, econômicas,
culturais e espaciais resultantes do desenvolvimento do fenômeno urbano, o rural não
deixou nem deixará de existir, apenas teve e está tendo seu significado alterado. Assim,
não se trata de ver o rural como sinônimo de atraso, de agrícola, de natural; enfim, de vê-lo
como o oposto de uma visão estereotipada do urbano, por excelência, do progresso, da
modernização, da indústria e da técnica. Ao tentar desmistificar as associações
tradicionalmente feitas entre rural e agrícola, isto é, natural e atrasado; e urbano, como
sinônimo de moderno, industrial e artificial, ALENTEJANO (2000) demonstra que:
a) a modernização do campo - entendida como a difusão de tecnologias e relações de
trabalho e produção baseadas na racionalidade técnica e na divisão do trabalho, em alguns
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locais – foi, inclusive, mais acentuada que nas cidades, onde muitas vezes persistem
setores onde predominam técnicas e relações de trabalho arcaicas;
b) o domínio da técnica e da artificialidade não é exclusivo do meio urbano, seja porque o
espaço rural é cada vez mais transformado e produzido pelos homens, como pelo fato de
que cada vez mais se busca a construção de cidades menos artificializadas, onde haja
espaço para a preservação da natureza;
c) a indústria não é e nunca foi um fenômeno tipicamente urbano, como o provam as
primeiras manufaturas que se instalavam nas áreas rurais, onde, então, se concentrava a
mão-de-obra, e se concentram as atuais fábricas, que buscam fugir das grandes
concentrações urbanas em função dos problemas de custo gerados pela aglomeração
excessiva - salários, tarifas, impostos e outros gastos elevados –, que se concentrou nas
cidades em função de condições econômicas, sociais e tecnológicas específicas de um
dado momento do desenvolvimento.
No terreno da desmistificação, cabe, ainda, dizer que características como isolamento,
visão de mundo provinciana e relações inter-pessoais restritas, porém densas, atribuídas ao
rural, são, hoje, também, altamente questionáveis. A difusão dos meios de comunicação
integra as áreas rurais à mesma dinâmica informacional e cultural das cidades, ao mesmo
tempo em que, no espaço urbano, multiplicam-se exemplos de grupos sociais que vivem um
profundo isolamento do resto do mundo, como ocorre com jovens moradores de
condomínios, como os da Barra da Tijuca, na cidade do Rio de Janeiro, que, segundo
pesquisas recentes, demonstraram não conhecer sequer o seu próprio bairro, tamanha é a
concentração de sua vida nos limites do próprio condomínio. Os tradicionais estereótipos
que definiriam campo e cidade, rural e urbano, não são pertinentes e isto não se deve a
uma unificação da realidade que moldaria tudo à imagem e semelhança das características
atribuídas às cidades. Não se trata da eliminação pura e simples do rural, nem sua
transmutação em urbano, mas de um fenômeno mais complexo, onde um novo urbano e um
novo rural surgem do choque entre ambos. Na realidade, a diversidade de formas de
organização social que proliferam, tanto no campo como na cidade, poderia nos levar a
sucumbir à tentação de dizer que não existe um urbano e um rural, mas vários urbanos e
rurais (ALENTEJANO, 2000)
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Os segmentos turismo rural e ecoturismo muitas vezes se confundem. Para ARAÚJO
(2000), o uso do termo “turismo no espaço rural”, pode ser mais interessante que turismo
rural, objetivando, assim, maior clareza conceitual posto que aquele termo reflete maior
amplitude de oportunidades no meio rural. Portanto, essa terminologia envolve formas e
atividades de turismo praticadas nas áreas rurais. Em outras palavras, turismo no meio rural
pode ser considerado tudo que ocorre no meio rural, com relação ao aproveitamento do
turismo. Complementando o uso desse termo, CAMPANHOLA (2000) afirma que o turismo
no meio rural está relacionado a qualquer atividade de lazer e turismo que seja realizada em
áreas rurais, envolvendo, além do agroturismo, outras atividades não relacionadas a
propriedades agropecuárias produtivas, ou com a produção agropecuária. Geralmente, os
termos ‘turismo no meio rural’ e ‘turismo rural’ são tratados como sinônimos de agroturismo.
Para o mesmo autor, uma outra modalidade de turismo que se inclui no conceito de
‘turismo no meio rural’ é o ecoturismo, que atualmente é uma atividade muito procurada
pelos habitantes urbanos para se recuperarem do dia-a-dia estressante das grandes
cidades. Por esta razão, constitui um dos mais dinâmicos mercados emergentes de nosso
país.
Há, como no caso das outras modalidades de turismo, vários conceitos de ecoturismo.
Para CEBALLOS-LAS-CURAIN (1998), citados por CAMPANHOLA (2000), é a realização
de uma viagem a áreas naturais que se encontram relativamente sem distúrbios ou
contaminação, com o objetivo específico de estudar, admirar e desfrutar a paisagem
juntamente com suas plantas e animais silvestres, assim como qualquer manifestação
cultural (passada ou presente) que ocorra nessas áreas.
Um outro conceito de ecoturismo é segundo EMBRATUR (1994) citada por AULICINO
(1997), como um segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o
patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma
consciência ambientalista através da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar
das populações envolvidas.
Para organizar melhor esses conceitos, RODRIGUES (2000) diz que quando há uma
nítida distinção fisionômica da área visitada, vinculada às atividades realizadas pela
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demanda, pode-se distinguir, com certa facilidade, o turismo rural do ecoturismo. Assim,
roteiros de jovens hospedados em acampamentos, utilizando trilhas no interior de uma
Unidade de Conservação podem ser nitidamente enquadrados como ecoturísticos. Sobre
atividades como pesque-pague, cavalgadas e visita a fazendas de pecuária leiteira de uma
região, há um consenso em utilizar o rótulo de turismo rural. Caracterizar a paisagem, o tipo
de empreendimento e o roteiro é talvez tarefa que precede as demais, na tentativa de
estabelecimento de uma tipologia. A análise da demanda – sua origem, suas motivações
para o deslocamento, o tempo de permanência, as atividades praticadas – representa outro
procedimento metodológico bastante significativo na tarefa de uma classificação tipológica.
Para BENEVIDES (2000), no turismo ecológico temos a natureza como o principal
atrativo, ou, do ponto de vista econômico, o produto central da modalidade, associa a idéia
do contato do homem com a natureza, feito, porém, através da transferência da infra-
estrutura urbana para a localidade, propiciando o isolamento do turista em relação à
sociedade local. Já no turismo rural, há uma valorização maior da comunidade local e do
seu modo de vida, dos seus costumes e valores. Neste caso, a natureza é vista como
atrativo secundário, que auxilia na constituição da paisagem. Outra diferença importante
entre as duas modalidades é a existência de legislação e programas governamentais para o
turismo ecológico (ecoturismo). Devido à afinidade existente entre estas duas modalidades,
muitos pontos da Política Nacional de Ecoturismo acabam atendendo demandas do turismo
rural. Em ambos os casos, o pano de fundo é o espaço rural.
Na atividade turística, de uma forma geral, a relação com o meio ambiente nem sempre é
saudável. A falta de consciência por parte da sociedade, a especulação imobiliária e o lucro
a qualquer preço pressionam os espaços e causam, geralmente, impactos negativos ao
meio ambiente, principalmente naqueles segmentos onde a natureza é o seu principal
atrativo. Sem dúvida, é uma atividade de grande potencial transformador. Segundo
CARLOS (1999), a indústria do turismo transforma tudo, em que toca, num cenário artificial,
criando um mundo fictício, ilusório e mistificado de lazer, onde se desenrola o “espetáculo”,
dirigido a uma multidão amorfa; esta, embevecida pelas miragens de autênticas encenações
que levam à sensação de evasão e, deste modo, à metamorfose e à transfiguração do real.
Situação, esta, criada com o intuito de apenas seduzir e fascinar.
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O ecoturismo, para SERPA (2002), juntamente com o turismo rural levantam questões
importantes relacionadas com o problema da massificação inerente a estes segmentos de
turismo, que colocaria em xeque os efeitos de degradação ambiental, que notadamente, é a
primeira conseqüência da prática desse turismo.
Existem no mundo vários exemplos de destinos turísticos saturados, como Galápagos,
Polinésia Francesa e as Ilhas Maldivas. Em Minas Gerais, o Parque Estadual do Ibitipoca é
um exemplo de espaços que, para continuar se tornando viáveis, vêm implementando uma
política de controle de visitantes em suas dependências. A propósito, um bom meio que se
poderia aplicar para essa finalidade seria o que tem como referência o conceito de
Capacidade de Carga de uma localidade, o qual vem sendo, atualmente, substituído por
“Limite de Mudanças Aceitáveis” (L.M.A.). Segundo MORAES (2000), um conceito
fundamental para a planificação turística quando se tem em mente o fluxo de seus
visitantes. Este conceito apresenta diferentes níveis de aplicação: físico, biológico,
socioeconômico e psicocultural, com diferentes metodologias e distintos graus de
complexidade. Em outras palavras, cada elenco de características (físicas, biológicas, etc.)
é parte de um processo analítico de Capacidade de Carga da área como um todo.
É importante enfatizar que o ecoturismo não deveria ser restrito às áreas protegidas
legalmente, uma vez que estas poderiam acabar sofrendo muita pressão. Promover o
ecoturismo em áreas naturais que não têm proteção oficial alguma pode estimular as
comunidades locais a conservarem os recursos e as áreas naturais próximas por iniciativa
própria, e não devido a pressões externas.
O ecoturismo é um fenômeno complexo e multidisciplinar. Muitos aspectos devem ser
levados em conta a fim de que ele seja um empreendimento bem-sucedido para todos os
envolvidos: consumidores, administradores, povos nativos e fornecedores.
Evidentemente, há de se trabalhar com pessoal qualificado, neste caso, o treinamento é
um componente vital. Cursos e seminários dirigidos a diferentes públicos (operadores
turísticos, guias de campo, donos de hotéis, administradores de parques, grupos da
comunidade local, funcionários do governo) são extremamente necessários. A educação
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ambiental e os programas de treinamento devem ser de natureza prática, aliando as
atividades de sala de aula ao trabalho de campo.
Nesse sentido, é possível exemplificar inúmeras atividades que podem se realizar no
meio natural. Os esportes de aventura são grandes potenciais, tendo em vista que a cada
dia novas modalidades vão surgindo e sendo aprimoradas. Por serem atividades onde
ocorre contato direto com o meio ambiente, o treinamento e os cuidados devem ser
considerados com muita responsabilidade. Os grupos devem ter orientação de guias e/ou
operadoras de qualidade para resguardar a segurança dos praticantes e causar o mínimo
de impacto ao meio ambiente. No quadro 1 estão listados os principais esportes de
aventura, suas características e principais equipamentos utilizados.
Quadro 1: Esportes de aventura, características e principais equipamentos utilizados. ESPORTE CARACTERÍSTICAS EQUIPAMENTOS Canyoning (escalada em cachoeira)
Apesar de se ter uma idéia de que o canyoning é apenas uma escalada em cachoeiras, por esta ser a modalidade mais conhecida, o esporte busca explorar de maneira plena os canyons e rios. O esporte em si é novo e suas competições são organizadas a pouco mais de 20 anos. Mas o grande aumento no número de praticantes e as muitas possibilidades fazem do canyoning uma atividade promissora.
A lista de equipamentos para o canyoning deve estar adequada ao roteiro a ser percorrerido. A mochila deve ser adequada ao tipo de caminhada que se está fazendo, deve ter um material resistente e impermeável, além de abrigar todos os itens. Um mapa detalhado do percurso é fundamental. Ele é um dos quesitos básicos para toda caminhada. A bússola é quem dá a direção e vai orientar durante a prática. As lanternas (pilhas e lâmpadas de reserva) são essenciais e devem ser utilizadas mesmo se o percurso for durante o dia. Uma alimentação adequada durante a caminhada é fundamental para o sucesso do percurso. Alimentos leves e de fácil digestão são os mais indicados. Um conjunto de roupas extras para que possa trocar durante o percurso. Os fósforos e os iniciadores de fogo são outros objetos fundamentais. O canivete sempre é utilizado. Ele deve estar afiado e pronto para ser utilizado. Obter informações prévias é sempre bom.
Rafting (bote em corredeiras)
Desbravar belas corredeiras descendo a bordo de um bote. Esse é o rafting, um esporte que mistura adrenalina com segurança, e que pode ser praticado por qualquer pessoa. Por ser praticado em equipe, proporciona a toda a família ou a um grupo de amigos o prazer de desenvolverem uma atividade juntos. Existem vários graus de dificuldade, para todos os gostos, por isso qualquer um pode se arriscar de acordo com sua vontade.
O bote tem de estar de acordo com os objetivos do grupo. Com características diferentes, os vários tipos de bote possibilitam ao grupo escolher qual o modelo mais indicado para cada tipo de corredeira. Ele é feito de um material resistente, o hypalon. Esse tecido é uma mistura de fibra de poliéster e neoprene. O tamanho varia entre 3,65m até 5,50m. Quanto maior o tamanho do bote melhor a estabilidade. Os itens de segurança são fundamentais no rafting. Os capacetes devem apresentar regulagem interna, para acomodar os diversos tamanhos de cabeça. O modelo ideal de colete salva-
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vidas para o rafting deve ter uma alta flutuação, sistema de fechamento com presilhas reguláveis, um flutuador para cabeça. Os remos utilizados devem ser o mais leve e resistente possível. O comprimento dos remos é de 60 polegadas. Outro item fundamental é o cabo de resgate, que é uma corda elástica com aproximadamente 20 metros.
Trekking (ou Caminhada)
Caminhar por trilhas naturais, desfrutando do contato com a natureza e, ainda por cima, cercado de belas paisagens em locais pouco conhecidos. Quem pratica o Trekking ou Caminhada, tem essa oportunidade, e esse é sem dúvidas o principal motivo que faz do esporte um dos que mais cresce. Os percursos podem ser curtos ou longos, importando apenas o prazer em caminhar. O baixo custo da atividade, aliado com os vários níveis de dificuldades, proporciona ao praticante toda a segurança necessária e, é um dos principais motivos para o desenvolvimento do esporte.
Por se tratar de uma caminhada, os tênis são de fundamental importância. As botas, por oferecem segurança ao tornozelo nos diversos terrenos, são as mais recomendadas. O ideal é que se utilize duas meias, uma fina com outra de lã por cima. Dessa maneira estará diminuindo o atrito dos pés com o calçado. Outro objeto indispensável é a bússola. É necessário saber utilizar a bússola da maneira correta. Todo praticante vai ter sede e precisa se hidratar durante a prova. É por isso que um cantil, de no mínimo 1 litro, deve estar sempre com o competidor. Para calcular as distâncias entre os percursos são necessárias calculadoras. Os relógios individuais são os maiores aliados para que o tempo estipulado em cada parte do percurso seja cumprido. Os bonés ou chapéus também são de grande utilidade, pois protegem do sol e da chuva, facilitando a leitura das planilhas durante o percurso. Para guardar todos os objetos acima, mais canetas, lanterna pequena, kit de primeiros socorros e alimentos energéticos, é necessário uma mochila ou pochete.
Bicicleta ou montain bike
A bicicleta é, com certeza, um dos meios de locomoção mais conhecidos e utilizados em todo o mundo. O ciclismo, o mountain-bike e o bmx são algumas das categorias do esporte. O tipo dos equipamentos muda de acordo com as exigências de cada modalidade, mas o princípio é sempre o mesmo: pedalar. Não existe nenhuma restrição ao esporte, qualquer pessoa pode pegar uma bicicleta e sair por ai pedalando. O custo do esporte é baixo e as peças e mecânicas podem ser encontradas em todos os cantos do país.
O mais importante na bicicleta é o conjunto, ou seja, deve-se ter uma bicicleta com peças de qualidade. Os itens de segurança são: capacete, luvas, cotoveleiras, tênis. Deve-se levar acoplado à bicicleta uma garrafa de água ou isotônico, mochila ou pochete para algum alimento ou primeiros socorros.
Escalada A escalada esportiva é uma prática que utiliza as técnicas e movimentos de montanhismo e que tem como objetivo exigir o máximo de força e concentração do atleta. O atleta da escalada deve encontrar diferentes soluções para ultrapassar os obstáculos, não importando se está em uma cadeia de famosas montanhas européias ou na parede de uma academia. Um dos principais atrativos da escalada é o fato de ela poder ser praticada em qualquer cidade, bastando para isso uma parede em qualquer academia. Hoje já é muito difundida a prática da Escalada nos grandes centros.
Os equipamentos básicos para a prática da escalada são: cordas, sapatilha para escalada, capacete e pó de magnésio para passar nas mãos. A segurança do esporte é um dos quesitos mais importantes, que atrai um grande número de praticantes. E as cordas têm exatamente essa função, já que sem elas os tombos são inevitáveis. Para transpor os obstáculos a utilização de uma sapatilha especial pode facilitar muito sua vida. Ela tem o formato ideal para propiciar maior equilíbrio e segurança. O pó de magnésio é esfregado na mão e aumenta o atrito com a parede. Dessa maneira fica mais difícil escorregar. Por último tem o capacete que é o item de
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segurança mais comum nos esportes radicais. A sua função e importância todos conhecem, portanto nunca esqueça de utilizá-lo.
Montanhismo O montanhismo é uma atividade esportiva que se baseia no ato de atravessar montanhas, com ou sem a utilização de equipamentos. O termo geralmente é confundido com alpinismo, devido às famosas conquistas dos Alpes europeus. A atividade é um gênero dentro do excursionismo, que nada mais é do que a convivência pacífica com ambientes naturais. Para o presidente do Centro Excursionista Brasileiro, Francesco Berardi, o fator do crescimento é mesmo a paz que o esporte traz. "O montanhismo é antes de tudo uma maneira de esquecer os problemas das grandes cidades".
A lista de equipamentos para o montanhismo é extensa e deve estar adequado ao roteiro que se irá percorrer. Mas alguns itens são fundamentais e devem estar sempre na mochila. Um mapa detalhado do percurso é fundamental. Ele é um dos quesitos básicos para toda caminhada. Bússola; Kit de primeiros socorros, lanternas (pilhas e lâmpadas de reserva), comida extra (alimentos leves e de fácil digestão são os mais indicados), roupa extra, fósforos e os iniciadores de fogo são outros objetos fundamentais. São utilizados para acender a fogueira e esquentar a comida. Canivete: O canivete sempre é utilizado. Obter informações com quem já fez o trajeto.
Off-Road/Motocrross
O Off-Road é um esporte que mistura a adrenalina da velocidade e o contato com a natureza. Essa combinação atrai cada vez mais adeptos e a evolução das competições e da organização tem proporcionado um grande crescimento. Os primeiros veículos foram criados durante a 2ª Guerra Mundial com o objetivo de penetrar em locais de difícil acesso. Hoje em dia já existem outras categorias que disputam o off-road, como é o caso das motos e caminhões.
Para quem pensa que off-road é apenas o carro, a moto ou o caminhão, está muito enganado. Os equipamentos variam de acordo com a categoria. É necessário antes de tudo escolher o seu veículo, aí sim ir atrás de outros equipamentos que também fazem parte do esporte. O fator principal para quem vai começar no Off-Road é saber utilizar os equipamentos de forma adequada. Como o esporte exige muita qualidade dos aparelhos, eles têm de ser de boa qualidade. Os principais objetos: Capacete, Roupas especiais, Botas, Luvas, Joelheiras, Cotoveleiras, Colete.
Orientação Orientação é um esporte que tem como objetivo encontrar um determinado local no menor tempo possível, passando por pontos determinados, com a ajuda de mapas e bússolas. As principais habilidades que o praticante deve ter é com relação a leitura de mapas e orientação territorial, além da escolha do melhor terreno a seguir. Existe um órgão que regulamenta o esporte, que é a Federação Internacional de Orientação (IOF) com sede em Helsinque - Finlândia. Ela é quem determina a nível mundial todas as regras das quatro categorias de orientação: Pedestre, Mountain Bike (MTB), Esquis e Trail Orienteering (portadores de necessidades especiais).
A roupa a ser usada deve ser de material leve e não reter líquidos. O tecido mais utilizado é o nylon. Geralmente os competidores utilizam calça e camisa. O tênis deve ser especifico para caminhada em diversos terrenos. Ele também não pode reter muito líquido e deve ser resistente. A bússola é fundamental. Mas é necessário que saiba utilizá-la de maneira correta. O cartão de designação é o alicerce do atleta. É nele que se encontram as determinações e os pontos de controle. O mapa é quem indica as variações de terreno do percurso, irrá determinar a melhor rota. Os picotadores são utilizados para certificar que o atleta passou por determinado posto de controle. Ele é utilizado para furar o cartão que se encontra no local.
Parapente O parapente é um esporte que mistura toda a adrenalina com a tranqüilidade, em uma sintonia perfeita. É uma modalidade na qual o piloto e o parapente entram em total sintonia com a natureza. A principal recomendação é respeitar todas as normas de segurança. Os primeiros modelos de parapente foram confeccionados especialmente para as espaçonaves norte-americanas. Hoje o esporte é praticado por mais de 100 mil pessoas em todo o mundo. O Brasil ocupa atualmente a 7ª colocação do ranking.
O equipamento de parapente apresenta algumas características diferentes dos outros esportes, sendo basicamente composto de quatro itens: o velame, o selete, o pára-quedas de emergência e o capacete. O velame constitui a maior parte do equipamento e, é dividido em três partes: a vela, a linha e os tirantes. A vela é feita de um tipo de nylon especial e funciona como uma asa. Uma de suas características principais é a resistência e a deformação, ou seja, o tecido muda de forma, alterando as características originais do parapente. O Selete funciona como um casulo e é onde o atleta fica durante
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o vôo. É importante que seja ajustada a cada piloto, pois seu conforto depende disso. Para casos de emergência utiliza-se um para-quedas. Ele está acoplado o Selete e só é utilizado caso aconteça algo de muito grave.
Rappel Uma técnica de descida que o praticante utiliza para transpor obstáculos como prédios, paredões, cachoeiras, entre outros, com o uso de cordas ou cabos. O termo "rappel" vem do francês e significa trazer e recuperar. Apesar de não se saber exatamente quando a técnica foi criada, ela foi utilizada por espeleólogos, que usavam desse recurso para explorar cavernas. Existe uma grande discussão sobre se o rapel é um esporte ou apenas uma técnica. Os que acreditam se tratar do esporte encaram como uma atividade divertida e que é utilizada sem outros fins, apenas por diversão. Já os que acreditam se tratar de uma técnica, geralmente a utilizavam como um meio de realizar outra modalidade, outro esporte ou mesmo a trabalho.
Os equipamentos têm de ter qualidade e apresentarem um bom estado de conservação. As cordas geralmente fabricadas de Poliamida, uma fibra sintética resistente ao atrito. Elas são classificadas em dinâmicas e estáticas, as dinâmicas são utilizadas para escaladas e as estáticas para rapel, canyoning, (resgate). Os mosquetões são peças feitas de duralumínio, uma liga especial que proporciona grande resistência. A função desse objeto é fazer ancoragens, costuras, prender o escalador a corda, etc. Os freios oito são fabricados com o mesmo material dos mosquetões e são a ligação do atleta com a corda. As cadeirinhas que são feitas de nylon resistente com costuras especiais. O anel é de poliamida e é usado para ancoragens, resgate e como fitas guias.
Tirolesa
É uma travessia entre dois pontos distantes, através de um cabo de aço, no qual o praticante é preso pela cadeirinha de rapel.Há dois tipos de tirolesa: Seca, a qual começa em uma plataforma e termina em terra, ou Molhada, que começa em uma plataforma e termina com queda num lago. A atividade é monitorada por instrutores.
O equipamento de segurança obrigatório e fornecido pela operadora é a cadeirinha de rapel (com mosquetão, freio "8" e roldana).
Arvorismo Arvorismo é a travessia entre plataformas montadas no alto das copas das árvores, onde os praticantes percorrem um percurso suspenso, ultrapassando diferentes tipos de obstáculos como escadas, pontes suspensas, tirolesas e outras atividades que podem ser criadas. Além de árvores, postes também podem servir de base para a prática do esporte. Chegou ao Brasil em 2001 e Florianópolis tem hoje o maior circuito de arvorismo do país. Para praticar o arvorismo, não é necessário ser atleta, precisa apenas muita disposição e coragem para superar os desafios.
Com a supervisão de monitores treinados e o kit arvorismo (cadeirinha, cabo de segurança, mosquetão, polia e capacete), os aventureiros estimulam a capacidade individual, exercitando o corpo e a mente, desenvolvendo o equilíbrio interior e aliviando o stress diário através da adrenalina.
Fonte: O Radical (2006); Guia Floripa (2006) & Pirenópolis (2006).
O Sistema legislativo do ecoturismo é o instrumento promovedor e organizador do
turismo como fator de desenvolvimento social e econômico. Atualmente, ele é regido pela
Lei Federal nº 8.181/91 de 28.03.91 e pelo Decreto Federal nº 448/92, além de inúmeras
Deliberações Normativas editadas pela EMBRATUR. Em 1991, foi criada a Lei 8.181/91,
que modificou a denominação da Embratur, de Empresa Brasileira de Turismo, para
Instituto Brasileiro de Turismo, e trouxe-lhe um novo conceito normativo e executivo. Neste
ínterim, com o objetivo de promover o turismo através de políticas que visam o
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desenvolvimento desta atividade como fonte de renda nacional, editou-se o Decreto Federal
nº 448/92, que regulamenta os dispositivos da Lei 8.181/91 e dispõe sobre a Política
Nacional de Turismo.
Pelo Decreto, a Política Nacional de Turismo deve ter como metas o turismo como forma
de promover a valorização e a preservação do patrimônio natural e cultural do país e a
valorização do homem como o destinatário final do desenvolvimento turístico.
Esses objetivos encontram-se alicerçados no apoio técnico e financeiro do Poder Público,
no afã de consolidar a posição do turismo como instrumento de desenvolvimento regional; e
assim reduzir os desequilíbrios nas distintas regiões do país, cabendo à iniciativa privada a
prestação de serviços turísticos.
O MINISTÉRIO DA INDÚSTRIA, DO COMÉRCIO E DO TURISMO (1994) elaborou, em
1994, um documento denominado Diretrizes para uma política nacional de ecoturismo e
este documento afirma que, no Brasil, o ecoturismo é discutido desde 1985. No âmbito
governamental, a primeira iniciativa de ordenar a atividade ocorreu em 1987 com a criação
da Comissão Técnica Nacional, então constituída por técnicos do IBAMA e da EMBRATUR
para monitorar o Projeto de Turismo Ecológico, em resposta às práticas existentes na
época, pouco organizadas e sustentáveis.
Essas razões, em especial, motivaram o Ministério da Indústria, do Comércio e do
Turismo, o do Meio Ambiente e o da Amazônia Legal a instituir, pela Portaria Interministerial
Nº 001, de 20 de abril de 1994, o Grupo de Trabalho, integrado por representantes destes
Ministérios, do IBAMA e da EMBRATUR, para desenvolver e propor uma política e um
Programa Nacional de Ecoturismo.
Como resultado dessa participação multidisciplinar, o documento pretendeu nortear o
desenvolvimento regional de ecoturismo e servir como base para uma implantação de uma
Política Nacional de Ecoturismo no Brasil que assegure:
-à comunidade, melhores condições de vida e reais benefícios;
-ao meio ambiente, uma poderosa ferramenta que valorize os recursos naturais;
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-à nação, uma fonte de riqueza, de divisas e de geração de empregos;
-ao mundo, a oportunidade de manter para as gerações futuras o patrimônio natural
dos ecossistemas para onde convergem a economia e a ecologia.
Além disso, confirmando as potencialidades do nosso país para a atividade ecoturística,
o Brasil está incluído dentre os países de mega diversidade, pois detém um número entre
10% e 20% do total de espécies do planeta. Esta riqueza conhecida corresponde a 22% da
flora, 10% dos anfíbios e mamíferos e 17% das aves do mundo (MINISTÉRIO DA
INDÚSTRIA, DO COMÉRCIO E DO TURISMO, 1994).
Diante desta posição privilegiada, em termos de turismo, o Brasil teve que adotar uma
política de trabalho voltada para o desenvolvimento do ecoturismo em seu território que
deve atender aos seguintes objetivos básicos:
▪Compatibilizar as atividades de ecoturismo com a conservação de áreas naturais.
▪Fortalecer a cooperação interinstitucional.
▪Possibilitar a participação efetiva de todos os segmentos atuantes no setor.
▪Promover e estimular a capacitação de recursos humanos para o ecoturismo.
▪Promover, estimular e incentivar a criação e melhoria da infra-estrutura para a
atividade de ecoturismo.
▪Promover o aproveitamento do ecoturismo como veículo de educação ambiental
(MINISTÉRIO DA INDÚSTRIA, DO COMÉRCIO E DO TURISMO, 1994).
Ainda sobre a importância das políticas e legislação específicas na área de turismo,
deve-se destacar o Programa Nacional de Municipalização do Turismo (PNMT), criado em
1992 e desenvolvido e coordenado pela EMBRATUR. No entanto, em função das
características das políticas nacionais como as mudanças nas administrações e interrupção
de projetos, na prática os fatos acontecem diferentemente das premissas da teoria.
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Na tentativa de viabilizar as atividades turísticas, em 29 de abril de 2004, foi lançado pelo
governo federal o Programa de Regionalização do Turismo. Este programa propõe a
estruturação, qualificação e diversificação da oferta turística brasileira, por meio da
organização, planejamento e gestão das atividades turísticas, por regiões. Com essa
proposta, os estados brasileiros e o Distrito Federal serão os principais agentes executores
da política de turismo descentralizada – modelo de gestão adotado por esse governo.
Todas as unidades da Federação deverão atuar com o conjunto dos municípios que
constituem cada região turística (MINISTÉRIO DA INDÚSTRIA, DO COMÉRCIO E DO
TURISMO – EMBRATUR, 2004).
O Governo do Estado de Minas Gerais tem desenvolvido um programa denominado
‘Circuitos Turísticos’. Segundo BOLSON (2004), Circuito Turístico é um conjunto de
municípios de uma mesma região, com afinidades culturais, sociais e econômicas que se
unem para organizar e desenvolver a atividade turística regional de forma sustentável,
através da integração contínua dos municípios, consolidando uma atividade regional
(Definição contida no Decreto Lei 43.321, assinado pelo Governador Aécio Neves em 08 de
junho de 2003 que institucionalizou os Circuitos Turísticos).
Para a mesma autora, a proposta dos Circuitos Turísticos foi lançada e construída de
forma participativa, assim como sua implementação. Ficou a cargo dos municípios a
decisão de participar ou não do processo. Os municípios interessados passaram então a se
reunir para discutir a melhor forma de organização.
Os municípios pertencentes aos Circuitos foram classificados de Centros Turísticos e de
Unidades Turísticas. Os centros turísticos são os municípios pólo, onde a cadeia produtiva
do turismo é mais completa, que possuem o maior número de equipamentos turísticos,
como hotéis, restaurantes, lanchonetes, serviços, comércio, aeroportos, rodoviária, postos
de informação turística, acesso fácil e que exercem influência nos municípios do entorno. Já
as unidades turísticas são os municípios menores, que possuem atrativos naturais e
culturais, que podem ser explorados, mas não oferecem infra-estrutura necessária para
abrigar e atender os visitantes. Na maioria das vezes, oferecem no máximo, um ou dois
atrativos distintos, o que não estimula a permanência prolongada dos turistas. A inter-
relação entre os centros turísticos e as unidades turísticas é responsável pela dinâmica dos
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Circuitos. É o que se pode chamar de complementaridade. Os centros turísticos suprem a
necessidade de infra-estrutura turística básica das unidades turísticas. Portanto, um turista
chega facilmente ao centro turístico, hospeda-se, visita os atrativos pertencentes a ele e
visita também seu entorno. As unidades turísticas são responsáveis por suprir o centro de
atrativos diversos, o que cria condições para permanência maior dos turistas na região
(BOLSON, 2004).
Os Circuitos Turísticos podem ser caracterizados da seguinte forma:
• Aspectos geográficos: região geográfica limitada com características culturais, físicas e
sociais que criam uma sensação de identidade regional;
• Aspectos multitemáticos: os circuitos oferecem uma diversidade enorme de atrativos,
pois os municípios têm características distintas (rural, ecológico, saúde, eventos,
religioso, negócios, cultura, gastronomia e etc.).
• Aspectos da oferta diversificada de infra-estrutura e serviços: possuem infra-estrutura
turística variada e com diversas opções de preços. Os centros turísticos possuem
equipamentos e serviços mais sofisticados, enquanto as unidades turísticas são mais
rudimentares nesse quesito (hotéis, pousadas, albergues, restaurantes, postos de
informação turística, sinalização turística, etc.).
• Aspectos da demanda diversificada: possuem demanda variada e atendem todas as
classes sociais de acordo com as características locais. A maioria dos turistas é
doméstica e a localização estratégica do Estado cria condições favoráveis para visitação
de pessoas de diversas partes do país (BOLSON, 2004).
Funções e Atividades dos Circuitos Turísticos:
• Promover a integração e participação social das comunidades locais, gerando troca de
experiências e conhecimentos para elaboração do planejamento turístico regional;
• Diminuir as distâncias entre os municípios e o Estado;
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• Mobilizar a sociedade no sentido de engajamento, em educação, hospitalidade e na
compreensão da atividade turística;
• Induzir a conscientização para preservação dos patrimônios históricos, culturais e
ambientais;
• Promover a integração econômica através das ações compartilhadas da iniciativa
privada regional;
• Auxiliar a iniciativa privada na elaboração de novos roteiros potencializando o receptivo
local;
• Promover a integração entre governos e empresários;
• Assegurar reserva de mercado para a mão-de-obra local;
• Elaborar plano de marketing e promoção da região;
• Interagir com instituições diversas de ensino, via capacitação profissional do terceiro
setor, possibilitando parcerias lucrativas nos diversos setores do turismo;
• Auxiliar na proposição de novas oportunidades de negócios para os investidores;
• Reunir e disponibilizar dados e informações sobre a região;
• Dinamizar a comunicação entre os diversos setores envolvidos na cadeia produtiva do
turismo regional;
• Canalizar demandas por melhorias na infra-estrutura turística regional (BOLSON, 2004).
Resultados do processo de organização dos Circuitos Turísticos:
• Potencialização da oferta dos atrativos, equipamentos turísticos e serviços da região;
• Aumento da competitividade em relação a outros destinos;
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• Aumento da taxa de permanência dos turistas e conseqüentemente da renda gerada
pela atividade;
• Geração de novos postos de trabalho e empregos;
• Fortalecimento político da região;
• Preservação do patrimônio histórico, cultural e ambiental;
• Melhoria na qualidade de vida da população local;
• Diminuição dos custos da promoção turística, criando condições para o
desenvolvimento de novos produtos e serviços;
• Participação ativa e direta das comunidades locais nas decisões sobre os rumos do
desenvolvimento turístico na região (BOLSON, 2004).
Vários fatores podem levar à paralisação ou à descontinuidade dos Circuitos Turísticos.
Dentre eles, dois são mais comuns: a localização geográfica da região e o desempenho do
gestor. A localização geográfica interfere nos destinos dos Circuitos quando se leva em
conta a sua distância em relação aos centros urbanos da região. Um Circuito próximo de
São Paulo ou de Belo Horizonte, por exemplo, tem maior probabilidade de ter sucesso que
um mais distante; ou próximo de um centro de menor importância. Talvez mais importante
que a proximidade do centro urbano seja a figura do gestor cujo perfil deve ser adequado
para o cargo para não levar o Circuito ao descrédito junto aos municípios participantes. As
comunidades locais também devem participar de todas as etapas do processo, caso
contrário podem “boicotar” as ações do Circuito (BOLSON, 2004).
No caso dos municípios estudados, Fervedouro e Pedra Bonita estão inseridos no
‘Circuito Serra do Brigadeiro’ juntamente com outros nove municípios: Muriaé, Eugenópolis,
Rosário da Limeira, Miradouro, Antonio Prado de Minas, Ervália, Vieiras, Divino e Patrocínio
do Muriaé. Dos onze Municípios, cinco deles já tem a Lei aprovada nas Câmaras
Municipais, os demais já receberam o material referente ao processo e estão em fase de
aprovação. Já estão sendo feitas ações de inventários em Muriaé, Rosário da Limeira e
Divino.
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Os documentos necessários para certificação do Circuito já foram encaminhados e
aprovados pela Secretaria Estadual de Turismo (SETUR). A solenidade de certificação irá
ocorrer entre fevereiro e março de 2007. A partir daí outras ações terão início. A sede
provisória é em Muriaé na Fundação de Cultura e Artes de Muriaé (Fundarte), na Avenida
Constantino Pinto, 400 - Terminal Rodoviário, Centro, CEP 36.880-000. O telefone para
contato é (32) 3722.2733.
Segundo LUCHIARI (1997), todas as políticas nacionais e regionais, discutidas
atualmente para a atividade turística, possuem aspecto altamente positivo. Afinal, se os
governos (federal, estadual e municipal) não se apressarem em regulamentar o setor,
certamente a iniciativa privada não tardará em implementar suas estratégias de expansão
neste mercado altamente lucrativo, arriscando a sobrevivência dos próprios recursos
turísticos: natureza, cultura e patrimônio histórico.
O Parque Estadual da Serra do Brigadeiro
A Serra do Brigadeiro é uma das mais importantes reservas naturais de Minas Gerais
porque possui os últimos remanescentes florestais do leste mineiro. Ocupa o extremo norte
da Serra da Mantiqueira, em uma área estendida entre os vales do Carangola, Glória e Rio
Doce. A Serra do Brigadeiro abriga nascentes que são fundamentais para a formação das
bacias dos rios Doce e Paraíba do Sul, e também dos biomas ameaçados de extinção: os
campos de altitude e a Floresta Atlântica de Encosta (TURISMO ECOLÓGICO: MINAS
GERAIS, 2001).
O Parque Estadual da Serra do Brigadeiro (PESB) foi criado em 1996; está sob
administração do Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais (IEF–MG). Está localizado
na Zona da Mata de Minas Gerais, entre os meridianos 42° 20’ e 42° 40’ W e os paralelos
20° 20’ e 21° 00’ S, ocupando uma área de 13.210 ha, que abrange os municípios de
Araponga, Divino, Ervália, Fervedouro, Pedra Bonita, Miradouro, Muriaé e Sericita
(ENGEVIX, 1995).
Os acessos oficiais do parque, com sinalização nas estradas, estão nas cidades de
Araponga e Fervedouro. Araponga está a 226 km de Belo Horizonte, acesso pelas BR-040,
BR-356, MG-262, BR-120, estando a apenas 54 km de Viçosa pelas BR-120 e BR-482.
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Fervedouro está a 335 km de Belo Horizonte, acesso pelas BR-381, BR-262, BR-116,
estando a 147 km de Viçosa passando pelas BR-356 e BR-116.
Fotos 1 e 2: Serra do Brigadeiro e Centro de Visitantes.
De acordo com ENGEVIX (1995), o PESB corresponde a um trecho da Serra da
Mantiqueira, inserindo-se na unidade geomorfológica denominada Planalto Dissecado do
Centro Sul e do Leste de Minas Gerais. O relevo possui grandes afloramentos rochosos que
atingem aproximadamente 2.000 m de altitude, com vales profundos e com pequenos
planaltos, sendo, portanto, bastante irregular. Por sua extensão, o PESB é divisor de águas
entre as bacias dos rios Doce e Paraíba do Sul. As principais serras que constituem o PESB
são: Serra do Matipó, Serra do Brigadeiro, Serra da Pirraça, Serra do Boné, Serra da Grama
e Serra do Pai Inácio (ENGEVIX, 1995).
O clima da região varia entre Cwb e Cwa (classificação de KÖPPEN), isto é, clima
mesotérmico, caracterizado por verões brandos a quentes e úmidos. A temperatura média
anual é da ordem de 18°C, com média do mês mais frio inferior a 17°C e média do mês
mais quente inferior a 23°C. A altitude, entre 1000 e 2000 m, e o relevo exercem importante
influência nas características climáticas do PESB, amenizando as temperaturas e criando
um microclima tipicamente serrano nas regiões mais elevadas, onde se pode notar a
presença de neblina, em grande parte do ano, principalmente no período da manhã. Com
relação ao regime pluviométrico, o PESB apresenta um período chuvoso durante os meses
de novembro a março, que também é o período mais quente, e um período mais seco de
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maio a setembro, sendo o trimestre junho, julho e agosto o mais frio. A precipitação média
anual varia em torno de 1.300 mm (ENGEVIX, 1995).
Segundo BITTENCOURT (2000), a vegetação predominante no PESB é a Floresta
Pluvial Estacional Tropical Perenifólia, do Planalto Sul, nas áreas onde ocorrem os
latossolos e cambissolos. Nas áreas características de litossolo, ocorre a vegetação de
campos de altitude, em geral acima de 1.600 m. Abaixo desta altitude, predominam as
matas, onde 80% das quais apresentam-se em estágio secundário e 20% em estágio
primário. Estando, estas últimas, localizadas em áreas de difícil acesso, entre 1.600 e 1.500
m de altitude.
Nesta oportunidade, é interessante recordar um pouco do histórico da criação do parque,
na década de 60, quando a empresa Belgo-Mineira iniciou a exploração de uma extensa
área de mata, grande parte primária, para fazer carvão, que seria utilizado em suas
siderúrgicas. Na década de 70, as explorações chegaram ao fim, deixando como resultado
uma grande área desmatada (GJORUP, 1998).
Nesta época, pesquisadores do Departamento de Engenharia Florestal (DEF) da
Universidade federal de Viçosa (UFV), em conjunto com o WWF, iniciaram estudos na
região. Tais estudos deram origem a um documento denominado “Sugestões para a criação
do Parque Nacional da Serra do Brigadeiro”, em que foi citada a importância da preservação
daquele que era um dos últimos grandes fragmentos da Mata Atlântica da Zona da Mata de
Minas Gerais, assim como sua potencialidade para o turismo. Os autores destacaram que a
Serra do Brigadeiro apresenta condições ecológicas bastante diversas das áreas vizinhas: o
conjunto de cadeias de montanhas que elevam abruptamente, os vales profundos e
estreitos condicionam a existência de seu microclima – frio, de alta pluviosidade e elevada
umidade relativa nos vales - e, consequentemente, uma flora e fauna peculiares que devem
ser estudadas (COUTO & DIETZ, 1980).
Em 1988, o governo do estado, com base nestes estudos, promulgou lei que autorizava a
criação do PESB. Segundo esta lei, o PESB seria criado a partir da cota de 1.000 m de
altitude, tendo como limite norte o paralelo de 20° 33’, ficando com um total de 36.500 ha. O
parque assim criado envolveria áreas dos municípios de Muriaé, Miraí, Miradouro,
23
Araponga, Abre Campo, Sericita, Fervedouro e Ervália. Em 1993, o IEF iniciou estudos e
levantamentos necessários para a criação do PESB, uma vez que a lei mencionada não
ditava os limites do parque, mas sim a cota mínima de 1.000 m. Foi contratada a empresa
de consultoria ENGEVIX para fazer os estudos do meio físico e os serviços da Faculdade
de Filosofia e Letras de Carangola (FAFILE), em conjunto com o Departamento de Biologia
Animal da UFV, para efetuarem os levantamentos do meio biótico. Estes estudos dariam
subsídios para o IEF decidir os limites do PESB.
Na verdade, os limites da cota foram alterados para atender os anseios da população
com relação às desapropriações e ao uso do solo na região, ficando o PESB com uma área
total de 13.210 ha (GJORUP, 1998). Recentemente com a demarcação dos limites, a área
da Unidade teve seus limites aumentados, chegando a quase 15.000 ha.
Na floresta de encosta encontram-se várias espécies de árvores de grande valor
comercial como cedros, cajeranas, jequtitibás, canelas, óleo-vermelho, bicuíba, perobas,
ipês, roxim etc. PAULA (1998) descreveu duas espécies de Bromeliaceae endêmicas do
PESB. Segundo o mesmo autor, a diversidade de espécies de Bromeliaceae ocorrentes no
PESB é a terceira maior do Brasil, superada apenas pela Serra de Macaé de Cima-RJ e
pela Ilha do Cardoso-SP.
A fauna ocorrente na Serra do Brigadeiro já vem sendo estudada. Destaca-se o mono-
carvoeiro, primata encontrado apenas na Mata Atlântica, é o maior primata do continente
americano. Os machos podem atingir até 15 kg. Alguns outros animais presentes na região
do PESB são, entre outros: a suçuarana ou puma, a jaguatirica, o catitu, o veado-mateiro, o
tamanduá-de-colete, o caxinguêle, a preguiça-de-três-dedos, os gambás, o macaco
barbado, o macaco-prego, o ouriço, o beija-flor, o gavião-pomba, o tucano-do-peito-
amarelo, a araçari-poca, a maritaca, a coruja, o juriti, o pica-pau, a jararaca, a cobra-coral,
o teiú, e ainda uma grande infinidade de borboletas, besouros, libélulas e insetos de um
modo geral.
O PESB, mesmo tendo sido inaugurado recentemente, tem se destacado entre as
Unidades de Conservação do Estado de Minas Gerais por estar entre as poucas que têm
realizado processos participativos em seu planejamento e gestão.
24
Neste sentido, segundo ALMEIDA (2004), a partir de 2003, houve a definição de um
Termo de Referência para a Elaboração de Planos de Manejo das Unidades de
Conservação Estaduais de Proteção Integral; é marco norteador da atuação do IEF em
relação aos instrumentos para gestão das unidades sob sua jurisdição.
Segundo o mesmo autor, o PESB conta com duas ferramentas que propiciam tanto a
mobilização e a participação de seu corpo técnico, quanto fornecem as bases para a
elaboração dos planos: o Diagnóstico Participativo de Unidade de Conservação (DIPUC) e o
Diagnóstico Rural Participativo (DRP). O DIPUC é um método fundamentado no enfoque
participativo, para analisar a realidade de UC’s, por meio de um processo de aprendizagem
compartilhada, levando informações junto aos seus funcionários, para aumentar o
conhecimento e sistematização de informações sobre elas, como por exemplo, os limites do
parque, rios e córregos, vegetação, fauna, infra-estrutura, organização do trabalho. Já o
DRP é uma metodologia que permite o levantamento de informações sobre a realidade das
comunidades do entorno à unidade. Em projetos ou programas comunitários, estas
informações podem ser utilizadas para o planejamento de ações, o monitoramento de
atividades, a avaliação dos resultados e a mobilização comunitária.
3 – OS MUNICÍPIOS
3.1 – FERVEDOURO
3.1.2 – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO
O município de Fervedouro anteriormente pertencia ao município de Carangola, foi
emancipado em 1992, através do Decreto 10704. Segundo RIBON (2005), o município está
localizado na Zona da Mata de Minas Gerais, na região do Vale do Paraíba do Sul, tendo
como coordenadas os meridianos 20° 42’39” latitude sul e 42° 16’ 15” longitude oeste.
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Dentro do Município existem duas Unidades de Conservação, a Área de Proteção Ambiental
municipal de Fervedouro e o Parque Estadual da Serra do Brigadeiro (PESB). A APA de
Fervedouro está localizada na área oeste, abrangendo toda a região serrana e parte de
várzeas, com altitudes variando de 750 m até 1985 m, que é o ponto culminante do
município. Dentro da APA, que abrange parte dos dois distritos - Bom Jesus do Madeira e
São Pedro do Glória - se encontram as comunidades do Grama, Boa Esperança, Pirraça,
São Bento, Brigadeiro e Ararica, com escolas e algumas capelas. As sedes dos dois
distritos estão localizadas dentro dos limites da APA, tendo escolas estaduais e municipais,
posto telefônico, posto de saúde e comércios.
A característica efervescente das águas de alguns de seus mananciais, que borbulham
pela vibração provocada pelo simples ato de conversar às suas margens inspirou o nome
do Município: Fervedouro.
Tem área de 357 km², população de 9.671 habitantes, sendo 61,5% residentes na área
rural (IBGE, 2003). O município está localizado a leste da Zona da Mata Mineira, tendo fácil
acesso por estradas asfaltadas (BR 116-Rio Bahia) e BR- 482 (Belo Horizonte - Vitória).
Fotos 3 e 4: Área urbana às margens da BR-116 e praça pública.
Com 26,68% da área total do PESB, o município tem uma das portarias localizada a 9 km
do distrito de Bom Jesus do Madeira. Da área central do município, o acesso ao Parque se
faz por uma estrada de chão com extensão de 31 km.
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Fervedouro é privilegiada quanto à localização, estando a 335 km de Belo Horizonte, 360
km do Rio de Janeiro, 669 km de São Paulo, 230 km de Juiz de Fora, 54 km de Muriaé, 32
km de Carangola, 330 km de Vitória. De Viçosa, o acesso é fácil: são 28 km de Viçosa a
Ervália pela BR-356; de Ervália até Muriaé são mais 61 km; e de Muriaé, pela BR-116 (Rio-
Bahia), são mais 58 km até Fervedouro, totalizando 147 km.
Os trechos das estradas que formam o itinerário, de Viçosa a Fervedouro, por exemplo,
compõem um panorama de real grandeza. São pequenas propriedades rurais, sítios e
fazendas; algumas delas ainda preservam antigos casarios suntuosos; outras menos
imponentes, mas com típicas construções rurais do século passado. Aliadas a uma
vegetação sempre presente e um relevo montanhoso, conferem à estrada uma paisagem
agradável e tipicamente rural. O mesmo pode ser dito das estradas que dão acesso à área
rural do município, podendo-se deparar, de tempos em tempos, com belas paisagens. A
Serra está quase sempre ao fundo, na ausência da qual, se destacam matas e várzeas
banhadas pelos rios que se formam e por algumas quedas d’água.
Há paisagens bucólicas, formadas pelas montanhas, pastagens com animais, as cercas
e as casas com arquitetura típica do interior mineiro ocorrem com freqüência. Há ainda
algum patrimônio na área rural, pouco e disperso, como algumas casas simples de
fazendas e sua arquitetura típica.
Quanto à vegetação, de acordo com RIBON (2005), o Município situa-se no Domínio da
Mata Atlântica, sendo recoberto originalmente pela Floresta Estacional Semidecidual
Submontana e Campos de Altitude; estão em bom estágio de conservação. As áreas de
várzeas, nas partes mais baixas, utilizadas para a agricultura e pecuária, apresentam ainda
algumas manchas florestais.
Fervedouro tem clima agradável, com médias anuais de 15 0C. A precipitação média
anual varia em torno de 1500 mm. O período seco dura aproximadamente três meses,
coincidindo com os meses mais frios (RIBON, 2005). As principais atividades econômicas
são a cafeicultura e a bovinocultura de corte, além da agroindústria, tendo potencial para o
turismo. Suas altitudes são privilegiadas, variando de 700 a 1985 m, tendo como municípios
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limítrofes: Araponga, Divino, Carangola, São Francisco do Glória, Miradouro, Abre Campo e
Pedra Bonita.
Quanto à geologia, a área pertence à Unidade Complexo de Juiz de Fora, que é
considerado de idade arqueana precoce. O complexo estende-se desde Volta Redonda -
RJ, no médio vale do Paraíba do Sul, até entre Raul Soares e Manhuaçu, no vale do Rio
Doce, numa extensão aproximada de 360 km (RIBON, 2005).
O relevo é pertencente ao complexo da Serra da Mantiqueira, que se caracteriza por
apresentar formas alongadas, tipo cristas e linhas de cumeada, com áreas muito declivosas,
atingindo declives maiores que 55%, característica esta de maior restrição de uso. O solo
tem baixa fertilidade e acidez elevada (RIBON, 2005). Quanto aos recursos hídricos, o
município é servido por inúmeros cursos d’água, sendo que 98 desses nascem no PESB,
inclusive o Rio Glória; o qual faz parte da Bacia do Rio Paraíba do Sul.
A água que serve a área urbana é tratada, os principais cursos d’água são o Córrego
Rosa Verde (que abastece a cidade) e o Córrego Turvo (ou Ribeirão do Jorge). No meio
rural, são usados mananciais próprios e poços artesianos. O esgoto doméstico não é
tratado, é todo canalizado, mas destinado aos cursos d’água, como ocorre na maioria das
cidades brasileiras. No meio rural a situação não é diferente, a maioria das residências não
possuem fossas sépticas. Segundo informações obtidas no escritório do Serviço Autônomo
de Água e Esgoto (SAAE), a atual administração já solicitou um projeto para a instalação de
uma estação de tratamento de esgoto, mas ainda não teve resultados concretos. O lixo não
recebe tratamento, a coleta é diária e todo material é destinado para um ‘lixão’.
Na área urbana do município, há escassez em áreas verdes; existe apenas uma pequena
praça central, as ruas são pouco arborizadas, as poucas árvores existentes foram plantadas
por iniciativas próprias da comunidade. Com isso, erros comuns são notados, como
espécies de grande porte sob fiação elétrica, falta de espaço apropriado para o
desenvolvimento das plantas, entre outros. Não há também áreas para lazer de crianças,
apenas um campo de futebol que é usado em finais de semana.
Por ser uma cidade relativamente nova (foi emancipada do município de Carangola em
1992), Fervedouro quase não possui patrimônio histórico, salvo algumas sedes de fazendas
28
do século passado. A maior parte das construções é do período atual e exercem pouco
impacto ao meio.
Os atrativos naturais são sua grande riqueza. São diversas cachoeiras, a piscina de água
natural que ‘ferve’, as matas e sua rica fauna e flora, o PESB e o ambiente rural. Os
principais atrativos culturais são: a festa da Padroeira Santa Bárbara, o Jubileu do distrito de
Bom Jesus do Madeira, que ocorre entre os dias 12 e 14 de setembro; a festa de São João,
no dia 23 de junho e a Festa de São Pedro, no distrito de São Pedro do Glória, entre os dias
27 e 29 de junho. São festas típicas, relacionadas à religiosidade, que movimentam os
distritos e a cidade atraindo inúmeros visitantes da região. Nelas, é comum a instalação de
barraquinhas, de fogueiras, de brincadeiras como o pau de sebo, o casamento do jeca, o
porquinho na lama e muito forró.
A área urbana, mesmo sendo pequena, oferece alguma infra-estrutura. São dois postos
de gasolina, uma agência bancária, uma agência dos Correios, vários restaurantes e locais
de acesso à internet. As áreas rurais e nas proximidades dos distritos, são os locais onde se
encontram a maior parte das belezas naturais e as fazendas antigas com seu patrimônio
histórico e sua cultura. Este fato chama a atenção para um turismo voltado para esse tema,
onde além dos atrativos acima citados, ainda é comum vivenciar hábitos e costumes
diferenciados. A água abundante e os terrenos ondulados e acidentados compõem a
paisagem característica de Fervedouro que, em vários pontos, são um convite ao lazer e ao
turismo.
3.1.3 – MEIOS DE HOSPEDAGEM E RETAURANTES
� Restaurante Parada Fervedouro
Telefone para contato: 032.3742.1107 e 3742.1427
Localizado às margens da BR-116, no km 656,5, o restaurante fica localizado num posto
de combustíveis, ao lado da Pousada Fervedouro, pertence aos mesmos proprietários.
29
Fotos 5 e 6:Fachada e interior do restaurante.
É um ponto de parada de ônibus em trânsito pela rodovia e seu funcionamento é diário
para o jantar, que é servido das 18 às 23 horas. O almoço não é servido diariamente, apenas
quando pré-agendado por excursões. E a comida é caseira e o valor é cobrado por peso
(R$1,69/100 g.)
� Restaurante Queciane
Proprietário: Fiorindo Lorde
Telefone para contato: 032.3742.1519
Assim como o Restaurante Parada Fervedouro, o Restaurante Queciane também está
localizado às margens da BR-116, fica bem próximo um do outro.
O restaurante funciona há três anos, o local foi arrendado pela atual empresa familiar
que o gerencia. No local funciona também uma lanchonete/bar. A comida é caseira
servida em fogão de lenha, o valor pode ser cobrado no tipo sirva a vontade por R$ 6,90
ou por peso. Os principais clientes são pessoas em trânsito pela rodovia o BR-116, local
de parada para ônibus e excursões.
30
Foto 7: Fachada do restaurante.
O horário de funcionamento é das cinco da manhã às vinte e duas horas. Servem
almoço e jantar.
� Restaurante do Wandinho
Proprietário: Wander José de Santana
Telefone para contato: 032.3742.1463
Fotos 8 e 9: Fachada e interior do restaurante.
O restaurante, também bar e lanchonete, funciona no local arrendado há um ano. Está
localizado às margens da BR-116 e seu funcionamento é de segunda a domingo, das
31
sete e trinta às vinte e duas horas. Serve almoço e jantar em três opções de preços;
prato feito a R$ 4,00; refeição a R$ 6,00 e marmitex a R$ 5,00.
Segundo o proprietário, a demanda turística na região é baixa, seu público é
basicamente formado por pessoas em trânsito pela rodovia. Ele não acredita que o
PESB poça contribuir como atrativo para seu negócio, para ele não há uma infra-
estrutura básica de apoio ao turismo na cidade.
� Restaurante Xodozinho
Proprietário: Fiorindo Lorde
Telefone para contato: 032.3742.1213
Foto10: Fachada do restaurante.
O restaurante funciona no posto Xodozão, ao lado da pousada Xodozinho, no km 656
da BR-116. É arrendado pelos mesmos familiares que administram a Pousada
Xodozinho e o Restaurante Queciane.
O restaurante/lanchonete serve refeições do tipo sirva a vontade pelo valor de R$
6,90. O público mais freqüente são pessoas em trânsito pela rodovia, assim como
caminhoneiros.
32
� Restaurante Dona Maria
Proprietário: Maria do Carmo Silva
Telefone para contato: 032.3742.1253
O restaurante fica no centro da cidade, Rua Oswaldo Fernandes, 147. No ponto de
confluência das coordenadas U.T.M. 7.705.551 m N e 783.243 m E. Funciona no mesmo
local desde 1998.
Fotos 11 e 12: Fachada e interior do restaurante.
O restaurante funciona de segunda a sábado e serve apenas almoço com valores de:
R$ 5,00, o prato feito e R$ 6,00, a refeição. A comida é caseira, de boa qualidade. A
cozinha pode ser visitada pelos clientes (tem fácil acesso) e servem de sobremesa,
gratuitamente, um gostoso doce de leite em barra feito lá mesmo. As instalações são
simples, mas com estrutura básica, como instalações sanitárias adequadas, boa
iluminação e facilidade de acesso.
� Pousada Fervedouro e Pousada Xodozinho
Telefone para contato: 032.3742.1107 (Pousada Fervedouro) e 032.3742.1213
(Pousada Xodozinho).
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Fotos 13 e 14: Fachada da Pousada Fervedouro e interior de um dos apartamentos da Pousada Xodozinho.
Classificação simples. São os únicos meios de hospedagem na área urbana de
Fervedouro. Localizados às margens da BR-116 (Rio - Bahia), os dois são voltados para a
hospedagem rápida, de passagem, ou seja, pessoas em trânsito, viajantes. Suas estruturas
são simples: na Pousada Fervedouro são sete apartamentos e na Pousada Xodozinho são
seis; todos com TV e ventiladores como equipamentos. Foram construídos ao lado dos
postos de gasolina que levam os mesmos nomes. A pousada Fervedouro funciona desde a
década de setenta e a Pousada Xodozinho é mais nova (cinco anos). A diária com café da
manhã simples varia entre R$ 15,00 e R$ 20,00 por pessoa. Ao todo podem hospedar
cinqüenta pessoas.
� Pousada e Restaurante Brigadeiro
Proprietário: João Batista Ferreira
Telefone para contato: 032.3742.4015
Localizada no distrito de Bom Jesus do Madeira, a pousada foi inaugurada em 2003 e
está a 22 km de Fervedouro por estrada de terra batida em bom estado de conservação.
Bom Jesus do Madeira é um pequeno distrito onde se localiza uma das portarias do Parque
34
Estadual da Serra do Brigadeiro (PESB). O distrito está a 9 km da portaria do PESB e a 22
km de Araponga pela estrada que passa ao longo do parque e pela portaria daquela cidade.
Fotos 15 e 16: Fachada e interior de um dos apartamentos da pousada.
A Pousada e Restaurante Brigadeiro se localiza na Rua B (número 26) do distrito e
possui quatro apartamentos equipados com TV. Pode receber, ao todo, vinte hóspedes.
Suas instalações são simples; trata-se de uma casa com característica das construções
atuais do interior mineiro e que foi adaptada para o empreendimento. No primeiro andar
funciona um pequeno estabelecimento comercial e o restaurante; na parte superior, um dos
apartamentos, os outros três foram construídos anexos à pousada. Não se observa impacto
no meio físico e nem na paisagem ao redor; embora, o esgoto doméstico e o lixo, como em
Fervedouro, não sejam tratados, e, destinados, respectivamente, aos cursos d’água e ao
lixão.
A diária com café da manhã custa R$10,00 e o almoço ou jantar com comida caseira feita
em fogão a lenha (frango ao molho pardo, feijão tropeiro, frango com quiabo, entre outros
pratos típicos) tem custo de R$5,00. Para o proprietário, a decisão em investir em turismo
veio ao notar um maior movimento de pessoas no distrito, provavelmente em função do
PESB. O capital para os investimentos necessários para a reforma foi próprio e não
encontrou maiores dificuldades iniciais. Segundo ele, a demanda turística na região ainda é
baixa, mas dada a sua riqueza em recursos naturais (cachoeiras, matas, a própria paisagem
serrana do distrito e o PESB), as perspectivas de crescimento são boas. Há a intenção de
uma reforma para aumentar o espaço físico da pousada com mais dois apartamentos.
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O empreendimento ainda não conta com funcionários, sendo uma empresa familiar. Os
insumos e matérias-primas são adquiridos por viajantes ou no próprio comércio local.
� Pensão e Restaurante Dona Eva
Proprietário: Jair Ferreira Dalos
Telefone para contato: 032.3742.4012 ou 3742.4011
Classificação simples. Localizada no distrito de Bom Jesus do Madeira, no ponto de
confluência das coordenadas U.T.M. 7.706.612 m N e 768.262 m E.
A pensão foi inaugurada em 2003. Segundo o proprietário, os motivos que o levaram a
investir no negócio foi o aumento de pessoas visitando o distrito que, até então, não havia
nenhum meio de hospedagem. A casa residencial foi adaptada para a pensão, mas não
houve um projeto concebido especificamente para esse fim.
Fotos 17 e 18: Interior de um dos apartamentos e biscoito de polvilho
Para ele, o PESB contribui bastante para seu negócio, os hóspedes e clientes do
restaurante são em sua maioria oriundos de Viçosa e Belo Horizonte, ecoturistas que vêm
em busca de contato com as matas e cachoeiras próximas e para conhecer o PESB; assim
como funcionários do IEF e vendedores viajantes.
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Os insumos e matérias-primas são adquiridos através de vendedores viajantes
(principalmente do município de Ervália), na microrregião e no próprio quintal, onde é
cultivada uma pequena horta e um pomar.
Quanto aos resíduos, assim como no município de Fervedouro, o esgoto não recebe
tratamento, e o lixo é enviado para um lixão. Tal fato chega a incomodar o proprietário, que
tem consciência dos problemas causados pela poluição das águas, principalmente o quanto
isso pode prejudicar seu negócio, mas ele não vê ainda uma solução imediata para o
problema.
Segundo o proprietário, são boas as perspectivas para o turismo como negócio na
região, tanto que pretende ampliar o empreendimento em 2007, com a construção de mais
seis apartamentos. Como sugestões para melhorias cita o acesso em primeiro lugar, uma
melhor infra-estrutura de apoio ao turismo na região e o melhor tratamento dos resíduos no
município e distritos a fim de minimizar os impactos no meio ambiente.
As instalações são simples, são dois apartamentos e um quarto. Ao todo pode hospedar
até 10 pessoas. A diária com café da manhã completo tem o valor de R$15,00 e a refeição
custa R$6,00. Empresa familiar há apenas um funcionário além dos familiares.
O restaurante da Dona Eva já existe a treze anos no distrito de Bom Jesus do Madeira e
funciona juntamente com a pensão. Localiza-se na mesma rua (número 23) da Pousada e
Restaurante Brigadeiro, ficando um em frente ao outro. Sua comida é tipicamente mineira,
feita em fogão à lenha, a cozinha é aberta ao público, pode-se observar o cuidado ao
manusear os alimentos. Os hóspedes podem, inclusive, colher verduras na horta que fica no
quintal e observar a preparação dos alimentos. No almoço e jantar pode-se degustar a
típica comida mineira em pratos como frango com quiabo, carne de lataa, salada de couve
fatiada, entre outras delícias. O café da manhã também é muito saboroso, com broa de
rapadura, brevidade, bolos, queijos e biscoito frito. A comida da Dona Eva já é tradicional na
região.
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� Pousada Franchini
Proprietário: Jandira Gomes Franchini
Telefone para contato: 032.8406.1436
Inaugurada em 2002, é um bom exemplo de turismo realizado no espaço rural.
Localizada a 6 km da área central de Fervedouro sendo 1 km asfaltado, no ponto de
confluência das coordenadas U.T.M. 7.708.307 m N e 785.579 m E. O local tem acesso por
estrada de terra batida em boas condições. A diária está em R$ 30,00 com café da manhã e
jantar incluídos. O preço do almoço é R$5,00. A culinária é um diferencial, os produtos são
quase todos produzidos na fazenda, desde legumes e carnes até os doces. O restaurante
não funciona o tempo integral, as visitas devem ser previamente agendadas.
A pousada, propriamente dita, é uma antiga casa que foi adaptada. São dois quartos,
com uma sala e um banheiro social e um apartamento (suíte) independente. Tem condição
de hospedar até doze pessoas.
Fotos 19 e 20: Casa sede com restaurante anexo e pousada.
Seu principal atrativo é o restaurante de comida típica mineira e os doces, quitandas e
compotas produzidas com frutas e matéria-prima da fazenda, cultivadas sem agrotóxicos
(agricultura orgânica). A proprietária recebeu em dezembro de 2002 uma homenagem
especial no 54° aniversario da EMATER, pela contribuição no desenvolvimento rural
38
sustentável da agricultura familiar. Além do restaurante e da pousada, seus produtos
turísticos são: jardins, com plantas típicas do meio rural, um ótimo ambiente para leitura e
descanso; a mata ao redor das instalações, onde é possível fazer trilhas ecológicas e
observar a fauna silvestre, como o macaco barbado, os pássaros, lagartos, entre outros; e
também animais domésticos, criados soltos no quintal como galos, perus, galinhas de
angola e patos, que certamente complementam o ambiente rural e são boas atrações
principalmente para as crianças, que vivem no ambiente urbano e não têm a oportunidade
de vivenciar tais experiências.
Possui, ainda, equipamentos típicos da fazenda, como o forno a lenha, um moinho de
milho, um galinheiro, um lago, um rico pomar e um córrego. A fazenda sede com seus cinco
alqueires de mata preservada forma uma paisagem típica do interior mineiro, com seu
relevo montanhoso e suas águas, que resultam num ambiente agradável e bucólico. As
instalações estão bem inseridas na paisagem rural; a casa sede é do século passado e está
bem conservada; o restaurante foi construído ao lado da sede e teve projeto concebido por
arquiteto, onde foram aproveitados elementos de um moinho antigo, tendo tido, portanto,
cuidado em adequá-lo à paisagem.
Fotos 21 e 22: Forno de barro e frutas da estação, produzidas na fazenda.
Para sintonizar esta infra-estrutura às normas de higiene, os resíduos provenientes da
pousada são bem manejados. O lixo produzido é separado e a parte orgânica é aproveitada
para a adubação do pomar. O esgoto é destinado às fossas sépticas, na tentativa de se
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fazer o melhor, em se tratando de área rural, minimizando a contaminação dos rios.
Segundo a proprietária, os principais desafios enfrentados são: o acesso, que durante o
período das chuvas é bastante dificultado, e os custos elevados dos materiais necessários
para a reforma inicial. Como não possui empregados – empresa familiar – seus custos para
a manutenção são muito baixos e isto acaba sendo um fator positivo.
Durante os primeiros meses, após a inauguração, ela afirma ter tido maior movimento;
mas reconhece, ao mesmo tempo, que a atividade turística é algo que se constrói em longo
prazo e diz ter boas perspectivas. Confirmando suas explanações, D. Jandira afirma que o
PESB pode contribuir como atrativo para seu negócio, principalmente agora que foi
oficialmente inaugurado e aberto à visitação pública; e, otimista, acredita numa tendência de
melhora para o turismo em seu município e região.
Atualmente, sua renda extra é complementada com os doces típicos (bananada,
goiabada, entre outros) e compotas (geléias), além de pães e doces diversos que são
produzidos na fazenda. Este, na verdade, parece ser o único ponto a ser melhorado no
empreendimento. Os doces não são rotulados, ou seja, falta acabamento nas compotas,
com informações sobre data de validade e etc. A rotulagem e a criação de uma marca
própria podem agregar maior valor aos produtos, além de se adequar às normas da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Nesse caso, o escritório da EMATER local
poderá ser um bom parceiro para essas questões. Em ANEXOS estão alguns modelos de
rótulos para produtos caseiros, assim como informações sobre rotulagem.
Possibilidade de realização de esportes de aventura:
. trekking (caminhada): em trilhas na mata e estradas próximas;
. cavalgada: na propriedade e em estradas próximas;
. arvorismo: em alguns pontos do estabelecimento e nas bordas da mata;
. montain bike: em vários pontos do empreendimento e no entorno;
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� Pousada Paraíso das Pedras
Proprietário: Humberto Hubner Grassiano
Telefone para contato: 032.3732.1215 (EMATER de Fervedouro)
Localizada na base da Serra do Brigadeiro (Fazenda São Bento), no ponto de
confluência das coordenadas U.T.M. 7.712.142 m N e 772.383 m esta pousada é
privilegiada em atrativos naturais. São matas exuberantes, onde é possível fazer trilhas
ecológicas; a Pedra do Saco do Bode, o Pico dos Soares e várias quedas d’água onde se
formam belas piscinas naturais ao longo do rio. Está a 20 km de Fervedouro por estrada de
chão batido até a fazenda. São 12 km até o distrito de São Pedro do Glória e mais 8 km até
a pousada. Existem mais dois acessos: de Fervedouro até o Ribeirão do Jorge, 17 km e,
mais 4 km até a pousada, totalizando 21 km, ou então, partindo de Fervedouro até São
Domingos, 10 km, e mais 7 km até a pousada, totalizando 17 km. A pousada está a 17 km
do distrito de Bom Jesus do Madeira: 9 km de Madeira a São Pedro do Glória, mais 8 km
até a pousada. Possui sinalização, mas o acesso na época das chuvas, fica prejudicado em
alguns pontos.
Fotos 23,24 e 25: Apartamento, piscinas naturais e ambiente rural.
A paisagem da região é bastante rica; nas estradas que dão acesso à fazenda existem
excelentes pontos de parada para observação da Serra do Brigadeiro. No interior da
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propriedade, a paisagem é formada pela Serra do Brigadeiro (a pousada está inserida na
Área de Proteção Ambiental), local da nascente do Rio Glória que forma a bacia do Paraíba
do Sul; montanhas mais ao longe, pedras de diversos tamanhos e formatos, o rio e a
exuberante vegetação. As construções foram bem adequadas e se inserem perfeitamente
no ambiente/paisagem rural. Além da casa sede, foram construídas 5 (cinco) suítes e um
restaurante anexo. O projeto teve concepção de arquiteto e acompanhado por engenheiro
civil, sendo utilizados materiais típicos que são usualmente utilizados no meio rural como
pigmentos naturais, pisos e telhados rústicos. Nela, os resíduos são muito bem manejados,
isto é, o esgoto doméstico é encaminhado para fossas sépticas e todo o lixo é separado. O
que não se consegue aproveitar é encaminhado para o município de Fervedouro.
Os insumos que não são produzidos na fazenda são comprados nos vizinhos e no
mercado do distrito próximo, o que favorece a economia local. Quanto aos funcionários, são
todos da família e eventuais contratados para serviços de manutenção, como as trilhas e os
cuidados com a lavoura.
A pousada oferece, ainda, espaço para passeios a cavalo, um lago que está sendo
reestruturado, um auditório para realização de reuniões, convenções, festas ou para a
realização de cultos (turismo religioso); um pomar com frutas variadas que podem ser
degustadas à vontade pelos hóspedes; artesanato e um agradável jardim.
Quanto às trilhas e passeios ecológicos, são oito opções que variam pelo grau de
dificuldade e duração, descritas logo abaixo:
- Caminho do Parque: nível de dificuldade baixo, duas horas de caminhada pela mata,
com possibilidade de observação de fauna e flora.
- Paraíso das Pedras: é feita sobre as pedras em um dos rios. Considerada pelo
proprietário uma das mais bonitas. Com piscinas naturais e galerias. Dura aproximadamente
duas horas.
- Pedra do Saco do Bode: nível de dificuldade médio a alto. O trajeto é feito na água e em
mata fechada. Tempo de duração de aproximadamente três horas.
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- Cemitério do Índio: feita na mata, é uma das mais difíceis. O local está na área do
PESB e trata-se de uma caverna com aproximadamente 30 m de profundidade, onde há um
sítio arqueológico, ainda não estudado. Portanto, a caverna não deve ser visitada.
- Pico dos Soares: uma das mais demoradas, o percurso dura em média seis horas. O
alto do Pico dos Soares tem altitude de quase 2000 m e já está dentro dos limites do PESB.
- Toca do Gigante: logo abaixo do Pico dos Soares, a trilha é repleta de cachoeiras,
piscinas naturais e um portal feito pelas formações rochosas. Tem duração de
aproximadamente quatro horas.
- da Caraça: uma das mais difíceis, o acesso é feito em meio à mata e na água, no leito
do rio. Tem duração de aproximadamente quatro horas e meia. Ao final avista-se uma
impressionante formação rochosa que se assemelha a um rosto, daí o nome cara grande =
‘caraça’.
- da Mata: feita em meio a muita vegetação, um bom local para observação de pássaros.
Nível de dificuldade baixo, com duração de aproximadamente 40 minutos.
Fotos 26, 27 e 28: Pedra do Saco do Bode, corredeiras e quedas d’água.
As cinco suítes e a casa sede podem abrigar um total de vinte hóspedes. A diária está
em R$ 60,00 por pessoa, com todas as refeições incluídas, além de atividades como
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passeio a cavalo e trilhas. Caso o visitante queira passar o dia, a entrada custa R$ 5,00;
para acampar são R$ 20,00 e refeição com comida típica mineira, mais o lanche da tarde
sai por R$ 15,00 e o lanche/café custa R$ 3,00. Durante a noite é possível agendar
atividades como roda de viola oferecida com comidas típicas, um contador de histórias e
teatro.
Segundo o proprietário, a decisão em investir em turismo veio quando ele se
conscientizou da baixa qualidade de vida das pessoas que vivem no campo. Sentiu que o
turismo poderia gerar renda e empregos não só para sua família, mas algum tipo de receita
extra para a sua comunidade, também. Sem falar no privilégio de viver num local tão
especial. Para ele, os principais desafios enfrentados foram as vias de acesso, as
dificuldades financeiras, a demora e burocracia para conseguir crédito bancário e a falta de
credibilidade por parte da comunidade que não acreditava ser possível desenvolver um
negócio desse tipo na região. As dificuldades teriam sido agravadas pela falta de
conhecimentos específicos para o tipo de empreendimento, se não fosse a boa consultoria
da EMATER de Fervedouro. Um outro desafio que enfrenta em seu dia-a-dia são as
exigências diversas dos turistas. Muitos não têm a consciência desse tipo de turismo com
instalações mais rústicas e em alguns casos solicitam equipamentos urbanos como TV e
frigobar no quarto, o que foge da proposta de se fazer um turismo no meio rural. Nestes
casos, ele procura contornar da melhor maneira possível, conversando com o hóspede.
Atualmente, o proprietário está comercializando parte de suas terras em forma de lotes,
um condomínio para casas de campo, os lotes estão sendo vendidos por valores entre R$
18.000 e R$ 20.000. Trabalha também com outro seguimento de turismo, o turismo de bem-
estar (ou de saúde), tem feito cursos específicos e realiza terapias alternativas: fitoterapia
(chás e capsulados), homeopatia, geoterapia (argila), musicoterapia, hidroterapia e
equinoterapia. O preço das terapias fica em torno de R$ 30,00.
Segundo o proprietário, a procura pelo turismo na região ainda é pequena, pois falta
maior infra-estrutura de acesso; as estradas não estão em boas condições e sente falta de
um agente de turismo para facilitar a venda de pacotes turísticos para que sua pousada
tenha um fluxo maior e mais constante. Encontra-se descapitalizado pelos investimentos
que fez, mas acredita que o PESB contribui enormemente com seu negócio, sendo seu
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diferencial. Por isso, tem boas perspectivas para o futuro, acreditando que pode vir a ter
grande receita com a pousada, que viria da comercialização de produtos caseiros, para a
concretização dos quais pretende iniciar uma pequena indústria para tal finalidade. Para ele,
a concorrência do mercado é pequena e saudável: “turismo não se faz sozinho”. A
propriedade também integra o Projeto de Proteção da Mata Atlântica (PROMATA), são 15
ha já cercados e segundo o Sr. Humberto, as áreas que foram cercadas para a regeneração
já apresentam bons resultados como no caso do aumento das águas das nascentes
próximas.
Possibilidade de realização de esportes de aventura:
. trekking (caminhada): em todas as trilhas, na mata e na propriedade;
. cavalgada: na propriedade e em estradas próximas;
. arvorismo: em alguns pontos do estabelecimento e próximo às matas;
. montain bike: em vários pontos do empreendimento e no entorno;
. off road (MotoCoss): nas estradas próximas;
. tirolesa: passando sobre o rio, em vários pontos.
. montanhismo: por toda a serra próxima à fazenda.
Alguns desses esportes, como a caminhada oferecem poucos riscos e não precisam de
equipamentos específicos, mas devem ser acompanhados por guias (condutores
ambientais) pois muitas delas tem nível de dificuldade médio e alto e devem ter certos
cuidados. Em outros casos, é necessário que se formem grupos com pessoal especializado
ou operadores (agências) competentes para que se tenha total segurança, assim como a
prévia autorização do gerente do PESB, naqueles locais que chegam a adentrar o Parque.
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3.1.4 – ATRATIVOS
� Agrofloresta
Proprietário: Rubens Oliveira Valentim (contato: 032.8405.6582)
Localização e acesso: no ponto de confluência das coordenadas U.T.M. 7.716.095 m N
e 774.810 m E (zona rural de Fervedouro). Está a 22 km da área central da cidade por
estrada de chão batido que tem nível de dificuldade considerado médio, é sazonal, ou seja,
nos períodos de chuva o acesso para carros de passeio é um pouco complicado em alguns
trechos. O trajeto dura em média 35 minutos.
Descritivo: a propriedade fica localizada às margens da estrada e está bem próxima a
um rio que forma quedas d’água, onde está instalado um moinho de água. É um local muito
agradável para passeios e caminhadas, onde pode-se vivenciar o uso de implementos
típicos como o moinho movido pela força da água.
O maior atrativo do local é a forma como o proprietário conduz sua lavoura, ele utiliza
técnicas da Agrossilvicultura (ou sistemas agroflorestais, os SAF’s). Segundo GLIESSMAN
(2005), a agricultura tradicional (agricultura moderna) está construída em torno de dois
objetivos que se relacionam: a maximização da produção e a do lucro. Na busca dessas
metas, um rol de práticas foi desenvolvido sem cuidar suas conseqüências não intencionais,
de longo prazo, e sem considerar a dinâmica ecológica dos agroecossistemas. Seis práticas
básicas – cultivo intensivo do solo, monocultura, irrigação, aplicação de fertilizante
inorgânico, controle químico de pragas e manipulação genética de plantas cultivadas –
formam a espinha dorsal da agricultura moderna. Cada uma é usada por sua contribuição
individual à produtividade, mas, como um todo, formam um sistema no qual cada uma
depende das outras e reforça a necessidade de usá-las.
O sistema agroflorestal é um nome genérico que se utiliza para descrever sistemas
tradicionais de uso da terra amplamente utilizados, nos quais as árvores são associadas no
espaço e/ou no tempo com espécies agrícolas anuais e/ou animais. Combinam-se, na
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mesma área, elementos agrícolas com elementos florestais, em sistemas de produção
sustentáveis. Entretanto, apenas recentemente têm sido desenvolvidos os conceitos
modernos sobre sistema agroflorestal e, embora muitas sugestões tenham sido
apresentadas, não existe uma definição universalmente aceita, incluindo-se entre elas, a
definição do ICRAF (Centro Internacional para Pesquisa Agroflorestal, 1982): “Sistema
agroflorestal é um sistema sustentável de manejo do solo e de plantas que procura
aumentar a produção de forma contínua, combinando a produção de árvores (incluindo
frutíferas e outras) com espécies agrícolas e/ou animais, simultaneamente ou
sequencialmente, na mesma área, utilizando-se de práticas de manejo compatíveis com a
cultura da população local”.
Fotos 29 e 30: Sistema Agroflorestal e moinho.
Qualquer que seja a definição, em geral é consenso que o sistema agroflorestal represente
um conceito de uso integrado da terra, particularmente adequado às áreas marginais e
sistemas de baixo uso de insumos. O objetivo da maioria dos sistemas agroflorestais é
otimizar os efeitos benéficos das interações entre os componentes arbóreos, agrícolas e
animais a fim de obter uma produção compatível àquela obtida com um monocultivo, com os
mesmos recursos, dadas as condições econômicas, ecológicas e sociais predominantes. No
entanto, existem algumas condições limitantes ou restrições na implantação de sistemas
agroflorestais. Essas restrições devem ser reconhecidas e esforços devem ser feitos para
superá-las, para que eles possam ser implantados com sucesso. Uma grande restrição é que
os sistemas agroflorestais são específicos quanto ao ecossistema. A escolha de espécies
adequadas pode ser limitada em solos de baixa fertilidade, embora muitas árvores adaptem-
47
se melhor a solos pobres do que as culturas anuais. A competição entre árvores e culturas
alimentícias anuais e a prioridade que deve ser dada a essas últimas para atender às
necessidades básicas, podem excluir da prática agroflorestal os produtores pobres que
possuem pouca terra (ALTIERI, 2002).
O proprietário cultiva, em conjunto, diversas espécies diferentes como café, mamão,
cedro australiano, lobeira, feijão, cana-de-açúcar, moganga, taioba e banana. Muito atento e
informado sobre o assunto, o Sr. Rubens tem prazer em mostrar sua lavoura ‘diferente’,
uma ótima opção para o turismo pedagógico, ou seja, roteiros que tenham como foco
grupos, excursões de estudantes ou pessoas interessadas em conhecer uma forma
alternativa de se fazer agricultura. Também integra o Projeto de Proteção da Mata Atlântica
(PROMATA).
Possibilidade de realização de esportes de aventura:
. trekking (caminhada): em trilhas na mata e estradas próximas;
. cavalgada: na propriedade e em estradas próximas;
. montain bike: em vários pontos da propriedade e no entorno;
� PROMATA
Proprietário: Marriba/Vilma/Juarez Pedro
Localização e acesso: no ponto de confluência das coordenadas U.T.M. 7.715.755 m N
e 775.197 m E (zona rural de Fervedouro). Está a 21 km da área central da cidade por
estrada de chão batido que tem nível de dificuldade considerado médio, é sazonal, ou seja,
nos períodos de chuva o acesso para carros de passeio se torna um pouco complicado em
alguns trechos. Está bem próxima a um campo de futebol que é muito freqüentado pelos
moradores locais nos finais de semana. O trajeto dura em média 33 minutos. Fica a apenas 1
km antes da propriedade do Sr. Rubens (Agrofloresta).
48
Descritivo: a propriedade fica localizada às margens da estrada. A casa sede da fazenda
é uma construção antiga, de dois pavimentos, que se encontra bem conservada. A
construção, em conjunto com as plantas e os pequenos animais criados soltos no quintal, se
destaca na paisagem, formando um ambiente tipicamente rural.
Seu principal atrativo está ligado ao turismo pedagógico. O proprietário, em parceria com
o PROMATA, tem feito ações importantes como plantio de árvores para a proteção de
nascentes e também para a regeneração e enriquecimento de áreas florestadas na
propriedade.
Fotos 31 e 32: Paisagem local e mudas de espécies arbóreas para recomposição da floresta.
O Projeto de Proteção da Mata Atlântica (PROMATA/MG) é resultado do acordo de
cooperação financeira internacional celebrado entre os Governos mineiro e alemão, por meio
do Banco Kreditanstalt für Wiederaufbau (KfW), agente financiador do ministério de
Cooperação Internacional da Alemanha (BMZ). Em abril de 2003, o Governo do Estado de
Minas Gerais, através da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável (SEMAD), deu início ao projeto, que tem o objetivo de promover ações de
proteção, recuperação e uso sustentável da Mata Atlântica em Minas Gerais. O projeto prevê
que até o ano de 2007, deverão ser aplicados 7,6 milhões de euros pelo Governo Alemão e,
em contrapartida, o mesmo valor será destinado pelo Governo de Minas Gerais, através da
SEMAD e do Instituto Estadual de Florestas (IEF) (AMBIENTE BRASIL, 2005). Uma das
frentes de trabalho do projeto é o fomento para o plantio de espécies arbóreas, em parceria
com proprietários rurais, visando a recuperação da mata atlântica.
49
Possibilidade de realização de esportes de aventura:
. trekking (caminhada): nas estradas e matas próximas;
. cavalgada: na propriedade e em estradas próximas;
. montain bike: em alguns pontos da propriedade e no entorno;
� Cachoeira/PROMATA
Proprietário: Vilma/César Paiva Vamentim
Localização e acesso: no ponto de confluência das coordenadas U.T.M. 7.718.726 m N
e 772.968 m E (zona rural de Fervedouro). Está a 26 km da área central da cidade por
estrada de chão batido que tem nível de dificuldade considerado médio, é sazonal, ou seja,
nos períodos de chuva o acesso para carros de passeio se torna um pouco complicado em
alguns trechos. O trajeto dura em média 60 minutos. Para o acesso até a cachoeira são mais
1.000 m em trilha na mata.
Descritivo: o local se encontra no alto da serra, numa altitude média de 1100 m onde se
tem inúmeros mirantes naturais. Fica aos pés da Pedra do Cruzeiro.
Para ter acesso a cachoeira, deve-se pegar uma trilha no meio da mata, logo na entrada
pode-se observar as formações rochosas mais próximas, compondo a serra. A trilha se
encontra fechada, para o acesso é necessário estar acompanhado de guias ou deve ser
previamente limpa. O percurso dura aproximadamente dez minutos até uma descida mais
íngreme, onde se alcança a cachoeira.
A queda tem aproximadamente quatro metros, a água é cristalina e provavelmente muito
limpa, pois está bem próxima da nascente, na região não existem moradores acima dela. A
queda forma uma piscina natural de água transparente, com fundo de areia e é rodeada por
50
rochas arredondadas. Logo abaixo dessa piscina natural, a água segue por entre as pedras,
formando pequenas corredeiras em meio à mata.
Fotos 33 e 34: Cachoeira e trilha com paisagem ao fundo.
O local é pouco freqüentado, se encontra bem conservado, há possibilidade de observação
da flora local, com árvores repletas de bromélias e musgos; muitos pássaros também podem
ser observados. Na propriedade existe também uma trilha que dá acesso ao alto da Pedra do
Cruzeiro, que pode ser feita num percurso de aproximadamente duas horas. Os atrativos que
chamam maior atenção, sem dúvida, são a cachoeira e os mirantes naturais com inúmeros
pontos com vistas privilegiadas. O proprietário também integra o Projeto de Proteção da Mata
Atlântica (PROMATA).
Possibilidade de realização de esportes de aventura:
. trekking (caminhada): nas estradas e matas próximas;
. cavalgada: na propriedade e em estradas próximas;
. montain bike: em alguns pontos da propriedade e no entorno;
. rapel: existem vários paredões (formações rochosas) na serra
. vôo livre: grande potencial, utilizando o alto da serra
51
. off road (moto): nas estradas de acesso
. escalada: nas diversas pedras próximas como é o caso da Pedra do Cruzeiro
. montanhismo: nas diversas pedras próximas como é o caso da Pedra do Cruzeiro
Alguns desses esportes, como a caminhada, oferecem poucos riscos. Em outros casos é
necessário que se formem grupos com pessoal especializado ou operadores (agências)
competentes para que se tenha total segurança. É o caso do vôo livre, que aparentemente
é um esporte potencial para ser realizado no local, mas precisa de estudos/avaliação mais
aprofundados por consultor especializado.
� Cachoeira/Monjolo-farinha artesanal
Proprietário: Jorcelino Pedro da Silva (Celino) (contato:032.8403.0196)
Localização e acesso: no ponto de confluência das coordenadas U.T.M. 7.705.374 m N
e 769.493 m E (zona rural de Fervedouro). Do distrito de Bom Jesus do Madeira, a distância
é de apenas 2 km, num trajeto que dura 5 minutos. Está a 20 km da área central de
Fervedouro por estrada de chão batido em bom estado de conservação. O percurso dura,
em média, 20 minutos.
Descritivo: a propriedade tem acesso fácil e fica bem próxima ao eixo principal da
estrada que liga Fervedouro ao Distrito de Bom Jesus do Madeira. Logo na chegada pode-
se observar, ao fundo, uma mata bem conservada e o barulho da água.
O rio que passa pela propriedade forma um pequeno remanso e logo abaixo uma
cachoeira com grande volume de água com queda de aproximadamente 12 metros. A
cachoeira se forma a partir do rio que passa pelo Distrito de Bom Jesus do Madeira, fato
que deve ser considerado como um ponto negativo, tendo em vista que o rio, ao passar
pelo Distrito, recebe todo o esgoto sem tratamento das residências, assim como o lixo, que
muitas vezes é jogado no mesmo curso d’água.
52
É um atrativo de grande beleza cênica e com muito potencial para o turismo, mas faz-se
necessário análises químicas da água em diferentes épocas do ano para verificar possível
contaminação. A solução efetiva e mais certa para o caso está relacionada à construção de
uma estação de tratamento de esgoto no Distrito e programas de educação ambiental para
a questão do lixo.
Outro atrativo não menos interessante é a farinha artesanal. O processo de fabricação
consta de várias etapas que podem ser acompanhadas pelo visitante, pois a fábrica está
sempre em atividade. O processo intercala técnicas diversificadas, onde se destaca um
método tradicional, utilizando-se de três monjolos (equipamento de madeira movido pela
força da água que vem do rio), que tritura o milho depositado num pilão. Posteriormente e
seguindo uma seqüência, o milho triturado é retornado para a fábrica de farinha, onde o
beneficiamento até o produto final se completa.
Fotos 35 e 36: Cachoeira com mata ao fundo e monjolos.
A propriedade possui três importantes atrativos, a mata bem conservada, a fábrica de
farinha e a cachoeira/rio. Os dois primeiros podem integrar roteiros onde o turista tenha
como objetivo vivenciar trilhas, a natureza e tecnologias rurais; já para a balneabilidade das
águas (caso da cachoeira e rios), torna-se necessários estudos mais aprofundados para se
ter maior segurança quanto sua indicação para o uso.
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Possibilidade de realização de esportes de aventura:
. trekking (caminhada): nas estradas e matas próximas;
. canyoning (escalada em cachoeira): na cachoeira da propriedade. Deve ser feita no
inverno, quando o volume de água é menor.
. cavalgada: na propriedade e em estradas próximas;
. arvorismo: nas árvores próximas à borda da mata;
. montain bike: em alguns pontos da propriedade e no entorno;
. tirolesa: partindo da mata, passando por cima da corredeira.
� Cachoeira/Poço redondo Proprietário: Adão Ângelo da Silva (contato: 032.9949.3956)
Localização e acesso: no ponto de confluência das coordenadas U.T.M. 7.708.903 m N
e 768.196 m E (zona rural de Fervedouro). Do distrito de Bom Jesus do Madeira, a distância
é de apenas 2,5 km, num trajeto que dura 5 minutos. Está a 24,5 km da área central de
Fervedouro por estrada de chão batido em bom estado de conservação. Percurso que dura,
em média, 25 minutos.
Descritivo: a propriedade tem acesso ao passar pelo distrito de Bom Jesus do Madeira,
numa estrada que segue ao lado da Igreja. Esse pequeno trecho de 2,5 km é uma estrada
com grande beleza cênica. Logo nos primeiros metros a serra do Brigadeiro já é avistada e
durante o percurso pode-se observar, de um lado, muitas bromélias nas pedras e do outro,
um vale cortado por um rio estreito e sinuoso com a serra sempre ao fundo. O Pico do Boné
pode ser avistado por vários ângulos.
54
Antes mesmo de chegar à propriedade, a cachoeira pode ser avistada em meio a ampla
paisagem. A casa sede é uma construção típica do meio rural, com jardins, cercas de
bambu, paiol, pequenos animais e forno de barro. Tudo muito adequado à paisagem do
local. O proprietário e sua família são pessoas muito agradáveis, gostam de receber e se
orgulham em viver num local tão privilegiado em belezas naturais. Com as frutas produzidas
na fazenda, sua esposa faz doces caseiros e é mais um atrativo do lugar: os deliciosos
doces e caramelos de banana.
Para conhecer os atrativos, segue-se pela estrada, ao deixar a casa sede, em direção ao
curral. O caminho é uma trilha bem limpa, feita no gramado, seguindo o trajeto do rio. Logo
no início o clima já fica mais agradável, a mata ciliar se encontra muito bem conservada – é
cercada – e nas árvores pode-se observar um grande número de bromélias de espécies e
tamanhos variados. Ao chegar ao Poço Redondo o que se vê é um cenário espetacular: o
rio, ao descer pela serra formou um grande remanso de águas cristalinas em meio a rochas,
rodeado de muitas árvores frondosas. Foi batizado de Poço Redondo por sua forma
arredondada. Um lugar muito especial, um cenário natural ideal para banho, descanso e
contemplação da natureza.
Fotos 37 e 38: Cachoeira e o Poço Redondo.
Para se ter acesso à cachoeira é necessário atravessar o rio próximo ao Poço. O filho do
proprietário, por conta própria, construiu uma pequena ponte de madeira sobre as pedras. A
ponte, feita com materiais e técnica rudimentar veio ao encontro do belo cenário local e em
momento algum agride ou destoa na paisagem; ao contrário, deixa o espaço ainda mais
55
agradável, pois ao atravessá-la pode-se observar de perto as riquezas da flora composta por
palmitos, árvores e muitas bromélias. Ao deixar a ponte já se inicia a trilha na mata. O
caminho de aproximadamente 500 m é feito em meio à mata, onde se pode observar,
também, a fauna como é o caso dos bandos de macaco sauá, sempre presentes. Esse
caminho até a cachoeira dura aproximadamente 5 minutos. O acesso é fácil, logo se escuta o
barulho da água batendo nas pedras. A queda d’água cai direto do alto de uma pedra de
aproximadamente 60 metros. A queda se faz com um ângulo reto sobre a pedra e com isso a
água alcança o chão com muita força. É mais um cenário de destaque na região, em meio à
mata exuberante que contorna a serra, uma queda tão alta.
Esportistas já exploraram a pedra que possui grampos afixados para realização de
canyoning (escalada em cachoeira) e rapel (descida em cachoeira). Os proprietários são
muito cuidadosos, o lixo e o esgoto da residência são manejados corretamente. Pretendem
construir, em breve, um camping próximo ao Poço Redondo. Conscientizados quanto aos
possíveis impactos negativos, demonstraram cuidado em alocar o ponto ideal para o
empreendimento, como por exemplo, a preocupação com a privacidade dos usuários do
atrativo e o cuidado em construir fossas sépticas com distância considerável do rio.
Possibilidade de realização de esportes de aventura:
. trekking (caminhada): nas estradas, às margens do rio e na trilha da mata;
. canyoning (escalada em cachoeira): na cachoeira da propriedade, já possui grampo
afixado;
. cavalgada: na propriedade e em estradas próximas;
. rapel: na cachoeira e nas pedras da serra próxima;
. arvorismo: nas árvores próximas à borda da mata;
. montain bike: em alguns pontos da propriedade e no entorno;
. tirolesa: partindo da mata, passando por cima do Poço Redondo.
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� Cachoeiras
Proprietário: Sebastião Roriz/Joaquim Cerqueira Matos (contato: 032.3721.6900 e
032.3741.2266)
Localização e acesso: no ponto de confluência das coordenadas U.T.M. 7.704.679 N e
776.821 m E (zona rural de Fervedouro). Está a apenas 5 km da área central de Fervedouro
por estrada de chão batido em bom estado de conservação. Percurso que dura, em média,
10 minutos. Do distrito de São Pedro do Glória, a distância é de 8 km.
Descritivo: são duas propriedades que tem em comum um rio que faz fronteira. As duas
fazendas possuem suas casas sedes construídas próximas ao rio e tem como principal
atividade a bovinocultura.
O rio que divide as duas propriedades forma seus principais atrativos: cachoeiras e
corredeiras. São duas cachoeiras, uma delas com forte correnteza que deságua diretamente
no curso d’água. A outra se forma em meio a algumas pedras e apresenta maior
possibilidade de uso para banho. As águas vindas das cachoeiras se encontram e formam
um único curso em meio a corredeiras que passam sob uma grande ponte de madeira.
Fotos 39 e 40: Uma das cachoeiras e o rio com casa e pastagem ao fundo.
Embora o local seja privilegiado em recursos hídricos e possua bom acesso, a
balneabilidade das águas pode ser um aspecto restritivo. Fato que pode ocorrer em função
do rio, que, ao chegar às proximidades das fazendas, já tenha percorrido áreas nos distritos e
57
outras propriedades no meio rural. Portanto, tornam-se necessários estudos mais
aprofundados para se ter maior segurança quanto a sua indicação para o uso, como no caso
de banho e esportes em contato direto com a água.
Além disso, as propriedades possuem poucas áreas verdes e foram observados pontos
de erosão nas pastagens. Neste caso, plantios de espécies adequadas para enriquecimento
podem ser indicados.
Possibilidade de realização de esportes de aventura:
. trekking (caminhada): nas estradas, no interior das propriedades e às margens do rio;
. canyoning (escalada em cachoeira): na cachoeira mais apropriada;
.rafting (bote em corredeira): nas corredeiras do rio;
. cavalgada: nas propriedades e em estradas próximas;
. montain bike: em alguns pontos das propriedades e no entorno;
. tirolesa: atravessando o rio ou uma das quedas d’água.
� Rochas/grutas
Proprietário: Alberto de Assis Moreira
Localização e acesso: no ponto de confluência das coordenadas U.T.M. 7.706.785 N e
766.826 m E (zona rural de Fervedouro). Está a 24 km da área central de Fervedouro por
estrada de chão batido em bom estado de conservação até o distrito de Bom Jesus do
Madeira. Está a 5 km da sede do PESB. Do Distrito, a distância é de apenas 2 km, num
trajeto que dura 10 minutos. A estrada nesse pequeno trecho não está em boas condições,
principalmente no período chuvoso, quando o acesso fica bem pior.
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Descritivo: a propriedade fica localizada próxima a grandes formações rochosas que
compõem belos atrativos: paredões, rochas e pequenas grutas. O acesso aos atrativos se faz
por uma trilha em meio à pastagem. O caminho é sinuoso e à medida que a altitude se eleva,
pode-se observar bem a região que é formada por serras, as matas e outras propriedades
rurais ao fundo.
A trilha tem aproximadamente 1000 m. Em pouco tempo de caminhada já se pode avistar
a formação rochosa denominada “Pedra do Índio”, a maior delas. A pedra tem esse nome
pela inusitada formação em seu interior, uma pequena caverna, que segundo moradores
locais, foi habitada por índios no passado. Em seu interior, em uma das paredes da pedra,
existem várias inscrições em formas geométricas e angulares, que, também, segundo
informações locais, foram deixadas pelos índios. As inscrições parecem ser originais e por
isso devem ser indicadas para estudos a serem realizados por profissionais qualificados.
Portanto, é prudente até o momento, não permitir a entrada de pessoas no local até que
sejam feitos tais estudos. Pois, embora o local seja pouco freqüentado, já existem indícios de
vandalismo – pichações – sobre a parede. Se comprovadas a veracidade dessas inscrições
rupestres, o local deverá ser preferencialmente isolado, com restrições quanto à visitação
para proteger toda a estrutura.
Fotos 41 e 42: Caverna e inscrições na parede.
Além desta caverna, existem outras menores e um grande número de paredões e pedras,
indicados para a realização de esportes de aventura. Em todas as pedras, a presença de um
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grande número de plantas, como orquídeas e bromélias; muitos pássaros e insetos exóticos
fazem do local um ambiente muito agradável e interessante para os ecoturistas.
Possibilidade de realização de esportes de aventura:
. trekking (caminhada): nas estradas e no interior da propriedade próximo a serra;
. cavalgada: na propriedade e em estradas próximas;
. montain bike: nas estradas do entorno e em trilhas localizadas nas pastagens;
. rapael: nas inúmeras formações rochosas e paredões;
. espeleologia (cavernas): nas cavernas existentes. Deve-se atentar para o fato das
possíveis inscrições na caverna da Pedra do Índio, que devem ser resguardadas até que se
façam estudos necessários;
. escalada: nas inúmeras formações rochosas e paredões.
� Cachoeiras
Proprietário: Olair Henrique da Silva – Piu (contato: 32.9948.8561)
Localização e acesso: no ponto de confluência das coordenadas U.T.M. 7.706.152 N e
765.799 m E (zona rural de Fervedouro). Está a 26 km da área central de Fervedouro por
estrada de chão batido em bom estado de conservação até o distrito de Bom Jesus do
Madeira. Do Distrito, a distância é de apenas 4 km, num trajeto que dura 15 minutos. A
estrada nesse pequeno trecho não está em boas condições, principalmente no período
chuvoso, quando o acesso fica bem pior. Está localizado a apenas 3,5 km da sede do PESB.
Descritivo: a cachoeira do Piu é um dos atrativos mais conhecidos da região. Por ficar
bem próxima ao distrito de Bom Jesus do Madeira e da sede do PESB, o local sempre foi
60
muito freqüentado pelos moradores locais, mas também, por grupos vindos de Araponga, de
Fervedouro e região.
Foi construído no local um bar/lanchonete com boa infra-estrutura, formado por um
quiosque de forma arredondada e a cozinha, com o bar e instalações sanitárias ao lado. Na
construção, foram utilizados materiais como madeira e rochas, bem adequados a paisagem
rural. O bar passou por uma recente reforma e deve ser re-inaugurado em breve. Foram
considerados os cuidados com a instalação de fossas sépticas e pontos de coleta para o
lixo.
Fotos 43 e 44: Cachoeira com mata ao fundo e bar.
Na verdade são um conjunto de várias quedas d’água que formam o atrativo. Logo na
chegada, há um estacionamento que fica próximo ao bar. Neste ponto já se pode avistar
uma das cachoeiras que forma em sua base um pequeno remanso, ideal para banho. A
queda tem aproximadamente 10 m de altura. As águas seguem seu trajeto formando
pequenas corredeiras.
Uma trilha no meio da mata, de aproximadamente 500 m, dá acesso a outras cachoeiras,
sendo que uma delas se destaca por formar, em meio à mata exuberante, uma grande
piscina natural de água transparente, com fundo de areia, denominada ‘Prainha’. Um bom
lugar para banho e para a realização de esportes de aventura como a escalada em
cachoeira (canyoning), entre outros. A mata ciliar está bem conservada e é um atrativo que
se integra aos demais.
61
O empreendimento já é muito conhecido na região, existe no local há muito tempo. A
reforma que foi realizada no bar certamente veio contribuir em muitos aspectos, mas deve-
se lembrar que, mesmo estando localizado no meio rural, a presença de pequenas
propriedades a montante pode ser um ponto restritivo, pois se sabe que não é comum a
instalação de fossas sépticas nestas residências e com isso, mesmo em pequeno número,
essas casas podem contribuir com contaminação nas águas das cachoeiras. Nesse caso,
se faz necessário uma pesquisa com os poucos moradores do entorno para verificar tal
situação e, se preciso o incentivo para a resolução do problema através da instalação das
infra-estruturas adequadas.
Possibilidade de realização de esportes de aventura:
. trekking (caminhada): nas estradas, trilhas e em todo o empreendimento;
. canyoning: nas cachoeiras próximas;
. cavalgada: na propriedade e em estradas próximas;
. arvorismo: nas árvores da mata que acompanha o rio;
. montain bike: em estradas próximas;
. tirolesa: a partir da mata ciliar, atravessando o rio.
� Farinha artesanal
Proprietário: Expedito Moreira Costa
Localização e acesso: no ponto de confluência das coordenadas U.T.M. 7.704.335 N e
778.328 m E (zona rural de Fervedouro). Está a apenas 6 km da área central de Fervedouro
por estrada de chão batido em bom estado de conservação. O trajeto dura, em média, 10
minutos.
62
Descritivo: a propriedade, que tem fácil acesso, é uma fazenda produtiva onde são
cultivados lavouras de café, milho e feijão, principalmente. Há também um grande pomar
formado por espécies como banana, uva e abacaxi, além de uma horta bem cuidada.
Seu principal atrativo é uma pequena fábrica de farinha de milho que fica localizada num
galpão nos fundos da casa sede. A farinha é produzida em um moinho tradicional, de pedra,
que é acionado por eletricidade. A fábrica também produz canjiquinha e os subprodutos são
aproveitados na composição da ração dos animais. Todo o processo da fabricação pode ser
acompanhado, desde o funcionamento do moinho que tritura o milho até a embalagem do
produto final.
Fotos 45 e 46: Fábrica de farinha e derivados de milho.
A propriedade está mais ligada ao seguimento de turismo rural, onde o visitante poderá
vivenciar roteiros voltados a uma fazenda produtiva, conhecer os métodos de cultivo de uma
lavoura e tecnologias rurais, como é o caso da fábrica de farinha.
Possibilidade de realização de esportes de aventura:
. trekking (caminhada): nas estradas e no interior da propriedade;
. cavalgada: na propriedade e em estradas próximas;
. montain bike: no interior da propriedade e no entorno.
63
3. 2 – PEDRA BONITA
3.2.2 – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO
Há muitos anos, a região onde hoje é a sede do Município era um lugar de mata virgem.
Com a chegada de um senhor cujo nome era Major José Luiz da Silva Viana, juntamente
com sua família e seus escravos, conseguiu formar uma grande fazenda, a qual deu o nome
de São José, onde viveu por muitos anos. Mais tarde doou aos filhos a fazenda e todo seu
patrimônio, que constituía de uma capela e três casas laterais. Neste pequeno povoado, o
Major veio a falecer, e após a sua morte foi dado o nome à capela de São José em memória
do desbravador. A história registra que o primeiro nome dado ao povoado foi São José dos
Quatis, por haver na mata, muitos quatis na época (Prefeitura Municipal de Pedra Bonita).
Posteriormente, após elevada à categoria de Distrito, o nome do povoado de São José
(que era chamado de São José da Pedra Bonita) passou a ser somente Pedra Bonita,
simbolizando uma pedra rara, de 1.437 m ao nível do mar, destacada pela altura, entre
outras da região. Pedra Bonita foi elevada à categoria de Distrito a mais de 100 anos,
pertencendo ao município de Ponte Nova e antiga Comarca de Rio Turvo. Em 27 de julho
de 1889 passou a pertencer a Abre Campo. O primeiro Líder Político do Distrito de Pedra
Bonita foi Antônio Nicolau Viana e logo em seguida o Coronel Pedro Vitor de Oliveira, que,
em seu período de Coronel respeitado, defendeu e lutou para o desenvolvimento de São
José da Pedra Bonita. Foi Prefeito por dois mandatos: 01/02/1951 à 31/10/1955 e
01/02/1967 à 31/10/1971. Pedro Vitor foi um dos pioneiros da cafeicultura na região,
exerceu ainda, os cargos de Vice-Prefeito, Vereador, Delegado e Juiz de Paz.
Em 03/10/1995 aconteceu a eleição para o povo votar “SIM” à Emancipação, fazendo
nascer uma nova cidade. Foi criado o Município sob a Lei nº. 12.030 de 12/12/1995. No dia
22/03/1996 foi assinada por Agostinho Patrus o direito à Emancipação. Em 03/10/1996 foi
realizada a primeira eleição do Município de Pedra Bonita. Em 01/01/1997, um novo prefeito
para uma nova cidade (Prefeitura Municipal de pedra Bonita).
O município de Pedra Bonita está localizado na Zona da Mata Mineira, microrregião de
Manhuaçu. Sua área é de 173,79 km² e sua altitude é de 900 m. A pedra que deu origem ao
64
nome do município tem aproximadamente 500 m de altitude. O Município tem um relevo
montanhoso que forma belas paisagens, com 2 % em área plana, 63 % ondulada e 35 %
montanhosa. O clima é tropical úmido, temperado, com média de 18º c faz o verão ser mais
brando. A temperatura máxima é de 35ºc e a temperatura mínima é de 11ºc.
Com 6.237 habitantes, 79% vivem na área rural, a principal atividade econômica é a
cafeicultura. O município de Pedra Bonita possui 2,81% da área do Parque Estadual da
Serra do Brigadeiro (PESB). Sua localização geográfica no centro da cidade, é o ponto de
confluência das coordenadas U.T.M. 7.728.440 m N e 778.570 m E. Faz divisa com Matipó
(a 24 km por estrada não pavimentada), Abre Campo (a 44 km; sendo 21 km por estrada
não pavimentada e mais 23 km pela rodovia BR-262), Sericita (a 76 km passando por Abre
Campo, e desta, segue-se mais 32 km por estrada não pavimentada), Araponga (a78 km;
são 15 km até a rodovia BR-116, onde se segue mais 20 km até Fervedouro e depois mais
43 km por estrada não pavimentada), Fervedouro (a 35 km; são 15 km até a rodovia BR-
116, onde se segue mais 20 km), Divino (a 26 km; são 15 km até a rodovia BR-116, onde se
segue 2 km e depois mais 9 km pela MG-265) e Santa Margarida (a 36 km; são 21 km até
Matipó e mais 15 km pela MG-262). Quanto aos principais centros urbanos, as distâncias
são: Brasília, a 900 km; Belo Horizonte, a 270 km; São Paulo, a 700 km; Rio de Janeiro, a
380 km e Vitória, a 310 km. O melhor acesso é pela BR-262, por Abre Campo, estando a 48
km desta cidade; a 30 km de Divino; 57 km de Carangola; 60 km de Manhuaçu e 111 km de
Ponte Nova. Não possui entrada para o PESB.
Fotos 47 e 48: Praça com igreja e pedra ao fundo e uma das ruas.
65
Sua densidade populacional é de 38 hab/km². A taxa média de crescimento anual, no
período de 1991-2000 foi de 0,79%, passando de 5.828 para 6.237 em 2000. A taxa de
urbanização cresceu 46,69% (de 14,24% em 1.991 para 20,89% em 2000). A taxa de
mortalidade infantil do município apresentou uma redução de 12,9%, passando de 36,29
(por mil nascidos vivos) em 1991 para 31,61 (por mil nascidos vivos) em 2000, e a
esperança de vida ao nascer cresceu 3,38 anos, passando de 65,67 anos em 1991 para
69,05 anos em 2000 (FJP, 2000).
Com respeito ao nível de educação da população, os dados indicaram uma melhora na
última década (1991/2000), principalmente para o extrato da população mais jovem: o
analfabetismo foi reduzido de 36,8% para 28,6% entre os adultos acima de 24 anos, e de
14,6% para 5,6% entre os jovens de 15 a 17 anos de idade; e o número médio de anos de
estudos elevou-se de 2,1 para 3,0, no mesmo período, para a população adulta. A renda
per capita média do município cresceu 184,52%, passando de R$49,8 em 1.991 para
R$141,69 em 2000. A pobreza diminuiu 38,66%, passando de 83,3,% em 1.991 para 51,1%
em 2000. Porém, a desigualdade aumentou: a renda média dos 20% mais ricos apresentou
uma elevação (de 49% para 67,1% do total), e a renda dos 20% mais pobres teve forte
redução (de 5,2%, para 0,1%); o Índice de Gini passou de 0,547 em 1.991 para 0,63 em
2000 (FJP, 2000). O Índice de Gini é um instrumento para medir o grau de concentração de
renda em determinado grupo, que numericamente varia de zero a um, onde o valor “zero”
representa a situação de igualdade, ou seja, todos têm a mesma renda e o valor “um” está
no extremo oposto, isto é, uma só pessoa detém toda a riqueza. Esses dados indicam que a
distribuição de renda no Município é muito desigual e se reflete em problemas sociais como
a pobreza.
No que tange à habitação, na área urbana, em 2000, com relação aos serviços básicos
de água encanada, 85,2% tinham acesso; 95,3% tinham acesso à energia elétrica e 58,9%
coleta de lixo domiciliar. O lixo, embora coletado em grande parte dos domicílios, não
recebe tratamento e é depositado em um lixão. No meio rural o mais comum é enterrar,
queimar ou é destinado a outros locais. Quanto o esgoto, na área urbana é canalizado em
quase 100% das residências e recebe tratamento, o que pode ser considerado um avanço.
Por outro lado, ainda é comum por parte de alguns moradores, a criação de animais como
porcos nos quintais que ficam as margens dos córregos, costume que deve ter melhor
66
fiscalização por pare dos órgãos competentes. No meio rural, onde residem quase 80% dos
moradores, o manejo desses resíduos ainda enfrenta problemas, o mais comum é o uso de
fossas, mas nem todas as residências as possuem e acabam destinando esses resíduos
diretamente aos cursos d’água. A Prefeitura Municipal está iniciando trabalhos voltados para
essa questão, e pretendem implantar a partir de 2007, um projeto para instalação de fossas
sépticas em todo meio rural. A água que abastece a cidade recebe tratamento e está sob os
cuidados da Prefeitura Municipal. No meio rural, o mais comum é o uso de cisternas, poços
e até mesmo a captação direta nos cursos d’água.
Pedra Bonita está na Bacia do Rio Doce, é muito rica em recursos hídricos, cortam a
Cidade o rio Pouso Alto e o córrego São José. São inúmeros os córregos em toda sua área,
dentre os quis podem ser citados: Vargem Grande, Vargem Alegre, Belém, Fialhos, Funil,
Mafras, Cruz, Monte Verde, Quintão, Guandú, Pedra Branca, Raiz, Fumaça, Lage,
Palmeiras, Patacas, Retiro, Matipó Grande, Córrego do Café Baratinha, Pouso Alto, Tear,
Arrependido e Providência.
Quanto aos bens de consumo como geladeira, televisão e telefone, os dados mostraram
uma melhoria de mais de 100,0% de acesso, no mesmo período. O Índice de
Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) de Pedra Bonita cresceu 20,81% (1991-2000),
passando de 0,567 para 0,685. A dimensão que mais contribuiu para este crescimento foi a
Renda, com 49,4%, seguida pela Educação com 34,7%, e pela Longevidade, com 15,8%.
Neste período, o hiato de desenvolvimento humano foi reduzido em 27,3%. Segundo a
classificação do PNUD, em 2000 o Município estava entre as regiões consideradas de
médio desenvolvimento humano (IDH entre 0,5 e 0,8), ocupando uma situação intermediária
em relação aos outros municípios do Brasil e uma situação ruim em relação aos outros
municípios de Minas Gerais (FJP, 2000). O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)
conjuga valores médios referentes aos dados de educação, longevidade e renda de um
município. Esses valores podem variar de 0 a 1, e, quanto mais próximo de 1, melhor a
situação daquele local. Com ele, pode-se inferir sobre a qualidade de vida dos habitantes.
A economia em Pedra Bonita gira em torno das atividades agropecuárias. No ramo das
atividades agrícolas, os principais produtos do Município são o café, o milho, o feijão, a
cana-de-açúcar, a mandioca e o arroz. Na pecuária, no ano de 2003, os principais efetivos
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do Município eram: bovinos, galináceos, suínos, eqüinos e muares, com 3.833, 10.312,
1.718, 178 e 116 cabeças, respectivamente.
Quanto à urbanização, cidade é quase toda pavimentada com paralelepípedos, mas
pouco arborizada, as espécies arbóreas existentes nas ruas parecem ter sido plantadas por
iniciativa de alguns moradores e não atendem toda a comunidade. A única praça central é
pequena, fica em frente à Igreja Matriz, é equipada com bancos, boa iluminação e é toda
pavimentada e ajardinada. É muito freqüentada pelos moradores durante quase todo o
tempo. Seu paisagismo é um tanto confuso, sem planejamento, são muitas espécies
arbóreas e ornamentais diversificadas que podem receber um melhor tratamento com
podas, ordenamento e melhorias fitossanitárias. Os quintais são muito utilizados para o
cultivo de pomares, hortas, criação de pequenos animais e até lavouras de milho e feijão,
hábitos rurais que foram trazidos para a área urbana e que auxiliam no aumento das áreas
verdes urbanas.
A cidade conta com um centro de saúde muito bem equipado, onde são realizadas
consultas, atendimentos de urgência e pequenas cirurgias. São três médicos que atendem
no local, um deles fica o tempo integral, um outro atende no meio rural (Programa Saúde da
Família) e periodicamente um terceiro que atende em dias pré-agendados áreas específicas
como pediatria e ginecologia. Em Carangola está localizado um hospital que recebe os
casos mais graves e no caso de internação.
Quanto aos atrativos naturais, Pedra Bonita possui uma pedra que faz jus ao seu nome,
sendo vista de todos os pontos da cidade. A pedra se destaca na paisagem da cidade e
pode ser um local para realizar trilhas e esportes de aventura. O meio rural é rico em
atrativos naturais, como rios, cachoeiras, corredeiras, matas e belas formações rochosas.
Há, também, um bom patrimônio arquitetônico como as sedes de fazendas antigas que se
destacam entre as paisagens nas estradas. Mesmo as residências mais simples possuem
características próprias e originais. A cultura, o modo de vida, os implementos, a culinária e
as pessoas tão receptivas, são também, grandes riquezas que devem ser valorizados nesse
vasto e diversificado ambiente rural. Um grande diferencial que pode ser trabalhado
juntamente com o turismo.
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3.2.3 – MEIOS DE HOSPEDAGEM E RETAURANTES
� Hotel Brigadeiro
Proprietário: Gencerico Vitor de Oliveira.
Telefone para contato:
É o único meio de hospedagem na área urbana e está localizada no centro da cidade, no
ponto de confluência das coordenadas U.T.M. 7.728.440 m N e 778.570 m E, na Rua
Leopoldino de Almeida, 20. Foi inaugurado em 2002. O público alvo do empreendimento
são vendedores e prestadores de serviços que pernoitam na cidade, e eventualmente,
turistas.
Classificação simples: são três apartamentos com TV e seis quartos. A diária com café
da manhã simples varia entre R$ 12,00 (quarto) e R$ 20,00 (apartamento), por pessoa. Ao
todo, pode se hospedar 22 (vinte e duas) pessoas. Segundo o proprietário, a demanda
turística na região é maior no verão.
Fotos 49,50 e 51: Aspectos do Hotel Brigadeiro – fachada, Interior e apartamento.
Seus principais desafios enfrentados são a manutenção do empreendimento e a falta de
uma política pública mais efetiva com relação ao turismo. Para ele, seria importante investir
mais com placas de sinalização (que poderiam ser feitas via Circuito Turístico), assim como
profissionais gabaritados na gestão pública.
Empresa familiar, o Hotel conta com dois funcionários que auxiliam nos serviços gerais.
O capital para a construção foi próprio e a decisão em investir neste tipo de
empreendimento veio pela falta de meios de hospedagem no Município que, segundo ele,
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tem muito potencial turístico. A origem dos insumos e matéria s primas é local. Quanto ao
manejo dos resíduos, o lixo tem coleta diária pela Prefeitura e é enviado para o lixão, o
esgoto é canalizado e recebe tratamento na área urbana.
� Chalés no Parque das Cachoeiras Proprietário: Gencerico Vitor de Oliveira.
Telefone para contato:
Do mesmo proprietário do Hotel Brigadeiro, os chalés estão localizados no Parque das
Cachoeiras e é o único meio de hospedagem no meio rural. Estão localizados no Córrego
do Matipó Grande, no ponto de confluência das coordenadas U.T.M. 7.729.379 m N e
774.866 m E. Foi inaugurado em 1997.
Fotos 52 e 53 Aspectos de um dos três chalés - fachada e interior.
Classificação simples: são três chalés que podem ser equipados com TV e frigobar,
dependendo das exigências do turista. A diária custa R$ 60,00, por chalé. Ao todo, pode se
hospedar 13 (treze) pessoas. O café da manha não está incluído, mas pode se combinado.
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O local conta com dois funcionários que auxiliam nos serviços gerais. O capital para a
construção foi próprio. Os chalés estão com boa manutenção, mas, por outro lado, não
estão adequados à arquitetura local, destoando um pouco na paisagem.
Quanto ao manejo dos resíduos, o lixo tem coleta diária pela Prefeitura e é enviado para
o lixão, o esgoto é canalizado e destinado a uma fossa séptica. Segundo o proprietário, a
procura é maior no verão e nas datas do torneio de MotoCross, evento que é realizado duas
vezes por ano no Parque as Cachoeiras.
� Restaurante do Zénei
Proprietário: Josenei Pereira Rodrigues
Telefone para contato: 31-3872-9123
Único restaurante da cidade está localizado na Rua Nicolau Viana, 160. Funciona de
segunda a sábado, só para almoço, serve refeições tipo ‘sirva a vontade’, por R$ 4,00. No
mesmo local funciona uma lanchonete que abre de terça a domingo e serve sanduíches e
salgados.
Fotos 54 e 55: Aspectos do restaurante - fachada e interior.
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A comida é do tipo caseira/mineira, muito saborosa. No entanto as instalações
sanitárias do restaurante são precárias, só há um banheiro que não está em boas
condições. Outro ponto negativo é a questão da cozinha ser fechada ao público, não há a
política ‘conheça nossa cozinha’, os funcionários não usam luvas e tocas ao manipular os
alimentos. Na verdade são problemas de fácil solução, onde órgãos como a Prefeitura
Municipal ou convênios com empresas como a Empresa de Assistência Técnica e Extensão
Rural do Estado de Minas Gerais (EMATER), por exemplo, podem atuar com maior
fiscalização e oferta de cursos de capacitação, visando melhorias nesse sentido.
Empresa familiar, o restaurante não tem funcionários, quem cuida do funcionamento é a
própria família: pai, mãe e filhos. A origem dos insumos é local.
3.3.4 – ATRATIVOS
� Fazenda
Proprietário: Getúlio Vitor Oliveira
Localização e acesso: no ponto de confluência das coordenadas U.T.M. 7.728.490 m N
e 774.568 m E (zona rural de Pedra Bonita). Está a 7,5 km da área central da cidade por
estrada de chão batido em bom estado de conservação. O trajeto dura, em média, 15
minutos.
Descritivo: a propriedade fica localizada às margens da estrada, fica bem próxima da
base da grande formação rochosa que dá nome a cidade. É uma fazenda produtiva, onde
se destaca a cafeicultura e a bovinocultura de corte. Ao lado da casa, há uma usina de
beneficiamento de café, onde ficam também armazenados os grãos. O proprietário está em
processo final de registro da marca para comercializar seu produto na região.
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Fotos 56 e 57: Aspectos da fazenda - casa sede com pedra ao fundo e mata nativa.
A casa sede é uma construção típica do meio rural, está bem conservada, mantém a
estrutura e as cores originais. Na parte frontal, é mantido um jardim muito bem cuidado,
onde foram utilizadas plantas ornamentais adequadas ao ambiente, como dálias, roseiras e
bromélias, entre muitas outras. Nos fundos há uma pequena horta cercada com cerca de
bambu, um curral, um pomar e mais ao fundo o abrigo das criações, os pequenos animais
que são criados na fazenda: galinhas caipiras e porcos, principalmente.
A fazenda possui muitas áreas verdes, a mata próxima a casa sede é uma delas. A mata
fica bem próxima, o acesso se dá por uma estrada dentro da fazenda, num percurso de
aproximadamente 2000 m, em seu interior existem nascentes e pequenas quedas de água.
No local, há possibilidade de observação de macacos sagüi, capivaras e muitos pássaros;
além da vegetação exuberante. Muitas trilhas podem ser feitas na fazenda, dentro e fora da
mata, com diferentes graus de dificuldade. São trilhas que podem ter uma hora de duração
ou mesmo durar um dia inteiro.
Outro atrativo de destaque na fazenda é a ‘pedra bonita’, a mesma que dá nome a
cidade. A fazenda fica do lado oposto da formação rochosa. O acesso até ela é feito da
mesma forma que a floresta. O caminho pode ser feito a pé ou de carro, em meio ao
cafezal. Em vários pontos têm-se belas vistas da paisagem serrana. A pedra oferece a
possibilidade de realização de inúmeros esportes de aventura.
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Fotos 58 e 59: Aspectos da fazenda - implementos agrícolas e ambiente rural.
Pode-se dizer que a fazenda é um produto turístico praticamente pronto. Poderá
integrar roteiros diversificados, desde aqueles voltados exclusivamente para o turismo
rural, onde a proposta é vivenciar um dia na fazenda, mas também, aqueles voltados para
o ecoturismo, onde os esportes de aventura encontram espaço adequado. Outro fator
positivo é o fato de que o gerente da fazenda, e filho do proprietário, é formado em
turismo e por isso ter bom conhecimento do assunto e grande interesse em trabalhar o
turismo no Município.
Possibilidade de realização de esportes de aventura:
. trekking (caminhada): em trilhas na mata, no cafezal e estradas próximas;
. canyoning (escalada em cachoeiras): nas quedas de água no interior da mata;
. rapel: nos paredões da pedra.
. arvorismo: em vários pontos da fazenda e nas margens da floresta;
. vôo livre: a partir dos pontos mais altos da pedra;
. cavalgada: na propriedade e em estradas próximas;
. montain bike: em vários pontos da propriedade e no entorno;
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. escalada: na pedra;
. montanhismo: ao atravessar a pedra;
. parapente: a partir dos pontos mais altos da pedra.
É importante lembrar que, para a realização da maioria destes esportes, é necessário o
acompanhamento de uma pessoa, grupo ou empresa especializada para minimizar os
riscos e reduzir ao máximo os possíveis impactos negativos sobre o ambiente. Outro ponto
importante é sobre os limites do PESB, sabe-se que durante os recentes trabalhos de
demarcação de seu território, sua área foi aumentada em alguns pontos, é bem provável
que o alto da pedra tenha sido incluído. Nesse caso, a prévia autorização do gerente da
Unidade, quando for o caso de adentrar nesses limites, se faz necessária.
� Parque das Cachoeiras
Proprietário: Gencerico Vitor de Oliveira.
Localização e acesso: no ponto de confluência das coordenadas U.T.M. 7.729.379 m N
e 774.866 m E (zona rural de Pedra Bonita), está a apenas 5,5 km da área central da cidade
por estrada de chão batido em ótimas condições, num trajeto que dura 11 minutos.
Descritivo: inaugurado em 1997, o estabelecimento oferece inúmeros atrativos, são
áreas verdes, rio, corredeiras, quedas d’água, uma pista de MotoCross, área para shows e
playground. Como equipamentos instalados o Parque abriga três chalés que são os únicos
meios de hospedagem no meio rural, possui restaurante/lanchonete e sauna a vapor.
O projeto arquitetônico foi concebido pelo proprietário. Os materiais utilizados como no
caso dos telhados de amianto (palco, casa do caseiro e banheiros), acabamentos e mesmo
os chalés, em alguns momentos, não estão bem inseridos na paisagem local, pois não
seguem um mesmo padrão construtivo. Já os quiosques às margens do rio e o restaurante
foram feitos com madeira e telhados mais adequados.
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Fotos 60 e 61: Aspectos do Parque das Cachoeiras – queda d’água e rio.
Para o manejo dos resíduos líquidos, foram feitas fossas com caixa séptica que atende
todo o empreendimento. Já o lixo sólido que é produzido no local é destinado para o
município de Pedra Bonita, sendo as latas separadas para reciclagem.
Há uma mata bem conservada no local, mas existem muitos pontos com pouca área
verde como nas margens do rio (mata ciliar) e próximo à pista de MotoCross, que foi bem
desmatado e pode ser uma área a ser enriquecida com espécies nativas. Tal pista foi
construída a uma distância aproximada de 60 m do curso d’água e com as obras de corte
do terreno, alguns pontos de erosão foram formados e podem estar causando carreamento
de solo para o rio na época das chuvas.
O local não se encontra aberto ao público atualmente, o funcionamento não é regular.
Normalmente, a abertura ocorre quando é realizado, duas vezes por ano, um campeonato
de MotoCross e em determinadas épocas, como no verão. É uma área ampla que tem como
principais fatores positivos a proximidade e facilidade de acesso, assim como atrativos
variados.
Possibilidade de realização de esportes de aventura:
. trekking (caminhada): em trilhas na mata e estradas próximas;
. canyoning (escalada em cachoeira): em vários pontos do rio;
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. rafting (bote em corredeira): nas corredeiras que se formam durante o percurso do rio;
. cavalgada: em estradas próximas;
. arvorismo: em alguns pontos do estabelecimento e na mata;
. montain bike: em vários pontos do empreendimento e no entorno;
. off road (MotoCoss): na pista já existente;
. tirolesa: passando sobre o rio, em alguns pontos.
Alguns desses esportes, como a caminhada não oferecem riscos e nem precisam de
equipamentos específicos, mas em outros casos, é necessário que se formem grupos com
pessoal especializado ou operadores (agências) competentes para que se tenha total
segurança.
Fotos 62 e 63: Aspectos do Parque das Cachoeiras – pista de MotoCross e cortes no terreno.
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� Pesque e pague/cachoeira
Proprietário: Milson João Batista de Aguiar
Localização e acesso: no ponto de confluência das coordenadas U.T.M. 7.729.437 N e
774.813 m E (zona rural de Pedra Bonita). Está a 6 km da área central da cidade por
estrada de chão batido em bom estado de conservação. O trajeto dura, em média, 10
minutos.
Descritivo: o pesque e pague do Milson ainda não está em funcionamento. São vários
tanques, sendo que um deles possui uma pequena ilha no centro, com quiosque e banco.
Ao redor dos tanques foram plantados eucaliptos, que na verdade são mais indicadas para
áreas degradadas, como as pastagens. Por outro lado, foram plantadas recentemente, em
toda propriedade, um grande número de espécies nativas, como ipês, guapuruvus e
quaresmeiras.
Fotos 64 e 65: Aspectos do Pesque e pague – bar e tanques.
O atrativo principal é o rio que passa ao lado da propriedade, que faz divisa com o Parque
das Cachoeiras. O rio forma algumas corredeiras e cachoeiras em seu percurso, muito
freqüentadas nos finais de semana de sol. O bar que funciona no local foi adaptado junto à
residência do proprietário. Embora o lixo e o esgoto tenham destinos corretos, não há
instalações sanitárias suficientes, apenas um banheiro que serve a casa e ao bar. O
proprietário tem interesse em trabalhar com turismo, é uma pessoa comunicativa e recebe
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bem seus clientes, mas seu empreendimento deve passar por adaptações para que ele
consiga se adequar à legislação e proporcionar mais conforto e segurança aos seus clientes.
Possibilidade de realização de esportes de aventura:
. trekking (caminhada): nas estradas e no interior da propriedade;
. canyoning (escalada em cachoeira): nas cachoeiras próximas;
. rafting (bote em corredeira): nas corredeiras do rio;
. cavalgada: na propriedade e em estradas próximas;
. montain bike: no interior da propriedade e no entorno;
. tirolesa: em alguns pontos sobre o rio.
� Corredeira, remanso
Proprietário: Paulo (Paulinho do Agenor)
Localização e acesso: no ponto de confluência das coordenadas U.T.M. 7.738.655 N e
773.432 m E (zona rural de Pedra Bonita). Está a 16 km da área central da cidade por
estrada de chão batido em bom estado de conservação. O trajeto dura, em média, 30
minutos.
Descritivo: uma corredeira pode ser definida como um trecho de rio onde as águas,
dada a inclinação do terreno, correm rápidas, e que, muitas vezes, corresponde à última
etapa de uma queda d'água.
O atrativo fica a uma distância de aproximadamente 500 m da estrada de acesso. Para
chegar às corredeiras, deve-se descer por uma trilha limpa até o remanso que se forma e
neste ponto seguir uma trilha dentro da mata, margeando rio. As corredeiras têm extensão
média de 500 m e podem ser utilizadas em esportes de aventura. O local é rodeado por
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uma mata que está bem conservada, onde se pode observar muitos pássaros e fauna
silvestre, como pacas e capivaras.
Fotos 66 e 67: Vistas do local – remanso, corredeira e mata ciliar.
Um ponto restritivo é a presença de animais (bovinos) pastando no local, que estão
causando erosão nas margens do rio, contaminação da água e pisoteio nas trilhas dentro da
mata. É um problema de fácil solução, ou seja, pode-se relocá-los ou cercar a área.
Possibilidade de realização de esportes de aventura:
. trekking (caminhada): nas estradas próximas e nas trilhas;
. rafting (bote em corredeira): nas corredeiras do rio;
. cavalgada: em estradas próximas;
. montain bike: no entorno;
. arvorismo: nas árvores próximas a mata;
. tirolesa: em alguns pontos sobre o rio.
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� Fazenda, mata, culinária
Proprietário: Roseli M. T. Nepomuceno (31.9713.9874)
Localização e acesso: no ponto de confluência das coordenadas U.T.M. 7.737.201 N e
771.228 m E (zona rural de Pedra Bonita). Está a 19 km da área central da cidade por
estrada de chão batido em bom estado de conservação. O trajeto dura, em média, 35
minutos.
Descritivo: a propriedade é uma fazenda produtiva onde são cultivados lavouras de café,
milho e feijão, além da bovinocultura. Há uma usina de beneficiamento de café. No quintal
são criados pequenos animais soltos, como galinhas de angola, galos e galinhas caipiras.
Nos fundos da casa existe uma grande várzea que fica alagada na época das chuvas, e,
mais ao fundo, uma mata muito conservada, onde trilhas podem ser feitas.
Fotos 68 e 69: Vistas do local – mata e queijo minas produzido na fazenda.
A propriedade tem a mata como atrativo natural, mas está mais ligada ao seguimento de
turismo rural, onde o visitante poderá vivenciar roteiros voltados a uma fazenda produtiva,
conhecer os métodos de cultivo de uma lavoura de café e seu beneficiamento, a ordenha das
vacas e a produção do legítimo queijo minas, desfrutar da culinária mineira num gostoso
lanche feito com biscoitos caseiros. Sem falar da companhia agradável dos proprietários que
adoram uma boa conversa cheia de casos engraçados.
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Possibilidade de realização de esportes de aventura:
. trekking (caminhada): nas estradas e no interior da propriedade;
. cavalgada: na propriedade e em estradas próximas;
. montain bike: no interior da propriedade e no entorno.
� Sumidouro, fazenda
Proprietário: Sérgio Pereira Botelho
Localização e acesso: no ponto de confluência das coordenadas U.T.M. 7.736.942 N e
770.451 m E (zona rural de Pedra Bonita). Está a 20 km da área central da cidade por
estrada de chão batido em bom estado de conservação. O trajeto dura, em média, 40
minutos.
Descritivo: a propriedade está localizada às margens da estrada e tem acesso facilitado,
seu principal atrativo é um sumidouro. Um sumidouro pode ser definido como a abertura por
onde um líquido se escoa, podendo tratar-se de um rio que desapareça terra adentro
ressurgindo em outros sítios mais baixos.
O sumidouro fica localizado a aproximadamente 500 m da casa sede, passando por uma
trilha no quintal da casa. O rio que vem em direção a propriedade encontra uma mata bem
fechada, onde, em certo ponto, a água desaparece entre as pedras, é onde se inicia o
sumidouro. Daí em diante segue-se por uma trilha sobre as pedras em meio à mata. A trilha é
extremamente rica em atrativos, as rochas que ficaram expostas, por sob as quais o rio
passa subterrâneo, ficam sempre verdes, repletas de musgos, em função da umidade do
local. A mata é exuberante, com a presença de muitos pássaros, borboletas e outros insetos
exóticos. Muitas pedras estão repletas de bromélias e orquídeas, formando um belíssimo
jardim natural. Em alguns pontos, pequenas grutas são formadas.
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Fotos 70, 71 e 72: Vistas do local – trilha sobre pedras, flora local e sumidouro.
A referida trilha tem aproximadamente 1200 m, até chegar ao ponto onde a água surge e
o rio se forma novamente. Conhecer o sumidouro é uma experiência singular, a trilha sobre
as rochas tem grande beleza cênica e permite contato com a natureza. É importante lembrar
que a presença de guias se faz necessário, em função de perigos, como no caso de alguns
buracos entre as pedras e por riscos de degradação pelo grande número de plantas, como
no caso das bromélias.
Possibilidade de realização de esportes de aventura:
. trekking (caminhada): nas estradas, trilhas e em todo o empreendimento;
. cavalgada: na propriedade e em estradas próximas;
. arvorismo: nas árvores da mata que acompanha o rio;
. montain bike: em estradas próximas;
. tirolesa: a partir da mata ciliar, atravessando o rio.
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� Cachoeira, mirante, trilhas, fazenda
Proprietário: Servino José da Cunha
Localização e acesso: no ponto de confluência das coordenadas U.T.M. 7.723.182 N e
774.125 m E (zona rural de Pedra Bonita). Está a 15 km da área central da cidade por
estrada de chão batido em bom estado de conservação. O trajeto dura, em média, 60
minutos. Nos últimos 4 km da estrada que dá acesso à propriedade, as condições ficam
precárias nas épocas chuvosas.
Descritivo: a propriedade fica localizada a uma altitude média de 1310 m, daí terem
vários pontos de mirantes naturais com vistas privilegiadas da serra. A casa fica próxima a
grandes formações rochosas que compõem belos atrativos: paredões, rochas, matas e
pequenas cachoeiras. O acesso aos atrativos é fácil e se faz por uma trilha sobre as pedras.
Fotos 73,74 e 75: Vistas do local – casa típica, moinho d’água e cachoeira.
A trilha tem aproximadamente 500 m. Em pouco tempo de caminhada já se pode avistar
uma pequena cachoeira. Ao caminhar mais um pouco, pode-se observar a riqueza da
vegetação bem conservada, a propriedade faz fronteira com o PESB. Em todos os locais, a
presença de um grande número de plantas e muitos pássaros, fazem do lugar um ambiente
muito agradável e interessante para os ecoturistas. São várias nascentes dentro da
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propriedade. Em um dos rios que é formado, a força da água é utilizada para fornecer
energia em uma pequena usina e para o moinho de pedra. Mais abaixo, o mesmo rio forma
inúmeras piscinas naturais entre os seixos rolados.
Fotos 76 e77: Vistas do local – mirante e piscina natural.
A case sede é uma construção típica do meio rural, com suas janelas e portas coloridas, a
chaminé sempre indica a presença do fogão à lenha. Os proprietários são pessoas muito
agradáveis e tem muito gosto em mostrar seus atrativos naturais e os implementos usados
na fazenda, como o moinho de farinha movido pela força da água, a engenhoca de moer
cana, os equipamentos para o beneficiamento do café, entre outros. O local é privilegiado em
atrativos, uma grande oportunidade de realização de roteiros integrados que tenham como
foco principal o turismo no meio rural, o turismo pedagógico e o ecoturismo.
Possibilidade de realização de esportes de aventura:
. trekking (caminhada): nas estradas,trilhas e no interior da propriedade, próximo a serra;
. cavalgada: na propriedade e em estradas próximas;
. montain bike: nas estradas do entorno;
. montanhismo: nas serras próximas;
. parapente: nas serras próximas;
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. escalada: nas inúmeras formações rochosas e paredões.
Para a realização dos esportes sugeridos, deve-se fazer previamente, estudos com
profissional da área para verificar suas reais possibilidades, pois ainda não foram testados.
No caso das caminhadas, deve-se atentar para o fato de que a propriedade, por estar na
divisa com o PESB, sofre algumas restrições de uso. Qualquer trilha que adentre os limites
do Parque deve estar dentro da área de zoneamento permitido pela Unidade, assim como a
prévia autorização do gerente.
� Cachoeira
Proprietário: Pedro José da Cunha
Localização e acesso: no ponto de confluência das coordenadas U.T.M. 7.724.316 N
e 773.288 m E (zona rural de Pedra Bonita). Está a 14 km da área central da cidade por
estrada de chão batido em bom estado de conservação. O trajeto dura, em média, 40
minutos. Nos últimos 2 km da estrada que dá acesso à propriedade, as condições ficam
precárias nas épocas chuvosas.
Descritivo: a cachoeira fica localizada a uma distância aproximada de 500 m da
estrada principal. Para chegar até ela, deve-se caminhar por uma estrada vicinal e
atravessar uma ponte de madeira sobre o rio de águas transparentes. Nesse ponto a
cachoeira já pode ser avistada.
Às margens da estrada e próximo ao rio existem manchas de vegetação nativa em
meio a plantações de eucalipto. Os eucaliptos, embora tenham sua função, pois
fornecem madeira para cerca e outros fins, devem ter seu plantio monitorado por um
técnico para que sejam alocados em pontos específicos, evitando assim, descaracterizar
a paisagem natural e causar problemas para a regeneração da mata nativa.
86
A queda d’água tem aproximadamente 10 m de altura e é formada sobre uma grande
formação rochosa. Em sua base há um poço por onde a água é temporariamente
represada até seguir rio abaixo. No período de seca a água reduz bastante. Embora o
local seja privilegiado em recursos hídricos e possua bom acesso, a balneabilidade das
águas pode ser um aspecto restritivo e deve ser avaliada através de análises químicas. A
região é pouco habitada, mas existem pequenas propriedades a montante da cachoeira
que provavelmente despejam resíduos líquidos sem qualquer tratamento no rio.
Fotos 78 e 79: Vistas do local – cachoeira e rio.
Possibilidade de realização de esportes de aventura:
. trekking (caminhada): nas estradas e às margens do rio;
. canyoning (escalada em cachoeira): na cachoeira;
. montain bike: em alguns pontos da propriedade e no entorno;
. arvorismo: nas árvores próximas à mata;
. tirolesa: atravessando o rio ou sobre a queda d’água.
87
� Rio, corredeiras, fazenda
Proprietário: Mauri Lopes Fernandes
Localização e acesso: no ponto de confluência das coordenadas U.T.M. 7.724.890 m N
e 773.329 m E (zona rural de Pedra Bonita). Está a 13 km da área central da cidade por
estrada de chão batido em bom estado de conservação. O trajeto dura, em média, 30
minutos. Fica bem próximo das propriedades do Sr. Almir e da Iraci.
Descritivo: o acesso até os atrativos é fácil, antes mesmo de chegar à propriedade, o rio
pode ser avistado em meio à paisagem. As águas que formam o rio vão ao encontro de
pedras que formam pequenas quedas d’água, piscinas naturais e corredeiras em seu
percurso. Nas bordas do rio, a mata ciliar se encontra bem conservada.
Chama atenção à presença de um grande jequitibá rosa (Cariniana legalis), espécie que
está na lista oficial da flora brasileira ameaçada de extinção, em decorrência da exploração
desordenada e sem plantio de reposição. Apesar da importância dessa espécie, são
escassos os trabalhos de pesquisa em que foram relatadas as características morfológicas
básicas dos propágulos, dos processos de germinação e estudos dos aspectos silviculturais
e autoecológicos que demonstrem seu potencial em programas de reflorestamento ou de
regeneração.
Fotos 80, 81 e 82: Vistas do local – corredeira/rio, paiol e quintal com vegetação típica.
88
A casa sede é uma construção típica do meio rural, com jardins, palmitos, cercas de
bambu no quintal, paiol, pomar e horta. Não se nota impacto no meio. Tudo está bem
adequado à paisagem do local. O proprietário faz trabalhos de artesanato com a utilização de
taquaras de bambu (balaios e peneiras); são atrativos que se somam e se complementam as
belezas naturais da propriedade.
Possibilidade de realização de esportes de aventura:
. trekking (caminhada): nas estradas e às margens do rio;
. cavalgada: na propriedade e em estradas próximas;
. arvorismo: nas árvores próximas à borda da mata;
. montain bike: em alguns pontos da propriedade e no entorno;
. tirolesa: partindo da mata ciliar, passando por cima do rio.
� Fazenda, pomar
Proprietário: Almir Lopes de Souza (31.9679.6917)
Localização e acesso: no ponto de confluência das coordenadas U.T.M. 7.725.152 m N
e 773.068 m E (zona rural de Pedra Bonita). Está a 12,5 km da área central da cidade por
estrada de chão batido em bom estado de conservação. O trajeto dura, em média, 29
minutos.
Descritivo: a propriedade tem fácil acesso e fica bem próxima ao eixo principal da
estrada que liga Pedra Bonita aos seus principais atrativos. Próximo a casa sede, a altitude
é de 1039 m.
O proprietário é um produtor rural que vive a muitos anos na região. Está interessado em
desenvolver alguma atividade relacionada ao turismo em sua propriedade, é um senhor
89
consciente das belezas naturais de sua região e da importância dos recursos naturais para
o meio ambiente. Ele acredita na possibilidade de incrementar seus rendimentos com o
turismo.
Fotos 83, 84 e 85: Vistas do local – pomar, artesanato e paisagem serrana.
Sua fazenda não possui cachoeiras e outras opções para esporte de aventura. Seu
grande atrativo é mesmo o ambiente rural: um quintal com um grande pomar de jabuticabas;
um córrego que passa mais ao fundo; implementos rurais; as criações; os jardins com
plantas típicas; o clima agradável e a paisagem serrana. O Sr. Almir faz trabalhos com
madeira (pequenos móveis, por encomenda) e bambu (balaios e peneiras).
A propriedade possui atrativos simples, mas de grande valor. Pode integrar roteiros onde
o turista tenha como objetivo experimentar as peculiaridades de uma fazenda, a culinária
típica, passeios em trilhas, as tecnologias rurais e uma boa conversa. Grande parte do seu
patrimônio está, também, nas pessoas que ali vivem.
Possibilidade de realização de esportes de aventura:
. trekking (caminhada): nas estradas e matas próximas;
. cavalgada: na propriedade e em estradas próximas;
. montain bike: em alguns pontos da propriedade e no entorno.
90
� Fazenda, pomar, mirante, artesanato
Proprietário: Iraci Serafim Gomes
Localização e acesso: no ponto de confluência das coordenadas U.T.M. 7.725.252 m N
e 772.801 m E (zona rural de Pedra Bonita). Está a 12 km da área central da cidade por
estrada de chão batido em bom estado de conservação. O trajeto dura, em média, 25
minutos. Fica a 500 m da propriedade do Sr. Almir, descrita acima.
Descritivo: a fazenda se encontra no alto da serra, numa altitude média de 1107 m onde
se tem inúmeros mirantes naturais. A casa sede está muito bem conservada, é uma
construção mais antiga que está perfeitamente adequada à paisagem do local. Um jardim
com muitas flores é cultivado ao redor da residência.
Os proprietários são pessoas muitos agradáveis, gostam de conversar e contar casos.
Eles mantêm o local muito bem cuidado, as criações ficam alojadas em recintos adequados,
possuem implementos típicos como um forno de barro para assar carnes e biscoitos
caseiros e um moinho de água. É um bom espaço para realização de roteiros voltados a
vivenciar a rotina do meio rural. Uma das moradoras trabalha com artesanato, em trabalhos
com pintura em tecido e com seixos (rochas).
Fotos 86 e 87: Vistas dao local – paisagem serrana e pomar.
91
Por todo o quintal, nota-se os cuidados com a limpeza e com os jardins. Logo a frente da
casa existe um pomar diversificado, onde são cultivadas espécies variadas de frutas como:
uva, romã, limão doce, banana, cana-de-açúcar, jabuticaba, laranja, jambo, abacate, manga
e pêssego. Aos pés de uma árvore foi feita uma pequena ‘pracinha’, com bancos e mesa,
ideal para saborear as frutas e observar a bela paisagem que se forma logo à frente.
Possibilidade de realização de esportes de aventura:
. trekking (caminhada): nas estradas e matas próximas;
. cavalgada: na propriedade e em estradas próximas;
. montain bike: em alguns pontos da propriedade e no entorno.
� Cachoeira
Proprietário: Davi
Localização e acesso: no ponto de confluência das coordenadas U.T.M. 7.726.004 m N
e 773.751 m E (zona rural de Pedra Bonita). Está a 11 km da área central da cidade por
estrada de chão batido em bom estado de conservação. O trajeto dura, em média, 20
minutos.
Descritivo: o acesso até a cachoeira pode ser feito por cima ou por baixo da queda
d’água. A trilha no primeiro caso é feita em meio à mata e é bastante inclinada. A segunda
opção é mais fácil: segue-se uma trilha saindo da estrada, passando por uma pastagem até
atravessar um pequeno córrego, onde se tem acesso a uma lavoura, chegando à base da
cachoeira, num trajeto de aproximadamente 800 m, que dura, em média, 10 minutos. A
cachoeira possui queda de aproximadamente 60 metros que desce por um paredão de
rochas até chegar a um poço que forma uma piscina natural de onde a água segue passando
por rochas em meio à mata.
92
É um local de grande beleza cênica, pelo porte e por ser rodeada de muita vegetação
nativa. Podem-se observar inúmeras plantas típicas da mata atlântica, como samambaias,
cipós e diversas espécies de árvores. A fauna também é bastante freqüente, onde a
presença de muitos pássaros é sempre notada.
Fotos 88 e 89: Vistas do local – cachoeira vista de dois pontos.
Por estar localizada no alto da serra, a possibilidade de contaminação de suas águas é
remota, tendo em vista que não foram observadas propriedades a montante da cachoeira.
Possibilidade de realização de esportes de aventura:
. trekking (caminhada): nas estradas e trilhas próximas;
. canyoning (escalada em cachoeira): na cachoeira da propriedade;
. rapel: no paredão da cachoeira da propriedade;
. montain bike: nas estradas do entorno da propriedade.
93
� Corredeira
Proprietário: Josier Ferreira Ramos
Localização e acesso: no ponto de confluência das coordenadas U.T.M. 7.728.490 m
N e 774.568 m E (zona rural de Pedra Bonita). Está a 7,5 km da área central da cidade
por estrada de chão batido em bom estado de conservação. O trajeto dura, em média, 15
minutos.
Descritivo: a propriedade fica localizada às margens da estrada e está bem próxima a
um rio que forma inúmeras corredeiras. As corredeiras podem ser vistas do alto da
estrada de acesso, antes mesmo de chegar ao local. A paisagem que se tem ao fundo é
composta por serras que formam um belo cenário natural.
Fotos 90 e 91: Vistas do local – corredeiras.
Próximo a casa sede há um pequeno curral e algumas árvores frutíferas,
principalmente jabuticabas. O acesso até as corredeiras é fácil, se faz por uma trilha de
aproximadamente 500 m na pastagem. As corredeiras formam em certo ponto, um
remanso que pode ser utilizado para banho. É um local muito agradável para passeios e
caminhadas, ideal para a prática de alguns esportes de aventura.
94
A propriedade possui poucas áreas verdes, a mata ciliar está bem conservada em
apenas um dos lados do rio e pode ser enriquecida com o plantio de espécies arbóreas,
assim como algumas áreas de pastagem.
Possibilidade de realização de esportes de aventura:
. trekking (caminhada): em trilhas e estradas próximas;
. rafting (bote em corredeira): nas corredeiras próximas;
. cavalgada: na propriedade e em estradas próximas;
. montain bike: em vários pontos da propriedade e no entorno.
4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante dos trabalhos de campo e escritório para a realização do diagnóstico turístico dos
municípios de Fervedouro e Pedra Bonita, podem-se apontar alguns aspectos considerados
como elementos impulsores e restritivos da atividade turística no local. Estes elementos
devem ser considerados como pontos a serem trabalhados, no sentido de potencializar os
impulsores e minimizar ou excluir os restritivos.
95
Impulsores
• Diversidade de elementos e atrativos naturais (cachoeiras, corredeiras, rios, florestas,
sumidouro, serras, picos, mirantes naturais, fauna e flora). Os dois municípios possuem
muitas riquezas naturais. Em Pedra Bonita eles estão mais concentrados e tem facilidade
de acesso; em Fervedouro eles se encontram mais espalhados, sendo que alguns deles
enfrentam problemas com relação ao acesso, principalmente em períodos chuvosos,
como no caso da Pousada Paraíso das Pedras.
• Riqueza de elementos no meio rural: o meio rural dos dois municípios é extremamente
rico quando se considera atrativos relacionados ao seguimento de turismo rural. São
inúmeras fazendas e pequenas propriedades que conservam a rotina do meio rural
brasileiro, hoje cada vez mais valorizados: os implementos e tecnologias rurais, como os
engenhos, moinhos, engenhocas, monjolos e implementos agrícolas; os animais da
fazenda, como as galinhas caipiras, de angola, porcos, pássaros, perus, cavalos, entre
outros; a rica culinária típica, representada pelos doces, quitandas, biscoitos, farinhas,
compotas e tantas receitas; o patrimônio arquitetônico, bem conservado em muitos casos;
o modo de vida das pessoas, os casos e histórias, a receptividade do povo mineiro.
• Hospitalidade e receptividade da população local: tanto nas cidades quanto no meio rural
(muito habitado), nota-se a receptividade das pessoas, a boa vontade em dar informações
aos visitantes, a consciência e o orgulho por seus atrativos naturais.
• Envolvimento dos guias e proprietários dos atrativos quanto ao desenvolvimento da
atividade turística e com relação às questões ambientais: durante o ano de 2006, a ONG
Ambiente Brasil, com o Projeto PDA Mata Atlântica realizou trabalhos que tiveram bons
resultados. Nota-se um grande interesse dos atores sociais envolvidos (guias e
proprietários dos atrativos), que se mostraram informados com relação à questão
ambiental e com boa vontade em desenvolver atividades relacionadas ao turismo como
fonte de renda extra, agregando valores aos seus empreendimentos. É importante que
um bom acompanhamento de futuras atividades seja feito, visando o aperfeiçoamento das
ações que tiveram início e também orientações, oferta de cursos de capacitação e
96
aprimoramento. Parcerias com associações, como o Circuito Turístico Serra do
Brigadeiro, podem render bons frutos.
• Possibilidade de formatação de roteiros: nos dois casos, existem inúmeras possibilidades
de criação e formatação de roteiros. São opções relacionadas ao ecoturismo (esportes de
aventura e contato com a natureza) e ao turismo rural (roteiros do tipo ‘um dia na
fazenda’).
• Facilidade de acesso: o acesso até a sede dos municípios não enfrenta problemas. O
trajeto até Pedra Bonita não é todo asfaltado, mas o asfaltamento já está sendo iniciado
(PROACESSO). De qualquer forma, as estradas até as sedes estão em boas condições.
No meio rural de Pedra Bonita, os acessos estão em boas condições; já em Fervedouro,
alguns trechos das estradas no meio rural ficam em condições precárias no período
chuvoso, principalmente para carros de passeio.
• Atuação do Circuito Turístico Serra do Brigadeiro: os circuitos turísticos é uma política
pública estadual que tem alcançado bons resultados em várias regiões de Minas Gerais.
Alguns circuitos estão mais adiantados e tem executado ações importantes na área de
turismo, com resultados efetivos. O Circuito Serra do Brigadeiro, do qual integram os dois
municípios estudados, será certificado em breve, e, com isso, ações como inventários e
diagnósticos devem ter início. É importante que os representantes dos municípios tenham
bastante interesse e realmente participem das reuniões e se envolvam com todos os
trabalhos. É uma grande oportunidade que os municípios têm em integrar projetos,
participar de cursos e eventos relacionados à atividade, buscando soluções e parcerias
efetivas.
• Bom sistema de saúde: em Pedra Bonita há um centro de saúde bem estruturado que
atende a população, com médico de plantão; em Fervedouro existe um hospital bem
estruturado e centros de saúde no meio rural.
• Proximidade de municípios com potencial de demanda: as sedes dos municípios estão
bem localizadas geograficamente. Próximas a rodovias importantes como a BR-116 e a
97
BR-262 e de municípios com grande potencial de demanda, como Muriaé, Carangola,
Viçosa, Ponte Nova, Manhuaçú, entre outros.
• Proximidade do PESB: os dois municípios encontram-se muito próximos do Parque
Estadual da Serra do Brigadeiro, importante unidade de conservação que foi
recentemente aberta à visitação pública. Grande parte da Unidade pertence ao município
de Fervedouro, que possui uma das portarias do Parque.
Restritivos
• Falta de gestão municipal para o turismo: embora os municípios tenham secretarias de
turismo, o tema ainda não recebe a atenção devida. Torna-se necessário a integração
com o poder público local, buscando parcerias para a solução de problemas relacionados
à infra-estrutura – saneamento ambiental, acesso – tendo o turismo como vetor de
desenvolvimento econômico e como o meio para se promover a melhoria da qualidade de
vida da população local.
• Deficiência no sistema de saneamento ambiental: em Pedra Bonita e Fervedouro, não há
estação de tratamento de lixo, nem aterro controlado, em ambos os casos existem lixões.
A prefeitura de Fervedouro foi recentemente autuada pela FEAM, terá que pagar uma
multa por não ter se adequado às leis vigentes. No caso do esgoto sanitário, Pedra Bonita
alcançou alguns avanços, pois na área urbana o esgoto é todo canalizado e enviado para
uma estação de tratamento; já no meio rural dos dois municípios a situação não é boa, a
maioria das residências não possuem fossas sépticas. É importante que a população se
articule para buscar parcerias no poder executivo para a solução dos problemas
existentes em relação ao saneamento, como é o caso da utilização correta dos valores do
ICMS ecológico dos municípios e de projetos que podem ser elaborados junto ao
ministério do meio ambiente, por exemplo, visando solucionar tais questões. Afinal, o
desenvolvimento do turismo em qualquer região deve estar pautado em saneamento
ambiental.
98
• Dificuldade de acesso a alguns atrativos: as estradas no meio rural precisam de
manutenção constante para que não fiquem restritas a veículos de tração e que os
atrativos não sofram com a sazonalidade. É o que ocorre em alguns atrativos localizados
em pontos críticos, principalmente no município de Fervedouro.
• Necessidade de capacitação de mão-de-obra: os meios de hospedagem e restaurantes
são simples, alguns com maior conforto e melhor qualidade, principalmente aqueles mais
voltados para o turismo. Mas, em muitos casos, pode ser viável a oferta de cursos de
capacitação visando melhorias no atendimento e manuseio correto dos alimentos. Nesse
caso, parcerias com instituições como EMATER, SENAR, SEBRAE e Circuito Turístico
podem trazer inúmeros benefícios, com baixo ou nenhum custo para os proprietários.
• Falta de sinalização: o único atrativo que possui boa sinalização é a Pousada Paraíso das
Pedras, em Fervedouro. O proprietário usou materiais e técnica rústica, as placas são de
madeira, estão bem locadas nas estradas e não poluem a paisagem. Para os outros
atrativos, técnica similar poderá ser feita em todo o percurso para facilitar o deslocamento
do turista e melhorar a informação.
• Falta de visão empreendedora: em muitos casos observa-se, por parte de alguns
proprietários, o receio em registrar os produtos da agroindústria e mesmo os
empreendimentos, em função de impostos e normas da ANVISA. Mas é importante se
adequar à legislação vigente para evitar multas e maiores problemas. O ‘faça a coisa
certa’ é uma lei que o mercado exige a cada dia com mais força. Na verdade são casos
simples de se resolver, com consultorias pontuais.
• Artesanato pouco representativo: sabe-se que, atualmente, o artesanato brasileiro é um
dos que tem maior qualidade e movimenta a economia em muitos de nossos municípios.
O artesanato está diretamente associado ao turismo, complementa a renda e gera
empregos. Nos dois municípios estudados, o artesanato é pouco representativo, foram
observados alguns trabalhos de qualidade com palhas de milho e cestaria. Há também
trabalhos manuais com pinturas em tecido e bordados. Mesmo em pequeno número, as
99
técnicas utilizadas possuem suas peculiaridades, pode ser que existam técnicas que
foram perdidas com o passar do tempo e podem ser resgatadas. É indicado que se façam
pesquisas mais aprofundadas sobre o assunto, junto a consultor ou órgão especializado,
visando fomentar o artesanato na região, assim como criar/valorizar a identidade local.
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6 – ANEXOS
Quadro I: Quadro comparativo dos dois Municípios estudados.
FERVEDOURO PEDRA BONITA 1 Área (km²) 358,3 164
2 População (habitantes)
9671 6237
3 Habitantes vivendo no
meio rural 61,5% 79,1%
4 Abastecimento de água 92,8% das residências (área urbana)
85,2% das residências (área urbana)
5 Esgoto sanitário
Não há estação de tratamento. O meio rural ainda
não possui saneamento adequado.
Há estação de tratamento na área urbana, mas o meio rural ainda não
possui saneamento adequado.
6 Coleta de lixo 86% das
residências (área urbana)
58,9% das residências (área urbana)
7 Lavoura permanente Café, laranja,
banana. Café, banana.
8 Lavoura temporária Arroz, feijão,
milho, mandioca.
Arroz, feijão, cana-de açúcar, milho,
mandioca.
9 Lei de Uso e Ocupação
do Solo Possui, mas é pouco ativo.
Possui, mas é pouco ativo.
104
10 Nível de Arborização
Urbana
Cidade pouco arborizada. Utilização de quintais para
hortas e pomares.
Cidade pouco arborizada. Utilização de
quintais para hortas e pomares.
11 Destino do Lixo Urbano
Não há usina de triagem e
compostagem, é depositado em
lixão.
Não há usina de triagem e
compostagem, é depositado em
lixão.
12 Área do PESB no
município 26,68% 2,81%
13 Portaria do PESB
Possui, está a 22 km da área e
urbana e a 9 km do distrito de B. J.
Madeira.
Não possui
14 Secretaria de Turismo Possui Possui
15 CODEMA Possui, mas não é
ativo.
16 Lei de Tombamento
Municipal. Não possui Não possui
17 Posto de informações
turísticas Não possui
18 Circuito turístico inserido Circuito Serra do
Brigadeiro Circuito Serra do
Brigadeiro
19 Meios de hospedagem
Duas pousadas na área urbana e duas no meio rural. Duas pensões em
distrito.
Um hotel na área urbana e três chalés no meio
rural.
20 Segmento de turismo
mais presente Ecoturismo e turismo rural
Ecoturismo e turismo rural
21 Distância de Belo Horizonte (em km)
201,9 186,8
22 ICMS/ Meio Ambiente
(total em 2005) 128.778,18 9.229,04
23 ICMS/ Educação (total
em 2005) 97.715,47 177.042,89
24 ICMS/ Patrimônio
Cultural (total em 2005) 0 0
25 IDH-M (2000) 0,686 0,685 Fontes: IBGE (2003), FJP (2005), Prefeituras Municipais e pesquisa in loco.
105
II - Planilhas de campo
PROPRIETÁRIO: ATRATIVO: PICO PESQUE-PAGUE FAZENDA CACHOEIRA CULTURAL/ARTESANATO/CULINARIA LAGO/LAGOA/RIO MIRANTE OUTRO: GPS: PONTO- COORDENADA GEOGRÁFICA - E (LAT): N(LONG): PONTOS FORTES: há sinalização: infra-estrutura: bar, rest., banheiro, acesso fácil: limpeza: paisagismo adequado projeto arquitetônico adequado equipamentos típicos: monjolo, casa de farinha,
PONTOS FRACOS: não há sinalização manejo inadequado do lixo: acesso difícil manejo inadequado do esgoto: erosão próxima
DISTÂNCIA DO CENTRO DA CIDADE: km →DURAÇÃO: DISTÂNCIA DO ___________________ : km →DURAÇÃO: ACESSO: COMO ESTÁ A ESTRADA? RUIM (só 4x4) MÉDIO (qqer veículo, mas é sazonal) BOM (qqer veículo, qqer época do ano) NÍVEL DE DIFICULDADE: BAIXO (sinalização SIM ou NÃO, estrada boa) MÉDIO (estrada razoável, não há sinalização) GRANDE (não há sinalização, a estrada é precária) EXISTE POSSIBILIDADE DE ESPORTE DE AVENTURA? ___SIM __NÃO TREKKING (caminhada) MONTAIN BIKE CANYONING (escalada em cachoeira) ESPELEOLOGIA (cavernas) RAFTING (bote em corredeira) OFF ROAD (carro ou moto) CAVALGADA TIROLESA RAPEL ESCALADA ARVORISMO MONTANHISMO VÔO LIVRE PARAPENTE POSSIBILIDADE DE OBERVAÇAO DE FAUNA: FLORA:
POSSÍVEL LOCAL PARA AFIXAR PLACA INFORMATIVA: referências -
106
Quadro a: Pontos em Pedra Bonita PONTO QUADRANTE N(NORTE) E (LESTE) ALTITUDE (m) REFERÊNCIA
1 23 7.728.440 778.570
Hotel Brigadeiro
2 23 7.729.686 776.510
Sede do Sr.Getúlio
3 23 7.729.379 774.866
Parque das Cachoeiras (bar)
4 23 7.729.437
774.813 Milson (galinheiro)
5 23 7.738.655
773.432 Perto do rio (corredeira Paulo)
6 23 7.737.201
771.228 Roseli (varanda - fundos)
7 23 7.736.942
770.451 870 Sérgio P. Botelho (paiol)
8 23 7.725.152 773.068
1039 Almir (Matipó Grande)
9 23 7.723.182 774.125
1310 Servino (casa)
10 23 7.724.233
773.421 1095 Escolinha (Cunhas)
11 23 7.724.316 773.288
1109 Cachoeira (Pedro)
12 23 7.724.890
773.329 1047 Rio/corredeira (Mauri, jequitibá)
13 23 7.725.252
772.801 1107 Iraci (casa)
14 23 7.726.004 773.751
1028 Davi (no alto da cachoeira)
15 23 7.728.490 774.568
918 Josier (corredeira)
Quadro b: Pontos em Fervedouro PONTO QUADRANTE N(NORTE) E (LESTE) ALTITUDE (m) REFERÊNCIA
1 23 7.716.095 774.810 825 Casa do Sr. Rubens
2 23 7.718.726 772.968 1111 Cezar (pedra logo acima da
cachoeira) 3 23 7.715.755 775.197 839 Sede da fazenda do Juarez Pedro
4 23 7.705.551 783.243 740 Restaurante D.Maria (centro da
cidade) 5 23 7.708.307 785.579 848 D. Jandira (pousada) 6 23 7.705.374 769.493 825 Fábrica de farinha (Celino)
107
7 23 7.708.903 768.196 877 Adão (Poço Redondo) 8 23 7.704.679 776.821 803 Sebastião (sede da fazenda) 9 23 7.706.785 766.826 909 Alberto (na casa dele) 10 23 7.706.152 765.799 892 Cachoeira do Piu (no bar) 11 23 7.706.212 768.262 850 Pensão D.Eva 12 23 7.704.335 778.328 829 Expedito (na casa dele)
13 23 7.712.142 772.383 947 Pousada paraíso das pedras
(sede) 14 23 7.708.294 768.143 874 Casa de rapadura
III - Informações sobre a rotulagem de alimentos
Portaria nº 42 de 14/01/1981 – SVS/MS: esta portaria se aplica à rotulagem de todo
alimento que seja produzido, comercializado e embalado na ausência do cliente e pronto
para oferta ao consumidor.
Rótulo é toda inscrição, legenda, imagem ou toda matéria descritiva ou gráfica que
esteja escrita, impressa, estampada, gravada em relevo ou colada sobre a embalagem do
alimento.
Embalagem é o recipiente, o pacote ou o envoltório destinado a garantir a
conservação e a facilitar o transporte e o manuseio dos alimentos.
108
Exemplo de rótulo:
#
Data Fabricação:
_____/_____/_____
Consumir até: _____/_____/_____
Produtores treinados pela EMATER-MG no curso Processamento Artesanal de Frutas – Mod II
Comunidade: Sta. Rita Durão
Município: Mariana-MG
Nº de registro_________ Lote:________________
Indústria Brasileira
Informação Nutricional Valor Calórico..... ....kcal Carboidratos............. g Proteínas.................. g Gorduras Totais........ g Gorduras Saturadas. g Colesterol................. mg Fibra Alimentar......... g Cálcio....................... mg Ferro......................... mg Sódio........................ mg Vitaminas.................. mg Minerais.................... mg
SAC Serviço de atendimento ao Consumidor: (0__31) 3536-2267 Observação: Este rótulo
é exercício de treinamento técnico.
Data Fabricação:
_____/_____/_____
Consumir até: _____/_____/_____
Produtores treinados pela EMATER-MG no curso Processamento Artesanal de Frutas – Mod II
Comunidade: Sta. Rita Durão
Município: Mariana-MG
Nº de registro_________ Lote:________________
Indústria Brasileira
Informação Nutricional Valor Calórico..... ....kcal Carboidratos............. g Proteínas.................. g Gorduras Totais........ g Gorduras Saturadas. g Colesterol................. mg Fibra Alimentar......... g Cálcio....................... mg Ferro......................... mg Sódio........................ mg Vitaminas.................. mg Minerais.................... mg
SAC Serviço de atendimento ao Consumidor: (0__31) 3536-2267 Observação: Este rótulo
é exercício de treinamento técnico.
#
Data Fabricação:
_____/_____/_____
Consumir até: _____/_____/_____
Produtores treinados pela EMATER-MG no curso Processamento Artesanal de Frutas – Mod II
Comunidade: Sta. Rita Durão
Município: Mariana-MG
Nº de registro_________ Lote:________________
Indústria Brasileira
Informação Nutricional Valor Calórico..... ....kcal Carboidratos............. g Proteínas.................. g Gorduras Totais........ g Gorduras Saturadas. g Colesterol................. mg Fibra Alimentar......... g Cálcio....................... mg Ferro......................... mg Sódio........................ mg Vitaminas.................. mg Minerais.................... mg
SAC Serviço de atendimento ao Consumidor: (0__31) 3536-2267 Observação: Este rótulo
é exercício de treinamento técnico.
Data Fabricação:
_____/_____/_____
Consumir até: _____/_____/_____
Produtores treinados pela EMATER-MG no curso Processamento Artesanal de Frutas – Mod II
Comunidade: Sta. Rita Durão
Município: Ouro Preto-MG
Nº de registro_________ Lote:________________
Informação Nutricional Valor Calórico..... ....kcal Carboidratos............. g Proteínas.................. g Gorduras Totais........ g Gorduras Saturadas. g Colesterol................. mg Fibra Alimentar......... g Cálcio....................... mg Ferro......................... mg Sódio........................ mg Vitaminas.................. mg Minerais.................... mg
SAC Serviço de atendimento ao Consumidor: (0__31) 3536-2267 Observação: Este rótulo
é exercício de treinamento técnico.
Data Fabricação:
_____/_____/_____
Consumir até: _____/_____/_____
Produtores treinados pela EMATER-MG no curso Processamento Artesanal de Frutas – Mod II
Comunidade: Sta. Rita Durão
Município: Mariana-MG
Nº de registro_________ Lote:________________
Indústria Brasileira
Informação Nutricional Valor Calórico..... ....kcal Carboidratos............. g Proteínas.................. g Gorduras Totais........ g Gorduras Saturadas. g Colesterol................. mg Fibra Alimentar......... g Cálcio....................... mg Ferro......................... mg Sódio........................ mg Vitaminas.................. mg Minerais.................... mg
SAC Serviço de atendimento ao Consumidor: (0__31) 3536-2267 Observação: Este rótulo
é exercício de treinamento técnico.
Data Fabricação:
_____/_____/_____
Consumir até: _____/_____/_____
Produtores treinados pela EMATER-MG no curso Processamento Artesanal de Frutas – Mod II
Comunidade: GLAURA
Município: Ouro Preto-MG
Nº de registro_________ Lote:________________
Indústria Brasileira
Informação Nutricional Valor Calórico..... ....kcal Carboidratos............. g Proteínas.................. g Gorduras Totais........ g Gorduras Saturadas. g Colesterol................. mg Fibra Alimentar......... g Cálcio....................... mg Ferro......................... mg Sódio........................ mg Vitaminas.................. mg Minerais.................... mg
SAC Serviço de atendimento ao Consumidor: (0__31) 3536-2267 Observação: Este rótulo
é exercício de treinamento técnico.
Programa de Qualificação Profissional
BANANADA
Ingredientes: Banana e Açúcar
Peso Líquido: g
Manter em local seco, arejado e ao abrigo da luz
Indústria Brasileira
Programa de Qualificação Profissional
Programa de Qualificação Profissional Programa de Qualificação Profissional Programa de Qualificação Profissional Programa de Qualificação Profissional Programa de Qualificação Profissional Programa de Qualificação Profissional
Programa de Qualificação Profissional Programa de Qualificação Profissional
Programa de Qualificação Profissional Programa de Qualificação Profissional Programa de Qualificação Profissional Programa de Qualificação Profissional
Ingredientes: abacaxi e açúcar Ingredientes: abóbora e açúcar
Produ
to Artesan
al sem
aditivo químico