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agenda_ O Circuito Cultural Paulista traz uma boa seleção de atrações gratuitas para todas as idades. Não perca! p13 gastronomia_ Re- ceitas com toque indiano para deixar seu outono- inverno mais picante e aconchegante. foto: divulgação issuu.com/caderno360 ANO 10 abril2015 n n º º . . 1 1 11 11 pegue & leve Preservação do Rio Pardo requer clamor comunitário ao governo estadual Grátis! facebook/caderno360 C C a a d d e e r r n n o o 3 3 6 6 0 0 G G o o s s t t o o s s o o d d e e l l e e r r . . Este rio está ameaçado por projetos de PCHs que já causam um desmatamento sem precedentes em Águas de SantaBárbara. Autoridades, entidades, cidadãos, ambientalistas: Salvemos o Rio Pardo VIVO. Veja a cobertura do caso. foto: Flávia Rocha | 36 SOS SOS p8 Circulação Mensal: 8 mil exemplares Distribuição: Águas de Santa Bárbara • Assis • Areiópolis • Avaré • Bernardino de Campos • Botucatu • Cândido Mota • Canitar • Chavantes • Cerqueira César • Espírito Santo do Turvo • Far- tura • Ibirarema • Ipaussu • Lins • Manduri • Óleo • Ourinhos • Palmital • Piraju • S ta Cruz do Rio Pardo • São Manuel • São Pedro do Turvo • Tatuí •Timburi Pontos Rodoviários: Cia. da Fazenda • Graal Estação Kafé • Orquidário Restaurante. Café Rodoserv RodoStar Varanda do Suco p 6 Em um ano crítico, marcado pela mobilização popular contra a corrupção e por uma crise hídrica sem precedentes, o Rio Pardo pede socorro. Vitimado por projetos incoerentes e prejudiciais para a região e para a sua própria sobrevivência, o rio Pardo está à mercê das regras burocráticas de licenciamentos obtidos sem uma devida avaliação popular. Porém, diante do cenário atual, cabe clamar para as autoridades que têm poder de impedir e pedir: Por favor, vamos rever essa situação antes que seja tarde demais. Pela interrupção do desmatamento do rio Pardo em Águas de Sta. Bárbara, imediatamente.

360 ed111 abril2015

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Gostoso de ler! Boas notícias para o interior!!! Avaré_Botucatu_Ourinhos_Sta. Cruz do Rio Pardo_Piraju e mais 20 cidades!!! Grátis!!!

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agenda_ O CircuitoCultural Paulista traz umaboa seleção de atraçõesgratuitas para todas asidades. Não perca! •p13

gastronomia_ Re-ceitas com toque indianopara deixar seu outono-inverno mais picante eaconchegante. fo

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issuu.com/caderno360

ANO 10abril2015

nnºº.. 111111

pegue & leve

Preservação do Rio Pardo requer clamorcomunitário ao governo estadual

Grátis!

facebook/caderno360CCaaddeerrnnoo 336600 GGoosstt oo ss oo ddee ll ee rr ..

Este rio está ameaçado por projetos de PCHs que já causam um desmatamento sem precedentesem Águas de SantaBárbara. Autoridades, entidades, cidadãos, ambientalistas: Salvemos o RioPardo VIVO. Veja a cobertura do caso. • foto: Flávia Rocha | 36

SOS SOS •p8

Circulação Mensal: 8 mil exemplares Distribuição: Águas de Santa Bárbara• Assis • Areiópolis • Avaré • Bernardino de Campos • Botucatu • CândidoMota • Canitar • Chavantes • Cerqueira César • Espírito Santo do Turvo • Far-tura • Ibirarema • Ipaussu • Lins • Manduri • Óleo • Ourinhos • Palmital • Piraju• Sta Cruz do Rio Pardo • São Manuel • São Pedro do Turvo • Tatuí •TimburiPontos Rodoviários: Cia. da Fazenda • Graal Estação Kafé • OrquidárioRestaurante. Café • Rodoserv • RodoStar • Varanda do Suco

•p 6

Em um ano crítico, marcado pela

mobilização popular contra a corrupção e por

uma crise hídrica semprecedentes, o

Rio Pardo pede socorro.

Vitimado por projetos incoerentes e prejudiciaispara a região e para a suaprópria sobrevivência, orio Pardo está à mercê

das regras burocráticas de licenciamentos

obtidos sem uma devida avaliação popular.

Porém, diante do cenárioatual, cabe clamar para as autoridades que têm

poder de impedir e pedir:Por favor, vamos reveressa situação antes que

seja tarde demais.Pela interrupção do

desmatamento do rioPardo em Águas de Sta.

Bárbara, imediatamente.

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lIMITE.lIMITE.Até para quem é irreverente há um limite. Ou se chega aogrotesco. O mesmo se aplica à jocosidade, à ironia e… aomundo corporativo. Quando se extrapola o limite, estáfeito o estrago. A questão que envolve o rio Pardo éclaramente uma que já ultrapassou – há muito tempo – olimite do bom senso, do cabível, da sustentabilidade, daburocracia e da falta de senso de oportunidade.

Atrelado a regras e instâncias burocráticas, que seapegam aos procedimentos mesmo diante de um grandeestouro de boiada, ou da possibilidade de um grande in-cêndio, o rio Pardo está à mercê de um projeto incompe-tente, obsoleto e incapaz de mostrar qualquer sentidoem termos de necessidade, sustentabilidade e efeito.

O projeto Ponte Branca, que começou com o desmata-mento de parte de uma preciosa mata ciliar nativa e ir-recuperável em Águas de Santa Bárbara ultrapassa oslimites da capacidade de gestão, visão e bom senso. Umadestruição sem precedentes que vai custar mais de R$ 70milhões (financiados pelo BNDES) para gerar reles 10MW porhora de energia, algo que dista de menos de 0,0001% daenergia gerada no país. Um volume de energia que podeser fácil e rapidamente produzido por qualquer uma dasusinas de biomassa da nossa região, que usam bagaço decana, ou seja lixo orgânico, para gerar energia, evitandoqueimadas e limpando o terreno para o replantio de canade açúcar, num claro exemplo de sustentabilidade.

Aproveito a pergunta que aparece em AgRONEgócIO, no ar-tigo de um dos estudiosos do caso, o engenheiro agrônomoAntonio consalter, presidente do sindicato dos propri-etários rurais de Sta. cruz: A quem interessa isso?

com certeza não deve interessar a um governo de es-tado que se vê às voltas com uma grave crise hídrica cal-cada em planos urgentes de fomento às nascentes. Ora,como assim investir em nascentes enquanto se destróiuma incrível mata ciliar?

O fato é que é preciso dar um basta. Algo muito mais ob-jetivo do que qualquer “Fora Dilma", bradado sem se saberdireito o que quer, como mostra a seção gIRO 360. Muitomais urgente que qualquer reforma política, partidária,institucional. A mata não tem volta. O rio também não.

É nosso dever nos reunirmos e nos juntarmos aos vizinhosde Águas de Santa Bábara para que o governo do estadode São Paulo, que tem esse poder, impeça a destruição

de um dos mais longos rios paulistas, que tem 264,5km deextensão e abastece com águas limpas mais de 15 municí-pios, desde sua nascente, em Pardinho, até desaguar norio Paranapanema, em Salto grande.

O assunto estará em pauta no 360 até que o rio Pardoseja salvo, porque outra situação, caros leitores, é ina-ceitável. Temos clareza suficiente para entender as con-sequências de uma barragem gigante instalada num localde grande riqueza ecológica. Então, com uma razão queextrapola partidos e cores, direitas e esquerdas, mas queconcerne à nossa região, deixemos de apenas “curtir” asmanifestações pelo rio Pardo e tratemos de “agir” pes-soal e coletivamente para que ele seja preservado. O mo-mento, vale ressaltar é agora. Antes que seja tarde.Boa leitura!

Flávia Rocha Manfrin diretora-editora 360

| [email protected]

2 • editorial

imag

em: e

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1 João 5Vs: 14

“E esta é a confiança que

temos nele, que,se pedirmos

alguma coisa, segundo a sua

vontade, ele nos ouve. ”

Ora,Ação!

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SãO MANuElSãO MANuElpromove plantio

de árvores

São Manuel inicia projeto de arboriza-ção que visa aumentar a qualidade devida através do meio ambiente com oplantio de 120 mudas de Ipês Brancosno canteiro central da Vicinal TharcilioBaroni, que interliga a região central dacidade à Rodovia SP 255. As mudasforam cultivadas no Horto Municipal,que foi recuperado pela prefeitura e jáopera com 9 mil mudas de 53 espécies,que estão disponíves para a população.Interessados devem entrar em contatopelo fone: 14 3841-7222.

OuRINHOSOuRINHOSFIO promove

trote SolidárioAo contrário de muitas faculdades que ainda colecionam trotes que colocamem situação de ridículo seuscalouros, a FIO de Ourinhos alcançou ótimos resultados comseu Trote Solidário. No total,sete entidades assistenciais dacidade foram beneficiadas comalimentos arrecadados peloscalouros sob a liderança dos veteranos da faculdade e comde toda a comunidadeacadêmica. A entrega dos alimentos aconteceu no final demarço, no Campus da faculdade.

StA. CRuzStA. CRuzACE promove Miss

Comerciária 2015Estão abertas as inscrições para o Miss Comerciária 2015, programado para6/6/15. Além do título, as vencedoras ganharão troféus e prêmios em dinheiro. Aberto a comerciárias entre 16 e 30 anos que trabalhem na indústria, comércio ou empresa de serviços associada da ACE. Info: 14 3332.5900

CuRSOSCuRSOS diversos_agenda23/4_ 19h às 22h: Workshop: "Alavanque sua empresa em tempos de turbulência". Para micro empreendedor individual (MEI), micro empresa (ME) epequenas empresas (EPP).Painel com especialistas em Marketing, Finanças, Jurídico eGestão de Pessoas para orientar nas questões mais freqüentes em época de crise.R$ 30,00. Inscrições: 14 3332.5900 ou na ACE-Sta. Cruz.

27 e 28/4_ 8h às 17h: Curso Teórico Prático de Interpretação de Análise de Solo e Manejo de Adubação em Cana-de-açúcar. O objetivo é proporcionar conhecimento detalhado dentro de um contexto teórico-prático sobre amostragem,análise de solo e interpretação, de forma com que os participantes aprendam recomendar corretivos e fertilizantes em cana-de-açúcar. Indicado para produtores,profissionais de usinas, pesquisa, ensino e extensão, cooperativas, associações e estudantes. Facilitador: Dr. André de César Vitti. Sala de eventos do Arco Hotel ExpressPiracicaba. Info: 19 3203-6774 e 19 97107-7711 (Vivo). [email protected].

27 a 29/4: II Curso prático e teórico de Manejo de Irrigação, Nutrição, Pragas &Doenças em Estufas. Abrange informações sobre os processos fisiológicos em plantasque promovem o crescimento e resistência natural contra patógenos; esclarecimento dospontos críticos no manejo de água, nutrientes, pragas e doenças; detalhes técnicos desistemas de fertirrigação e seu manejo; e intervenções para melhorar a produtividade,qualidade final e resistência natural contra pragas e doenças. Indicado para produtoresde mudas, flores, hortaliças e plantas ornamentais em ambiente protegido, técnicos eagrônomos, pesquisadores, estudantes e todos que querem entender melhor como plantas crescem e como podemos ajudá-las a produzir melhor e com resistência naturalpreservada. No Espaço Cultural Terra Viva - Holambra. Info: Elaine Abramides [email protected] F: (19) 3243-0396 e (19) 9 8190-7711

Caderno 360 é uma publicação mensal da eComunicação. Todos os direitos reservados.Tiragem: 8 mil exemplares. Distribuição gratuita. Redação/Colaboradores: Flávia RochaManfrin ‹editora, diretora de arte e jornalista responsável | Mtb 21563›, Bruna Castanho ‹re-visão›, Odette Rocha Manfrin ‹receitas e se-paração›, André Andrade Santos ‹correspon-dente SP›, Paola Pegorer ‹repórter especial›. Colunistas: José Mário Rocha de Andrade,Priscila Manfrim, Fernanda Lira e Tiago Cachoni. Ilustradores: Franco Catalano Nardo,Waldomiro Neto e Sabato Visconti. Impressão: Fullgraphics. Distribuição: Marcos ValentiereArtigos assinados não expressam necessariamente a opinião desta publicação. • Endereço:R. Cel.Julio Marcondes Salgado, 147/fundos - cep 18900-000 –Sta Cruz do Rio Pardo/SP • Car-tas e publicidade: [email protected] • F: 14 3372.3548 _14 99653.6463.360_edição nº 111_abril/2015

xpedientee

4 • drops

PIRAJuPIRAJuDukE ENERgyDukE ENERgy premia

3 prêmios com 50 milO projeto “Apoio técnico e capacitaçãode catadores/as para implantação daColeta Seletiva Solidária em Piraju/SP”,da UNESP de Ourinhos é um dosvencedores do 2º Prêmio Duke Energy – Energia da Inovação", quevai dividir R$ 150 mil entre 3 projetosna Bacia do Paranapanema. Cada vencedor leva R$ 50 mil e acompanhamento técnico durante 12meses para implementar suas iniciativas no âmbito da extensão universitária.

O Prêmio é realizado em parceria com oPrograma Universidade Solidária(UniSol), que conta com uma rede deconsultores voluntários, especialistasem extensão universitária e avaliaçãode projetos sociais.

Além da universidade de Ourinhos,também sagraram-se vencedores aFaculdade do Norte Pioneiro(FANORPI) / Instituto Federal doParaná (IFPR), Jacarezinho/PR e a Faculdade de Ciências Educa-cionais e Sistemas Integrados(FACESI), Ibiporã/PR.

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RR EE SS TTAA UU RR AA NN TT EE SS

BERNARDINOBERNARDINODonana_Peixes, risotos, massas.3ª/sab: 18h_ 22h dom: 12h_15h | F: 14 3346.1888

IPAUSSUIPAUSSUHarpo's_Cozinha contemporâneacaprichada de alto padrão em ambi-ente agradável e ótimo atendimneto.6ª e sab: 19h_ 0h dom: 11h30_14h | F: 14 99853.0904

OURINHOSOURINHOSLa Parrilla_ Comida argentina.3ª/sab: 11h_ 16h |19h dom: 11h_16h | F.: 14 3324.9075Sushi Ventura_Comida japonesadeliciosa. | 3ª a dom:19h_0h | F:1498114.8015

PIRA JUPIRA JUPirabar_ Almoço e casa noturna àbeira do Paranapanema. 3ª a dom.|F: 14 3351.4387Taças e Cachaças_ Cachaças, petis-cos, pratos. Atendimento Nota 10!2ª_6ª: 18h | sab/dom: 10h |F: 14 3351.0811

ÁGUAS DE STA. BÁRBARAÁGUAS DE STA. BÁRBARANossa Chácara_Buffet de prratosquentes e saladas . Ligue antes de ir.Local bucólico dentro da cidade. 5ª adom. | F: 14 3765.1545

STA. CRUzSTA. CRUzPizzaria Alcatéia_Pizzas crocantes,massas, carnes, peixes e saladas . 3ª-dom. 19h _23h. F: 14 3372.2731Rancho do Peixe_ Cozinha caseiracaprichada. 2ª/dom. 8h30_14h30_2ª/sab. 17h30_ 0h. | F: 14 3372.4828

S. PEDRO DO TURVOS. PEDRO DO TURVORestaurante Rosinha _ Deliciosacomida caseira. 2ª a sáb: 11h30 às 15h| F: 14 3377.141Pizzaria Camiloti _ De dia lan-chonete e padaria. De 5a. a dom. Piz-zaria | F: 14 3377.1113

BB AA RR EE SS EE LL AA NN CC HH EE SS

AVARéAVARéDi-Ferentti_Comida típica mexicanae outras gostosuras | 3ª a 6ª: 17h_0hsáb.:11h_1h30 - dom: 17h_23h| F: 14 3733.2928

BERNARDINOBERNARDINOPastelaria Bagdá_ Me-lhor pastelda região 360. 2ª a sab. hor. cmercial.

PIRA JUPIRA JUAdrenalina’s_ Tilápia no alho deli-ciosa. ötimo Atendimento. 2ª a sab.após 17h | F: 14 3351.3370

STA. CRUzSTA. CRUzBar da Neusa ( Sodrélia)_ Todo dia8h_ 20h ou até o último cliente. Bar do Celsão _ Drinks, assados,porções. 2º sáb. mês festa de rock. 22hàs 4h | F: 14 998.352630Casa da Esfiha_Mais de 70 opções .| F: 14 3372.2915Espetinho Pilão e Cocho_Espeti-nhos, porções e acompanhamentos .2ª a 6ª: 17h à 1h, sáb.: 11h à 1h edom.: 16h à 1h | F: 14 3373.1041London Chopp_Peetiscos, refeiçõese as mais variadas cervejas e drinks.• 3ª a 5ª (18h-0h), 6ª a dom. (17h-

2h30), almoço dom. (11h-15h). F: 14 3372.8677 Nina Lanches_ Tradição em lanches.

Todo dia 18h_0h | F: 14 3372.6555Posto 53 Crep's Bar_Crepes doces esalgados, petiscos e drinks variados. •4ª a dom. (18h-0h | F: 14 3372.5656Treiler dos Amigos_Lanches eporções. Fecha às 3ªs-feiras. 18h30 à0h30 | F: 14 3372.9297

OO UU TT RR OO SS

STA. CRUzSTA. CRUzFrutaria do Baiano_ Frutas sele-cionadas. R. Mal. Bittencourt c/ R.Benjamin Constant 8h_ 23h. Sorveteria União_ Sorvete arte-sanal e com ingredientes naturais.Todo dia 9h_23h | F: 14 3372.3644

RR OO DD OO VV II AA SS

PIRA JU—OURINHOSPIRA JU—OURINHOS| SP 270 ‹RAPOSO TAVARES› Cia. daFazenda_Km 334: Lanches erefeições, pratos levando palmito.

| F: 14 3346.1175OURINHOS—S.CRUzOURINHOS—S.CRUz

SP 352 ‹O. QUAGLIATO› Restaurante Cruzadão _ Km 16: Restaurante 24h | F: 14 3372.1353.

Orquidário Restaurante Café_Km 14: Lanches, sucos, refeições,orquidário. Todo dia 7h_19h | F: 14 99782.0043Varanda do Suco_Km 27,5:Refeições, sucos, salgados e doces.Todo dia. 9h_19h | F: 14 98125.3433

S. CRUz-S—PEDROS. CRUz-S—PEDROPesqueiro Paulo Andrade ; Peixesfrescos, aves e assados ‹ encomenda›.F: 14 99706.6518

IPAUSSU—BAURUIPAUSSU—BAURUSP 225 ‹ENG. JOãO BAPTISTA RENNó› Paloma Graal Km 309 Praça de ali-mentação, loja, padaria e cafeteria.24h | F: 14 3332.1033Graal Estação Kafé_Km 316:Museu , antiguidades, comida caipira.24h | Maria Fumaça! F: 14 3372.1353

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Page 6: 360 ed111 abril2015

Junte o alaran-jado da abóboraou de uma moran-ga. O amarelo ocredo gengibre, otom quase mos-tarda do curry, o

vermelho da pi-menta bhut jolokia (ou outra que você preferir). Adicioneoutros itens triviais e quebre a cor solar com salsinha e ce-bolinha picadinhos. Está feita a sopa pra mandar embora víruse bactérias que acompanham as mudanças de estação. E ofrio-zinho que aparece a cada semana.

A receita foi uma tentativa de relembrar [não lembro quais,mas faltaram ingredientes que davam um outro sabor], doDrosófila, um descolado bar/restaurante na consollação queainda funciona na r... Não ficou igual, mas ficou bem gostosa.Principalmente no dia seguinte, quando aqueci, com todareverência e cuidado, a porção que separei logo após opreparo [a receita rendeu]. Vale experimentar. E reinventar,com a sua versão. Por que não?

Para completar, uma receita de Picadinho Indiano, muitofácil e que agrada a gregos e troianos, pois você pode esco-lher o que vai ou não no prato.Bom apetite!

6 •gastronomia

_Ingredientes:• 1 bom pedaço de abóbora• 1/2 gengibre ralado grosso• 1 colher de manteiga• 1 cebola picada miudinha• 5 dentes de alho picadinho• 1 colher de sopa de curry • 1 colher de azeite de oliva• 2 colheres de requeijão• 1/2 caixinha pequena de creme de leite• 1/3 xícara de leite• 1 xícara de caldo de carne ou 1 tablete de caldo de carne

• 1 pequena porção de tempero verde fresco (cheiro verde)• molho de pimenta vermelha a gosto• sal a gosto

_Preparo: Cozinhe a abóbora em água com 1 colher demanteiga diluída. Quando estiver cozida escorra e reserve aágua quente para usar na sopa. Amasse bem a abóbora e re-serve uma pequena porção para finalizar a sopa. O restantevai para o liquidificador com a água da fervura.Numa panela, refogue o alho no azeite e vá acrescentando acebola para cozinhar o alho em vez de fritá-lo. Acrescente aabóbora batida no liquidicador com a água da fervura emexa bem. Adicione o gengibre e vá cozinhando a sopa.Tempere com a pimenta, o curry, o sal e finalmente com otempero verde. Experimente, ajuste o sabor acrescentandoo caldo de carne. Antes de servir, acrescente então a pe-quena porção de abóbora, o creme de leite, o requeijão e oleite previamente misturados.

Sopa de Abóbora

por Flávia Manfrinpor Flávia Manfrin

_Ingredientes:• ovos cozidos e depois separa-dos em gema e clara, bem pica-dinhos• abacaxi picadinho• passas miudinhas• carne moída refogadinha• bacon picadinho crocante• batata palha bem sequinha• milho verde refogado• arroz branco• tomate picadinho• castanha de caju triturada• azeitonas verdes picadinhas

_Preparo: prepare os ingredi-entes separadamente e sirva em tigelas separadas. Cada convidado devemontar seu prato conforme suas preferências. Simples e gostoso.

Picadinho esopa indiana

por Flávia Manfrin

Picadinho indiano

por Cláudia Manfrin Quagliatopor Cláudia Manfrin Quagliato

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Não sou um ambientalista radical, daque-les que não aceitam que se derrube umaárvore. Sei que árvores podem ser plan-tadas, áreas verdes remanejadas, flo-restas refeitas. Sei também, pela minhaprofissão e por representar o setoragropecuário de Santa cruz do Rio Pardo,como presidente do sindicato de produ-tores rurais da cidade, que fontes deágua são vitais para que se produza qual-quer alimento.

A região que margeia o rio Pardo é bas-tante fértil. E está predominantementeocupada pela produção agropecuária. Poressa razão, tenho me debruçado sobre aquestão dos projetos de geração de ener-gia hidrelétrica propostos para o rioPardo. São, no total, cinco projetos dePcHs, pequenas centrais hidrelétricas, queimplicam na construção de cinco grandesbarragens no Pardo, todas elas entreÁguas de Santa Bárbara e Santa cruz.

com base nos interesses dos produtoresrurais e também dos municípios, que pri-mam pelo desenvolvimento econômico e so-cial, e considerando ainda, as questõesambientais que se tornaram claras e de-terminantes nos últimos anos (nãopodemos fechar os olhos para o fato deque todo e qualquer projeto deva ser am-bientalmente responsável e, portanto,sustentável), é justo afirmar que essasPcHs não fazem o menor sentido. Primeiro,porque seu custo X benefício não se justi-fica. Seja do ponto de vista econômico, ouambiental.

Em termos de perdas financeiras, os mu-nicípios terão prejuízos na casa do milhãode reais (caso de Águas de Santa Bábara)ou de milhões (caso de Santa cruz do RioPardo) em razão da perda de recolhi-mento de impostos gerados pela produçãoagrícola. E isso será rapidamente refletidona área social. Ao afetar mais de uma cen-tena de propriedades rurais, o saldo dosempreendimentos serão desemprego nocampo gerando êxodo para a cidade,perda de interesse de produtores paramanter seus empreendimento rurais, queexigirão ser revistos pela perda do volumede produção, perda de poder de consumode famílias inteiras. As contas serão altaspara os municípios.

Também considerando os produtores ru-rais e os municípios, as perdas ambientaisde grandes proporções e irreversíveis nãocompensam a baixa geração de energiados projetos, que, como se sabe, sãograndes obras – têm em média 300 me-tros de comprimento e podem alcançar

até 30 metros de altura – para um rio es-treito. Isso significa a destruição desne-cessária de uma grande área de mataciliar, sem contar a grande perda de áreaprodutiva. Tudo para gerar um volumerealmente insignificante de energia.

Vale aqui destacar que essa destruiçãonão apenas pode alterar o fluxo de águas(e seus elementos químicos e minerais),como o clima de toda a região. Ou seja, asPcHs colocam em risco o fabuloso clima,solos e asbatecimento de água do campoe da cidade, em toda a nossa região.

caso esses projetos sejam levados adiante,teremos então propriedades rurais meno-res, sem mata, com reflorestamentos quelevarão mais de uma década para atingirum porte médio, com mudança de clima, dosolo, da água. A quem isso interessa? Namesma região temos pelo menos três usi-nas de biomassa aptas a produzir o mesmovolume de energia proposto pelas PcHsusando aquilo que descartam: bagaço ali-ado a palha da cana de açúcar, permite–

se produzir Bioeletricidade, que estásendo fomentada pelo governo do estadode São Paulo. Isso vai permitir gerar maisenergia elétrica sem sacrificio de florestae de solos produtivos.

Ou seja, se a ideia de se criar PcHs no rioPardo, um dos mais saudáveis rios do país,deve-se apenas à necessidade de gerarenergia, a solução está aqui, no setor agrí-cola, pronta para colocar essa energia narede nacional. Basta o governo estimular osetor. Então teremos resíduos agrícolas,como biomassa, celulose etc, transforma-dos em energia, em vez de se promover adestruição de um rio para o mesmo fim.

Essa análise vem esclarecer que a insta-lação das PcHs não trará ganho econômi-co, nem ganho social pois expulsará pro-dutores de suas terras e muito menosganho ambiental.

PCHs não favorecemo agronegócio

foto

: Rio

Par

do V

ivo

7 • agronegócio

*engenheiro agrônomo e produtor rural, épresidente do Sindicato Rural de Santa Cruz

do Rio Pardo

* Antonio Salvador Consalter| especial para o Caderno 360

*Plantação irri-gada com águasdo rio Pardo*

Page 8: 360 ed111 abril2015

Quem quer sair-se bem na vida sabe quepodemos fazer da adversidade umaoportunidade. Parece ser essa a melhorsaída – talvez a única – para salvar o rioPardo do enorme desmatamento que jávem ocorrendo em Águas de Santa Bár-bara. O desastre ambiental, que já somaa destruição de 10 hectares de mata nati-va, da melhor qualidade segundo espe-cialistas, pode ser contido com uma açãode cidadania coletiva que chame a aten-ção das autoridades para a questão quese desenrola desde 2002, quando foramlançadas linhas de crédito para geraçãode energia através de PCHs (PequenasCentrais Hidrelétricas). “Estamos diantede um cenário que requer a união detodos os moradores da região, de empre-sas e seus funcionários, escolas com seusalunos, do pessoal da indústria, do co-mércio e de todos os setores que se con-gregam em benefício da coletividade,como associações comerciais, maçona-ria, clubes e entidades”, afirma Luiz Car-los Cavalchuki, presidente da Rio PardoVivo, associação dedicada à defesa do rioPardo de qualquer tipo de degradação.

Entenda o caso Entenda o caso

2002 – 2002 – Diante da possibilidade de umapagão, o governo federal indica, atra-vés da ANEEL (Agência Nacional de En-ergia Elétrica), pontos hídricos para seconstruir usinas de geração de energiacom linhas de crédito do BNDES. Foramapontados, na época, 9 pontos no rioPardo. Desses, 5 evoluíram para proje-tos que trataram, então, se orgaizar paracumprir as exigências do órgão regu-lador de energia e obter o licenciamentoambiental para realizar a obra, que éobtido em instância estadual.

Nesse ponto do processo, a empresa in-teressada na obra contrata uma consul-toria para indicar os impactos ambien-tais que o projeto irá causar. Feito isso, oprojeto é apresentado à população dacidade através de Audiências Públicasque permitem que a comunidade avalieo que está sendo proposto. Essas au-diências são agendadas pela Cetesb,órgão estadual que avalia a viabilidadeambiental do projeto.

2010 – 2010 – Após 8 anos do anúncio dogoverno, são realizadas as AudiênciasPúblicas em Águas de Santa Bárbara,onde se pretende instalar a PCH PonteBranca. A cidade de menos de 5 milhabitantes, não contava com pessoascom conhecimento técnico ou experiên-cia suficientes para avaliar o projeto que,naturalmente, não foi contestado.

2012 – 2012 – O mesmo processo tem início

em Santa Cruz do Rio Pardo, onde sepretendia construir três PCHs. Foi a par-tir do agendamento das Audiências Pú-blicas, que um grupo de cidadãos se uniue saiu em busca de amparo técnico paraavaliar os projetos apresentados como“empreendimentos". Feitos diversos es-tudos, com auxílio de engenheiros agrô-nomos, engenheiros florestais e advoga-dos, concluiu-se que as obras não eramviáveis sob vários aspectos: ambiental,social e econômico.

Criada nessa época, a Rio Pardo Vivo, as-sumiu a responsabilidade de questionaros projetos junto às autoridades cabíveis.

O resultado foi claro, apesar de estarsendo contestado pelo empreiteira: aCetesb negou os licenciamentos, julgan-do-os ambientalmente inviáveis.

2014 – 2014 – Alertados pela Rio Pardo Vivo,os poderes públicos de Águas de SantaBárbara começam a se mobilizar paraevitar o desastre ambiental que o projetoPonte Branca, que obteve licenciamentoem 2010, representa. Uma das medidasfoi a criação de uma lei municipal prote-gendo o rio e, consequentemente, a baseeconômica da cidade, ancorada emminas de água mineral de perfeita quali-dade, que atraem empresas do porte da

Nestlé. O município, considerado estân-cia hidromineral, também se apoia noturismo gerado pelas águas de caracte-rísticas curativas que podem ser aprovei-tadas num balneário público, além daprodução agrícola, também compro-metidas caso o projeto da PCH PontoBranca seja levado adiante.

2015 – 2015 – Começa o desmatamento daárea onde será instalada a barragem quetem pelo menos 10 vezes a largura do rioe mais de 20m de altura. Um projeto gi-gante e desproporcional para o rio.

Apoiadas pela Rio Pardo Vivo, autori-dades locais propõem à Cetesb uma re-visão no processo de licenciamento, jáque o projeto tem as mesmas caracterís-ticas das PCHs julgadas inviáveis emSanta Cruz e está localizado no que éconsiderado o melhor trecho ecológicodo rio Pardo. “Essa obra pode destruiruma mata que jamais será recomposta,tanto pela diversidade de espécies, comopela fauna ali existente. Será um grandedesastre ecológico para uma região quevive em equilíbrio", garante Cavalchuki,que se baseia em dados colhidos atravésde um estudioso do rio Pardo, EdsonPiroli, docente da Unesp-Ourinhos.

Em defesa do rio Pardo – Em defesa do rio Pardo – Diantedo cenário desfavorável para a preser-

8 • meio ambiente

Comunidade precisa agir para salvar o Rio Pardo

por Flávia Manfrin

* O rio Pardo entre a

mata ciliar nativa ainda

inteira (do outro lado) e

os destroços de mata já

derrubada com vistas à

barragem para gerar

apenas 10,5 MW/h de

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desmedida que precisa –

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* Reunião técnica nacetesb. Pedido de re-visão do licenciamentoque está destruindo amata ciliar do Pardo*

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vação do rio, de uma área de mata ciliarrica e consistente e da fauna ali existente,várias ações estão sendo tomadas. Deum lado, o Ministério Público vem estu-dando a questão através do Gaema(Grupo de Atuação Especial de Defesado Meio Ambiente) e deve questionar ofato de ocorrer um desmatamento pos-terior à lei municipal que protege o riodesse tipo de ação. De outro, a Rio PardoVivo tem se reunido com técnicos daCetesb na tentativa de obter uma revisãono licenciamento que permita avaliarcom mais clareza e segurança os im-pactos do projeto para o rio Pardo, paraa cidade e para a região. “Os especialistas

da Cetesb têm como base o laudo feitopela empreiteira e nenhuma contestaçãode ordem pública à época das audiên-cias. Porém, pelo bem do rio, das cidadese do estado de São Paulo, estamos supli-cando que isso seja revisto antes que odesmatamento aumente”, diz o presi-dente da Rio Pardo Vivo.

Apelo público Apelo público –– Dispostos a levaradiante a luta para que o rio Pardo semantenha despoluído e com mata ciliarpreservada, os voluntários da Rio PardoVivo buscaram o apoio do ambientalistaFabio Feldmann, que agendou e acom-panhou as reuniões na Cetesb e também

visitou o local para conferir a perda demata nativa que o projeto impõe. Alémdisso, ao lado de Pirolli e de Cavalchuki,ele se reuniu com formadores de opiniãoe estudantes de Sta. Cruz, cidade queconcentra a maior força em defesa do riodesde o advento dos projetos das PCHs.“Vocês devem ir lá conferir o que estáacontecendo”, sugeriu Feldmann.

Ciente da envergadura desse processo, aRio Pardo Vivo está organizando umevento comunitário para chamar a aten-ção do governo de São Paulo para a ur-gência de se rever o projeto Ponte Brancae, ainda o projeto São Francisco, situado

em Iaras, vizinha a Águas de Santa Bár-bara. “Vivemos uma crise hídrica semprecedentes, que não era prevista em2002, quando lançaram as linhas decrédito para PCHs, e muito menos em2010, época do licencimento. É inconce-bível que, ao mesmo tempo que se pro-mova projeto de nascentes no estado, sedestrua uma mata ciliar dessa natureza.Pleiteamos a chance de mostrar isso aogoverno antes que seja tarde e o estragoirreversível”, alerta Cavalchuki.

A manifestação pelo rio Pardo está sendoorganizada com apoio do 360360. Fique deolho na riopardovivo.org e compareça!

*Eventos em Santa cruz reuniram formdores de opinião e estudantes. Todos podem se mobilizar para que o rio Pardo seja poupado de destruição para gerar tão pouca energia elétrica*

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Oi gente,

Esse mês entrevistei o famoso erespeitado ambientalista,FábioFeldmann, 59 anos, nascido emSão Paulo. Formado em direitopela USP e administração de em-presas pela gV, ele atua na áreade meio ambiente e desenvolvi-mento sustentável desde os anos70. Foi deputado federal nosanos 80 e fundador de várias en-tidades não governamentais quedefendem o meio ambiente. Espero que gostem de saber umpouco mais sobre esse ambien-talista que topou ajudar o movi-mento Rio Pardo Vivo.

Paola: O que te levou a se inte-ressar em defender o meio am-biente?Fabio Feldmann: Eu comecei a terinteresse nesse assunto quandoestava estudando administraçãona getúlio Vargas (FgV) e foi or-ganizado um seminário sobre umlivro que havia sido lançado cha-mado “O limite do crescimento”.A gente esta aqui nesta escola eeu cito isso como um exemplo decomo os professores são impor-tantes e as escolas também, poiscomecei a trabalhar e a me in-teressar por esse tema basica-mente em função desse livro e doevento que foi organizado naminha escola.

Paola: Então o estudo sobre oassunto foi o que despertou seuinteresse?Fabio Feldmann: É, naquele mo-mento sim. Porque isso foi háquase 40 anos, em uma época emque esse tema era muito menosdebatido do que é hoje.

Paola:Você falou que na sua ju-ventude esse tema era poucodebatido. E não se falava tantosobre o meio ambiente, crise etc.Então, como o meio ambienteera tratado naquela época?

Fabio Feldmann: Eu diria que adécada de 70 foi quando o mun-do começou a tomar consciênciasobre os problemas ambientais.Naquela ocasião, quando se fala-va dos problemas ambientais, eleseram colocados em um futuromuito distante, em uma dimen-são muito menos concreta doque é hoje. A gente falava muito“daqui 100, 200 anos podemocorrer esses fenômenos”. Na-quela época era inimaginável, porexemplo, uma crise hídrica como aque a cidade de São Paulo e asregiões metropolitanas estãovivendo. O que mudou de lá pracá é que muitos desses problemasse anteciparam.

Paola: Muita gente fala que essesfenômenos que estão ocorrendonão têm a ver com a ação huma-na. Qual a sua opinião sobre isso?Fabio Feldmann: A posição doschamados céticos, de que a hu-manidade não tem relação comesses fenômenos é rigorosamen-te minoritária. De modo geral, ospesquisadores falam que a açãodo homem tem sim a ver com oaquecimento global etc.

Paola: O que te trouxe para acausa do Rio Pardo Vivo, aqui emSanta cruz?Fabio Feldmann: Primeiro pelofato de existir um movimentocom muitas lideranças expressivasque estão articulando um de-bate, uma discussão sobre essetema, e na minha geração a gen-te falava muito isso “pensar glo-balmente, agir localmente”. Euacho que o que me trouxe real-mente aqui foi essa ideia de quese nós estamos tão preocupadoscom o planeta a ação tem queser local. E aqui nós encontramosum exemplo de uma ação que énecessária, que é a da preserva-ção do rio, que ainda está muitoconservado e que é um patrimô-nio da região e de todos nós.

Por: Paola Pegorer Manfrim

EntrevistaEntrevista VerdeVerdeAs PCHs e As PCHs e seus impactosseus impactos

O quadro abaixo, produzido pelo Sindicato Rural de Santa cruz do Rio Pardo,nos mostra em linhas gerais o que os projetos das PcHs para o rio Pardo re-presentam. Nele, temos dados como o tamanho do reservatório (em km2),quantas propriedades rurais serão afetadas, qual o custo de cada projeto,qual o volume de energia a ser gerada por hora, o tamanho das barragens,os empregos gerados e quanto de terra produtiva será perdida com o lagoe o reflorestamento em torno dele, que é uma exigência a ser cumprida.

Vale destacar que três das PcHs propostas para o rio Pardo foram julgadasambientalmente inviáveis pela cetesb, o órgão estadual que tem o poder deaprovar - ou não - as obras propostas. As outras duas - São Francisco ePonte Branca -, ao contrário, já têm licença de Implantação, apesar de osprojetos serem muito semelhantes e os impactos ambientais serem maisgraves por se tratar de uma área onde se enquantra o Aquífero guarani,responsável pela vazão de água das termas de Águas de Santa Bárbara.

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O movimento das pessoasera frenético na casa doAlvinho, nas casas dos vizin-hos, nas casas dos vizinhos dos vizin-hos, nas praças, em todos os lugares.Todos recolhendo tampinhas, latas,tudo o que pudesse armazenarágua após a chuva. Tudo issoporque Alvinho estava doente,muito doente. Febre alta, fraco, mole,estava com dengue. O mosquito aedes aegypti sótransmite se picar alguém com dengue..., como eu,assustou-se Alvinho com a ideia de seu corpo ser umhospedeiro, pior, um criadouro, pior ainda, ofornecedor de vírus para esses aedes contaminaremsua família, seus amigos, a cidade inteira. Brrrrr.Tremeu de febre e de medo ao tomar consciência doperigo que ele representava se o aedes o picasse.Tentou se levantar, mas uma tonelada de vírus ojogou de volta à cama. Não vou desistir, balbuciou e,juntando todas as suas forças, aos poucos se ergueu.Alvinho era um lençol em pé de guerra, um fan-tasma levitando sobre sua cama gritando: “Essesvírus que estão em mim irão todos morrer aqui, emmeu corpo. Eu não sou um hospedeiro e sim umcemitério de vírus! Uhhhhuuu!!! O fantasma do Alv-inho nascia do medo e do amor pelas pessoas e au-

mentou o som:Uhhhuuuuu!!!Daqui vírus nen-hum sai, daquininguém os tira”. Edesenhou sua táticade guerra.Kit repelente -Schsss! Schsss –roupas que cubramtodo o meu corpo.Todos no combate ao mos-quito. Portas, telas, bloqueiem a entrada de mosqui-tos na casa. De orelha em pé, os sentidos aguçados,Pingo, entendeu que estavam em guerra. Pensou,estudou, sabia que a audição dos cachorros é muitomelhor que a dos humanos, aprendeu a identificar o

som do voo do aedes de longe e, cada vez que oouvia, uivava como um lobo. Auuuuu! Alvinho enten-deu o código e, ao alerta do Pingo, borrifava repe-lente de insetos: Schsss! Schsss! Pelo que se sabePingo é o único cachorro que recebeu a faixa: “Cãode guarda no combate à dengue”.

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Um Um cemitcemitéériorio

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Pingo

Adeus

Dengue

O que é, o que é:1- Todos me pisam, mas eu não piso em ninguém. Todos perguntam por mim e eu não pergunto por ninguém.

2- Somos muitos irmãozinhos, em uma só casa vivemos, se nos coçam a cabeça, num instante morremos.1- o Caminho. 2- Os fósforos.

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Rio Pardo Vivo _Fotos Flávia Rocha | _360

Mais de 60 pessoas se reuniram no Colégio Camões para colaborar com o movimentoRio Pardo Vivo. O convite, além de reverter em fundos para as ações em defesado rio Pardo, serviu para uma conversa direta com especialistas. Fabio Feldmann,Edson Piroli e Luiz Carlos Caval-chuki, falaram a todos os presentes a respeito dasituação. O encontro reuniu empresários, profissionais autônomos, donas de casa evoluntários de vários setores da comunidade de Santa Cruz. Também deram seus depoimentos o ator Umberto Magnani, José Sanches, AntonioConsalter, Flávia Manfrin e Ricardo Assaf, ativistas da causa pelo rio Pardo. O evento também teve música, comes & bebes e presentes pra os convidados. O público vibrou com o show da Jugband Turvo Pardo Paranapanema, que par-ticipou voluntariamente, assim como Wesley, do Paulão Som, e pode aproveitar as delícias de Johnny's Burguer, Japaleta Mexicana e Ateliê Pralinê, também voluntários.Vale lembrar que ocasionalmente, o food truck de João Augusto Oliveira terá a opção do Burguer Rio Pardo Vivo, com parte do custo revertida para a associaçãoRio Pardo Vivo, numa forma de todos poderem ajudar. Também colaboraram com brindes a Special Dog, Orquidário Restaurante Cyber Café, De Cabrón Chillis, Super-mercado São Sebastião, Fit Club Sotre, Lalola Country Store, Brasília Alimentos, São João Alimentos, Ateliê Jorge Barbosa e os autores Fabio Feldmann e Ivan Martins.O evento contou com a ajuda da Drogalar, Colégio Camões, Katia Catalano, Luiz Henrique Suzuki, Priscila Pegorer Manfrim e Leo Spigariol na venda de convites, acontribuição das gráficas Itaúna e Magraf e cobertura do Caderno 360, do jornal Debate e do SPNEws. Aguardem novos eventos! Veja mais em : www.riopardovivo.org

12 • gente_acontece

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• Infantil. Terramota. Maria é uma menina corajosa e es-perta que mora com o tio Bigode e o gato Platão. Suamaior diversão é analisar o mundo pela janela. Num feri-ado, o tio resolve viajar, mas uma forte chuva atrapalha osplanos. A menina fica indignada e prepara uma revolução:inventa um outro mundo na sala de casa e funda aRepública Terremota. (50 min./ Livre)ASSIS: 17/04 – 20h30. Teatro Municipal Pe. Enzo TicinelliSTA. CRUz: 19/04 – 15h. Palácio da Cultura UmbertoMagnani NetoPALMITAL: 24/04 – 15h. Centro Cultural Antonio SylvioOURINHOS: 23/04 – 15h. Teatro Municipal Miguel Cury

• Infantil: Não Vamos Pagar! - Virgínia Cavendish. Trêsmeninas cheias de estilo, que leem mangás e cuidam dovisual, contam três histórias do premiado autor alemãoPeter Bichsel. A menina nerd curiosa, a garota super-heróininja e a romântica atrapalhada que sonha em ser baila-rina brincam, jogam e se divertem. E, da mágica do teatro,surgem mundos, personagens, objetos que se transfor-mam e transportam o espectador para um universo re-pleto de surpresas. Um rinoceronte de verdade surge comoum passe de mágica para inspirar o homem que não que-ria saber mais nada. A lua embala as divagações do avô,

obcecado por um certo Tio Iodok. (40min./ Livre)BERNARDINO: 16/04 – 15h. Casa da CulturaPIRAJU: 18/04 – 17h. Cinemax

• Música. The Beetles One. Viver a emoção de sentircomo seria um show dos Beatles no palco. Esta é a pro-posta da apresentação da Beetles One, cover dos Beatles.O espetáculo-tributo busca uma recriação nos mínimosdetalhes da performance do “Fab Four”, com produçãometiculosa que vai desde o visual dos músicos, figurinos einstrumentos musicais réplicas dos que os Beatles usavam,até a movimentação característica respectiva de cada bea-tle no palco. Além disso, o show é todo falado em inglês.A banda cover The Beetles One foi considerada em Agostode 2012 como a melhor banda Beatles do ano, dentre 66bandas covers do mundo todo. (80 min./ 10 anos)LINS: 17/04 – 20h. Casa da Cultura

• Teatro. Cartas de Maria Julieta e Carlos Drummondde Andrade. Cartas de Maria Julieta e Carlos Drummondde Andrade” inspira-se e traz ao público dramaturgica-mente e, pela primeira vez, a correspondência de uma vidainteira trocada entre um dos nossos maiores poetas e suaúnica filha. Desde que Maria Julieta tinha cinco anos deidade, pai e filha iniciam uma profunda e intensa cumpli-cidade, expressa através de desenhos, cartas, bilhetes, es-tendendo-se ao longo da vida em que as palavras são oveículo maior da demonstração de amor entre os dois.(60min./ 14 anos)BOTUCATU: 11/04 – 19h. Teatro Municipal

Depois de 4 anos, os gigantes do estadode SP voltam a mostrar sua superiori-dade e alcançam as semifinais docampeonato Paulista. corinthians, San-tos, São Paulo e Palmeiras medirãoforças para ver quem levantará a taçano início do mês de maio. Veja abaixo umpequeno raio-x de como cada timechega aos duelos decisivos da semifinal.

corinthians: O alvinegro, que foi o melhortime da 1ª fase do campeonato, pareceestar vivendo um conto de fadas com avolta de Tite como treinador. Ainda in-victo em jogos oficiais no ano de 2015, otime do Parque São Jorge chegou àssemifinais com um empurrãozinho da ar-bitragem, que anulou um gol legítimo daPonte Preta nas quartas-de-finais. In-dependente de qualquer empurrão, é in-discutível que o corinthians é o time aser batido no campeonato estadual.

Santos: Segundo melhor time da faseclassificatória do Paulistão, a equipe dabaixada santista enfrentará o tricolorna semifinal e vive melhor momento doque o rival do Morumbi. O Santos se en-caixou ao longo do campeonato e en-controu uma maneira coesa de jogar,chegando assim com uma ligeira van-tagem para alcançar as finais docampeonato.

São Paulo: O tricolor é, sem dúvida, quemvive pior momento entre os rivais. com asaída de Muricy Ramalho do comando dotime, o São Paulo tenta “juntar os

cacos” e transformar toda a qualidadede seu elenco em apresentações convin-centes em campo, o que ainda não acon-teceu em 2015, para desespero de seutorcedor. Quem sabe a motivação queestá faltando, apareça no clássico.

Palmeiras: O alviverde foi o pior entre osgrandes, se classificando em 4o lugar.Mesmo assim, vive melhor fase que o SãoPaulo. com um time aparentemente en-trosado e com muita vontade de vencer,chega para o duelo contra o corinthiansempolgado depois de uma boa apresen-tação diante do Botafogo-SP, nas 4ªs

de final.

Pitacos: corinthians e São Paulo passampor Palmeiras e Santos respectiva-mente, e protagonizam as finais doPaulistão.

*são-paulina que, por obrigação, tem que acreditar até o fim no sucesso do seu time

lugar comum na minha cida-de natal, Santa cruz do RioPardo, é dizer que “aqui nãotem nada pra fazer”. Ouçoisto desde que nasci e, sem-pre que posso, discordo (con-fesso que às vezes é difícilcombater esta ideia arrai-gada). Ao menos na searacultural (eterno mote destacoluna), é preciso parabeni-zar o trabalho que realizadopelo Poder Público, por meioda Secretaria Municipal decultura, com os inúmeroseventos oferecidos à popu-lação nos últimos anos.

Escrevo durante a realiza-ção da 2ª Semana Zilo e Zalode Música caipira, da qualparticipei tanto de fora, co-mo espectador, como fazen-do parte de um grupo decanto que, após três dias deótimas aulas e profícuas tro-cas de experiências, acabouse apresentando no Palácioda cultura, num coro de 25vozes entoando a linda“Amanheceu Peguei a Viola”,de Renato Teixeira.

O santacruzense pareceestar se acostumando aoseventos gratuitos ofereci-dos à população e, gradual-mente, vem comparecendo.Um público de razoável parabom esteve no Palácio dacultura, conferindo o beloespetáculo que ali se desen-rolou, com encenação dosalunos do Sesi e apresenta-ções de Pantaneiro e Pan-tanal, Eliel lima, Jean Frei-tas e Pedro e Yuri, em home-nagens à dupla Milionário eJosé Rico, tema da ediçãodeste ano, e Zilo e Zalo, alémde outras grandes cançõesdo cancioneiro caipira. gran-de evento!

E pra quem gosta de cinema,diversas oficinas são disponi-bilizadas gratuitamente, aolongo do ano, numa parceriacom o MIS – Museu da Im-agem e do Som –, de SãoPaulo. Recomendo e muito:participei de duas em 2014 esaí de lá com uma visão muitomais rica sobre o cinema. Enão é preciso ser nenhum es-pecialista pra fazer parte,

basta nutrir simpatia pelasétima arte.

E que tal o Rock in RioPardo deste ano? Váriasbandas e fechamento deluxo com Ira! (no sábado) eVelhas Virgens (no domingo).Tudo na faixa! Ou melhor:pago por todos nós...

Temos ainda o projetocoreto Encanto, já consoli-dado na administração pas-sada, que foi continuado evem aumentando, com o pro-jeto coreto criativo, extra-polando a ideia de umasimples apresentação musicale abarcando outras artes.

É o que eu tenho dito, comcerta surpresa positiva: temacontecido tanta coisa emSanta cruz que eu não estoudando conta de acompan-har... E isso é maravilhoso!

*músico, roqueiro por formação, sambista por opçãoe agora admirador da música

caipira por, digamos, osmose.

O BOMmomento

da culturade Sta. Cruz

Força máximanas finais doPAulIStãO

*Priscila Manfrim

• Esportes

• Música

*tiago Cachoni

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Em 2013, a massa popular e parte da elite brasileira foiàs ruas defender seus interesses. O estopim e principalargumento foi a alta no preço do transporte em públicoem São Paulo. A gota d’água que faltava para desen-cadear, qual pólvora, uma série de manifestações con-tra tudo que os governos (em todas as esferas) deixamde fazer, contrariando as intermináveis promessas depolíticos em época de eleições.

Legítimo, o movimento, evidentemente, deu margemtambém para manifestações menos convencionais epacíficas. Como os Black Bloc, muito se especulou, naépoca sobre a interferência do PT no movimento, já queantes de atingir a esfera federal, as críticas passavampelas administrações municipais e estaduais. Ou seja:sobrou pra todo mundo.

Em 2015, o que se vê nas ruas, depois de pelo menosuma hora transitando pela Avenida Paulista, onde essesmovimentos nasceram, inclusive o “Vem Pra Rua”, nãose assemelha em muitos aspectos ao movimento préeleições, que vimos em 2013. Primeiro o público é pre-dominantemente outro. E o que seria natural se fosse amassa a ocupar em maior volume as ruas, afinal ela éproporcionalmente maior, muito maior, é a elite que alipasseia. Isso não é crítica. É fato, vale ressaltar.

Outro ponto: assim como em 2013 havia a questão dovalor do transporte público e cada cidade tratou deavaliar suas questões municipais e incluí-las nas reivin-dicações – ou seja, havia casos concretos de clamor pormudanças – em 2015 as pessoas não sabem o quequerem. Sabem apenas o que não querem: Nem o PT,nem Dilma. Não têm a mesma intolerância com Alck-min, que aparece isento de culpa até que o contrárioseja provado pelo mesmo cidadão que diz ter certezado envolvimento direto de Dilma na corrupção daPetrobrás, mesmo que nada disso tenha sido provado.

A diferença de pessoas e medidas não se restringe àfogueira destinada ao PT, enquanto Alckmin não é jul-gado, muito menos inquirido. Os cidadãos que respon-deram à pergunta: “Quem vai para o lugar de Dilma?”no caso de um impeachment se mostraram mais coni-ventes com um Temer, um Calheiros ou um Cunha no

poder, apesar de tantas questões semelhantes pesandocontra todos eles. “Você volta às ruas para tirar oTemer?” Perguntei, tendo que sorrir depois de ver oriso nervoso e perdido do educado manifestante.

Sem querer ofender a muitos, mas com uma experiên-cia suficiente para não estar aqui sendo tendenciosa,apenas por perguntar, quem deveria ir ao lugar deDilma, vi um cidadão, que disse estar ali com a esposaensinando os filhos a serem brasileiros, pegar o exem-plar do 360 que eu deixei no carrinho de pipoca ondelhe perguntei sobre a solução para o Brasil, que eumostrei a quem quis ouvir que estava em busca deapoio para a defesa do Rio Pardo. Além de se apossardo exemplar sem permissão, ele fez questão de jogar ojornal no lixo. Não satisfeito, pegou de volta, simuloulimpar seu traseiro com ele e disparou: “Isso é lixo.”Sim, é essa a educação que ele dá a seus filhos.

A experiência não ficou nesses assustadores exemplos.Da amostra de depoimentos que colhi, 96% não sabiaapontar alguém melhor que Dilma para ocupar o lugarque a maioria dos eleitores a colocaram. “Tem que seralguém eleito por voto”, me disse um manifestante.“Mas ela acaba de ser eleita por voto”, argumentei. “Ah,mas por voto popular”, respondeu o cidadão que talvezacredite que baste a elite aprovar que está tudo bem.

Fora essas respostas claramente absurdas, que nos fazsentir vergonha alheia – ora, o que faz essa elite quenão lê, não estuda, não sabe o que fala muito menos oque quer??? – e as indicações de si próprio ou domarido, a maioria ri quando se pergunta quem deve as-sumir o lugar de Dilma. Um riso nervoso, um riso semgraça, uma busca pela resposta mais inteligente ou in-stigante… mas nada concreto. Ah, sim, houve ainda ocidadão que indicou Bolsonaro (veja a resposta dele na

fanpage do Caderno 360), um que indicou Aécio, o PMque aposta numa intervenção militar como solução eum que brinca indicando Jean Wyllys.

Defendo a manifestação, que transcorreu educada epacífica na cidade em que se acoberta o governo esta-dual de todas as mazelas para crucificar – literalmente– a presidente Dilma. Afinal, estamos numa democra-cia. Já fazer parte de um movimento que coloca gente“da roça” para falar em seu caminhão de maneira pre-conceituosa e torta, instigando a ignorância dos fatoscom jargões populistas, como testemunhei quandoparei diante do carro de som do movimento Vem PraRua, não. Muito menos depois de tantas demons-trações de intolerância, que chega ao ápice com a claradefesa de uma situação que há pouco tempo deixouesse país dizimado, em muitos sentidos, especialmenteno campo dos direitos humanos: a intervenção militar.

Ouvir de parentes e amigos que o importante é tirarDilma, que uma coisa de cada vez, quando se questionasobre o governo do estado de São Paulo, e vê-los debraços praticamente cruzados com a questão urgentedo rio Pardo é doloroso. Eu clamo para que essas pes-soas, tantas elas minhas amigas inclusive, se unam evenham para a margem do rio Pardo gritar “ForaPCHs!!!” E nos ajudem a convencer o governo estadualde que não vale a pena detruir um rio para gerar7MW/h de energia elétrica.

QuE paísé esse?

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Malévola e Frozen. Dois filmes infantis que contam ahistória de uma menina e a maldição lançada sobre elas. Umbeijo de amor verdadeiro quebra a maldição, mas, em nen-hum dos filmes, o beijo é dado pelo príncipe. Moral da história:sonhe com o príncipe encantado, suspire, mas, lembre-se, háum amor verdadeiro fora desse sonho.

No momento em que recebia seu coração, o Homem deLata ouvia atento ao Mágico de Oz: “Tenha sempre emmente que o amor é medido não pelo quanto você ama, maspelo quanto você é amado por outras pessoas”. Eu contavaessa passagem à Carminha, uma senhora poetisa amiga demamãe, quando notei a pele alva transtornando sua cor.Tornou-se rosa, ganhou tons de vermelho e, em vermelhoescarlate explodiu indignada: “De jeito nenhum! O amor estáem quem ama, o amor é fogo que arde sem se ver, é dorque desatina sem doer, é não contentar-se de estar con-tente e que seja infinito enquanto dure”. MisturandoCamões, Vinícius, inflada de paixão, a poetisa escarlate can-tava o amor em sua cor mais forte.

Zé, leia “Amar, Verbo Intransitivo” do Máriode Andrade. É muito bom, aconselhou-me oDito, meu irmão, e, dito e feito, li. Carlos é opersonagem, o adolescente com 16 anos. Seupai contrata a governanta alemã, Fraulein,para trabalhar em sua casa: “você irá ensi-nar ao meu filho o que é amar”. Tão fácilquanto simples: amar! Um verbo intransitivocomo o verbo chover, completo em si mesmo.Chove e fim. “Amar é verbo transitivo sen-hor, pede algo, ou alguém para amar”.Podemos simplesmente amar, Mário? Deforma intransitiva? Acorda aí, volte pra suagente e conte-nos tudo o que descobriu emsuas criativas noites insones.

Descartes, no século XVI, duvidava de todo o conhecimentoexistente. Percebeu que os fundamentos eram frágeis, in-consistentes e decidiu duvidar de tudo, até de sua própriaexistência. Depois de muito duvidar e pensar, concluiu: “Du-vido, logo penso. Penso, logo existo”. O famoso “Cogito ergosum”. Em cismar sozinho à noite pensei nas pessoas de fé,nas que são crentes, que não duvidam e imaginei meu amigoRicardo, cristão praticante na igreja e na vida, dizendo:Credo, ergo sum. Creio, logo existo. Rousseau, no século XVIII,sentia-se desajustado socialmente e passou seus últimos 20anos em busca da natureza de sua existência. Do que con-siste o ser humano? ele se perguntava. Recordando todasua vida ele reviu seus sentimentos, seus pensamentos econcluiu: “Sentio, ergo sum”. Sinto, logo existo.

Dr. Carlos é um mestre no pé, no espírito da letra e um es-tudante compulsivo. Não se cansa de aprender. Os japone-ses dizem que começamos a envelhecer quando perdemos avontade de aprender. Se eles estiverem certos, Dr. Carlos,82 anos, não começará a envelhecer jamais. Ele nos ensinaa pensar, como na máxima de Einstein: “imaginação é maisimportante que conhecimento” e ensina os fundamentoscomo se dissesse: “imaginação sem conhecimento é um carrocom direção, mas sem acelerador”. Em cismar sozinho ànoite às vezes imagino o Dr. Carlos dizendo: Disco, ergo sum.Aprendo, logo existo, ou: Docere ergo sum. Ensino, logo ex-isto, mas do que ele gosta mesmo e encanta a classe inteira

é quando, no fim da aula, mostra seu veleiro singrandomares e diz feliz: Navigo ergo sum. Velejo, logo existo.

O obelisco do Ibirapuera em São Paulo abriga um mausoléuonde estão muitos heróis que lutaram pela liberdade na Rev-olução Constitucionalista de 9 de julho de 1932, entre elesM.M.D.C – Miragaia, Martins, Dráusio e Camargo – eIbrahim Nobre com sua frase imortal: “você pode tirar ohomem do coração da pátria, mas não tira a pátria docoração do homem”. Há outro obelisco no centro de SãoPaulo, no Largo da Memória, construído há 200 anos aolado de um chafariz para que os viajantes pudessem darágua aos cavalos. O obelisco é dedicado “À memória do zelodo bem público”. Não é fácil gostar de São Paulo, mas quem

a descobre, ama e se apaixona.

Apolo, o deus grego do sol e da juventude, passeava infladode glória após matar com suas poderosas e certeiras flechaso monstro terrível, a serpente Píton, quando viu Cupido, ogarotinho serelepe, miúdo, saltitando com suas flechasminúsculas e zombou: “que insignificante é você, moleque,com essas ridículas flechas inofensivas”. Olhe para mim, eusou Apolo, forte, belo. Com minhas flechas lutei e matei aterrível serpente Píton. No instante seguinte uma minúsculae “inofensiva” flecha com ponta de ouro acertou o coraçãode Apolo e outra com ponta de chumbo feriu o coração deDafne, a ninfa, filha de Peneu, o deus grego dos rios. Apolovoava nas asas do desejo, Dafne nas asas do medo. Umapaixão incontrolável tomou conta de Apolo e uma repulsa,também incontrolável, tomou conta de Dafne. Para salvara filha da luxúria e dos desejos libidinosos de Apolo, Peneutransformou-a em uma árvore de louro. Apolo, livre da mol-ecagem do Cupido, concedeu a Dafne, transformada emárvore de louro, a dádiva da juventude eterna, “serás sem-pre verde” e “os vencedores usarão uma coroa de louros emsua cabeça para homenageá-la”.Continua no próximo 360.

1515 •• bem viverbem viver

*médico santa-cruzense radicado em Campinas| [email protected]

Amar é...

arte: Franco Catalano Nardo | 360

*José Mário Rocha de Andrade

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