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3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil 5 - 7 Março 2015 • Aveiro • Hotel Meliá Ria Tumores Ósseos Malformações Congénitas da Mão Curso de Reumatologia Pediátrica Workshop Orthopediatrics de Técnicas Cirúrgicas

3º Congresso Nacional - spot.pt · CL16 – Fraturas da tacicula radial tratadas com encavilhamento elástico de Metaizeau./ Fractures of the radial head treated by Metaizeau’s

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3º Congresso Nacionale XX Jornadas de Ortopedia Infantil

5 - 7 Março 2015 • Aveiro • Hotel Meliá Ria

fa

Tumores Ósseos

Malformações Congénitas da Mão

Curso de Reumatologia Pediátrica

Workshop Orthopediatrics de Técnicas Cirúrgicas

A Secção para o Estudo da Ortopedia Infantil (SEOI) da Sociedade Portuguesa de

Ortopedia e Traumatologia (SPOT) realiza o seu

3º CONGRESSO NACIONAL E XX JORNADAS DE ORTOPEDIA INFANTIL, no

período de 5 A 7 DE MARÇO DE 2015,

NO HOTEL MELIÁ RIA, EM AVEIRO.

No dia 5 de Março, temos um CURSO PRÉ-CONGRESSO DE REUMATOLOGIA

PEDIÁTRICA, dirigido a Médicos Internos, Ortopedistas, Pediatras,

Reumatologistas, Médicos de Medicina Geral e Familiar e de Medicina Fisica e

Reabilitação, Enfermeiros, Fisioterapeutas e Técnicos Superiores de Saúde.

O WORKSHOP ORTHOPEDIATRICS DE TÉCNICAS CIRÚRGICAS utilizadas

especificamente na Criança e no Adolescente decorre na tarde deste dia, para

um número limite de 30 participantes, sendo destinado a Médicos Internos de

Ortopedia, Ortopedistas e Enfermeiros.

Os TUMORES ÓSSEOS E AS MALFORMAÇÕES CONGÉNITAS DA MÃO são

os temas principais do Congresso, que oferece um Programa diversificado e

estimulante e conta com a presença de palestrantes de elevada reputação

técnica e científica, que certamente contribuirão para fortalecer e desenvolver a

ORTOPEDIA PEDIÁTRICA portuguesa.

O Congresso é também uma oportunidade para os Médicos e Internos de

Especialidade portugueses apresentarem o trabalho que desenvolvem nos seus

Serviços e discutirem casos complexos.

A VOSSA PRESENÇA É IMPORTANTE PARA A SEOI!

CONTAMOS COM TODOS EM AVEIRO!

Agradecemos o apoio de:

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3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil

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PROGRAMA

3º Congresso Nacionale XX Jornadas de Ortopedia Infantil 5 - 7 Março 2015 • Aveiro • Hotel Meliá Ria

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3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil

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Direção da SEOI 2015-2016 Cristina Alves (Coordenadora)Delfin Tavares (Tesoureiro)Nuno Alegrete (Vogal)

Comissão Organizadora LocalGabriel Matos Cristina Alves Inês Balacó Pedro Sá Cardoso Tah Pu Ling

Convidados estrangeirosFrancisco Soldado (Hospital Sant Joan de Déu, Barcelona)Ignacio Martínez Caballero (Hospital Niño Jesus, Madrid)Julio Duart (Complejo Hospitalario de Navarra)Mikel San Julián (Clínica Universidad de Navarra)Sevan Hopyan (The Hospital for Sick Children, Toronto)

Júri Melhor Comunicação: Carolina Escalda, Jorge Coutinho, Manuel Cassiano Neves

Júri Melhor Poster: Fernando Carneiro, Graça Lopes, Mafalda Santos

Local Hotel Mélia Ria - AVEIRO | Cais da Fonte Nova, Lote 53810-200 Aveiro, PortugalT: +351 234 401 000 F: +351 234 401 009 GPS: 40.6386 (N), -8.6452 (W)

Secretariadowww.asic.pt › telef 239 482 000 › e-mail: [email protected]

3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil

2

Direção da SEOI 2015-2016 Cristina Alves (Coordenadora)Delfin Tavares (Tesoureiro)Nuno Alegrete (Vogal)

Comissão Organizadora LocalGabriel Matos Cristina Alves Inês Balacó Pedro Sá Cardoso Tah Pu Ling

Convidados estrangeirosFrancisco Soldado (Hospital Sant Joan de Déu, Barcelona)Ignacio Martínez Caballero (Hospital Niño Jesus, Madrid)Julio Duart (Complejo Hospitalario de Navarra)Mikel San Julián (Clínica Universidad de Navarra)Sevan Hopyan (The Hospital for Sick Children, Toronto)

Júri Melhor Comunicação: Carolina Escalda, Jorge Coutinho, Manuel Cassiano Neves

Júri Melhor Poster: Fernando Carneiro, Graça Lopes, Mafalda Santos

LocalHotel Mélia Ria - AVEIRO | Cais da Fonte Nova, Lote 53810-200 Aveiro, PortugalT: +351 234 401 000 F: +351 234 401 009 GPS: 40.6386 (N), -8.6452 (W)

Secretariadowww.asic.pt › telef 239 482 000 › e-mail: [email protected]

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05 Março 2015 Curso Pré-Congresso: Reumatologia Pediátrica

08h30 - Abertura do Secretariado09h00 - Abertura do Curso. Cristina Alves09h20 - Conceitos Básicos

Moderadores: Maria José Vieira, Cristina Alves09h20 - Diagnósticos mais comuns. Manuel Salgado09h40 - Particularidades da anamnese. Maria José Santos10h00 - Discussão10h10: Exame Objectivo

Moderadores: Filipa Ramos, Inês Balacó10h10 - Exame musculoesquelético de rastreio (pGALS). Paula Estanqueiro10h30 - Particularidades e Especificidades do Exame Objetivo. Inês Cunha10h50 - Discussão11h00 - Café11h30: Exames Complementares de Diagnóstico

Moderadores: Margarida Oliveira, João Campagnolo11h30 - O Laboratório Básico. Margarida Guedes11h50 - Noções Básicas de Ecografia, Radiologia, TAC, RM. Filipe Macedo12h30 - Discussão13h00 - Almoço14h00: Artrites Idiopáticas Juvenis

Moderadores: Anabela Barcelos, Gabriel Matos14h00 - As Artrites Idiopáticas Juvenis e a evolução na Vida Adulta. JA Melo Gomes14h20 - Comorbilidades das Artrites Idiopáticas Juvenis. Helena Canhão14h40 - Discussão15h00: Lombalgias e Síndromes Auto-inflamatórios

Moderadores: José Luís Peralta, Nuno Alegrete15h00 - Lombalgias. Iva Brito15h20 - Síndromes auto-inflamatórios ósseos. Marta Conde15h40 - Discussão16h00 - Café16h30: Artrites Não Idiopáticas

Moderadores: Filipa Mourão, Jorge Seabra16h30 - Febre Reumática e Artrites Reativas. Manuel Salgado16h50 - Manifestações Osteoarticulares das Doenças Sistémicas. Marta Cabral17h10 - Tratamento Ortopédico em Reumatologia Pediátrica. Inês Balacó17h30 - Discussão18h00 - Prova de Avaliação Facultativa

3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil

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3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil

05 Março

Workshop Orthopediatrics de Técnicas CirurgicasInstrutores Estrangeiros: Julio Duart, Ignacio Martínez Caballero

Instrutores Nacionais: Cassiano Neves, Cristina Alves, Inês Balacó, João Campagnolo

14h00 • Abertura do Workshop. Cristina Alves

14h10 • Osteotomias do Fémur em idade pediátrica: conceitos básicos, indicações e princípios técnicos.

Osteotomia de varização do fémur proximal. João Campagnolo

Osteotomia de valgização do fémur proximal. Manuel Cassiano Neves

Osteotomia de flexão do femur proximal. Inês Balacó

Osteotomia de extensão do femur distal. Ignacio Martínez Caballero

14h50 • Exercícios Práticos c/ Instrutores: Locking Cannulated Blade Plate System PediLoc® Femur Locked Plate System PediLoc® Extension Osteotomy Plate

16h00 • Café

16h30 • Tratamento cirúrgico de fracturas diafisárias do fémur em idade pediátrica: Conceitos Básicos. Cristina Alves

16h40 • Exercícios Práticos com Instrutores: Pedinail™, PediFlex™, PediLoc® Femur Locked Plate System

17h30 • Reconstrução do Ligamento Cruzado Anterior em Idade Pediátrica: Conceitos Básicos. Julio Duart

17h50 • Apresentação do Sistema de Reconstrução ShieldLoc™ e ArmorLink™

18h30 • Encerramento.

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06 Março 2015 / March 6th , 2015

09h00 • Início dos Trabalhos. / Initial address. Cristina Alves

09h10 • Comunicações Livres (5 ‘apresentação)/ Oral Papers (5’ presentation)

Moderadores/ Moderators: Fernando Carneiro, Jorge Coutinho

CL01 – Tratamento Cirúrgico de Navicular Acessório – A Experiência de um Serviço./ Surgical treatment ofAccessory Navicular: a Department’s Experience. Daniel Peixoto, João Antunes, António Mendes, Susana Ângelo, Francisco Gomes, Manuel Gameiro, Fernando Pereira.

CL02 – Factores determinantes de recidiva de pé boto durante o tratamento com o Método de Ponseti./ Determining factors of clubfoot relapse during treatment by Ponseti Method. Hugo Duarte, Nuno Alegrete.

CL03 – Osteomielite Aguda em doentes com Drepanocitose na Idade Pediátrica: Estudo Retrospectivo de 14 anos./ Acute Osteomyelitis in patients with Drepanocytosis in Pediatric Age: a 14-years Retrospective Study. Nuno Correia Mendonça, Catarina Pereira, José Caldeira, Mafalda Lopes, Alexandra Dias, Pedro Beckert.

09h30 • Discussão (6’)/ Discussion (6’)

CL04 – Doença de Blount – Análise retrospetiva e determinantes de prognóstico./ Blount’s Disease- Retrospective Analysis and determinants of prognosis. Miguel Pádua, Mafalda Lopes, Marco Pato, Catarina Pereira, Delfin Tavares, M Cassiano Neves.

CL05 – Tíbia Vara do Adolescente – Análise retrospetiva e comparação de duas técnicas de fixação./ Adolescent Tibia Vara- Retrospective Analysis and Comparison of two fixation techniques. Miguel Pádua, Mafalda Lopes, Marco Pato, Catarina Pereira, Delfin Tavares, M Cassiano Neves.

CL06 – Coletes gessados seriados no tratamento de Escolioses Early onset – Experiência de um Serviço. / Serial Casting in the treatment of Early Onset Scoliosis- Experience of a Department. Joana Teixeira, João Correia, Joaquim Brito, Rita Henriques, Pedro Fernandes.

09h50 • Discussão (6’)/ Discussion (6’)

10h00 • Conferência Ciência em Ortopedia: Origens do Desenvolvimento do Padrão Esquelético dos Membros/ Conference Science in Orthopaedics: Developmental origins of limb skeletal pattern. Sevan Hopyan

10h20 • Discussão/ Discussion

10h30 • Café/ Coffee

3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil

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10h50 • Tumores Ósseos em Idade Pediátrica: Conceitos Básicos / Pediatric Bone Tumors: Basic Concepts

Moderadores/ Moderators: Gabriel Matos, António Oliveira

10h50 • Tumores Benignos: Diagnóstico, Tratamento e Prognóstico/ Benign Tumors: Diagnosis, Treatment and Prognosis. Pedro Cardoso

11h10 • Tumores Malignos: Diagnóstico, Tratamento e Prognóstico./ Malignant Tumors: Diagnosis, Treatment and Prognosis. Inês Balacó

11h30 • Porque tratar os Tumores Ósseos Pediátricos em Centros de Referência./ Reasons to treat Pediatric Bone Tumors in Reference Centers. José Portela

11h50 • Discussão/ Discussion.

12h00 • In memoriam: Homenagem ao Dr. Artur Côrte-Real/ In memoriam: Homage to Dr. Artur Côrte-Real. J Mesquita Montes

12h30 • Conferência do Convidado de Honra: Que Rumos para a Ortopedia Pediátrica Portuguesa?/ / Conference of The Guest of Honour: Which routes for Portuguese Pediatric Orthopaedics? Jorge Coutinho

13h00 • Abertura Oficial do Congresso/ Opening Ceremony.

13h30 • Almoço/ Lunch.

14h30 • Tumores Ósseos em Idade Pediátrica: Tratamento Cirúrgico. Pediatric Bone Tumors: Surgical Treatment.

Moderadores/ Moderators: Cristina Alves, Pedro Cardoso

14h30 • Quando e Como utilizar a epifisiólise e distracção fisária./ When and How to use epiphysiolysis and physeal distraction? Mikel San Julián

14h50 • Ressecção de sarcomas do membro inferior e reconstrução com perónio vascularizado: indicações, técnica cirúrgica e resultados./ Resection of lower limb sarcomas and reconstruction with vascularized fibula: indications, surgical technique and results. Sevan Hopyan

15h10 • Utilização de aloenxertos para reconstrução tumoral na Criança e Adolescente./ Use of allografts for tumor reconstruction in children and teenagers. Mikel San Julián

15h30 • Discussão / Discussion.

15h40 • Tumores Ósseos em Idade Pediátrica: Tratamento Cirúrgico./ Pediatric Bone Tumors: Surgical Treatment.

Moderadores:/ Moderators Inês Balacó, José Portela

15h40 • Ressecção de sarcomas do membro inferior e reconstrução com rotationplasty: indicações, técnicas cirúrgicas e resultados./ Resection of lower limb sarcomas and reconstruction with rotationplasty: indications, surgical techniques and results. Sevan Hopyan

3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil

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15h50 • Utilização de próteses para reconstrução tumoral na Criança e Adolescente./ Use of Prosthesis for tumoral reconstruction in Children and Adolescents. Gabriel Matos

16h10 • Amputação: que indicações?/ Amputation: what indications? Cristina Alves

16h30 • Discussão

16h40 • Café

17h00 • Crossfire SEOI-STAL: Discutir Tumores com os Experts. / Crossfire SEOI-STAL: Discuss Tumors with the Experts.

Moderadores/ Moderators: Gabriel Matos.

Experts: Mikel San Julián, Sevan Hopyan

17h30 • Comunicações Livres (5 ‘apresentação)/ Oral Papers (5’ presentation)

Moderadores/ Moderators: M. Cassiano Neves, Joana Freitas

CL07 – Osteoma Osteoide em Idade Pediátrica – Como Tratar e Como Seguir./ Osteoid Osteoma in the Pediatric Age- How to Treat and Follow. João Esteves, Luís Barros, Marta Santos Silva, Pedro Neves, Pedro Cardoso.

CL08 – Prognóstico do atingimento do esqueleto axial em doentes com Sarcoma de Ewing./ Prognosis of Axial Involvement in patients with Ewing Sarcoma. Miguel Brites Moita, Inês Balacó, Cristina Alves, Pedro Sá Cardoso,

Tah Pu Ling, Alice Carvalho, Gabriel Matos.

CL09 – Função e qualidade de vida em doentes submetidos a ressecção de tumor ósseo maligno do membro inferior e reconstrução por artroplastia com endoprótese./ Function and Quality of Life in Patients undergoing resection of a lower limb malignant bone tumor and reconstruction by arthroplasty with endoprosthesis. Miguel Brites Moita,

Inês Balacó, Cristina Alves, Pedro Sá Cardoso, Tah Pu Ling, Alice Carvalho, Gabriel Matos

17h50 • Discussão (6’)/ Discussion (6’)

CL10 – Reconstrução Tumoral com Aloenxerto em Idade Pediátrica – Resultados Funcionais./ Tumoral Reconstruction with Allografts in the Pediatric Age- Functional Results. António Mendes, Inês Balacó, Cristina Alves,

Pedro Sá Cardoso, Tah Pu Ling, Alice Carvalho, Gabriel Matos.

CL11 – Reconstrução com Prótese Expansível: uma boa alternativa no tratamento dos tumores ósseos malignos do Membro Inferior na Criança./ Reconstruction with Expandable Prosthesis: a good option in the treatment of malignant bone tumors of the lower limb in children.

3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil

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Pedro Farinha Martins, Inês Balacó, Cristina Alves, Pedro Sá Cardoso, Tah Pu Ling,

Alice Carvalho, Gabriel Matos.

CL12 – Utilidade dos enxertos de perónio vascularizado na reconstrução e preservação do membro em cirurgia tumoral./ Usefulness of vascularized fibula graft in limb reconstruction and preservation in tumoral surgery. Miguel Nascimento, Inês Balacó, Cristina Alves, Carla Diogo, Horácio Zenha, Alice Carvalho, Gabriel Matos.

18h20 • Discussão (6’)/ Discussion (6’)

18h30 • Assembleia Geral da SEOI / SEOI’s General Assembly.20h00 • Jantar do Congresso/ Dinner of the Congress.

07 Março 2015 / March 6th , 2015

08h30 • Comunicações Livres (5 ‘apresentação)/ Oral Papers (5’ presentation)

Moderadores/ Moderators: Jorge Coutinho, Carolina Escalda

CL13 – Fraturas da diáfise femoral pediátricas – estratégias de tratamento de acordo com a idade./ Femoral diaphysis pediatric fractures- treatment strategies according to age. Pedro Gomes, Luís Castelo, António Lopes, Marta Maio, Pedro Mota, António Marques Dias

CL14 – Fracturas do fémur em crianças – casuística do serviço./ Femur fractures in children- a department’s experience. Maria Miguel Carvalho, Filipe Medeiros, Bruno Correia, Filipe Sousa, Pedro Martins, Raquel Carvalho, Rita Jerónimo, Álvaro Botelho.

CL15 – Avulsão da tuberosidade anterior da tíbia: experiência de 10 anos. /Avulsion of the tibial tuberosity: 10 years experience. Ana Bia, Patricia Rodrigues, Delfin Tavares.

08h50 • Discussão (6’)/ Discussion (6’)

CL16 – Fraturas da tacicula radial tratadas com encavilhamento elástico de Metaizeau./ Fractures of the radial head treated by Metaizeau’s elastic nailing. Ricardo Simões, António Gonçalves, João Raposo, Luís Tavares, Luís Soares, Fernando Carneiro.

CL17 – Resultados clínicos e radiológicos das fracturas do côndilo lateral do úmero distal na criança tratadas cirurgicamente./ Clinical and Radiological Results of Surgical treatment of distal humerus lateral condyle fractures. Luis Tavares, João Pedro Raposo, Ricardo Simões, António Gonçalves, Virgílio Paz Ferreira, Fernando Carneiro.

CL18 – Em Crianças com fracturas supracondilianas do úmero, Gartland III, a existência de lesão neurológica inicial não afecta o prognóstico

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3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil

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funcional. / In Children with Gartland III supracondylar fractures of the humerus, the presence of initial neurological lesion does not affect the functional prognosis. Pedro Farinha Martins, Cristina Alves, Inês Balacó, Pedro Sá Cardoso, Tah Pu Ling, Gabriel Matos.

09h20 • Discussão (6’)/ Discussion (6’)

CL19 – Tratamento das Fracturas dos ossos do antebraço pediátricas – gesso ou bisturi? Comparando a experiência de 2 instituições./ Treatment of pediatric fractures of the forearm- cast or scalpel? Comparing the experience of 2 institutions. João Pedro Raposo, João Diogo Castro, Cristina Alves, Inês Balacó, Tah Pu Ling, Pedro Sá Cardoso, António Gonçalves, Ricardo Simões, Virgílio Paz Ferreira, Fernando Carneiro, Gabriel Matos.

CL20 – Um exame clínico e ecografia da anca normais dispensam a realização de radiografia para exclusão de DDA em crianças nascidas em apresentação pélvica./ Children born by pelvic delivery having a normal clinical exam and ultrasound of the hip can be spared from radiography to exclude DDH. António Mendes, Cristina Alves, Inês Balacó, Pedro Sá Cardoso, Tah Pu Ling, Gabriel Matos.

CL21 – Complexo extrofia-epispádias./ Extrophy-epispadias complex. Ana Bia, Francisco Sant’Anna, Delfin Tavares.

09h50 • Discussão (6’)/ Discussion (6’)

CL22 – Tratamento cirúrgico de Dedo em Gatilho - análise de resultados./ Surgical Treatment of Tigger Thumb- analysis of the results. Pedro Martins Branco, Leonor Paulo, Carlos Maia Dias, Tiago Paiva Marques, Miguel Moita, Jaime Babulal, Luis Tomaz, Francisco Mendes.

CL23 – Sindactilias: particularidades e resultados do tratamento cirúrgico. / Syndactlyies: particularities and results of surgical treatment. Miguel Nascimento, Tah Pu Ling, Pedro Sá Cardoso, Inês Balacó, Cristina Alves, Gabriel Matos.

CL24 – Revisão casuística das epifisiólises proximais da tibia./ Revision of the experience with proximal ephysiolysis of the tibia. Maria Miguel Carvalho, Filipe Medeiros, Bruno Correia, Filipe Sousa, Pedro Martins, Raquel Carvalho, Rita Jerónimo, Álvaro Botelho.

10h20 • Discussão (6’)/ Discussion (6’)

10h30 • Café

3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil

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3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil

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11h00 • Maformações Congénitas da Mão I/ Congenital malformations of the Hand I

Moderadores/ Moderators: António Leite da Cunha, Delfin Tavares

11h00 • Malformações Congénitas da Mão: Classificação e Princípios de Abordagem./ Congenital Malformations of the Hand: Classification and Principles of Approach. Francisco Soldado

11h20 • Mão Bota Radial e Cubital./ Radial and Ulnar Clubhand. César Silva

11h40 • Hipoplasia do Polegar./ Thumb Hypoplasia. Francisco Soldado

12h00 • Discussão / Discussion.

12h00 • Malformações Congénitas da Mão II./ Congenital Malformations of the Hand II

Moderadores/ Moderators: Jorge Seabra, José Mesquita Montes

12h10 • Sindactilia. / Syndactyly. Tah Pu Ling

12h30 • Polidactilias Pós-Axiais e Duplicação do Polegar./ Postaxial Polydactylies and Thumb Duplication. Francisco Soldado

12h50 • Reabilitação da Criança com Malformação Congénita da Mão. / Rehabilitation of the Child with a Congenital Malformation of the Hand. Pedro Figueiredo

13h10 • Discussão / Discussion.13h20 • Entrega dos Prémios Melhor Comunicação e Melhor Poster./ Best

Oral Paper and Best Poster Awards.13h30 • Encerramento./ Closing.

Could you spot slow-progressing mucopolysaccharidosis (MPS)?NEW: The first online EACCME-accredited distance learning programme on MPS for rheumatologists

www.cme-on-demand.com/MPSThis 1-hour programme uses video tutorials and

interactive quizzes to help you:

UNDERSTAND the impact of the disease on your patients

RECOGNISE the symptoms of slow-progressing MPS

REFER to a metabolic/genetic specialist

High quality educational modules presented by: Dr Christina Lampe, University of Mainz, Rhineland Palatinate, Germany

Professor Dr Bernhard Manger, University of Erlangen-Nuremberg, Erlangen, GermanyDr Derralyn Hughes, Royal Free Hospital, London, UK

Date of preparation: May 2014 Job code: BIO/EU14/109

This programme has been sponsored by an educational grant from BioMarin

Register and complete the programme at www.cme-on-demand.com/MPS

The MPS Distance Learning Programme is awarded 1 European CME credit (ECMEC)� by the European Accreditation Council for Continuing Medical Education (EACCME)�.

3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil

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11h00 • Maformações Congénitas da Mão I/ Congenital malformations of the Hand I

Moderadores/ Moderators: António Leite da Cunha, Delfin Tavares

11h00 • Malformações Congénitas da Mão: Classificação e Princípios de Abordagem./ Congenital Malformations of the Hand: Classification and Principles of Approach. Francisco Soldado

11h20 • Mão Bota Radial e Cubital./ Radial and Ulnar Clubhand. César Silva

11h40 • Hipoplasia do Polegar./ Thumb Hypoplasia. Francisco Soldado

12h00 • Discussão / Discussion.

12h00 • Malformações Congénitas da Mão II./ Congenital Malformations of the Hand II

Moderadores/ Moderators: Jorge Seabra, José Mesquita Montes

12h10 • Sindactilia. / Syndactyly. Tah Pu Ling

12h30 • Polidactilias Pós-Axiais e Duplicação do Polegar./ Postaxial Polydactylies and Thumb Duplication. Francisco Soldado

12h50 • Reabilitação da Criança com Malformação Congénita da Mão. / Rehabilitation of the Child with a Congenital Malformation of the Hand. Pedro Figueiredo

13h10 • Discussão / Discussion.13h20 • Entrega dos Prémios Melhor Comunicação e Melhor Poster./ Best

Oral Paper and Best Poster Awards.13h30 • Encerramento./ Closing.

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Could you spot slow-progressing mucopolysaccharidosis (MPS)?NEW: The first online EACCME-accredited distance learning programme on MPS for rheumatologists

www.cme-on-demand.com/MPSThis 1-hour programme uses video tutorials and

interactive quizzes to help you:

UNDERSTAND the impact of the disease on your patients

RECOGNISE the symptoms of slow-progressing MPS

REFER to a metabolic/genetic specialist

High quality educational modules presented by: Dr Christina Lampe, University of Mainz, Rhineland Palatinate, Germany

Professor Dr Bernhard Manger, University of Erlangen-Nuremberg, Erlangen, GermanyDr Derralyn Hughes, Royal Free Hospital, London, UK

Date of preparation: May 2014 Job code: BIO/EU14/109

This programme has been sponsored by an educational grant from BioMarin

Register and complete the programme at www.cme-on-demand.com/MPS

The MPS Distance Learning Programme is awarded 1 European CME credit (ECMEC)� by the European Accreditation Council for Continuing Medical Education (EACCME)�.

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3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil

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Could you spot mucopolysaccharidosis (MPS)?

NEW: The first online distance learning programme on MPS for radiologists

www.cme-on-demand.com/MPSThis 1-hour programme uses video tutorials

and interactive quizzes to help you:

COMPREHEND the importance of the radiologist in recognising MPS

DISTINGUISH MPS from other skeletal dysplasias

REFER to a metabolic/genetic specialist

High quality educational modules presented by: Dr Roisin Hayes, Our Lady’s Children’s Hospital, Crumlin, IrelandDr Amaka Offiah, Sheffield Children’s NHS Foundation Trust, UK

Dr Derralynn Hughes, Royal Free Hospital, London, UK

The MPS Distance Learning Programme has applied for accreditation for 1 European CME credit (ECMEC) by the European Accreditation Council for Continuing Medical Education (EACCME).

Date of preparation: May 2014 Job code: BIO/EU/14/101

This programme has been sponsored by an educational grant from BioMarin

Register and complete the programme at www.cme-on-demand.com/MPS

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3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil

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3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil

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Could you spot mucopolysaccharidosis (MPS)?

NEW: The first online distance learning programme on MPS for radiologists

www.cme-on-demand.com/MPSThis 1-hour programme uses video tutorials

and interactive quizzes to help you:

COMPREHEND the importance of the radiologist in recognising MPS

DISTINGUISH MPS from other skeletal dysplasias

REFER to a metabolic/genetic specialist

High quality educational modules presented by: Dr Roisin Hayes, Our Lady’s Children’s Hospital, Crumlin, IrelandDr Amaka Offiah, Sheffield Children’s NHS Foundation Trust, UK

Dr Derralynn Hughes, Royal Free Hospital, London, UK

The MPS Distance Learning Programme has applied for accreditation for 1 European CME credit (ECMEC) by the European Accreditation Council for Continuing Medical Education (EACCME).

Date of preparation: May 2014 Job code: BIO/EU/14/101

This programme has been sponsored by an educational grant from BioMarin

Register and complete the programme at www.cme-on-demand.com/MPS

Resumos

Comunicações Livres

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CL 01 - Tratamento Cirúrgico de Navicular Acessório – A Experiência de um Serviço

Daniel Peixoto, João Antunes, António Mendes, Susana Ângelo, Francisco Gomes, Manuel Gameiro, Fernando Pereira(Hospital Distrital da Figueira da Foz)

IntroduçãoO osso navicular é ocasionalmente responsável por sintomatologia dolorosa no arco interno do pé. Esta dor é causada pela presença de um osso navicular acessório, uma variante normal presente em 12% da população.ObjectivosCaracterização dos doentes em idade pediátrica operados a navicular acessório sintomático no nosso serviço.

Métodos Estudo retrospectivo dos doentes operados no nosso Serviço entre Fevereiro de 2000 e Outubro de 2014. Resultados Foram realizadas 14 intervenções (exérese cirúrgica com ou sem reinserção do tendão do tibial posterior) em 12 doentes. Destes, 6 eram do sexo masculino e 6 do sexo feminino (2 operadas a ambos os pés). Todos referiam queixas de dor intermitente na região interna do mediopé após esforços. Ao exame físico apresentavam dor à palpação na inserção do tendão tibial posterior no osso navicular e o diagnóstico foi confirmado por Rx simples. Dos 14 casos, 8 apresentavam pé plano. A idade média da intervenção foi de 13,07 anos (entre 8 e 17 anos). O navicular acessório foi classificado como Grau II em 8 casos e Grau III em 6. Em todas as intervenções foi realizada a exérese do navicular acessório e em 12 o tendão do tibial posterior foi reinserido e o pé imobilizado. O internamento durou em média 3,5 dias e não foram registadas infecções ou outras complicações.Nas consultas de seguimento todos os doentes mostraram-se satisfeitos com os resultados obtidos.Em nenhum caso o pé plano foi corrigido.

ConclusãoO tratamento cirúrgico do navicular acessório é uma opção terapêutica quando o tratamento conservador falha. Consiste na exérese do osso acessório com ou sem reinserção do tendão do tibial posterior. A reinserção do tibial posterior (Operação de Kidner) não parece ter vantagem sobre a excisão simples uma vez que não corrige a anatomia nos casos de pé plano.

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CL 02 - Factores determinantes de recidiva de pé boto durante o tratamento com o Método de Ponseti

Hugo Duarte, Nuno Alegrete(Faculdade de Medicina da Universidade do Porto; Centro Hospitalar São João, EPE)

Objectivo Verificar a associação entre factores que caracterizam a criança e o seu ambiente sociofamiliar e a recorrência do pé-boto.

Métodos A informação foi obtida através da revisão das fichas clinicas de uma população de crianças com pé boto idiopático em tratamento com o Método de Ponseti há pelo menos 1 ano. Às respectivas famílias foi aplicado um questionário para obter os dados sociodemográficos. Foi aplicado um modelo de regressão logística simples para determinar a associação.

Resultados 29% das crianças em estudo apresentaram sinais de recorrência. Foram encontradas associações com significado estatístico entre a recorrência e o incorrecto uso da ortótese e a tentativa de correcção prévia noutro hospital. As restantes variáveis: sexo, lateralidade, história familiar de pé boto, parto pré-termo, número de gessos, diagnóstico pré-natal, realização de tenotomia, número de filhos, idade da mãe, rendimentos, escolaridade e seguro de saúde não mostraram qualquer associação.

ConclusãoO correcto uso da ortótese constitui a única associação onde há um aumento do risco da recorrência, não estando relacionado com os restantes factores. A distância ao centro hospitalar é também um problema importante manifesto pelo elevado número de crianças que são tratadas inicialmente noutros locais e, provavelmente, por outros métodos, sem sucesso.

Relevância Apesar de execução relativamente simples, o tratamento do pé-boto com o Método de Ponseti obriga os cuidadores a um empenho longo, verificando-se uma taxa de recorrência elevada. É importante conhecer os factores que estão por detrás das recorrências, de modo a tornar cada vez mais eficaz o tratamento.

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CL 03 - Osteomielite Aguda em doentes com Drepanocitose na Idade Pediátrica: Estudo Retrospectivo de 14 anos

Nuno Correia Mendonça, Catarina Pereira, José Caldeira, Mafalda Lopes, Alexandra Dias, Pedro Beckert(Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca, Amadora)

IntroduçãoA drepanocitose é uma hemoglobinopatia autossómica recessiva (gene da β-globina), caracterizada por anemia hemolítica crónica e episódios recorrentes de dor devidos a crises vaso-oclusivas (CVO), provocando lesão crónica de diversos órgãos. É comum o envolvimento osteoarticular com complicações infecciosas (osteomielite e artrite séptica) facilitadas pela asplenia e isquémia óssea. A osteomielite aguda (OA) é um desafio de diagnóstico diferencial com CVO óssea, cujo erro pode conduzir à perpetuação das lesões ósseas vs antibioterapia prolongada desnecessária.

ObjectivosDescrever a epidemiologia da OA em doentes com drepanocitose, na idade pediátrica, visando melhorar a sua compreensão e abordagem.

MétodosAnálise retrospectiva dos doentes admitidos com drepanocitose na nossa instituição entre 2000-2014, com idade inferior a 18 anos.

ResultadosForam admitidos 156 doentes com o diagnóstico de drepanocitose, na maioria de ascendência Africana (98%). Registaram-se 25 episódios de OA que ocorreram em 19 doentes (12%), com uma incidência anual de 1,79 casos. Os episódios de OA apresentaram uma idade média de 4,08 anos [1-10] com ligeiro predomínio do sexo masculino (56%). A infecção localizou-se preferencialmente em ossos longos β úmero (24%), fémur (16%) e tíbia (12%) - com múltiplas localizações em 12%. O agente etiológico foi identificado em 40%, sendo a Salmonella isolada em 50%. A maioria foi tratada conservadoramente com antibioterapia prolongada, enquanto 8% necessitaram de intervenção cirúrgica. A resposta terapêutica foi favorável em 96% das OA (evolução sem sequelas).

ConclusãoA OA apresenta-se como uma complicação grave e frequente na drepanocitose, afectando sobretudo as crianças com idades entre 2-5 anos. O início atempado da antibioterapia, com cobertura para Salmonella, demonstrou bons resultados, sendo pouco frequente a necessidade de intervenção cirúrgica.

RelevânciaO conhecimento do perfil epidemiológico da OA na drepanocitose é fundamental para a correcta abordagem da doença.

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CL 04 - Doença de Blount – Análise retrospetiva e determinantes de prognóstico

Miguel Pádua, Mafalda Lopes, Marco Pato, Catarina Pereira, Delfin Tavares, Manuel Cassiano(Hospital Fernando Fonseca, Hosp. D. Estefânia, Lisboa)

IntroduçãoA Doença de Blount é uma doença do desenvolvimento que se manifesta com deformidade multiplanar. O tratamento deve ser individualizado caso a caso, não sendo ainda claro na literatura quais os principais determinantes da resolução/recorrência da deformidade. Os objetivos deste trabalho consistiram numa análise retrospetiva dos doentes tratados na nossa instituição por forma a encontrar fatores de risco associados ao prognóstico.

MétodosRevisão dos processos e exames de imagem dos doentes operados na nossa instituição, de 2005 a 2012. Foram descritas a idade, sexo, raça, índice de massa corporal e idade de início da marcha. Radiologicamente caracterizámos o desvio-eixo-mecânico (DEM) e ângulo meta-diafisário, no pré-operatório, 6 meses pós-cirurgia e no final do follow-up. Estratificámos os casos por características demográficas, magnitude de deformidade e Grau de doença (Langenskiold).

ResultadosForam tratados cirurgicamente 11 doentes (18 membros). Encontrámos uma taxa de 81% de obesos (p<0,0001), 55% não-caucasianos, sem diferença para sexo, ou idade de início de marcha. Todos os doentes beneficiaram do tratamento cirúrgico na correção da deformidade (p<0,0001) à data de follow-up (média follow-up: 50meses). As osteotomias corrigiram em média 20º da deformidade coronal, com um desvio do eixo mecânico para fora de 5,2cm (ambos p<0,0001). Quando estratificados, verificou-se baixa incidência de recorrência no final do follow-up nos doentes de Grau mais precoce (2 e 3) em comparação com os doentes de Graus mais avançados (4, 5 e 6). Não se encontrou o mesmo factor prognóstico para outros parâmetros tais como peso, desvio-eixo-mecânico inicial ou ângulo meta-diafisário inicial.

ConclusãoO tratamento cirúrgico foi claramente benéfico na correção da deformidade. Em termos de risco de recorrência de deformidade com o crescimento, o factor prognóstico mais importante é o Grau da doença.

RelevânciaO planeamento terapêutico deve ter em maior consideração o Grau de doença do que a magnitude inicial da deformidade.

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CL 05 - Tíbia Vara do Adolescente – Análise retrospetiva e comparação de duas técnicas de fixação.

Miguel Pádua, Patrícia Gomes, Jorge Costa, Delfin Tavares, Manuel Cassiano(Hosp. Fernando Fonseca, Hosp. São José, Hospital D. Estefânia, Lisboa)

IntroduçãoA Tíbia Vara do Adolescente consiste numa forma mais rara e distinta da Tíbia Vara Infantil. O tratamento consiste na perda ponderal e na correção cirúrgica por osteotomia proximal da tíbia. Os objetivos deste trabalho consistiram numa análise retrospetiva dos doentes tratados na nossa instituição e comparação por coorte retrospetivo de duas técnicas utilizadas.

MétodosRevisão dos processos e exames de imagem dos doentes operados na nossa instituição, de 2005 a 2012. Foram descritas a idade, sexo, raça, índice de massa corporal e idade de início da marcha. Radiologicamente caracterizámos o desvio-eixo-mecânico, o ângulo meta-diafisário e o ângulo mecânico medial da tíbia proximal (mMPTA) à altura no pré-operatório, 6 meses pós-cirurgia e no final do follow-up. Estratificámos os casos por método de fixação da osteotomia com placa (Grupo-I) e Fixador Externo (Grupo-II) e testámos os diferentes métodos de fixação para: correção atingida, taxa de reintervenção e de intercorrências.

ResultadosForam tratados cirurgicamente 11 doentes (14 membros). Verificámos uma taxa de 91% de obesos (p<0,0001), com uma maior frequência do sexo masculino (81%, p=0,02) e raça negra (81%, p=0,04), sem diferença estatística para a idade de início da marcha face à população geral.Todos os doentes beneficiaram do tratamento cirúrgico na correção da deformidade (p<0,0001). Após estratificação, o Desvio-Eixo-Mecânico final foi de 33mm no Grupo-I e -12mm no Grupo-II (p=0,004); o mMPTA final foi de 83,6º (varo ligeiro) no Grupo-I e 91,8º (neutro) no Grupo-II (p=0,004), com menor taxa de reintervenções para o Grupo-II (p=0,04).

DiscussãoO tratamento com Fixador Externo permite a correção progressiva da deformidade e nesta série revelou-se superior face à fixação com placa, com melhor correção da deformidade e menor taxa de complicações.

RelevânciaO tratamento cirúrgico está indicado na correção da deformidade, sendo o Fixador Externo o melhor método aparente para fixação da osteotomia.

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CL 06 - Coletes gessados seriados no tratamento de Escolioses Early onset – Experiência de um Serviço.

Joana Teixeira, João Correia, Joaquim Brito, Rita Henriques, Pedro Fernandes(Hospital de Santa Maria – Centro Hospitalar Lisboa Norte)

IntroduçãoO tratamento da escoliose idiopática infantil com coletes gessados seriados (CGS) é uma técnica popularizado por Cotrel e modificado por Mehta. Com o surgimento da cirurgia caiu um pouco em desuso, voltando a ganhar popularidade à medida que as complicações cirúrgicas em crianças muito pequenas se tornam mais evidentes.

ObjetivoDemonstrar que CGS segundo a técnica de Mehta em crianças com elevado potencial de crescimento da coluna vertebral, são uma estratégia terapêutica eficaz que permite atrasar ou mesmo evitar procedimentos cirúrgicos.

MetodologiaAvaliação retrospectiva de nove doentes com escoliose progressiva, tratados com CGS segundo a técnica de Mehta. Foram avaliados os processos clínicos, estudos imagiológicos e registos informatizados dos doentes.Foram analisados os seguintes parâmetros: idade no início do tratamento, magnitude da deformidade no plano coronal no inicio e final do tratamento, altura T1-T12, número de gessos, intervenções cirúrgicas e complicações.

ResultadosA idade média no início do tratamento foi de 23 meses (7-48 meses). O número médio de gessos foi de 3,4 gessos por doente ( 2-6).56% dos doentes apresentavam escoliose idiopática infantil e 22% escoliose neuromuscular e sindromática, respectivamente.A amplitude média da deformidade coronal no inicio do tratamento foi 55º (26-85º) e 19,7º no final do tratamento (6º-50º ).Durante o período de tratamento o aumento de altura T1-T12 foi em média de 24,7 mm (10-72mm).Registamos uma complicação (conversão para artrodese posterior com barras de crescimento por dificuldade de contenção do colete por obesidade).

ConclusãoGCS são uma opção terapêutica eficaz na contenção e correção da deformidade em crianças com escoliose early onset, permitindo atrasar ou evitar um tratamento cirúrgico

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CL 07 - Osteoma Osteoide em Idade Pediátrica – Como Tratar e Como Seguir

João Esteves, Luís Barros, Marta Santos Silva, Pedro Neves, Pedro Cardoso (Centro Hospitalar do Porto)

ObjetivoO osteoma osteoide é uma neoplasia óssea benigna pequena, caracterizada por dor intensa com agravamento noturno. A exérese cirúrgica do nidus implica algumas complicações e dificuldades. Isto motivou a procura de alternativas menos invasivas como a termoablação.Foram revistos os osteomas osteoides em idade pediátrica tratados por termoablação, e avaliada a sua eficácia e follow-up

MétodosForam revistos 19 casos, 5 do sexo feminino e 14 do masculino, entre os 7 e os 17 anos (média 13 anos). As lesões ocorreram no fémur (n=12), tíbia (n=2), úmero (n=2), sacro (n=1), coluna lombar (n=2).O diagnóstico em todos os casos baseou-se na clínica e na realização de tomografia computorizada (TC) e cintigrafia óssea com técnica Pinhole. Não foi realizada nenhuma biopsia.Todos foram submetidos a termoablação por radiofrequência guiada por TC, sob anestesia geral, em regime de ambulatório.

ResultadosO tratamento foi eficaz (resolução completa e sustentada da dor) em todos os casos. Houve duas complicações (infeção superficial e síndrome meníngeo) ambas resolvidas sem sequelas.Nos primeiros 10 doentes foi repetido estudo imagiológico aos 6 meses após a cirurgia, mas constatou-se que não apresentava alterações significativas em relação à imagem pré-operatória (manutenção do nidus na TC e captação na cintigrafia) pelo que se passou a fazer apenas o follow-up clínico.Consideraram-se curados todos os doentes que não apresentaram recidiva da dor.O follow-up médio foi de 8,6 meses.

ConclusãoA termoablação por radiofrequência é uma hipótese adequada no tratamento desta patologia em crianças, apresentando excelentes resultados e poucas complicações. O follow-up pode ser curto e baseado apenas na clínica, não obrigando à exposição dos doentes a radiação adicional, exceto quando a dor reaparece.

RelevânciaO tratamento com radiofrequência é um tratamento eficaz e pouco invasivo e o follow-up curto e apenas clínico, permite diminuir a exposição dos doentes à radiação.

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CL 08 - Prognóstico do atingimento do esqueleto axial em doentes com Sarcoma de Ewing

Miguel Brites Moita, Inês Balacó, Cristina Alves, Pedro Sá Cardoso, Tah Pu Ling, Alice Carvalho, Gabriel Matos(Serviço de Ortopedia Pediátrica do Hospital Pediátrico de Coimbra - CHUC, EPE.)

ObjectivoEstabelecer o prognóstico dos doentes com Sarcomas de Ewing com atingimento do esqueleto axial, tratados numa instituiçãoMétodosEstudo retrospectivo, incluindo os doentes com Sarcomas de Ewing seguidos numa única instituição e com atingimento do esqueleto axial documentado, na apresentação inicial ou durante a evolução da doença. Consultaram-se os processos clínicos para recolha de dados demográficos, tempo e modalidades de tratamento e sobrevida.

ResultadosIncluíram-se 10 doentes neste estudo, 8 dos quais inicialmente estadiados como Enneking III e 2 como Enneking IIb. A idade mediana aquando da apresentação da doença foi de 11 anos e a prevalência entre sexos foi semelhante. O envolvimento do esqueleto axial verificou-se inicialmente em 7 dos 10 doentes, sendo que os restantes 3 doentes foram acometidos numa fase posterior da doença. Todos os doentes cumpriram 16,5 ±4,53 meses de quimioterapia. Adicionalmente, 4 doentes foram submetidos a cirurgia e radioterapia; 2 doentes receberam radioterapia e 1 doente foi submetido a cirurgia.Dos 10 doentes, 7 faleceram. O tempo médio de sobrevida desde o diagnóstico foi de 28±19 meses. Uma doente está livre de doença há 22 anos e outra há 28 meses. Uma doente está ainda a realizar quimioterapia.ConclusãoOs Sarcomas de Ewing são tumores raros, sendo o prognóstico particularmente mau no caso de atingimento axial. É rara a sobrevida além dos 2 anos.

RelevânciaConsubstanciar o significado prognóstico do envolvimento axial em doentes com Sarcoma de Ewing.

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CL 09 - Função e qualidade de vida em doentes submetidos a ressecção de tumor ósseo maligno do membro inferior e reconstrução por artroplastia com endoprótese.

Miguel Brites Moita, Inês Balacó, Cristina Alves, Pedro Sá Cardoso, Tah Pu Ling, Alice Carvalho, Gabriel Matos (Serviço de Ortopedia Pediátrica do Hospital Pediátrico de Coimbra - CHUC, EPE.)

ObjectivoAvaliar a progressão clínica, estado funcional e satisfação global de doentes submetidos a ressecção de tumores ósseos malignos do membro inferior e reconstrução com endopróteses não expansíveis.

MétodosAvaliação restrospectiva dos doentes submetidos a ressecção de tumor ósseo maligno do membro inferior e reconstrução com endoprótese não-expansível, no nosso Serviço, no período 1994-2014. Consultaram-se os processos clínicos para recolha de dados demográficos, tempo e modalidades de tratamento, complicações e necessidade de gestos cirúrgicos adicionais. Utilizaram-se RX extralongos para medição da dismetria final e os questionários MusculoSkeletal Tumour Society Scale (MSTS) e KidScreen 10 para avaliação funcional.

ResultadosIncluímos 20 doentes, 10 de cada sexo, com idade média ao diagnóstico de 14,2±3,3 anos e idade aquando da avaliação funcional de 21,4±5,8 anos. A histologia predominante foi o osteossarcoma (77%) e a localização preferencial o fémur distal (45%), sendo o estadiamento maioritariamente Enneking IIb (77%), com tempo médio de quimioterapia de 12,7±7,7 meses. Realizaram-se 16 artroplastias do joelho e 4 da anca. O tempo de seguimento dos doentes vivos é de 84,4 ±68,2 meses (24-252)Dois doentes faleceram, retendo contudo os implantes durante a sobrevida. Registaram-se complicações em 10 doentes (45%), com necessidade de reintervenção em 6 casos (27%). Dois doentes perderam a prótese por infecção. A dismetria final foi de 6,6±5,8 mm (0-20). Aferimos ainda um score MSTS médio de 22,5±4,9 e um score KS10 médio de 75,8%.

ConclusãoO tratamento de tumores ósseos malignos por ressecção e artroplastia com megapróteses não-expansíveis envolve uma elevada taxa de complicações, mas permite boa longevidade da reconstrução e razoáveis resultados funcionais. Apesar de algumas limitações físicas, a generalidade dos doentes tratados na nossa instituição tem boa qualidade de vida.

RelevânciaEste estudo permite compreender o prognóstico funcional e qualidade de vida da população pediátrica submetida a ressecção de tumor ósseo maligno do membro inferior e reconstrução com endoprótese não-expansível.

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CL 10 - Reconstrução Tumoral com Aloenxerto em Idade Pediátrica – Resultados Funcionais

António Mendes, Inês Balacó, Cristina Alves, Pedro Sá Cardoso, Tah Pu Ling, Alice Carvalho, Gabriel Matos (Serviço de Ortopedia Pediátrica do Hospital Pediátrico de Coimbra- CHUC, EPE)

ObjectivoÉ objectivo deste trabalho avaliar os resultados obtidos com a utilização de aloenxertos em cirurgia de ressecção tumoral e reconstrução com preservação do membro, em crianças e adolescentes com tumores ósseos primários malignos.

MétodosEstudo retrospectivo dos doentes com diagnóstico de tumor ósseo maligno primário, submetidos a ressecção tumoral e reconstrução com aloenxerto, tratados numa instituição no período 1992-2013. Realizou-se colheita de dados dos processos clínicos, referentes às características dos doentes e tumores, tratamento e complicações. Para avaliação funcional, realizou-se entrevista telefónica e aplicou-se o Kidscreen-10 e o MSTS.

ResultadosForam incluídos neste estudo 18 doentes, 14 disponiveis para avaliação (4 falecidos), 11 do sexo feminino. A idade aquando do diagnóstico foi de 10,16±3.14 anos. Foram diagnosticados 10 tumores de Ewing e 8 osteossarcomas, localizados preferencialmente no membro inferior (fémur + tíbia= 11). A maioria (n=12) dos doentes apresentou-se no estadio Enneking IIB. Em todos os doentes foi realizada ressecção em bloco e reconstrução com aloenxerto, tendo sido efectuada artrodese do joelho com cavilha endomedular longa em 5 doentes e preservação das articulações adjacentes em 13 doentes. Registaram-se infecções em 5 doentes (27.8%), com necessidade de remover o aloenxerto em 2 casos (11.1%). Em 4 casos ocorreu falência da integração do aloenxerto (22.2%), com fratura do mesmo em 3 casos (16.7%). Em 28.8% verificou-se desvio axial do membro. Em 6 doentes (33.3%) observou-se uma dismetria superior a 2 centimetros e foi realizada epifisiodese contralateral em três situações. O KS-10 médio foi de 83±11.08% e o MSTS médio foi de 21.7±8.63.

ConclusãoA experiência da Instituição na reconstrução tumoral com a utilização de aloenxertos em crianças revelou que esta é uma técnica segura, com bons resultados.

RelevânciaA reconstrução tumoral com aloenxertos constitui uma boa opção na população pediátrica.

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CL 11 - Reconstrução com Prótese Expansível: uma boa alternativa no tratamento dos tumores ósseos malignos do Membro Inferior na Criança

Pedro Farinha Martins, Inês Balacó, Cristina Alves, Pedro Sá Cardoso, Tah Pu Ling, Alice Carvalho, Gabriel Matos (Serviço de Ortopedia Pediátrica do Hospital Pediátrico de Coimbra - CHUC, EPE)

ObjectivoO método ótimo de reconstrução, após resseção tumoral nos membros inferiores em crianças, permanece controverso. Este estudo avalia os resultados da ressecção de tumores malignos do membro inferior em crianças e reconstrução com Prótese Expansível (PE).

MétodosEstudo retrospetivo de 14 doentes submetidos a tratamento de tumor ósseo maligno e reconstrução com PE. A recolha de dados clínicos foi feita a partir do processo clínico e entrevista telefónica. Realizou-se a caracterização demográfica dos doentes, segmentos afetados, resultado funcional, complicações e sua resolução. A avaliação funcional foi realizada através do score da “Musculoskeletal Tumor Society” (MSTS) e Kidscreen-10.

ResultadosDos 14 doentes tratados com PE, 8 eram do sexo masculino e 6 do sexo feminino, com idade de 10,91 ±1,98 anos. 9 doentes apresentavam tumores do fémur distal, 1 do fémur proximal e 4 da tíbia proximal. O estadio de Enneking era II B em 12 doentes e III em 2 doentes. Com um tempo médio de seguimento de 8 anos e 6 meses (mínimo de 3 anos e máximo de 15 anos), cada doente foi submetido a 4,4±2,2 cirurgias, o score MSTS foi de 17,4 ± 6.8 e o score Kidscreen-10 de 72.7±14.3%. Registaram-se 2 casos de infeção profunda com necessidade de artrodese femorotibial, 2 falências de material com necessidade de revisão com prótese total do joelho e 2 descolamentos asséticos com necessidade de revisão mantendo a PE. No final do seguimento, os doentes com PE apresentaram uma dismetria de 3.8± 2.1cm. Não foi efectuada qualquer amputação e todos os doentes permanecem vivos.

Conclusão A reconstrução com PE após ressecção de tumores dos membros inferiores na criança, permite a preservação do membro, com uma boa função e minimização da dismetria.

RelevânciaA reconstrução com PE é uma boa alternativa no tratamento dos tumores ósseos malignos dos membros inferiores em idade pediátrica.

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CL 12 - Utilidade dos enxertos de perónio vascularizado na reconstrução e preservação do membro em cirurgia tumoral.

Miguel Nascimento, Inês Balacó, Cristina Alves, Carla Diogo, Horácio Zenha, Alice Carvalho, Gabriel Matos (Serviço de Ortopedia Pediátrica do Hospital Pediátrico de Coimbra- CHUC, EPE)

ObjectivoSalientamos a utilidade do enxerto de perónio vascularizado na cirurgia de ressecção de tumor maligno e reconstrução do membro e na βcirurgia de salvamentoβ, após falência de reconstrução inicial.

MétodosEstudo retrospectivo de doentes submetidos a reconstrução com perónio vascularizado, após cirurgia de ressecção tumoral transepifisária ou após falência de reconstrução prévia. Colheram-se dados do processo clínico referentes às características dos doentes, tumor primário, localização, nº de cirurgias, tipos de aloenxerto associados e complicações. Foi realizada avaliação funcional através do MSTS score e Kidscreen-10, por entrevista telefónica.

ResultadosForam incluídos 6 doentes (3 rapazes e 3 raparigas), submetidos a reconstrução com perónio vascularizado: 4 após ressecção tumoral transepifisária e 2 com complicações de reconstrução com aloenxertos (1 infecção e 1 pseudatrose). A tíbia foi o segmento afectado em 3 doentes. A idade aquando do diagnóstico de 8,7±1,6 anos. 4 doentes tinham sarcoma de Ewing e 2 Osteossarcoma. O tempo de seguimento foi de 16,5 ± 8,1 meses. Cada doente foi submetido a de 5,3±4,8 procedimentos cirúrgicos. Nas reconstruções após ressecções transepifisárias, o autoenxerto de perónio vascularizado foi encastoado em aloenxerto maciço. Nenhum dos auto-enxertos de perónio vascularizado foi removido. Ocorreu fractura do auto-enxerto num caso, desvio em valgo do tornozelo contralateral noutro caso, dismetria superior a 2 cm num caso e necessidade de realização de epifisiodeses do membro contralateral em 3 casos. Não se observou qualquer recidiva local. O Kidscreen-10 foi 93±4,1 e o MSTS foi 19±5,7.

ConclusãoA utilização de enxerto de perónio vascularizado autólogo permite reconstruções extensas, com bons resultados. A combinação de aloenxerto e enxerto de perónio vascularizado é particularmente útil quando se realizam ressecções transepifisárias extensas, com preservação das articulações adjacentes.

Relevância O perónio vascularizado oferece aporte sanguíneo na reconstrução de grandes defeitos ósseos, útil em cirurgia de reconstrução tumoral primária ou de revisão.

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CL 13 - Fraturas da diáfise femoral pediátricas – estratégias de tratamento de acordo com a idade

Pedro Gomes, Luís Castelo, António Lopes, Marta Maio, Pedro Mota, António Marques Dias (Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto-Douro, Vila Real)

ObjetivoAnalisar a experiência do serviço no tratamento de fraturas da diáfise femoral pediátricas, descrevendo as técnicas aplicadas de acordo com a idade, os resultados e complicações observadas.

MétodosAnálise retrospetiva de 32 doentes com fratura da diáfise femoral ocorrida entre 2010 a 2014, de acordo com a abordagem terapêutica: spica gessada, encavilhamento elástico, fixador externo, cavilha intramedular e placa.

ResultadosO estudo incluíu 22 rapazes e 10 raparigas. O tratamento com spica gessada foi aplicado em 7 doentes (idade média 2,43±1,13 anos), tendo-se observado perda de redução em um doente com necessidade de re-manipulação e um encurtamento de membro (15mm). O encavilhamento elástico foi realizado em 12 doentes (idade média 9,42±3,75 anos), documentou-se perda de redução em um adolescente, um encurtamento de membro operado (11mm) e uma irritação de partes moles no local de inserção. Realizado tratamento com fixadores externos em 2 doentes com fraturas expostas do fémur e posterior conversão para método de fixação definitivo, não ocorrendo complicações. Dos 6 doentes submetidos a osteossíntese com placa (idade média 11,17±2,4 anos) de referir um caso com sequestro de parafusos no momento da extração de material. Os 5 doentes em que foi realizado encavilhamento anterógrado do fémur (idade média 16±1,23 anos) evoluíram sem complicações. Não ocorreram casos de infeção, pseudartrose, osteonecrose, encerramento prematuro de fises.

ConclusãoAs diversas técnicas revelaram-se eficazes no tratamento de fraturas da diáfise femoral, a decisão de qual utilizar deve ser adaptada às especificidades da idade pediátrica. As complicações observadas foram ligeiras, sem significativa repercussão clínica.

RelevânciaDescrever os resultados e complicações associadas às diferentes técnicas de tratamento de fraturas da diáfise femoral pediátricas.

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CL 14 - Fracturas do fémur em crianças – casuística do serviço

Maria Miguel Carvalho, Filipe Medeiros, Bruno Correia, Filipe Sousa, Pedro Martins, Raquel Carvalho, Rita Jerónimo, Álvaro Botelho (Centro Hospitalar do Algarve – Unidade de Portimão)

ObjectivoAs fracturas do fémur em crianças representam cerca de 1,6% de todas as fracturas nesse grupo. Este estudo procura identificar a epidemiologia, mecanismos de lesão, distribuição e incidência pelo sexo e grupo etário.

MétodosEstudo retrospectivo de 44 casos de crianças com menos de 12 anos com fracturas do fémur ocorridas entre 2004 e 2014. Seleccionou-se a idade para o estudo e análise dos dados, dividindo a amostra em 3 grupos - 10 anos (grupo III). Consideraram-se como variáveis a idade, sexo, mecanismo e tipo de fractura e o tratamento adoptado de acordo com a idade e padrão de fractura.

ResultadosA incidência de fracturas do fémur tem vindo a decrescer, registando-se um pico de incidência de 36% em 2006, sem causa aparente, com ratio M/F 2,8:1. Os principais mecanismos de fractura variaram consoante o grupo etário, sendo a queda responsável por cerca de 40% dos casos, seguido de acidentes viacção/atropelamento (28%). A localização mais frequente é o terço médio, sem relação com a lateralidade, sendo mais frequente (36%) o padrão transversal de fractura. Há um predominio para o tratamento cirurgico, apesar de os valores serem muito semelhantes. No tratamento cirurgico há prevalencia para o encavilhamento elastico, enquanto que no tratamento conservador, não se verificou nenhum tipo de tratamento preferencial.

ConclusãoO mecanismo de fractura e o tipo de tratamento variou consoante o grupo etário, o padrão de fractura e lesões associadas. Na generalidade os resultados são bons, tendo-se verificado que quanto mais nova a criança, maior a capacidade de remodelação óssea, menor a incidencia de complicações, e melhor a avaliação functional final.

RelevânciaApesar do elevado impacto social, estas fracturas têm quase sempre um bom prognóstico, sendo importante reconhece-las precocemente para adequar um tratamento específico para o padrão de fractura e idade da criança com vista a uma recuperação rápida e sem sequelas.

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CL 15 - Avulsão da tuberosidade anterior da tíbia: experiência de 10 anos

Ana Bia, Patricia Rodrigues, Delfin Tavares (Hospital Dona Estefânia)

ObjectivoO objectivo do presente trabalho é o de estudar retrospectivamente os doentes operados nos últimos 10 anos, com o diagnóstico de avulsão da tuberosidade anterior da tíbia (TAT).A fractura-avulsão da TAT é uma entidade rara, com incidência relatada entre 0,4% e 2,7%. A maioria destas lesões ocorre em adolescentes do sexo masculino (12-16 anos). O encerramento da fise a nível da tuberosidade desempenha um papel importante na etiopatogenia. A avulsão ocorre maioritariamente durante actividades desportivas de salto, existindo 2 mecanismos de lesão: contracção violenta do quadricípete contra uma tíbia imóvel ou flexão passiva do joelho contra um quadricípete contraído. O tratamento conservador tem indicação limitada, reservando-se apenas para as fracturas tipo I A de Ogden. A grande maioria beneficia do tratamento cirúrgico, complementada por imobilização gessada durante 4 a 6 semanas. As complicações são raras, sendo a recuperação funcional a regra.

MétodosAvaliação dos doentes operados com revisão clínica e radiológica entre 01-01-2005 e 31-12-2014.

ResultadosApresentamos uma série de 12 casos operados no período indicado, todos do sexo masculino, com idades compreendidas entre os 12 e os 17 anos (idade média 14,5 anos); 11 casos com avulsão no membro inferior esquerdo e apenas 1 no membro inferior direito. Em 3 casos não conseguimos obter as imagens de radiografia (casos antigos sem registo informático). Segundo a classificação de Ogden: 1 caso 1B, 1 caso 2A, 3 casos 2B, 1 caso 3A, 3 casos 3B. Em 4 casos foi realizada reinserção da TAT com âncoras e nos restantes 8 casos foram aplicados parafusos com/sem anilha (necessária redução cruenta em 6 casos e incruenta em 2 casos). De salientar um caso de desmontagem de osteossíntese por associação a fractura epifisiólise do planalto interno da tíbia Salter-Harris IV. Evolução clinica favorável após revisão cirúrgica. Necessidade de extracção de material de osteossíntese em 5 casos por proeminência de parafusos na face anterior do joelho. Obtivemos um follow-up médio de 2 anos. Não foram registadas complicações imediatas pós cirúrgicas. De salientar 1 caso de hipotrofia muscular da coxa esquerda aos 24 meses pós-operatório cuja cirurgia consistiu em reinserção com âncora, mantendo mobilidade normal em flexão-extensão.

ConclusãoOs resultados obtidos estão de acordo com a literatura actual. Apesar de se tratar de um tipo de lesão rara, o diagnóstico é baseado na avaliação clinica do doente, que habitualmente apresenta limitação da extensão do joelho e hematoma localizado à TAT com/sem derrame articular.O prognóstico está directamente relacionado com a qualidade de redução do foco, pelo que nos casos em que a redução incruenta é insuficiente, devemos ser agressivos e reduzir o foco de forma eficaz e segura para que o resultado funcional seja o adequado.

RelevânciaTrata-se de um estudo que inclui uma série de 12 casos, documentando a experiencia cirúrgica do Serviço em 10 anos no tratamento de uma lesão rara.

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CL 16 - Fraturas da tacicula radial tratadas com encavilhamento elástico de Metaizeau

Ricardo Simões, António Gonçalves, João Raposo, Luís Tavares, Luís Soares, Fernando Carneiro (Hospital do Divino Espirito Santo, Ponta Delgada)

ObjectivoAvaliar o resultado do tratamento das fraturas da tacicula radial com o encavilha-mento elástico de Metaizeau. Métodos Foi realizado um estudo retrospectivo dos doentes sujeitos a encavilhamento elás-tico de Metaizeau, por fratura da tacicula radial, no nosso Serviço, de 1997 a 2014. Foi feita uma revisão dos processos clínicos e obtidas as variáveis: idade, lateralida-de, classificação da fratura (Judet), tempo do procedimento e imobilização, tempo até à extracção dos fios, avaliação radiológica e funcional (Score Funcional de Métai-zeau e de Rodrigues Merchán) e as complicações

Resultados A amostra foi composta por 18 doentes, sendo que em 16 foram obtidas todas as variáveis. A idade média foi de 11 anos (6-16), 11 do sexo feminino e 10 fraturas do lado esquerdo. Quanto à classificação, 7 fraturas Judet tipo II, 10 Judet Tipo III e 1 Judet Tipo IV. O tempo médio do procedimento foi 40 minutos (12-70) e de imobili-zação 25 dias (14-42). Dois doentes necessitaram de redução aberta. O fio foi remo-vido em média aos 7 meses (3-13). A consolidação radiológica ocorreu, em média, às 6 semanas (4-8) e 15 fraturas consolidaram em posição anatómica. Tendo em conta o Score Funcional de Metaizeau, obtivemos 11 resultados excelentes, 4 bons e 1 razoável. No Score Rodriguez-Merchán, 11 bons, 4 razoáveis e 1 mau. Como compli-cação, uma bursite no local da inserção do fio. Conclusão O encavilhamento elástico de Metaizeau é considerado, pelos autores, o tratamento de eleição nas fraturas da tacicula radial com angulação superior a 30º. Esta tecnica tem uma curta curva de aprendizagem, a mobilização é precoce e os resultados ra-diológicos e funcionais são bons a excelentes. Relevância Este estudo aborda uma série significativa de fraturas de tacicula radial tratadas com encavilhamento elástico de Metaizeau, durante 18 anos, com follow-up grande e com avaliações radiológicas e funcionais.

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CL 17 - Resultados clínicos e radiológicos das fracturas do côndilo lateral do úmero distal na criança tratadas cirurgicamente

Luis Tavares, João Pedro Raposo, Ricardo Simões, António Gonçalves, Virgílio Paz Ferreira, Fernando Carneiro (Hospital Divino Espirito Santo, EPE - Ponta Delgada)

ObjectivoAvaliar os resultados clínicos, os resultados funcionais e as complicações associadas ao tratamento cirúrgico de fracturas descoaptadas do côndilo lateral do úmero na criança.

Material e Métodos Estudo retrospectivo de doentes com fractura descoaptada do côndilo lateral do úmero, submetidos a redução cruenta e fixação interna com fios Kirschner, num Ser-viço de Ortopedia entre Janeiro/2005 e Dezembro/2012. Colheram-se os seguintes dados:

- Idade, sexo, lateralidade da patologia- Avaliação pós-operatória radiológica (ângulo de carga) e funcional (arco de movi-

mento e complicações) dos cotovelos

Resultados18 crianças, 10 rapazes (55,6%) e 8 raparigas (44,4%), com média de idades de 8 anos (2-14 anos), foram submetidas a redução cruenta e fixação interna com 2-3 fios Kirs-chner por fractura descoaptada do côndilo lateral do úmero.As fracturas foram classificadas de acordo com as classificações de Milch (tipo II-100%) e Jakob (tipo III-61,1%). Os fios Kirschner foram removidos em média às 4,86 semanas, com tempo médio de imobilização (tala gessada braquipalmar) de 5,71 semanas. Na avaliação radiológica pós-operatória (18 casos), verificou-se um ângulo de carga médio de 8,2º. Na avaliação funcional (follow-up médio: 15,1 meses [6-36 meses]), é de salientar a pre-sença de 1 caso de cubito varo, 2 de sobrecrescimento do côndilo lateral e 1 de infecção superficial. Não se encontrou qualquer limitação nas mobilidades do cotovelo (compa-ração com contralateral) ou necessidade de correcção cirúrgica das complicações.

ConclusãoO tratamento cirúrgico de fracturas descoaptadas do côndilo lateral do úmero na criança permite a consolidação óssea com excelentes resultados funcionais associados. As deformidades associadas (cubito varo e sobrecrescimento do côndilo lateral) raramente são causa de limitação funcional significativa e geralmente não necessitam de correcção cirúrgica.

RelevânciaEste trabalho enfatiza os bons resultados funcionais obtidos no tratamento cirúrgico das fracturas descoaptadas do côndilo lateral do úmero na criança.

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CL 18 - Em Crianças com fracturas supracondilianas do úmero, Gartland III, a existência de lesão neurológica inicial não afecta o prognóstico funcional.

Pedro Farinha Martins, Cristina Alves, Inês Balacó, Pedro Sá Cardoso, Tah Pu Ling, Gabriel Matos (Serviço de Ortopedia Pediátrica do Hospital Pediátrico de Coimbra- CHUC, EPE)

Objectivo5-20% das crianças com fractura supracondiliana Gartland III têm lesão neurológica associada aquando da sua observação. Na maioria dos casos, está descrita a recuperação espontânea das lesões neurológicas, nos primeiros meses após a fratura. Este estudo tem como objetivo comparar o resultado funcional obtido após o tratamento de fracturas supracondilianas Gartland III com e sem lesão neurológica inicial.

MétodosEstudo retrospetivo de 87 doentes com fractura supracondiliana Gartland III, trata-dos cirurgicamente, no período 2010-2014. Foi calculada a taxa de lesões neuroló-gicas e realizada a sua caracterização. A avaliação funcional foi realizada através do questionário «QuickDASH» realizado por contacto telefónico.

ResultadosIncluíram-se no estudo 87 doentes, 23 (26,4%) dos quais tinham lesão neurológica aquando da primeira observação no Serviço de Urgência: 12 correspondiam ao ter-ritório do nervo radial, 7 ao nervo mediano e 4 ao nervo ulnar. O tempo médio de re-cuperação foi de 4 meses e 45% dos doentes realizaram tratamentos de Reabilitação. Em 2 doentes foi notada ausência de pulso radial no Serviço de Urgência, com rever-são após redução da fratura. Não se observou qualquer caso de síndrome comparti-mental. Ocorreu recuperação completa em todos os doentes estudados. Com 2 anos e 4 meses ± 1 ano e 5 meses de seguimento, os doentes com compromisso neurológi-co apresentaram um score QuickDASH de 1,20 ± 2.6 e os doentes sem compromisso neurológico de 1.13 ± 2.95 (p<0.05).

ConclusãoNas fracturas supracondilianas Gartland III, a taxa de lesões neurológicas é rela-tivamente elevada no nosso estudo, talvez porque a nossa instituição é hospital de referência para a região. A médio prazo, os resultados funcionais dos doentes com lesão neurológica inicial são excelentes e sobreponíveis aos dos doentes sem lesão neurológica inicial.

RelevânciaNuma fractura supracondiliana Gartland III, a existência de lesão neurológica inicial não compromete o prognóstico funcional, se o tratamento cirúrgico for adequado.

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CL 19 - Tratamento das Fracturas dos ossos do antebraço pediátricas – gesso ou bisturi? Comparando a experiência de 2 instituições.

João Pedro Raposo, João Diogo Castro, Cristina Alves, Inês Balacó, Tah Pu Ling, Pedro Sá Cardoso, António Gonçalves, Ricardo Simões, Virgílio Paz Ferreira, Fernando Carneiro, Gabriel Matos (Serviço de Ortopedia Pediátrica do Hospital Pediátrico de Coimbra- CHUC, EPE e

Serviço de Ortopedia do Hospital do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada, EPE)

ObjectivoOs autores comparam a experiência de 2 instituições com opções diferentes no tratamento das fracturas diafisárias dos ossos do antebraço (predominantemente redução fechada e imobilização gessada numa instituição e predominantemente tratamento cirúrgico noutra instituição). Estas fracturas representam 3-6% de todas as fracturas em idade pediátrica. O seu tratamento é preferencialmente conservador, considerando-se bem sucedido quando ocorre sem complicações e se verifica a recuperação sem limitação funcional. O tratamento cirúrgico é uma alternativa os casos em que seja previsível a falência do tratamento ortopédico, mas tem ganho popularidade e estão publicados bons resultados.

MétodosEstudo retrospectivo comparativo entre 2 grupos de doentes com fracturas diafisárias do antebraço tratados de forma diferente: tratamento conservador por redução fechada e imobilização gessada ou tratamento cirúrgico por redução fechada ou aberta e encavilhamento elástico. Procedeu-se a colheita de dados demográficos, comparação do tempo de imobilização, estado funcional actual (escala QUICKDASH) e análise de complicações ocorridas. Considerou-se existirem diferenças estatisticamente significativas para valores de p<0.05.

ResultadosUm grupo de 20 doentes tratados cirurgicamente foi comparado a um grupo de 19 doentes tratados conservadoramente. A idade era de 11,1±2,7 no grupo submetido a cirurgia e 11,2±3 anos no grupo submetido a tratamento conservador. Existiam 16 rapazes no grupo submetido a cirurgia e 13 no grupo tratado conservadoramente. Não ocorreram complicações em nenhum dos doentes tratados conservadoramente, e em 15% (3) dos doentes submetidos a cirurgia (minor). O tempo de imobilização foi de 2,9±1,1 semanas no grupo cirúrgico e 4,1±0,5 no grupo conservador. O score QuickDASH foi 1,73±3,4 no grupo cirúrgico e 1,3±2,8 no grupo conservador. Verificou-se uma maior taxa de complicações e menor tempo de imobilização no grupo do tratamento cirúrgico (p<0.05). Não se observaram diferenças estatisticamente significativas quanto ao resultado funcional.

ConclusãoApesar da crescente popularidade, o tratamento cirúrgico das fracturas dos ossos do antebraço nas crianças não oferece melhores resultados e está associado a uma maior taxa de complicações, quando comparado com o tratamento conservador. O tratamento cirúrgico deve ser reservado para fracturas instáveis e para as situações em que não se consegue obter redução satisfatória.

RelevânciaO tratamento conservador deve continuar a ser considerado como primeira opção nas fracturas diafisárias dos ossos do antebraço e a técnica de redução e aplicação da imobilização gessada deve ser cuidadosa.

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CL 20 - Um exame clínico e ecografia da anca normais dispensam a realização de radiografia para exclusão de DDA em crianças nascidas em apresentação pélvica.

António Mendes, Cristina Alves, Inês Balacó, Pedro Sá Cardoso, Tah Pu Ling, Gabriel Matos (Serviço de Ortopedia Pediátrica do Hospital Pediátrico de Coimbra - CHUC, EPE.)

ObjectivoÉ objectivo deste trabalho avaliar a necessidade de realização de radiografia da bacia em crianças nascidas em apresentação pélvica, cuja avaliação clínica e ecográfica iniciais sejam normais.

MétodosEstudo retrospectivo das crianças nascidas em apresentação pélvica e enviadas a consulta de rastreio de Doença Displásica da Anca (DDA), numa Instituição, submetidas a exame clínico e ecografia da anca na primeira Consulta e Radiografia da Bacia por volta dos 6 meses de seguimento. Colheram-se dados dos processos clínicos e exame objectivo. Avaliaram-se as ecografias e radiografias.

ResultadosIdentificámos 24 crianças, 15 do sexo masculino e 9 do sexo feminino. 2 crianças resultavam de gestação gemelar, num caso havia referência a oligohidramnios e em 5 casos existiam patologias associadas. Em 16.7% das crianças havia história familiar de DDA. Em 70.8% dos casos a criança tinha uma mãe primípara. Todos os doentes tinham um exame clínico da anca absolutamente normal. A primeira ecografia da anca para rastreio de DDA foi realizada aos 88 ± 43.14 dias de idade. Em 100% dos doentesverificou-se cobertura acetabular ≥50%. O ângulo alfa foi 60.04º±3.96 para a anca direita e 62,2º±3.5 para a anca esquerda. Todas as ancas eram Graf1. A idade da avaliação radiológica foi 6.8±1.5 meses; o Índice Acetabular 24.96º± 3.73 para a anca esquerda e 24.25º±4.18 para a direita, dentro dos valores normais para a idade.

ConclusãoNas crianças nascidas em apresentação pélvica e referenciadas ao nosso Serviço, após uma avaliação clínica e ecografia da anca normais aquando da primeira Consulta, não se detectou qualquer caso de displasia na radiografia realizada durante ou após os 6 meses de idade.

RelevânciaNas crianças nascidas em apresentação pélvica, um exame clínico normal associado a uma ecografia da anca também normal excluem DDA e dispensam a realização de radiografia da bacia aos 6 meses.

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CL 21 - Complexo extrofia-epispádias

Ana Bia, Francisco Sant’Anna, Delfin Tavares (Centro Hospitalar do Oeste, Hospital Dona Estefânia)

ObjectivoO complexo extrofia-epispádias é uma deformidade congénita que resulta da ausência de fusão dos tecidos da linha média da pélvis. A anomalia major consiste na malformação da parede antero-inferior abdominal, com exposição da superfície anterior da parede posterior da bexiga. No entanto, o Ortopedista Infantil tem um papel fundamental no tratamento desta malformação congénita já que se verifica habitualmente uma diastase da sínfise púbica (>4cm), rotação externa das sacroilíacas e ilíaco (12º), rotação externa do púbis (18º), rotação inferior da pélvis (15º) e retroversão acetabular. Estas alter-ações esqueléticas conduzem a um padrão de marcha de base alargada, claudicação e rotação externa dos membros inferiores. Outras malformações ósseas presentes no Complexo extrofia-epispádias são a luxação/displasia da anca e o mielomeningocelo.O objectivo deste trabalho é o de apresentar as soluções cirúrgicas ortopédicas a ní-vel da diástase da bacia e apresentação da casuística do Serviço.MétodosAvaliação do processo clinico e radiográfico em base de dados. Reavaliação em con-sulta de follow-up.ResultadosEntre Janeiro de 2003 e Dezembro de 2014 foram operadas 15 crianças (5 meninas e 10 meninos) com idades compreendidas entre o 3º dia pós-natal e os 14 anos. Em 8 casos foi realizado o encerramento neonatal da sínfise púbica. Em 7 casos a cirurgia foi realizada com idade superior ao 1 ano (média de idades 7 anos e 5 meses). Em todos os casos foram realizados procedimentos combinados com a Especialidade de Cirurgia Pediátrica. Foram efectuadas Osteotomias oblíquas do ilíaco bilateralmente e encerramento do púbis nos 15 casos. A fixação externa foi aplicada nos casos de encerramento após o período neona-tal e em casos de insucesso. De salientar uma diástase residual da sínfise púbica assinto-mática em 3 casos de osteotomia pélvica complementada com imobilização gessada, após 1 ano de vida. Como complicações ocorreram 2 casos de deiscência da cicatriz por infec-ção, tendo sido reoperados após 1 ano com nova osteotomia pélvica e fixação externa. ConclusãoA osteotomia obliqua pélvica ajuda na reconstrução da bacia, permitindo uma rotação do segmento anterior da sínfise e seu encerramento. Do ponto de vista funcional, os resultados da osteotomia oblíqua são comparáveis aos de outros tipos de osteotomia mais complexos. O Ortopedista tem um papel essencial na reconstrução da bacia e deve trabalhar em conjunto com as Especialidades de Cirurgia Pediátrica e Urologia. RelevânciaDemonstrar a experiencia do Serviço no tratamento do Complexo extrofia-epispádias cuja prevalência descrita é a de 1 para cada 40000 crianças, bem como descrever a técnica de Osteotomia pélvica obliqua e seu resultado.

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CL 22 - Tratamento cirúrgico de Dedo em Gatilho - análise de resultados

Pedro Martins Branco, Leonor Paulo, Carlos Maia Dias, Tiago Paiva Marques, Miguel Moita, Jaime Babulal, Luis Tomaz, Francisco Mendes(Hospital Distrital de Santarém – Santarém)

ObjectivoO Dedo em Gatilho é uma patologia incomum nas crianças, e atinge 10 vezes mais o primeiro dedo do que os restantes.O presente trabalho tem como objectivo avaliar os resultados obtidos em crianças submetidas a tratamento cirúrgico de Dedo em Gatilho no nosso Hospital.

MétodosForam admitidas no estudo as crianças submetidas a tratamento cirúrgico de Dedo em Gatilho no nosso Hospital, entre 2005 e 2015.A avaliação realizada consistiu em aspectos clínicos e do exame objectivo, do pré e do pós-operatório.

ResultadosO estudo incluiu 17 Dedos em Gatilho, de 15 crianças diferentes. O género predominante foi o masculino - 58,8% - e a idade média aquando da cirurgia foi os 2 anos e 8 meses. A forma congénita estava presente em 88,2% das crianças. Em 94,1% dos casos o dedo acometido era o primeiro, e em 5,9% tratava-se do quarto. À data da cirurgia - segundo a Classificação de Green - 5,9% dos dedos encontravam-se no grau II, 29,5% no grau III, e 64,6% no grau IV. Em nenhuma das crianças foi feito tratamento conservador previamente à cirurgia. Ao exame objectivo do pós-operatório não foram detectadas alterações na amplitude da flexão do dedo envolvido, e 17,6% dos dedos apresentavam um défice de extensão inferior a 10º. Em apenas um caso foi detectada uma complicação do pós-operatório precoce - infeção da ferida cirúrgica -e também num caso houve recidiva do quadro.

ConclusãoO presente trabalho - à semelhança do que é referido na literatura acerca do tema β demonstra que o tratamento cirúrgico do Dedo em Gatilho é geralmente bem sucedido, e que quer as complicações pós-operatórias, quer a recorrência do quadro são pouco frequentes.

RelevânciaO presente trabalho centra a sua relevância na importância da avaliação dos resultados do tratamento cirúrgico do Dedo em Gatilho em crianças.

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CL 23 - Sindactilias: particularidades e resultados do tratamento cirúrgico.

Miguel do Nascimento, Tah Pu Ling, Pedro Sá Cardoso, Inês Balacó, Cristina Alves, Gabriel Matos(Serviço de Ortopedia Pediátrica do Hospital Pediátrico de Coimbra- CHUC, EPE)

ObjectivoA sindactilia é uma das anomalias congénitas mais frequentes: cerca de 1/2000 nados vivos, sendo bilateral em 50% dos casos. Pode estar associada a síndromes ou malformações músculo-esqueléticas. Pretende-se avaliar os resultados do tratamento cirúrgico das sindactilias na Instituição.

MétodosEstudo retrospectivo dos doentes com diagnóstico de sindactilia, submetidos a intervenção cirúrgica no período de 2008-2014. Colheram-se dados do processo clínico: lateralidade, espaços digitais afectados, idade da 1acirurgia, malformações e síndromes associados, tipo de sindactilia e intervenções cirúrgicas realizadas. As famílias foram contactadas telefonicamente e questionadas quanto ao grau de satisfação, de autonomia da criança e preenchimento de expectativas.

ResultadosForam identificados 24 doentes, 13 do sexo masculino. A mão direita foi afectada isoladamente em 11 casos e 8 eram bilaterais. A idade mediana do primeiro procedimento foi de 3 anos (10 meses – 12 anos). Foram intervencionadas 25 sindactilias simples e 3 complexas, sendo as sindactilias incompletas (17) mais prevalentes que as completas (9). Associadas a malformações múltiplas (11), síndrome de Poland (1) e síndrome de Cornelia de Lange (1). Os 3º e 4º espaços foram os mais intervencionados, 14 e 11 vezes respectivamente. A complicação mais frequentes foi a fibrose cicatricial (14). Em 1 caso observou-se infecção superficial. 19 doentes foram submetidos a mais do que 1 cirurgia. O número de intervenções cirúrgicas por doente foi de 2,4±1,2. O tempo de seguimento foi 50,8±23,4 meses. Usando uma escala de 0 a 5, constatou-se uma satisfação global de 4,3, o grau de autonomia de 4,1 e o grau de preenchimento da expectativa de 4,4.

ConclusãoNa nossa Instituição, obtivemos bons resultados com o tratamento cirúrgico das sindactilias e o nível de satisfação das famílias é elevado. Contudo, raramente é suficiente uma única cirurgia.

RelevânciaA reconstrução de uma sindactilia é tecnicamente exigente e os procedimentos cirúrgicos e sua sequência devem ser criteriosamente planeados.

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CL 24 - Revisão casuística das epifisiólises proximais da tíbia

Maria Miguel Carvalho, Filipe Medeiros, Bruno Correia, Filipe Sousa, Pedro Martins, Raquel Carvalho, Rita Jerónimo, Álvaro Botelho (Centro Hospitalar do Algarve – Unidade de Portimão)

ObjectivoAs epifisiolises da tibia proximal são lesões raras (1% de todas as lesões epifisiárias). Ocorrem tipicamente em crianças e adolescentes, causados por uma força indirecta, geralmente em contexto desportivo. Com este trabalho pretende-se apresentar a casuistica do serviço, fazendo uma breve revisão da literatura acerca das fracturas epifisiárias da tibia proximal.

MétodosOs autores reviram 5 casos de fracturas epifisárias da tibia proximal tratadas noserviço entre 2009 e 2012. As crianças foram avaliadas clínica e imagiologicamente, sendo analisados os seguintes parâmetros: idade, mecanismo de lesão, lateralidade, classificação da fractura segundo Salter Harris (SH), tratamento instituido e complicações. O tempo de seguimento médio foi de 2,5 anos.

Resultados A idade média foi de 13,4 anos, numa proporção de 4 rapazes para 1 rapariga.Relativamente à classificação verificaram-se 2 casos do tipo I e 3 casos do tipo II, correspondendo aos seguintes mecanismos de lesão: valgo (1), flexão (3), hiperextensão (1).Dois casos foram tratados conservadoramente com imobilização gessada por serem fracturas estáveis, nos outros 3 casos realizou-se redução e fixação com fios de Kirschner (2) ou com parafusos canulados (1), seguido de imobilização gessada crurosural em 20º de flexão por 4 a 6 semanas. Obteve-se redução correcta da fractura e restabelecimento da altura da rótula. Não se verificaram alterações neurovasculares. Registaram-se complicações em 2 casos: um desvio residual em valgo e uma dismetria de 0,74cm. Sem instabilidade ligamentar.

ConclusãoOs resultados enquadram-se nos dados descritos na literatura. Apesar de raras,estas lesões têm muito bom prognóstico desde que se verifique uma correcta redução e uma preservação da cartilagem de crescimento. É necessária uma avaliação criteriosa da lesão e para minimizar as complicações com tradução no crescimento da criança.

RelevânciaAs fracturas do tipo I passam frequentemente sem diagnóstico. É importante estar alerta para as fracturas epifisárias da tibia proximal que apesar de raras podem comprometer o normal alinhamento e crescimento dos membros inferiores da criança.

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Resumos

Posters

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»P 1 - Integração protésica por pré-compressão - relato de dois casos clínicos.

Miguel Brites Moita, Inês Balacó, Cristina Alves, Pedro Sá Cardoso, Tah Pu Ling, Alice Carvalho, Gabriel Matos (Serviço de Ortopedia Pediátrica do Hospital Pediátrico de Coimbra - CHUC, EPE.)

ObjectivoO recurso a megapróteses é opção para reconstrução articular no contexto de res-secção de tumores malignos e reconstrução do membro. Sendo essencial respeitar margens oncológicas seguras, é importante conseguir uma boa fixação óssea e ma-nutenção de bom capital ósseo. Os autores descrevem os primeiros 2 casos em que utilizaram uma megaprótese tumoral com fixação óssea por pré-compressão, um con-ceito que tem ganho popularidade.MétodosApresentam-se 2 casos de osteossarcoma do fémur distal em jovens com maturida-de esquelética, diagnosticados em 2012 e submetidos a quimioterapia neoadjuvante, ressecção em bloco do tumor e reconstrução com prótese total do joelho Compress® e quimioterapia adjuvante. Consultaram-se os processos clínicos para recolha de da-dos demográficos e epidemiológicos, avaliação da resposta ao tratamento e dados do seguimento. Os doentes foram ainda avaliados funcionalmente, utilizando os questio-nários MSTS e Kidscreen-10.ResultadosO primeiro caso refere-se a um rapaz de 17 anos à data da cirurgia, com um período de seguimento de 29 meses (2 anos fora de tratamento). Aos 9 meses de pós-opera-tório registou-se fractura da haste de compressão femoral na sequência de 3 quedas. Procedeu-se à revisão deste componente e não se registaram mais complicações. O MSTS atual é de 18 e o Kidscreen-10 72%.O segundo caso refere-se a uma rapariga com 16 anos à data da cirurgia, com um período de seguimento de 25 meses (7 meses fora de tratamento), que não teve qual-quer complicação e que tem um MSTS 23 e um Kidscreen-10 de 66%.Ambas as próteses apresentam sinais radiológicos de boa osteointegração, com apo-sição de osso no interface protésico.ConclusãoA osteointegração protésica por pré-compressão dinâmica é válida enquanto técnica de fixação e permite aos doentes um bom resultado funcional.RelevânciaDescreve-se a aplicação de uma técnica de fixação protésica que pode trazer vantagens no tratamento de doentes com tumores malignos dos membros inferiores.

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»P 2 - Osteosarcoma PeriostalAna Bia, Susana Norte, José Portela, Cassiano Neves, Delfin Tavares(Centro Hospitalar do Oeste, Hospital Dona Estefânia)

Objectivo O osteossarcoma periostal é um tumor de grau intermédio com diferenciação predominantemente condroblastica. Tem origem na camada profunda do periósteo, pelo que o seu crescimento manifesta-se por separação e elevação do periósteo em relação à cortical óssea, não invadindo a cavidade medular. Representa menos de 2% de todos os osteossarcomas. A localização habitual é a diáfise dos ossos longos do membro inferior. A apresentação é semelhante à do osteosarcoma típico, com dor e tumefacção de curto tempo de evolução. As características radiográficas do osteosarcoma periosteal são frequentemente características, apresentando-se como uma massa de base alargada justacortical (100%), espessamento da cortical do osso (82%), “scalloping” extrínseco da cortical (92%) e reacção periosteal (95%) de forma agressiva e perpendicular ao eixo longo do osso com extensão aos tecidos moles adjacentes (95%) - Murphey et al 2004. O tratamento consiste na excisão cirúrgica em bloco, com margens alargadas, e reconstrução do membro. Os autores apresentam um caso clínico de osteossarcoma periostal tratado no Serviço.MétodosAvaliação do processo clinico e radiográfico em base de dados. Reavaliação em consulta de follow-up aos 4 anos pós-operatório, complementada por entrevista telefónica actual.ResultadosJovem de 12 anos de idade, sexo feminino, que recorre ao Serviço de Urgência por dor a nível da coxa esquerda com 2 meses de evolução. Dor de predomínio nocturno e sem relação com actividade desportiva ou traumatismo. Clinicamente sem dismetrias, com tumefacção palpável na transição do 1/3 proximal para 1/3 médio da coxa. No radiograma simples da coxa observa-se uma lesão extracortical, periostal, de limites definidos, fusiforme, com cerca de 2 cm de maior diâmetro. Fez estudo complementar com cintigrafia óssea e TC. Realizada biópsia cirurgica, cujo diagnóstico histopatológico foi compatível um Osteosarcoma justacortical de subtipo periostal de grau IB segundo a Classificação de Enneking/MSTS (Musculoskeletal Tumour Society).Como intercorrência ocorreu uma fractura diafisária do fémur aos 15 dias após biópsia. Realizada excisão tumoral e osteossíntese de fractura com aplicação de aloenxerto num só tempo cirúrgico.Como sequela verificou-se dismetria de 4 cm, pelo que aos 16 anos (4 anos após ressecção do tumor) foi realizado alongamento do MI esquerdo com sistema Ilizarov a nível da tíbia.Actualmente com 5 anos de follow-up, já removido o fixador externo, encontra-se assintomática e satisfeita. O resultado funcional é de 83% segundo a escala MSTS (Revised Musculoskeletal Tumour Society Rating Scale), após entrevista telefónica.Conclusão Os osteosarcomas periostais dão tumores de grau intermédio quando comparados com o osteossarcoma típico (mais comum e de alto grau). São tumores com menor risco de metastização e com melhor prognóstico. Causam uma reacção a nível do periósteo e raramente invadem o canal medular do osso.

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RelevânciaApresentamos um caso clinico de referência ao subtipo periosteal de osteosarcoma que é raro (incidência <2%). Por outro lado, descrevemos como complicação uma fractura após biópsia cirúrgica, cuja frequência de ocorrência é superior do que em biópsias guiadas por TC

»P3 - Ablação de osteoma osteóide por radiofrequência na coluna vertebral - eficácia das novas técnicas neuroprotetoras – a propósito de um caso clínico

Pedro Santos Leite, Luciana Leite, Daniel Soares, Pedro Serrano, Marta Santos Silva, João Esteves, Pedro Cardoso (Centro Hospitalar do Porto, Hospital de Santo António)

O osteoma osteóide é uma lesão benigna e auto-limitada, mas a dor e a limitação que condiciona exigem frequentemente uma intervenção cirúrgica. Quando estas lesões ocorrem na coluna vertebral colocam dificuldades do ponto de vista terapêutico. A ressecção cirúrgica é a opção de tratamento mais utilizada, embora a morbilidade e o risco de complicações sejam consideráveis. Durante vários anos, as lesões localizadas na coluna vertebral e na proximidade de estruturas neurológicas nobres foram consideradas intratáveis por radiofrequência, pelo risco de lesão provocada pela transmissão do calor. Foi descrita recentemente uma técnica, que consiste na injecção prévia, perineural, de ar e soro fisiológico arrefecido com o objectivo de criar uma barreira de segurança adicional à utilização de radiofrequência nestas situações. Os autores apresentam o caso clínico de um adolescente do sexo masculino, de 13 anos de idade, com lombalgia intensa com 8 meses de evolução. Foi diagnosticado um osteoma osteóide localizado numa faceta articular da vértebra L4. Realizou-se a ablação com radiofrequência e com recurso à referida técnica de neuroprotecção. O internamento prolongou-se durante 4 dias devido a um quadro de irritação meníngea, que foi resolvido com o tratamento sintomático. O doente retomou as actividades habituais duas semanas após o procedimento. Actualmente, com um ano de seguimento, o doente mantém-se assintomático.Embora a nossa experiência com a técnica que foi descrita seja ainda muito limitada, acreditamos à semelhança dos seus mentores e com o conhecimento da experiência de outros grupos, que proporciona maior segurança e oportunidade para a utilização da radiofrequência nestes «casos difíceis».

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»P 4 - Localização atípica de Osteocondroma – Caso clínico e descrição de vias de abordagem

Miguel Pádua, Patrícia Gamelas, Marco Pato, Francisco SantβAnna

(Hosp. Fernando Fonseca, Hosp. D. Estefânia, Lisboa)

Introdução e objetivosOs Osteocondromas são tumores benignos provocados por uma displasia periférica da placa de crescimento. A cirurgia está indicada quando o efeito de massa causa limitação funcional, compromisso vásculo-nervoso ou estético. O Objetivo deste poster é a descrição de um caso de localização atípica com todas estas implicações e descrever a abordagem cirúrgica indicada nesta região anatómica.Descrição do casoAdolescente de 12 anos do sexo masculino que no último ano desenvolve quadro de click no cotovelo com a prono-supinação, que em 8 meses evoluiu progressivamente com deformidade, limitação funcional e debilidade do antebraço, punho e mão.À apresentação constatou-se tumefação na região externa do cotovelo direito, com atrofia muscular da região posterior do antebraço. Funcionalmente apresentava défice activo e passivo de pronação de -55º e flexão do cotovelo de -10º, com impossibilidade para tarefas como a escrita; e défice activo da extensão dos dedos e abdução e extensão do 1º dedo (grau 3/5) Radiologicamente constatou-se a presença de neoformação do colo radial, de bordos bem-definidos.Foi operado com garrote na raiz do braço, por via de Kaplan, tendo-se constatado exostose séssil com 40mm de diâmetro e aspeto ósseo-cartilagíneo com compressão direta e desvio do nervo interósseo posterior.Às 8 semanas apresenta recuperação da mobilidade activa e passiva do cotovelo e antebraço (défice de pronação residual de -10º) e recuperação dos extensores dos dedos às 14 semanas (grau 5/5). O diagnóstico anatomo-patológico revelou osteocondroma, sem sinais de malignidade.DiscussãoA localização destes tumores no rádio proximal é rara. A riqueza vásculo-nervosa e a necessária individualização dos diferentes feixes musculares com mínima resposta cicatricial torna mandatória uma abordagem cirúrgica cautelosa desta região, pelo que descrevemos as vias de abordagem mais recomendadas.A cirurgia, quando indicada, deve ser realizada antes de atrofia muscular significativa e da progressão da lesão neurológica.

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»P 5 - Luxação Cirúrgica da Anca no tratamento de Ostecondromas acetabulares.

Joana Teixeira, André Spranger, Mário Vale, Graça Lopes, Paulo Rego, Jacinto Monteiro(Hospital de Santa Maria – Centro Hospitalar Lisboa Norte)

ResumoO osteocondroma é um tumor primário osteocartilagineo benigno. Afecta habitualmente a região periostal dos ossos longos estando em relação com a  cartilagem de crescimento. São por isso mais frequentemente lesões pararticulares ou intracorticais em regiões extraarticulares.Osteocondromas intrarticulares da anca são lesões raras, estando publicados apenas 12 casos na literatura.Podem manifestar-se por dor, limitação da amplitude articular, subluxação externa da anca e alterações do desenvolvimento acetabular. O tratamento consiste na excisão completa. Contudo as lesões do fundo acetabular são de difícil abordagem cirúrgica.Os autores descrevem a luxação cirúrgica da anca como técnica para excisão completa a propósito de um caso clínico de osteocondroma solitário do fundo acetabular da articulação coxofemoral esquerda numa doente de 12 anos.Não existe um consenso na literatura sobre qual o melhor timing e abordagem cirúrgica para excisão de osteocondromas acetabulares. A luxação cirúrgica da anca permite um acesso de 360º ao acetábulo e cabeça do fémur, respeitando a biologia e fisiologia da anca.Os autores descrevem a técnica de luxação cirúrgica da anca por via lateral para  tratamento destas lesões por permitir resseção completa da patologia, identificação e tratamento simultâneo de lesões concomitantes, independentemente da localização no acetábulo e tamanho da lesão,  respeitando a biologia e fisiologia da anca.

»P 6 - Pilomatrixoma do Braço – A Propósito de Um Caso Clínico

Fabíola Ferreira, Gustavo Martins, Ricardo Pereira, Márcio Oliveira,Mafalda Santos (Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia Espinho)

IntroduçãoO Pilomatrixoma ou epitelioma calcificante de Malherbe, foi descrito pela primeira vez em 1880 por Malherbe e Chenantais. Trata-se de um tumor subcutâneo benigno com origem nas glândulas sebáceas tipicamente encontrado na região da cabeça e pescoço. A sua incidência nos membros superiores é relativamente rara e na literatura existem poucos relatos de atingimento do braço. Manifesta-se como uma tumefacção dura, superficial e indolor, podendo acompanhar-se de alterações da coloração da pele adjacente. 40% dos casos ocorrem em doentes com menos de 10 anos e 60% dos casos nos primeiros 20 anos de vida.Caso ClínicoCriança do sexo masculino, com 11 anos de idade, enviado à consulta por tumefacção dura, indolor, de cerca de 1 cm de diâmetro, localizada no 1/3 distal e lateral do braço direito;

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sem sinais inflamatórios ou alterações da coloração local. Sem história traumática prévia. Solicitou-se ecografia do braço - «Formação nodular sólida no seio da gordura subcutânea com 12 mm, sugerindo granuloma calcificado.»ResultadosFoi submetido a exérese cirúrgica completa, constatando-se intra-operatoriamente tratar-se de uma tumefacção calcificada. A peça foi enviada para anatomia patológica que revelou tratar-se de Pilomatrixoma. Actualmente com 2 anos de seguimento não apresenta sinais de recidiva local.DiscussãoO Pilomatrixoma é frequentemente subdiagnosticado, principalmente em situações em que a sua localização é atípica, tal como no caso aqui apresentado. O diagnóstico diferencial inclui outras neoplasias benignas nomeadamente cisto de inclusão epidérmica, cisto dermóide, granuloma de corpo estranho, lipoma, osteoma cútis e hematoma ossificante.ConclusãoA resolução espontânea é rara e desta forma o tratamento passa pela excisão cirúrgica completa. A recorrência após a cirurgia é pouco frequente, com uma incidência entre 0 e 3%. Apesar de rara, a transformação maligna deve ser suspeitada em casos de recidivas locais repetidas.

»P 7 - Fibrossarcoma Infantil do Pé: Um Caso Clínico

Pedro Farinha Martins, Inês Balacó, Cristina Alves, Pedro Sá Cardoso, Tah Pu Ling, Fátima Heitor, Gabriel Matos (Serviço de Ortopedia Pediátrica do Hospital Pediátrico de Coimbra- CHUC, EPE)

ObjectivoPretende-se apresentar um caso clínico de Fibrossarcoma Congénito/Infantil (FCI) do pé, diagnosticado numa criança de 12 meses. O FCI representa menos de 1% das neoplasias da infância, sendo o sarcoma de tecidos moles mais frequente em crianças com idade inferior a 1 ano. A taxa de sobrevida aos 5 anos é de 84-93%. Em crianças com idade < 5 anos, a taxa de metastização é de 7.3% e a taxa de recidiva local da doença é de 43%. O tratamento inicial preconizado é a ressecção cirúrgica. A recidiva não parece predispor ao surgimento de doença metastática. MétodosConsulta do processo clínico e avaliação do Doente na Consulta Externa de Ortopedia Pediátrica.ResultadosMenino de 12 meses, com diagnóstico inicial de Granuloma Piogénico/Verruga Plantar, traduzido clinicamente por formação nodular, descamativa, ruborizada, aparentemente dolorosa, com localizada à região plantar do pé direito. Foi realizada a exérese cirúrgica pela Cirurgia Pediátrica. O estudo anátomo-patológico da peça revelou uma morfologia celular e perfil imunohistoquimico sugestivo de FCI, com invasão das margens cirúrgicas.

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Na radiografia observava-se um reforço de tecidos moles na região do 2º raio do pé direito, sem repercussão óssea evidente. Foi efetuada RM. Realizou quimioterapia neoadjuvante e posterior tratamento cirúrgico, aos 16 meses de idade, com ressecção alargada da lesão (amputação do 2º raio do pé direito). Não se observaram complicações pós-operatórias. Com seguimento de 28 meses, não existem sinais de recidiva local, nem de lesões secundárias. O resultado funcional e estético são excelentes.ConclusãoA ressecção do 2º raio do pé em contexto tumoral não compromete significativamente a função do pé nem a sua aparência estética. Relevância O Fibrossarcoma Congénito/Infantil (FCI)do pé é uma patologia rara, cujo diagnóstico exige elevada suspeição, sendo importante realizar o tratamento precoce e cirurgia de ressecção alargada em Centros com experiência adequada.

»P 8 - Osteocondroma da coluna dorsal – Uma idade atípica de diagnóstico

Rui Domingos, João Sarafana, João Froufe, Teresa Oliveira, Luís Cardoso, Estanqueiro Guarda, Gomes Peres(Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto-Douro, Vila Real)

Os Osteocondromas correspondem aos tumores benignos mais comuns (35-40%) do esqueleto axial. Com uma preferência pela metáfise dos ossos longos, apenas em cerca de 1-4% ocorrem ao nível da coluna vertebral. Quando presentes na coluna vertebral, apresentam-se preferencialmente na coluna cervical (50%) e torácica alta e menos frequentemente na coluna lombar (20%). O tratamento cirúrgico com exérese encontra-se preconizado quando o tumor apresenta crescimento contínuo e se associa a dor, compressão neurológica ou suspeita de transformação maligna. Os autores descrevem um caso clínico de uma criança de 5 anos de idade, sexo masculino, observada por massa na região torácica, indolor e de crescimento contínuo durante o último ano. Ao exame objectivo detectava-se presença de massa bem definida, localizada na linha média vertebral, aderente ao planos e cuja mobilização não despertava dor. Exames imagiológicos realizados (Rx, ECO, TC) mostraram formação exostótica (15x13x10mm) da apófise espinhosa de D10, com uma cortical íntegra e região medular em continuidade com a medular da apófise espinhosa, sugestivos de provável Osteocondroma. Intervencionada cirurgicamente, com excisão completa da massa e diagnóstico confirmado por anatomopatologia (amostra constituída por tecido ósseo maduro e revestido de cartilagem hialina). Com 9 anos de pós-operatório, a criança encontra-se assintomática e sem evidência clínica e imagiológica de recidivas.Apesar de uma localização comum a nível do arco posterior vertebral, o nível de apresentação (dorsal baixo) e a idade de apresentação (5 anos) são incomuns nesta patologia, sendo poucas as referências bibliográficas relativas a osteocondromas da coluna dorsal com aparecimento em idade inferior aos 10 anos. A excisão em bloco da

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massa apesar de indolor, justificou-se pelo elevado potencial de crescimento tendo em atenção a idade precoce do doente, e a sua hipotética transformação maligna. Os autores descrevem então um caso de osteocondroma vertebral com localização e idade de apresentação atípicos.

»P 9 - Outra causa para dorsalgia Alexandra Paúl, Joana Miguéis, Tah Pu Ling, Alice Carvalho, Fátima Heitor (Hospital Pediátrico de Coimbra, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra)

Apresenta-se um caso de um adolescente de 14 anos avaliado inicialmente por dorsalgia, desencadeada aparentemente por traumatismo, que motivou diversas vindas a um Serviço de Urgência, complicada posteriormente por febre e sintomatologia abdominal. Foram discutidos os diagnósticos de apendicite e pielonefrite aguda, excluídos por investigação laboratorial e imagiológica. Pela hipótese de discite, foi pedida colaboração do Ortopedista, tendo efectuado TC da coluna dorsolombar. Foram visualizadas múltiplas lesões osteolíticas em toda a coluna, com provável fractura compressiva de L1. A PET mostrou envolvimento hipermetabólico a nível medular/ósseo, confirmando as incontáveis lesões osteolíticas envolvendo toda a coluna vertebral, o esterno, os ossos da bacia e a porção proximal de ambos os úmeros e fémures, bem como lesões milimétricas pulmonares. Apresentava velocidade de sedimentação de 105 mm1ªh, proteína C reactiva de 24 mg/dl, neuroenolase de 151 ng/mL, LDH de 3466 U/L e fosfatase alcalina normal. O medulograma mostrava infiltração tumoral. Foi realizada biópsia do sacro, cujo estudo anatomo-patológico fez o diagnóstico de Sarcoma de Ewing. O estudo molecular revelou a presença da translocação EWS-FLI1, confirmando a histologia. Iniciou quimioterapia, com melhoria progressiva da febre e das queixas álgicas tendo, posteriormente, conseguido reiniciar a actividade diária normal.Na TC de controlo, 3 meses após diagnóstico, verificou-se melhoria imagiológica significativa, com menor definição das múltiplas lesões osteolíticas e aos seis meses após o início de terapêutica, a maioria das lesões em PET já não apresentava actividade metabólica, à excepção de D1, L3 e sacro. Foi realizada radioterapia dirigida às zonas com hiperactividade e região pulmonar (entretanto já sem nódulos visíveis), mantendo quimioterapia endovenosa.Apesar da gravidade deste caso (sarcoma axial com metastização óssea, pulmonar e medula óssea) no diagnóstico, foi possível controlar a doença e proporcionar qualidade de vida. Tem planeado manter quimioterapia em esquema prolongado de manutenção.

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»P 10 - Tratamento cirúrgico de fractura intra-articular complexa da omoplata: descrição de um caso clínico e nota técnica.

João Pedro Raposo, Inês Balacó, Cristina Alves, Tah Pu Ling, Pedro Sá Cardoso, Gabriel Matos (Serviço de Ortopedia Pediátrica do Hospital Pediátrico de Coimbra- CHUC, EPE)

ObjectivoApresentamos um caso clínico de fractura da omoplata. Estas lesões representam 5% das fracturas do ombro e acontecem em traumatismos de alta energia, com outras lesões associadas. Cerca de 90% são tratadas conservadoramente com bons resultados funcionais e radiológicos. A indicação cirúrgica coloca-se perante degrau articular significativo (>5mm) ou desvio do colo da glenóide superior a 40º.Métodos Relatamos o caso clínico de uma rapariga de 17 anos, vítima de acidente de viação, com trauma lateral directo do ombro direito, de que resultou fractura da omoplata. Apresentamos ainda uma nota técnica sobre a abordagem cirúrgica pela via de Judet modificada.ResultadosClinicamente sem deformidade ou lesão neurovascular, sem dor à palpação do úmero proximal e clavícula, com mobilizações activa/passiva possíveis mas limitadas por dor. Assumiu-se uma contusão, pelo que teve alta com suspensão braquial, gelo e analgesia. 1 semana depois regressa ao SU por agravamento álgico. Na radiografia observou-se fractura da omoplata, Ideberg V. Fez TAC e foi submetida a redução aberta e osteossíntese. Teve alta ao 3º dia pós-operatório, com suspensão em aparelho de abdução. Realizou movimentos pendulares às 4 semanas, com reabilitação até às 12 semanas. Na reavaliação após 3 meses estava sem queixas álgicas ou nas actividades de vida diária. Na radiografia verificavam-se sinais de consolidação da fractura com restituição anatómica.ConclusãoO tratamento cirúrgico das fracturas da omoplata envolve uma desinserção muscular extensa (Judet) ou acesso limitado ao corpo da omoplata (Kavanagh). A via de Judet modificada permite acesso a toda a omoplata através do intervalo intermuscular entre o infraespinhoso e o pequeno redondo, não causando lesão na coifa dos rotadores e protegendo as estruturas nervosas e vasculares.RelevânciaAs fracturas da omoplata são pouco frequentes e raramente têm indicação cirúrgica. A via de Judet modificada permite uma boa exposição e permite uma melhor reabilitação e bons resultados funcionais.

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»P 11 - Fractura Bilateral do Acetábulo na Criança: duas fracturas, duas

opções terapêuticas

Luis Tavares, Cristina Alves, Inês Balacó, Pedro Sá Cardoso, Tah Pu Ling, Gabriel Matos

(Serviço de Ortopedia Pediátrica do Hospital Pediátrico de Coimbra- CHUC, EPE)

ObjectivoApresentação de um caso de fractura acetabular bilateral e resultados clínicos obtidos pela instituição de 2 opções terapeuticas distintas. MétodosApresenta-se o caso clínico de uma menina de 13 anos, vítima de acidente de viação com capotamento, politraumatizada, diagnosticada com luxação central da anca direita e fractura bilateral do acetábulo. À entrada no SU estava hemodinamicamente estável, consciente e orientada, com encurtamento do membro inferior direito e queixas álgicas intensas.No RX e TAC bacia observou-se fractura complexa acetábulo direito com luxação central da cabeça femoral (Watts tipo D; Letournel tipo H - “T shaped”) e fractura minimamente desviada do acetábulo esquerdo (Watts tipo B; Letournel tipo B). Foram excluídas lesões vasculares ou génito-urinárias. Realizou-se redução incruenta urgente da fractura-luxação da anca direita e, após 4 dias, foi submetida a redução aberta (abordagem de Kocher-Langenbeck) e osteossintese do acetábulo direito com 2 placas de reconstrução. A fractura do acetábulo esquerdo foi alvo de tratamento conservador. Não apresentou complicações no intra ou pós-operatório imediato, tendo alta ao 7ºdia pós-operatório, com indicação para realizar descarga total durante 8 semanas.ResultadosDecorridos 22 meses após a cirurgia, a doente realiza actividades de vida diária e desportivas sem limitações, com mobilidade simétrica e indolor das ancas, mantendo redução anatómica das fracturas acetabulares e ausência de sinais de necrose avascular da cabeça femoral.ConclusãoA complexidade anatómica do acetábulo e bacia, associada à ausência de uma classificação que permita inferir um tratamento/prognóstico bem definido, fazem com que as indicações terapêuticas das fracturas acetabulares em idade pediátrica sejam controversas. O tratamento destas fracturas deverá ser ponderado individualmente, de acordo com a idade, padrão de fractura, estabilidade do anel pélvico, estabilidade hemodinâmica e presença/extensão de lesões associadas. RelevânciaEste caso clínico esclarece questões relacionadas com a abordagem terapêutica mais indicada nas fracturas acetabulares em idade pediátrica.

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»P 12 - Fracturas em idade pediátrica: é essencial conhecer a história natural!

Miguel Nascimento, Cristina Alves, Inês Balacó, Pedro Sá Cardoso, Tah Pu Ling, Gabriel Matos (Serviço de Ortopedia Pediátrica do Hospital Pediátrico de Coimbra- CHUC, EPE)

ObjectivoApresentamos 2 Casos Clínicos que salientam a importância do conhecimento das fases de consolidação óssea das fracturas em idade pediátrica: inflamatória, reparação e remodelação. É sabido que a capacidade de remodelação depende da área anatómica envolvida, idade da criança, proximidade da fractura à cartilagem de crescimento e sua orientação relativamente ao eixo anatómico. MétodosConsultaram-se os Processos Clínicos e Radiografias de 2 doentes com fracturas invulgares dos membros superior e inferior, em que se optou por tratamento conservador, sendo que esta decisão pode ser controversa.Resultados1 - Doente com 5 anos de idade, sexo masculino, observado no serviço de urgência após traumatismo do membro inferior direito por motociclo que lhe caiu em cima. Apresentava dor, edema da coxa e impotência funcional, traduzidos radiologicamente por uma fractura per e subtrocantérica. Optou-se pela redução fechada e tratamento com gesso pelvipodálico durante 6 semanas. Aos 5 meses após o acidente, a criança estava bem, não apresentando claudicação da marcha ou limitações na vida diária. Radiologicamente, a fractura estava consolidada e remodelada, não existindo dismetria. 2 – Doente com 7 anos de idade, sexo feminino, politraumatizada, após acidente de viação com capotamento, apresentando: traumatismo craniano, fractura descoaptada da metáfise proximal do úmero esquerdo com compromisso neurológico nos territórios cubital e mediano esquerdos, fractura bem alinhada metadiafisária do úmero proximal direito e fractura dos ossos da perna esquerda. Optou-se por tratamento conservador, com suspensão braquial nos membros superiores. Após 4 meses, todas as fracturas estavam consolidadas e remodeladas. A recuperação funcional completa ocorreu por volta dos 20 meses. ConclusãoO conhecimento da biologia das fracturas pediátricas permitiu obter bons resultados em 2 casos de fracturas cujo tratamento é controverso. RelevânciaNa criança, a consolidação óssea é rápida e a capacidade de remodelação elevada.

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»P 13 - Tratamento de Pseudartrose de Fratura do Côndilo Umeral Externo – A propósito de um caso clínico.

Igor Martins, Carolina Escalda, Teresa Marques, Ricardo Ferreira (Hospital Garcia de Orta EPE, Almada)

IntroduçãoAs fraturas do côndilo umeral externo no esqueleto imaturo constituem cerca de 17% das fraturas do úmero distal e ocorrem tipicamente entre os 5 aos 10 anos, na sequência de uma queda sobre as mãos estendidas. O tratamento mais controverso prende-se com as minimamente desviadas (tipo II), podendo ser não cirúrgico, cirúrgico com redução incruenta ou cruenta e sua fixação.Apresentamos um caso de um doente com uma pseudartrose do côndilo umeral externo, pós-fratura tipo II submetida a tratamento não cirúrgico.Materiais e MétodosR.A.A.S., sexo masculino, 15 anos de idade, foi admitido em 17/07/2014 por pseudartrose do côndilo umeral externo do cotovelo esquerdo. Foi submetido a limpeza do foco de pseudartrose, redução cruenta e fixação com parafusos com aposição de enxerto da crista ilíaca direita.ResultadosNa consulta de seguimento às 4 semanas pós-operatório, referia melhoria da dor e imagiologicamente apresentava a fratura em consolidação. Foi retirada a imobilização de Robert-Jones e iniciou mobilização ativa. Às 8 semanas apresentava RX com calo ósseo. Na consulta de seguimento aos 6 meses apenas referia dor ligeira à palpação do olecrânio (a nível da cabeça de um dos parafusos) com um excelente resultado funcional e imagiológico.DiscussãoAs fraturas do côndilo umeral externo são lesões frequentes mas de diagnóstico e tratamento complexos, nomeadamente as do tipo II. A sua avaliação clínica pode representar um desafio aos cirurgiões, sendo controverso o seu tratamento, que deverá ser individualizado. Achámos relevante a discussão do caso clínico apresentado, visto se tratar do subtipo que mais frequentemente está associado a complicações. ConclusãoNo caso do doente apresentado houve evolução para pseudartrose de uma fratura do côndilo umeral externo tipo II tratada conservadoramente. A técnica cirúrgica utilizada mostrou um excelente resultado clínico, com cura da pseudartrose, tal como descrito na Literatura.

»P 14 - Tratamento De Fratura Subtrocantérica Patológica Em Adolescente De 13 Anos

António Lemos Lopes, Pedro Teixeira Gomes, Luís Sá e Castelo, Marta Maio, Pedro Teixeira Mota, Rita Sapage, Ricardo Branco, A. Gomes Cruz, A. Marques Dias (Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Aldo Douro – Vila Real)

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ObjectivoUm quisto ósseo simples (unicamaral) é um tumor benigno comum que ocorre em crianças e adolescentes. Correspondem a uma cavidade dentro do osso preenchida por fluído. São mais prevalentes no sexo masculino. Podem ser encontrados nos ossos longos, sendo mais comuns no úmero e fémur. Encontram-se tipicamente nas metáfises, perto da articulação ou placa de crescimento. Podem ser classificados como ativos ou latentes consoante estão ligados ou não à placa de crescimento.Na maioria das vezes são assintomáticos (indolores e não palpáveis) e são, normalmente, descobertos acidentalmente em exames imagiológicos pedidos por outra causa.Podem ser diagnosticados após uma fratura através do quisto, porque este fragiliza o osso circundante. Quando o osso parte pelo quisto após um trauma minor, esta fratura é referida como patológica.MétodosLCCS, sexo masculino, 13 anos.Trazido ao serviço de urgência (17/04/2014) por traumatismo da anca direita após queda de um baloiço. Apresentava coxalgia direita e impotência funcional.Radiograficamente fratura subtrocantérica trans-quisto ósseo.ResultadosSubmetido no mesmo dia a encavilhamento retrógrado com 2 cavilhas elásticas de titânio.Follow-up de 12 mês.Pós-operatório sem intercorrências.Seguimento em consulta externa com avaliação e controlo imagiológico.Clinicamente deambula sem apoio externo e sem queixas álgicas de relevo.ConclusãoA fratura subtrocantérica ocorreu por fragilidade óssea provocada pelo quisto.O tratamento efetuado foi eficaz na manutenção do comprimento e alinhamento ósseo, respeitando os princípios biológicos e permitindo uma mobilização e carga precoces. Em casos em que a descoberta do quisto é acidental deverá ser ponderada uma intervenção cirúrgica eletiva ou uma vigilância apertada da evolução do quisto devido ao risco de fragilizar o osso podendo causar uma fratura patológica.RelevânciaAlguns quistos ósseos são descobertos após uma fratura. Como são assintomáticos, um quisto pode expandir e enfraquecer o tecido ósseo circundante, criando um local com maior suscetibilidade à fratura.

»P 15 - Fratura cominutiva da glenoide na criança – Caso clínico raro

Isabel Catarino,Helder Nogueira, Sofia Esteves Vieira, Daniel Lopes, Clyde Viamonte(Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa)

IntroduçãoAs fraturas da glenoide são extremamente raras na criança. Quando presentes, associam-se quase sempre a luxações do ombro ou fraturas do úmero proximal. Quando isoladas

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devem fazer suspeitar de maus tratos e deixar alerta os profissionais de saúde.Material e MétodosDoente do sexo feminino, 11 anos, avaliada no SU após trauma direto do ombro esquerdo contra uma parede. Apresentava dor e limitação funcional importante do ombro. O Rx e a TC mostraram fratura cominutiva da glenoide tipo VI de Ideberg e Goss. Foi decidido tratamento conservador com Gerdy uma vez que os vários fragmentos da fratura mostravam bom alinhamento com preservação da superfície articulaResultados1 semana após a lesão a doente referia melhoria da dor e o Rx mostrava bom alinhamento do fragmentos. Foi retirada imobilização à 5ª semana. Nessa altura a mobilidade do ombro estava limitada a 70º de abdução, 90º de elevação anterior, rotação interna e externa quase nulas. Foi orientada para Fisiatria e cumpriu programa de reabilitação durante 8 semanas. Repetiu TC à 10ª semana que mostrava # consolidada com superfície articular preservada. Na reavaliação aos 8 meses foi-lhe aplicado o score de Constant que foi de 98 (0-100) havendo referencia a limitação ligeira nas atividades recreativas mais esforçadas.DiscussãoSendo uma entidade clínica rara, a fratura da glenoide na criança necessita de elevado grau de suspeição para o seu correto diagnóstico. O objetivo major do tratamento é a preservação da superfície articular e o retorno às AVD sem limitação.ConclusãoNeste caso clínico, apesar de apresentar cominuição extensa, a superfície articular estava congruente o que possibilitou o tratamento conservador com Gerdy. O resultado final é excelente apenas com referência a limitação ligeira de atividades recreativas mais esforçadas.

»P 16 - Fratura do colo do fémur na criança – a propósito de um caso clínico

Isabel Catarino, oao das Dores Carvalho, Sofia Esteves Vieira, Daniel Lopes , Clyde Viamonte(Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa)

IntroduçãoAs fraturas do colo do fémur na criança são raras. Os traumatismos diretos de elevada energia são responsáveis por 75 a 80% destas fraturas e, portanto, há muitas vezes outras lesões associadas. O tratamento cirúrgico está indicado em fraturas com desvio. A osteonecrose é a principal complicação ocorrendo em até 40% dos casos e está diretamente relacionada à localização e desvio da fratura. O diagnóstico e tratamento atempado fazem a diferença no resultado final.Material e métodosDoente do sexo masculino, 12 anos, vítima de atropelamento com traumatismo do membro inferior esquerdo. Apresentava dor em todo o membro, limitação funcional e ligeiro encurtamento. O Rx mostrou fratura do colo do fémur Delbert tipo 3 e fratura da diáfise da tíbia, in situ. Decidido tratamento conservador de fratura da tíbia com gesso cruropodálico

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e osteossíntese de fratura do colo do fémur com 3 parafusos canulados 5.0 mm.ResultadosA imobilização foi retirada à 6ª semana e foi iniciada carga parcial. Cumpriu programa de reabilitação durante 8 semanas. 4 meses após a cirurgia já caminhava sem apoio, não apresentava queixas álgicas e o exame objetivo do membro inferior era normal. Aos 12 meses mantem-se assintomático e sem limitação para as suas AVD. O estudo radiológico foi sempre negativo para sinais de osteonecrose.DiscussãoO objetivo major do tratamento é preservar a cabeça do fémur através da redução e fixação urgentes, no sentido de evitar dano à articulação.ConclusãoApesar de pouco frequente, a fratura do colo do fémur na criança pode surgir no contexto de trauma de elevada energia. No caso apresentado o diagnóstico e tratamento imediatos foram determinantes para o resultado final que foi excelente.

»P 17 - Fratura luxação unicondiliana da falange na criança – caso clínico Cláudia Quinta, Edgar Rebelo, Teresa Tomé, Duarte Cadavez, José Mousinho (Centro Hospitalar Leiria)

IntroduçãoAs fraturas da mão são mais frequentes nos adolescentes, estando relacionadas com a prática de  desporto. Localizam-se mais frequentemente nas falanges atingindo preferencialmente o 2 e 5º dedos. As  fraturas  luxação  unicondilianas  são raras, atingem a extremidade distal  das  falanges, ocorrem no plano coronal e estão associadas a luxação palmar ou dorsal do fragmento distal. Os doentes apresentam edema, equimose e impotência funcional. O diagnóstico  é  radiológico. O  tratamento  é  cirúrgico  devido à instabilidade da  fratura. A osteossíntese com fios k está dificultada pela pequena dimensão do fragmento distal. MaterialCaso clínico de criança de 10 anos, que sofreu traumatismo  direto  do 5º dedo da mão esquerda. Apresentava edema e equimose da região IFP e dor à mobilização com limitação da mobilidade articular. O rx  revelou fratura-luxação  unicondilar  de  F1 com desvio em extensão do fragmento distal (fratura coronal dorsal). Devido ao tipo de fratura e à dimensão do fragmento distal optou-se pela redução fechada e fixação com tração esquelética dinâmica com 2 fios k e bandas elásticas sob controle de intensificador de imagem.  Teve alta com indicação de mobilização das articulações adjacentes. Fez-se controle radiológico e clínico semanal. A tração esquelética foi removida às 3 semanas, iniciando mobilização ativa dos dedos, com restrição para atividade desportiva.  ResultadosÀs 6 semanas a criança apresentava mobilidade completa com enrolamento total dos dedos e sem queixas álgicas. Exame radiológico revelava fratura consolidada sem desvio.

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ConclusãoO método de osteossíntese utilizado neste caso está descrito habitualmente para outro tipo de fraturas, nomeadamente fraturas articulares cominutivas da base da falange e fraturas expostas com más condições dos tecidos moles.  Devido à dificuldade de fixação interna nesta fratura (localização e dimensão do fragmento distal) optou-se por este método de osteossíntese que se  revelou uma mais valia no tratamento destas fraturas complexas.

»P 18 - Epifiólise da cabeça radial – uma apresentação atípica

Francisco Silva Gomes, Vasco Oliveira, João Antunes, António Mendes, Daniel Peixoto, Susana Ângelo, Tiago Roseiro, Fernando Pereira (Hospital Distrital da Figueira da Foz, EPE – Figueira da Foz)

Objectivo Apresentação de caso clinico de epifisiólise grau II Salter-Harris da cabeça do rádio, tipo IVb de Judet.MétodosAvaliação clinica e radiológica do doente desde a primeira observação até à data actual (3 meses)ResultadoCriança de 11 anos, do sexo masculino, que recorreu ao Serviço de Urgência por queda com o membro superior em extensão, com 48 horas de evolução. O estudo radiológico evidenciou uma epifisiólise de grau II Salter-Harris, com o fragmento articular proximal rodado a 90º (tipo IVb de Judet). Após tentativa sem sucesso de redução sob anestesia pela técnica de Israeli, optou-se por redução aberta e estabilização pela técnica de Metaizeau. Iniciou a mobilização às 3 semanas, após remoção do material de osteossíntese. Três meses após a cirurgia, apresenta uma limitação da extensão de 15º, com ligeiro défice da supinação (30º), com um score QuickDash de 4.5. Radiologicamente não apresenta sinais de osteonecrose da epífise radial ou sinostose.ConclusõesEmbora a avaliação inicial apontasse para uma situação de mau prognóstico funcional, a reconstrução e estabilização adequadas permitiu um excelente resultado clínico. RelevânciaEste trabalho descreve um caso clinico de uma patologia não rara mas com apresentação inicial pouco comum pela gravidade da descoaptação e pelo tempo de evolução. Um seguimento apertado é necessário para avaliação das possíveis complicações, expectáveis, mas não existentes até à data do seguimento.

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»P 19 - Tratamento cirúrgico de fraturas proximais do úmero pediátricas: fixação percutânea versus fixação intramedular tipo Kapandji

Pedro Gomes, Luís Castelo, António Lopes, Marta Maio, Pedro Mota, António Marques Dias (Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto-Douro, Vila Real)

ObjetivoAvaliar a fixação percutânea com fios de Kirschner e a fixação intramedular tipo Kapandji, utilizadas no tratamento de fraturas proximais do úmero, com base nos resultados e as complicações associadas a cada técnica.MétodosAnálise retrospetiva de 14 doentes com fraturas proximais do úmero (Neer-Horowitz III-IV) submetidos a intervenção cirúrgica entre 2010 a 2014 com seguimento médio de 17,7±5,8 meses. ResultadosO estudo apresenta 8 rapazes e 6 raparigas com uma média de idades de 12,6±3,2 anos. Foi realizada fixação percutânea em 9 doentes e fixação intramedular tipo Kapandji em 5 doentes. Todos os casos evoluíram para consolidação no período previsto.Constatadas 2 complicações ligeiras: uma migração de fio de Kirschner e uma consolidação em varo ambas no grupo com fixação percutânea. Não se obtiveram perdas de redução, infeções, necroses avasculares ou lesões neurovasculares. A duração média do procedimento cirúrgico foi inferior no grupo com fixação percutânea (45,6±25,1 minutos) relativamente ao grupo Kapandji (52±7,6 minutos). O tempo médio para a extração dos fios K foi sobreponível nos 2 grupos (6±2 semanas). ConclusãoAmbas as técnicas foram eficazes na estabilização de fraturas com desvios e/ou angulações graves, permitindo mobilização precoce.RelevânciaDescrever os resultados de 2 técnicas cirúrgicas utilizadas no tratamento de fraturas proximais do úmero pediátricas.

»P 20 - Fratura de Tillaux-Chaput: a propósito de um caso clínico

António Lemos Lopes, Pedro Teixeira Gomes, Luís Sá e Castelo, Marta Maio, Pedro Teixeira Mota, Rita Sapage, Ricardo Branco, A. Gomes Cruz, A. Marques Dias(Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Aldo Douro – Vila Real)

ObjectivoAs fraturas do tornozelo são as segundas fraturas mais comuns em crianças. A fratura de Tillaux-Chaput (FTC) descreve uma fratura da epífise distal anterolateral da tíbia, representando 2,9% das fraturas do tornozelo.

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As FTC podem causar dor ou rigidez articular até 2 anos após a lesão, com incongruência articular que pode resultar em osteoartrose degenerativa, deformidade em varo, deformidade rotacional, desvio tibiotalar («tibiotalar slant»), pseudartrose e dismetria.Com este trabalho os autores procuram realçar a sua importância em termos de dificuldade de diagnóstico, morbilidades e opções de tratamento. MétodosASBC, sexo feminino, 12 anos, caucasiana.Recorreu ao serviço de urgência por traumatismo do tornozelo esquerdo com dor a nível da face anterior do tornozelo e claudicação. Apresentava edema a nível da face anterior da perna e tornozelo.Foi efetuado estudo radiológico e Tomografia computorizada (TC) do tornozelo.ResultadosSubmetida a redução cruenta e osteossíntese com parafuso.Imobilização com bota gessada por 3 semanas, com carga parcial iniciada às 5 semanas. Às 8 semanas deambulava sem queixas álgicas e sem apoios. Arcos de mobilidade passiva e ativa completos.Efectuada extração de parafuso aos 12 meses pós-operatórios, sem intercorrências.ConclusãoO tratamento da FTC pode ser conservador ou cirúrgico.As indicações para o tratamento cirúrgico visam a necessidade de restaurar a congruência articular, o desalinhamento do fragmento e preservação da fise.As técnicas mais usadas são a fixação percutânea do fragmento assistido por artroscopia ou redução aberta e osteossíntese.RelevânciaÉ necessário um grande grau de suspeição para o diagnóstico da FTC e se não convenientemente tratada pode deixar sequelas.Em lesões com descoaptação superior a 2mm, uma TC deve ser realizada para planeamento cirúrgico. Os resultados a longo prazo são bons.

»P 21 - Fractura-avulsão da inserção tibial do ligamento cruzado posterior

Pedro Neves, Luís Dias da Costa, Pedro Brandão Barreira, Pedro Serrano, Paulo Pereira, José Carlos Leitão(Centro Hospitalar do Porto (Porto); Hospital da Venerável Ordem Terceira de São Francisco)

IntroduçãoFractura-avulsão do ligamento cruzado posterior na idade pediátrica é uma entidade pouco comum. Devido à sua raridade, o diagnóstico é por vezes esquecido. Para além disso, a avulsão osteocondral do LCP pode não ser visível no estudo radiográfico simples e sendo a RMN a melhor maneira para o diagnóstico e planeamento cirúrgico.

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Caso clínicoCriança de 13 anos, vítima de queda de cavalo, com traumatismo do joelho direito em hiperextensão. Apresentava derrame articular de pequeno volume, mobilidade articular 5-120º e sinal da gaveta posterior positivo. O estudo radiográfico foi negativo.Visualizou-se o fragmento osteocondral da inserção do LCP na RMN com avulsão de 13mm. Submetido a redução aberta do fragmento por via posterior e fixação do fragmento com 1 grampo, sem transposição da fise.Esteve imobilizado durante 3 semanas com tala de Depuy e iniciou tratamento fisiátrico após.Ao 6º mês pós-operatório apresentava-se assintomático, sem instabilidade articular e com mobilidade completa do joelho.Iniciou actividade desportiva sem queixas.

»P 22 - Fratura Cominutiva Do Calcâneo Em Criança

Bruno Pombo, Pedro Sá, Carolina Oliveira, Ana Pinheiro, Margarida Areias, Francisco Lima Rodrigues(Unidade Local de Saúde do Alto Minho, Viana do Castelo)

ObjetivoAs fraturas do calcâneo constituem uma entidade clínica rara em crianças, sendo o tratamento conservador o mais comummente utilizado, baseando-se na alta capacidade de remodelação óssea do osso cartilagíneo. A localização mais frequente destas fraturas, em crianças com idade inferior a 14 anos, é extra-articular, constituindo um desafio terapêutico quando há um atingimento intra-articular marcado.MétodosDoente do sexo masculino, 12 anos de idade, obeso, com distúrbio da ansiedade e hábitos tabágicos, recorre ao SU por dor no retropé e incapacidade funcional após queda de dois metros, tendo sido diagnosticado, após avaliação clínica e imagiológica, com fratura intra-articular do calcâneo Schmidt tipo 5B. Procedeu-se ao respetivo tratamento cirúrgico com redução aberta e osteossíntese com placa e parafusos, tendo permanecido em regime de internamento, sete dias após cirurgia, para vigilância de sinais de alarme. Foi orientado, posteriormente, para fisioterapia.ResultadosO restante internamento decorreu sem intercorrências. Aos oito meses pós-operatório apresenta fratura consolidada, com flexão-extensão total do pé recuperada e marcha não dolorosa. De referir, apenas, ligeira diminuição da mobilidade sub-társica.ConclusãoO pé da criança é diferente do pé do adulto, uma vez que o osso é maioritariamente cartilaginoso até à adolescência.Neste caso, apesar da idade, por já possuir uma estrutura com maturidade óssea completa e pelo padrão de fratura, aplicou-se os princípios de tratamento de fraturas em adultos. O prolongamento do internamento deveu-se à necessidade de vigilância aos sinais inflamatórios associados a estas fraturas.

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RelevânciaA aplicação de princípios de tratamento de fraturas em adultos numa fratura cominutiva do calcâneo de uma criança permitiu alcançar bons resultados anatómicos e funcionais.

»P 23 - Polidactilia do polegar – Uma compilação de 6 casos

Rui Domingos, Silvía Silvério, José Carlos Botelheiro(Hospital Ortopédico de Sant’Ana – Parede (Cascais))

A Polidactilia do polegar é uma das deformidades congénitas da mão mais frequentes. A duplicação do polegar pode ocorrer a nível das falanges (F1 e F2) ou do metacarpo. Estão ainda descritos casos de trifalangismo. A par da componente estética, importantes alterações estruturais  condicionam a funcionalidade do polegar. O tratamento cirúrgico visa promover um polegar único, sem deformidade, móvel e estável.Os autores reviram retrospectivamente o tratamento de seis casos de polidactilia do polegar. Os doentes foram classificados no pré-operatório pelo nível da duplicação. A avaliação pós operatória teve em conta os critérios mobilidade, instabilidade e desvios axiais, bem como o resultado estético.A nossa série apresentava 2 duplicações completas de F2 (Wassel II) no mesmo doente, 2 duplicações completas ao nível de F1 em doentes diferentes (Wassel IV) e 2 duplicações do metacarpo no mesmo doente (Wassel V e VI). Os doentes foram operados com 18 meses, 3, 5 e 28 anos.O doente com duplicação completa de F2 foi operado pela técnica de Cheng com um retalho conservando metade da unha do polegar excisado. Todos os outros casos foram operados utilizando um retalho músculo-cutâneo do polegar radial excisado fixado na base de F1. Num caso verificou-se no pós-operatório o aparecimento de desvio radial importante de F1 associado a diminuição da força de extensão, com necessidade de re-operação (osteotomia de F1 e plicatura do tendão extensor). Destaca-se ainda o aparecimento de 2 casos com alguma rigidez metacarpofalângica sem influência funcional. O resultado estético foi bom em todos os casos, excepto numa duplicação de F2 com instabilidade MF que não regressou para cirurgia secundária A utilização sistemática dum retalho do polegar excisado simplifica a cirurgia e evita cicatrizes dolorosas. Os desvios axiais e a rigidez articular são as complicações mais frequentes da cirurgia, necessitando por vezes aqueles de um segundo tempo cirúrgico.   A nossa série apesar de curta apresenta resultados compatíveis com os mais recentemente publicados.

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»P 24 - Variabilidade de manifestações clínicas da síndrome de Poland

Fabíola Ferreira, Gustavo Martins, Ricardo Pereira, Marco Bernardes, Mafalda Santos(Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia Espinho)

Introdução A síndrome de Poland é uma anomalia congénita rara, caracterizada pela hipoplasia da parede torácica unilateral e por vezes de alterações da mão ipsilateral. A incidência estimada da síndrome de Poland é cerca de 1 em 32000 nascimentos. Não existe predilecção pelo género e o lado direito do corpo é atingido em 60% a 75% dos doentes. A sua causa mais provável é a hipoplasia da artéria subclávia ou dos seus ramos durante a gestação, o que pode levar a uma variedade de manifestações clínicas nomeadamente hipoplasia da mama e do mamilo, ausência da porção costosternal do músculo grande peitoral, ausência do músculo pequeno peitoral, aplasia ou deformidade das cartilagens costais e costelas II a IV ou III a V e braquisindactilia ipsilateral. Os autores apresentam 4 casos de doentes com síndrome de Poland, demonstrando a diversidade de manifestações clínicas que acompanham esta rara patologia.Caso 1 Criança, sexo feminino, 2 anos de idade em que a única manifestação clínica é a ausência do músculo grande peitoral direito, com assimetria da parede torácica.Caso 2O segundo caso diz respeito a um menino de 3 anos que para além da agenesia do músculo grande peitoral à direita, apresenta também agenesia de um arco costal (4ª costela) e omoplata alada ipsilateral, visível não só clinicamente mas fundamentalmente a nível radiológico.Caso 3O terceiro caso é o de um menino de 15 meses com sindactilia do 4º e 5º dedos da mão direita associada a agenesia do músculo grande peitoral direito.Caso 4Mulher, actualmente com 24 anos de idade que além da ausência de grande peitoral, apresenta várias alterações do membro superior: luxação congénita da tacícula radial e deformidade da falange distal do polegar (figuras 8-13).Discussão e conclusão A característica comum a todos os doentes com a síndrome de Poland é a ausência da cabeça esternocostal do músculo grande peitoral. Na maioria dos casos, o músculo pequeno peitoral está ausente também. As anomalias da mão são unilaterais e variam desde sindactilia a ausência total da mão. O atingimento do lado contralateral à deformidade torácica é raro. Em alguns doentes com síndrome da Poland, a ausência da porção superior do músculo serrátil anterior, resultado da redução do fluxo sanguíneo nas artérias supra-escapulares, conduz à elevação e ao desenvolvimento de omoplata alada. Apesar de esta patologia provocar problemas estéticos, a intervenção cirúrgica só é realizada em casos de défices funcionais nomeadamente da mão. Os defeitos da parede torácica geralmente não necessitam de tratamento cirúrgico.

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»P 25 - Tratamento Cirúrgico de Pseudartrose do Escafóide em Adolescentes: 2 Casos Clínicos

António Mendes, Inês Balacó, Pedro Sá Cardoso, Cristina Alves, Tah Pu Ling, Gabriel Matos (Serviço de Ortopedia Pediátrica do Hospital Pediátrico de Coimbra- CHUC, EPE)

ObjectivoÉ objectivo deste trabalho apresentar resultados do tratamento cirúrgico da pseudartrose do escafóide, com duas técnicas cirúrgicas diferentes, na mesma Instituição.MétodosAnálise retrospetiva dos processos clínicos de dois doentes com o diagnóstico de pseudartrose do escafoide, submetidos a intervenção cirúrgica na mesma Instituição.ResultadosCaso clínico 1: adolescente 16 anos, sexo masculino, praticante de futebol, com hipersensibilidade e dor na palpação da tabaqueira anatómica, após queda há 2 meses. Na radiografia apresentava fratura do escafóide, sem sinais radiológicos de consolidação. Fez estudo por TAC que confirmou a pseudartrose. É submetido a intervenção cirúrgica, com cruentação do foco e interposição de enxerto cortico-esponjoso da crista ilíaca e fixação com parafuso. Aos 24 meses de follow-up apresentava força de preensão e mobilidades normais, simétricas em relação ao punho contra lateral, com um scores QuickDash 2.3, com retoma da actividade desportiva.Caso Clínico 2: adolescente 15 anos, sexo masculino, praticante de rugby, com história traumática com cerca de 1 ano de evolução. Queixas de dor mecânica, localizadas ao punho e tabaqueira anatómica, limitantes para a prática desportiva. Realizou RMN que confirmou pseudartrose do escafóide. Submetido a intervenção cirúrgica pela técnica de Matti-Rüsse, com fixação com fios de Kirschner. Submetido a segunda intervenção cirúrgica para extração dos fios de Kirschner por migração. Aos 12 meses de follow-up apresentava mobilidades, força de preensão simétrica, um score QuickDash 9.1 e retoma da atividade desportiva.Conclusão A pseudartrose do escafoide em idade pediátrica é rara. O tratamento cirúrgico, com a utilização de enxerto ósseo córtico-esponjoso, oferece bons resultados clínicos e imagiológicos, independentemente do método de fixação escolhido. O tipo de actividade desportiva pode influenciar os resultados funcionais.Relevância O tratamento cirúrgico da pseudartrose do escafóide em idade pediátrica apresenta bons resultados clínicos e funcionais.

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»P 26 - Tratamento Cirúrgico do Polegar Bífido – A propósito de Um Caso Clínico

Fabíola Ferreira, Andreia Ferreira, André costa, Marco Bernardes, Mafalda Santos (Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia Espinho)

O polegar bífido representa uma duplicação completa ou parcial do polegar. Geralmente ocorre como uma deformidade isolada mas existem casos raros que se encontram associados a outros síndromes malformativos como por exemplo a síndrome de Holt-Oram. Normalmente é unilateral e pode ser classificado em 7 tipos segundo Wassel. Os tipos mais comuns são o tipo IV (duplicação completa das falanges proximais e distais; 47%), seguido do tipo VII (graus variáveis de duplicação associada com um polegar trifalângico; 20%) e o tipo II (duplicação completa da falange distal; 20%).Caso clinicoCriança do sexo masculino, com 6 anos de idade, enviado à consulta por polegar bífido à direita, tipo II de Wassel.ResultadosActualmente com um ano de pós-operatório, apresenta um polegar funcionalmente normal, com discreta angulação cubital, pelo que se encontra em seguimento clinico e imagiológico periódico.Discussão e conclusãoA correcção cirúrgica do polegar bífido está indicada quase sempre, não só para melhoria estética mas também funcional. A reconstrução cirúrgica deve realizar-se por volta dos 18 meses de idade e o mais tardar até aos 5 anos. A excisão simples do dedo hipoplásico ou a intervenção de Bilhaut-Cloquet são as técnicas cirúrgicas recomendadas para o tratamento do polegar bífido tipo I ou II de Wassel. Pode haver necessidade de reintervenções futuras, com osteotomias e reconstrução ligamentar, já que é frequente o desenvolvimento de deformidade angular ou instabilidade.

»P 27 - Síndrome de Poland

Joana Teixeira, Joaquim Brito, Miguel Botton, Graça Lopes, Pedro Fernandes (Hospital de Santa Maria – Centro Hospitalar Lisboa Norte)

IntroduçãoA síndrome de Poland (SP) é uma anomalia congénita caracterizada por hipoplasia/ aplasia do músculo grande peitoral, associada a diversas alterações da parede torácica e membro superior homolateral, sendo a mais característica braquisindactilia.. A expressão fenotípica é variável, podendo-se manifestar desde uma assimetria torácica sem implicações funcionais até alterações morfológicas e problemas mecânicos da mão. Os autores apresentam dois casos de uma doença rara que ilustram a amplitude fenotípica da síndrome.

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Relato de CasoCaso 1: rapariga, seguida desde os 2 anos por assimetria da face anterior do tórax e região axilar direita, sem alterações do membro superior homolateral. A ecografia e ressonância magnética revelaram músculo grande peitoral hipoplásico sem anomalias ósseas associadas. Dada a idade da doente e ausência de outras malformações associadas o tratamento indicado é a vigilância em consulta e na idade adulta ser ponderada uma reconstrução mamária.Caso 2: rapaz,14 anos, seguido em consulta desde nascença por braquisindactilia de D2-D4 da mão direita, assimetria torácica por hipoplasia do músculo grande peitoral e imunodeficiencia primária. O Rx evidenciou braquifalangismo da mão. Aos 2 anos foi efetuada libertação cirúrgica de D2, D3, D4. Actualmente apresenta membro superior normofuncionante, mantendo a hipoplasia do membro, sem dismetria.DiscussãoA SP é uma anomalia congénita rara, resultante de uma mutação espontânea que conduz a uma alteração da angiogenese durante o desenvolvimento embrionário com um risco de recorrênciaa familiar <1%. As manifestções e consequentemente o papel do ortopedista no tratamento, podem ser muito díspares consoante a apresentação.ConclusãoÉ fundamental excluir a existência de malformações do membro superior e outras patologias associadas O tratamento atempado das malformações da mão é prioritário. A hipoplasia do grande peitoral não condiciona impotência funcional, pelo que o ortopedista assume um papel crucial na tranquilização dos pais.

» P 28 - Deformidade em fenda da mão

Carlos Silva, Filipa Silva, Graça Lopes (Hospital Beatriz Ângelo, Loures)

Os autores apresentam o caso de uma criança de 11 anos com deformidade em fenda da mão esquerda com sindactilia óssea de D3 e D4. Procederam à correcção cirúrgica com excisão da sindactilia, transposição do 2º para o 3º raio e encerramento da fenda com plastia cutânea.O resultado estético alcançado foi bom e está em programa de MFR para recuperar a função.

»P 29 - Sindactilia por banda amniótica

Carlos Silva, Filipa Silva, Graça Lopes (Hospital Beatriz Ângelo, Loures)

O síndrome de constrição da banda amniótica é uma entidade que se estima ter uma incidência de 1:2000 a 1:15000 nascimentos. Para além das deformidades nos membros

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podemos encontrar fenda palatina, lábio leporino, malformações renais e cardíacas.Os autores apresentam o caso de uma criança do sexo masculino de 1 ano de idade, com síndrome de banda amniótica, que apresentava acrossindactilia tipo III de Patterson da mão direita. Como é habitual nestes casos o polegar não estava afectado. Procederam a excisão das bridas, separação dos dedos e encerramento com retalhos cutâneos e plastias em Z.O resultado final estético foi satisfatório e a criança já começa a usar a mão nas suas actividades.

»P 30 - Alongamento pela técnica de Di Bastiani – uma solução

Bruno Pereira, Tiago Frada, Filipe Carriço, Carlos Mateus, Ricardo Maia, Vieira da Silva(Hospital de Braga)

A braquimetacarpia é uma condição clinica que se apresenta com uma metacarpo encurtado. Acredita-se que grande parte dos casos advém de um encerramento precoce da placa epifisária. O tratamento para esta condição passa grande parte das vezes pela correcção estética da deformidade apresentada, porque a braquimetacarpia não costuma implicar uma alteração da função.Quando se parte para o tratamento a evidência científica apresenta várias abordagens e técnicas possíveis, desde opções de alongamento em tempo único com a distração dos topos e colocação de enxerto, até técnicas de distração gradual. Esta última é das técnicas mais adotadas pelo seu bom resultado estético e pelo índice mais baixo de complicações relacionadas com o procedimento. O presente trabalho relata um caso de uma adolescente com braquimetacarpia do 4º raio da mão tratada com recurso à técnica de De Bastiani.Criança de 8 anos de idade, recorreu à consulta em Setembro de 2014 com 4º dedo da mão esquerda encurtado. Tinha um antecedente de trauma 2 anos antes e alteração do cumprimento desde o evento. Clinicamente tinha alteração mobilidade de D4 com hiperextensão da MCF. O metacarpo apresentava um encurtamento de 10.1mm em relação ao contra-lateral. No dia 10 de dezembro de 2014 foi submetida a osteotomia da diáfise do 4º metarcarpo e colocação de 4 pinos autoperfurantes e fixador externo com sistema de distração (ORTHOFIX®). E tempo total do fixador foi de 10 semanas, sendo que o tempo de distração para alcançar os 16.1 mm de alongamento foi de 38 dias. O período pós-operatório decorreu sem intercorrências.O presente caso demonstrou uma situação com indicação diferente do habitual nestes casos em que existia uma alteração já da mobilidade do 4º raio. A causa do encerramento prévio da placa de crescimento deveu-se com um grande grau de probabilidade a uma epifisiodese pós traumática o que demonstra a singularidade do caso. A técnica descrita por De Bastiani permitiu uma correção da deformidade e manter a função da mão, sem complicações e com um resultado estético excelente.

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» P 31 - Tratamento cirúrgico de lesão osteocondral de rótula em adoslescente –combinação de duas técnicas

Marta Maio, Pedro Teixeira Gomes, António Lemos Lopes, Carlos Cerca (Centro Hospitalar Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real)

IntroduçãoAs fraturas osteocondrais no joelho resultam essencialmente de traumatismos diretos associados a mecanismos de cisalhamento. A sua localização principal é nos côndilos femurais, embora a rótula possa também ser um local de aparecimento desta lesão.A história e o exame clínico têm um papel fundamental, a que se associam exames de imagiológicos, Rx e RM, para o diagnóstico e localização da lesão. O tratamento pode ser conservador ou cirúrgico de acordo com a classificação da ICRS.Material e métodosAdolescente de 15 anos, observado em consulta de ortopedia por gonalgia direita após traumatismo direto do joelho associado a movimento de torção. No exame físico ligeiro derrame e dor rotuliana. Restante exame normal. Rx inconclusivo. RM descreve lesão osteocondral da rótula na crista interfacetária com sinais de fragmentação e destacamento parcial. Corresponde a grau 3 na classificação da ICRS.Tratamento cirúrgico, artrotomia com identificação, na crista interfacetária de lesão de cerca de 18mm de maior diâmetro. Fixação do fragmento (10mm) com fio de kirshner, preenchido restante espaço com Plug de 8mm de enxerto autólogo, por impossibilidade de fixação dos restantes fragmentos. Pós operatório sem intercorrências.ResultadosAos 6 meses de pós-operatório sem queixas e com bom arco de mobilidade. RM descreve alteração da cartilagem rotuliana com ligeiro hipersinal e irregularidade da superfície articular e da superfície osteocondral e alguma redução da espessura focal.Artroscopia aos 12 meses, integração da plastia e sem irregularidade articular. Exame clínico normal.Conclusão A associação de duas técnicas, fixação in situ e mosaicoplastia no tratamento de fraturas osteocondrais encontra-se pouco descrita na literatura. No caso apresentado esta combinação permitiu um bom resultado final. Tal como é referido na literatura, são métodos seguros que permitem um rápido retorno à atividade.

»P 32 - Luxação congénita do joelho a propósito de dois casos clínicos.Ricardo Ferreira, Carolina Escalda, Teresa Marques, Igor Martins (Hospital Garcia de Orta)

IntroduçãoA luxação congénita do joelho é uma entidade rara, com incidência de 0.017/1000 nados-vivos. Bilateral em 40% dos casos, pode ocorrer como deformidade isolada ou associada a patologias como a DDA, pé boto, espinha bífida, mielomeningocelo, artrogripose ou doenças do colagénio.

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Material e métodosApresentamos dois casos de luxação congénita do joelho unilateral sem diagnóstico prenatal, em duas bebés de raça negra, nascidas em setembro de 2014. Em ambos casos os partos foram eutócicos sem intercorrências, não existindo antecedentes familiares de relevo. ResultadosNa avaliação inicial, constatava-se atitude em hiperextensão do joelho com evidência radiológica de subluxação anterior da tíbia e ambas eram reductíveis pela extensão não forçada do joelho (Luxações tipo A da classificação de Leveuf e Pais). Não se encontraram outras alterações músculo-esqueléticas associadas, nomeadamente pé boto ou luxação da anca. Não existia evidência de alterações associadas a quadros sindrómicos ou outras alterações congénitas.Nos dois casos foi aplicado tratamento conservador, realizando-se manipulação e imobilização com gessos seriados iniciados ao segundo dia de vida. Num caso foram realizados três gessos semanalmente e no outro quatro gessos. No final do tratamento ambas apresentavam flexão passiva de 170º e postura espontânea em flexão. A avaliação aos 3 meses, revelava arcos de movimentos simétricos, sem défices e sem instabilidade.DiscussãoO tratamento preconizado na luxação congénita do joelho tipo A (hiperextensão) é conservador e deve ser iniciado o mais precocemente possível. As opções cirúrgicas reservam-se para os casos refratários a manipulação e gessos seriados e para os tipo B e C (luxação e subluxação).ConclusãoA luxação congénita do joelho é um quadro infrequente que obriga à exclusão de outras malformações congénitas e quadros sindrómicos. Os casos de luxação isolada nos graus A e B são tratados com sucesso através de manipulações e imobilizações seriadas com ótimo prognóstico funcional.

»P 33 - Luxação Congénita do JoelhoTiago Pato, Romeu Pinho, Suzana Valente, Altino Santos, José Brenha(Centro Hospitalar Baixo Vouga, Aveiro)

ObjectivosEste trabalho pretende dar a conhecer uma patologia relativamente rara e a importância do seu reconhecimento precoce. Está frequentemente associada a anomalias musculoesqueléticas como a displasia da anca (50% dos casos), pé boto, mielomeningocelo, artrogripose ou até sindrome de Larsen. Clinicamente apresenta-se sob a forma de um joelho em hiperextensão após o nascimento. O momento do diagnóstico é um forte determinante da abordagem terapêutica, que pode ser conservadora ou cirurgica. O melhor prognóstico está aliado a um reconhecimento precoce associado a tratamento conservador.MétodosÉ apresentado um caso de luxação congénita do joelho, referenciado imediatamente após o parto pelo serviço de Pediatria ao serviço de Ortopedia. Foram recolhidos os dados

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clínicos das avaliações, tratamento e resultados obtidos desde o nascimento da criança. A documentar a situação, são apresentadas fotografias antes e após tratamento, associadas a uma avaliação radiológica. ResultadosApós referenciação e exame físico detalhado, classificou-se a situação em grau I segundo Leveuf e Pais, excluindo-se a presença de patologias associadas. Foi feita a redução da luxação e imobilização gessada do joelho a 90 º, durante 3 semanas. Na reavaliação, a criança apresentava uma flexão e extensão do joelho estável retirando-se a imobilização gessada. ConclusãoO caso apresentado pretende salientar a importância de uma actuação precoce, de preferência nas primeiras horas de vida de modo a otimizar o prognóstico. Destaca ainda a necessidade de realizar um exame físico detalhado para a exclusão de outras patologias associadas, em especial a displasia da anca. RelevânciaTrata-se de uma doença rara, cujo diagnóstico precoce, embora não sendo difícil é essencial. O conhecimento das patologias associadas, do tratamento e da eventual necessidade de reencaminhamento da criança para centros especializados, deve fazer parte do conhecimentos não só de Ortopedistas mas também de Pediatras, a quem compete um papel determinante no reconhecimento e referenciação atempadas.

»P 34 - Osteomielite do Ilíaco: um caso clínico de difícil diagnóstico

João Pedro Raposo, Cristina Alves, Inês Balacó, Tah Pu Ling, Pedro Sá Cardoso, Gabriel Matos (Serviço de Ortopedia Pediátrica do Hospital Pediátrico de Coimbra- CHUC, EPE)

ObjectivoA osteomielite pélvica constitui 1-11% das osteomielites agudas. Atinge sobretudo crianças entre os 7-14 anos de idade, com predominância do sexo masculino. O ilíaco é afectado em 33-39% dos casos. O diagnóstico é difícil, já que a sintomatologia pode mimetizar abdómen agudo, artrite séptica da anca, lombalgia, doença inflamatória pélvica ou patologia maligna, entre outros. MétodosApresentamos um caso de osteomielite do ilíaco num jovem de 13 anos, que recorreu ao SU por dor na fossa ilíaca direita com irradiação para a coxa e região inguinal, claudicação, febre e vómitos. ResultadosApresentava leucocitose com neutrofilia e PCR normal. A ecografia abdominal foi inconclusiva, prejudicada pela presença de gases. Não se observou derrame na ecografia da anca direita e não foram evidentes alterações no RX da bacia. Manteve febre. Novas análises mostraram PCR aumentada e iniciou-se antibioterapia empírica com ceftriaxone. Às 48h após o início do quadro, fez TAC abdómino-pélvica: sem alterações. Alterou-se

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a antibioterapia para flucloxacilina ev. Às 72h fez cintigrafia, sem alterações. Ao 4º dia fez RM, observando-se osteomielite da asa do ilíaco direito. Foi isolado Staphylococcus aureus em hemocultura. Cumpriu 7 dias de antibioterapia ev, com melhoria laboratorial e resolução dos sintomas. Manteve antibioterapia oral por 5 semanas. ConclusãoO diagnóstico de osteomielite pélvica é difícil, dada a inespecificidade da sintomatologia. Pode não existir leucocitose ou aumento da PCR, e a hemocultura é negativa em cerca de metade dos casos. O RX e a TAC não mostram alterações em fase aguda. A RM é o exame mais específico (96%) e sensível (92%) mas não está permanentemente disponível em todas as instituições. A cintigrafia tem menor sensibilidade. O diagnóstico exige uma forte suspeição e a RM deverá ser equacionada. O tratamento é quase sempre conservador.RelevânciaA osteomielite da bacia é rara e exige um diagnóstico precoce para uma resolução sem sequelas.

»P 35 - Osteotomia de Southwick em sequelas de epifisiodese proximal do fémur

Marco Barroso de Oliveira, Frederic Ramalho, Roberto Couto, Maribel Gomes, Fernando Lima, Vítor Caetano, Pereira Mendes (Centro Hospitalar do Alto Ave – Guimarães)

IntroduçãoA epifisiólise proximal do fémur (EPF) ocorre no período da adolescência, nas fases de maior crescimento ósseo. O algoritmo de tratamento é baseado na classificação de Loeder e na classificação radiológica. A fixação percutânea com parafusos canulados é o tratamento mais aceite actualmente. Dentro das suas complicações temos a falência da fixação, protrusão dos parafusos para a articulação coxo-femural e fractura do colo ou trocantérica. A osteotomia de Southwick apresenta também bons resultados sobretudo nas epifisiólises instáveis e nas complicações pos epifisiodese com parafuso.Materais e métodosCaso clínico de doente de 17 anos com EPF á direita, documentado com imagens do paciente e estudo radiológico dos 2 pré e pós-operatório, com 2 anos de evolução.Resultados e discussãoDoente com 14 danos recorre ao serviço de urgência em 10/2010, com história de coxalgia desde há 3 meses, enquanto praticava desporto. Apresentava claudicação, membro encurtado e em rotação externa. Feito o diagnóstico de EPF, esta foi classificada como grau III, estável e com um ângulo epífise-diafisário de 70º. Foi tentada a redução da epifisiólise, porém não conseguida, tendo sido fixada in situ com um parafuso canulado. O pós-operatório decorreu sem complicações, tendo iniciado carga às 8 semanas. Durante os primeiros 18 meses melhorou progressivamente da claudicação, mantinha limitação da abdução e rotação interna. Radiologicamente apresentava agravamento do ângulo epífise-diafisário - 82º. Em 11/2012 foi submetido a extracção do parafuso e 4 meses depois a osteotomia através do pequeno

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trocânter de acordo com a técnica descrita por Wayne Southwick. Actualmente o doente encontra-se sem coxalgia ou claudicação da marcha, com uma ligeira limitação da abdução e rotação interna.ConclusãoA pertinência deste caso clínico prende-se com o facto de uma técnica descrita e publicada há 50 anos encontra-se ainda actual e com bons resultados.

»P 36 - Condrólise Idiopática da anca – Caso Clínico

Fabíola Ferreira, Gustavo Martins, José Marinhas, Mafalda Santos (Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia Espinho)

IntroduçãoA Condrólise idiopática da anca é uma doença rara, caracterizada por destruição progressiva da cartilagem articular da cabeça do fémur e do acetábulo. A etiologia é desconhecida. A condrólise pode ocorrer como evento aparentemente idiopático ou pode ser secundária a outras patologias da anca. Acomete com mais frequência adolescentes do sexo feminino (80%) de etnia asiática ou africana. O acometimento monoarticular é prevalente (60% do lado direito) em relação ao bilateral (5% dos casos). Clinicamente, caracteriza-se por dor intensa na anca, joelho ou em todo o membro inferior, limitação da mobilidade articular, claudicação da marcha, podendo levar ao encurtamento do membro. Caso ClínicoOs autores descrevem um caso de uma menina de 9 anos de idade, que recorreu ao serviço de urgência por história de coxalgia esquerda com 2 meses de evolução. Antecedentes pessoais e familiares irrelevantes. Sem história traumática ou febre. Ao exame objectivo apresentava discreta limitação das mobilidades da anca esquerda e marcha claudicante. Sem acometimento de outras articulações. Realizou estudo imagiológico com Rx da bacia, na incidência ântero-posterior e lowenstein que não apresentava alterações. Teve alta orientada para a consulta, medicada com AINEs e aconselhada a fazer descarga com canadianas.Cerca de 1,5 meses após a primeira observação, apresentava uma acentuada rigidez da anca esquerda sem mobilidade activa ou passiva A Radiografia da bacia revelava um estreitamento do espaço articular da anca esquerda e acetábulo protrusio. A Ressonância Magnética Nuclear (RMN) evidenciava um derrame articular considerável ao nível da articulação coxofemoral esquerda, edema da cabeça do fémur e do acetábulo, quistos subcondrais na cabeça do fémur e no acetábulo e presença de osteófitos.A criança foi internada no hospital para tratamento com AINEs, tracção cutânea e fisioterapia. O estudo reumatológico foi normal. Durante o internamento houve melhoria progressiva da dor e parcial das mobilidades.ResultadosActualmente, aos 5 anos de follow-up a doente está sem queixas de coxalgia. Apresenta uma flexão da anca de 90º, rotação externa de 5º, rotação interna de 0º e um encurtamento

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do membro inferior esquerdo de cerca de 2 cm. Deambula sem auxiliares de marcha, apresentando discreta claudicação. Mantém um programa de reabilitação e seguimento clínico e imagiológico anual. Radiologicamente houve uma deterioração progressiva, estando desde há um ano sem agravamento imagiológico.Discussão A condrólise pode ocorrer como evento aparentemente idiopático ou pode ser secundária a outras patologias da anca. Os exames de imagem obtidos foram uteis para excluir causas secundárias como epifisólise ou Necrose avascular da cabeça do fémur, assim como o estudo reumatológico negativo foi essencial para descartar doenças inflamatórias. As causas infecciosas foram também excluídas tanto pela clinica apresentada como pela evolução do quadro e corroboradas por parâmetros inflamatórios negativos.

»P 37 - Epifisiólise proximal do fémur no adolescente – Que esperar da epifisiodese?

Sofia Esteves Vieira, Isabel Catarino, Diogo Robles, Daniel Lopes, Carlos Sousa (Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa)

A epifisiólise proximal do fémur caracteriza-se pela separação da fise de crescimento proximal. Atinge ambos os sexos com predomínio do sexo masculino (3:1) na faixa etária dos 10 aos 15 anos. Em 20% dos doentes é bilateral no momento da apresentação e em 10 a 20% dos outros doentes a anca contra-lateral será afetada. Tipicamente os adolescentes são obesos ou com excesso de peso. A etiologia é complexa e multifatorial.Material e MétodosNo período de janeiro de 2010 a dezembro de 2012, 13 doentes, 17 ancas, foram submetido a epifisiodese do fémur proximal por epifisiólise aguda.Todos foram sujeito a revisão clínica, radiológica e funcional, tendo sido aplicada a Escala Visual analógica (EVA). O follow-up médio foi de 44 meses (39 a 50 meses). ResultadosDos 13 doentes, 9 eram do sexo masculino e 4 do sexo feminino com idade média de 13, 2 anos (8 a 16 anos). 8 doentes apresentavam excesso de peso sendo o Índice de Massa Corporal médio 27,2 Kg/m2. Todos foram admitidos no nosso serviço por epifisiólise aguda do fémur proximal tendo sido submetidos a epifisiodese. No pós-operatório cumpriram 5 semanas de descarga total do membro afetado.4 doentes apresentaram à posteriori quadro de epifisiólise na anca contra-lateral.A anca direita foi afetada em 11 casos e a esquerda em 6 casos.À data da reavaliação, tinha sido feita extração de material de osteossíntese em 13 casos, sendo que os restantes estavam inscritos para este procedimento.Como complicações há a registar 2 casos de dismetria dos membros inferiores sendo o membro afetado mais curto 15 mm, 1 caso de infeção da ferida cirúrgica e 1 caso de necrose da cabeça femoral.

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O valor médio da EVA foi 1,2 (0 a 5). Apenas o doente com necrose da cabeça do fémur referia limitação nas suas atividades desportivas tendo sido este mesmo doente a quantificar a sua dor como 5 na EVA. DiscussãoNesta série, a maioria dos doentes era do sexo masculino e apresentava excesso de peso. A idade média à data da cirurgia foi de 13,2 anos e o lado afetado com mais frequência foi o lado direito.Os resultados clínicos e funcionais são excelentes, contudo descrevemos 3 complicações diferentes, sendo a necrose da cabeça femoral a mais grave e mais limitativa para o doente.4 doentes apresentaram quadro bilateral, o que está de acordo com o descrito na literatura. Há mesmo autores que defendem a fixação profilática da fise contra-lateral no mesmo tempo cirúrgico. Contudo, é nossa prática alertar os pais e o doente sobre esta possibilidade e atuar caso seja necessário.

ConclusãoA epifisiólise do fémur proximal deve ser considerada em todos os adolescentes que desenvolvem quadro de claudicação da marcha com ou sem traumatismo prévio. A dor é referida muitas vezes à coxa e joelho e o Rx pode apresentar desde alterações muito ligeiras até separação quase total da fise femoral proximal. O tratamento é cirúrgico e consiste na fixação das fises. Deve ser mantida vigilância clínica e radiológica até encerramento destas. Apesar dos excelentes resultados clínicos e funcionais na maioria dos doentes, as complicações podem ser graves e limitativas para o doente como é o caso da necrose da cabeça femoral.

»CL 38 - Ressecção endoscópica de barra calcaneonavicular: uma nova abordagem

João Pedro Raposo, Jorge Knörr Giménez, Cristina Alves, Inês Balacó, Pedro Sá Cardoso, Tah Pu Ling, Gabriel Matos (Serviço de Ortopedia Pediátrica do Hospital Pediátrico de Coimbra- CHUC, EPE)

ObjectivoÉ nosso objectivo apresentar uma nova técnica de tratamento cirúrgico das barras társicas calcaneonaviculares: a ressecção endoscópica. As barras társicas são anomalias congénitas, que se manifestam entre os 8 e os 13 anos por dor na face externa do pé, entorses de repetição e pé plano rígido. A flexão plantar do tornozelo e a mobilidade da sub-astragalina estão diminuídas. O tratamento inicial é conservador, estando indicada cirurgia se os sintomas persistirem.MétodosApresentamos o caso clínico de um rapaz de 14 anos com pé planovalgo rígido e barra calcaneonavicular sintomática bilateral, operado bilateralmente. Num primeira intervenção, realizou-se ressecção da barra no pé esquerdo, interposição de cera de osso

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e extensor brevis e imobilização com bota gessada. Numa segunda intervenção, realizou-se ressecção endoscópica da barra no pé direito, utilizando artroscópio, fresas de artroscopia e sondas de radiofrequência.ResultadosCom 7 meses de seguimento após a cirurgia do pé esquerdo e 3 meses após a cirurgia do pé direito, o doente apresenta uma boa evolução, estando sem queixas álgicas. Radiologicamente, observa-se ressecção total da barra no pé direito, operado endoscopicamente, e incerteza quanto à totalidade da ressecção no pé esquerdo. O doente refere maior satisfação com o pós-operatório precoce da técnica endoscópica.ConclusãoA ressecção de barra társica por via aberta apresenta algumas complicações (hematoma, infecção ou neuroma do ramo cutâneo dorsal do peroneal superficial) e importante taxa de recidivas (até 30%), pelo que a ressecção endoscópica é uma excelente alternativa, que permite a visualização e ressecção completa da barra e a obtenção de um gap plantar de 10mm, realizando apenas duas mini-incisões. É menor a probabilidade de complicações locais e parecem melhores os resultados estético e functional, sendo as taxas de recidiva potencialmente inferiores.Relevância A técnica endoscópica é uma alternativa inovadora, eficaz e minimamente invasiva no tratamento das barras calcaneonaviculares em idade pediátrica.

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3º Congresso Nacionale XX Jornadas de Ortopedia Infantil

5 - 7 Março 2015 • Aveiro • Hotel Meliá Ria

fa

Tumores Ósseos

Malformações Congénitas da Mão

Curso de Reumatologia Pediátrica

Workshop Orthopediatrics de Técnicas Cirúrgicas

A Secção para o Estudo da Ortopedia Infantil (SEOI) da Sociedade Portuguesa de

Ortopedia e Traumatologia (SPOT) realiza o seu

3º CONGRESSO NACIONAL E XX JORNADAS DE ORTOPEDIA INFANTIL, no

período de 5 A 7 DE MARÇO DE 2015,

NO HOTEL MELIÁ RIA, EM AVEIRO.

No dia 5 de Março, temos um CURSO PRÉ-CONGRESSO DE REUMATOLOGIA

PEDIÁTRICA, dirigido a Médicos Internos, Ortopedistas, Pediatras,

Reumatologistas, Médicos de Medicina Geral e Familiar e de Medicina Fisica e

Reabilitação, Enfermeiros, Fisioterapeutas e Técnicos Superiores de Saúde.

O WORKSHOP ORTHOPEDIATRICS DE TÉCNICAS CIRÚRGICAS utilizadas

especificamente na Criança e no Adolescente decorre na tarde deste dia, para

um número limite de 30 participantes, sendo destinado a Médicos Internos de

Ortopedia, Ortopedistas e Enfermeiros.

Os TUMORES ÓSSEOS E AS MALFORMAÇÕES CONGÉNITAS DA MÃO são

os temas principais do Congresso, que oferece um Programa diversificado e

estimulante e conta com a presença de palestrantes de elevada reputação

técnica e científica, que certamente contribuirão para fortalecer e desenvolver a

ORTOPEDIA PEDIÁTRICA portuguesa.

O Congresso é também uma oportunidade para os Médicos e Internos de

Especialidade portugueses apresentarem o trabalho que desenvolvem nos seus

Serviços e discutirem casos complexos.

A VOSSA PRESENÇA É IMPORTANTE PARA A SEOI!

CONTAMOS COM TODOS EM AVEIRO!

Agradecemos o apoio de: