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Hipocalcemia da vaca leiteira
Sinonímias
paresia obstétrica ou do parto
febre vitular
hipocalcemia da parturiente
Afecção caracterizada por
Hipocalcemia
fraqueza muscular geral
paralisia flácida
colapso circulatório
depressão da consciência
1- perda excessiva de Ca pelo colostro (depleção aguda do Ca++ sérico)
2- diminuição da absorção intestinal de Ca, no parto
3- mobilização lenta do Ca ósseo
24 horas p/ resposta intestinal ao 1,25 (OH)2 D
48 horas p/ resposta óssea ao PTH
Hipocalcemia da vaca leiteira
Etiologia
Importância econômica
(até 7 vezes)
mastites
cetose
distocias
prolapsos uterino e retal
deslocamento de abomaso
retenção de placenta (CURTIS, et al, 1983)
diminuição da vida produtiva do animal
Hipocalcemia da vaca leiteira
Fatores dietéticos predisponentes
1- 100 g Ca / vaca / dia no período seco
( 1,0% Ca MS)
A ingestão excessiva de cálcio reduz as concentrações de paratormônio.
Com isto existe menos estímulo a secreção de calcitriol. Nos ossos existe
pouca osteólise e osteoclasia (pouca absorção para a corrente circulatória).
No intestino a absorção ativa esta bastante diminuída.
Iniciando a produção de leite esta vaca terá problemas em aumentar a
reabsorção óssea de cálcio e a absorção ativa de cálcio intestinal,
predispondo a hipocalcemia.
2- 80 g P por vaca por dia no período seco
( 0,8% P MS)
inibe a síntese de 1,25 (OH)2 D no rim
Fatores dietéticos predisponentes
3- Balanço cátion-anion positivo na dieta (mEq/kg MS)
Eq cátions (+)
potássio (K) - 39
sódio (Na) - 23
ânions (-)
cloro (Cl) - 35,4
enxofre (S) - 16
Cálculo: mEq/kg MS = (mg elemento por kg MS ÷ Eq elem.
(Eq = peso atômico ÷ valência)
Exemplo: 0,21% Na; 1,3% K ; 0,27% Cl e 0,12% S
por kg MS: 2.100mg Na; 13.000mg K; 2.700mg Cl e 1.200 mg S
2.100/23 Na; 13.000/39 K; 2.700/35,4 Cl e 1.200/16 S
[ 91,3 + 333,3 ] - [ 76,2 + 75 ] = + 273,4 mEq/kg
Fatores dietéticos predisponentes
aniônica acidose metabólica facilita remoção Ca ósseo
excreção renal Ca
(balanço negativo)
1,25 (OH)2D
catiônica alcalose metabólica torna ossos e rins
refratários ao PTH
1,25 (OH)2D
3- Dieta com carga muito catiônica (muito positiva)
Fatores dietéticos predisponentes
previne a doença
favorece a ocorrência
Epidemiologia
vacas de alta produção
entre 5 e 10 anos de idade (velhas)
receptores intestinais p/ 1,25 (OH)2 D
remodelamento ósseo
número de osteoclastos
vacas superalimentadas ( apetite pós-parto)
vacas Jersey
Epidemiologia
ocorrência
1 - 48 horas pós-parto
72% 24h
12% 24-48h
2 - durante o parto (6%)*
3 - últimos dias de gestação (3%)
4 - até 10 dias após o parto (4%)
*-distocias
incidência
EUA - 8 a 9% dos partos!
Brasil - sem estatística
fatores predisponentes
fadiga
superordenha de colostro
jejum
oxalato nas pastagens
Patogenia
Ca
transmissão do impulso nervoso
estabilização da embrana neuronal
liberação de acetilcolina na junção neuromuscular
(sem liberação ocorre bloqueio do impulso nervoso)
contração da actina-miosina
cálcio
elevado espasmo muscular
baixos contração temporária tetania
baixos paresia seguida de paralisia
HIPOCALCEMIA , as vezes com HIPOFOSFATEMIA
e graus variados de Mg
Na doença
ocorre
2 estágioo
decúbito externo-abdoinal
depressão da consciência
paresia
auto-auscultação
extremidades frias
midríase
decúbito prolongado degeneração muscular (“síndrome da vaca caída”)
(1-12 horas)
Achados Clínicos
constipação
taquicardia e hipofonese
timpanismo
relaxamento de cauda
estase rumenal
1 estágioo excitação
curta duração, passa desapercebido(1 hora)
Achados Clínicos
3 estágioo
decúbito lateral
coma
hipotermia severa
timpanismo grave
Ca e Mg tetania / hiperestesia / excitação / trismo / convulsões
Ca e P sinais de hipocalcemia que não respondem ao
tratamento com Ca
Pode ser agravada por
Patologia Clínica
Ca sérico 7,5 mg/dL (usualmente 5 mg/dL)
Mg sérico moderadamente elevado (3-5 mg/dL)
Pi sérico normalmente diminuído (2-4 mg/dL)
glicemia normal ou aumentada ( insulina)
creatinina quinase dano muscular / parto
desidratação 1 estágioo
5,5-7,7 mg/dL
2 estágioo
3,5-6,5 mg/dL
3 estágioo
2,0 mg/dL
Diagnóstico
sintomas
dados epidemiológicos
anamnese
confirmação “diagnóstico terapêutico” e
patologia clínica
diagnóstico diferencial
toxemias (até 25% dos decúbitos pós-parto): mastites por
coliformes / pneumonia por aspiração /
peritonite traumática / metrite
injúrias e traumas (até 8,5% das paresias pós-parto)
paralisia radial / luxação coxo-femoral / deslocamento
radial / ruptura do gastrocnêmio
“Paralisia obstétrica materna” trauma em nervos
periféricos durante a passagem do feto / compressão
do ciático pelo feto no canal pélvico
Diagnóstico
Tratamento
SEM TRATAMENTO ALTA MORTALIDADE (75%)
500 ml de solução de gluconato de Ca a 25% - intravenoso
LENTO!!8,3% de Ca10,4 g de Ca
45 kg PV = 1g Ca ou 12g gluconato de Ca
Padrão de resposta: tremores musculares (flanco) / pulso /
freqüência cardíaca/ defecação / umedecer de mufla /
urinar / eructação / tentativa de manter-se em estação
Produtos com múltiplos eletrólitos
glicose / K
P e Mg (desnecessário)
Tratamento
Reação iatrogênica
bradicardia, taquicardia e arritimia
8 a 10 mg de sulfato de atropina
32 medicamentos brasileiros
24 bulas indicavam subdosagens (Ortolani, 1995)
Animais que não levantam - evitar lesão muscular / reavaliar a
cada 12h / aguardar resultados laboratoriais p/ novo trata/o
Faça você o
calculo!!
Tratamento
Taxa de recuperação: imediata - 60%
após 24h - 15%
recup dificultada por outras doenças - 10%
morte - 15%
25 a 40% das que se recuperam - recidivas após 12 a 48h
hipocalcemia pré-parto recidivas
vacas velhas
250 - 500 ml de solução 25% gluconato de Ca SC na hora
do tratamento / ordenha incompleta do colostro
Prevenção
“ponto mais importante a ser observado”
1) controlar a ingestão de Ca 100g / vaca / dia
2) controlar a ingestão de P 60g / vaca / dia
3) controlar a anorexia peri-parto
4) após o parto dieta 1% de Ca na MS
5) últimos 30 dias pré-parto dieta aniônica (-30 a -100 mEq / kg MS)
6) após o parto dieta catiônica (> +150 mEq / kg MS)
7) evitar superordenha de colostro
Prevenção
alfafa +431
napier +458
braquiária +295
silagem de milho +156
farelo de soja +266
milho em grão +18,8
cevada -23,4
cloreto de amônia
cloreto de cálcio
sulfato de cálcio
sulfato de magnésio
sulfato de amônia
sais que podem ser utilizados
para tornar a dieta aniônica
alimento mEq/kg MS
Balanço cátion-ânion
Eclâmpsia na cadela
Sinonímia
Tetania puerperal
Hipocalcemia da gata e da cadela lactentes
Etiologia
estabiliza nervosa e despolarização
a célula muscular
Ca
Ca
Hiperexitação e tetania
(menor limiar
de excitação)
Eclâmpsia
Epidemiologia
Mais freqüente em cadelas pequenas com grandes ninhadas
Na 2a ou 3a semanas de lactação (pode ocorre na 4a)
Sintomatologia aguda
vaca bloqueio
Ca liberação de acetilcolina
cadela facilitação
Patogenia
Eclâmpsia
1 estágio: excitação / taquipinéia / inquietação / nervosismo
2 estágio: ataxia / tremores / tetania muscular
3 estágio: após 8 a 12 horas = convulsões
hipertermia (acima de 41 C)
para sobreviver necessitam de tratamento imediato
o
o
oo
Achados Clínicos
Patologia Clínica Ca sérico 7mg/dL
Eclâmpsia
Tratamento
Administração imediata LENTA de solução de gluconato de cálcio a 10% IV
- 0,5 a 1,5 mL/kg - “até efeito”.
Após - 05 a 1,5 mL/kg/IV ou 1 a 2 mL solução 1:1 com soro fisiológico SC q 8h.
Dieta comercial com mais de 1,6% Ca.
Suplementar vitamina D (60UI/kg, por 30 dias) se o Ca permanecer baixo
Retirar filhotes se houver nova crise durante a lactação