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1 16 Sílvia Gonçalves - ESTM 5.4 Sistemas Alimentares O sistema digestivo dos Vertebrados Devido à complexidade, dimensão e taxa de actividade destes animais, os vertebrados tendem a apresentar sistemas digestivos complexos e que possuem 2 importantes glândulas anexas: Fígado e Pâncreas secreções lançadas no intestino O sistema digestivo Humano 17 Sílvia Gonçalves - ESTM 5.4 Sistemas Alimentares – O sistema digestivo dos Vertebrados Cavidade Oral Onde se inicia a digestão física e química Durante a mastigação, a acção coordenada dos dentes e da língua sobre os alimentos permite fragmentá-los aumenta a área de superfície dos alimentos e facilita a deglutição! Presença do alimento na boca reflexo nervoso que provoca a libertação de saliva pelas glândulas salivares Saliva: - Contém a glicoproteína viscosa Mucina que protege os tecidos moles da boca da abrasão e facilita a deglutição - Contém tampões que neutralizam os ácidos impede a degradação dos dentes - Contém agentes anti-bacterianos que matam muitas das bactérias que entram com os alimentos -A amilase salivar inicia a digestão dos hidratos de carbono (glicogénio e amido), originando polissacarídeos mais pequenos e maltose (dissacarídeo)

5. Nutricao Animal Parte II

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16Sílvia Gonçalves - ESTM

5.4 Sistemas Alimentares

O sistema digestivo dos Vertebrados

Devido à complexidade, dimensão e taxa de actividade destes animais, os vertebrados tendem a apresentar sistemas digestivos complexos e que possuem 2 importantes glândulas anexas: Fígado e Pâncreas→ secreções lançadas no intestino

O sistema digestivo Humano

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5.4 Sistemas Alimentares – O sistema digestivo dos V ertebrados

Cavidade Oral

� Onde se inicia a digestão física e química

� Durante a mastigação, a acção coordenada dos dentes e da língua sobre os alimentos permite fragmentá-los → aumenta a área de superfície dos alimentos e facilita a deglutição!

� Presença do alimento na boca → reflexo nervoso que provoca a libertação de saliva pelas glândulas salivares

Saliva: - Contém a glicoproteína viscosa Mucina que protege os tecidos moles da boca da abrasão e facilita a deglutição

- Contém tampões que neutralizam os ácidos → impede a degradação dos dentes

- Contém agentes anti-bacterianos que matam muitas das bactérias que entram com os alimentos

- A amilase salivar inicia a digestão dos hidratos de carbono (glicogénio e amido), originando polissacarídeos mais pequenos e maltose (dissacarídeo)

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5.4 Sistemas Alimentares – O sistema digestivo dos V ertebrados

FaringeLíngua

Faringe

Glote

Laringe

� Porção que conduz ao esófago e à traqueia

� Na deglutição: a epiglote tapa a entrada da traqueia, impedindo o bolo alimentar de seguir para os pulmões → segue para o esófago

Esófago

� Tubo muscular cujos movimentos peristálticos conduzem o bolo alimentar até ao estômago, tratando-se de um órgão de transporte.

� O 1/3 superior do esófago é constituído por tecido muscular estriado → o processo inicia-se voluntariamente passando depois a involuntário.

� A amilase salivar continua a actuar sobre o bolo alimentar, durante o percurso.

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5.4 Sistemas Alimentares – O sistema digestivo dos V ertebrados

Estômago

Fossetagástrica

� A maior parte do tempo encontra-se fechado pelos esfíncteres (cárdia e piloro)

� Paredes interiores muito pregueadas, permitindo-lhe distender-se e realizar movimentos

� Funções:

� Continuar a digestão dos hidratos de carbono

� Iniciar a digestão das proteínas

� Acrescentar um fluido ácido aos alimentos, o suco gástrico

� Transformar o bolo alimentar, por acção enzimática e por agitação mecânica, numa massa viscosa e acidificada, o quimo

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5.4 Sistemas Alimentares – O sistema digestivo dos V ertebrados

Estômago – Suco gástrico

� É segregado pelas glândulas gástricas existentes no epitélio que reveste a mucosa estomacal

� É um fluido extremamente ácido (pH=2) que contém:

� Elevadas concentrações de ácido clorídrico → ataca as proteínas e mata a maioria das bactérias deglutidas com os alimentos

� Enzimas digestivas:

� Pepsina – inicia a degradação das proteínas e funciona melhor em ambientes ácidos. Beneficia da maior exposição das ligações peptídicas, resultante da desnaturação das proteínas provocada pelo pH ácido. Ésintetizada numa forma inactiva – Pepsinogénio .

� Lipase gástrica – actua sobre as gorduras, transformando-as em ácidos gordos

Pepsinogénio PepsinaHCl

Uma camada de muco (mucina), produzida por células epiteliais gástricas, protege a mucosa da acidez corrosiva do suco gástrico.

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5.4 Sistemas Alimentares – O sistema digestivo dos V ertebrados

Intestino Delgado

� Maior secção do tubo digestivo (~6m), dividindo-se em 3 zonas: duodeno, jejunoe íleo (liga-se ao intestino grosso através da válvula íleocecal)

� Onde ocorre a maior parte da acção enzimática sobre os alimentos e a maior parte da absorção de nutrientes para o sangue

� Duodeno: os sucos digestivos do pâncreas, fígado e das glândulas da parede do intestino misturam-se com o quimo.

Pâncreas – suco pancreático

Solução alcalina (pH: 8,5-9,0) rica em bicarbonato de sódio, que actua como tampão sobre a acidez do quimo, e enzimas.

Fígado – bílis

Solução contendo sais biliares que emulsionam as gorduras. Ajuda a neutralizar a acidez do quimo, criando um pH favorável à acção enzimática. Facilita a absorção dos produtos resultantes da digestão das gorduras.

Mucosa do intestino – suco entérico

Rico em enzimas digestivas e com um pH neutro.

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5.4 Sistemas Alimentares – O sistema digestivo dos V ertebrados

Intestino Delgado – Acção Enzimática

Digestão dos Hidratos de Carbono

� Amilases pancreáticas degradam o amido, glicogénio e pequenos

polissacarídeos em dissacarídeos (ex:maltose)

� Dissacarases , do suco entérico, hidrolisam estes dissacarídeos (exs: maltase,

sacarase, lactase).

Digestão das Proteínas

� No duodeno, as enzimas digerem os polipeptídeos em aminoácidos e peptídeospequenos

� A tripsina e a quimotripsina são específicas para ligações adjacentes a certos a.a., degradando os polipetídeos em pequenas cadeias

� A carboxipeptidase e a aminopeptidase retiram um a.a. de cada vez destes peptídeos. Outras peptidases produzidas pela parede do intestino aceleram a degradação das proteínas.

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5.4 Sistemas Alimentares – O sistema digestivo dos V ertebrados

Intestino Delgado – Acção Enzimática

Digestão das GordurasQuase toda a gordura de uma refeição chega ao intestino delgado intacta. A

hidrólise das gorduras é problemática → as moléculas não são solúveis em água.

� Os sais biliares através da emulsificação conseguem separar pequenas

porções, as quais são atacadas pela lipase pancreática .

Digestão dos Ácidos Nucleícos

� Nucleases hidrolisam o DNA e RNA da comida nos seus nucleotídos. Outras enzimas degradam então os nucleotídos em nucleósidos, bases azotadas, açucares e fosfatos

A maior parte da digestão é efectuada no duodeno, funcionando o jejuno e o íleocomo zonas de absorção de nutrientes e água.

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5.4 Sistemas Alimentares – O sistema digestivo dos V ertebrados

Digestão Enzimática no sistema digestivo Humano

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5.4 Sistemas Alimentares – O sistema digestivo dos V ertebrados

Intestino Delgado – Absorção de nutrientes

Consiste na passagem dos produtos finais da digestão do interior do tubo digestivo para a corrente sanguínea.

� A parede do intestino é constituída por várias pregas – Válvulas Coniventes

� As válvulas envaginam-se formando as Vilosidades Intestinais

� As membranas das células epiteliais apresentam também numerosas envaginações -Microvilosidades

Aumentam significativamente a superfície de absorção disponível!

O transporte de nutrientes pode ser:

� passivo (ex: frutose)

� activo (aa, pequenos peptídeos, vitaminas, glicose e vários outros açucares)

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5.4 Sistemas Alimentares – O sistema digestivo dos V ertebrados

Intestino Grosso

A absorção da maior parte da água processa-se aqui, absorvendo ainda vários sais. Mede cerca de 1,5m e é ainda responsável pela concentração dos resíduos. Escherichia coli constitui grandes colónias neste órgão.

� Na maioria dos Vertebrados conduz a uma câmara posterior, a cloaca , que também recebe os produtos dos sistemas excretor e reprodutor.

� Nos mamíferos conduz ao recto , dedicado exclusivamente aos produtos do tubo digestivo, que na superfície corporal conduz ao ânus .

� Divide-se em: ceco, cólon ascendente, cólon transverso, cólon descendente, cólon sigmóide e recto

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5.4 Sistemas Alimentares dos Vertebrados

Peixes

� A língua e as glândulas orais são pouco desenvolvidas → o fluxo de água através da boca na respiração facilita a manipulação e deglutição do alimento

� Maioria dos tubarões: intestino delgado curto → a prega espiral aumenta a sua área superficial, obrigando a um percurso maior do que se atravessassem o tubo em linha recta

Aves

� Ausência de dentes

� Papo – dilatação do esófago onde os alimentos são armazenados

� Estômago constituído por 2 compartimentos:

� Proventrículo – segrega um suco gástrico

� Moela – estrutura musculada onde se processa uma digestão mecânica forte

� Cloaca – zona terminal do tubo digestivo e onde terminam também os ureteres e os canais reprodutores

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5.4 Sistemas Alimentares dos Vertebrados

Mamíferos

� Nos carnívoros e omnívoros, o estômago é constituído por apenas 1 compartimento em forma de saco, de paredes musculosas, provido de glândulas gástricas

� Nos herbívoros o tubo digestivo é proporcionalmente muito maior que o dos carnívoros e apresenta normalmente compartimentos fermentativos com bactérias

� Os vegetais são menos nutritivos

� Vegetais: elevadas quantidades de celulose e fibras → difíceis de digerir

Necessário:

- Ingerir grandes quantidades

- digestão muito mais prolongada

- área muito maior de absorção