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auriculoterapia

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A auriculoterapia no tratamento de transtornos relacionados à nicotina

Keilâni Marciane do Nascimento Barbosa1 [email protected]

Orientadora: Dayana Priscila Maia Mejia Pós-Graduação em Acupuntura – Faculdade Ávila

Resumo: Por muitos anos o ato de fumar foi visto pela sociedade como um estilo de vida, motivo pelo

qual foi exaustivamente explorado pelos meios de propaganda. No entanto os prejuízos à

saúde fizeram com que se adotasse um novo olhar para essa questão. As estatística dão conta

de que o foi um “estilo de vida” vem causando ao longo das décadas, um grande problema

de saúde pública mundial. Este artigo traz à tona a discussão sobre novos métodos de

tratamento, a auriculoterapia, técnica da acupuntura que se baseia na estimulação de pontos

auriculares específicos para o tratamento dos transtornos relacionados à nicotina. A

discussão percorre o campo das políticas públicas, programas de enfrentamento à

problemática e tratamentos disponíveis no sistema público de saúde, embasando a discussão

na teoria da medicina tradicional chinesa e na neurofisiologia.

Palavras-chave: Acupuntura; Auriculoterapia; Tabagismo.

1. Introdução Os transtornos relacionados à nicotina são comumente chamados de tabagismo. Kaplan (1997) diz que a forma mais comum de nicotina é o tabaco fumado em cigarros, cachimbos e charutos. Segundo Cavalcante (2001) a partir da década de 80, quando a dependência à nicotina passou a ser reconhecida pela comunidade cientifica, os livros de clínica médica passaram a dar ao tabagismo o status de condição clínica, e a demonstrar uma crescente preocupação com o processo de cessação de fumar. A quarta edição do Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – DSM-IV elenca três transtornos relacionados à nicotina, mas contém critérios específicos de diagnóstico apenas para abstinência de nicotina e transtornos relacionados à nicotina (KAPLAN, 1997). A Classificação Internacional de Doenças, em sua décima edição – CID-10, refere-se ao tabagismo, classificando como o transtorno mental e comportamental devido ao uso do fumo. Cavalcante (2001) numa obra intitulada O médico e suas representações sobre o tabagismo, fumante e cessação de fumar, fez uma descrição nos principais livros de medicina interna em suas várias edições buscando as referências que os autores faziam ao tabagismo e observa que a principal representação dada ao tabagismo era a de fator de risco de outras patologias e atenta para a indefinição do campo onde o tabagismo aparece inserido. Para a Organização Mundial de Saúde – OMS, o tabagismo é considerado a principal causa de morte evitável em todo o mundo. O total de mortes devido ao uso do tabaco atingiu a marca

1 Pós-graduando em Acupuntura

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de 4,9 milhões de mortes anuais, o que corresponde a mais de 10 mil mortes por dia (INCA, 2012). Num documento recente o Instituto Nacional do Câncer – INCA diz que cerca de 420 mil brasileiros deixaram de morrer por causa do fumo entre 1989 e 2010 devido às políticas públicas adotadas no período, concluindo que leis antifumo, imposto e imagens fortes fizeram efeitos. Aponta ainda para a realidade de 25 milhões de brasileiros que ainda fumam, estando a maior concentração de fumantes na região sul do país, com 19% da população local ou 4 milhões de pessoas. A região norte possui um índice de 1,8 milhões de fumantes (INCA, 2012). As políticas públicas contra o tabagismo incluem também tratamento de saúde por meio do Programa de Controle do Tabagismo - PCT, gerenciado pelo INCA por meio do Ministério da Saúde. As ações do programa são desenvolvidas em parceria pelas três esferas governamentais – federal, estadual e municipal. O programa inclui ainda ações de prevenção por meio de campanhas e qualificação profissional (INCA, 2012). O’Sullivan (2004) diz que há vários tipos de programas para parar de fumar, como modificação de comportamento, abstinência, terapia de diversão, terapia de aversão, chicletes e adesivos de nicotina. No entanto, nenhum método isolado para parar de fumar pode alegar que tem um índice de êxito mais alto que o outro, em longo prazo. Num estudo realizado em pacientes que fizeram parte do PCT no Ceará, observou-se que após um ano 50,8% dos pacientes atingiram o sucesso terapêutico e que a chance de parar de fumar estava associada significativamente ao uso de medicação (SALES, 2006). Dentre as várias obras pesquisadas algumas fizeram referências a acupuntura como um recurso a ser utilizado no tratamento do tabagista, no entanto não há qualquer alusão há protocolos utilizados. Sales (2006) diz que observou em seus estudos que a recaída foi mais freqüente naqueles pacientes que utilizaram a acupuntura, a qual a autora especifica como terapia complementar, concluindo que estes não mostraram eficácia na cessação do hábito tabágico. Presman (2005) diz que estudos com tratamentos utilizando acupuntura não demonstraram taxas de abstinências melhores do que taxas com uso de placebo, não existindo, assim, evidências de sua eficácia. Dessa forma observa-se a necessidade do estabelecimento de protocolos específicos em acupuntura para o tratamento do tabagismo, que pode surgir não como substitutivo ou complementar, mas como mais um instrumento a se lançar mão no tratamento do tabagismo. Este artigo se propõe a descrever a aplicabilidade da auriculoterapia nos procedimentos de tratamento dos transtornos relacionados à nicotina, o tabagismo, para tanto vamos versar sobre o tabagismo, estudar a auriculoterapia como método terapêutico da acupuntura, caracterizar a auriculoterapia como prática integrativa e complementar do Sistema Único de Saúde – SUS, e por fim discutir a inserção da auriculoterapia no Programa de Controle do Tabagismo. É importante enfatizar que não se trata de comprovar a eficiência ou eficácia da auriculoterapia, mas de embasar teoricamente uma pratica de modo a suscitar um estudo amplo de forma a validar ou refutar a sua aplicabilidade no Programa de Controle do Tabagismo. 2. O tabagismo e as formas de enfrentamento Segundo o INCA (2012) as taxas do tabagismo no Brasil caíram quase pela metade nas últimas duas décadas graças ao rigor de políticas antitabaco, também o acompanhamento do paciente por profissionais de saúde e oferta de medicamentos fazem parte da assistência

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oferecida no Sistema Único de Saúde, o que fez com que em dois anos, quase a metade dos fumantes atendidos no Programa Nacional de Controle do Tabagismo deixou o cigarro. Sales (2006) atesta que a partir de 1992 a Organização Mundial de Saúde-OMS passou a classificar o tabagismo como transtorno mental e comportamental. Tal classificação resulta do fato do tabagismo implicar em dependência física e psicológica. Cavalcante (2001) conceitua que dependência a uma droga representa o uso e a necessidade, tanto física quanto psicológica, de uma substancia psicoativa, apesar de seus efeitos prejudiciais à saúde. Existe também o padrão de auto-administração que geralmente resulta em tolerância, abstinência e comportamento compulsivo para consumir a droga. Responsável por cerca de 200 mil mortes por ano no Brasil, o tabagismo é reconhecido pela OMS como uma doença epidêmica, pois a nicotina faz com que os fumantes se exponham continuamente a mais de 4 mil substancias tóxicas, que são fatores de risco para aproximadamente 50 doenças, principalmente as respiratórias e cardiovasculares, além de vários tipos de câncer (INCA, 2012). Para Kaplan (1997) a nicotina é uma substancia química altamente tóxica. Em doses baixas, os sinais e sintomas da toxicidade por nicotina incluem náusea, vômito salivação, palidez (causada pela vasoconstrição periférica), diarréia, tontura, cefaléia, aumento da pressão sanguínea, taquicardia, tremores e suor frio. A toxicidade também está associada à incapacidade de concentração, confusão e perturbação sensorial. A nicotina está associada ainda com a diminuição da quantidade do sono de movimentos oculares rápidos (Rapid Eye Movement – REM). Cavalcante (2001) descreve o percurso da nicotina no organismo da seguinte maneira: a nicotina destilada a partir da ponta incandescente do derivado do tabaco é levada até o fumante através de gotículas de alcatrão e da fase gasosa da fumaça que ele aspira. A absorção da nicotina pelas membranas da mucosa depende de seu estado iônico. No meio alcalino ela se torna não ionizada, o que permite a sua absorção imediata. Quando em meio ácido ela se torna ionizada o que dificulta a sua absorção. A fumaça da maioria dos cigarros é ácida, por isso a absorção da nicotina pela mucosa bucal é baixa. Dessa forma para que o fumante de cigarros absorva a nicotina ele necessita tragar a fumaça do cigarro, levando-a até os pulmões, onde o pH alcalino e a grande superfície da mucosa propiciam sua quase imediata absorção. Ao atravessar as membranas biológicas, a nicotina atua em receptores específicos no cérebro e na periferia. Nos receptores do cérebro a nicotina muda a atividade elétrica cortical. No sistema nervoso periférico a nicotina atua como um agonista colinérgico em baixas doses e como um antagonista em altas doses. Também promove a liberação de acetilcolina do plexo mioentérico, que é responsável pelo aumento dos rendimentos de memória e, além disso, provoca a liberação de epinefrina e norepinefrina do sistema nervoso periférico e das adrenais. O aumento da freqüência cardíaca pela nicotina decorre da liberação de epinefrina pelas adrenais (CAVALCANTE, 2001). Balbani (2005) diz que a nicotina rapidamente absorvida pelos alvéolos pulmonares atinge o cérebro em cerca de 10 segundos. Sua meia-vida é de, aproximadamente 2 horas e a maior parte da metabolização é hepática. Essa informação e importante para entendermos o processo de retro-alimentação da dependência. Prosseguindo no curso deste pensamento Cavalcante (2001) explica a dependência sob o prisma bioquímico da seguinte forma: “uma das formas de funcionamento humano se dá através de comunicação química entre os neurônios. As substancias químicas envolvidas nesse processo são os neurotransmissores. Vários fatores afetam a atividade dos neurotransmissores no cérebro tais como o estado de humor, eventos externos, ou drogas de abuso, mudando a forma como sentimos, como pensamos e como respondemos ao mundo ao redor de nós. Nesse contexto, destaca-se uma rede complexa de neurônios, o sistema cerebral

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de recompensa que ao ser ativado quando executamos atividades prazerosas libera dopamina, levando-nos a repetir esses atos. Biologicamente o sistema de recompensa tema função de dar motivação para a repetição de comportamentos como comer, beber e reproduzir-se, para garantir a sobrevivência do individuo e da espécie. No entanto, estudos mostram que esse sistema é estimulado por drogas psicoativas como a morfina, a heroína, a cocaína, o álcool e a nicotina e que esse estimulo é responsável pelo reforço comportamental da droga, levando à auto-administrações repetidas da mesma. Com as sucessivas repetições, o fumante tende a associar não só o comportamento que conduz a recompensa, como também estímulos, sensações, atividades e situações que passam a ser vinculadas a esse comportamento no dia a dia. O efeito recompensa propiciado pela nicotina passa também a ser usado para reduzir o impacto de sentimentos negativos, como raiva, angústia, depressão, assim como para aumentar rendimentos psicofísicos, como a capacidade de vigília, memória e atividade intelectual (CAVALCANTE, 2001). Assim, a nicotina induz a dependência e também a tolerância, que segundo Balbani (2005) é a necessidade de doses progressivamente maiores para obter o mesmo efeito, isso porque age nas vias dopaminérgicas do sistema mesolímbico, diminuindo a atividade do tálamo. Como outras drogas psicoativas, a nicotina libera dopamina no nucleus accumbens, localizado no mesencéfalo, estimulando a sensação de prazer e recompensa. Dessa forma, é difícil para o fumante parar de fumar. Segundo Presman (2005) muitos fumantes tentam deixar o cigarro de cinco a sete vezes antes de obter sucesso. Para tanto se faz necessário políticas públicas capazes de lidar com esta problemática em seus vários raios de ação, que vão desde a produção do tabaco, venda e demanda. Segundo o INCA (2012) as políticas públicas no Brasil incluem a implantação de leis antifumo, aumento de impostos sobre cigarros, diminuição da publicidade de marcas nos meios de comunicação e as imagens fortes de doenças de podem acometer os fumantes, publicadas nas embalagens de cigarros. Em 2005 o Brasil aderiu à Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco-CQCT que é o primeiro tratado internacional de saúde pública, negociado sob a coordenação da OMS e já ratificado por 172 países. Este tratado objetiva conter a epidemia de tabagismo no mundo e o Brasil a partir da assinatura deu a essa causa o status de Política de Estado, criando assim o Observatório da Política Nacional de Controle do Tabaco - OPNCT, que tem por objetivo reunir, organizar e disponibilizar informações e conhecimentos atualizados sobre a implementação da CQCT no Brasil (OPNCT, 2012). De acordo com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE, em 2008 foi realizada a Pesquisa Especial de Tabagismo, por meio de uma parceria com o Ministério da Saúde, através do INCA, da Secretaria de Vigilância em Saúde e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Esta pesquisa foi uma realização especial da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios-PNAD e objetivava subsidiar as políticas nacionais referentes ao tabagismo e integrar-se a esse projeto internacional liderado pela OMS, com vistas à comparabilidade das estatísticas, tendo sido investigados aspectos relacionados ao uso dos produtos derivados do tabaco, tentativas de cessação do hábito, exposição indireta à fumaça do tabaco, acesso a campanhas de conscientização sobre os riscos do tabagismo e da percepção das pessoas sobre este risco, e compra de cigarros industrializados, tendo como foco as pessoas de 15 ou mais idade (IBGE, 2012). Já em 2011 a Organização Pan Americana da Saúde-OPAS realizou em conjunto com o INCA a Aliança para o Controle do Tabagismo-ACT e o lançamento do III Relatório Mundial de Controle do Tabaco, documento organizado pela OMS para descrever a situação dos países em relação as seis principais políticas contidas na CQCT (OPAS, 2012).

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Dentre as ações desenvolvidas para o controle do tabagismo Cavalcante (2001) destaca as educativas pontuais, cujo objetivo é sensibilizar e informar formadores de opinião e a comunidade através de campanhas. As educativas continuadas envolvem implantação de programas em espaços comunitários como escolas, ambientes de trabalho e unidades de saúde. Urbano (2008) destaca a ampliação do acesso ao tratamento para quem quer deixar de fumar como exemplo de políticas de combate ao tabagismo mantida pelo INCA, além do Disque Pare de Fumar que é um serviço que presta informações sobre os métodos de tratamento e os efeitos da síndrome da abstinência. O’Sullivan (2004) ressalta a importância dos programas de reabilitação pulmonar que incluem treinamentos com exercícios, instrução sobre cuidados respiratórios, educação e apoio psicossocial. Já Balbani (2005) diz que o diálogo é o primeiro passo para o abandono do fumo. Deve-se avaliar se o doente é dependente ou não da nicotina, quanto fuma, se está disposto a parar de fumar, se tem doenças associadas e quais são as formas de tratamento mais acessíveis a ele. A autora segue explorando as formas de avaliação da dependência da nicotina, citando entre elas a Classificação Internacional de Doenças-CID-10, o Manual de Diagnóstico e Estatística da Associação Americana de Psquiatria-DSM-IV e a Escala de Fagerström que objetiva não só verificar a dependência como também a tolerância. Urbano (2008) descreve que o modelo de abordagem ao fumante segundo as diretrizes do SUS tem como eixo central as intervenções cognitivas e treinamento de habilidades comportamentais, visando à cessação e a prevenção de recaída. Em casos específicos pode ser utilizado um apoio medicamentoso. Para Presman (2005) a terapia comportamental procura auxiliar o fumante a identificar os gatilhos relacionados ao desejo e ao ato de fumar e utiliza técnicas cognitivas e de modificação do comportamento para interromper a associação entre a situação gatilho, a fissura de fumar e ao comportamento de consumo. Utilizam-se estratégias para lidar com o estresse e afetos positivos e negativos, solução de problemas, além do manejo dos sintomas da síndrome de abstinência. Uma vez que o fumante para de fumar são utilizadas técnicas de prevenção de recaída. Os medicamentos atualmente considerados eficazes, de acordo com Urbano (2008) são os chamados Terapia de Reposição de Nicotina-TRN, onde se utiliza adesivo transdérmico, goma de mascar e Bupropiona, considerada de primeira linha. Cavalcante (2001) cita a nortriptilina e a clodinina como medicamentos de segunda linha, isso porque não foram aprovados como medicamento para parar de fumar e por isso se recomenda que só sejam utilizados em casos de insucesso com o uso das medicações de primeira linha, que está inserido no Protocolo Clínico e de Diretrizes Terapêuticas da Dependência à Nicotina do SUS. No entanto, até o indivíduo chegar a receber a dosagem da medicação, caso haja necessidade, existem alguns procedimentos a serem realizados, dentre eles Sales (2006) descreve a triagem médica, onde é preenchido um questionário padronizado pelo INCA para se avaliar o perfil tabágico, psicológico, presença de co-morbidades, grau de dependência nicotínica, motivação e preparação para a tarefa de parar de fumar, além de ser solicitada avaliação radiológica de tórax e avaliação de função pulmonar, por meio da espirometria. A motivação e preparação para a tarefa de parar de fumar segue o modelo teórico desenvolvido por Prochaska e Diclemente, segundo Cavalcante (2001) e consiste em 5 diferentes estágios de mudanças de comportamento do fumante no processo de cessação de fumar: -Estágio de pré-contemplação;

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-Estágio de contemplação; -Estágio da ação; -Estágio de manutenção; -Estágio de recaída; A avaliação do grau de dependência nicotínica segue as diretrizes do Teste de Fagerström, descrito por Sales (2006): -0 a 2 pontos: muito baixa -3 a 4 pontos: baixa -5 pontos: média -6 a 7 pontos: alta -8 a 10 pontos: muito alta. Balbani (2005) explica que o teste de Fagerström tem original em inglês e sueco e já foi adaptado a várias línguas, sendo composto por seis questões. Esse modelo de avaliação possibilita um volume de informações capazes de embasar as políticas públicas de controle do tabaco, uma vez que essas partem de documentos padronizados que podem traçar o perfil do usuário de tabaco permitindo o aperfeiçoamento das técnicas de intervenção. A estratégia de tratamento prevê ainda sessões de terapia utilizando-se da abordagem cognitivo-comportamental estando configurada em quatro módulos com material de apoio temáticos, descritos por Urbano (2008), que são: - Primeira sessão: “Entender por que se fuma e como isso afeta a saúde: deixando de fumar sem mistérios”. Essa primeira cartilha objetiva explicar a dependência da nicotina, os prejuízos à saúde e os métodos para parar de fumar, sendo eles parados abruptos e parados graduais, sendo esta última dividida em dois métodos: redução e adiamento. -Segunda sessão: “Deixando de fumar: sem mistérios – os primeiros dias sem fumar”. Nessa segunda cartilha é explorado principalmente os sintomas da síndrome da abstinência e como lidar com a fissura, incluindo dicas e exercícios de relaxamento. -Terceira sessão: “Como vencer os obstáculos para permanecer sem fumar”. Esse material contém dicas para permanecer cultivando hábitos saldáveis de vida. -Quarta sessão: “Benefícios obtidos após parar de fumar”. Esta é a última cartilha da série e explora dos ganhos diretos e indiretos da uma vida livre no tabaco, com benefícios de curto e longo prazo. 3. A auriculoterapia como método terapêutico da acupuntura A acupuntura é uma técnica de intervenção terapêutica da Medicina Tradicional Chinesa–MTC que adota uma postura vitalista, uma vez que se fundamenta no primado da energia sobre a matéria, do doente sobre a doença e na idéia de tipos constitucionais humanos, característica de pessoas com determinados padrões físicos, estruturais, psicológicos e de comportamento (CINTRA, 2010). Dentre as diversas técnicas utilizadas pela acupuntura para o tratamento de enfermidades por meio do equilíbrio energético está a auriculoterapia. Garcia (1999) aponta que o povo chinês foi, provavelmente, o primeiro a esboçar a estreita relação existente entre o pavilhão auricular e o resto do organismo. A orelha é mencionada pela primeira vez no livro de medicina chinesa “Clássico da Medicina Interna do Imperador Amarelo”, publicado há mais de dois mil anos, onde declara que a orelha não é independente, mas se relacional com todas as partes do corpo humano (SANTOS, 2012).

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Para se entender melhor a relação fisiológica da orelha com todo o organismo, devemos explorar os conhecimentos da MTC em relação a esses sistemas: canais e colaterais e zang fu. Para Maciocia (2007) os órgãos e seus canais correspondentes formam uma unidade energética indivisível, assim alterações dos órgãos internos podem afetar os canais correspondentes, da mesma forma que alterações iniciadas como distúrbios dos canais podem penetrar no interior e ser transmitidos aos órgãos. A fisiologia dos canais e colaterais está baseada no movimento do sangue e da energia na manutenção do equilíbrio yin e yang, no fortalecimento da energia antipatogênica e na expulsão da patogênica, mantendo-se desta forma a saúde (Garcia, 1999). Maciocia (2007) diz que é importante atentar que órgão e canal mesmo formando uma só unidade, são energicamente separados, pois os canais pertencem ao exterior, ou seja, as camadas superficiais energéticas, incluindo pele e músculos. Já os órgãos pertencem ao interior, isto é, a camada energética mais profunda incluindo órgãos e ossos. A respeito disso Garcia (1999) explica que é por meio da energia e do sangue nos canais e colaterais que o interior está conectado com a superfície e vice-versa, garantindo a nutrição de todo o organismo. Por isso seja com uso de pontos somáticos ou no pavilhão da orelha, todos podem regular a atividade dos canais e colaterais e assim tratar as enfermidades. Maciocia (2007) cita a orelha como um microssistema onde se parte do princípio de que uma única e pequena parte do corpo reflete o todo. De acordo com essa teoria, a orelha se assemelha a um feto de ponta-cabeça e há um ponto do pavilhão auricular que reflete cada parte ou órgão do corpo. 4. Metodologia Esta pesquisa foi desenvolvida entre abril de 2011 a abril de 2013, período no qual foram levantados dados em livros, artigos científicos e dissertações de mestrado, tendo sido fichados as produções relacionadas ao tema. Os artigos científicos e as dissertações de mestrado foram extraídos do banco de dados da Scielo, utilizando-se as palavras-chave tabagismo, acupuntura e auriculoterapia, não tendo sido encontrado nenhum registro de auriculoterapia. Nos livros pesquisados foram explorados os assuntos que perpassam o tema como anatomia, fisiologia, fisiopatologia, diagnóstico e tratamento. Outra fonte importante da pesquisa foram os sites do Portal da Saúde - Ministério da Saúde, Instituto Nacional do Câncer, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Organização Pan Americana da Saúde e Observatório Nacional de Controle do Tabaco. 5. Resultados Para realização desta pesquisa foram utilizados 6 livros, uma apostila de auriculoterapia, um atlas de anatomia humana, uma dissertação de mestrado, uma monografia, um documento discussão, dois documentos de classificação de patologias on line, sendo eles CID-10 e DSM-IV, e quatorze artigos, sendo seis deles artigos científicos, quatro de um site especializado em acupuntura e os demais são artigos dos sites institucionais supracitados. Todas as produções foram aproveitadas, pois ou tinham relação direta com o tema ou o abordavam superficialmente. Da página na internet do Observatório da Política Nacional de Controle do Tabaco foram extraídas informações sobre tratamento do tabagismo, vigilância e pesquisa, atualizadas em 2012. O mesmo processo se deu no site institucional do INCA, de onde foram retiradas informações de atualidades em tabagismo. Outra fonte atualizada em 2012 foi o material

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elaborado pela autora Fernanda Mara dos Santos, para o Curso Livre de Auriculoterapia, bem como o artigo “Auriculoterapia – existe restrição de idade?”, da mesma autora. As fontes publicadas no ano de 2011 utilizadas nesta pesquisa foram o III Relatório Mundial de Controle do Tabaco, cuja síntese está disponível no site institucional da OPAS. Também o livro de Wagner P. Fonseca intitulado “Acupuntura auricular chinesa”, de onde foi extraído o único protocolo de tratamento do tabagismo por meio da auriculoterapia. Em 2010, Fernanda Mara dos Santos volta a publicar artigos explorando o tema da auriculoterapia, sendo eles: Auriculoterapia e insônia, e Sementes de mostarda: um perigo na ponta da pinça, cujo conteúdo foi de extrema relevância para este trabalho. Maria Eliza Rizzi Cintra e Regina Figueiredo publicaram em 2010 um texto inédito “Acupuntura e promoção de saúde: possibilidades no serviço público de saúde” disponível na base de revistas científicas da Scielo. Das informações disponíveis em 2009 foram utilizadas as contidas no artigo de Fernanda Mara dos Santos intitulado “Um pouco sobre auriculopuntura”, bem como dados estatísticos sobre a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, extraídos do site institucional do IBGE. Em 2008, Solange Rosso Urbano publicou uma monografia intitulada “Percepções: vivências e relatos de grupos atendidos pelo Programa Nacional de Controle do Tabagismo no município de Treviso – SC”, material este rico em informações sobre o PCT, de onde também foram extraídas as sínteses das cartilhas utilizadas no programa e do protocolo clínico e diretrizes terapêuticas do MS. No ano de 2007, um documento discussão intitulado “Controle do Tabagismo no Brasil” foi produzido pela equipe de Saúde, Nutrição e População, da Rede de Desenvolvimento Humano do Banco Mundial. Este documento de autoria de Roberto Iglesias, Prabhat Jha, Márcia Pinto, Vera Luíza da Costa e Silva e Joana Godinho, discutiu o tema do tabagismo sob o prisma do prejuízo econômico. Outra fonte utilizada nesse mesmo ano foi o clássico de Giovanni Maciocia intitulado “Os fundamentos da medicina chinesa: um texto abrangente para acupunturistas e fisioterapeutas”, de onde foram explorados conteúdos da MTC e da teoria dos microssistemas, aqui pesquisada a auriculoterapia. Maria Penha Uchôa Sales, Mara Rúbia Fernandes de Figueiredo, Maria Irenilza de Oliveira e Helano Neiva de Castro, publicaram em 2006, no Jornal Brasileiro de Pneumologia, disponível na base da Scielo, um artigo intitulado “Ambulatório de apoio ao tabagista no Ceará: perfil dos pacientes e fatores associados ao sucesso terapêutico”, nele as autoras relatam resultados do PCT fazendo uma breve alusão a acupuntura. Também nesse mesmo ano Santos FAS, Gouveia CG, Martelli PJL e Vaconcelos EMR, publicaram na Revista Brasileira de Fisioterapia, disponível na base da Scielo, o artigo “Acupuntura no SUS e a inserção de profissionais não-médicos” onde se discute a prática da acupuntura sob o prisma da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares do SUS. Outra bibliografia utilizada do ano de 2006 foi o livro de Neuroanatomia Funcional de Ângelo Machado, de onde foi extraído o embasamento teórico da inervação do pavilhão auricular. Já em 2005, Aracy Pereira Silveira Balbani e Jair Cortez Montovani publicaram na Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, disponível na base da Scielo, um artigo intitulado “Métodos do abandono do tabagismo e tratamento da dependência da nicotina” que também cita superficialmente o uso da acupuntura. Da mesma forma o artigo “Tratamentos não-farmacológicos para o tabagismo”, publicado na Revista de Psiquiatria Clínica, disponível também na base da Scielo, faz referência à acupuntura, tendo sido elaborado pelas autoras Sabrina Presman, Elizabeth Carneiro e Analice Gigliotti. Outra obra utilizada nesta pesquisa, publicada nesse mesmo ano foi o Atlas colorido de anatomia humana de Mcminn, de autoria de Peter H. Abrahams, Sandy C. Marcks e Ralph Hutchings.

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Da obra de Susan B. O’Sullivan e Thomas J. Schmitz, publicada em 2004, intitulada “Fisioterapia: avaliação e tratmento” foi explorado o conteúdo de reabilitação pulmonar e a importância do fisioterapeuta nos programas de cessação do tabagismo. Uma publicação importante cujo conteúdo foi bastante utilizado neste trabalho foi a dissertação de mestrado de Tânia Maria Cavalcante, intitulada “O médico e suas representações sobre o tabagismo, fumante e cessação de fumar”. Tal obra foi publicada no ano de 2001. Para o tema específico da auriculoterapia foi usado o clássico de Ernesto Garcia, publicado em 1999, intitulado “Auriculoterapia”. Marilene Cabral do Nascimento publicou um artigo intitulado “Da panacéia a especialidade médica: a acupuntura na visão da imprensa escrita”, disponível na base da Scielo. Nele a autora faz um percurso sobre a prática da acupuntura no Brasil, que embora publicado em 1998 traz um discurso bastante atualizado. A literatura mais antiga utilizada, data de 1997, sob o titulo de “Compêndio de psiquiatria: ciências do comportamento e psiquiatria clínica”, de autoria de Harold I. Kaplan, Benjamin J. Sadock e Jack A. Grebb, de onde foram explorados os temas dos transtornos relacionados à nicotina. 6. Discussão Nas literaturas pesquisadas para elaboração deste artigo que perpassavam o tema da acupuntura pouco se abordou ou se tentou explicar a relação da acupuntura com a anatomia e fisiologia humana. Iniciaremos esta discussão traçando um paralelo entre esses campos do saber de forma a dar maiores subsídios para nossas futuras discussões, que é o objetivo deste artigo, ou seja, descrever a aplicabilidade da auriculoterapia nos procedimentos de tratamentos dos transtornos relacionados à nicotina. Fonseca (2011) explica que no corpo humano existem doze meridianos principais mais conhecidos como zang fu, onde zang são os órgãos (pulmão, coração, pericárdio, baço-pâncreas, fígado e rim) e fu são as vísceras (intestino grosso, intestino delgado, vesícula biliar, estômago, bexiga e triplo aquecedor). Ele prossegue dizendo “é bom saber que o sistema de meridianos (canais de energia) fazem parte de um todo, assim como o sistema nervoso, circulatório e digestório” (FONSECA, 2011). Garcia (1999) relata que o trajeto dos canais e vasos tem relação estreita com o pavilhão auricular ainda que não entrem diretamente no pavilhão, pois fazem por através de seus canais distintos, assim os doze canais chegam ao pavilhão auricular. Os doze canais são os meridianos principais que correspondem aos zang fu, ou seja, aos órgãos e seus acoplados, as vísceras. Além disse Machado (2006) descreve o percurso dos nervos espinhais e cranianos que inervam o pavilhão auricular. Assim, podemos entender porque um estímulo no pavilhão auricular pode desencadear reações em determinadas áreas do organismo. Garcia (1999) diz que a excitação de neurônios receptores da dor, por exemplo, enviam impulso até o núcleo do trato medular do trigêmeo que o envia até a estrutura reticular do tronco cerebral. Tal estrutura é formada por neurônios que vão do bulbo até o tálamo. Essa cadeia de informações é importante para permitir que o estímulo chegue até o órgão ou víscera inervado, isso porque a estrutura reticular, segundo Garcia (1999) elabora um sistema especial de síntese de sinais que nos permite considerar a mesma como viabilizador da ação da auriculoterapia no sistema nervoso, não só no tratamento da dor, como também na regulação da atividade dos órgãos internos.

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Para tanto é importante entender um pouco da anatomia e inervação do pavilhão auricular que “está constituído por um tecido fibrocartilaginoso como sustentação de sua estrutura anatômica. Está formado também por ligamentos, tecido adiposo e músculos. A parte inferior do pavilhão é rica em nervos, vasos sanguíneos e linfáticos, mas o terço superior destes são formados basicamente por cartilagens, e o lóbulo da orelha é constituído em sua maior parte por tecido adiposo e conjuntivo (Garcia, 1999). Segundo Santos (2012) a orelha consta de três partes: orelha externa, orelha média e a orelha interna. As partes da orelha externa são: lóbulo, hélice, ramo da hélice, anti-hélice, ramo superior da anti-hélice, ramo inferior da anti-hélice, escafa, fossa triangular, concha superior, concha inferior, trago, anti-trago, incisura supra-trágica, incisura infra-trágica, incisura do anti-trago, anti-hélice e dorso. Figura 1 - Anatomia da Orelha Direita Fonte: Abrahams, 2005 Do ponto de vista da neuroanatomia Garcia (1999) diz que o pavilhão auricular está inervado principalmente por nervos espinhais do plexo cervical como: o auricular maior e o occipital menor, e por nervos cerebrais como o auriculotemporal, facial, glossofaríngeo, ramos do vago e parassimpático. Figura 2 - Neuroanatomia da orelha esquerda Fonte: Garcia, 1999

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Machado (2006) conceitua que os nervos espinhais são aqueles que fazem conexão com a medula espinhal sendo responsáveis pela inervação do tronco, dos membros e de parte da cabeça. Já os nervos cranianos, fazem conexão com o encéfalo, são doze pares, estando o VII, VIII, IX e X pares conectados ao pavilhão auricular, tendo como componente funcional as fibras aferentes somáticas gerais. E prossegue dizendo “as fibras aferentes somáticas gerais originam-se em exteroceptores e proprioceptores, conduzindo impulsos de temperatura, dor, pressão, tato e propriocepção. Os exteroceptores localizam-se na superfície externa do corpo, onde são ativados por agentes externos como calor, frio, tato, pressão, luz e som. Os proprioceptores localizam-se mais profundamente, situando-se nos músculos, tendões, ligamentos e cápsulas articulares (MACHADO, 2006). É assim que a auriculoterapia usa o pavilhão auricular pra efetuar tratamento, aproveitando o estímulo sobre o sistema nervoso central (SOUZA apud SANTOS, 2012). Fonseca (2011) diz que os antigos médicos chineses (acupunturistas) utilizavam o pavilhão auricular como forma de diagnóstico e a partir da observação dos tratados de acupuntura foi desenhado o mapa de auriculoterapia. No mapa de auriculoterapia estão especificados pontos que tem relação direta com todo o corpo humano, temos assim a seguinte correlação, descrita por Souza apud Santos (2012): -Lóbulo: porção inferior livre composta de tecido adiposo, não cartilaginoso, geralmente apresenta alguns sulcos lobulares. Correspondem à face, olhos, maxilar, mandíbula, palato mole e duro, cavidade oral, amígdalas, língua e ouvido interno. -Antitrago: consiste no tubérculo situado acima do lóbulo, opondo-se ao trago. Correspondem à cabeça, fronte, parótidas e tronco cerebral. -Incisura intertrágica: depressão que separa o antítrago do trago. Correspondem as glândulas endócrinas, ovários, testículos e nervos oculares. -Antihélix: proeminência curvilínea que delimita regiões de depressão da aurícula posterior e a fossa escafóide, as conchas inferiores e superiores. Divide-se em dois ramos que formam a fossa triangular. Correspondem à coluna, vértebras, tronco, pescoço, peito, abdome, tireóide, mamas e tórax. -Raiz superior da antihélix: corresponde ao pé, perna, joelho, cóccix e quadril. -Raiz inferior da antihélix: corresponde à região glútea, ciático, simpático, cóccix e cavidade pelviana. -Fossa triangular: depressão triangular entre os ramos superior e inferior da antihélix. Corresponde à pelve, sistema reprodutor, útero, ovários e próstata. -Escafa: depressão que fica delimitada anteriormente pelo antihélix e posteriormente pelo hélix. Corresponde aos membros superiores, clavícula, ombro e suas articulações. -Trago: saliência fibrocartilaginosa sobre o meato auditivo externo. Abrange o nariz, supra-renal e vícios. -Incisura supra-trágica: depressão entre a parte superior do trago e o ramo da hélix. -Concha cava: delimitada acima pela raiz da hélix, póstero-lateralmente pela antihélix, Antero-lateral pelo meato auditivo externo, inferior pelo trago. Corresponde ao tórax e abdome. -Concha cimba: depressão formada pela raiz do hélix e pela borda do antihélix. Corresponde a todos os órgãos abdominais. -Hélix: bordo da aurícula em forma de caracol aberto que desemboca no lóbulo. -Raiz do hélix: corresponde ao sistema digestório, diafragma, cárdia e apêndice. -Dorso auricular: corresponde à mesma disposição da face da orelha e contem pontos auxiliares. Esta correlação só foi possível porque nas investigações não só se usou de base a descrição feita por Nogier na distribuição do feto no pavilhão auricular, além disso, na China grande

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parte das investigações foram dirigidas a estabelecer os princípios que se relacionavam ao microssistema da orelha com o sistema teórico tradicional do zang fu e canais e colaterais, elevando-se assim os níveis de investigação do método quanto a anatomia auricular, embriologia auricular, etc. obtendo-se em todos importantes resultados (Garcia, 1999). Assim, para facilitar a compreensão dos pontos reflexos foi criado o Homúnculo de Nogier, que consiste em um mapa das localizações destes pontos, relacionando a aurícula à imagem de um feto invertido. A perspectiva do feto invertido dos pontos auriculares da acupuntura foi descrita primeiramente em 1950 pelo Dr. Paul Nogier, na França (SANTOS, 2012). Para o diagnóstico auricular faz-se não só a observação da orelha e dos pontos específicos, mas também a palpação, identificando todas as alterações, seja em forma, cor, presença de marcas, hidratação e pontos dolorosos. Garcia (1999) destaca os métodos diagnósticos mais utilizados na auriculoterapia sendo: -Diagnóstico através dos pontos dolorosos à pressão: realiza-se pressão de igual magnitude sobre os pontos ou áreas relacionadas com a patologia, obtendo como zona ou ponto implicado o que mostre uma sensibilidade maior à pressão. -Diagnóstico através da marca deixada à pressão: marca ou impressão deixada quando uma pressão em pontos ou áreas que apresentam alteração morfológica como proeminências ou edemas, sendo levadas em conta diferentes características como profundidade, coloração e o tempo de permanência da mesma. -Diagnóstico através da palpação: é usada para desentranhar as mudanças morfológicas na estrutura dos pontos auriculares e que nos revela não só o desenvolvimento de uma enfermidade atual, como também outros padecimentos anteriores de longa duração. -Diagnóstico através da exploração elétrica: é efetivo na exploração de qualquer ponto auricular que seja representativo das extremidades ou órgãos internos, sendo usado equipamento explorador que aponta os pontos de baixa resistência elétrica por diferentes métodos como variações auditivas, lâmpadas indicadoras ou miliamperímetros que registre a magnitude da resistência elétrica, em todos os casos acoplados a um circuito oscilador. -Diagnóstico por observação: observa-se no pavilhão auricular as mudanças de coloração, morfológicas, descamações, pápulas, aranhas vasculares, etc. Santos (2012) descreve sinais importantes a serem considerados durante o diagnóstico por observação, sendo eles: -Pontos esbranquiçados ou manchas sebáceas: pode indicar inflamação ou enfermidade crônica, disfunção orgânica ou paralisação de funções podendo ou não haver um processo degenerativo. -Eritema ou pontos com contornos avermelhados ou pequenas protuberâncias vermelhas: geralmente são sinais de inflamação aguda, podendo também indicar hiperatividade funcional do órgão. -Manchas senis, condensação de melanina: indicam a existência de problemas crônicos. -Ressecamento: indica a existência de enfermidade crônica. -Exsudação sebácea: indica a existência de enfermidade sub-aguda. -Sudorese: indica doença degenerativa. -Quistos ou tubérculos: indica doença aguda. -Pelos e escamações: enfermidades crônicas, má assimilação orgânica. -Cicatriz (meia lua): agressão externa (frio, calor, etc.) -Hipersensibilidade local: sinal de existência de doença aguda ou sub-aguda. -Pequenas granulações cicatrizadas ou cantos de coloração acinzentada, hipercromia escura: doença proliferativa, litíase (formação de pedras ou cálculos), tumores.

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É a partir dos resultados da avaliação diagnóstica adotada que escolhe-se o método da auriculoterapia a ser usado no tratamento. Garcia (1999) elenca os métodos mais comumente utilizados na prática clínica: -Tratamento com agulhas filiformes: realiza-se a puntura dos pontos relacionados por meio de agulhas. -Tratamento com agulhas intradérmicas ou permanente: inserção de agulha específica que permanecerá em seu local durante tempo prolongado, garantindo estímulo ao ponto. -Tratamento com eletroauriculopuntura: consiste em combinar o uso de agulhas filiformes com estímulo elétrico por meio de aparelho que utilize diferentes tipos de ondas elétricas. -Tratamento de colocação de sementes: consiste na seleção de materiais esféricos, de superfície lisa, que realize pressão sobre os pontos auriculares, podendo ser pequenas pílulas, esferinhas imantadas ou sementes de certas plantas. -Tratamento de mesopuntura: consiste na utilização de pequena quantidade de medicamentos que se injetam nos pontos, combinando-se assim com o estímulo que se produz pela puntura com a ação farmacológica do medicamento. -Tratamento mediante cortes e emplastros de medicamentos: consiste em realizar pequenos cortes ou rasgaduras com o bisturi no pavilhão auricular que posteriormente serão tampados ou preenchidos com pequenos emplastros de medicamentos. -Tratamento mediante parches medicinais: uso de parches medicinais medicamentosos pré-elaborados sobre os pontos auriculares. -Tratamento com moxabustão: utilização do bastão de moxa com o objetivo de aquecer o pavilhão auricular. -Tratamento mediante sangria: consiste no uso de agulhas filiformes, agulhas intramusculares, agulhas triangulares ou bisturi oftalmológico para realizar picadas, perfurações ou pequenos cortes em zonas e veias especificas do pavilhão auricular com o objetivo de fazer sangrias. -Tratamento com radioisótopos: promovem-se diferentes tipos de tratamento radioativos com os quais se busca produzir um estimulo sobre os pontos auriculares a partir do uso ou mediante injeção de pequenas quantidades de substancias radioativas. -Tratamento com magnetoterapia: uso de imãs que se colocam sobre os pontos auriculares para o tratamento de enfermidades. -Tratamento com laserpuntura: utiliza o estímulo que produz o raio laser sobre o ponto auricular. -Tratamento com brincos: são empregados brincos especificamente elaborados que permitem um estimulo sobre os pontos pela força de pinçamento que exercem sobre os mesmos. -Tratamento com martelo de “flor de ameixeira”: se utiliza para fazer estímulo sobre áreas e pontos, podendo ser substituído por agulhas filiformes. -Tratamento mediante massagem: pode ser a massagem geral do pavilhão auricular ou especifica dos pontos auriculares. Todos esses tipos de tratamentos devem ter em sua aplicação a observância das normas de biossegurança de forma a garantir um ambiente livre de contaminações, principalmente quando se pensa que a prática das técnicas da MTC ainda são muito questionadas no mundo ocidental, bem como seus resultados e acima de tudo o uso de agulhas por profissionais não-médicos. No Brasil, segundo Cintra (2010) a prática da acupuntura foi introduzida na tabela do Sistema de Informação Ambulatorial – SAI/SUS em 1999, através da Portaria 1230/GM, e sua prática reforçada pela Portaria 971, publicada pelo Ministério da Saúde em 2006, que aprovou a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares-PNPIC no Sistema Único de Saúde.

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Santos, FAS et al (2009) diz que desde 1986 a partir do relatório final da VII Conferência Nacional de Saúde, busca-se a introdução de práticas alternativas de assistência à saúde no âmbito dos serviços públicos de saúde. Porém, apenas em 2006, por meio da PNPIC os profissionais não-médicos puderam atuar como acupunturistas no SUS. Partindo dessas premissas fez-se necessário identificar um protocolo de tratamento dos transtornos relacionados à nicotina, no entanto apesar de ter sido identificado nos mapas auriculares disponíveis no mercado um ponto específico para o vício ou fumo (alguns mapas mudam a nomenclatura), foi encontrado nas literaturas pesquisadas um único protocolo descrito por Fonseca (2011) que propõe uma combinação de pontos para parar de fumar, são eles: dois pontos de pulmão, intestino grosso, shen men, sistema nervoso vegetativo e boca, ou aplicar uma agulha sistêmica no intestino grosso outra no ponto boca e ligar as duas agulhas. Embora não fique claro, supõe-se que Fonseca esteja se referindo à eletroestimulação. Garcia (1999) quando da explicação da função dos pontos auriculares não faz nenhuma menção ao tratamento dos transtornos relacionados à nicotina, apenas explicita a própria função do ponto: -Ponto pulmão: tem a função energética de controlar a energia, comandar a respiração, determinar a descendência e dispersão da energia, motivo pelo qual é empregado no tratamento de todas as afecções do sistema respiratório. -Ponto intestino grosso: tem a função energética de dispersar o calor de todas as vísceras. -Ponto shen men: tem função sedante, sendo usado para acalmar a tosse e dispnéia. -Ponto sistema nervoso vegetativo: regula a função do sistema neurovegetativo. -Ponto boca: trata as afecções da cavidade bucal, além de acalmar a tosse e ter função sedante, por isso se emprega no tratamento de insônia. Já Fonseca (2011) procura fazer uma correlação, de acordo com sua indicação terapêutica: -Ponto pulmão: localizado um ponto abaixo e acima do coração. É indicado para problemas respiratório. -Ponto intestino grosso: localizado na borda superior da raiz da hélix. Considerado um dos principais pontos para o tratamento da ansiedade. -Ponto shen men: em chinês significa portal da vida. Está localizado no ápice da fossa triangular. É usado como ponto calmante e tranqüilizante. -Ponto sistema nervoso vegetativo: localizado no final da cruz inferior da anti-hélix sob a hélix, no ângulo formado pelas duas regiões. Indicado como ponto auxiliar de vários desequilíbrios, inclusive de ordem respiratório. -Ponto boca: localizado ao lado do ponto esôfago e abaixo do ponto intestino grosso. Indicado para problemas que envolvem o trata digestivo. Neste protocolo não há qualquer justificativa que embase a seleção dos pontos, presume-se que tenha sido adotado esse esquema de pontos de acordo com sua representação para o tabagista, ou seja, áreas diretamente impactadas pelo ato de fumar, a exceção fica por conta do ponto intestino grosso, no entanto Garcia (1999) explica que este possui uma relação interior-exterior com o pulmão, motivo pelo qual pode ser usado para o tratamento das afecções respiratórias. Outra explicação está relacionada ao fato de ser par acoplado do pulmão, sendo este primeiro zang, e sua víscera, o intestino grosso, fu. Garcia (1999) no entanto, descreve cinco princípios para a seleção de pontos, são eles: -Segundo a zona correspondente: está ligado ao principal sintoma apresentado. -Segundo diferenciação sindrômica por zang fu e por canais e colaterais: está ligada a síndrome energética que afeta os zang fu e ao trajeto dos canais e colaterais. -Segundo critérios da medicina moderna: está ligada a relação da doença com a função fisiológica de determinado órgão.

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-Segundo a função do ponto: está ligada a função específica do ponto, sendo ela energética ou fisiológica. -Segundo a experiência clínica: se baseia na experiência clínica do profissional, onde se vincula os chamados pontos de experiência com a regulação e estabilização da energia no corpo humano, conseguindo desta forma um melhor resultado terapêutico. Outro fator importante em qualquer tratamento é o tempo médio do processo terapêutico, não tendo sido observado nenhuma descrição relacionada a esse tema no protocolo proposto por Fonseca. Já Garcia (1999) propõe o ciclo de tratamento em auriculoterapia podendo ser de sete a dez sessões diárias ou em dias alternados, com um período de descanso em cada ciclo de três a cinco dias. Todos esses aspectos são importantes para se delimitar diretrizes especificas para o processo terapêutico de modo a obter resultados fidedignos. Talvez a ausência de uma rigidez metodológica implique na impossibilidade de se atestar a eficácia das técnicas da MTC no tratamento dos transtornos relacionados à nicotina. Das literaturas pesquisadas que versavam sobre o tratamento do tabagismo, quatro citavam a acupuntura e as mesmas foram unânimes em afirmar que existe necessidade de maiores estudos para se comprovar a eficácia ou não do método. Cavalcante (2001) diz que métodos como a hipnose e a acupuntura ainda carecem de estudos que comprovem a sua eficácia na cessação de fumar. Balbani (2005) diz que os efeitos da acupuntura no abandono do fumo ainda não estão completamente esclarecidos. Presman (2005) diz que embora bastante populares, tratamentos utilizando acupuntura e hipnose não demonstraram evidencias de sua eficácia. Por fim Sales (2006) diz tratamentos com utilização de acupuntura, terapia a laser e eletroestimulação não mostraram eficácia na cessação do hábito de fumar, embora a utilização de acupuntura tenha ajudado a melhorar os níveis de ansiedade. No entanto, estas pesquisas não descrevem protocolos ou explicitam qualquer outro detalhe do uso da técnica. 7. Conclusão A medicina tradicinal chinesa percorre um mundo teórico diverso e complexo em relação às ciências médicas ocidentais. Dentre suas várias especialidades está a acupuntura, cujo principal objeto de estudo é a energia. A acupuntura possui várias técnicas de emprego, dentre elas está a auriculoterapia, também conhecida como auriculopuntura ou ainda acupuntura auricular. A diversidade de técnicas da acupuntura deve-se a sua visão microssistêmica, onde a parte forma um todo da mesma forma que o todo está contido na parte. Assim no pavilhão auricular está contido todo o corpo humano, representado pela imagem de um feto invertido, para melhor compreensão didática. Os órgãos, vísceras, membros e cabeça estão representados por pontos auriculares que se estimulados respondem ao seu equivalente no corpo. Isto se dá devido a reunião dos meridianos, canais por onde passa a energia, no pavilhão auricular, e também por sua inervação que permite o fluxo de informações por meio da rede neuronal. Dessa forma, pode-se comprovar, com base nos conhecimentos da neurofisiologia, que de fato é possível que um estímulo gerado em determinado ponto do pavilhão auricular alcance sua zona correspondente no corpo humano. Foi a partir dessas informações que padronizaram-se mapas onde foram plotadas os órgãos, vísceras, membros e cabeça para tratamento por meio da aurculoterapia. Partindo desse princípio propôs-se pensar na auriculoterapia como uma técnica a ser utilizada no tratamento dos transtornos relacionados à nicotina, o tabagismo, sem modificar o protocolo já existente no SUS, mas como uma técnica para se somar ao já existente no PCT, mesmo

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sabendo-se que este é um terreno pouco conhecido devido a ausência de pesquisas relacionadas ao tema. As dificuldades não estão somente na falta de material bibliográfico sobre auriculoterapia no tratamento do tabagismo, encontrou-se dificuldade também para conceituar o próprio tabagismo. O próprio DSM-IV e CID-10 não fazem qualquer referência a palavra, muito embora em todos documentos públicos ela seja utilizada, motivo pelo qual decidiu-se utilizar a nomenclatura da CID-10: transtornos relacionados à nicotina. Verificou-se nos estudos que artigos científicos que abordam o tema do tratamento do tabagismo e que faziam referência à acupuntura, sempre a faziam evidenciando a fragilidade dos resultados, no entanto não explicitavam as técnicas usadas e que metodologia fora aplicada, motivo pelo qual não ficou evidenciado se alguma pesquisa se utilizou da auriculoterapia. Nos artigos científicos que abordavam a prática da acupuntura no SUS, observou-se que o faziam de forma generalizada e não havia qualquer preocupação em se fazer um paralelo entre a acupuntura e os mecanismos neurofisiológicos que ela desencadeia, ou seja, há nitidamente uma negligência quanto ao embasamento teórico dos fenômenos biológicos. Quanto ao método de tratamento especificamente, propusemos um único protocolo encontrado nas literaturas pesquisadas, porém observou-se que o mesmo tem algumas limitações quanto às informações de sua aplicabilidade como método de seleção de pontos e tempo de duração do processo terapêutico. Portanto, não se pode concluir que o protocolo proposto tem resultados positivos, nem tão pouco atestar sua eficácia, mas é certo que a pesquisa aponta para a possibilidade de usar o método em busca de resultados que possam se traduzir numa nova proposta de intervenção. Para tanto é necessário seguir um rigor metodológico com fins a serem obtidos resultados fidedignos. Referências ABRAHAMS, Peter H; MARCKS JR, Sandy C; HUTCHINGS, Ralph. Atlas colorido de anatomia humana de

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