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Anais da 5 Mostra de Terapia Cognitivo-Comportamental, UERJ, 28 set. 2007.

PALESTRAS

Anais da 5 Mostra de Terapia Cognitivo-Comportamental, UERJ, 28 set. 2007. EVOLUCIONISMO, EMOES E TERAPIA COGNITIVA Benard Rang (Programa de ps-graduao em psicologia, Instituto de Psicologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro). Palavras-chave: psicologia evolucionista; teoria das emoes; terapia cognitiva. Muitas teorias das emoes j foram concebidas, destacando-se entre elas a teoria evolucionria de Charles Darwin que v as emoes como a expresso de um processo adaptativo e parte do processo evolutivo. Alm desse houve outras elaboraes mais modernas como a de Sylvan Tomkins e Carrol Izzard; a de William James; a de Walter Cannon; e as psicanalticas baseadas na obra de Sigmund Freud. Teorias behavioristas como as de Watson e Skinner, da ativao como as Leeper, Schlosberg e Wenger e mais recentemente as cognitivas como a de Richard Lazarus tambm representam contribuies signifigativas. Foi Robert Plutchik que props uma teoria psicoevolucionria integrativa das emoes que ressalta os aspectos adaptativos de cada problema da vida com os quais as diversas espcies se deparam. Ele entende que toda emoo faz parte do processo adaptativo e se refere a quatro problemas bsicos da existncia: (1) territoriedade, ou onde encontrar territrios seguros com alimento, gua e parceiros para a procriao; (2) hierarquia, que define a posio de um indivduo na hierarquia social caracter stica em todas as espcies; (3) identidade, caracterizando o que um indivduo aceita como igual a ele mesmo (comida, parceiros) e o que ele rejeita (venenos); e (4) temporalidade, que envolve o problema das perdas e da reproduo. Para lidar com cada um desses problemas so desenvolvidas respostas adaptativas como explorao, orientao, proteo, destruio, incorporao, rejeio, reproduo e reintegrao. Cada problema de vida com as correpondentes respostas adaptativas vo exigir o desenvolvimento de reaes emocionais opostas como antecipao x supresa, medo x raiva, alegria x tristeza e aceitao x desgosto. Em cada acontecimento h sempre um estmulo, uma avaliao cognitiva, uma reao emocional subjetiva, um comportamento, uma funo e, eventualmente, se houver o fortalecimento de padres de respostas, traos e at transtornos de personalidade. Sem negar diretamente a importncia do processo evolutivo nem tampouco os processos emocionais, a terapia cognitiva com sua nfase nos processos cognitivos subtrai a importncia destes dois outros processos complementares. Uma teoria das emoes que ressalte a cadeia de processos funcionais adaptativos ajudaria a compreender um pouco os transtornos de personalidade.

Anais da 5 Mostra de Terapia Cognitivo-Comportamental, UERJ, 28 set. 2007. UMA ABORDAGEM COGNITIVA RESISTNCIA EM PSICOTERAPIA Eliane Mary de Oliveira Falcone (Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ) Palavras-chave: relao teraputica; resistncia; terapia cognitiva. A resistncia definida como qualquer reao do cliente que indica oposio, aberta ou encoberta, ao terapeuta, ao processo de aconselhamento ou agenda de tratamento. A resistncia constitui um fenmeno comum no processo psicoterpico. Embora desejando obter alvio de sua ansiedade ou de seus sintomas depressivos, os pacientes costumam estar incertos quanto a desistir de seus padres duradouros de funcionamento. Alm disso, a resistncia tambm serve a um propsito, ao regular o comportamento do terapeuta em direo a uma postura menos diretiva. Assim, a resistncia em terapia pode se manifestar como uma reao do paciente: 1) s demandas da terapia (por ex., foco no aqui-e-agora, tarefas de auto-ajuda, reestruturao cognitiva que pode se tornar invalidante, soluo de problemas quando a demanda do paciente ter o seu sofrimento reconhecido etc.); 2) aos esquemas de resistncia do paciente (ex., clientes com transtorno de personalidade vem a terapia como uma ameaa aos seus esquemas e tendem a distorcer as intenes do terapeuta); 3) aos esquemas de resistncia do terapeuta (ex., dificuldades do terapeuta para reconhecer sentimentos de medo ou de raiva na interao com o seu paciente, levando-o a hostilizar, rejeitar ou a no se comportar de forma produtiva na terapia). Quando considerada como uma oportunidade para conhecer melhor o paciente ou para identificar a contratransferncia do terapeuta, a resistncia constitui uma excelente oportunidade de crescimento pessoal e de mudana para a dade. Pretende-se, nesta palestra, discutir o impacto da psicoterapia, tanto no paciente quanto na pessoa do terapeuta, onde a resistncia vista como uma conseqncia e, ao mesmo tempo, como oportunidade de mudana. Questes sobre as relaes entre diretividade versus no diretividade e resistncia na terapia sero levantadas. Neste sentido, se a abordagem cognitiva se constitui como diretiva, ser ela inadequada para tratar da resistncia esquemtica do paciente? Por outro lado, uma abordagem no diretiva, baseada apenas na escuta emptica pode realmente levar mudana? Sero tambm apresentadas as conseqncias resultantes da dificuldade do terapeuta para identificar e lidar com as suas emoes negativas provocadas pelo comportamento do paciente. O reconhecimento das limitaes pessoais por parte do profissional de ajuda constitui outro foco importante na abordagem resistncia. Algumas diretrizes sobre o trabalho com a resistncia sero apontadas, com o objetivo de facilitar o crescimento para a dade no processo teraputico. A reestruturao de expectativas irrealistas do terapeuta sobre a terapia e o comportamento do seu paciente; a postura de observador participante do terapeuta e a sua disposio para realizar a confrontao emptica so aspectos essenciais na abordagem cognitiva resistncia em psicoterapia.

Anais da 5 Mostra de Terapia Cognitivo-Comportamental, UERJ, 28 set. 2007. TEORIAS AVALIATIVAS DA EMOO Maurcio Canton Bastos (CPAF/RJ) Palavras-chave: cognio, avaliao, emoo. As teorias avaliativas da emoo pressupem que as pessoas (e os animais infra-humanos) esto constantemente avaliando as relaes com o ambiente com respeito s suas implicaes para o bem-estar pessoal. Uma avaliao uma interpretao valorativa de um evento e implica considerar a importncia do evento para o sujeito, o modo como um evento coloca em jogo metas importantes para o organismo. Nos anos de 1980, a abordagem da avaliao foi disseminada entre diversos pesquisadores trabalhando independentemente e tornou-se a maior perspectiva terica do estudo da emoo nos dias atuais. A idia bsica de que a experincia emocional a experincia da situao conforme interpretada pelo organismo. As emoes que as pessoas experimentam so previsveis a partir do modo como tais pessoas avaliam as circunstncias, ou, de modo inverso, as interpretaes da situao podem ser inferidas a partir das reaes emocionais apresentadas pelas pessoas. Existem algumas diferenas no que os tericos investigam como principais dimenses de avaliao. Alguns esto primariamente preocupados com as dimenses de causalidade e de agente, outros propem temas mais abrangentes relacionados a metas universamente importantes e outros ainda diferem no que consideram dimenses supra-ordenadas e subordinadas. Apesar das diferenas, a idia da emoo como processo central para a maior parte dos tericos da avaliao e implica que a natureza da experincia emocional muda cada vez que uma nova avaliao adicionada ao processo. Geralmente, a primeira avaliao do processo a novidade, ou seja, alguma coisa se modifica no ambiente (fsico, social ou mental) atraindo a ateno do organismo. Se o organismo considera que a mudana que atraiu sua ateno relevante para o seu bem-estar, avaliaes adicionais devem acontecer. Freqentemente, o prximo passo do processo a experincia intrnseca de prazer ou desprazer, subjetivamente indistinguvel da experincia de ateno. Para alm da valncia positiva ou negativa da experincia emocional, avaliaes consecutivas diferenciam o estado emocional: o que est acontecendo importante para mim? (avaliao de relevncia); eu entendo o que est acontecendo? (avaliao de certeza e previsibilidade); alguma coisa est impedindo ou facilitando o meu progresso em direo a um objetivo? (avaliao de conduo a metas); o que causou este estado de coisas? (avaliao de agente); isso pode ser controlado? (avaliao de controlabilidade); por mim? (avaliao de poder); tem uma norma social sendo violada? (avaliao de compatibilidade com as normas sociais); por quem? Por mim? Diferentes combinaes de respostas para essas e outras questes (avaliaes) caracterizam diferentes emoes. Alm disso, a suposio de um processo seqencial de avaliaes no exclui a hiptese do processamento paralelo de informao, mas a extenso na qual esse processo consciente ou inconsciente (automtico) ainda uma questo a ser respondida pelos pesquisadores. O objetivo deste trabalho ser o de apresentar uma viso geral da relao entre diversas emoes e dimenses de avaliao pesquisadas. Alm disso, pretendemos apresentar algumas implicaes destas descobertas na psicopatologia dos estados emocionais.

Anais da 5 Mostra de Terapia Cognitivo-Comportamental, UERJ, 28 set. 2007. A TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL PROMOVE NEUROBIOLGICAS? Patrcia Porto, Paula Ventura (Universidade Federal do Rio de Janeiro). MUDANAS

Palavras-chave: Terapia Cognitivo-Comportamental, Transtornos de Ansiedade, neuroimagem. As intervenes psicolgicas podem promover alteraes nos pensamentos, sentimentos e comportamentos dos pacientes, no entanto, os mecanismos biolgicos relacionados ao tratamento so pouco conhecidos. Com o advento das tcnicas de neuroimagem possvel investigar as conseqncias neurobiolgicas do tratamento com psicoterapia. A investigao dos correlatos neurobiolgicos relacionados psicoterapia de grande importncia, pois a melhor compreenso dos mecanismos biolgicos subjacentes terapia pode promover melhoras nas intervenes teraputicas. Elucidar os correlatos neurais da reduo de sintomas um dos objetivos de qualquer estudo relacionado aos mecanismos biolgicos da psicoterapia. A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) oferece uma perspectiva interessante para a integrao com o campo da neurocincia, uma vez que, qualquer interveno est vinculada a um suporte de pesquisa experimental e emprico. A TCC se prope a tratar de vrios Transtornos Mentais utilizando modelos de tratamento com ndices elevados de eficcia. A descoberta dos mecanismos de ao da TCC poder ajudar no aumento da eficcia da terapia, quer atravs do aperfeioamento de novas estratgias teraputicas, quer atravs da potencializao com frmacos que facilitem os mecanismos bsicos de ao. A compreenso do mecanismo neurobiolgico subjacente pode facilitar a predio do tratamento indicado para determinado paciente. Estudos mostram que muitos transtornos mentais esto envolvidos com a incapacidade de controlar o medo. Tal fato sugere que o condicionamento do medo tem importante papel na formao e manuteno especialmente dos transtornos de ansiedade. A pesquisa sobre os circuitos neurais da extino tem importante implicao clnica. Isto porque os transtornos de ansiedade so em parte caracterizados pela resistncia extino de reaes emocionais aprendidas a estmulos ansiognicos e aos comportamentos de evitao. Estudos tambm enfatizam a persistncia de emoes negativas nos quadros psiquitricos, sugerindo dificuldades na regulao de emoes. possvel que a incapacidade de regular cognitivamente emoes tambm tenha participao no desenvolvimento e manuteno dos transtornos mentais. A literatura avaliando as mudanas neurobiolgicas da TCC atravs de neuroimagem ainda escassa. No entanto, estes estudos apontam que TCC capaz de modificar a atividade neural disfuncional relacionada aos sintomas dos transtornos de ansiedade nos pacientes que responderam com sucesso terapia. Desta forma, a TCC pode promover mudanas neurobiolgicas. As estratgias da TCC podem regularizar especialmente os circuitos neurais que se apresentam disfuncionais envolvidos com a regulao de emoes negativas e com a extino do medo condicionado.

Anais da 5 Mostra de Terapia Cognitivo-Comportamental, UERJ, 28 set. 2007.

MESAS REDONDAS

Anais da 5 Mostra de Terapia Cognitivo-Comportamental, UERJ, 28 set. 2007.

O SUCESSO DE ATENDIMENTOS CLNICOS NO SPA (UNESA RESENDE) SOB A LUZ DA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL. Coordenadora: Ana Claudia Ornelas (UNESA e UNIFOA) A EFICCIA DA TERAPIA RACIONAL-EMOTIVO-COMPORTAMENTAL NO TRATAMENTO DE PACIENTES COM PADRES RGIDOS DE COMPORTAMENTO. Ana Claudia Ornelas (UNESA e UNIFOA) Palavras-chave: TREC, autodestruio, eficcia, interveno. O presente estudo retrata a eficcia da Terapia Racional-Emotivo Comportamental (TREC) em tratamentos com pacientes resistentes s intervenes clnicas tradicionais. Atravs das tcnicas de psicoeducao e demonstrao do modelo cognitivo atravs anlise funcional da relao teraputica valida a clareza no processo teraputico, o que possibilita tanto ao paciente quanto ao terapeuta atentar aos fatos de uma forma mais concreta. Existem alguns componentes bsicos que devem ser avaliados em um problema, ao definir o que voc est vivenciando na sua vida: o ambiente, as reaes fsicas, os estados de humor, os comportamentos e os pensamentos. Cada um destes componentes est interligado aos demais e devem ser tomados em conjunto, de forma a direcionar reas de mudana. Dessa forma, deparamos com as crenas que so os pensamentos sobre si mesmo, sobre os outros e sobre o mundo na vida em geral. Na verdade, levamos nossa vida de acordo com as nossas crenas e so elas que estaro por trs dos nossos sucessos e das nossas dificuldades. Portanto, conhec-las indispensvel no processo de capacitao emocional e auto-conhecimento. A TREC uma escola de psicoterapia baseada na suposio de que os seres humanos nascem com um potencial para o pensamento racional e correto, assim como para o pensamento irracional e desviante. As pessoas apresentam predisposies para a autopreservao, a felicidade, o pensamento e a verbalizao, o amor, a comunho com os outros, o crescimento e a auto-realizao. Apresentam ainda propenso autodestruio, a evitar comportamentos, procrastinao, repetio infindvel de erros, superstio, intolerncia, perfeccionismo, auto-acusao e fuga da atualizao de potenciais para o crescimento. Existem tendncias de dentro do ser humano tanto para persistir em padres de comportamento antigos e disfuncionais, quanto para descobrir uma srie de formas de dedicar-se auto-sabotagem. O terapeuta que trabalha segundo o referencial da TREC atua de modo diferente da maioria dos terapeutas mais convencionais. Sendo essencialmente um processo teraputico comportamental de natureza cognitiva, diretiva e ativa, minimiza em geral a relao intensa entre terapeuta e cliente. A TREC um processo educativo, e a tarefa primordial do terapeuta ensinar ao cliente os meios para compreender-se e modificar-se. Emprega principalmente uma metodologia de ataque rpido, diretiva em alto grau e persuasiva, a qual enfatiza os aspectos cognitivos. Cito como exemplo um caso clnico, onde a paciente apresentando o Transtorno de Ansiedade Generalizada, porm com esquemas de crenas rgidas e disfuncionais que impossibilitava qualquer interveno clnica. Ao perceber a dificuldade de mudana de comportamento da paciente, introduzi a TREC, o que possibilitou alguns resultados iniciais e favoreceu a adeso da paciente terapia.

Anais da 5 Mostra de Terapia Cognitivo-Comportamental, UERJ, 28 set. 2007. A INTERVENO COGNITIVO-COMPORTAMENTAL BREVE EM GRUPO NA CLNICA-ESCOLA DA UNIVERSIDADE ESTACIO DE S (RESENDE). Adriana Pires Cardoso, Ana Maria da Cruz Moreira, Ana Cludia Ornelas (UNESAResende/RJ). Palavras-chave: psicoterapia breve em grupo; cognitivo-comportamental; mtodo psicoterpico. O presente trabalho teve como objetivos: investigar resultados efetivos da psicoterapia breve em grupo na abordagem cognitivo-comportamental, diminuir a fila de espera do SPA, bem como, proporcionar experincia em atendimento em grupos aos estagirios. Inicialmente, foi feita uma triagem para seleo dos grupos a partir dos dados levantados. Cada grupo recebeu de nove a dez sesses de atendimento. Os encontros aconteceram uma vez por semana por 2 horas. Os grupos apresentaram as seguintes caractersticas: eram fechados, com o mximo de 10 participantes, e homogneos, os componentes apresentavam Transtornos Mentais leves e moderados. Os participantes apresentaram boa integrao, pois todos procuravam se ajudar, assim como descreve Writhe & Freeman (2003). Nas primeiras sesses os integrantes se dedicaram a conhecer uns aos outros e a partir do terceiro encontro j havia coeso grupal. Alguns se mantiveram calados nas primeiras sesses, mas assim que se sentiram mais seguros e confiantes no grupo passaram a participar das atividades sugeridas pelas estagirias. Confirmando a teoria de Writhe & Freeman (2003) que diz que a psicoterapia de grupo o local onde pacientes e terapeutas buscam juntos identificar as experincias de cada indivduo, por meio do entendimento mtuo. Os grupos tiveram como temtica principal as dificuldades de relacionamento interpessoal, o enfrentamento de situaes de medo e ansiedade, as cobranas relacionadas atuao profissional e familiar e suas limitaes. Foram utilizados mtodos e tcnicas da cognitivo-comportamental, que contriburam para eficcia do trabalho com os grupos. As tcnicas utilizadas foram o ACALME-SE, a psicoeducao, a respirao diafragmtica, o relaxamento progressivo e muscular, o registro de pensamentos, a tcnica da reatribuio, utilizadas conforme descreve Rang (2001). A coordenao do grupo funcionou com duas estagirias, que se revezavam nas funes de terapeuta e co-terapeuta. O trabalho em dupla obteve maior capacidade de holding ao grupo, de continente e de empatia. As estagirias participaram desta experincia durante dois semestres. Atravs dos encontros de superviso e da leitura de textos recomendados, as estagirias foram orientadas quanto ao melhor procedimento com relao aos grupos que atenderam. Foi possvel perceber que com o atendimento em grupo realmente pde-se obter um grau de aproveitamento satisfatrio em pouco tempo. O trabalho realizado pareceu ter produzido uma resposta positiva aos clientes atendidos, favorecendo oportunidades para identificar, testar e revisar pensamentos automticos, modificando crenas distorcidas anteriores. Os resultados foram analisados qualitativamente e indicaram uma melhora geral no relacionamento interpessoal e alvio da ansiedade dos participantes. O presente trabalho confirmou que a psicoterapia breve na abordagem cognitivo-comportamental constitui um eficiente mtodo psicoterpico.

Anais da 5 Mostra de Terapia Cognitivo-Comportamental, UERJ, 28 set. 2007. A INTERVENO DA TERAPIA RACIONAL EMOTIVA EM UM PACIENTE COM TRANSTORNO DE HUMOR GRAVE Leandro de Oliveira, Ana Claudia Ornelas (UNESA/Resende). Palavras-chave: TREC; cognitivo-comportamental; mtodo psicoterpico. O trabalho apresentou como objetivos investigar resultados efetivos sobre a psicoterapia cognitivo-comportamental num caso clnico de Transtorno de Humor Grave. Geralmente, segundo DSM-IV descreve-se como depresso uma pessoa com caractersticas triste, desesperanada, desencoraja ou na fossa. Freqentemente apresentam propenso ao choro, irritabilidade, ruminao obsessiva, ansiedade, fobias, preocupao com a sade fsica, queixas de dores, dificuldades nos relacionamentos ntimos, dificuldades no funcionamento sexual, podem comear abusar de lcool e outras substncias. A conseqncia mais sria deste episdio a tentativa de suicido ou o suicdio completado. A etiologia da depresso na viso cognitiva tem como base as estruturas dos esquemas de personalidade, expectativas, crenas e pressupostos como variveis causais. A proposta de tratamento na viso cognitivocomportamental a modificao das estruturas cognitivas distorcidas. Para a garantia do tratamento Kaplan (1997) prope que o tratamento dos transtornos de humor (neste caso, a depresso especificamente) deve ter os seguintes objetivos: garantir a segurana do paciente, ter uma completa avaliao diagnstica, um plano de tratamento que aborde no apenas os sintomas imediatos, mas tambm o bem-estar futuro do paciente. Como cada pessoa deprimida nica, as tcnicas de tratamento so flexveis, sendo aplicadas de acordo com o processo depressivo que a pessoa est enfrentando. As tcnicas de tratamento comportamental para depresso so: o aumento das atividades agradveis e diminuio das desagradveis; terapia das habilidades sociais; terapia do autocontrole; terapia de soluo de problemas. Segundo Beck (2001), o que caracteriza um transtorno a aberrao no modo em que o paciente toma conhecimento da realidade. Em outras palavras, a realidade do paciente diferente da realidade padro dos indivduos normais. fcil concluir que, como conseqncia, seu comportamento ser anormal e diversos sintomas, dependentes do distrbio apresentado, acarretaro grande sofrimento ao paciente. Desse modo, como o sistema cognitivo est comprometido, ficar enfatizada a catastrofizao do pensamento e do comportamento relativo aos cuidados com si prprio e ao relacionamento com outras pessoas, comprometendo suas atividades em vrios campos (compromissos sociais, diverses, emprego, etc.) A aplicao da TREC foi decisiva no tratamento de uma paciente com Transtorno de Humor Grave, quatro tentativas reais de suicdio e embotamento afetivo. Foi realizado trabalho psicoterpico na paciente, a TREC foi aplicada na interveno e a melhora do quadro clnico da paciente, que encontra-se hoje aps quatro meses de tratamento em processo de pr-alta com espaamento de sesses de 15 em 15 dias. O trabalho realizado confirmou que a TREC na abordagem cognitivo-comportamental se constituiu em um eficiente mtodo psicoterpico.

Anais da 5 Mostra de Terapia Cognitivo-Comportamental, UERJ, 28 set. 2007. A INTERVENO CLNICA COGNITIVA NUM CASO DE TRANSTORNO DE HUMOR GRAVE SPA UNESA (RESENDE). Valria Florentino, Ana Claudia Ornelas (UNESA/Resende) Palavras-chave: setting, auto-estima, cognitivo-comportamental. Encaminhada pelo psiquiatra para atendimento cognitivo-comportamental no SPA (UNESA/Resende) h um ano, a paciente Maria (nome fictcio), 34 anos, chegou acompanhada de sua me exigindo que a mesma a acompanhasse na sesso. Demonstrando medo e desconfiana de tudo e todos ao seu redor. A sesso foi acontecendo com apenas a me verbalizando sobre a filha, pois Maria, permanecia cabisbaixa e chorando o tempo todo com o seu aspecto fsico desleixado e profundas olheiras. A me relatava a sua preocupao com o estado emocional de Maria, pois ela morava sozinha na cidade e seus pais tinham uma pousada no interior da regio, e Maria no estava conseguindo ficar em casa sem a presena dos pais. Estes optaram, portanto, por contratarem uma acompanhante para Maria, que fazia o servio domstico durante o dia e pernoitava em sua casa. Inicialmente, foi combinado com Maria e sua me que o tratamento s poderia acontecer se a paciente permanecesse sozinha na sesso daqui para frente, o que favoreceria o setting teraputico e possibilitaria a relao teraputica como fundamental no processo do tratamento. Maria funcionria pblica, tem curso superior , j experimentou vrios setores funcionais em seu trabalho, inclusive cargos inferiores ao que se aprovou no concurso. A maior problemtica de Maria era a de realizar uma socializao em seu ambiente de trabalho. Tinha como crenas e pensamentos disfuncionais sentimentos de que ningum gostava dela, somente os pais. Tem irmos, que sentia que a rejeitavam e uma sobrinha de 1 ano que ficava sria e se afastava quando ela brincava ou se dirigia a ela. Acreditava ser uma pessoa desagradvel, pois as pessoas no gostavam de sua companhia. Em seu relato, Maria dizia que h 2 anos atrs sua vida era completamente diferente, tudo mudou quando se separou do marido. O marido quem quis se separar, dizendo que havia encontrado uma outra pessoa e se apaixonado. Maria no relutou e aceitou a separao, algum tempo depois comeou a se sentir rejeitada em tudo o que participava e com todas as pessoas ao seu redor. Ficou desconfiada das pessoas e nem as deixava aproximarem-se dela. O tratamento aps a avaliao e a formulao do caso foi iniciado com os questionamentos sobre sua postura e aparncia, se havia alguma coisa que gostaria de mudar em sua forma de se vestir e se comportar e ela foi voluntariamente modificando a cada sesso, passou a usar roupas mais coloridas, respondia com caractersticas mais positivas no decorrer do processo, iniciou a fazer atividades fsicas e intelectuais, como cursos de informtica, o que a possibilitou a de socializar mais. No trabalho, desenvolveu suas habilidades sociais, se propondo a ajudar aos seus colegas de equipe. O psiquiatra que a acompanhava iniciou a diminuio dos medicamentos e, assim, sua evoluo foi acontecendo cada vez mais, sendo liberada nas frias muito mais feliz.

Anais da 5 Mostra de Terapia Cognitivo-Comportamental, UERJ, 28 set. 2007.

ESTRATGIAS CLNICAS UTILIZADAS NA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL.Coordenador: Andr Luiz S. Pereira (Programa de Ps-Graduao, Instituto de Psicologia, UFRJ) ESTRATGIAS CLNICAS UTILIZADAS NA TERAPIA COGNITIVOCOMPORTAMENTAL: RELAXAMENTO MUSCULAR PROGRESSIVO. Camila Martiny (Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ). Palavras-chave: progressivo. terapia cognitivo-comportamental, ansiedade, relaxamento muscular

A ansiedade e o stress so temas recorrentes no cotidiano da maioria das pessoas que moram em cidades grandes. E embora a ansiedade seja muitas vezes avaliada de forma negativa, ela necessria em nossas vidas, posto que uma resposta que visa nos proteger, nos preparando para reagir a qualquer tipo de ameaa. Quando nos deparamos com uma situao de stress, o sistema nervoso autnomo simptico ativado, liberando atravs das glndulas supra-renais os hormnios epinefrina e norepinefrina na corrente sangunea. A partir da, so observadas uma srie de mudanas fisiolgicas como: aumento da freqncia cardaca e da presso arterial, elevao da atividade das glndulas sudorparas, aumento do nvel de acar no sangue, vaso constrico, entre outros. Em pessoas que esto constantemente sob stress ou ansiosas, se faz necessrio a utilizao de tcnicas na terapia para lidar com tais sintomas. Neste caso iremos nos ater a tratar acerca do relaxamento muscular progressivo, criado pelo fisiologista Edmund Jacobson. Esta uma tcnica que utiliza os movimentos de contrao e relaxamento muscular abrangendo uma srie de grupos musculares e emprega tambm a respirao, provocando no organismo um alvio da tenso muscular e uma elevao do sentimento de bem estar. Certas medidas devem ser adotadas para que o relaxamento muscular progressivo seja eficiente. So elas: apresentar a tcnica ao paciente de modo que ele a conhea e entenda a importncia do exerccio para o seu quadro; usar um tom de voz baixo e lento; e o ambiente deve ser agradvel, confortvel e tranqilo. Aps o terapeuta instruir e exercitar a tcnica juntamente com o paciente, assegurando-se que este j tem domnio da mesma, o paciente estar apto a praticar o procedimento em sua casa. O relaxamento muscular progressivo se inicia com um exerccio de respirao diafragmtica, onde o paciente ensinado a respirar fazendo movimentos de inspirao expandindo o abdmen, e expirao contraindo este. Aps a aquisio de uma respirao mais lenta e tranqila, sero iniciados os exerccios envolvendo os grupos musculares. Os braos devero ser estendidos com as mos fechadas e os msculos devero ser tensionados por aproximadamente 5 segundos, e em seguida devero ser relaxados por aproximadamente 10 a 15 segundos. importante que o paciente neste momento possa se atentar para os msculos e as sensaes de tenso e relaxamento. Este exerccio ser repetido utilizando pulsos, bceps, trceps, pescoo, plpebras, ombros, maxilar, lbios, pernas, ps, entre outros. Seria de grande valia se o paciente pudesse registrar o grau de relaxamento alcanado em cada sesso. A tcnica de relaxamento muscular progressivo propicia uma diminuio dos sintomas de ansiedade, facilitando o manejo dos mesmos por parte do paciente.

Anais da 5 Mostra de Terapia Cognitivo-Comportamental, UERJ, 28 set. 2007. TREINO DE INOCULAO DE ESTRESSE COMO TCNICA NO TRATAMENTO COGNITIVO-COMPORTAMENTAL. Heitor Pontes Hirata (Universidade Federal do Rio de Janeiro, RJ). Palavras-chave: treino de inoculao de estresse, tcnica, terapia cognitiva. O objetivo do presente trabalho descrever a aplicabilidade e relevncia, dentro do contexto da mesa em que est inserido, o treino de inoculao de estresse (TIE). O TIE uma tcnica que foi introduzida por Kilpatrick e colaboradores nas dcadas de 1970/80 a partir do trabalho de Donald Meichenbaum a respeito do treinamento auto-instrucional, quando a terapia comportamental estava integrando sua prtica processos cognitivos. O objetivo da tcnica treinar habilidades relacionadas ao lidar e enfrentar momentos traumticos ou estressores ocorridos ou que acontecem na vida do indivduo. composta por trs fases: reconceitualizao; aquisio/ ensaio de habilidades e aplicao/ consolidao. A primeira fase consiste no trabalho da relao teraputica junto ao paciente, fator este de extrema importncia em qualquer caso atendido em psicologia clnica, uma vez que aquele sujeito que busca a terapia est passando por alguma espcie de sofrimento e o sentir-se seguro para expor suas questes de especial interesse para o andamento efetivo do trabalho. Em casos de intervenes em transtorno do estresse ps-traumtico, onde o TIE amplamente utilizado, o cliente emite uma determinada resposta de ansiedade face a algo que relembre o evento traumtico que algo extremamente desagradvel de se falar a respeito. Caso a relao teraputica seja bem desenvolvida, uma boa etapa da terapia estar cumprida, j que a pessoa ir se sentir menos desconfortvel ao relatar o trauma. Em seguida so elaboradas habilidades de enfrentamento que iro reestruturar o modo do indivduo viver o momento presente ps-trauma. Isto envolve reestruturaes cognitivas a partir de registros de pensamentos disfuncionais ou questionamentos socrticos; relaxamentos respiratrio (diafragmtico) e/ou muscular progressivo de Jacobson; treino de auto-eficcia e auto-reforo; tcnicas de dramatizao (roleplay) ou imaginao (imagery) tambm podem ser teis para simular reaes de ansiedade e manej-las durante a terapia. A terceira e ltima fase consiste em colocar em prtica, no cotidiano, tudo o que foi aprendido nas sesses. Assim, o paciente vive suas situaes no dia a dia e traz para a terapia o que utilizou e como foi a nova experincia aps a adeso da tcnica. Sendo bem sucedida esta etapa, o trabalho de preveno de recada torna-se possvel de ser realizado. O TIE uma tcnica muito utilizada no s no tratamento do transtorno de estresse ps-traumtico, mas tambm pode ter eficcia em casos de estresse crnico, manejo de raiva e transtorno de ansiedade generalizada, sendo necessrio fazer adaptaes para cada caso especfico. A utilizao da tcnica tem se mostrado bastante eficaz no tratamento de muitos pacientes e sua difuso e desenvolvimento ser de grande valia para o aumento da qualidade dos atendimentos realizados em terapia cognitivo-comportamental.

Anais da 5 Mostra de Terapia Cognitivo-Comportamental, UERJ, 28 set. 2007. UTILIZAO DA REVERSO DE HBITO COMO ESTRATGIA NO TRATAMENTO EM TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL DE PACIENTE COM TRICOTILOMANIA: UM ESTUDO DE CASO. Ivna Carqueija do Nascimento Matheus. (DPA/IP/UFRJ Rio de Janeiro, RJ). Palavras-chave: reverso de hbito, tricotilomania, terapia cognitivo-comportamental, caso clnico. A tricotilomania tem como principal caracterstica o hbito de arrancar os prprios cabelos, de maneira recorrente, resultando em perda capilar perceptvel (1). Alm disso, os critrios diagnsticos apontam um sentimento de tenso aumentada imediatamente antes do ato de arrancar o cabelo ou ao tentar resistir ao impulso de arrancar (2); satisfao, prazer ou uma sensao de alvio ao arrancar o cabelo (3); no podendo ser explicado por um outro transtorno mental e ou por qualquer condio mdica geral (4) e o distrbio deve causar sofrimento clinicamente significativo ou prejuzo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras reas importantes da vida do indivduo (5). Uma abordagem para a tricotilomania tpica da terapia comportamental chamada tcnica de reverso de hbito. A reverso de hbito uma tcnica que foi desenvolvida por Azrin e Nunn em 1973 para tratamento do que os autores denominaram hbitos nervosos, entre eles a gagueira, os tics, o hbito de roer unhas e a tricotilomania. Esta tcnica combina vrios elementos, tais como: (1) reviso das inconvenincias do hbito, em que o paciente estimulado a refletir porque o hbito constrangedor e o que est deixando de fazer por conta dele; (2) automonitoria, em que o paciente anota informaes como dia e hora, pensamentos, sentimentos e nmero de fios arrancados; (3) descrio e a identificao da resposta-alvo, que aumenta a percepo do paciente de cada episdio de arrancar cabelos, identificando os desencadeantes e as seqncias de acontecimentos associados ao comportamento; (4) treino de alerta, para a ocorrncia da resposta em situaes de risco e (5) treino e prtica de respostas motoras competitivas, no qual a pessoa instruda a usar e manter a resposta competente, isto utilizar uma ao incompatvel com o ato de arrancar fios, como cerrar os punhos ou usar uma bolinha, por perodos breves quando estiverem entrando em situaes de alto risco, quando sentirem vontade de arrancar ou mesmo depois que tiverem comeado. Alm disso, exercitado um treino de relaxamento respiratrio e muscular. A reverso de hbito vem sendo citada na literatura como a estratgia mais bem-sucedida no tratamento da tricotilomania. O objetivo deste trabalho oferecer um treinamento desta tcnica, detalhando cada passo da reverso de hbito com a apresentao de um caso ilustrativo. O caso clnico apresentado da paciente AMC, 53 anos, atendida na Diviso de Psicologia Aplicada da UFRJ. A paciente arrancava o cabelo h mais de 30 anos, geralmente o hbito ocorrendo noite, quando estava sozinha na sala vendo TV. AMC ficava mais vulnervel quando sentia emoes desagradveis como ansiedade, tristeza e raiva. Por conta do hbito a paciente evitava atividades sociais, ir praia ou a piscina, viajar e at mesmo ter um relacionamento afetivo. A tricotilomania tinha repercusses graves na auto-estima da paciente, que escondia o problema de seus familiares e amigos. Aps um ano de tratamento a paciente recebeu alta e est h cinco meses sem ter nenhuma recada, com recuperao significativa da rea lesionada e engajada em atividades que anteriormente evitava.

Anais da 5 Mostra de Terapia Cognitivo-Comportamental, UERJ, 28 set. 2007. MANEJO DE RAIVA. Eduarda Larrbia Franco (Universidade Federal do Rio de Janeiro RJ). Palavras-chave: Estratgia clnica, manejo de raiva, terapia cognitivo-comportamental. muito comum, nos dias atuais, deparar-se com situaes que geram indignao e raiva. Mais comum ainda encontrar pessoas inflamadas que se deixam dominar pela raiva e sofrem no corpo e na mente suas conseqncias negativas. Tendo em vista a grande dificuldade em lidar com este sentimento e sua grande incidncia sobre a populao geral, pretende-se, atravs do presente estudo, apresentar estratgias clnicas para manejo de raiva a serem aplicadas na prtica psicoterpica, sob a ptica cognitivo-comportamental. O trabalho de manejo de raiva tem por objetivo: (1) desenvolver a capacidade de controlar demonstraes destrutivas de raiva; (2) reduzir a freqncia e a intensidade da resposta fisiolgica da raiva; (3) mudar as crenas, suposies e atitudes que desencadeiam a raiva crnica; (4) identificar tenses e necessidades que se encontram abaixo da raiva; (4) desenvolver a capacidade de enfrentar o estresse de maneira eficiente; e (5) proporcionar maior eficcia na satisfao das necessidades. Inicialmente, pode-se perceber que a raiva composta por dois elementos principais, a saber, o stress e os pensamentos-gatilho. O stress funciona como combustvel da raiva visto que pode criar um estado de forte excitao fisiolgica. Basta, portanto, uma pequena fagulha de pensamentos-gatilho (que so certos tipos de pensamentos automticos) para que a excitao seja descarregada por meio de ataques de raiva. Desse modo, o tratamento cognitivocomportamental da raiva segue os seguintes passos: (1) psico-educao quanto ao modelo cognitivo e fisiologia do medo e da ansiedade; (2) explicao a respeito das funes da raiva (proteo frente a uma ameaa fsica, imposio de limites, defesa dos direitos) bem como sua aceitao; (3) auto-monitoria da raiva (situao, sinais no corpo, pensamentos, comportamento/forma de expresso); (4) discusso dos custos fisiolgicos e interpessoais da raiva; (5) desconstruo de mitos (a raiva determinada bioquimicamente, instintiva no homem, a frustrao leva agresso, saudvel extravasar); (6) modelo de dois passos para a raiva (stress + pensamentos-gatilho); (7) os ciclos da raiva (excitao/stress pensamentogatilho raiva ou pensamento-gatilho excitao/stress raiva); a raiva como escolha para reduzir o stress; (7) responsabilidade pessoal; (8) combate aos pensamentos-gatilho (trabalho com RDPD, distores cognitivas e premissas comumente relacionadas raiva); (9) cartes de enfrentamento; (10) resoluo de problemas; (11) desenvolvimento de estratgias de enfrentamento; (12) controle do stress; (13) treino respiratrio e relaxamento muscular progressivo; (14) treino em habilidades sociais (comunicao, cadeias aversivas de comportamento); e (15) raiva como defesa (lidando com culpa, mgoa, perda, impotncia, frustrao, medo etc). De acordo com a prtica clnica, pode-se constatar que as estratgias de interveno aqui apresentadas vm atendendo satisfatoriamente s metas propostas de aprender a reagir melhor aos sentimentos de raiva assim como reduzir o nvel de stress e ansiedade. vlido ressaltar a grande importncia da elaborao de trabalhos como este, a fim de que sejam divulgadas as estratgias clnicas de tratamento segundo a terapia cognitivo-comportamental para os mais variados transtornos e dificuldades psicolgicas.

Anais da 5 Mostra de Terapia Cognitivo-Comportamental, UERJ, 28 set. 2007. TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL E REABILITAO NEUROPSICOLGICA: NOVOS OLHARES SOBRE OS PACIENTES LESIONADOS. Coordenador: Anglica M. Prazeres Lopes (CNA; Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ). INTRODUO REABILITAO NEUROPSICOLGICA. Manuela Borges (CNA / UFRJ Rio de Janeiro, RJ) Palavras-chave: Reabilitao neuropsicolgica; funes cognitivas; qualidade de vida. A Reabilitao Neuropsicolgica se destina a pessoas que sofrem de leses no Sistema Nervoso Central (SNC), como pacientes com traumatismo crnio-enceflicos, encefalites, doenas neurodegenerativas, dentre outras. A Reabilitao Neuropsicolgica implica na recuperao dos pacientes ao maior nvel fsico, psicolgico e de adaptao social possvel. Isso inclui todas as medidas que pretendem reduzir o impacto da inabilidade e condies de desvantagem e permitir que estas pessoas tenham uma melhor qualidade de vida. Como um processo multidisciplinar, os profissionais da rea de sade trabalham junto a familiares e membros da comunidade para remediar ou aliviar os dficits cognitivos provenientes de um dano no Sistema Nervoso Central. A Reabilitao deve navegar pelos campos da neuropsicologia clnica, anlise comportamental, retreino cognitivo e psicoterapia individual e grupal. A reabilitao cognitiva parte integrante da Reabilitao neuropsicolgica e consiste em uma rea de pesquisa e atuao clnica dedicada a desenvolver e aplicar recursos objetivando melhorar a capacidade de pacientes, que tenham sofrido leses no SNC, em processar e usar informaes de modo a ter uma vida mais autnoma e satisfatria. O trabalho em reabilitao cognitiva consiste numa atuao multidisciplinar, baseada no conhecimento cientfico consolidado acerca das relaes crebro-comportamento. A Reabilitao Cognitiva faz retreino direto de processos cognitivos para diminuir distrbios de ateno, linguagem, processamento visual, memria, raciocnio, resoluo de problemas e funes executivas. Os exerccios objetivam a restaurao clnica ou a compensao de funes. A reabilitao neuropsicolgica engloba, alm da reabilitao cognitiva, uma atuao mais ampla, envolvendo a famlia, os cuidadores e demais profissionais que trabalham em conjunto com cada paciente. A terapia cognitivo-comportamental (TCC) tem papel importante na atuao em reabilitao uma vez que a sua base terica vai ao encontro das bases propostas pela reabilitao neuropsicolgica e ainda possibilita que o profissional proponha ao paciente lidar com seus problemas a partir de uma perspectiva direta, objetiva e baseada nos princpios da TCC. Assim, o profissional se baseia na teoria da TCC para guiar suas intervenes, pois trabalha, por exemplo, a partir de uma lista de problemas / metas, utiliza sesses estruturadas e resumo (ao final) como ferramentas extremamente teis no trabalho com estes pacientes. A psicoeducao sobre o transtorno e suas especificidades tambm mostra-se parte muito relevante no tratamento destes pacientes, pois orienta tanto a famlia e os demais cuidadores, como o prprio paciente, traando expectativas e metas possveis de serem atingidas. As intervenes como o questionamento socrtico, treino em soluo de problemas, treino em habilidades sociais, plano de atividades, curtograma, tcnicas comportamentais, dentre outras, tambm mostram-se bastante eficazes no tratamento dos pacientes lesionados.

Anais da 5 Mostra de Terapia Cognitivo-Comportamental, UERJ, 28 set. 2007. INTRODUO AVALIAO NEUROPSICOLGICA E SEU USO PARA A TERAPIA CONGNITIVO-COMPORTAMENTAL. Gabriel Coutinho (CNA / UFRJ Rio de Janeiro, RJ) Palavras-chave: Avaliao comportamental neuropsicolgica; funes cognitivas; terapia cognitivo-

O exame neuropsicolgico consiste na avaliao das diferentes funes mentais: a concentrao, a memria visual, a memria verbal, a capacidade de clculo, o planejamento, a capacidade de abstrao, as habilidades viso-motoras, as funes de linguagem (compreenso oral e leitura, Expresso oral e escrita, etc.), a inteligncia, e vrias outras. possvel ter o desempenho prejudicado na escola, por exemplo, devido a vrios fatores: problemas de concentrao, problemas de memria, problemas de leitura, dificuldades com a matemtica, etc. O exame neuropsicolgico permite determinar que problemas esto causando as dificuldades e sugerir um tratamento. Da mesma forma, um adulto pode ter problemas de memria a ser preciso investigar as causas possveis. Pode se tratar da primeira manifestao de um envelhecimento cerebral precoce ("arterosclerose"), de uma manifestao de depresso, de um problema neurolgico, etc. Nos casos onde j se tem um diagnstico pode ser necessrio determinar qual o grau do comprometimento de determinada funo cognitiva. Da mesma forma, idosos que esto apresentando problemas de "esquecimento" podem ser submetidos ao exame neuropsicolgico para se determinar o quanto sua memria est diferente do esperado para sua idade. Tambm o caso de crianas ou adultos que sofreram um traumatismo craniano e ficaram "diferentes" (acidentes automobilsticos, quedas, traumatismos de parto), pessoas que sofreram acidentes vasculares cerebrais ou que sofreram neurocirurgias, casos de intoxicaes graves ou alcoolismo e muitos outros exemplos. Nestes casos o exame neuropsicolgico dar um perfil de todas as funes mentais, comprometidas ou no. O Exame Neuropsicolgico tambm freqentemente utilizado em algumas situaes legais, quando h a necessidade de se documentar o estado mental alterado de um indivduo com vistas sua interdio ou quando h a necessidade de se documentar o estado mental preservado, para que se possa assegurar a validade de um testamento ou qualquer outro documento legal, por exemplo. O exame ainda serve para documentar problemas adquiridos no trabalho, com vistas a sustentar processos trabalhistas. O Exame Neuropsicolgico "coloca prova" cada uma das regies do crebro atravs de testes que medem a funo daquela regio especfica (memria, etc). Em alguns casos h necessidade de se repetir o exame aps algum tempo para se comparar os resultados (para acompanhamento das melhoras com o tratamento ou da evoluo de certos sintomas em determinadas doenas). De posse do laudo com os resultados, o mdico, o psiclogo, o fonoaudilogo, ou pedagogo responsvel pelo paciente planejaro o tratamento mais adequado. Em alguns casos, o tratamento poder ser medicamentoso, e outros fonoaudiolgico, em outros ainda psicolgico ou pedaggico. Em alguns casos o perfil cognitivo obtido com o exame vai possibilitar planejar vrias estratgicas para melhorar a vida do paciente e diminuir as conseqncias negativas de seu problema no dia-a-dia. Assim, os terapeutas cognitivocomportamentais podem fazer uso dos dados obtidos na avaliao e planejar atividades baseadas em suas capacidades, por exemplo, como poder ser o caso de pacientes com dificuldades de abstrao (uma das funes cognitivas), no uso do questionamento socrtico ou na programao diria de pacientes deprimidos ou lesionados.

Anais da 5 Mostra de Terapia Cognitivo-Comportamental, UERJ, 28 set. 2007. APLICAO DA TERAPIA COMPORTAMENTAL REABILITAO NEUROPSICOLGICA. Anglica Prazeres Lopes (CNA / UFRJ Rio de Janeiro, RJ) NO MBITO DA

Palavras-chave: terapia comportamental; reabilitao neuropsicolgica. A Terapia Comportamental (TC) uma abordagem psicoterpica concebida a partir dos princpios de aprendizagem institudos pela psicologia experimental. Seu objeto de trabalho o comportamento e seus fatores determinantes, ou seja, a relao entre a ao emitida pelo indivduo e as condies ambientais. Atualmente a TC muito utilizada na prtica clnica no tratamento de transtornos psiquitricos, tendo como foco a modificao de comportamentos no-adaptativos ou indesejados, substituindo-os por comportamentos adaptativos que permitam o indivduo atingir um modo funcional de atuao. So utilizados conhecimentos cientficos e tcnicas experimentais para ajudar o indivduo a definir e solucionar problemas presentes em sua vida. O que aprendido no consultrio aplicado diretamente em situaes cotidianas do indivduo. A Reabilitao Neuropsicolgica tem como objetivo melhorar a capacidade de pacientes crebro-lesados em processar e usar informao de modo a ter uma vida mais autnoma e satisfatria. Partindo de um modelo de organizao cerebral so administrados exerccios repetitivos de retreino cognitivo endereados sistematicamente a processos cognitivos especficos. Esses exerccios so administrados durante todo o perodo de recuperao espontnea das atividades cerebrais e depois dela, na clnica e fora dela, em contextos naturalsticos do cotidiano. A aplicao de terapia comportamental em reabilitao envolve a reduo de modos de comportamento no desejados, e a aquisio de novos comportamentos adaptativos que sejam mais compatveis com a deficincia e implicaes funcionais dela resultantes. As deficincias adquiridas ou degenerativas podem provocar a perda de funes, que iro gerar alguma dificuldade ou at mesmo a incapacidade de desempenho de certos comportamentos que antes eram fonte de reforo positivo. Alm disso, essa nova condio cria obstculos que levam o sujeito a utilizar mecanismos adaptativos, ou seja, na perspectiva comportamental a adaptao a uma deficincia opera pelos mesmos princpios de aprendizagem que controlam todos os outros comportamentos humanos: reduo ou extino de comportamentos no desejados atravs da remoo de reforos que os mantinham. Esses comportamentos no adaptativos sero substitudos por comportamentos adaptativos mais apropriados deficincia. A aplicao de tcnicas comportamentais em reabilitao pode ser introduzida a partir dos seguintes passos: definio de metas comportamentais concretas e aptides a aperfeioar de forma a que possam ser atingidas, a anlise das situaes sob as quais os comportamentos indesejados ocorrem, e as conseqncias positivas e negativas da alterao desses comportamentos; reforo de comportamentos que levem ao comportamento final desejado, reforo dos comportamentos desejados e no reforo de todos os comportamentos no compatveis com a meta desejada, ajuste do plano de interveno atravs da constante avaliao da performance do indivduo; aprendizagem pelo sujeito de tcnicas de auto regulao comportamental e auto reforo. Exemplo de algumas tcnicas comportamentais com uso adequado e reabiltao: reforamento positivo, economia de fichas, time-out, treino de habilidades sociais, treino de relaxamento, e modelao.

Anais da 5 Mostra de Terapia Cognitivo-Comportamental, UERJ, 28 set. 2007. UMA PROPOSTA DE INTERVENO NEUROPSICLOGICA EM PACIENTES COM DEMNCIA DE ALZHEIMER. Flvia Miele (CNA) Palavras-chave: Reabilitao neuropsicolgica; demncia; qualidade de vida. A definio clssica de demncia consiste no desenvolvimento de mltiplos dficits, que incluem comprometimento da memria e pelo menos outra alterao cognitiva, como por exemplo: distrbios de linguagem (expressiva e/ou receptiva), dificuldades de seqncias de movimentos motores, dificuldades de reconhecimento (auditivo, visual ou ttil) ou disfuno executiva. Os dficits cognitivos devem ser suficientemente graves a ponto de comprometer o funcionamento ocupacional ou social e representar um declnio em relao a um nvel anterior de funcionamento. A Doena de Alzheimer uma degenerao progressiva primria e a maior causa de demncias atualmente. Mais ainda, com o crescente envelhecimento da populao mundial, o estudo desta condio torna-se cada vez mais importante, tendo em vista que a idade o maior fator de risco para seu desenvolvimento. O incio insidioso, caracterizado inicialmente por discretas dificuldades de memria, que comumente so minimizadas pelos familiares e atribudas idade. Embora raro, o diagnstico precoce de extrema importncia, uma vez que o tratamento tem melhores resultados em estgios iniciais. A Avaliao Neuropsicolgica de fundamental importncia no s para o diagnstico, como tambm para mensurar a magnitude e extenso dos dficits, auxiliando o delineamento do plano de Reabilitao Neuropsicolgica. A Reabilitao Neuropsicolgica tem como objetivo a recuperao dos pacientes ao maior nvel fsico, psicolgico e de adaptao social possvel. O tratamento multidisciplinar e varia de acordo com o caso, podendo envolver psiclogos, mdicos, familiares, cuidadores, fonoaudilogos que trabalham em conjunto com familiares para remediar ou aliviar os dficits cognitivos. A psicoeducao sobre a doena e suas especificidades de extrema importncia para cuidadores e familiares entenderem curso e prognstico, traando expectativas e metas possveis de serem atingidas, alm de auxiliar na identificao de sinais e sintomas caractersticos da doena e formas de intervir. Embora as caractersticas progressivas da doena dificultem um trabalho visando ao restabelecimento das funes cognitivas comprometidas, desenvolvimento de estratgias compensatrias (mais especificamente mnmicas e lingsticas) podem trazer benefcios ao paciente, principalmente em estgios iniciais. Planos de atividades tambm so altamente recomendados, uma vez que sintomas depressivos e apatia freqentemente esto presentes. Em estgios mais avanados, torna-se ainda mais importante a participao de cuidadores e familiares, uma vez que o comprometimento de mltiplas funes limita cada vez mais a autonomia do individuo. Portanto, as estratgias devem ser desenvolvidas visando maior nvel de independncia em atividades de vida diria, tais como cozinhar, tomar banho, administrao de medicao e cuidados com a sade em geral.

Anais da 5 Mostra de Terapia Cognitivo-Comportamental, UERJ, 28 set. 2007. NOVAS TECNOLOGIAS NOS TRANSTORNOS DE ANSIEDADE Coordenador: Professor Doutor Bernard Pimentel Range (Programa de Ps-Graduao em Psicologia, Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro). TREINAMENTO VIA WEB PARA TRATAMENTO DOS TRANSTORNOS DE PNICO E AGORAFOBIA Anglica Gurjo Borba (UFRJ); Bernard Pimentel Range (UFRJ). Palavras-chave: transtorno de pnico, terapia cognitivo-comportamental, treinamento via WEB. O presente trabalho pretende desenvolver, implantar e avaliar um treinamento distncia para psiclogos de todo o pas no j validado Protocolo Multicomposto para Tratamento dos Transtornos de Pnico e Agorafobia. Trata-se de uma pesquisa experimental cujo objetivo principal ser verificar a eficcia deste tratamento realizado por psiclogos cognitivocomportamentais treinados via WEB. O Transtorno de Pnico (TP) conhecido pela ocorrncia de ataques de pnico freqentes e sbitos. Estes ataques podem ser entendidos como reaes de ansiedade repletas de sintomas autonmicos crescentes, interpretados pela pessoa como ameaadores sua integridade fsica (morte por ataque cardaco, desmaio) e ou emocional (loucura, perda de controle etc). Uma experincia de terror com o ataque de pnico pode levar ao temor de novos episdios e at mesmo fuga ou evitao de situaes e lugares em que se supe que eles possam ocorrer novamente, gerando outra sndrome clnica denominada Agorafobia (AGO). Tanto o TP quanto a AGO revelam-se transtornos de ansiedade bastante incapacitantes acometendo respectivamente cerca de at 2,5% e 12% da populao. Por outro lado, inmeras tm sido as pesquisas realizadas em todo o mundo com o intuito de proporcionar alvio para quem sofre deste mal. Destaca-se a Terapia Cognitivo-Comportamental com uma efetividade de at 90% para tratamentos de at 12 sesses. Dentro deste propsito, foi desenvolvido pelo Professor Dr. Rang (1998) o referido protocolo de tratamento, composto por dois manuais, um para terapeutas e outro para clientes, visando o alcance de 6 grandes metas atravs de 8 sesses teraputicas. Vem sendo utilizado em inmeras pesquisas, aperfeioado e validado pela Equipe de Terapia Cognitivo-Comportamental da Diviso de Psicologia Aplicada (DPA) do Instituto de Psicologia (IP) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Os estagirios so os seus principais executores e para isto recebem apenas um breve treinamento e supervises clnicas antes, durante e aps o tratamento com relao a trs etapas: (1) uso de entrevistas estruturadas para avaliao diagnstica dos Transtornos do Eixo I e do Eixo II; (2) uso do protocolo no tratamento de grupos com pnico; e (3) aplicao de escalas pr e pstratamento para avaliao dos sintomas de pnico e agorafobia dos pacientes. Considerando a eficcia e a brevidade deste protocolo e o fato de ser aplicado com tanto sucesso por terapeutas pouco experientes, pensou-se em expandir seus benefcios para aqueles profissionais e clientes com difcil acesso a esta informao. Neste sentido, as novas Tecnologias da Informao e Comunicao favorecem uma formao continuada aproximando saberes e pessoas, mesmo que geograficamente ou temporalmente distanciados. O treinamento via Web ser feito atravs de computador e Internet, voltado para 30 psiclogos com no mnimo dois anos de experincia em TCC, os quais recebero materiais, instrues e supervises idnticos aos estagirios da DPA, porm adaptados a uma metodologia de ensino e recursos prprios. Paralelamente ao treinamento, cada psiclogo dever tratar um cliente com transtorno de pnico gratuitamente. A eficcia do estudo ser mensurada atravs do desempenho dos terapeutas no treinamento e dos resultados das escalas pr e ps-tratamento dos seus respectivos clientes. O USO DO VIDEOFEEDBACK NO TRATAMENTO EM GRUPO PARA FOBIA SOCIAL

Anais da 5 Mostra de Terapia Cognitivo-Comportamental, UERJ, 28 set. 2007. Maria Amlia Penido (UFRJ), Carla Giglio (UFRJ), Larissa Lessa (UFRJ), Bernard Rang (UFRJ), Paula Ventura (UFRJ). Palavras-chave: Fobia Social, Terapia Cognitivo-Comportamental, Videofeedback. No incio da dcada de 70, muitos artigos de pesquisa e de casos clnicos surgiram atestando os efeitos positivos do vdeo em psicoterapia. Desde essa poca vem se aprimorando a pesquisa nessa rea. A literatura crescente sugere que, quando o vdeo usado como uma tcnica complementar ao tratamento, os clientes tendem a aumentar a produo de comportamentos desejados e tendem a aprender novas estratgias de enfrentamento com rapidez maior do que somente com a psicoterapia. Indivduos com fobia social tendem a subestimar seu desempenho em situaes sociais. Alguns modelos propostos para ansiedade social tm pontuado a importncia da diferena entre a imagem/desempenho que o individuo gostaria de representar e a imagem/desempenho que ele se sente capaz de representar diante da ansiedade. Muitas vezes esses indivduos subestimam seu desempenho nas situaes sociais porque utilizam os sinais internos como indicadores para sua auto-avaliao. Uma vez que os sinais internos na situao de ansiedade esto fortemente ativados, cria-se uma representao mental negativa do desempenho. O vdeofeedback vem sendo uma tcnica utilizada para a modificao da autopercepo negativa do desempenho que ocorre em indivduos com fobia social. Essas impresses distorcidas esto fortemente ligadas aos sintomas ansiosos, cognitivos, somticos e comportamentais da fobia social, sendo assim, se o vdeofeedback pode apontar informaes corretas e reais, por extenso, dever diminuir os sintomas ansiosos citados. objetivo desse trabalho descrever os resultados de uma pesquisa que investigou o uso do videofeedback no tratamento cognitivo-comportamental em grupo para fobia social, especificamente na habilidade social de falar em pblico. Foram avaliados 14 sujeitos que estavam participando de um tratamento cognitivo-comportamental em grupo para fobia social com 18 sesses. Duas sesses desse tratamento foram dedicadas habilidade de falar em pblico, cada sujeito preparou uma apresentao de 5 minutos para ser filmada. O videofeedback foi realizado em seguida s apresentaes. Instrumentos de avaliao foram aplicados no incio da sesso e aps o videofeedback. Dois avaliadores externos e os colegas de grupo tambm preencheram avaliaes do desempenho de cada sujeito. Para a anlise dos dados foi utilizado o pacote estatstico SPSS. O estudo comparou a avaliao dos sujeitos antes e aps o videofeedback e as avaliaes de cada sujeito com o feedback de cada membro do grupo e de dois avaliadores externos. Apoio Cnpq

Anais da 5 Mostra de Terapia Cognitivo-Comportamental, UERJ, 28 set. 2007. TRATAMENTO DE EXPOSIO A PARTIR DE REALIDADE VIRTUAL Marcele Regine de Carvalho (Laboratrio de Pnico e Respirao, IPUB, UFRJ, Rio de Janeiro, RJ), Antonio Egidio Nardi (Laboratrio de Pnico e Respirao, IPUB, UFRJ, RJ) Palavras-chave: realidade virtual, transtornos ansiosos, exposio. A introduo de novas tecnologias no campo da sade mental pode ser uma forma de potencializar a eficcia ou expandir possibilidades de diagnstico e interveno de tratamentos tradicionais. No campo da psicoterapia, uma grande inovao que vem atualmente sendo aperfeioada devido ao avano tecnolgico o uso de realidade virtual (RV). A RV atualmente considerada como a evoluo mxima na interao entre homem e sistemas computadorizados. Porm, cabe ressaltar, que a introduo tecnolgica no implica em uma nova abordagem terica da psicoterapia. O objetivo justamente potencializar os tratamentos j existentes e expandir a utilidade das tcnicas j utilizadas. A RV pode ser definida como uma interface tridimensional que coloca o sujeito em condio de troca com ambiente recriado via computador. Os ambientes virtuais, para serem funcionais, devem provocar a sensao de presena. Esta pode ser definida como a sensao de fazer mais parte do ambiente virtual do que do ambiente real em que se est fisicamente presente. A sensao de presena nos ambientes virtuais potencializada quando h um maior envolvimento sensrio-motor na explorao do ambiente e reproduo mais fiel da realidade (aspectos fsicos, culturais e cognitivos pertinentes). Um alto grau de presena est relacionado com maior resposta terapia, melhores resultados do tratamento e efeitos positivos prolongados. Em ambientes virtuais os pacientes podem experimentar alteraes fisiolgicas, psquicas e somticas similares s que sentem em situaes da vida real. Sendo assim, a RV pode ser uma ferramenta til no tratamento de exposio para transtornos ansiosos, j que pode evocar sintomas ansiosos para facilitar a habituao ansiedade e, conseqentemente, extinguir respostas de medo, fuga e evitao. Ambientes virtuais especficos para o tratamento de diferentes transtornos ansiosos, contendo situaes ou objetos potencialmente ansiognicos, podem ser construdos e o planejamento gradual para as exposies pode ser realizado a partir de alteraes em um menu de ferramentas (que contm as alternativas de modificaes que podem ser feitas no ambiente virtual). Esta flexibilidade dos ambientes virtuais garante individualizar o tratamento, adequando-o s necessidades de cada cliente. Alm disso, a utilizao das exposies a partir de RV pode ser alternativa para superar algumas dificuldades que so encontradas nos tratamentos de exposio ao vivo e exposio imaginria. Verificam-se os bons resultados da RV aplicada ao tratamento de transtornos ansiosos e boa aceitabilidade dos pacientes ao tratamento. No entanto, ainda h muito do potencial da RV a ser explorado. importante que novos ambientes virtuais sejam criados, assim como protocolos de tratamento, para que investigaes controladas a respeito de sua aplicao clnica sejam realizadas.

Anais da 5 Mostra de Terapia Cognitivo-Comportamental, UERJ, 28 set. 2007. FOBIA DE DIRIGIR: TRATAMENTO POR REALIDADE VIRTUAL Rafael Thomaz (Laboratrio de Pnico e Respirao, IPUB, UFRJ, Rio de Janeiro, RJ), Marcele Regine de Carvalho (Laboratrio de Pnico e Respirao, IPUB UFRJ, RJ), Antonio Egidio Nardi (Laboratrio de Pnico e Respirao, IPUB UFRJ, RJ). Palavras-chave: fobia de dirigir, realidade virtual, exposio. O estudo visando maior entendimento clnico e nosolgico acerca do medo de dirigir tem crescido muito na ltima dcada. Tal crescimento importante, j que este problema pode ter repercusses negativas nos mbitos pessoal e social. O medo de dirigir classificado pelo DSM-IV como fobia especfica e listado como um possvel sintoma agorafbico. A partir desta classificao definido como um intenso e persistente medo de dirigir, que aumenta quando o indivduo fbico antecipa ou exposto aos estmulos associados atividade de dirigir. O medo reconhecido como excessivo ou injustificado. O indivduo pode evitar dirigir ou faz-lo experimentando um alto grau de ansiedade. Porm, achados recentes nem sempre apiam a classificao do medo de dirigir exclusivamente como fobia especfica. A maioria das pesquisas apontam tambm para outras classificaes diagnsticas (mesmo que a partir de sintomatologia sub-clnica), como possvel transtorno de estresse ps-traumtico (salientado especialmente diante de casos que envolvam acidentes motorizados), transtorno de pnico, agorafobia e, menos freqentemente, fobia social. Como o medo de dirigir tipicamente no diminui com o tempo e pode tornar-se crnico, o tratamento eficaz deste medo de grande importncia. Os transtornos ansiosos, em especial as fobias especficas, tm sido tratados com eficcia pela terapia cognitivo-comportamental. As tcnicas de exposio mostram-se teis na reduo ou extino da resposta de medo, tais como dessensibilizao sistemtica, exposio imaginria e exposio ao vivo. A partir da dessensibilizao sistemtica e da exposio imaginria alguns pacientes apresentam dificuldades para evocar mentalmente uma cena ansiognica. Eles tambm podem expressar uma forte averso s situaes reais, dificultando as exposies ao vivo. Tendo em vista estas limitaes, o uso de realidade virtual para os exerccios de exposio pode servir como uma possvel alternativa de tratamento. A terapia com exposio conduz a estruturas de memria novas e mais neutras, as quais se sobrepem s anteriores que provocavam a ansiedade fbica. Como a experincia virtual passvel de provocar alteraes fisiolgicas, psquicas e somticas, ela pode tambm facilitar o processo de habituao. Alm disso, situaes fbicas como condies climticas adversas e da estrada podem tornar-se facilmente acessveis para exposio. Porm, algumas limitaes ainda precisam ser superadas para maior aproveitamento desta tecnologia. Uma delas trata do custo dos equipamentos necessrios e da elaborao dos softwares. Entretanto, a exposio virtual para o medo de dirigir j tem apresentado resultados positivos e mostra-se como uma alternativa de tratamento promissora. Estimula-se a elaborao de estudos controlados e longitudinais para confirmao de achados de eficcia e para gerar informaes que possam colaborar com o aperfeioamento desta forma de tratamento.

Anais da 5 Mostra de Terapia Cognitivo-Comportamental, UERJ, 28 set. 2007. ORIENTAO DE PAIS EM DIFERENTES CONTEXTOS Coordenadora: Danielle da Cunha Motta (Programa de Ps-graduao em Psicologia Social UERJ) A NEUROBIOLOGIA DO TDAH E A SUA INFLUNCIA NOS PROCEDIMENTOS DA PSICOTERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL NA ORIENTAO A PAIS. Ana Lcia Novais Carvalho (UERJ) Palavras-chave: TDAH, orientao a pais, funes executivas. O presente estudo de reviso bibliogrfica tem como objetivo principal levantar os dados sobre a neurobiologia do Transtorno de Dficit de Ateno/Hiperatividade (TDAH) e a influncia destes novos conceitos nos procedimentos psicoterpicos, mais especificamente naqueles relacionados orientao a pais. O TDAH caracterizado por padres persistentes de desateno, hiperatividade e impulsividade. A prevalncia deste quadro em crianas em idade escolar de 2 a 9,5%, sendo o transtorno mental mais comum nesta populao. A incidncia no sexo masculino consideravelmente maior, chegando a proporo de 3:1 na infncia e 2:1 na idade adulta. Dentre os demais transtornos psiquitricos, o TDAH aquele que apresenta o maior ndice de hereditariedade. Estudos relatam que pais com TDAH tm at 50% de chances de possurem filhos com o mesmo quadro. Por muito tempo este diagnstico clnico foi considerado como caracterstico da infncia, tendendo a sua resoluo natural com o amadurecimento do sujeito. Atualmente, verificamos que diversos so os estudos que confirmam que as dificuldades como os sintomas do transtorno, como a pobre inibio comportamental e a dificuldade na ateno sustentada, persistem na idade adulta, trazendo graves prejuzos para a vida social, profissional e acadmica do indivduo. Outros estudos importantes, que apontam para a relevncia da criao de propostas de interveno para sujeitos com TDAH, so aqueles relacionados a diferentes comorbidades. Indivduos com TDAH costumam apresentar outros quadros clnicos como os transtornos de ansiedade, da conduta, da personalidade anti-social, transtorno desafiador opositivo e abuso de substncias. Considerando a importncia do tema, compreender as alteraes neurofuncionais que ocorrem em indivduos com o TDAH, levando s manifestaes dos sintomas, vem sendo o objetivo de diversos estudos. Uma proposta apresentada compreender o TDAH como um distrbio no sistema fronto-estriado. Este sistema composto por regies frontais (crtex pr-frontal dorsolateral e orbitofrontal lateral), pelo cngulo anterior, pela rea motora suplementar e estruturas dos ncleos da base associadas. Considerando as atuais abordagens sobre o TDAH, e os seus diferentes subtipos, entra em discusso o papel das funes executivas neste quadro. Considerando que h melhorias nos sintomas de TDAH quando os pais so orientados em habilidades parentais alternativas, descrever o impacto destes novos conhecimentos nos procedimentos psicoterpicos direcionados aos pais e cuidadores destas crianas um tema relevante.

Anais da 5 Mostra de Terapia Cognitivo-Comportamental, UERJ, 28 set. 2007. UM BEB NA CAMA DOS PAIS: QUESTES BIOLGICAS E CULTURAIS Danielle da Cunha Motta (UERJ) Palavras-chave: Orientao a pais, modelos parentais, sono dos bebs. No decorrer da evoluo, nos tornamos mais inteligentes e o crebro aumentou em tamanho. Como o tamanho da plvis feminina um fator limitante para o crescimento do crnio, por causa do parto, houve uma diminuio na velocidade de crescimento intra-uterino do crebro, os bebs passaram a nascer mais cedo e adiou-se este desenvolvimento para depois do nascimento. A conseqncia prtica desta reduo na velocidade de desenvolvimento pr-natal que as crianas nascem completamente impotentes e permanecem assim durante bastante tempo. Em funo da extrema dependncia dos bebs, a nossa estratgia para uma reproduo efetiva envolve ter uma descendncia pequena e investir bastante na criao. Desta maneira, o cuidado parental tornou-se uma necessidade adaptativa e faz parte de uma herana biolgica. Porm, embora universal, a maneira como esta programao biolgica se manifesta varia em funo dos objetivos desenvolvimentais traados por cada comunidade, em funo de suas metas de socializao. Nosso objetivo investigar como as metas de socializao podem interferir nos padres de criao. A literatura tem descrito trs modelos parentais distintos: o modelo de independncia, tpico das sociedades ocidentais ps-industriais, em que as relaes sociais so mantidas por escolha pessoal, e onde se priorizam metas e necessidades pessoais; o modelo de interdependncia, caracterstico dos meios rurais e das sociedades tradicionais, onde as relaes sociais se baseiam em papis e obrigaes, e onde sobressaem as metas e os deveres do grupo; e o modelo de autonomia-relacional, que combina elementos dos dois primeiros, comum em grupos de classe mdia de sociedades tradicionalmente interdependentes, onde reforada a educao e a competitividade, mas o relacionamento mantm caractersticas como proximidade, hierarquia e obrigao. Uma questo rotineira, que reflete a maneira como as metas de socializao de determinada comunidade influenciam os cuidados parentais : onde o beb deve dormir? Embora um olhar evolucionrio sobre a fisiologia do sono dos bebs humanos possa sugerir que dormir com os pais pode ser benfico tanto para as mes quanto para os bebs (facilita o aleitamento, sincroniza e coordena os estgios de sono de ambos e protege o beb de uma maneira geral), esta prtica no costuma ser bem vista, na maioria das sociedades ocidentais. Neste estudo exploratrio, foram realizadas entrevistas em profundidade com onze brasileiros, homens e mulheres, com idades entre 24 e 62 anos, para atender o objetivo principal de levantar a sua opinio sobre onde os bebs deveriam dormir e porque. Nove responderam que no bero, no prprio quarto, para promover a independncia da criana e proteger a intimidade dos pais e apenas uma respondeu que com os pais, para comodidade da me, durante a amamentao, e para o conforto e aconchego do beb. Uma busca em sites de orientao a pais revelou a mesma tendncia, compatvel com o modelo parental de independncia. Incentivar a reflexo sobre crenas e valores implcitos nas prticas parentais pode contribuir para a adoo daquelas que mais contribuam para o bem-estar e para o bom relacionamento entre pais e filhos.

Anais da 5 Mostra de Terapia Cognitivo-Comportamental, UERJ, 28 set. 2007. ORIENTAO DE PAIS PARA O ATENDIMENTO DAS NECESSIDADES CENTRAIS DA INFNCIA E PARA FORMAO DE UMA CRIANA RESILIENTE. Priscila Tenenbaum Tyszler (Clnica Particular, Rio de Janeiro, RJ). Palavras-chave: resilincia, orientao a pais, infncia. Vasta a bibliografia sobre as necessidades centrais na infncia, porm pouco material cientfico foi produzido no Brasil para a prtica clnica. A necessidade de segurana, previsibilidade, amor, carinho, ateno, aceitao, elogio, empatia, limites realistas e validao de sentimentos e necessidades parece ser de grande importncia para a formao de um sujeito emocionalmente saudvel. Neste trabalho sero apresentadas instrues para o atendimento destas necessidades, visando a preveno de transtornos scio-afetivos. Os primeiros anos de vida so essenciais para o desenvolvimento pessoal, desde os cuidados bsicos ao atendimento das necessidades emocionais. As experincias iniciais de vinculao da criana formam um padro que pode ser repetido por toda vida. Padres inadequados do origem aos chamados esquemas mal adaptativos. Os comportamentos parentais sero relacionados a cada necessidade. Todo pai sonha em criar uma criana perfeita, sem preocupaes e com uma vida feliz. Porm, apesar de todo o esforo, natural a ocorrncia de situaes adversas durante a vida humana. Portanto, torna-se imprescindvel a formao da resilicia, que , de forma sucinta, a capacidade de aprender com situaes problemticas e super-las. Atendendo s necessidades centrais acima descritas, j estaremos provendo criana uma base para ser resiliente. Sero abordados mitos existentes sobre a criao dos filhos, como as dualidades: oferecer segurana x super-proteo; rotinas x manias; limites x punio; independncia x abandono, aceitao e elogio x falta de disciplina. A previsibilidade essencial para a segurana e tranqilidade do beb e da criana. Atravs do estabelecimento de rotinas e atitudes coerentes, os pais ensinam a seus filhos conceitos como causa e conseqncia e padres saudveis de sono e viglia. Amor, carinho e ateno so atitudes parentais essenciais para a formao do sujeito que se ama e se valoriza. Brincadeiras e demonstraes fsicas e verbais de afeto ajudam a criana a construir uma viso positiva de si e dos outros. A aceitao e o elogio so fundamentais para a cognio de ser eficiente e capaz, enquanto o oposto disto, a valorizao do erro e do negativo, pode contribuir para a formao de crenas de incapacidade diante do mundo. A empatia, essencial para que o sujeito sinta-se aceito e compreendido, abrange a validao de sentimentos e necessidades e a orientao para a soluo de problemas, e contribui para que a criana aprenda a identificar suas prprias emoes e necessidades. importante que limites sejam estabelecidos o quanto antes, e ainda, que sejam coerentes e orientados pelos prprios princpios e comportamentos dos pais, alm de constantes e previsveis, a fim de serem internalizados. O presente trabalho apresenta uma reviso bibliogrfica e se prope a relacionar as necessidades centrais da criana aos transtornos afetivos mais comuns na infncia.

Anais da 5 Mostra de Terapia Cognitivo-Comportamental, UERJ, 28 set. 2007. PSICOEDUCAO NA INFNCIA E ADOLESCNCIA NOS TRANSTORNOS DISRUPTIVOS DO COMPORTAMENTO Gustavo Teixeira (Mdico Psiquiatra Infantil, Rio de Janeiro) Palavras-chave: psicoeducao; transtornos disruptivos O objetivo do trabalho descrever a importncia da psicoeducao na orientao de pais, familiares e professores para preveno, interveno precoce e promoo da sade mental de crianas e adolescentes, exemplificando os transtornos disruptivos do comportamento.O transtorno desafiador opositivo pode ser definido como um padro persistente de comportamentos negativistas, hostis, desafiadores e desobedientes observados nas interaes sociais da criana com adultos e figuras de autoridade de uma forma geral, como pais, tios, avs e professores. As principais caractersticas do transtorno desafiador opositivo so perda freqente da pacincia, discusses com adultos, desafio, recusa a obedecer solicitaes ou regras, perturbao e implicncia com as pessoas, podendo responsabiliz-las por seus erros ou mau comportamento. Ele se aborrece com facilidade e comumente se apresenta enraivecido, irritado, ressentido, mostrando-se com rancor e com idias de vingana. Os sintomas aparecem em vrios ambientes, entretanto na sala de aula e em casa onde estes podem ser melhor observados. Tais sintomas devem causar prejuzo significativo na vida social, acadmica e ocupacional da criana ou adolescente, e importante observar que no transtorno desafiador opositivo ainda no h srias violaes de normas sociais ou direitos alheios, como ocorre no transtorno de conduta. O transtorno de conduta um conjunto de alteraes comportamentais apresentado por algumas crianas e adolescentes segundo o qual h conduta agressiva, desafiadora, anti-social em que os direitos bsicos alheios, regras e normas sociais so violados. Trata-se de uma condio mais grave quando comparada ao transtorno desafiador opositivo, sendo responsvel por freqente encaminhamento aos servios de psiquiatria infanto-juvenil. Mais prevalente no sexo masculino, acredita-se que aproximadamente 9% dos meninos e 4% das meninas com menos de 18 anos de idade tenham o transtorno, sendo que os meninos apresentam os sintomas mais precocemente, entre os dez e 12 anos de idade e as meninas entre os 14 e 16 anos. A descrio dos transtornos disruptivos, transtorno desafiador opositivo e transtorno de conduta, epidemiologia, etiologias, caractersticas clnicas, preveno e tratamento sero abordados sob o ponto de vista psicopatolgico e segundo princpios cognitivo-comportamentais.

Anais da 5 Mostra de Terapia Cognitivo-Comportamental, UERJ, 28 set. 2007. AS HABILIDADES SOCIAIS EM DIVERSOS CONTEXTOS DE APLICAO Coordenadora: Denise Rodrigues (UNESA/RJ) SUBSDIOS PARA A CONSTRUO DE UM PROGRAMA DE TREINAMENTO EM HABILIDADES SOCIAIS ESPECFICO PARA A TERCEIRA IDADE Rachel Shimba Carneiro (Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ) Palavras-chave: treinamento de habilidades sociais, situaes sociais, terceira idade. Estudos atuais apontam que a capacidade de interagir socialmente fundamental para o idoso, a fim de que este possa conquistar e manter apoio social e garantir melhor qualidade de vida. Da mesma maneira, as deficincias em habilidades sociais parecem constituir um fator de vulnerabilidade para a baixa qualidade de vida e para a depresso em indivduos da terceira idade. Embora a literatura aponte a importncia das habilidades sociais na terceira idade, so escassas as pesquisas que propem um programa de treinamento em habilidades sociais especfico para terceira idade. Este estudo constitui uma parte de um trabalho mais amplo que pretende avaliar a eficcia de um programa de treinamento em habilidades sociais em idosos. Para a elaborao desse treinamento, importante, num primeiro momento, verificar as situaes sociais nas quais os idosos apresentam deficincias no desempenho das habilidades sociais. O presente estudo teve como objetivo investigar as situaes nas quais os idosos apresentam dificuldades de desempenhar de forma socialmente habilidosa para, assim, desenvolver um programa de treinamento de habilidades sociais apropriado para essa populao. Aps uma reviso bibliogrfica do tema em questo foram identificadas 20 situaes sociais especificadas a seguir: (1) Fazer Pedido com Conflito de Interesses; (2) Fazer Pedido de Mudana de Comportamento; (3) Recusar Pedidos; (4) Responder a Crticas; (5) Cobrar Dvidas; (6) Lidar com Atitudes Hostis; (7) Expressar Sentimentos Negativos; (8) Defender os Prprios Direitos em Situaes nas quais so Oferecidos Servios Insatisfatrios; (9) Conversar com uma Pessoa que est Revelando um Problema; (10) Discordar do Grupo; (11) Fazer Pergunta a Conhecidos ou Desconhecidos; (12) Declarar Sentimento Amoroso; (13) Discordar de Autoridade; (14) Fazer Apresentaes ou Palestras a um Pblico Conhecido ou Desconhecido; (15) Manter Conversa com Desconhecidos; (16) Apresentar-se a uma Pessoa Desconhecida; (17) Pedir Favores a Desconhecidos; (18) Pedir Desculpas; (19) Receber Elogios; (20) Expressar Opinio Pessoal. Tais situaes demandam que os idosos lutem pelos seus prprios direitos atravs do comportamento assertivo. Assim, parece que os idosos necessitam desenvolver a habilidade assertiva para lidar com situaes onde exista conflito de interesses. importante notar que a falha em enfrentar adequadamente essas situaes sociais gera frustrao quando o indivduo se omite e sensao de inadequao quando a pessoa age do modo agressivo. Os conhecimentos gerados a partir desse levantamento podem transformar-se em subsdios para a implantao de Programas de Treinamentos de Habilidades Sociais especficos para terceira idade, contribuindo assim para que os idosos obtenham redes de apoio social e, conseqentemente, uma maior qualidade de vida.

Anais da 5 Mostra de Terapia Cognitivo-Comportamental, UERJ, 28 set. 2007. AS RELAES ENTRE AS MEDIDAS DE HABILIDADES SOCIAIS DO PROFESSOR DO ENSINO FUNDAMENTAL II E SEU DESEMPENHO SOCIAL EM SALA DE AULA Regina Maria Meireles, Eliane M.O.Falcone (UERJ) Palavras-chave: habilidades sociais, desempenho social, professor. O presente projeto de pesquisa pretende constatar as relaes entre as medidas de Habilidades Sociais do Professor e o seu Desempenho Social em Sala de Aula. Existem vrias definies de Habilidades Sociais encontradas na literatura. O conceito atual de um comportamento socialmente habilidoso deve incluir capacidade de o indivduo obter satisfao pessoal e, ao mesmo tempo, de desenvolver e manter relacionamentos mutuamente benficos e sustentadores. No mbito da educao, muitos trabalhos mostram a crescente preocupao de pais, diretores de escolas e professores com o desenvolvimento interpessoal dos alunos, devido principalmente ao aumento de conflitos interpessoais e dificuldades de aprendizagem. Neste sentido, necessrio que o professor se dedique a desenvolver comportamentos interpessoais, aprimorando a sua qualidade de educador e cooperando com o desenvolvimento do aluno. Alguns autores sugerem que existe uma relao entre o desenvolvimento das habilidades sociais do professor e do aluno que favorecem um bom relacionamento interpessoal em sala de aula. Diante dessas constataes, torna-se relevante identificar quais as habilidades sociais do professor esto mais relacionadas com o seu desempenho social em sala de aula.Conhecer essas habilidades pode facilitar a realizao de programas de treinamento de habilidades sociais do professor, favorecendo um clima educativo para o desenvolvimento adequado dos alunos. A pesquisa ser realizada com 10 professores do Ensino Fundamental II (do 6 ao 9 Ano), no Instituto Nossa Senhora Auxiliadora, no Rio de Janeiro. A verificao das relaes entre o desempenho social autopercebido do professor e o desempenho social do professor percebido pelos alunos, ser realizado atravs do Questionrio do Desempenho Social do Professor (QDSP), que ser aplicado em sala de aula, favorecendo a investigao das habilidades sociais do professor em sala de aula e suas relaes com o desenvolvimento do aluno. A avaliao das relaes entre os nveis de Empatia atravs do Inventrio de Empatia (IE) e de Assertividade atravs do Inventrio de Habilidades Sociais (IHS) do professor e o seu desempenho social em sala de aula favorecendo a realizao de Programas de Treinamento de Habilidades Sociais do Professor na Instituio Escolar onde ser realizada a Pesquisa, podendo se estender a outras Unidades Escolares pertencentes Rede Salesiana de Escolas.

Anais da 5 Mostra de Terapia Cognitivo-Comportamental, UERJ, 28 set. 2007. A RELAO ENTRE A PERCEPO DE EMPATIA E DE ASSERTIVIDADE DO CNJUGUE E A SATISFAO NO CASAMENTO. Aline Sardinha, Eliane M. O. Falcone e Maria Cristina Ferreira. (Universidade do Estado do Rio de Janeiro, RJ) Palavras-chave: casamento, satisfao conjugal, habilidades sociais. O relacionamento conjugal e a satisfao alcanada com o casamento so fatores determinantes na qualidade de vida de um indivduo e importantes em termos sociais e de sade mental. No entanto, necessrio mais do que amor para que os casais se apiem mutuamente e possam viver uma relao feliz e madura. Habilidades sociais podem ser definidas como diferentes classes de comportamentos sociais que so utilizados pelo indivduo para lidar de maneira adequada com as demandas das situaes interpessoais. So um conjunto de habilidades de interao interpessoal, do qual se destacam a empatia e a assertividade. Parece que o desenvolvimento das relaes interpessoais bem sucedidas depende do equilbrio entre empatia e assertividade. Contudo, no se sabe ainda o quanto o repertrio de habilidades sociais de um dos cnjuges interfere na satisfao conjugal de seu companheiro. Assim, o objetivo deste trabalho foi investigar a relao entre a percepo da presena de habilidades sociais no parceiro, notadamente empatia e assertividade, e a satisfao conjugal de um indivduo. Avaliao das habilidades sociais e da satisfao conjugal neste estudo foi realizada a partir de inventrios de auto-informe. A avaliao da satisfao conjugal foi realizada a partir da Escala de Satisfao Conjugal, em que o participante avalia sua prpria satisfao com o casamento. Os inventrios que mediam habilidades sociais, o Inventrio de Habilidades Sociais Conjugais e o Questionrio de Empatia Conjugal, foram aplicados de forma que as perguntas se relacionassem ao comportamento do cnjuge e no ao da prpria pessoa. Foram medidos os nveis de habilidades sociais e de satisfao conjugal de 50 casais, totalizando 100 participantes. Posteriormente, foi realizada a anlise estatstica dos dados atravs do software SPSS. Foi determinada ainda uma nova estrutura fatorial para os instrumentos que mediam habilidades sociais e empatia a partir dos dados obtidos na presente amostra. O mtodo estatstico utilizado para avaliar o impacto das habilidades sociais do cnjuge na satisfao conjugal do indivduo foi a anlise de regresso mltipla. A partir da anlise dos dados obtidos, encontrou-se que a empatia do cnjuge o maior fator correlacionado positivamente com a satisfao conjugal, seguido pela expresso de sentimentos por parte do cnjuge. Observou-se ainda que o nmero de filhos se correlaciona inversamente com a satisfao com os aspectos estruturais da satisfao conjugal e que as mulheres foram percebidas por seus parceiros como mais empticas do que os homens. Estes resultados so consistentes com alguns estudos que indicam que quanto mais uma pessoa se sente compreendida e validade e seus sentimentos e necessidades, melhor ser a qualidade do relacionamento interpessoal. Ainda, podemos inferir que, na medida em que um cnjuge capaz de expressar seus sentimentos, seu par ter mais facilidade em atender suas necessidades. Assim, este estudo relevante no sentido de que, a partir do momento que se sabe quais fatores das habilidades sociais tm maior correlao com a satisfao conjugal, pode-se criar intervenes mais eficientes em termos de treinamento de habilidades sociais que maximizem a satisfao conjugal.

Anais da 5 Mostra de Terapia Cognitivo-Comportamental, UERJ, 28 set. 2007. AS HABILIDADES SOCIAIS E OS TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE Denise Rodrigues (UNESA, Rio de Janeiro, RJ). Palavras-chave: habilidade social, esquema cognitivo, personalidade. De acordo com vrios pesquisadores da personalidade, esta tem como uma de suas possveis origens a herana filogentica do indivduo e sua espcie, ou seja, as estratgias geneticamente determinadas que poderiam facilitar a sobrevivncia e a reproduo de um indivduo seriam, presumivelmente, favorecidas pelo processo de seleo natural. Estas estratgias, dependem, entre outros fatores, da avaliao que este indivduo realiza acerca das demandas de uma situao, a qual precede e desencadeia uma estratgia especfica (seja ela adaptativa ou no). Alm disto, a maneira pela qual esta avaliao se configura depende tambm, em parte, de crenas que so relevantes para o indivduo, e estas esto inseridas em estruturas cognitivas relativamente estveis, denominadas esquemas, cujas funes so selecionar e sintetizar as experincias do indivduo, desencadear uma excitao afetiva e favorecer o surgimento de um comportamento especfico. Estas estruturas decorrem de vrios fatores, entre outros, da predisposio gentica, da exposio a influncias externas, e de eventos especficos significativos para a pessoa. Por seu lado, os comportamentos assim desencadeados representam estratgias interpessoais desenvolvidas a partir da interao entre disposies inatas e influncias ambientais, ou seja, elas tiveram suas origens no comportamento geneticamente determinado presente desde o nascimento, mas podem ser acentuadas ou diminudas pela experincia. Estas estratgias visam atender objetivos biolgicos, e promovem a sobrevivncia e a reproduo individual, as quais podem se traduzidas em termos como eficcia reprodutiva ou adaptao inclusiva. Tambm freqente no termos conscincia destas estratgias ou dos seus objetivos, porm temos conscincia dos estados subjetivos decorrentes das mesmas, como a dor ou o prazer. Assim, comportar-se socialmente de forma adequada pode, por exemplo, implicar num aumento das chances de realizao de trocas sociais adaptativas do ponto de vista evolucionista. Sendo assim, as habilidades sociais se tornam imprescindveis para a formao da personalidade do indivduo, e tambm para o surgimento de transtornos prprios da formao da personalidade. Neste sentido, podemos pensar que o desenvolvimento distorcido das habilidades sociais tanto pode ser considerado um precursor como um reforador dos transtornos de personalidade, uma vez que o desenvolvimento de ambos ocorre concomitantemente e interdependentemente. Com base em tais idias que o presente trabalho se insere como um projeto de investigao emprica de curso de doutorado acerca da relao existente entre as habilidades sociais e os transtornos de personalidade.

Anais da 5 Mostra de Terapia Cognitivo-Comportamental, UERJ, 28 set. 2007. A RELAO TERAPUTICA COMO EVENTO TERAPUTICO Coordenadora: Fernanda Coutinho (Consultrio particular, Rio de Janeiro, RJ). DIFERENAS CULTURAIS E ATENDIMENTO CLNICO: UM TRATAMENTO POSSVEL, PORM DESAFIADOR. Suzana Rodrigues (mestranda PUC-Rio, consultrio particular, Rio de Janeiro, RJ) Palavras-chave: diferenas culturais, bulimia, atendimento clnico, emoes do terapeuta. No atendimento clnico, muitas vezes, o psiclogo enfrenta situaes que mexem com suas crenas e emoes. preciso entend-las para avanar no tratamento, pois tais emoes podem servir de sinalizador na identificao do modo como aquele cliente o afeta e, conseqentemente, pode estar afetando os outros a sua volta. Sabemos da importncia de aproveitar todo o material trazido para a sesso, no entanto, s vezes nos deixamos levar por algum pr-julgamento. O caso clnico que irei apresentar ficou em atendimento por 2 anos. Era uma adolescente de 14 anos, que sofria de bulimia, mas seus pais no sabiam. Quando sua me procurou tratamento a queixa principal era de que a filha andava deprimida e ficando doente demais. Seu mdico havia lhe recomendado terapia, pois volta e meia pegava alguma infeco na garganta e acabava perdendo muitas aul